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Curso: Nutrição Disciplina: Microbiologia Professor(a): Profa. Dra. Wysllenny Souza Aula Teórica: 14 Surto de doença transmitida por alimento (DTA): aquela causada pela ingestão de um alimento contaminado por um agente infeccioso específico, ou pela toxina por ele produzida. Investigação de surtos de DTAs – aplicação: Prevenir a disseminação da doença. Obter dados sobre a incidência de DTAs e sobre a prevalência dos agentes etiológicos, veículos e reservatórios. Identificar os fatores que contribuíram para a ocorrência do surto. Prevenir futuras ocorrências. Estimar o impacto econômico e social das DTAs. Fornecer informações sobre a segurança alimentar. Definição e Aplicação SILVA JÚNIOR, EA da, 2002 2 1) Cálculo da porcentagem de ocorrência. 2) Cálculo do período médio de incubação. 3) Cálculo da duração média da doença. 4) Cálculo da freqüência dos sintomas. 5) Taxa de ataque para cada alimento envolvido. O Que Investigar? 3 SILVA JÚNIOR, EA da, 2002 1. Cálculo da porcentagem de ocorrência Se % de pessoas doentes é ALTA Alimento comum contaminado na refeição. Se % de ocorrência é BAIXA Indisposição orgânica, independentemente de qualquer contaminação alimentar. Ingestão de sobras dos mesmos alimentos (fora dos horários comuns de refeições). O Que Investigar? 4 SILVA JÚNIOR, EA da, 2002 1. Cálculo da porcentagem de OCORRÊNCIA % Ocorrência = N indivíduos doentes x 100 N convidados/participantes evento % Ocorrência = 272 x 100 737 % Ocorrência = 36,9% Exemplo: Foram convidados para uma festa de aniversário 737 pessoas, dessas 272 passaram mal após o evento. O Que Investigar? 5 SILVA JÚNIOR, EA da, 2002 2. Cálculo do período médio de INCUBAÇÃO da doença Intervalo entre a ingestão de alimentos contaminados com agentes patogênicos e o aparecimento dos primeiros sintomas. Período Médio de Incubação (PI) = Período de Incubação N doentes O Que Investigar? Cálculo deve ser realizado para cada indivíduo e depende de: •Resistencia individual •Quantidades diferentes de alimentos ingeridos •Distribuição irregular de agente patogênico ou toxinas •Outros fatores 6 SILVA JÚNIOR, EA da, 2002 2. Cálculo do período médio de INCUBAÇÃO da doença Indivíduo Horário da refeição Horário 1º. sintoma Período de incubação R.S.S. 12:00 2:00 14:00 C.A.P. 12:00 4:30 16:30 A.G.P 12:00 6:00 18:00 R.H.O. 12:30 22:00 9:30 K.O.L. 13:00 2:00 13:00 O Que Investigar? Período Médio de Incubação = Período de Incubação N doentes Período Médio de Incubação = 14+ 16:30 + 18 + 9:30 + 13 5 Período Médio de Incubação = 14,2 horas = 14h12 minutos Período Médio de Incubação = 71 5 1 hora 60 minutos 0,2 hora x X= 0,2 x 60 X= 12 minutos 7 SILVA JÚNIOR, EA da, 2002 Então, Relacionar o Período Médio de Incubação com: Infecção de Origem Alimentar Diarréica (8 a 72 horas) Disentérica (1 a 7 dias)D T A Toxinoses Eméticas (1 a 6 horas) O Que Investigar? 8 SILVA JÚNIOR, EA da, 2002 3. Cálculo da DURAÇÃO média da doença Intervalo entre o horário do primeiro sintoma até o horário do fim da doença ou horário do último sintoma relatado pelo indivíduo. Duração Média da Doença = Duração da Doença N doentes O Que Investigar? 