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Revisão Final
REVISÃO FINAL PARA 2ª FASE DA OAB
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Sumário
Direito Administrativo ......................................................................................................3
Direito Constitucional ......................................................................................................7
Direito do Trabalho ...........................................................................................................11
Direito Penal......................................................................................................................21
Direito Civil........................................................................................................................29
Direito Empresarial...........................................................................................................38
Direito Tributário ...............................................................................................................59
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DIREITO ADMINISTRATIVO
TEMA: poder vinculado e poder discricionário
O poder vinculado verifica-se quando a Administração Pública não tem margem de liber-
dade para o seu exercício.
Poder discricionário: o agente público possui liberdade para a prática do ato, mas dentro 
dos limites legais estabelecidos. Há, aqui, a presença da razoabilidade e da proporcionali-
dade na prática do ato.
TEMA: controle da Administração Pública
O controle interno é aquele realizado pela própria Administração Pública, com base no 
poder de autotutela. Tal controle pode surgir voluntariamente (de oficio) ou por meio de pro-
vocação de qualquer interessado.
Já no que se refere ao controle externo, tem-se que este ocorre por meio do controle 
legislativo (realizado pelo Poder Legislativo nas hipóteses constitucionalmente previstas, 
abrangendo tanto o controle político quanto financeiro), bem como o controle judiciário.1
Dica: é importante lembrar que o ato administrativo discricionário praticado por 
sujeito incompetente, ou por motivo inadequado, ou, ainda, sem a observância das 
formalidades legais estabelecidas será considerado inválido e, portanto, revisível 
pelo Poder Judiciário. Logo, é possível o controle judicial de atos administrativos 
discricionários no que tange aos elementos acima mencionados.
Contudo, não é permitido o controle judicial sobre o mérito do ato administrativo dis-
cricionário.
1 Idem, ibidem.
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QUESTÕES
1. Um ato administrativo praticado de forma ilegal, em razão de ocultação dolosa de infor-
mação por parte do beneficiário do ato, pode ser anulado após cinco anos de sua prática?
Comentário: Sim. Segundo o art. 54 da Lei n. 9.784/1999, o direito da Administração de 
anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários 
decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. 
Neste caso, a anulação pode ser feita a qualquer tempo.
2. Caso um gestor público resolva vender um imóvel público por meio de leilão, é possível 
(com base na Lei n. 14.133/2021) o julgamento das propostas por meio do critério maior 
retorno econômico?
Comentário: Não. No caso de leilão, o único critério possível é o maior lance.
Art. 33. O julgamento das propostas será realizado de acordo com os seguintes critérios:
I – menor preço;
II – maior desconto;
III – melhor técnica ou conteúdo artístico;
IV – técnica e preço;
V – maior lance, no caso de leilão;
VI – maior retorno econômico.
3. Caso um agente público, por imprudência, esqueça a janela da repartição pública aberta 
e, em razão da chuva ocorrida naquela noite, vários computadores fiquem inutilizados, 
é possível o enquadramento de sua conduta como ato de improbidade administrativa?
Comentário: Não, pois, nos termos do art. 10 da Lei n. 8.429/1992, constitui ato de impro-
bidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão dolosa que en-
seje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento 
ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º dessa Lei.
4. É permitida a “prova emprestada” no processo administrativo disciplinar?
Comentário: Sim, é permitida a prova emprestada no processo administrativo disciplinar, 
desde que devidamente autorizada pelo juízo competente e respeitados o contraditório e 
a ampla defesa (Súmula 591 do STJ).
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5. Pessoa jurídica que venha a praticar atos lesivos à Administração Pública, como, por 
exemplo, prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a 
agente público, ou a terceira pessoa a ele relacionada, está sujeita a quais sanções na 
esfera administrativa? E como se dará tal punição?
Comentário:
Lei n. 12.846/2013, art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas jurídicas conside-
radas responsáveis pelos atos lesivos previstos nesta Lei as seguintes sanções:
I – multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do faturamento bruto do 
último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, a qual 
nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível sua estimação; e
II – publicação extraordinária da decisão condenatória.
As sanções serão aplicadas fundamentadamente, isolada ou cumulativamente, de acordo 
com as peculiaridades do caso concreto e com a gravidade e natureza das infrações.
DICAS PARA PEÇA PROCESSUAL
Sempre que você (advogado) for contratado por uma pessoa física, no gozo dos seus 
direitos políticos, para ajuizar uma ação que venha a proteger um interesse de natureza cole-
tiva, há grandes chances de que a peça a ser elaborada seja uma ação popular.
Veja:
Art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato 
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, 
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, 
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
A ação popular possui algumas peculiaridades em relação à petição inicial prevista no 
CPC e regulamentação específica por meio da Lei n. 4.717/1965.
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PEÇA PROCESSUAL
José, vereador na cidade de São Paulo, viaja de férias para o Nordeste e se depara 
com uma imensa área de manguezal localizada na cidade de “Padim Ciço”.
Em conversa com os moradores da região, ficou sabendo que o proprietário da rede de 
hotéis 10 Estrelas teria pago um grande valor em propina para o Prefeito e o Secretário do Meio 
Ambiente para que estes autorizassem a construção de um resort na referida área de manguezal.
Os moradores da região não pretendem adotar nenhuma medida, com medo de sofre-
rem represálias.
Indignado com a situação e com o objetivo de evitar os danos ao meio ambiente que 
serão causados pela construção do resort, José procura você para, na qualidade de advo-
gado, adotar a medida cabível.
Redija a peça cabível, inserindo todos os elementos jurídicos possíveis, segundo a situ-
ação apresentada. 
PEÇA: petição inicial de ação popular
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Inconstitucionalidade:
a) Formal (nomodinâmica): vício decorre da inobservância do processo legislativo.
• Subjetiva: vício na iniciativa.
Exemplo: O Deputado XY apresentou um projeto de lei sobre aumento da remuneração 
dos servidores públicos.
A competência para legislar sobre esse tema é do Presidente da República, logo há 
inconstitucionalidade formal subjetiva.• Objetiva: vício no processo legislativo, que não seja subjetivo nem orgânico. Exemplo: 
vício no quórum.
Exemplo: Uma lei complementar foi aprovada por maioria simples.
Lei complementar deve ser aprovada por maioria absoluta – art 69 da CF.
• Orgânica: vício na competência.
Exemplo: Estado legislando sobre Direito Penal, sendo que esta é uma competência pri-
vativa da União (art. 22, I, da CF).
b) Material (nomoestática): o conteúdo da norma é contrário ao conteúdo constitucional.
Exemplo: Uma lei dando autonomia ao Território.
Território é descentralização da União, não é considerado ente, nem possui autonomia 
(art. 18, § 2º, da CF).
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QUESTÕES
1. (XIX EXAME DE ORDEM UNIFICADO – 2016.1) Durante a tramitação de determinado 
projeto de lei de iniciativa do Poder Executivo, importantes juristas questionaram a 
constitucionalidade de diversos dispositivos nele inseridos. Apesar dessa controvérsia 
doutrinária, o projeto encaminhado ao Congresso Nacional foi aprovado, seguindo-se 
a sanção, a promulgação e a publicação. Sabendo que a lei seria alvo de ataques 
perante o Poder Judiciário em sede de controle difuso de constitucionalidade, o Presi-
dente da República resolveu ajuizar, logo no primeiro dia de vigência, uma Ação Decla-
ratória de Constitucionalidade.
Diante da narrativa acima, responda aos itens a seguir.
a. É cabível a propositura da Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) nesse 
caso? (Valor: 0,65)
b. Em sede de Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC), é cabível a propositura 
de medida cautelar perante o Supremo Tribunal Federal? Quais seriam os efeitos da 
decisão do STF no âmbito dessa medida cautelar? (Valor: 0,60)
Comentário:
A) Não. Não caberia a ADC por falta de comprovação de relevante controvérsia perante ju-
ízes e tribunais a respeito da constitucionalidade da lei. A controvérsia existente no âmbito 
da doutrina não torna possível o ajuizamento da ADC. Com efeito, é de se presumir que, no 
primeiro dia de vigência da lei, não houve ainda tempo hábil para a formação de relevante 
controvérsia judicial, isto é, não haveria decisões conflitantes de tribunais e juízos mono-
cráticos espalhados pelo país. É a própria dicção do art. 14, III, da Lei n. 9.868/1999 que 
estabelece a necessidade de comprovação da relevante controvérsia judicial, não sendo, 
por conseguinte, o momento exato de se manejar a ADC.
B) Sim. Nos termos do art. 21, caput, da Lei n. 9.868/1999, os efeitos da medida cautelar, em 
sede de ADC, serão decididos pelo Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta 
de seus membros. Tais efeitos, de natureza vinculante, serão erga omnes e ex nunc, consistindo 
na determinação de que juízes e tribunais suspendam o julgamento dos processos pendentes 
que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo.
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2. Maria e Pedro são filhos de Joana, governadora do Estado Teta. Maria é vereadora do 
Município Gama, situado no referido Estado, e tenciona concorrer à reeleição. Alice, 
ex-esposa de Pedro, do qual se divorciara no curso do mandato de Joana, almeja con-
correr, pela primeira vez, ao cargo de deputada estadual no Estado Teta.
Tanto Maria como Alice iriam concorrer aos respectivos cargos eletivos durante o man-
dato de Joana, que se encontra em pleno exercício.
a. Maria pode concorrer ao cargo eletivo almejado? Justifique. (Valor: 0,60)
b. Alice pode concorrer ao cargo eletivo almejado? Justifique. (Valor: 0,65)
Comentário:
A) Sim. Maria, candidata à reeleição, pode concorrer no território de jurisdição de Joana, o 
que é autorizado pelo art. 14, § 7º, da CRFB/1988.
B) Não, pois Alice, em razão do parentesco por afinidade, é inelegível para concorrer a car-
go eletivo no território sob jurisdição de Joana, nos termos do art. 14, § 7º, da CRFB/1988, 
