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APOSTILA usada para ensino medio

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Prévia do material em texto

ESTUDO DIRIGIDO DE
REVISÃO GRAMATICAL
JOILSON PORTOCALVO 
ELIANA JORGE LEITE 
PROJETO GRÁFICO 
RAFAEL HILDEBRAND
CAPA (COM BASE NA OBRA A NOITE ESTRELADA DE VINCENT VAN GOGH)
RAFAEL HILDEBRAND
COPIDESQUE E PROJETO EDITORIAL
ANDERSON BATISTA DE MELO 
IMPRESSÃO
STARPRINT - GRÁFICA E EDITORA 
1a EDIÇÃO 
2000 EXEMPLARES 
COMPOSTO EM UTOPIA 
UNIVERSO TTEARIAL
Direitos Reservados à
Editora Centro-Hinterlândia 
SRTV/SUL Quadra 701 Conjunto L 
Edifício Assis Chateaubriand Bloco 1 
Salas 626/628 - Asa Sul - Brasília - DF 
Cep: 70.340-906
Tel.: (61)3201-5875 
Fax.: (61)3202-5680
Correio Eletrônico: contato@hinterlandiaeditorial.com.br 
Sítio: www.hinterlandiaeditorial.com.br
D a d o s I n t e r n a c i o n a i s de C a t a l o g a ç ã o na P u b l i c a ç ã o ( C I P )
( C â m a r a B r a s i l e i r a do L i v ro , SP, B ra s i l )
Borges
Estudo d i r i g i do de ar tes : ens ino médio : 
vo l ume único / Borges e Ribe i ro . -- Brasí l i a , 
DF : Edi tora do Cent ro, 2011.
ISBN 9 7 8 - 8 5 - 62 6 83 -0 5 -3
1. Ar tes ( Ens ino médio) I. Ribe i ro . II. T í t u lo
11-03864 CDD-700
mailto:contato@hinterlandiaeditorial.com.br
http://www.hinterlandiaeditorial.com.br
Et
ap
a 
III
 
I 
Et
ap
a 
II 
■ 
Et
ap
a 
I
Sumário
Capítulo 1 - A Estética e a Arte 
Capítulo 2 - Arte Primitiva 
Capítulo 3 - O Egito e sua Arte 
Capítulo 4 - A Cultura Greco-Romana 
Capítulo 5 - Arte na Idade Média
Capítulo 6 - A Era Moderna
Capítulo 7 - Arte Barroca
Capítulo 8 - Neoclassicismo
Capítulo 9 - Romantismo
Capítulo 10 - Realismo
Capítulo 11 - Arte do final do século XIX
Capítulo 12 - Arte Moderna
Capítulo 13 - Arte Contemporânea
Panítu ln 1d - Arte Moderna e oapnuio Contemporânea no Brasil
Arquitetura Moderna e Capitulo 15 - contemporânea
Capítulo 16 - Artesanato e Indústria
Exercícios
Bibliografia
07
22
34
38
54
66
76
97
104
112
119
131
154
166
194
201
207
285
A Editora do Centro apresenta o livro Estudo D irigido de A rtes, que é resultado da 
cuidadosa elaboração de obra didática, organizada pelos professores Borges e Ribeiro. 
Estes, com vasta experiência didática e teórica/acadêmica, produziram textos, coletânea 
de exercícios e questões que atendem aos mais rigorosos padrões de preparação de alunos 
do ensino médio.
O material integra de forma inteligente e prática os conteúdos - música, artes cêni­
cas e artes visuais - em blocos que conferem lógica e referência ao leitor. Sua utilização 
é voltada para a fluidez e compreensão das manifestações estéticas e artísticas ao longo 
da história, e garante, com a profundidade exigida, a preparação do aluno para os temas 
cobrados pelos principais exames e provas nacionais. A parte iconográfica, estruturada 
para uma visualização agradável e pertinente, garante apreciação, olhar crítico e aguçado 
sobre o tema.
A divisão da obra em três etapas permite ao professor utilizar o livro como manual 
qualificado e estruturado conforme suas necessidades didáticas e programáticas. Equilíbrio, 
pertinência e praticidade são as palavras-chave para aqueles que adotam este livro.
Sobre os Autores:
Maria Abadia Borges
Cursou Artes Plásticas pela Universidade Federal de Uberlândia e Licenciatura em 
Educação Artística pela Faculdade Dulcina de Moraes, em Brasília. Pós-graduada em Arte 
e Tecnologia pela Universidade Católica, é professora desde 1972 e trabalha com o Ensino 
de História da Arte há quinze anos, atendendo a estudantes pré-vestibulandos. M inistra 
cursos em História e A rte para empresários e pessoas com interesse nesta área de conhe­
cimento. Promove palestras sobre diversos artistas e modalidades artísticas para galerias 
de arte e eventos correlatos. Participou como palestrante de eventos artísticos prom ovi­
dos pela Secretaria da Educação de Brasília. Foi membro de mesas redondas sobre arte 
moderna e seus desdobramentos, idealizadas pelo CCBB do Rio de Janeiro.
Marcone Cutrim Ribeiro
Professor de Artes, com Licenciatura em Educação Artística e habilitação em Artes 
Cênicas pela Faculdade Dulcina de Moraes, em Brasília. Pós-graduado em Arteterapia e 
Saúde, m inistra palestras em congressos de arte e trabalha em vários projetos que envol­
vem arte, nos âmbitos estadual e federal. Desenvolve oficinas, tendo o teatro e a música 
como forma de melhoria pessoal e da qualidade de vida. Há treze anos leciona em grandes 
escolas de Brasília; participa de diversas produções teatrais e musicais, sempre defendendo 
a cultura popular e suas manifestações.
A arte é o espelho e a crônica da sua época.
William Shakespeare
Definição de estética
É o estudo do belo, do gosto ind iv i­
dual através de conceitos filosóficos, his­
tóricos e culturais.
Designa uma dimensão da experiên­
cia e da ação humana que permite carac­
terizar algo agradável, sublime, gracioso, 
poético ou, ao invés disso, algo desagra­
dável, inferior, ruim.
Refere-se a tudo o que embeleza a 
existência do homem: o corpo, o vestuário, 
a casa, os adornos, o carro e tudo o que 
simbolizar adorno.
O que é arte
Habilidade própria do homem, de exe­
cutar atividades que transcendam o objeto 
material, que expresse sentimento, cultura, 
crença, etc.
A arte pode ser representada através 
do desenho, da pintura, da música, da lite ­
ratura, da atividade cênica, da artesania, 
da fo togra fia , da escultura, do design de 
produtos e moda, da organização de espa­
ços, e de outras formas de expressão.
Funções da arte
A a rte o b je t iv a , s in g u la rm e n te , 
expressar os sentim entos, sejam eles do 
artista ou até mesmo de uma determinada 
civilização e comunidade. Assim sendo, o 
estudo da produção artística transcende a 
mera apreciação da beleza estética visível
aos olhos, para configurar crenças, modos 
de vida, denúncias, exaltação, acontec i­
mentos sociais e políticos, estudos científi­
cos e outros. Portanto, vejamos algumas:
1- Função individual: Através da produção 
artística, o compositor, motivado pelos 
acontecim entos que o rodeiam, expressa 
seus sentimentos. Exemplo:
Ternura
Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo...
Vinícius de Moraes - Poesia completa e prosa, Editora Nova 
Aguilar, Rio de Janeiro, 1998, p.259.
O Grito, Edvard Munch, 1893, 
Museu Munch de Oslo, Noruega
No quadro O Grito, o artista evidencia 
o sentimento de solidão e desespero através 
das linhas sinuosas e das cores muito fortes.
2- Função ambiental: Visa exaltar e/ou de­
nunciar aspectos relacionados com o meio 
ambiente: sua beleza, preservação e, tam ­
bém, sua exploração.
Flor do mangue, Franz Krajberg, madeira, 12m x 8m x 5m
Na escultura acima, construída a partir 
de resíduos de árvores de manguezais des­
truídos pela especulação imobiliária, vemos 
o apelo ao debate sobre o meio ambiente.
3- Função pragmática: Apresenta um ca­
ráter educacional. Visa transm itir conhe­
cimentos de todas as ordens: científicos, 
espirituais, políticos e culturais através da 
produção artística.
Homem vitruviano, Leonardo da Vinci, 1490, Lápis e tinta 
sobre papel, 34 x 24 cm. Gallerie dell'Accademia
4- Função religiosa: Objetiva divulgar precei­
tos, dogmas e eventos de uma determinada 
religião, para referenciar os fiéis da mesma.
Descida da Cruz, Caravaggio, óleo sobre tela, 1 608, 
Museu do Vaticano, Roma
5- Função histórica: Registra e retrata fatos 
relacionados com uma determinada época 
relevante para uma civilização.
6- Função política: Tem objetivo social ao 
representar eventos da ação política de uma 
comunidade, um povo ou nação. Pode estar 
relacionada com ufanismo, propaganda de Es-
Independência ou Morte, ou O Grito do Ipiranga, Pedro Américo, 
óleo sobre tela, 1888, Museu Paulista
tado, agrem iação política ou ideológica. Linha:
Associa-se à função histórica. Sequênciade pontos aglomerados ou não.
