APS Recursos Cíveis

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS 
DIREITO 
 
 
THALITA 
 
 
 
 
APS DE RECURSOS CÍVEIS 
 
 
Trabalho apresentado ao Curso de Direito 
do Centro Universitário das Faculdades 
Metropolitanas Unidas. 
Orientador: Prof. X. 
 
 
 
 
SÃO PAULO/SP 
2022 
 
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA - RECURSOS CÍVEIS 
 
Atividade 1: 
 
 Proposta uma ação na justiça comum estadual, o Juiz de Direito da 1º Vara 
Cível declarou a incompetência absoluta do juízo e remeteu os autos para a justiça do 
trabalho. Como advogado do autor, que medida você tomaria? Responda, analisando 
se as hipóteses previstas no art. 1.015 do CPC são taxativas ou exemplificativas e se 
admitem interpretação extensiva. 
 
Resposta: 
 
 A partir da análise do caso, conclui-se que o recurso cabível é o AGRAVO DE 
INSTRUMENTO presente no artigo 1.015 do Código de Processo Civil. Mesmo que 
se trate de uma questão de incompetência de juízo e, nesse caso, não há definição 
no artigo, a taxatividade mitigada do mesmo permite a interposição do Agravo de 
Instrumento. 
 
 As permissivas presentes no art. 1.015 do CPC para o cabimento do recurso 
de Agravo de Instrumento são: 
 
“Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que 
versarem sobre: 
I - tutelas provisórias; 
II - mérito do processo; 
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem; 
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica; 
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido 
de sua revogação; 
VI - exibição ou posse de documento ou coisa; 
VII - exclusão de litisconsorte; 
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; 
 
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; 
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos 
embargos à execução; 
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º ; 
XII - (VETADO); 
XIII - outros casos expressamente referidos em lei. 
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões 
interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de 
cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de 
inventário.” 
 
 Assim, o rol do artigo 1.015 do CPC gerou um grande debate no mundo jurídico, 
dado que, o legislador não deixou claro se o referido era taxativo ou exemplificativo. 
Dessa forma, em dezembro de 2018, a Corte Especial do Supremo Tribunal de Justiça 
(STJ) definiu o conceito de taxatividade mitigada do rol previsto no dispositivo. Após 
a definição do rol como taxativo mitigado, a interposição do Agravo de Instrumento é 
possível em diversas hipóteses além das previstas expressamente na lei. 
 
 A ministra Nancy Andrighi, relatora, ao apresentar seu voto acerca da questão 
do rol, argumentou que o artigo 1.015 do CPC possui exaustivas hipóteses de 
cabimento do agravo, entretanto revelam-se insuficientes e em desconformidade com 
as normas fundamentais do processo civil, visto que existem diversas questões 
urgentes fora da lista do artigo, assim seria inviável a interpretação de que o aludido 
rol seria absolutamente taxativo e que deveria ser lido de modo restrito. 
 
 Além disso, a hipótese XIII do artigo sempre deixou aberta inúmeras 
interpretações para o cabimento do recurso, posto que, diz “outros casos referidos em 
lei” e não era assertivo. 
 
 Dessa forma, a interposição do recurso em casos além dos mencionados nas 
hipóteses do artigo 1.015 é possível quando for verificada a urgência decorrente de 
inutilidade do julgamento da questão no recurso de Apelação. Um exemplo da 
 
situação, é o caso em discussão, a incompetência de juízo não é versada nas 
hipóteses do artigo, entretanto há a condição supramencionada. 
 
 Dessa maneira, como advogada do autor, o recurso de Agravo de Instrumento 
seria interposto na ação, já que verifica-se a urgência decorrente de inutilidade do 
julgamento da questão no recurso de Apelação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
Código de Processo Civil. Planalto, 2015. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 
11 de abril de 2022. 
 
AMORIM, Jorge. Taxatividade mitigada do art. 1.015 e os efeitos da impugnação 
tardia. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/depeso/341278/taxatividade-
mitigada-do-art-1-015-e-os-efeitos-da-impugnacao-tardia. Acesso em 11 de abril de 
2022. 
 
TJ-MG Agravo Interno. Jusbrasil, 2021. Disponível em: https://tj-
mg.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1260694000/agravo-interno-cv-agt-
10000210876322002-mg. Acesso em 11 de abril de 2022. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
https://www.migalhas.com.br/depeso/341278/taxatividade-mitigada-do-art-1-015-e-os-efeitos-da-impugnacao-tardia
https://www.migalhas.com.br/depeso/341278/taxatividade-mitigada-do-art-1-015-e-os-efeitos-da-impugnacao-tardia
https://tj-mg.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1260694000/agravo-interno-cv-agt-10000210876322002-mg
https://tj-mg.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1260694000/agravo-interno-cv-agt-10000210876322002-mg
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