o que não é afastado pelo divórcio ocorrido no curso do mandato de Joana, conforme dis-
põe a Súmula Vinculante 18: (“A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso 
do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no art. 14, § 7º, da Constituição Federal”).
3. Com o objetivo de ampliar os níveis de fiscalização sobre as atividades desenvolvidas 
pelo Poder Executivo federal, foi promulgada a Lei Federal n. XX/2018, a partir de projeto 
de lei de iniciativa parlamentar, dispondo que a celebração de contratos administrativos de 
valor superior a um milhão de reais deveria ser previamente autorizada pelo Congresso 
Nacional. Para facilitar a fiscalização, o referido diploma normativo ainda determinou a 
criação do Ministério de Fiscalização, definindo as atribuições do Ministro de Estado.
A partir da hipótese apresentada, responda aos itens a seguir.
a. A autorização do Poder Legislativo, exigida pela Lei Federal n. XX/2018, é compatível 
com a Constituição da República? (Valor: 0,70)
b. A criação do Ministério de Fiscalização, pela Lei Federal n. XX/2018, é compatível 
com a Constituição da República? (Valor: 0,55)
Comentário:
A) Não. A lei é materialmente inconstitucional, pois a exigência de prévia autorização do 
Poder Legislativo para a celebração de certos contratos administrativos afronta a sepa-
ração dos poderes (art. 2º da CRFB/1988) e a competência privativa do Presidente da 
República para exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da Ad-
ministração Federal (art. 84, II, da CRFB/1988).
B) Não. A criação do Ministério de Fiscalização, a partir de projeto de lei de iniciativa parla-
mentar, afronta a iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo nessa matéria (art. 61, § 
1º, II, alínea “e”, da CRFB/1988), logo, a lei é formalmente inconstitucional sob esse prisma.
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4. Com o objetivo de conter o avanço das organizações criminosas em algumas asso-
ciações de moradores, o Estado Alfa editou a Lei n. XX/2018, veiculando as normas 
a serem observadas para a confecção dos estatutos dessas associações e condicio-
nando a posse da diretoria de cada associação à prévia autorização do Secretário de 
Estado de Segurança Pública, que verificaria a vida pregressa dos pretendentes.
À luz da situação hipotética acima, responda aos itens a seguir.
a. A Lei n. XX/2018 do Estado Alfa, ao veicular normas sobre a confecção dos estatu-
tos das associações de moradores, é compatível com a Constituição da República? 
(Valor: 0,70)
b. A exigência de que a posse da diretoria de cada associação de moradores seja ante-
cedida de autorização do Secretário de Segurança Pública do Estado Alfa é material-
mente compatível com a Constituição da República? (Valor: 0,55)
Comentário:
A) Não. Ao dispor sobre a confecção dos estatutos das associações de moradores, a Lei 
n. XX/2018 afrontou a competência privativa da União para legislar sobre Direito Civil (art. 
22, I, da CRFB/1988), sendo formalmente inconstitucional.
B) Não. A exigência de que a posse da diretoria da associação seja antecedida de auto-
rização do Secretário de Segurança Pública afronta a vedação à interferência estatal no 
funcionamento das associações (art. 5º, XVIII, da CRFB/1988).
APOSTA DE PEÇA – AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCONALIDADE (ADI)
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DIREITO DO TRABALHO
QUESTÕES
1. Em ação trabalhista, Luana postulou a condenação da empresa reclamada ao paga-
mento de adicional noturno. Pela empresa, no dia da audiência, compareceu o advo-
gado, munido de procuração e defesa escrita, que explicou ao Juiz que o preposto do 
reclamado estaria retido no trânsito, conforme telefonema recebido. Em face dessa situ-
ação hipotética, responda, de forma fundamentada, às indagações a seguir.
a. O Juiz deve receber a defesa e osdocumentos apresentados pelo advogado da recla-
mada? (Valor: 0,65)
Comentário: Nos termos do art. 844, § 5º, da CLT, ainda que ausente o reclamado, pre-
sente o advogado na audiência, serão aceitos a contestação e os documentos eventual-
mente apresentados.
b. O preposto precisa ser empregado da empresa? (Valor: 0,60)
Comentário: À luz do art. 843, § 3º, da CLT, o preposto não precisa ser empregado 
da empresa.
QUESITOS AVALIADOS FAIXA DE VALORES NOTA
ITEM A. Ainda que ausente o reclamado, pre-
sente o advogado na audiência, serão acei-
tos a contestação e os documentos eventual-
mente apresentados.
(0,55). Citação do art. 844, § 5º, da CLT (0,10).
0,00/0,55/0,65
ITEM B. O preposto não precisa ser empre-
gado da empresa (0,50). Citação do art. 843, 
§ 3º, da CLT (0,10).
0,00/0,50/0,60
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2. José ajuizou reclamação trabalhista contra a empresa XYZ Ltda., sua empregadora, 
requerendo o pagamento dos adicionais de insalubridade e periculosidade. Designada 
perícia pelo Juiz, o perito constatou que, no local de trabalho, o frio era excessivo, o 
equipamento de proteção individual adequado não era disponibilizado e o ambiente era 
perigoso, pois José trabalhava ao lado de um tanque da empresa onde havia grande 
quantidade de combustível armazenado.
Diante do caso, responda:
a. Analise, de acordo com a CLT, a possibilidade de condenação da empresa nos dois 
adicionais desejados, justificando. (Valor: 0,65)
Comentário: Na forma do art. 193, § 2º, da CLT, é impossível o deferimento de ambos os 
adicionais cumulativamente. O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade ou 
de periculosidade que porventura lhe seja devido.
b. Caso José postulasse o adicional de insalubridade, alegando que o ruído era exces-
sivo, analise se seria possível o deferimento do adicional se a perícia constatasse que 
o único elemento insalubre presente no local era o frio. Justifique. (Valor: 0,60)
Comentário: Seria possível, pois o Juiz não fica adstrito ao agente agressor indicado pela 
parte, na forma da Súmula 293 do TST.
QUESITOS AVALIADOS FAIXA DE VALORES NOTA
ITEM A. Impossível o deferimento de ambos 
os adicionais cumulativamente (0,45). Indica-
ção do art. 193, § 2º, da CLT (0,20).
0,00/0,45/0,65
ITEM B. Seria possível, pois o Juiz não fica 
adstrito ao agente agressor indicado pela 
parte (0,40). Indicação da Súmula 293 do TST 
(0,20).
0,00/0,40/0,60
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3. João é dirigente sindical e empregado da sociedade empresária que contrata você como 
advogado(a). Na consulta, resta esclarecido que João praticou falta grave e a sociedade 
empresária quer dispensá-lo. Com base no caso narrado, responda aos itens a seguir.
a. Na qualidade de advogado(a) da sociedade empresária, qual a medida a ser adotada 
a fim de implementar a dispensa de João? Fundamente. (Valor: 0,60)
Comentário: Será necessário ajuizar um inquérito para apuração de falta grave, nos ter-
mos do art. 853 da CLT, Súmulas 197 do STF e 379 do TST.
b. Necessitando de prova testemunhal para as suas alegações, com quantas tes-
temunhas você poderá contar na implementação da medida acima? Fundamente. 
(Valor: 0,65)
Comentário: Cada parte poderá se valer de até seis testemunhas, consoante dispõe o art. 
821 da CLT.
QUESITOS AVALIADOS FAIXA DE VALORES NOTA
ITEM A. Inquérito (judicial) para apuração de 
falta grave (0,50). Citação do art. 853 CLT, OU 
da Súmula 379 do TST, OU da Súmula 197 do 
STF (0,10).
0,00/0,50/0,60
ITEM B. Poderá contar com (até) 6 (seis) tes-
temunhas (0,55). Citação do art. 821 da CLT 
(0,10).
0,00/0,55/0,65
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4. Suze foi empregada da sociedade empresária Ouro Fino Ltda. Durante oito anos. Inicial-
mente, trabalhou em São Paulo/SP e, pelo bom trabalho realizado ao longo do tempo, 
foi promovida a um cargo de confiança e transferida para o Rio de Janeiro/RJ, com 
todas as despesas custeadas pela sociedade empresária.
Suze mudou-se com a família, comprou um imóvel, matriculou seus filhos numa boa 
escola do Rio e lá permaneceu durante anos. Ao final desse período, a sociedade em-
presária, afetada pela crise econômica, encerrou suas atividades, o que acarretou a 
dispensa da funcionária. Após a dispensa, Suze mudou-se para Recife/PE, local onde 
ajuizou a reclamação trabalhista requerendo o pagamento do adicional de transferência 
pelo período em que trabalhou no Rio de Janeiro.
Considerando o caso narrado, como advogado(a) da sociedade empresária, responda 
aos itens a seguir.
a. Sabendo que a sociedade empresária não possui qualquer unidade no Recife e que 
nunca manteve atividade nesse local, qual a medida processual que você deverá 
adotar em relação ao ajuizamento da ação trabalhista nessa unidade da Federação? 
Justifique. (Valor: 0,65)
Comentário: Apresentaria exceção de incompetência territorial em cinco dias, na forma do 
art. 800 da CLT.
b. Com relação ao pedido da ação, o que você deverá sustentar em defesa? Justifique. 
(Valor: 0,60)
Comentário: Alegaria o não cabimento do adicional de transferência, por esta ser definiti-
va, conforme dispõem o art. 469, § 3º, da CLT e a OJ 113 da SDI-1 do TST.
QUESITOS AVALIADOS FAIXA DE VALORES NOTA
ITEM A. Deverá ser apresentada exceção de 
incompetência territorial OU em razão do lugar 
(0,55). Indicação do art. 800 da CLT (0,10).
0,00/0,55/0,65
ITEM B. Deverá ser alegado o não cabimento 
do adicional de transferência, por esta ser 
definitiva (0,50). Indicação do art. 469, § 3º, da 
CLT OU da OJ 113, SDI-1, TST (0,10).
0,00/0,50/0,60
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PEÇA – CONTESTAÇÃO
Nos autos da Reclamação Trabalhista n. 007, movida por Orlando em face da sociedade 
empresária Labuta Ltda., com pedidos certos, determinados e líquidos, em trâmite perante a 
1ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro/RJ, a dinâmica dos fatos e os pedidos foram articula-
dos da seguinte maneira: o trabalhador foi admitido em 13/05/2015, recebeu aviso-prévio em 
09/11/2020, para ser trabalhado, e ajuizou a demanda em 20/04/2021.
Exercia a função de auxiliar de serviços gerais. Requereu sua reintegração porque, em 
20/11/2020, apresentou candidatura ao cargo de dirigente sindical da sua categoria, infor-
mando o fato ao empregador por e-mail, o que lhe garante o emprego na forma do art. 543, 
§ 3º, da CLT, não respeitada pelo ex-empregador.
Trabalhava de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, com intervalo de duas horas para 
refeição, razão pela qual postula duas horas extras diárias.
No período aquisitivo 2018/2019, teve dezoito faltas, sendo doze delas justificadas. Pre-
tendia transformar os dez dias das férias em dinheiro, mas o empregador só permitiu a con-
versão de oito dias. Por conta disso, postulou o pagamento de dois dias não convertidos em 
pecúnia, com acréscimo de 1/3.
Alega que recebia participação nos lucros (PL) uma vez a cada semestre, mas ela não 
era integrada para fim algum, postulando a integração da PL nas verbas salariais, FGTS e 
aquelas devidas pela ruptura, com o pagamento das diferenças correlatas.
Contratado como advogado(a), considerando que os pedidos estavam liquidados, você 
deve apresentar a medida processual adequada à defesa dos interesses da sociedade 
empresária Labuta Ltda., sem criar dados ou fatos não informados. (Valor: 5,00)
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RESOLUÇÃO
 