7- Função artística: Através da organiza­
ção dos elementos que compõem a sinta­
xe artística, cria composições que atraem 
a atenção do espectador.
Sarah Bernharc/t, Felix Nadar, Fotografia, 1859
Observação: Além dessas funções existem 
outras, e todas podem coexistir em uma 
só obra ou projeto artístico.
Sintaxe compositiva
E a ordem, a form a, a maneira com 
que os elementos são dispostos em uma 
determinada composição, seja ela textual, 
visual, musical, teatral, etc...
Elementos que compõem uma sintaxe:
1- Visual:
Ponto:
Menor fragmento de uma composição.
Cor:
E um fenômeno óptico provocado pela luz 
sobre a retina que transm ite, através de 
informação pré-processada no nervo óp ti­
co, impressões para o sistema nervoso.
Forma:
É criada por uma linha fechada.
Textura:
É a característica de uma superfície. Pode ser 
visual quando é perceptível através da obser­
vação visual; e tátil quando a percepção se 
dá através do processo de apalpação.
Profundidade:
Tratamento de volume e/ou perspectiva 
de uma imagem, que pode ser criado pela 
cor, luz ou linha.
Tipos de profundidade:
Modelado:
Criado através da gradação de cores. 
Modulado:
Quando há uma contradição entre as cores 
e parece que as cores mais claras estão à 
frente e o uso dos matizes mais escuros 
dão a impressão de sombra e profundidade.
Claro/escuro:
Produzido através da gradação de tons. 
É a quantidade de luz em uma imagem, 
onde os espaços de sombra sugerem pro­
fundidade e volume.
Perspectiva:
Tratamento de profundidade criado pela li­
nha. Pode ser geométrica ou linear (linhas 
na diagonal que partem de pontos diferen­
tes e convergem para um mesmo ponto, 
que chamamos de ponto de fuga) e, ainda, 
aérea ou plana, gerada pela organização 
de linhas na horizontal e vertical separan­
do a imagem em planos diversos.
A última ceia, Leonardo da Vinci, afresco, refeitório do Convento de Santa Maria delle Grazie, Milão, 1495-8
O uso da perspectiva na pintura acima 
é notável. O ponto de fuga localiza-se por 
trás da cabeça de Cristo, no centro da pin­
tura. As linhas do espaço convergem todas 
para o ponto central.
2- Musical:
O som é causado basicam ente por 
algo que vibra, sendo levado através do ar 
na form a de ondas sonoras que se espa­
lham simultaneamente em várias direções, 
atingindo a membrana do tím pano e cau­
sando vibração. Esses diferentes tipos de 
sons, gerados pelas vibrações, são iden­
tificados pelo cérebro.
Com relação a isso, podemos defin ir 
som como uma vibração regular e cons­
tan te . Ex.: o som da nota de uma flauta 
doce ou de um violino.
Melodia:
Para a grande maioria das pessoas a melodia 
pode ser considerada a parte mais importan­
te da música. Como em toda composição, é 
o que leva a emoção em primeiro lugar ao 
ouvinte, seja cantada por bela voz ou tocada 
por um instrumento. Mas no dicionário musi­
cal ela aparece com o seguinte conceito: se­
quência de notas, de diferentes sons, orga­
nizados de uma dada forma de modo a fazer 
sentido musical para o ouvinte.
Harmonia:
É a união de notas de diferentes sons ouvi­
das ao mesmo tempo, formando um acorde 
que pode ser consonante ou dissonante.
Ritmo:
É a forma do compositor agrupar os sons 
musicais, principalmente do ponto de vista 
da duração dos sons e de sua acentuação.
Barulho: podemos defin ir como baru­
lho vibrações irregulares e inconstan tes 
e sem altura defin ida. Ex.: uma bandeja 
cheia de copos de vidro caindo no chão.
Dessa form a o cérebro iden tifica o 
som de origem e faz uma transferência para 
identificar o som e a imagem original.
Timbre:
Quando alguém liga para você e logo é iden­
tificado, isso significa que você conhece o 
som da voz. A esse fenômeno chamamos 
de timbre, que é o equivalente à cor do som, 
que também está presente nos instrumen­
tos. O timbre de um violino tem um som 
mais agudo do que o do contrabaixo.
Textura:
Em algumas obras musicais a sua com po­
sição apresenta uma sonoridade densa e 
outras rarefeitas e esparsas, transm itindo 
para o ouvinte como foi montada a trama 
da composição. Há três maneiras básicas 
de compor e tecer uma música:
° Monofônica: representada basicamente 
por uma única linha melódica, sem qual­
quer espécie de harmonia.
o Polifônica: representada por duas ou 
mais melodias entrelaçadas ao mesmo 
tempo.
0 Homofônica: uma única melodia é ouvida 
contra um acompanhamento de acordes, 
sendo característica marcante o ritmo em 
todas as vozes.
Intensidade:
Todos os instrum entos podem ser medi­
dos pela amplitude de sua onda e defi­
nidos como forte ou fraco. Dependendo, 
claro, da força do ataque ao instrumento.
Duração:
O som pode ser medido pelo tem po de 
ressonância, recebendo a classificação de 
longo ou curto.
Altura:
É o equivalente aos sons graves e agu­
dos, pois quanto menor for o número de 
vibrações sonoras mais grave será o som 
e vice-versa.
O sen tido de audição para o ser 
humano sempre foi muito importante, tanto 
no que diz respeito à sobrevivência como 
no sentido estético, o que fez com que cri­
ássemos obras-primas musicais. Entretanto, 
tem os na h istória da música um grande 
com positor, que nos mostrou que com as 
vibrações podemos criar música também, 
esse mestre fo i o austríaco Ludwig Van 
Beethoven (1 770 -1827 ),que após a perda 
total da audição compôs obras-primas.
3- Cênica:
C om posta por cenogra fia , ilum ina ­
ção, sonoplastia, figurinos e maquiagem. 
Em term os gerais, aquilo que é suplemen­
tar ou adicional ao ambiente da represen­
tação. Em teatro , elementos portáteis de 
complementação ou decoração do cenário, 
tais como quadros, estátuas, placas, telas, 
máscaras, cubos, etc. Esses elem entos, 
usados às vezes no lugar do cenário , 
recebem o nome genérico de acessórios 
cênicos. O termo tem sido usado também 
como sinônimo de adereço.
Sobre o conce ito de adereço, acres­
centa-se que todo e lem ento do ves tu á ­
rio pode se to rnar acessório , desde que 
tenha um papel particu lar correlacionado 
com as funções sem io lóg icas (signos e 
sinais em pregados em com unicação) da 
vestim enta .
Interpretação:
A interpretação é a arte na qual o artista 
usa a si m esm o, seu corpo e sua voz 
com o ins trum ento de expressão e m ani­
fes tação . Fica su je ita à im ag inação do 
autor, que alia ao papel sua inspiração e 
sua técn ica.
O ator é o principal instrum ento de 
expressão do teatro, e para melhor desem­
penhar seu papel é preciso que tenha tre i­
namento técn ico e destreza em sua arte. 
Desse modo, a subjetividade e experiência 
de quem atua é expressa durante o ato da 
interpretação de um texto teatral.
O ator é o e lem ento v ivo do tea tro 
e sua p rox im idade com o púb lico gera 
uma relação de com prom etim en to es té ­
tic o e é tico . Sua expressão é o veícu lo 
do qual depende quase tod o o esp e tá ­
culo. 0 tea tro depende da in te rpre tação 
do a to r, da sua ca rac te rização , de seu 
tem po, de seu espaço, de sua ação, pois 
é a pa rtir daí que se obtém a in teração 
com o público.
A interpretação, mesmo inspirada no 
texto dramático e orientada pelo diretor, pode 
ser considerada uma criação do ator. É neces­
sário que ele seja sincero, sensível, emotivo e 
racional ao mesmo tempo, observador, per- 
ceptivo, imaginativo. O ator deve exercitar 
toda sua potencialidade intelectual.
A sinceridade do ator é sua sensibili­
dade de entender o tex to , o personagem, 
pois teatro não é a verdade absoluta: é a 
transposição da verdade. A alma e o corpo 
do ator devem estar sempre à disposição 
do personagem.
Nas origens da interpretação, no 
mundo greco-romano antigo, sabemos 
que os atores usavam máscaras, coturnos 
(kothornos), uma túnica longa m ulticor 
(poiki/os) e um manto (epiblema). Todos 
que interpretavam eram homens, mesmo 
quando os papéis eram fem ininos.
A orquestrite - dança do coro - apre­
sentava coreografia com ênfase nas poses 
e nos m ovim entos dos braços; os passos 
e os gestos ora sugeriam, ora ilustravama ação. Essas expressões corpora is do 
coro eram , ao m esm o tem po , dança e 
pantom im a. O a to r, na pantom im a, era 
denom inado mimo.
Os mimos é que apresentavam o espe­
táculo realmente popular, pois não eram sus­
tentados pelo governo (como as tragédias e 
as comédias). Seus critérios artísticos eram 
ditados a partir da relação direta com o público 
e interesses comerciais.