9 SILVA JÚNIOR, EA da, 2002 3. Cálculo da DURAÇÃO média da doença O Que Investigar? Indivíduo Horário da refeição Horário 1º. sintoma Horário último sintoma PI Duração da doença R.S.S. 12:00 2:00 15:00 14:00 13:00 C.A.P. 12:00 4:30 6:00 16:30 1:30 A.G.P 12:00 6:00 11:30 18:00 5:30 R.H.O. 12:30 22:00 8:00 9:30 10:00 K.O.L. 13:00 2:00 9:00 13:00 7:00 Duração Média da Doença = Duração da Doença N doentes Duração Média da Doença = 13 + 1:30 + 5:30 + 10 + 7 5 Duração Média da Doença = 7,4 horas = 7h24 minutos Duração Média da Doença = 37 5 10 SILVA JÚNIOR, EA da, 2002 Obtenção da Curva Endêmica 0 10 20 30 40 50 60 70 80 0 5 10 15 20 25 tempo (horas) 0 5 10 15 20 25 30 0 12 24 36 48 nº casos tempo (horas) Contaminação por fonte comum: alimentos, águas. Surto: rápidos (horas). Base estreita e pico alto Duração do surto igual ou menor ao tempo de incubação da doença. Contaminação por contágio pessoa a pessoa ou contaminação intermitente de um alimento processado. Surto: lento (dias). Base larga e pico baixoDuração do surto igual a vários períodos de incubação da doença. O Que Investigar? 11 SILVA JÚNIOR, EA da, 2002 4. Cálculo da freqUência dos sintomas • Relação do nº de doentes entrevistados com a quantidade de sintomas observados. • Possível determinar se a doença foi causada por agente etiológico que produz doenças neurológicas, entéricas, infecciosas, etc. • Consegue moldar a suspeita sobre certos alimentos e pode indicar os testes laboratoriais apropriados. O Que Investigar? % Frequência dos Sintomas = N° Indivíduos com sintoma x 100 N Casos 12 SILVA JÚNIOR, EA da, 2002 4. Cálculo da freqüência dos sintomas Freqüência dos sintomas Sintomas Nº casos com sintomas % Vômito 01 (1/17) x 100 = 5,8 Náusea 02 (2/17) x 100 = 11,8 Diarréia 17 (17/17) x 100 = 100,0 Dores abdominais 00 (0/17) x 100 = 0,0 Gases 06 (6/17) x 100 = 35,3 Cólicas 16 (16/17) x 100 = 94,1 Disenteria 00 (0/17) x 100 = 0,0 Febre 00 (0/17) x 100 = 0,0 Mal estar 08 (8/17) x 100 = 40,1 Calafrio 00 (0/17) x 100 = 0,0 Nº DE INDIVÍDUOS 17 O Que Investigar? 13 SILVA JÚNIOR, EA da, 2002 5. Taxa de ataque para cada alimento envolvido Observar qual alimento foi o mais ingerido. Responsável pelo surto: maior taxa de ataque. O Que Investigar? 14 SILVA JÚNIOR, EA da, 2002 % Taxa ataque CONSUMIRAM= (n° doentes/n° total de indivíduos) x 100 Taxa ataque = % Taxa ataque CONSUMIRAM - % Taxa ataque NÃO CONSUMIRAM % Taxa ataque NÃO CONSUMIRAM= (n° doentes/n° total de indivíduos) x 100 Alimentos com ≠ TA NEGATIVA NÃO ESTÃO ENVOLVIDOS NO SURTO. A doença, provavelmente, ocorreu por outros motivos. Alimento com a MAIOR ≠ TA POSITIVA ESTÁ ENVOLVIDO NO SURTO. Nº de pessoas que CONSUMIRAM alimentos Nº de pessoas que NÃO CONSUMIRAM alimentos Alimentos Doentes Não doentes Total % doente s Doentes Não doentes Total % doente s % doente s Carne de panela 74 17 91 81,3 2 9 11 18,2 63,1 Ervilhas 48 20 68 70,6 28 6 34 82,4 -11,8 Salada de repolho 36 12 48 75,0 40 14 54 74,1 0,9 Biscoito 46 12 58 79,3 30 14 44 68,2 11,1 Pêssegos 62 22 84 73,8 14 4 18 77,8 -4,0 Leite 60 16 76 78,9 16 10 26 61,5 17,4 O Que Investigar? 15 SILVA JÚNIOR, EA da, 2002
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