AO DOUTO JUÍZO DA 1a VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO/RJ
 
Processo n. 007
 
LABUTA LTDA., qualificação e endereço completos, vem, respeitosamente, perante 
Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado (procuração 
anexa), com escritório profissional no endereçocompleto, onde recebe intimações 
e notificações, com fulcro no art. 847 da CLT, OFERECER:
 
CONTESTAÇÃO
 
à reclamação trabalhista que lhe move ORLANDO já qualificado nos autos em epí-
grafe, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.
 
I – PREJUDICIAL DE MÉRITO
 
1. Prescrição quinquenal
Em reclamação trabalhista ajuizada em 20/04/2021, o reclamante postulou parce-
las que retroagem à data de sua admissão, que ocorreu em 13/05/2015.
Nos termos dos arts. 7º, XXIX, da CF e 11 da CLT, o direito de ação quanto a cré-
ditos resultantes das relações de trabalho prescreve em cinco anos, contados da 
data do ajuizamento da ação (Súmula 308, I, do TST).
Diante do exposto, requer a extinção do processo com resolução do mérito, à luz do 
art. 487, II, do CPC, quanto às parcelas anteriores aos últimos cinco anos, contados 
do ajuizamento da ação, ou seja, anteriores a 20/04/2016, que foram postuladas.
 
II – MÉRITO
 
1. Reintegração
O reclamante postulou a reintegração ao emprego porque, em 20/11/2020, apre-
sentou candidatura ao cargo de dirigente sindical da sua categoria, informando o 
fato ao empregador por e-mail.
Não assiste razão ao reclamante, pois recebeu o aviso-prévio em 09/11/2020, de 
modo que o registro de sua candidatura ocorreu no curso do aviso. Nos termos da 
Súmula 369, V, do TST, “o registro da candidatura do empregado a cargo de diri-
gente sindical durante o período de aviso-prévio, ainda que indenizado, não lhe 
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assegura a estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da Conso-
lidação das Leis do Trabalho”.
Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de reintegração.
 
2. Horas extras
O reclamante postulou a condenação do reclamado ao pagamento de horas extra-
ordinárias, sob o argumento de que trabalhava de segunda a sexta-feira, das 8h 
às 18h, com intervalo de duas horas para refeição, jamais recebendo horas extras.
Não assiste razão ao reclamante, pois laborava oito horas diárias e usufruía de 
intervalo intrajornada de duas horas. Não excedia, portanto, o limite constitucio-
nal de oito horas diárias e 44 semanais de labor, previsto nos art. 7º, XIII, da CF e 
58 da CLT.
Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de horas extras.
 
3. Férias
O reclamante postula a condenação da reclamada ao pagamento de dois dias não 
convertidos em pecúnia, com acréscimo de 1/3, uma vez que o empregador lhe 
permitiu converter em dinheiro apenas oito dias.
Não assiste razão ao reclamante, pois, no período aquisitivo 2008/2009, o recla-
mante teve 18 faltas, sendo apenas 12 delas justificadas. A quantidade de faltas 
injustificadas, seis, permite a fruição de 24 dias de férias, à luz do art. 130, II, da 
CLT. Conforme institui o art. 143 da CLT, o empregado tem o direito de converter 
apenas 1/3 em abono pecuniário.
Diante do exposto, requer a improcedência do pedido.
 
4. Participação nos lucros e resultados
O reclamante postulou a integração da participação nos lucros e resultados nas 
verbas salariais, FGTS e aquelas devidas pela ruptura, com o pagamento das dife-
renças correlatas.
Não assiste razão ao reclamante, pois, nos termos dos arts. 7º, XI, da CF e 3º da 
Lei n. 10.101/2000, a participação nos lucros não substitui ou complementa a remu-
neração devida a qualquer empregado, nem constitui base de incidência de qual-
quer encargo trabalhista, não se lhe aplicando o princípio da habitualidade.
Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de integração da PL nas 
verbas salariais, bem como dos seus reflexos.
 