Em Roma, os atores eram, na m aio­
ria, escravos gregos, e só passavam a usar 
máscaras depois da fam a. Os romanos 
preferiam a pantomima, pouco valorizando 
a tragéd ia. O m im o, a tor extraord inário , 
pouco se utilizava das palavras, pois os 
gestos e o ritm o dominavam a cena. V o l­
tado mais para o entretenim ento, o teatro 
la tino an tigo, em pregava com profusão 
personagens caricatos.
Texto teatral
A princ ipa l preocupação do dram a­
turgo é o público. Ao escrever uma peça, o 
dramaturgo autêntico já supõe a encenação. 
É ele o "artista criador".
No jogo cênico, o texto é a base onde 
tudo se constroi. Sua função é fornecer aos 
atores as palavras que deverão ser ditas 
no palco.
O texto tem que oferecer ao ator ins­
piração para que realize um trabalho expres­
sivo, e não apenas mecânico. 0 diálogo é a 
principal ferramenta do dramaturgo.
O diálogo teatral requer um encadea- 
mento próprio, porque deve ser transmitido 
pelo ator. Sua matéria, na boca de um ser 
humano que pronuncia, visa a criação da 
personagem. No transcurso do espetáculo, 
instaura-se o universo teatral por interm é­
dio da ação do personagem em cena.
A ação é confundida com o enredo ou 
intriga. Para Pierre-Aimé Touchard (1803) 
o "enredo é o esqueleto da ação".
A ação é a dinâmica das personagens, 
que criam situações que tendem a ser dire­
cionadas a um sentido. O enredo é que 
delim ita a ação em seu tem po e espaço.
O te x to é obra de ficção . Para que 
haja uma peça bem fe ita é preciso obser­
var o segu in te esquem a: apresentação, 
de senvo lv im en to e so lução de um co n ­
flito . Esse processo cons tru tivo sugere a 
ideia de unidades de ação, tem po e lugar, 
o que dará es tím u lo à con cen traçã o e 
com preensão do espectador.
Ao tra tar do texto não se pode esque­
cer dos gêneros a ele relacionados. Na Gré­
cia a comédia e a tragédia definiam-se pelo 
gênero dionisíaco em seus tex tos , im pri­
mindo, deste modo, uma forte conotação 
de caráter ritualístico.
"O predomínio da ação ou da intriga 
enquadra uma peça. A fronte ira entre os 
gêneros não pode ser determinada com pre­
cisão, vendo-se, a cada instante, comédia 
com elementos dram áticos e drama com 
elementos côm icos."
Ao estudar o texto dramático, não se 
pode deixar de pensar na montagem cênica, 
pois se não for assim, o texto será somente 
literário.
D iante do te x to de uma peça, su r­
gem muitas divergências. Uns buscam um 
tem a po lítico , ou tros, um tem a de amor 
ou morte.
É im portante que o grupo faça uma 
leitura coletiva do texto escolhido, fazendo 
reflexões e debates a respeito.
O que é tema?
É a ideia central ou pensamento dom i­
nante que serve de ponto de partida para 
a estrutura do texto dramático através do 
qual o autor se expressa. Exemplo:
Peça A u to r Tema
Os Persas Ésquilo Patriotismo
Édipo Rei Sófocles Destino do 
Homem
Medeia Eurípedes
0 poder do 
amor contra 
o ódio
Morte e Vida 
Severina
João Cabral 
de Melo Neto
Retirante fugin­
do da seca
Ao ler as peças, o grupo deve deixar 
f lu ir toda sua sens ib ilidade para pe rce ­
ber seus p róprios anseios e desejos. É 
prec iso que a peça esco lh ida a tin ja os 
espectadores e que, os leve, ao mesmo 
tem po, a sen tir prazer e a re fle tir sobre 
os seus problem as, não som ente pesso­
ais, mas tam bém os de ordem socia l e 
po lítica .
Qualquer que seja o tex to escolhido, 
o e lenco e a equipe deverão faze r um 
estudo da peça abrangendo filoso fia , psi­
co log ia , lingu ís tica , soc io log ia , h is tó ria 
e po lítica .
A contemporaneidade das peças inde­
pende da época em que foram escritas.
A le itu ra de uma peça perm ite ao 
grupo (atores, diretor, cenógrafo, músico, 
iluminador, técnicos) levantar questões que 
levam à compreensão do tema, dos perso­
nagens, do enredo e consequentemente, a 
uma encenação coerente:
1. de que fala a peça?
- tema.
2. o que conta para o espectador?
- fábula ou história.
3. o que tenta dizer?
- teses ou discursos.
É através do enredo que se chega ao 
tema de um texto dramático. O tema é a 
ideia central ou sua organização.
O tema geral é a síntese da ação, o que 
dificulta sua identificação, pois cada membro 
da equipe pode extrair um tema diferente, daí 
a importância de se organizar todos os temas 
e convertê-lo em tema geral.
É de fundamental importância que se 
observe a estrutura do texto: a biografia do 
autor, suas idéias filosóficas e políticas , a 
época em que vivem e a época em que se 
situam os acontecimentos narrados.
E preciso que se destaquem as idéias 
ocultas no subtexto, espécie de comentário 
efe tuado pela encenação e jogo do ator, 
esclarecendo ao espectador para melhor 
compreender o espetáculo. Para Stanisla- 
vski, o subtexto é o traço psicológico que 
o ator imprime à sua personagem no flu ir 
da interpretação.
Uma peça não é contada, ela se mos­
tra . O prazer esté tico deve acontecer na 
presença do ato r; aí está a e ficác ia do 
espetáculo. Ao final do ato tem os o resul­
tado da interpretação.
Elementos formais
Figurino
É o conjunto de trajes que veste a peça, ou 
melhor, veste seus personagens. É o mesmo 
que indumentária e o mesmo que guarda- 
roupa de determinada produção teatral.
Adereços
Acessórios que compõem o visual do perso­
nagem, como óculos, chapéus, etc. Comple­
mentam o figurino na caracterização do ator.
Maquiagem
Recurso utilizado no tea tro , que substitu i 
a máscara antiga, ou seja, é uma máscara 
moderna. A maquiagem possui duas fu n ­
ções básicas no teatro : caracteriza o per­
sonagem e projeta a expressão fisionômica 
do ator. Pode ser realista ou estilizada.
Composição de personagens
Teatro é transform ação. No teatro o 
ator morre enquanto indivíduo e renasce 
enquanto personagem. Existem semelhan­
ças entre ritual e teatro. Assim, da mesma 
forma que o crente oferece seu corpo e se 
torna um instrum ento para que o contato 
com o divino aconteça, o ator, para esta­
belecer comunicação com seu público, to r­
na-se outra pessoa. Passa, assim, por um 
processo de constante ambiguidade, osci­
lando entre o ser ele mesmo e o pretender 
ser outro, entre o criar e manter disfarces, 
sempre consciente destes desdobramentos.
A primeira etapa no trabalho de um 
ato r é o aprendizado do sair de si. Ele 
deve estar aberto, disponível, ter a mente 
vazia, sem tensões, procurando principal­
mente com unicar-se com o próprio corpo. 
É um estado de prontidão e alerta.
Vem , em seguida, o m om ento da 
criação do personagem, e a com unicação 
passa a ser entre um ind ivíduo e ou tro 
(entre personagens) ou entre sím bolos, 
inicia lm ente numa linguagem em que pre­
dom ina o olhar. O ator é aquele que no 
palco é visto, encarna e tem a imagem do 
personagem.
Teatro é o que acontece num de ter­
minado m om ento e espaço, onde alguma 
coisa se transform a através de m ovim en­
tos , gestos, palavras e, ao se tra n s fo r­
mar, m odifica o am biente e as pessoas 
em vo lta . O ator é o protagon ista dessa 
m odificação.
Um ato te a tra l aco n te ce quando 
o ind iv íduo que o executa se m od ifica , 
co locando ou tra personalidade em seu 
lugar. É ou tro o seu tom de voz, outra 
sua aparência, tra ta e representa outra 
coisa que não a s im ples ro tina . O per­
sonagem surge quando o a to r deixa de 
ser sim plesm ente o que é, para aparentar 
ou sim bolizar algo além de si mesmo. O 
te a tro ex is te desde que o hom em pas­
sou a sen tir esse tip o de necessidade: 
de sair de si, de se despersona lizar, de 
se d isfarçar, de escapar do dia a dia para 
expressar outras maneiras de ser.
Elementosestruturais do texto teatral
Gênero
Termo usado em teoria da lite ra tura para 
c lass ifica r, sob um mesmo títu lo , obras 
que possuam tra ço s e ca ra c te rís tic a s 
sem elhantes. Os prim eiros gêneros d ra­
m áticos fo rm a lm en te de fin idos fo ram a 
tragéd ia e a com éd ia , sendo to d o s os 
dem ais, d ire ta ou ind ire ta m en te , deles 
derivados. As mais antigas investigações 
te ó ric a s acerca de uma c la s s ific a ç ã o 
dos gêneros fo ram as fe ita s por Platão 
(4 2 7 7 -3 4 7 ? a.C .) e A r is tó te le s (3 8 4 ­
322 a .C .), que co n s titu e m , ainda hoje, 
obras obrigatórias em qualquer discussão 
sobre a m atéria.