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III – REQUERIMENTOS FINAIS
 
Diante do exposto, requer a produção de todos os meios de prova em direito 
admitidos, em especial o depoimento pessoal do reclamante, sob a consequência 
de confissão.
Por fim, requer o acolhimento da prejudicial para que seja determinada a extinção 
do processo, com resolução do mérito, à luz do art. 487, II, do CPC, quanto às 
parcelas anteriores aos últimos cinco anos, contados do ajuizamento da ação, e, 
sucessivamente, no mérito, requer a improcedência de todos os pedidos do recla-
mante, condenando-o ao pagamento de custas processuais e honorários advocatí-
cios, no importe de 15%, nos termos do art. 791-A da CLT.
Nestes termos,
pede deferimento.
Local e data.
Advogado(a)
OAB n.
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EXAME DE ORDEM – XVIII – ESPELHO DE CORREÇÃO
QUESITO AVALIADO FAIXA DE VALORES
ATENDIMENTO AO 
QUESITO
Contestação dirigida ao Juízo da 1ª Vara do 
Trabalho do RIO DE JANEIRO/RJ (0,10). 0,00/0,10
Qualificação das partes: identificação do autor 
(0,10) e do réu (0,10). 0,00/0,10/0,20
Indicação do art. 847 da CLT (0,10). 0,00/0,10
Prescrição das pretensões anteriores a 
20/04/2016 OU prescrição das pretensões 
anteriores a cinco anos do ajuizamento da 
ação (0,70).
Indicação do art. 7º, XXIX, da CF/1988; OU do 
art. 11 da CLT; OU da Súmula 308, I, do TST 
(0,10).
0,00/0,70/0,80
Indevida a reintegração, porque a candidatura 
ocorreu no decorrer do aviso-prévio (0,80).
Indicação da Súmula 369, V, do TST (0,10).
0,00/0,80/0,90
A jornada não excede o módulo constitucional, 
sendo indevidas as horas extras (0,70).
Indicação do art. 7º, XIII, da CF/1988; OU do 
art. 58 da CLT (0,10).
0,00/0,70/0,80
A quantidade de faltas injustificadas (seis) 
permite a fruição de 24 dias de férias. Logo, 
apenas oito dias poderiam ser convertidos em 
pecúnia (0,70). Indicação dos art. 130, II, OU 
143 da CLT (0,10).
0,00/0,70/0,80
Participação nos lucros não tem natureza 
salarial; OU a PL não reflete em qualquer 
outro direito (0,70).
Indicação do art. 3º da Lei n. 10.101/2000; OU 
da CF/1988, art. 7º, XI (0,10).
0,00/0,70/0,80
Requerimento do acolhimento da prejudicial 
de mérito (0,10), improcedência dos pedidos 
(0,10) e indicação das provas a serem produ-
zidas (0,10).
0,00/0,10/0,20/0,30
Fechamento da peça: data, Local, advoga-
do(a), OAB n. __ (0,20). 0,00/0,20
TOTAL
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DICAS
Dica 1
A execução será promovida pelas partes, sendo promovida de ofício apenas nos casos 
em que as partes não estiverem representadas por advogado (art. 878 da CLT).
Dica 2
O não comparecimento do reclamado à audiência inicial ou una importa revelia, além de 
confissão quanto à matéria de fato (art. 844 da CLT). Ainda que ausente o reclamado, mas 
presente seu advogado na audiência, serão aceitos a contestação e os documentos eventu-
almente apresentados (art. 844, § 5º, da CLT).
Dica 3
Quanto ao processo de homologação de acordo extrajudicial, é importante lembrar: a) 
terá início por petição conjunta; b) é obrigatória a representação das partes por advogado 
(não se aplica o jus postulandi); c) as partes não poderão ser representadas por advogado 
comum; d) suspende o prazo prescricional da ação quanto aos direitos nela especificados; e) 
no prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição, o Juiz analisará o acordo, desig-
nará audiência se entender necessário e proferirá sentença; f) da sentença que não homolo-
gar o acordo é cabível recurso ordinário (art. 855-B e ss da CLT e art. 895 da CLT).
Dica 4
Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante não poderá, sem o 
consentimento do reclamado, desistir da ação (art. 841, § 3º, da CLT).
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DIREITO PENAL
1) Com a edição da Lei n. 13.964/2019, o crime de estelionato tornou-se, em regra, de 
ação pública condicionada à representação, ou seja, acrescentou-se uma condição 
de procedibilidade para os processos, sem a qual nem sequer pode ser instaurado 
o inquérito policial ou oferecida a denúncia. O art. 171, §5º, entretanto, trouxe exce-
ções à essa nova regra, tornando a ação penal pública incondicionada quando a 
vítima for: a) a Administração Pública, direta ou indireta; b) criança ou adolescente; 
c) pessoa com deficiência mental; d) pessoa maior de 70 (setenta) anos de idade; 
ou e) pessoa incapaz.
2) Acordo de não persecução penal:
3) É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar 
a pena-base (Súmula 444-STJ).
4) Nos crimes de lesão corporal, ainda que de natureza leve ou culposa, quando 
praticada em ambiente doméstico contra a mulher, a ação será pública incondi-
cionada, aplicando-se o disposto na Súmula 542 do STJ: “A ação penal relativa 
ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é 
pública incondicionada”.
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5) Na primeira fase do procedimento do júri, caberá apelação contra sentença de 
impronúncia e contra sentença que absolver sumariamente o réu. Da decisão que 
pronunciar o réu ou desclassificar o crime caberá recurso em sentido estrito.
6) Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem mediante emprego 
de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à perse-
guição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a 
posse mansa e pacífica ou desvigiada (Súmula 582-STJ).
7) O procedimento comum pode assumir três ritos diferentes: (i) ordinário; (ii) sumá-
rio; e (iii) sumaríssimo. O procedimento comum ordinário será observado quando 
o processo tiver por objeto crime com pena privativa de liberdade igual ou superior 
a quatro anos; o procedimento comum sumário será aplicado quando o processo 
tiver por objeto crime com pena privativa de liberdade inferior a quatro anos; e o 
procedimento comum sumaríssimo somente será observado quando o processo 
tiver por objeto infração penal de menor potencial ofensivo, ou seja, com pena abs-
trata igual ou inferior a dois anos e contravenções penais.
Procedimento Pena
Comum X ≥ 4
Sumário X < 4
Sumaríssimo X ≤ 2
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8) Efeito extensivo dos recursos: no caso de concurso de agentes, a decisão do recurso 
interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclu-
sivamente pessoal, aproveitará aos outros. O referido efeito também é aplicável às 
ações autônomas de impugnação, notadamente o habeas corpus e a revisão criminal.
9) Na desistência voluntária, o agente, por ato voluntário, interrompe o processo exe-
cutório do crime, abandonando a prática dos demais atos necessários e que esta-
vam à sua disposição para a consumação.
10) No arrependimento eficaz, depois de já praticados todos os atos executórios sufi-
cientes à consumação do crime, o agente adota providências aptas a impedir a 
produção do resultado.
11) Na desistência voluntária e no arrependimento eficaz, o efeito é o mesmo: o agente 
não responde pela forma tentada do crime inicialmente desejado, mas somente 
pelos atos já praticados.
12) Arrependimento posterior é a causa obrigatória de diminuição da pena que ocorre 
quando o responsável pelo crime praticado sem violência à pessoa ou grave 
ameaça, voluntariamente e até o recebimento da denúncia ou queixa, restitui a 
coisa ou repara o dano provocado por sua conduta.
13) Caberá apelação das decisões do Tribunal do Júri quando for a decisão dos jurados 
manifestamente contrária à prova dos autos. Se a apelação se fundar nessa hipó-
tese, não se admite, pelo mesmo motivo, segunda apelação.
14) Caberá recurso em sentido estrito da decisão que recusar homologação à proposta 
de acordo de não persecução penal.
15) Cabe Agravo em Execução (art. 197 da LEP) das decisões proferidas pelo juízo da 
Execução Penal, no prazo de cinco dias (Súmula 700-STF).
16) Para a configuração da violência doméstica e familiar prevista no art. 5º da Lei n. 
11.340/2006 (Lei Maria da Penha), não se exige a coabitação entre autor e vítima 
(Súmula 600-STJ).
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17) Não se admite a suspensão condicional do processo por crime continuado, se a 
soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto 
for superior a um ano (Súmula 723-STF).
18) A execução da pena restritiva de direitos depende do trânsito em julgado da conde-
nação (Súmula 643-STJ).
19) A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motiva-
ção idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a 
pena aplicada (Súmula 718-STF).
20) O crime de fraude à licitação é formal, e sua consumação prescinde da comprova-
ção do prejuízo ou da obtenção de vantagem (Súmula 645).
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QUESTÕES DISCURSIVAS
1. Carleto foi denunciado pela prática do injusto de homicídio simples porque teria desfe-
rido disparos, com sua arma regular, contra seu vizinho Mário durante uma discussão, 
causando-lhe as lesões que foram a causa da morte da vítima. Logo que recebida a 
denúncia, Carleto foi submetido a exame de insanidade mental, tendo o laudo concluído 
que ele se encontrava nas condições do art. 26, caput, do Código Penal. 
Finda a primeira etapa probatória do procedimento dos crimes dolosos contra a vida, 
no momento das alegações finais, a defesa técnica de Carleto, escorada em uma das 
vertentes da prova produzida, alegou que o réu atuou em legítima defesa. 
O Juiz, ao final da primeira fase do procedimento, absolveu sumariamente o acusado 
em razão da inimputabilidade reconhecida, aplicando a medida de segurança de inter-
nação pelo prazo mínimo de um ano. 
A família de Carleto, insatisfeita com a medida de segurança aplicada, procura você, 
como advogado(a), para a adoção das medidas cabíveis. 
Considerando o caso narrado, responda, na condição de advogado(a) de Carleto, aos 
itens a seguir.
a. Qual é o recurso cabível para a defesa combater aquela decisão? Justifique.
b. Qual tese jurídica de direito processual a defesa de Carleto poderá alegar para com-
bater a decisão respectiva? Justifique.