Com o romantismo, passou a vigorar 
a teoria dos "gêneros híbridos", ou seja, a 
que sustenta a possibilidade de mistura do 
côm ico com o trágico, em contraposição 
ao princípio clássico ou neoclássico dos 
"gêneros puros".
Anatol Rosenfeld (1 9 1 2 -1 9 7 3 ), em 
O Teatro Épico, aponta para a questão dos 
s ign ificados substan tivo e ad je tivo dos 
gêneros literários, o que perm ite falar-se 
num "drama épico" ou numa "poesia dra­
m ática".
Dentro do gênero dram ático , igua l­
mente, a adjetivação de um gênero ante­
riormente definido tem proporcionado uma 
nova c lassificação genérica, com o, por 
exem plo, o drama h is tó rico , a com édia 
sentimental ou a ópera cômica. Além das 
já citadas tragédia e comédia, os principais 
gêneros dramáticos são a farsa, o drama 
e o melodrama.
Ação dramática
É a in tenção m otivadora do enredo ou 
sequência de um acon tec im en to . Para 
A ris tó te les , ação é o elem ento principal 
da tragédia. Assim sendo, ação é o m ovi­
mento dos acontecim entos determinados 
pela vontade humana em conflito. Em tea­
tro , é o com portam ento do personagem: 
físico e emocional - ou seja, ele "fa z" a 
partir de sua vontade.
Diálogos
São instrum entos da ação dram ática, ou 
seja, o narrador é substitu ído pela vo n ­
tade e objetivos dos personagens, que se 
expressam e se comunicam.
Monólogo
Tipo de peça estruturada em torno de um 
só personagem . A dram atic idade está 
ligada ao texto e à ação pontual do ator.
Personagens
Num sen tido genérico , "no in te rio r da 
prosa literária e do tea tro , os seres f ic tí­
cios construídos à imagem e semelhança 
dos seres hum anos" (M assaud M oisés, 
Dicionário de termos literários, p .396). A 
palavra grega para designar personagem 
é éthé, que significa "aquele que escolhe". 
Segundo Aristóteles, personagem é a resul­
tante da interação da dianoia (pensamento) 
e do éthos (ação, ato, escolha); em outras 
palavras, de uma intenção ou vontade e 
do ato decorrente desta vontade. Assim 
sendo, dianoia e éthos constituem o fu n ­
damento do personagem.
No cap ítu lo VI da Poética, A r is tó ­
teles descreve o personagem como uma 
das partes essenciais da tragédia, sendo 
as outras o enredo, a dicção, a dianoia, a 
metopeia (música de acompanhamento) e 
o espetáculo.
Raisonneur
Traduzindo literalmente: aquele que racio­
cina. No drama, aquele que esclarece a pla­
téia sobre os significados da peça. Qualquer 
personagem que pode ser identificado como 
porta-voz do dramaturgo. Trata-se de um 
recurso de qualidade dramática discutível, 
já que favorece a indução do espectador 
na interpretação do texto . É também cha­
mado de personagem-coro, uma vez que, 
no drama moderno, assume as funções que 
cabiam ao coro no teatro grego.
Personagem fixo
Qualquer personagem cujos traços fís i­
cos ou características com portam enta is 
podem ser im ediatam ente reconhecidas 
pelo espectador. Tais personagens apre­
sentam-se geralmente vestidos de acordo 
com um modelo e atendem sempre pelo 
mesmo nome. O mais fam oso grupo de 
personagens fixos que se conhece é o que 
se formou em torno da commedia deii'arte\ 
Arlequim, Colombina, Palhaço, etc. Esses 
personagens, às vezes modificados, podem 
ser encontrados em dramaturgias de épocas 
e locais diferentes. São também chamados 
personagens-tipo, pois são característicos 
de uma determinada modalidade cênica.
Com o romantismo, passou a vigorar 
a teoria dos "gêneros híbridos", ou seja, a 
que sustenta a possibilidade de mistura do 
côm ico com o trágico, em contraposição 
ao princípio clássico ou neoclássico dos 
"gêneros puros".
Anatol Rosenfeld (1 9 1 2 -1 9 7 3 ), em 
O Teatro Épico, aponta para a questão dos 
s ign ificados substan tivo e ad je tivo dos 
gêneros literários, o que permite falar-se 
num "drama épico" ou numa "poesia dra­
m ática".
Dentro do gênero dram ático, igua l­
mente, a adjetivação de um gênero ante­
riormente definido tem proporcionado uma 
nova c lassificação genérica, com o, por 
exem plo, o drama h is tó rico , a com édia 
sentimental ou a ópera cômica. Além das 
já citadas tragédia e comédia, os principais 
gêneros dramáticos são a farsa, o drama 
e o melodrama.
Ação dramática
É a in tenção m otivadora do enredo ou 
sequência de um acon tec im en to . Para 
A ris tó te les, ação é o elem ento principal 
da tragédia. Assim sendo, ação é o m ovi­
mento dos acontecim entos determinados 
pela vontade humana em conflito. Em tea­
tro , é o com portam ento do personagem: 
físico e emocional - ou seja, ele "fa z" a 
partir de sua vontade.
Diálogos
São instrum entos da ação dramática, ou 
seja, o narrador é substitu ído pela von ­
tade e objetivos dos personagens, que se 
expressam e se comunicam.
Monólogo
Tipo de peça estruturada em torno de um 
só personagem . A dram atic idade está 
ligada ao texto e à ação pontual do ator.
Personagens
Num sen tido genérico, "no in te rio r da 
prosa literária e do tea tro , os seres f ic tí­
cios construídos à imagem e semelhança 
dos seres hum anos" (Massaud M oisés, 
Dicionário de termos literários, p .396). A 
palavra grega para designar personagem 
é éthé, que significa "aquele que escolhe". 
Segundo Aristóteles, personagem é a resul­
tante da interação da dianoia (pensamento) 
e do éthos (ação, ato, escolha); em outras 
palavras, de uma intenção ou vontade e 
do ato decorrente desta vontade. Assim 
sendo, dianoia e éthos constituem o fu n ­
damento do personagem.
No cap ítu lo VI da Poética, A r is tó ­
teles descreve o personagem como uma 
das partes essenciais da tragédia, sendo 
as outras o enredo, a dicção, a dianoia, a 
me/opeia (música de acompanhamento) e 
o espetáculo.
Raisonneur
Traduzindo literalmente: aquele que racio­
cina. No drama, aquele que esclarece a pla­
téia sobre os significados da peça. Qualquer 
personagem que pode ser identificado como 
porta-voz do dramaturgo. Trata-se de um 
recurso de qualidade dramática discutível, 
já que favorece a indução do espectador 
na interpretação do texto. É também cha­
mado de personagem-coro, uma vez que, 
no drama moderno, assume as funções que 
cabiam ao coro no teatro grego.
Personagem fixo
Qualquer personagem cujos traços fís i­
cos ou características com portam enta is 
podem ser im ediatam ente reconhecidas 
pelo espectador. Tais personagens apre­
sentam-se geralmente vestidos de acordo 
com um modelo e atendem sempre pelo 
mesmo nome. 0 mais fam oso grupo de 
personagens fixos que se conhece é o que 
se formou em torno da commedia dell'arte\ 
Arlequim, Colombina, Palhaço, etc. Esses 
personagens, às vezes modificados, podem 
ser encontrados em dramaturgias de épocas 
e locais diferentes. São também chamados 
personagens-tipo, pois são característicos 
de uma determinada modalidade cênica.
A linha é o resultado da transformação de 
um ponto de elemento estático em dinâmico. É 
um ponto que escorrega em um determinado 
plano, em um determinado espaço.
Estudo da linha
Tipos Posições Expressividade
Reta
Horizontal
Vertical
Diagonal
Sono, Repouso.
Acomodação, 
estaticidade 
Arrogância, poder, 
equilíbrio, 
estabilidade.
Movimento brusco, 
desequilíbrio, ação, 
instabilidade.
Curva
Côncava
Convexa
Movimento calmo, 
Leveza. 
Bailado.
Tracejada Qualquerposição
Diminui o ritmo da 
composição, 
interrupção.
Mista Qualquerposição
Confusão,
movimento.Quebrada
Qualquer
posição
Mudança de direção, 
interrupção, 
movimento.
Ondulada
Qualquer
posição
Movimento gracioso.
Pontilhada
Qualquer
posição
Reduz o ritmo da 
composição, 
delicadeza.
Teoria da cor
Definição
Cor é um aspecto físico da natureza. 
A cor de um material é determinada pelos 
comprimentos de onda dos raios luminosos 
que suas moléculas constitu intes refletem. 
Um objeto terá uma determinada cor se o 
mesmo não absorver justam ente os raios 
correspondentes à frequência daquela cor.
1- Cor luz: fenômeno imaterial.
Estudada através do espectro solar em 
física dentro do conteúdo Óptica.
2- Cor pigmento: processo químico que re­
sulta da mistura de componentes naturais 
ou não.
É estudada através do círculo crom ático 
em artes.
A - Cor primária convencionalmente assim cha­
mada por ser a primeira no estudo da cor, pura 
devido ao fato de não advir de nenhuma mis­
tura e geratriz por ser responsável pela geração 
das demais cores do círculo cromático.
A1 - vermelho + verde + azul = luz branca. 
Az - vermelho + amarelo + azul = ± marrom 
escuro
B - Secundária: dá-se através da união de duas 
primárias:
B1 - amarelo + azul = verde 
B2 - azul e vermelho = roxo 
B3 - vermelho e amarelo = laranja
C - Cores terciárias: é a junção de uma primária 
com uma secundária.
D - Cores análogas: são vizinhas no círculo 
cromático e participam necessariamente da 
formação de outra cor.
ex - amarelo e vermelho são análogos do laranja.
E - Cores complementares são opostas no cír­
culo cromático.
ex - verde e o vermelho
F - Cores inexistentes:
É a intensidade que uma cor adquire perto 
de outra contrastante.
Tipos de Cores:
0 roxo e o amarelo: ambos ganham maior 
intensidade ao serem aproximados um do 
outro.
Expressividade da cor
Vermelho: Paixão, sedução, fome, agressi­
vidade/ dramaticidade;
Amarelo: Inquietação, movim ento, alegria, 
animação;
Azul: Tranquilidade, paz , ideal para medi­
tação e sono;
Verde: Natureza, tranquilidade;
Roxo: Reflexão, introspecção.
Já a identidade pode ser definida como 
um conjunto de características que perso­
nalizam uma pessoa ou um grupo delas. 
Está relacionada não só às suas caracterís­
ticas físicas, mas também à sua forma de 
vestir, falar, agir, bem como ao seu gosto 
pessoal relacionado à comida, leitura, ações 
e expectativas.
E n tre ta n to , a cu ltu ra é m ais co m ­
plexa, pois é formada por práticas e ações 
execu tadas por um grupo de pessoas, 
uma com unidade: suas crenças, ações, 
e xp e c ta tiva s , com po rtam e n to s , regras 
m ora is , em basam ento in te le c tu a l que, 
jun tos , poderão iden tifica r uma de te rm i­
nada sociedade.
A cultu ra popular é constitu ída pelo 
con junto de hábitos, costum es e crenças 
que são praticadas por um determ inado 
grupo de pessoas denom inado de povo. 
O conteúdo dessa cultu ra é determ inado, 
norm alm ente pela indústria , produção e 
consum o de produtos da própria co le tiv i­
dade, pelo con junto de hábitos e crenças 
que as une.
Circulo cromático
Cores Quentes | Cores Frias
Amarela
(Primária)
Laranja
(Secundária) Verde(Secundária)
Vermelha
(Primária)
Azul
(Primária)
Violeta
(Secundária)
indivíduo, cultura e identidade
O termo "indivíduo" está associado a 
uma visão do que é único em si só. Faz refe­
rência à individualidade. Considera o homem 
de forma isolada, sem par, exclusivo. Assim 
sendo, não encontramos um ser igual, em 
sua totalidade, a outro ser. É a caracteriza­
ção que personaliza alguém, que o destaca, 
de alguma forma em um meio coletivo.
A C ultura brasile ira é bastante eclé­
tica e re fle te a in fluênc ia dos d ive rsos 
povos que a constituem : europeus, a fr i­
canos, o povo indígena, dentre ou tras. 
Devido a essa m iscigenação e a enorme 
extensão do nosso te rr itó r io , a cu ltu ra 
brasile ira é d iv id ida por ca rac te rís ticas 
reg ionais. Nas regiões N orte , Nordeste 
e parte da C entro-O este concentram -se 
as in fluênc ias a fricanas e indígenas. A 
con fecção do artesanato em m adeira e 
arg ila , as fes tas típ icas , roupas e com i­
das assim como a m úsica, a dança, cren­
ças re lig iosas. Sotaques e origens das 
pa lavras estão re lac ionados, em m aior 
escala, à influência dessas origens acima 
descritas.
Já na região Sul e parte da Sudeste a 
maior influência é europeia: Portugal, Itália, 
Alemanha e outros.
O aniversário do macaco, J. Borges, xilogravura
Artesanato feito com fibras naturais
Bumba meu boi, Aldemir Martins, 35.5 X 42 cm, 
acrílico sobre tela, 1981
Rico artesanato popular, Caruaru-PE
Obras do Mestre Didi
Tipos e gêneros
0 gênero se configura como um con­
jun to de pessoas, ob jetos, animais, plan­
tas, obras artís ticas e/ou literárias, m er­
cadorias, que apresentam características 
com uns e que, po rtan to , com põem um 
mesmo cenário.
Aglomerados em um mesmo contexto, 
os tipos com características semelhantes 
form am os gêneros. Assim , retrato e pai­
sagem são gêneros da pintura; a valsa, o 
bolero, o pagode, o forró, o funk são gêne­
ros da dança; a ópera, o instrumental, o pop 
são gêneros musicais; a comédia, o drama, 
peças infantis são gêneros cênicos.
Estruturas Compositivas
Toda estrutura compositiva obedece a 
uma organização conceituai e estética que 
resulta em um projeto final, seja ele visual, 
literário, musical, cênico, etc.
Na produção visual essa estrutura é 
obtida através do arranjo dos elementos visu­
ais, tais como: ponto, linha, cor, e outros.
Distribuição dos elementos
Nas com posições visuais atribuímos 
à parte inferior da imagem o termo "base". 
É a partir daí que a imagem se estrutura, 
e todos os elementos que nela estiverem 
contribuem para o aumento do peso visual 
da imagem analisada. Ao contrário disso, a 
parte superior da imagem confere leveza à 
mesma. Nela, normalmente, os elementos 
ganham uma dimensão mais suave. A cen­
tralização de uma imagem requer um deslo­
camento do eixo compositivo ou do centro 
geométrico da referida obra.
Equilíbrio visual é a organização coe­
rente, sem destaque muito acentuado para 
um elemento específico. Quando isso não 
ocorre apresentando elementos com maior 
destaque que outros, o peso visual da ima­
gem concentra-se mais em um quadrante, 
o mais cham ativo, do que em outros, oca­
sionando um desequilíbrio com positivo.
Os elem entos v isua is responsáveis 
por essa relação são as linhas: se grossas 
carregam mais a imagem, enquanto que 
as finas, pontilhadas e tracejadas sugerem 
uma leveza maior; as cores, as quentes e 
as frias muito saturadas são mais densas 
do que as pastéis e neutras.
Gêneros musicais
Na m úsica e n co n tra re m o s vá rio s 
gêneros de grande im p o rtâ n c ia para o 
cancione iro popular e erud ito que criam 
para o ouvin te uma d istinção entre m ovi­
m entos tan to socia is quanto po líticos, e 
agregam dependendo do interesse tribos 
e grupos d is tin tos. Dentre os vários gêne­
ros podem os c itar:
Erudito:
Ópera, oratório, valsa, sonatas, cantatas etc. 
Popular:
Samba, rap, sertanejo, forró.
Gêneros teatrais
O tea tro tam bém tem um núm ero 
m uito grande de gêneros desde os prim ei­
ros momentos do movimento teatral no oci­
dente com o teatro grego até os dias de hoje. 
Desde o teatro brasileiro de comédia até o 
teatro moderno. Com grandes representantes 
como Constatin Stanislavski, Brecht, Artaud, 
Boal. Dentre os vários gêneros temos desde 
a tragédia, comédia e o drama.
Ritmos visuais
É a sucessão de elementos que, com ­
binados, criam uma ideia de m ovim ento 
seja ele visual, musical, corporal, etc.
No caso das artes visuais, com bina­
mos linhas, cores, fo rm as de maneira a 
constitu ir um espaço artístico harmônico. 
A sequência ou a alternância é que deter­
mina o ritm o da obra analisada.
Como analisar uma obra de arte
Qualquer tipo de obra de arte, seja de 
que natureza for, estabelece uma relação com 
o espectador, uma troca de sentido e signifi­
cado, um testemunho histórico, social, cultural 
e religioso.Uma obra de arte pode ser analisada 
de várias fo rm as e pretende auxilia r no 
entendimento do que o autor deseja passar 
enquanto mensagem.
Para analisar uma obra deve-se levar 
sempre em consideração a época, a té c ­
nica, o tem a e os recursos usados pelo 
artista em sua execução (o gênero, a har­
m onia, o equilíbrio , o ritm o e a escala). 
Portanto, é necessário:
Observar as in fo rm ações do rodapé da 
imagem, ta is com o: títu lo , autor, época, 
dimensões e técnica.
A na lisa r o ob je tivo da execução de ta l 
obra: sua natureza funcional.
Perceber os elem entos que a com põem , 
suas disposições, tipos e significados.
Examinar o direcionamento da luz e qual o 
foco principal.
Discernir as cores mais utilizadas e a forma 
com a qual foram empregadas na obra.
Tipos de análise de obra de arte
1- Objetiva: O que todo mundo vê e só, 
sem deixar margem para especulações.