2. Há muito tempo Maria encontra-se deprimida, nutrindo desejos de acabar com a própria 
vida. João, sabedor dessa condição, e querendo a morte de Maria, resolve instigá-la 
a se matar. Pondo seu plano em prática, João visita Maria todos os dias e, quando ela 
toca no assunto de que não tem mais razão para viver, que deseja se matar, pois a vida 
não faz mais sentido, João a estimula e a encoraja a pular pela janela. 
Um belo dia, logo após ser instigada por João, Maria salta pela janela de seu apartamento 
e, por pura sorte, sofre apenas alguns arranhões, não sofrendo qualquer ferimento grave. 
Considerando apenas os fatos apresentados, responda, de forma justificada, aos se-
guintes questionamentos: 
a. João cometeu algum crime? 
b. Caso Maria viesse a sofrer lesões corporais de natureza grave em decorrência da 
queda, a condição jurídica de João seria alterada?
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APOSTA DE PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Modelo:
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Jus-
tiça do Estado _____.
Ou:
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal Regional 
Federal da ___ Região.
Ou:
Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Egrégio Superior Tribunal de Justiça.
Ou:
Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Egrégio Supremo Tribunal Federal.
Ou:
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente da Egrégia ___ Turma Recursal dos Jui-
zados Especiais Criminais do Estado _____.
Ou:
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente da Egrégia ___ Turma Recursal dos Jui-
zados Especiais CriminaisFederais do Estado _____.
(Pular 1 linha)
Nome _____, nacionalidade _____, estado civil _____, profissão _____, portador do RG 
_____, inscrito no CPF sob o n. _____, residente e domiciliado na rua _____, vem perante 
Vossa Excelência, com fulcro no art. 621, (inciso), do Código de Processo Penal, propor 
Revisão Criminal em face da decisão de fls. ___, exarada nos autos do Processo n. _____, 
em razão dos fatos e fundamentos jurídicos a seguir aduzidos:
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I. DOS FATOS
II. DO DIREITO
III. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, com fundamento no art. 626 do Código de Processo Penal, requer 
que seja julgado procedente o pedido revisional para que:
(1) altere a classificação do fato delituoso; ou
(2) absolva o acusado; ou
(3) modifique a pena; ou
(4) anule o processo; e 
(5) reconheça o direito do revisionando a uma justa indenização pelos prejuízos sofridos, 
nos termos do art. 630 do CPP.
Termos em que _____
Pede deferimento.
Local _____, data _____ 
Advogado _____
OAB n. _____
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CASO CONCRETO
João foi processado e condenado a pena de dois anos de reclusão, cumprida em regime 
aberto, com o respectivo trânsito em julgado, pela prática de estelionato majorado, previsto no 
artigo 171, § 3º, do Código Penal, em face de um golpe financeiro que teria, mediante ardil, 
induzido em erro e gerado prejuízos a entidade de direito público localizada no centro da cidade 
de São Paulo. Passados dois meses após o trânsito em julgado da decisão condenatória, 
surgem novas provas reconhecendo que, na realidade, a entidade de direito público não teve 
qualquer prejuízo econômico em face da conduta de João. Como advogado de João, ajuíze 
a peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus, apresentando a tese jurídica adequada.
Comentário:
A peça pertinente consiste na interposição da revisão criminal ajuizada perante o Tribunal 
de Justiça de São Paulo, com fulcro no artigo 621, III, do CPP, em face de a descoberta 
de novas provas ter ocorrido após o trânsito em julgado da sentença condenatória. No 
mérito, deverá o candidato pleitear a desconstituição da sentença penal condenatória e a 
absolvição do condenado em face da atipicidade da conduta, vez que as novas provas cor-
roboram que não houve prejuízo econômico para a entidade de direito público, tornando-se 
atípica a conduta, por não haver ofensa ao patrimônio.
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DIREITO CIVIL
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Em 25 de janeiro de 2018, João Paulo Junior, data do seu aniversário de 15 anos de 
idade; e seu irmão Gustavo, com 12 anos de idade, voltavam a pé da casa de sua avó para 
sua residência em Conselheiro Lafaiete – MG, no acostamento de uma estrada, quando 
foram atingidos por uma moto que fazia ultrapassagem indevida, em alta velocidade. O atro-
pelamento causou sérios danos à saúde dos dois meninos, que ficaram com várias cicatri-
zes permanentes no rosto e nas pernas, bem como ficaram impossibilitados de frequentar 
a escola. Em ação de reparação por danos patrimoniais, estéticos e morais, movida 14 de 
janeiro de 2022 contra o proprietário da moto, Ricardo Eduardo, o Juiz da 3ª Vara Cível da 
Comarca de Conselheiro Lafaiete – MG profere decisão liminar, em 18 de março de 2022, 
uma sexta-feira, alegando prescrição da pretensão de João Paulo Junior e que, ainda que 
não estivesse prescrita a pretensão, se João Paulo estava caminhando numa estrada ao lado 
do seu irmão menor, isso revela culpa exclusiva da vítima e que não há embasamento legal 
para cumular dano material, moral e estético. Quanto ao pedido indenizatório do menor Gus-
tavo, o Juiz entendeu que deveria prosseguir a demanda, pois ele ainda era criança absolu-
tamente incapaz à época do acidente, o que, num juízo prévio, lhe dá o direito de prosseguir 
com a demanda, visto que até a presente data, Gustavo ainda é menor de idade. Indignado 
com a decisão, João Paulo pretende impugná-la, no último dia, e procura você, como advo-
gado, para elaborar a processual cabível, afastada a possibilidade de embargos de decla-
ração. O objetivo de João Paulo Junior é ver acolhida todas as suas pretensões, o que ele 
insiste que sejam trabalhadas por você na peça processual.
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GABARITO COMENTADO
A peça processual cabível é o recurso de agravo de instrumento, interposta por João Paulo, 
que já é maior de idade e não precisa de assistência ou representação, com fundamento no 
artigo 1.015, inciso II, do Código de Processo Civil, interposto perante o Tribunal de Justiça de 
Minas Gerais, no prazo de 15 dias úteis, conforme artigo 1.003 do Código de Processo Civil, 
ou seja, até 8 de abril de 2022. Além dos aspectos fundamentais do recurso de agravo de ins-
trumento, requisitos objetivos e subjetivos, o candidato deve mencionar o nome das partes e 
descrever os fatos. Não deve atribuir valor à causa ou protestar pela produção de provas, eis 
que não se trata de uma petição inicial. Deve pedir ao Tribunal que, provido o agravo, deter-
mine ao juízo a quo o processamento do pleito de João Paulo Junior, afastada a argumentação 
de prescrição, a fim de que a demanda tenha o curso regular. Pode, ainda, pedir a intimação do 
agravado para apresentar contrarrazões, na forma do artigo 1.018 do CPC/2015.
Igualmente, devem ser explorados os pontos de direito substancial. Assim, você deve 
esclarecer que não há perda da pretensão, pois, quando do fato ocorrido, João Paulo era 
absolutamente incapaz e não corre a prescrição contra os incapazes de que trata o artigo 
3º, conforme preleciona o artigo 198, I, do Código Civil. Além disso, você deve mencionar as 
Súmulas 37 e 387, do STJ que tratam da possibilidade de cumulação de pedidos de danos 
materiais e morais, bem como morais e estéticos oriundos do mesmo fato. Tais circunstân-
cias devem ser explicadas na peça recursal, observados os fatos descritos no enunciado e 
indicados os dispositivos legais pertinentes.
Item 01 Observar requisitos de admissibilidade do agravo de instrumento: adequação 
(0,25), preparo ou pedido de gratuidade (0,25), tempestividade (0,25) e cabimento (0,25) (0/ 
0,25/ 0,5/ 0,75/ 1,0)
Item 02 Abordar corretamente a legitimidade e fundamentar. (0/ 0,25/ 0,5)
Item 03 Mencionar a responsabilidade civil subjetiva – art. 186 e 927 do Código Civil – 
Fundamentar. (0/ 0,25/ 0,5)
Item 04 Afirmar que não corre a prescrição contra o incapaz – art. 198, I, do Código Civil. 
Fundamentar. (0/ 0,5/ 1,0)
Item 05 Mencionar o cabimento de danos materiais e morais e morais e estéticos. Fun-
damentar e justificar. (0/ 0,5/ 1,0)
Item 06 Formular corretamente os pedidos: requerer o acolhimento da demanda e a 
remessa ao juízo a quo (0,25); o provimento do recurso para reforma da decisão interlocu-
tória (0,25); o provimento do recurso para que seja proferido novo julgamento na primeira 
instância, enfrentando mérito (0,25); a inversão do ônus de sucumbência e fixação de hono-
rários (0,25). (0/ 0,25/ 0,5/ 0,75/ 1,0)
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QUESTÕES
1. Em agosto de 2019, Giselle pediu, por meio de site de compras, um fogão de cinco bocas 
com forno numa loja de eletrodomésticos, adquirindo-o para uso pessoal e doméstico. 
Seis meses depois, ao ligar o forno pela primeira vez para assar um bolo, o forno explo-
diu e causou sérios danos à sua integridade física e estética. Desconhecedora de seus 
direitos, Giselle ajuizou ação no Juizado Especial de Brasília quase três anos depois do 
ocorrido, em março de 2022, exigindo a reparação contra a fabricante do produto, cujo 
valor da causa foi de vinte salários mínimos. Quando da prolação dasentença, o Juiz 
de primeiro grau acolheu o argumento da fabricante, julgando improcedente o pedido 
de Giselle, com fundamento no art. 26 do Código de Defesa do Consumidor, segundo 
o qual “o direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em: 
[...] II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis.” 
Afirmou, ainda, que a autora não fez prova do defeito técnico do aparelho e que não 
tinha capacidade postulatória, pois deveria estar representada por um advogado. Com 
base nas normas do Código de Defesa do Consumidor, responda a seguir:
a. Giselle tem prazo prescricional ou decadencial de quanto tempo e contado a partir de 
quando para pleitear indenização? São corretos os fundamentos da sentença?
b. Se Giselle quiser recorrer, qual recurso deve interpor e em qual prazo? Deve estar 
representada por advogado? Deve pagar o ônus da sucumbência?
Comentário:
A) Giselle tem prazo prescricional de cinco anos, à luz do artigo 27 do Código de Defesa 
do Consumidor, contado do conhecimento do dano e de sua autoria, pois requer a respon-
sabilidade pelo fato do produto na ordem do artigo 12 do CDC. Assim, não estão corretos 
os fundamentos da sentença.
B) Giselle deve interpor recurso inominado, no prazo de dez dias contados da publicação 
da sentença, conforme ensinam os artigos 41 e 42 da Lei n. 9.099, de 1995, devendo estar 
representada por advogado e pagar o preparo do recurso. Somente se Giselle for vencida 
no recurso deve pagar o ônus da sucumbência, na forma do artigo 55 da mesma lei.
Item A – Dizer que se trata de fato do produto – art. 12, caput e § 3º, e 27 do CDC – prazo 
cinco anos. Fundamentar e justificar. (0/ 0,25/ 0,5)
Item B – Falar do recurso inominado no prazo de dez dias. Falar do ônus da sucumbência. 
Fundamentar e justificar. (0/ 0,25/ 0,5/ 0,75)
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2. Eduardo, solteiro, maior e capaz, sem herdeiros necessários, fez um testamento em que 
dispôs da totalidade de seu patrimônio para sua prima e madrinha Patricia, no ano de 
2017. Nesse testamento, está posto que Patricia terá a propriedade de um bem imóvel 
na cidade de Natal/RN, gravando-o, contudo, com cláusula de inalienabilidade vitalícia. 
Em 2019, após o falecimento de Eduardo, Patricia aceita a disposição testamentária e 
torna-se titular desse direito patrimonial por meio daquela disposição, que foi registrada 
no ofício do registro de imóveis competente. Ocorre que agora, em 2022, Patricia está 
com necessidade de vender esse imóvel, pois deve se mudar para outro país e recebeu 
uma excelente proposta de compra. Diante disso, responda:
a. É possível vender o imóvel deixado por Eduardo a Patricia? Se sim, quais as medidas 
judiciais cabíveis? Justifique e fundamente sua resposta.
b. Se Eduardo, depois de elaborado o testamento, descobrir que tem um filho e reco-
nhecer sua paternidade, o que acontece com as disposições testamentárias? Como 
ficaria a distribuição da herança com o falecimento de Eduardo?
Comentário:
A) Sim, é possível a alienação mediante pedido de autorização judicial de subrogação, 
fundamentado pela parte, e desde que o produto da venda seja convertido em outros bens 
sobre os quais incidirão as restrições apostas aos primeiros, na forma do artigo 1.911, 
caput e parágrafo único do Código Civil.
B) No caso em comento, o testamento será rompido em todas as suas disposições, na 
forma dos artigos 1.973 a 1.975 do Código Civil. Se, porventura, Eduardo falecer depois de 
reconhecer o filho, sem ajustar o testamento, esse ficaria com toda a herança, na melhor 
forma do artigo 1.829 do Código Civil.
Item A – É possível a alienação mediante autorização judicial de subrogação – art. 1.911 e 
parágrafo único do Código Civil. Fundamentar e justificar. (0/ 0,25/ 0,5)
Item B – Falar do rompimento e da ordem de sucessão legítima. Fundamentar e justificar. 
(0/ 0,25/ 0,5/ 0,75)
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3. Raquel está sendo executada judicialmente por Nilândio, tendo sido penhorada a casa 
de praia de sua propriedade exclusiva, e que não é bem de família, situado em Jurerê 
Internacional, Florianópolis, Santa Catarina. A penhora se deu porque Raquel é fiadora 
da locação de imóvel de alto padrão ocupado por Carolina, que não vem pagando os 
aluguéis. Eugênio, esposo de Raquel, casado com ela pelo regime da separação abso-
luta de bens, pretende a aquisição do bem penhorado, sem que o imóvel seja subme-
tido à hasta pública. Diante do caso concreto, responda:
a. A pretensão de Eugênio é juridicamente possível? Em caso positivo, identifique os 
requisitos exigidos pela lei para que o ato judicial seja considerado perfeito e aca-
bado. Considere que não há outros pretendentes ao bem penhorado.
b. Se Eugênio e Raquel fossem casados no regime da comunhão parcial de bens, o 
imóvel penhorado seria comum ao casal? Raquel poderia ser fiadora de Carolina da 
mesma forma?
Comentário:
A) Trata-se do instituto da adjudicação, previsto no CPC, nos artigos 876 a 878. O candida-
to deverá responder que Eugênio pode adjudicar o imóvel penhorado, o que é fundamen-
tado no § 5º do artigo 876. Para que o ato judicial seja perfeito e acabado, necessária a 
lavratura e assinatura do auto pelo Juiz, pelo adjudicante, pelo escrivão e pelo executado, 
expedindo-se a respectiva carta, que conterá a descrição do imóvel, com remissão à ma-
trícula e registros, acompanhada de cópia do auto de adjudicação e a prova de quitação do 
imposto de transmissão, na forma do artigo 877 do CPC.
B) No regime da comunhão parcial de bens, entram na comunhão os bens adquiridos 
onerosamente na constância da sociedade conjugal, na melhor forma do artigo 1.658 do 
Código Civil. Assim, se o imóvel for adquirido na constância, será bem comum, se antes 
do casamento, será bem exclusivo de Raquel. De toda sorte, se Raquel fosse casada no 
regime da comunhão parcial, para prestar fiança, deveria obter a autorização marital ou o 
suprimento judicial, conforme artigos 1.647, III, a 1.649 do CC.
Item A – Indicar a adjudicação – art. 876 a 878 do CPC como a medida cabível. Fundamen-
tar e justificar o seu cabimento no caso concreto. (0/ 0,25/ 0,5)
Item B – Indicar o regime da comunhão parcial e a comunicação dos bens. Indicar a ne-
cessidade de autorização marital e suprimento judicial. Fundamentar e justificar. (0/ 0,25/ 
0,5/ 0,75)
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4. João celebrou contrato de locação de imóvel residencial urbano com Vera. Dezoito 
meses depois de pactuada a locação, João ingressa com ação revisional de aluguel 
argumentando que o valor pago nas prestações estaria muito acima do praticado pelo 
mercado, o que estaria gerando desequilíbrio no contrato de locação. A ação foi pro-
posta, mas João não requereu a fixação de aluguel provisório. Foi designada audiência 
de tentativa de conciliação, que restou infrutífera.
Diante da situação hipotética, responda:
a. Se você é o advogado de Vera, qual a medida cabível a fim de defender os interesses 
dela, apontando o prazo legal para fazê-lo e os argumentos que serão invocados?
b. Quais argumentos mínimos devem ser apresentados na contestação de Vera?
Comentário:
A) A medida judicial cabível a Vera é a contestação, a ser apresentada a partir da audiência 
que teve a conciliação conciliação infrutífera (art. 68, I e IV, da Lei n. 8.245/1991).
B) Em preliminar, Vera pode, por meio de seu advogado, argumentar a carência da ação, 
tendo em vista que a referida Lei de Locações aduz que as ações que visem à revisão judi-
cial de aluguel somente poderão ser propostas depois de transcorrido o triênio da vigência 
do contrato (art. 19 da Lei n. 8.245/1991). Assim, o feito deve ser extinto sem resolução de 
mérito, na forma do artigo 485, VI, do CPC.
A) Contestação – art. 68, I e IV,da Lei n. 8.245/1991. Fundamentar e justificar. (0/ 0,25/ 0,5)
B) Carência de ação. Três anos de vigência do contrato. Falta de condição da ação. Extin-
ção do processo sem resolução de mérito – art. 485 do CPC. Fundamentar e justificar. (0/ 
0,25/ 0,5/ 0,75)
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DICAS
1) Art. 54-A, § 1º, do CDC: superendividamento é a impossibilidade manifesta de o consumi-
dor pessoa natural, de boa-fé, pagar a totalidade de suas dívidas de consumo, exigíveis 
e vincendas, sem comprometer seu mínimo existencial, nos termos da regulamentação. 
Observe que não estão aqui inseridas as pessoas jurídicas ou entes despersonalizados.
2) Art. 104-A do CDC. A requerimento do consumidor superendividado pessoa natural, 
o Juiz poderá instaurar processo de repactuação de dívidas, com vistas à realiza-
ção de audiência conciliatória, presidida por ele ou por conciliador credenciado no 
juízo, com a presença de todos os credores de dívidas previstas no art. 54-A deste 
Código, na qual o consumidor apresentará proposta de plano de pagamento com 
prazo máximo de 5 (cinco) anos, preservados o mínimo existencial, nos termos da 
regulamentação, e as garantias e as formas de pagamento originalmente pactuadas.
§ 1º Excluem-se do processo de repactuação as dívidas, ainda que decorrentes de 
relações de consumo, oriundas de contratos celebrados dolosamente sem o pro-
pósito de realizar pagamento, bem como as dívidas provenientes de contratos de 
crédito com garantia real, de financiamentos imobiliários e de crédito rural.
3) Art. 304 do CPC. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, ou seja, 
requerida em caráter antecedente, torna-se estável se, da decisão que a conce-
der, não for interposto o respectivo recurso. Nesse caso, o processo será extinto, e 
qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou 
invalidar a tutela antecipada estabilizada.
4) Art. 246 do CPC. A citação será feita preferencialmente por meio eletrônico, no 
prazo de até 2 (dois) dias úteis, contado da decisão que a determinar, por meio dos 
endereços eletrônicos indicados pelo citando no banco de dados do Poder Judiciá-
rio, conforme regulamento do Conselho Nacional de Justiça.
§ 1º-C Considera-se ato atentatório à dignidade da justiça, passível de multa de até 
5% (cinco por cento) do valor da causa, deixar de confirmar no prazo legal, sem 
justa causa, o recebimento da citação recebida por meio eletrônico.
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5) Art. 1.009 do CPC. Da sentença cabe apelação.
§ 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não 
comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser sus-
citadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou 
nas contrarrazões, ou seja, se não for possível interpor agravo de instrumento, a parte 
deverá aguardar até o momento da prolação da sentença para impugnar o conteúdo 
da decisão que não preclui em caso de não interposição de agravo de instrumento.