2- Subjetiva: O que cada um sente ao v i­
sualizá-la, uma percepção que individual­
mente é atribuída a determinada obra.
3- Formal: Análise da sintaxe, ou seja, da 
composição visual, seu contexto histórico, 
seu tema e sua organização.
Atividade de fixação
Análise da obra Moça com brinco de pérola
1- Objetiva: É uma mulher.
2- Subjetiva: Uma jovem mulher.
3- Formal: A obra apresenta fo rtes con ­
tras tes de luz e som bra. Há uma inc lina ­
ção para a esquerda e um olhar lânguido 
d ire tam en te d irig ido para o observador. 
A po s tu ra da m oça é e legan te , o que
é evidenciado pela linha na ve rtica l. Os 
co n tra s te s realçam a presença da pe r­
sonagem . Os b rincos e o o lhar são os 
pontos de m aior a tração v isua l. A com ­
posição é ass im é trica , e n tre ta n to apre­
senta harm onia esté tica . É uma obra de 
Johannes Verm eer (1 6 3 2 -1 6 7 5 ) , rep re ­
sen tan te do Barroco Holandês. Faz re fe ­
rência à v ida cam ponesa de sua época. 
Traduz um aspecto sublim e da sociedade 
do século XVII.
Johannes Vermeer, Moça com brinco de pérola, 
Óleo sobre tela, 46,5 x 40 cm, 1665
A obra M oça com brinco de péro la 
é uma das m ais fam osas p in tu ra s da 
H istória . Considerada por estud iosos de 
arte a "M ona Lisa ho landesa", pouco se 
sabe sobre sua real insp iração. Isso por­
que a vida de seu criador é envo lta em 
m is té rio e, até os dias a tua is , é ob je to 
de especulação.
A produção artística nos prim órdios 
da humanidade constitui-se do acervo pro­
duzido pelos povos compreendidos desde 
a P ré-h is tória até c iv ilizações de cará­
te r com unitário triba l. É variada e indica 
os primeiros traços culturais dos homens 
desse período. A Arqueologia tem nessas 
manifestações artísticas prim itivas um pre­
cioso registro sobre a vida e organização 
humana nesta época.
Pré-história
Trata-se de um longa fase da h is tó ­
ria, convencionada e dividida em períodos 
distintos: Paleolítico Inferior/Superior, Neo- 
lítico e a Era dos M etais. Ocorreu apro­
xim adam ente em 4 .0 0 0 a.C. e antes do 
advento da escrita formal. São os antropó­
logos e arqueólogos que, através de seus 
estudos, documentam e esclarecem a res­
peito de época tão im portante da história.
As manifestações artísticas foram fun­
damentais para o estudo e entendim ento 
das ações, modo de vida e crenças dos 
povos prim itivos.
Os reg istros p ic tó ricos produzidos 
nesse período denominam-se Arte Rupes­
tre , por tra tar-se de inscrições fe itas nas 
paredes das rochas, pois a palavra deriva 
do latim científico rupestris e este do latim 
rupes (rochedo).
Os primeiros registros que se tem da 
música e do teatro estão entremeados com 
rituais que se relacionavam diretamente à 
caça e guerras e, em alguns momentos, à 
presença da mímica para mostrar os peri­
gos contidos no dia a dia dos nossos ances­
trais. Com conotação rítmica, a música não 
era usada para outros fins, a não ser que 
envolvesse questões ritualísticas.
Período Paleolítico
Conhecido como Idade da Pedra Las­
cada, apresenta duas divisões:
1- Paleolítico Inferior, período que remonta 
de 2 .5 00 .000 até 100.000 a.C.
Apresenta a mais antiga produção 
artística de que se tem conhecimento e o 
primeiro objeto de observação para a histó­
ria da arte. Devido ao distanciamento tem ­
poral não existe uma quantidade significa­
tiva de registros encontrados dessa época.
2- P a leo lítico Superio r, de 3 0 .0 0 0 até 
8 .0 00 a.C.
Os povos desse período eram nôma­
des e migravam de região para região em 
busca de suprimento que garantisse suas 
necessidades de sobrev ivência . A b riga ­
vam-se em cavernas, e é no seu in terior 
que são encontradas a maioria das pinturas 
do período. Fabricavam utensílios domés­
ticos e armas em pedra, osso e madeira: 
m achadinhas, m arte los, arpões, anzóis, 
agulhas, flechas, encontrados em profusão 
em sítios arqueológicos.
Pintura rupestre, encontrada na caverna de Lascaux, 
na região francesa de Dordogne
Nesse período as com unidades dei­
xam de ser nôm ades e a organ ização 
adquire caráter tribal. Começam a domes­
tica r animais e desenvolver a agricultura, 
inclusive com arado de tração animal. As 
mulheres eram responsáveis pelas a tiv i­
dades do cu ltivo agrícola, enquanto os 
homens se dedicavam à domesticação dos 
animais e às tarefas mais pesadas.
Quanto a m anifestações artís ticas, 
estavam relacionadas com a evolução do 
m om ento. A p in tura apresenta um cará­
te r mais geom étrico e estilizado: form as 
simplificadas que eram geradas através da 
gravação dessas figuras em osso, madeira 
e pedra. Eram bastante dinâmicas, e mais 
sugeriam do que evidenciavam as caracte­
rísticas dos seres representados.
Pinturas rupestres do período Neolítico, cenas coletivas
Os tem as m otivadores ainda eram 
o tipo de vida que levavam, seus hábitos, 
costumes e rituais. A reverência aos fenô­
menos naturais, ao trovão, ao sol, à lua 
eram a tem ática usual.
A construção de estruturas em pedra 
é importante registro da habilidade e enge- 
nhosidade dos povos dessa fase. Essas 
estruturas são chamadas de monumentos 
megalíticos (pedras grandes), que são divi­
didos em três categorias:
1- Menires: São grandes blocos de pedra 
fincados no chão, com objetivos simbóli­
cos, religiosos e principalmente funerários.
2- Dólmens: São megálitos verticais, so­
brepostos a outros horizontais, que tam ­
bém poderíam servir de abrigo.
3- Cronlecks: São agrupamentos circula­
res de menires, normalmente dispostos 
em volta de dólmens. O mais famoso de­
les é o de Stonehenge (Grã-Bretanha).
Menir da Meada, Castelo de Vide, Marvão, Espanha
Dólmen de Sorginetxe, Espanha
Círculo de Stonehenge, Grã-Bretanha
Idade dos Metais
Está com preend ida en tre 5 .0 0 0 a 
4 .0 0 0 a.C., embora a adoção do bronze 
tenha variado de acordo com as d ife ren­
tes civilizações.
O homem já tinha o domínio do fogo 
desde o período Neolítico. A Idade dos 
M etais dá início à exploração de alguns 
minérios, como o cobre, o bronze e o ferro 
e sua fundição.
Surgem , nesse período, pequenas 
com unidades que centralizam o poder e 
que são denominadas cidades-estado.
A agricultura ressurge com novas téc ­
nicas e novos instrum entos criados com 
tecnologias relacionadas com os minérios 
descobertos. A vida sedentária e com uni­
tária propicia o desenvolvimento da escrita, 
por volta de 4 .000 a.C.
Esse período é subdividido em:
Era do Bronze
Tem início no Oriente Médio, por volta de 
3 .300 a.C. Apresenta significativa produ­
ção de máscaras, armas e ornamentos fe i­
tos com tal matéria-prima.
Era do Cobre
Neste período, entre 2 .500 e 1.800 a.C., 
os rios passam a ser o principal veículo de 
comunicação. Aumenta a produção de ar­
cos e flechas como instrumentos, não só 
de caça mas também de defesa. A arqui­
tetura reflete o espírito da época e se vo l­
ta para construções de caráter defensivo, 
como muralhas com torres altas.
Era do Ferro
A partir de 1.200 a.C. o ferro, por ser su­
perior ao bronze quanto à rigidez e abun­
dância de jazidas, ganha ampla utilização 
na produçãode objetos, artefatos e escul­
turas. Seu emprego na produção bélica foi 
fundamental na história militar.
Escultura em bronze. Museu Pigorini, Itália
Caldeirão em ferro, com a borda em estado original, 200 a.C. 
Hertfordshire, Inglaterra
Pré-história Brasileira
A arte pré-histórica brasileira é encon­
trada em todo o te rritó rio nacional, com 
grande riqueza e d ivers idade. O Brasil 
possui valiosos sítios arqueológicos, ape­
sar da precária preservação. Várias grutas 
foram extin tas devido à ação do homem 
e seu avanço predatório. Devido à grande 
dimensão te rrito ria l, a produção artística 
distingue-se de região para região. Entre 
os estados que apresentam vestígios da 
presença humana, destacam -se o Piauí, 
M inas Gerais e as regiões litorâneas do 
Centro-Sul do país. São, pelo menos, duas 
divisões bem distintas:
a) Representações natura listas que 
elaboram fo rm as zoom órficas e an tro - 
pom órficas, m u ito recorrentes nas g ru ­
tas piauienses (Sítio de São Raimundo 
Nonato) e em outras regiões do interior do
país. Predomina, nas formas naturalistas, 
a figura humana (isolada ou em grupos) 
em cenas de caça e rituais diversos. Tam­
bém são m uito recorrentes as representa­
ções na form a de animais, como peixes, 
aves e veados, usualmente elaboradas em 
tons terrosos.