6) Art. 525 do CPC. Transcorrido o prazo previsto no art. 523, de 15 dias úteis, sem 
o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o execu-
tado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios 
autos, sua impugnação. Conforme § 1º, o rol é taxativo e restrito e, portanto, na 
impugnação, o executado poderá alegar falta ou nulidade da citação se, na fase 
de conhecimento, o processo correu à revelia; ilegitimidade de parte; inexequibili-
dade do título ou inexigibilidade da obrigação; penhora incorreta ou avaliação errô-
nea; excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; incompetência 
absoluta ou relativa do juízo da execução; qualquer causa modificativa ou extintiva 
da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, 
desde que supervenientes à sentença.
7) Art. 1.647 do CC. Em regra, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, 
exceto no regime da separação absoluta, alienar ou gravar de ônus real os bens imó-
veis; pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; prestar fiança ou 
aval; fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam 
integrar futura meação. Nesses casos, a falta de autorização, não suprida pelo Juiz, 
quando necessária (art. 1.647), tornará anulável o ato praticado, podendo o outro côn-
juge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade conjugal.
8) Art. 1.973 e 1.974 do CC. Sobrevindo descendente sucessível ao testador, que não 
o tinha ou não o conhecia quando testou, rompe-se o testamento em todas as suas 
disposições, se esse descendente sobreviver ao testador, e também rompe-se o 
testamento feito na ignorância de existirem outros herdeiros necessários. Por outro 
lado, nos termos do art. 1.975, na doação, não se rompe o testamento, se o testa-
dor dispuser da sua metade, não contemplando os herdeiros necessários de cuja 
existência saiba, ou quando os exclua dessa parte.
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9) Art. 550 do CC. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada 
pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dis-
solvida a sociedade conjugal.
10) Art. 504 do CC. Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte 
a estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não 
se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si a parte 
vendida a estranhos, se o requerer no prazo de 180 dias, sob pena de decadência 
(adjudicação compulsória).
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DIREITO EMPRESARIAL
(Para você arrasar no XXXIV Exame da Ordem)
Dica 01
ESSÊNCIA EMPRESARIAL DAS COMPANHIAS
Característica fundamental das sociedades anônimas (companhias) é sua essência 
empresarial. Nos termos do parágrafo único do art. 982 do Código Civil, as companhias 
são consideradas empresárias, independentemente de seu objeto (nos mesmos termos, é a 
dicção do § 1º do art. 2º da Lei n. 6.404/1976).
Dessa forma, ainda que determinada companhia (S/A) não explore atividade econômica 
organizada, ela sempre será EMPRESARIAL!
Dica 02
SOCIEDADE EM COMUM
Sociedade em comum é aquela que ainda não inscreveu seus atos constitutivos no órgão 
competente (junta comercial ou cartório de registro civil das pessoas jurídicas).
Como é o registro que confere personalidade jurídica à sociedade, a sociedade em 
comum não possui personalidade jurídica.
Dica 03
PROFISSIONAIS INTELECTUAIS X EMPRESÁRIOS
Os profissionais intelectuais podem ser considerados empresários (art. 966, parágrafo 
único, do CC) quando o exercício da profissão constituir mero elemento de empresa.
Dica 04
CONTRATOS EMPRESARIAIS E DIREITO DO CONSUMIDOR
Nos termos do Enunciado n. 20 da I Jornada de Direito Comercial, o Código de Defesa 
do Consumidor (Lei n. 8.078/1990) não se aplica aos contratos celebrados entre empresários 
em que um dos contratantes tenha por objetivo suprir-se de insumos para sua atividade de 
produção, comércio ou prestação de serviços.
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Dica 05
NATUREZA JURÍDICA DO ESTABELECIMENTO COMERCIAL
O estabelecimento é uma universalidade de fato e, como tal, pode ser objeto de transa-
ções próprias.
DICAS SOBRE A CONTESTAÇÃO
Apresentação
Dentre as respostas possíveis do réu quanto à citação está a contestação, prevista no 
art. 336 do CPC: “incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo 
as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as provas 
que pretende produzir”.
Adefesa do réu pode ser processual (denominada preliminar e prevista no art. 337) e de 
mérito. Cabe também ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na petição 
inicial, pois se presumem verdadeiros os fatos não impugnados, a não ser nos casos em que 
não for admissível, a seu respeito, a confissão, ou se a petição inicial não estiver acompa-
nhada do instrumento público que a lei considerar da substância do ato e se estiver em con-
tradição com a defesa, considerada em seu conjunto (art. 341).
Deve-se observar que, em se tratando de ação monitória, a defesa do réu é denomi-
nada embargos monitórios. Vale dizer, trata-se de uma peça prático-profissional que em tudo 
aproveita a estrutura da contestação. Apenas, não se diz que se oferece ou apresenta con-
testação, mas sim embargos monitórios (art. 702). O nome da peça muda, mas a estrutura 
permanece a mesma, na medida em que o § 1º do art. 702 admite, nos embargos monitórios, 
serem alegadas qualquer matéria possível para defesa no procedimento comum.
Já na contestação aos embargos de terceiro do credor com garantia real (art. 680), o 
embargado somente poderá alegar que: (i) o devedor comum é insolvente; (ii) o título é nulo 
ou não obriga a terceiro; e (iii) outra é a coisa dada em garantia. Para os demais credores, a 
contestação segue a sorte do procedimento comum ora estudado.
Por sua vez, na ação de consignação em pagamento, o réu poderá alegar que (art. 554): 
(i) não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida; (ii) foi justa a recusa; (iii) 
o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento; (iv) o depósito não foi integral.
Por final, para a contestação em processo de falência, deve-se atentar para o que se 
encontra previsto no art. 96 da Lei n. 11.101/2005.
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Características e requisitos
Conforme prevê o art. 336 do CPC, a contestação deve trazer a exposição das razões 
de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor, em que o réu deve especificar as 
provas que pretende produzir quanto à matéria de defesa. O prazo para contestar é de 15 
dias (art. 335 do CPC).
É importante destacar com o CPC o princípio da unidade de defesa. Com efeito, agora a defesa 
do réu deverá ser feita em peça única, cabendo notar que a alegação de incompetência relativa 
passa a ser matéria de preliminar, da forma como já era a alegação de incompetência absoluta (art. 
337, II). A reconvenção, também passa a ser feita no bojo da própria contestação (art. 343).
Como identificar a peça
O enunciado deverá trazer a informação de ajuizamento de uma ação baseada nos fatos 
da questão e a citação da parte que lhe procurará para defendê-la.
DICAS SOBRE A RENOVATÓRIA DE ALUGUEL
Apresentação
Muitas vezes, o empresário-locatário, depois de criar com dificuldade o seu ponto comer-
cial, tornando, finalmente, seu negócio rentável e conhecido, depara-se com um pedido de reto-
mada do imóvel de sua sede pelo locador, onde investiu tempo e dinheiro para se estabelecer.
A presente ação trata de garantir o direito do locatário de renovação de contrato de alu-
guel de locação não residencial, ou seja, de locação de imóveis destinados ao comércio, 
prevista na Lei n. 8.245/1991. Para tanto, ele deverá observar os requisitos do art. 51 da Lei, 
bem como não estar nas situações do art. 52.
Considera-se locação não residencial, segundo o art. 55, quando o locatário for pessoa 
jurídica e o imóvel destinar-se ao uso de seus titulares, diretores, sócios, gerentes, executi-
vos ou empregados.
Características e requisitos
Segundo o art. 51 da Lei n. 8.245/1991, o locatário terá direito à renovação do contrato, 
por igual prazo, desde que, cumulativamente:
I – o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado;
II – o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contra-
tos escritos seja de cinco anos;
III – o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e 
ininterrupto de três anos.
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Esse direito pode ser exercido também:
a) pelos cessionários ou sucessores da locação;
b) pelo sublocatário no caso de sublocação total do imóvel;
c) pelo sócio sobrevivente, desde que continue no mesmo ramo quando dissolvida a 
sociedade comercial por morte de um dos sócios;
d) pelo locatário ou pela sociedade quando o contrato autorizar que o locatário utilize o 
imóvel para as atividades de sociedade de que faça parte e que a esta passe a pertencer o 
fundo de comércio;
e) pelas indústrias e sociedades civis com fim lucrativo, regularmente constituídas.
É importante observar que do direito à renovação decai aquele que não propuser a ação 
no interregno de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores à data da 
finalização do prazo do contrato em vigor.
A ação renovatória de aluguel terá o rito do procedimento comum diferente da ação 
revisional de aluguel (art. 68).
Como identificar a peça
Situações que apontem que houve a celebração de contrato de aluguel, em consonância com 
os requisitos do art. 51 da Lei n. 8.245/1991 (contrato por prazo determinado e respeitados os prazos 
legais), somadas ao desejo de não renovação por parte da locadora do imóvel, certamente, como 
advogado da parte locatária, será exigida uma medida judicial cabível para defender o interesse dela.
DICAS SOBRE A AÇÃO DE EXIGIR CONTAS
Apresentação
Destaque-se, inicialmente, que, no âmbito do CPC/1973, havia a possibilidade das deno-
minadas ação de prestação de contas ativa e ação de prestação de contas passiva. O CPC 
extinguiu o procedimento de prestação passiva de contas, rebatizando ação de prestação de 
contas ativa como ação de exigir contas.