Toca do Boqueirão da Pedra Furada. 
Parque Nacional Serra da Capivara
b) Formas geométricas elaboradas a 
partir de elementos form ais geom étricos, 
tais como: pontos, linhas paralelas, cruzes, 
círculos e triângulos.
Formas geométricas
Nas duas representações predomina o 
uso de tons terrosos, que vão do bege até 
o vermelho intenso e amarronzado.
A a b und ânc ia de re cu rso s n a tu ­
rais presentes na costa brasile ira atraiu 
vários grupos hum anos, que fo ram os
responsáveis pela criação das prim eiras 
estru turas construídas no Brasil. Nesses 
lugares, m ontes de conchas, de resíduos 
m arinhos, esqueletos humanos e restos 
de utensílios dom ésticos vão se acum u­
lando. Com o tem po, todo esse material 
sedim enta-se e form a grandes am ontoa­
dos que são denom inados sambaquis.
Tam bém conhec idos com o povos 
sam baq u is , essas po p u la çõ e s fo ra m 
d e te c ta d a s p r in c ip a lm e n te no Rio de 
Janeiro , Santa Catarina, Rio Grande do 
Sul e São Paulo. No ano de 2001, o mais 
antigo sambaqui brasileiro fo i encontrado 
no Vale do Ribeira (SP).
Corte lateral de um sítio arqueológico de 
sambaqui em Santa Catarina
Produção artesanal e artística dos 
índios brasileiros
De acordo com pesquisas e cálculos 
de historiadores e antropólogos, antes da 
chegada dos portugueses havia cerca de 
25 milhões de nativos em solo brasileiro. 
Dividiam-se em grupos tribais e possuíam 
uma relação baseada em regras próprias de 
caráter social, político e religioso. O con­
ta to entre os grupos ocorria em eventos 
de guerra, enterros, casamentos, dentre 
outros. V iviam da caça e da pesca, que 
eram abundantes na época. Cultivavam 
mandioca e co le tavam fru tos s ilvestres, 
além de dom esticar animais de pequeno 
porte. Com a colonização europeia, essa 
quantidade reduziu-se a percentuais muito 
baixos: um verdadeiro genocídio.
As com unidades indígenas atuais 
lutam para preservar a herança de seus 
antepassados. Hábeis artesãos, os índios 
produzem diversos tipos de artefatos para 
atender suas necessidades cotid ianas e 
ritualísticas, e também servem como gera­
dores de recursos financeiros complemen­
tares. Assim, encontram-se belos trança­
dos que tomam forma de cestos, bolsas e 
esteiras, moldam a cerâmica que dá origem 
a panelas, esculturas, urnas. Entalham a 
madeira da qual nascem armas, instrumen­
tos musicais, máscaras e esculturas, além 
das plumárias e adornos de materiais diver­
sos, como sementes, ossos, conchas.
Elementos da cultura indígena brasileira
As culturas indígenas são ecléticas e 
se manifestam de maneira bastante diver­
sificada. Por exemplo, a cerâmica tapajô- 
nica ou santarena desenvolveu-se entre 
os índios que habitavam as margens do 
Rio Tapajós. Segundo a arqueóloga Anna 
Roosevelt, os Tapajós, que se desenvol­
veram na região de Santarém a partir do 
ano de 1 .200 a.C., seriam descendentes 
de hábeis artesãos, supostam ente dos 
Maias ou dos Incas.
Objetos e utensílios
1- Muiraquitãs: Da cultura Tapajó (região 
amazônica), são pequenas esculturas de ani­
mais feitas em jade, que simbolizam bons 
fluidos, desejo de sorte e prosperidade. Pre­
dominam os de cor verde e a forma de sapo.
Muiraquitâ de Nefrita: MAE-USP
2- Igaçabas: Próprias da região ama­
zônica, as igaçabas eram urnas funerárias
feitas em madeira ou argila. Existiam ur­
nas antropom órficas de ambos os gêne­
ros (feminino e masculino), em formas 
de desenhos e/ou baixos-relevos, que por 
vezes combinavam formas humanas e de 
animais. Algumas delas apresentavam 
círculos vermelhos pintados em referên­
cia à fertilidade.
Igaçaba Marajoara. Museu do Encontro,
Forte do Presépio. Belém-PA
3- Tangas: As tangas são objetos trian­
gulares feitos em cerâmica com orifícios 
nas extremidades, para amarração junto ao 
corpo. Eram usadas por mulheres das tr i­
bos marajoaras, em contextos cerimoniais.
Tanga de cerâmica. Museu Paraense Emílio Goeldi. Belém-PA
4- Cariátides: São vasos elaborados a 
partir de exuberantes decorações feitas 
com pequenas estatuetas zoomórficas ou 
antropom órficas que promovem a ligação 
entre a base e o bojo da peça. Além disso, 
podemos notar incisões feitas com fo r­
mas geométricas, que servem para enfei­
tar ainda mais esses vasos.
A decoração santarena apresenta 
com p lexos arran jos tam bém em vasos 
decora tivos e u tilitá rio s , com bojo e gar­
galo mais fin o s , onde predom inam ele­
m entos zoom orfos e representações de 
rostos humanos nos bojos esféricos dos 
mesmos.
Museu de Arqueologia e Etnologia da 
Universidade de São Paulo (MAE-USP)
Cestaria
Segundo o Dicionário do Artesanato 
Indígena de Berta G. Ribeiro, cestaria é o 
conjunto de objetos — cestos-recipientes, 
cestos-coadores, cestos-cargueiros, arma­
dilhas de pesca e outros — obtidos pelo 
trançado de elementos vegetais flexíveis 
ou semi-rígidos, usados para transporte de 
carga, armazenagem, receptáculo, tam is 
ou coador. Variam em tam anho, form a, 
decoração, técn ica de m anufatura, mas 
obedecem basicam ente às ex igênc ias 
ditadas por sua funcionalidade. As socie­
dades indígenas no Brasil são detentoras 
das mais variadas técnicas de confecção 
de trançados, utilizando-se delas para a 
confecção de cestos, que estão entre os 
objetos mais usados, pois estão associa­
dos a vários fins. A cestaria produzida e 
utilizada por uma determ inada sociedade 
indígena está associada à sua cultura, prin­
cipal característica humana.
Catálogo do Museu do índio. FUNAI 
Peças elaboradas em fibra de arumã nas cores 
preta e natural Povos baniwa
Arte plumária
Habilidosos artistas, os índios brasi­
leiros lançam mão de todos os recursos 
naturais disponíveis para a elaboração de 
suas peças, sejam elas com fins utilitários 
e/ou decorativos. A arte plumária está rela­
cionada a rituais m uito interessantes e é 
executada por homens, desde a caça até o 
final da concepção da peça. Rica em cores 
e form as, é símbolo de hierarquia dentro 
da tribo e muito reverenciada pelo imaginá­
rio dos homens brancos. Tangas, cocares, 
lanças são só alguns dos exemplos onde a 
pena é utilizada. Vale ressaltar que a cu l­
tura indígena respeita o meio ambiente e 
só usa o material que não degrada a fauna 
local.
Cid Collection, do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, 
agora sob guarda do Memorial da América Latina.
Adolescente pataxó, Brasília, 2007
Pintura corporal
A p in tu ra corpora l é fe ita com p ig ­
m e n tos n a tu ra is : ca rvã o , u rucum ou 
gen ipapo; tem com o o b je tivo es tabe le ­
cer relação de hierarquia em uma trib o , 
d ife renciar povos, e até para dem onstrar 
interesse em algum parceiro ou parceira. 
Cada etnia cria sua própriamarca, e nor­
m a lm ente esses desenhos são fe ito s a 
pa rtir de fo rm as abstra tas. São usados 
em r itu a is d iv e rs o s , ta is com o ca sa ­
m ento, guerra, ritua is esp iritua is .
índia Kadiwéu, Mato Grosso do Sul
Pintura corporal dos índios da tribo Kadiwéu
O teatro tem como referência princi­
pal a catequização, que teve nos jesuítas 
seus maiores representantes. As dram ati­
zações eram montadas tendo como base 
a vida de Jesus e dos santos. Nelas os
personagens antagônicos eram sempre as 
divindades que os índios tinham em seu 
imaginário.
A m úsica e a dança apresentam 
expressividade, e sua prática ocorre nos 
ritos da puberdade, cerimônias espirituais 
e de guerra, bem com o por ocasião do 
plantio e da colheita.
Cantos e danças ritualísticas envol­
vem oferendas aos deuses. Os mitos, len­
das e tradição oral são preservados em 
cerimônias promovidas com a participa­
ção de toda a comunidade.
Os instrum entos musicais, fe itos de 
m adeira e ossos de an im ais, são: to ró 
(flauta de taquara), boré (flauta de osso), 
o mimbi (buzina) e o uai (tambor de pele e 
de madeira).