A ação de prestação de contas é necessária, por exemplo, à liquidação da sociedade em 
conta de participação, segundo o art. 996 do Código Civil. Também os administradores de 
sociedade empresária são obrigados a prestar contas aos sócios de forma justificada de sua 
administração e apresentar-lhes o inventário anualmente, bem como o balanço patrimonial e o 
de resultado econômico – vide art. 1.020 do Código Civil ou art. 122, III, da Lei n. 6.404/1976.
Caso não o façam ou façam de forma inadequada, caberá aos sócios prejudicados a 
ação de exigir contas. É o que determina o art. 550 do CPC: “aquele que afirmar ser titular 
do direito de exigir contas requererá a citação do réu para que as preste ou ofereça contes-
tação no prazo de 15 dias”.
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Assim, atualmente, com a entrada em vigor da Lei n. 13.105/2015, apenas quem tem o 
direito de exigir a prestação de contas poderá propor a respectiva ação.
Em matéria empresarial, também cabe nas hipóteses de comissão (art. 709 do Código 
Civil) e mandato mercantil (art. 668 do Código Civil). Atente-se ao enunciado da Súmula 259 do 
STJ: “A ação de prestação de contas pode ser proposta pelo titular de conta corrente bancária”.
Características e requisitos
A ação de exigir de contas prevista no art. 550 do CPC segue, como se sabe, um procedi-
mento especial. Seja como for, na petição inicial, o autor especificará, detalhadamente, as razões 
pelas quais exige as contas, instruindo-a com os documentos comprobatórios dessa necessidade, 
se existirem (§ 1º). No primeiro, debater-se-á se o réu tem ou não a obrigação de prestar contas. 
Poderá ser simplificado, caso o réu consinta em apresentar as contas, abrindo prazo de 15 dias 
para o autor dizer sobre elas, e, havendo necessidade de produzir provas, o Juiz designará audi-
ência de instrução e julgamento; em caso contrário, proferirá desde logo a sentença (§ 2º).
Se o réu não contestar a ação ou não negar a obrigação de prestar contas, obser-
var-se-á o disposto no art. 355 (ocorrerá o julgamentoantecipado, sendo proferida sentença 
com resolução de mérito), de acordo com o art. 550, § 4º; caso haja contestação, a sen-
tença, que julgar procedente a ação, condenará o réu a prestar as contas no prazo de 15 
dias, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as que o autor apresentar (art. 550, § 5º).
As contas do réu devem ser apresentadas na forma adequada, especificando-se as receitas, 
a aplicação das despesas e os investimentos, se houver (art. 551). Portanto, não há mais a neces-
sidade de as contas serem apresentadas na forma mercantil. Caso o autor apresente impugnação 
às contas apresentadas pelo réu, o Juiz estabelecerá prazo razoável para que o réu apresente os 
documentos justificativos dos lançamentos individualmente impugnados (art. 551, § 1º).
Caso o réu não apresente as contas, o autor deverá apresentá-las, no prazo de 15 dias, 
podendo o Juiz determinar a realização de exame pericial, se necessário. É o que dispõe o art. 
550, § 6º, 2ª parte, do CPC. Nesse caso, as contas do autor deverão ser apresentadas na forma 
adequada, já instruídas com os documentos justificativos, especificando-se as receitas, a aplica-
ção das despesas e os investimentos, se houver, bem como o respectivo saldo (art. 551, § 2º).
Por fim, conforme o art. 552, a sentença apurará o saldo e constituirá título executivo judi-
cial. Portanto, tal saldo haverá de ser recebido mediante pedido de cumprimento de sentença.
Como identificar a peça
A situação a ser apresentada pela banca destacará alguma das hipóteses de negativa de 
quem deveria prestar contas, a fim de que o titular possa exigi-las. Ademais, a ação de exigir 
contas eventualmente pode pressupor a análise de saldo devedor ou credor entre as partes.
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Competência
Segue a regra geral de competência do art. 46 do CPC, assim, a ação de exigir contas 
será proposta no foro do domicílio do réu.
Fundamentos mais comuns
O fundamento para se exigir contas é único: o art. 550 do CPC. É importante demonstrar 
a relação a partir da qual decorre o direito de exigir contas, bem como a obrigação, daquele 
que virá a ser réu da ação, de prestar contas.
Essa “demonstração” será baseada no direito material, seja um contrato de mandato 
mercantil ou comissão, seja a liquidação de uma sociedade em conta de participação, seja 
qualquer outra vinculação obrigacional sob a disciplina de empresarial.
Importante – a apresentação de contas do administrador judicial: o art. 154 da Lei 
n. 11.101/2005
O administrador judicial, enquanto representante da massa falida (art. 75, V, do CPC), 
tem a obrigação de prestar suas contas, consistindo a aprovação delas em um dos requisitos 
necessários para o Juiz proferir a sentença de encerramento do processo falimentar. Trata-se 
de mais um caso de ação de prestação de contas ou de ação de exigir contas. Entretanto, 
há, para a apresentação das contas do administrador judicial, procedimento especial, fora do 
CPC, previsto no art. 154 da Lei n. 11.101/2005.
As contas do administrador judicial deverão ser apresentadas no prazo de até 30 dias 
após o final da etapa de liquidação judicial (art. 154, caput). Tais contas deverão ser autuadas 
em separado, em ação distribuída por dependência e apensada ao final aos autos principais 
da falência (art. 154, § 1º).
Será, então, publicado aviso de que as contas foram entregues e se encontram à disposição 
dos interessados para, querendo, impugnar as contas apresentadas no prazo de dez dias (art. 
154, § 2º). Decorrido o prazo do aviso e apurados os fatos, realizando-se as diligências necessá-
rias, será aberto prazo de cinco dias para o Ministério Público se manifestar. Ao final, o administra-
dor judicial poderá ser ouvido caso haja impugnação ou parecer contrário do MP (art. 154, § 3º).
É importante constatar: em caso de rejeição das contas do administrador judicial, será 
possível determinar a indisponibilidade ou o sequestro dos bens, nos termos do art. 154, § 
5º. Tal disposição está em consonância com o que prevê o art. 553, parágrafo único, do CPC.
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Estrutura da peça
1) Endereçamento: em vara cível ou única, regra geral do art. 46 do CPC.
2) Identificação das partes: parte autora: pessoa física ou pessoa jurídica, com qualifi-
cação completa; parte ré: pessoa física ou pessoa jurídica, com qualificação completa.
3) Representação judicial: procurador(a) com mandato em anexo.
4) Nome da peça e fundamento legal: ação de exigir contas, com fundamento no 
art. 550 do CPC (caso seja a prestação de contas do administrador judicial, incluir, 
também, o art. 154 da Lei n. 11.101/2005, na fundamentação legal).
5) Narrativa dos fatos (“Dos Fatos”): exposição dos fatos previstos na situação 
hipotética da questão. Não inventar outros fatos nem trazer detalhes ausentes no 
problema. Destacar a negativa ou de prestar ou de receber as contas. Sugere-se 
realizar a cópia fiel do caso apresentado, cabendo notar que, se o examinando 
trouxer fato novo, anulará a sua peça, sendo-lhe atribuída nota ZERO.
6) Fundamentação (“Do Direito”): atente-se que a mera citação de artigos não 
pontua. Demonstrar que há um direito de exigir a prestação de contas (art. 550), 
baseado numa relação que está prevista em lei, por exemplo, a liquidação de uma 
sociedade em conta de participação (art. 996 do Código Civil).
7) Pedidos: a) citação da parte ré para no prazo de 15 dias apresentar as contas ou 
contestar a ação, conforme o art. 550 do CPC, sob pena do art. 355; b) procedên-
cia do pedido em todos os seus termos no sentido de condenar a ré à prestação de 
contas (deve-se especificar o que motiva a exigência das contas, de acordo com a 
questão), sob pena de a ré não poder impugnar as contas das autoras; c) apresen-
tação da prestação de contas na forma adequada, especificando-se as receitas e a 
aplicação das despesas, e os investimentos, de acordo com exigência do art. 551 
do CPC; d) condenação da parte ré ao pagamento de custas e honorários advoca-
tícios, estes últimos de acordo com o art. 85 do CPC; e) informar endereço em que 
receberá as intimações (art. 106, I, do CPC).
8) Valor da causa: pode ser o valor de alçada, sendo incerto o valor do benefício 
econômico (art. 291 do CPC), ou corresponder à estimativa do valor econômico 
perseguido pelo autor.
9) Fechamento da peça: local, data. Advogado, OAB (não inventar dados).
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Revisão Final
REVISÃO FINAL PARA 2ª FASE DA OAB
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Questão da peça profissional
(XV Exame) As sociedades Porto Franco Reflorestamento Ltda., Fortuna Livraria e Editora 
Ltda. e Cia. Cedral de Papel e Celulose constituíram sociedade em conta de participação, sendo 
as duas primeiras sócias participantes e a última, sócia ostensiva. O contrato vigorou por quatro 
anos, até maio de 2014, quando foi extinto por instrumento particular de distrato, sem que hou-
vesse, posteriormente, o ajuste de contas por parte da companhia com as sócias participantes, 
referente ao ano de 2013 e aos meses de janeiro a maio de 2014. O objeto da conta de partici-
pação era a realização de investimentos na atividade da sócia ostensiva para fomentar a pro-
dução de papel para o objeto de Fortuna Livraria e Editora Ltda. e a aquisição de matéria-prima 
de Porto Franco Reflorestamento Ltda. O contrato estabeleceu como foro de eleição a cidade 
de Tuntum, Estado do Maranhão, Comarca de Vara Única. As sócias participantes o procuram 
para, na condição de advogado, propor a medida judicial que resguarde seus interesses.
Elabore a peça adequada com base nas informações prestadas pelas clientes e nas dis-
posições legais concernentes ao tipo societário.
Modelo da peça
Excelentíssimo Juízo de Direito da __ Vara Única da Comarca de Tuntum, do Estado 
do Maranhão.
Porto Franco Reflorestamento Ltda., pessoa jurídica, inscrita

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