A música nativa sofre alterações com 
a chegada dos jesuítas ao Brasil, a par­
tir do século XVI, que com a intenção de 
catequizar os indios começaram a in trodu­
zir instrum entos e estilos musicais.
Instrumentos musicais indígenas
Arte pré-co/ombiana
As c iv ilizações da A m érica e sua 
cu ltu ra estavam organizadas centenas 
de anos antes da chegada de Cristóvão 
C olom bo, m arco in ic ia l da dom inação 
hispânica nesta região. Estruturadas em 
Estado ou federações nas regiões norte e 
central da América, destacam-se:
1- Astecas: Eram indígenas advindos da 
América do Norte que habitavam a atual 
região do México. Na sociedade asteca o 
artista possuía papel de grande destaque. 
Suas obras eram fomentadas por concei­
tos religiosos e representavam o imaginário 
coletivo. Na pintura destacam-se formas 
abstratas, geométricas e figurativas. Os 
códices (pinturas em livros) e as pinturas 
murais feitas em grandiosos templos e pa­
lácios não eram personalizadas. A cerâmica 
constituía-se de artefatos, como jarras, po­
tes e louças em geral. Muitos desses uten­
sílios domésticos, com pinturas policroma- 
das, eram verdadeiros objetos de arte.
Calendário asteca, também conhecido como Pedra do Sol, é o 
calendário utilizado pelos astecas, povo que habitou a região 
do México até meados do século XVI. Este calendário era 
baseado no ano solar, possuindo, portanto 365 dias.
2- Maias: É um povo mesoamericano que 
se destacou nos conceitos matemáticos, 
astronômicos e no desenvolvimento da 
escrita. Os maias construíam cidades-es-
tado que, depois do séc.X, foram abando­
nadas e permaneceram por muito tempo 
escondidas na floresta. As construções 
eram feitas em pedra, no form ato pira- 
midal. Similar ao Egito, apresentam um 
caráter fúnebre e serviam para rituais sa- 
crificiais. Criaram medidas de tempo com 
grande precisão horária.
Templo de Kulculcán - cada lado desta construção 
equivale a uma estação do ano
3- Incas: Civilização que habitava a Cordi­
lheira dos Andes. Destaca-se pela exube­
rância dos trabalhos em ouro e artefatos 
com fibras naturais. Na arquitetura usa­
vam a pedra na construção de palácios e 
observatórios astronômicos.
Grande parte dos ritua is re lig iosos, 
sacrifícios humanos e de animais ocorriam 
em honra aos deuses (do sol, da chuva, do 
trovão). Um de seus acervos remanescen­
tes é a cidade de Machu Picchu, no Peru.
Monumento Inca, Cordilheira dos Andes, Machu Picchu, Peru
Máscara Inca, representação do deus sol, Sec. XV
A m úsica desses povos con tinuou 
sendo ritualística mas, já com a presença 
de instrum entos de sopro e percussão.
Arte africana
Uma arte m uito rica de caráter fu n ­
cional, a arte africana representa os usos e 
costumes das tribos em formas e com téc­
nicas diversas. A representação da figura 
humana está relacionada a questões morais 
e éticas, assim como, os valores religiosos. 
Esculturas em marfim, bronze e ouro estão 
relacionadas à incorporação dos espíritos e 
à magia e são usadas em rituais diversos. 
As máscaras elaboradas em argila, madeira, 
metais também apresentam uma conotação 
mística de purificação do espírito.
Máscara do século XVI, Nigéria, Edo, Corte de Benin, 
marfim, Metropolitan Museum of Art
Máscara Gelede do Benim no Brasil
Gelede é originalmente uma forma de 
sociedade secreta feminina de caráter reli­
gioso existente nas sociedades tradicionais 
yorubas. Expressa o poder fem inino sobre 
a fertilidade da terra, a procriação e o bem- 
estar da comunidade.
Pintura: A pintura é elaborada como 
decoração nas paredes dos palácios dos 
reis, celeiros, etc. Os m otivos são muito 
variados e vão desde formas essencial­
mente geométricas até a reprodução de 
cenas de caça e guerra. Serve também 
para o acabamento das máscaras e para 
os enfeites corporais.
Desenhos e pinturas com formas geométricas, Nigéria
-
A civilização egípcia se desenvolveu 
às margens do rio Nilo, no nordeste a fri­
cano, entre 3 .2 0 0 a.C. e 32 a.C. O rio 
era u tilizado com o via de transporte de 
pessoas e mercadorias. Situada em região 
desértica , a tribu ía ao rio uma enorm e 
importância, tanto para a navegação como 
para a agricultura. Sua cultura era pautada 
em valores religiosos. O faraó era consi­
derado autoridade máxima em uma socie­
dade hierarquicamente dividida. Era um ser 
sagrado, respeitado e adorado como um 
deus. O povo egípcio acreditava na eter­
nidade de sua vida. A civilização egípcia 
desde sempre se preocupou com a exis­
tência após a morte. Sua religião era poli- 
te ísta e antropozoom órfica e repleta de 
rituais para o pós-morte.
A escrita era praticada pelos cham a­
dos escribas, que devido à sua posição 
de destaque gozavam de d ire itos e p riv i­
légios na corte fa raôn ica . A escrita hie- 
róg lifa desenvo lveu-se através de có d i­
gos e símbolos e eram fe itas em papiros, 
uma espécie de papel fe ito a p a rtir da 
fibra de madeira, e, tam bém nas paredes 
das construções.
Arte Egípcia
A arte do antigo Egito servia, acima 
de tud o , a ob je tivos po líticos e re lig io ­
sos. As representações artísticas eram a 
expressão do poder do faraó e da classe 
sacerdotal. A crença do retorno da alma 
ao seu corpo orig ina l é tem á tica reco r­
rente no desenvolvim ento da arte.
A ss im sendo , a a rte re p re sen ta , 
exalta e homenageia constan tem ente o 
faraó e as diversas divindades da m ito lo ­
gia egípcia, sendo aplicada principalmente 
a objetos ou espaços relacionados com o
culto dos mortos, isto porque a transição 
da vida à morte é vista, antecipada e pre­
parada como um m om ento de passagem 
da vida terrena à vida após a morte.
O faraó é im orta l e todos os seus 
familiares e altos representantes da socie­
dade têm o privilégio de poder também ter 
acesso à outra vida. Os túm ulos são, por 
isso, os marcos mais representativos da 
arte egípcia: lá são depositados a múmia 
ou estátua (corpo físico que acolhe poste­
riormente a alma, ka) e todos os bens físi­
cos do cotidiano que lhe serão necessários 
à existência após a morte.
O que mais se destaca na arte egíp­
cia é de fa to a a rq u ite tu ra , a través da 
c o n s tru ç ã o de te m p lo s de tam anhos 
m onum enta is . A prim eira im agem que 
nos vem à m ente é a de uma pirâm ide. 
As pirâmides eram túm ulos para os faraós 
e tinham uma área de ocupação interna 
muito pequena em relação ao tamanho do 
m onum ento. É d ifíc il im aginar como elas 
eram constru ídas. A a rqu ite tu ra egípcia 
era m onum ental em todos os aspectos.
Pirâmides: São, sem nenhuma dúvida, 
o maior paradigma da arqu ite tura egíp­
cia. Com bases em fo rm ato quadra­
do ou triangu lar, paredes m uito altas, 
constitu ídas de camadas sobrepostas de 
pedras de grandes proporções, criavam 
form as externas agigantadas. As linhas 
inclinadas encontravam -se no alto e pa­
reciam estar em con ta to com os céus,como referência à busca do divino e do 
sublim e. Suas técn icas de construção 
continuam sendo estudadas, investiga­
das e questionadas por técn icos e h is to ­
riadores até os dias atuais. As pirâmides 
são, até hoje, fon te de inspiração para a 
arquite tura contem porânea mundial.
Pirâmide de Djoser em Sakara, Mênfis, Egito
As primeiras pirâmides foram as do Rei 
Djoser, e elas eram escalonadas. As pirâmi­
des mais célebres do mundo pertencem à IV 
dinastia e se encontram em Gizé: Quéops, 
Quéfren e Miquerinos, cujas faces são com­
pletamente lisas. A regularidade de certas pi­
râmides deve-se aparentemente à utilização 
de um número áureo õ (phi) e da proporção 
n (pi), que poucos arquitetos conheciam.
Mastabas: As construções de pirâmides, 
eram primeiramente em mastabas (de­
graus); com a evolução da arquitetura che­
gou-se à pirâmide de linhas retas da forma 
que conhecemos. A mastaba é um tipo de 
túmulo, e/ou capela, egípcio que apresenta 
uma forma de tronco de pirâmide. As pare­
des eram inclinadas em direção a um topo 
plano de menores dimensões que a base.
Típica mastaba egípcia do Antigo Reinado, Egito, 2.467 a.C.
Hipogeus: Eram templos escavados nas 
rochas, dedicados a várias divindades ou 
a uma em particular. Normalmente eram
divididos em duas ou três câmaras: a pri­
meira para os profanos; a segunda para o 
faraó e os nobres; e a terceira para o sumo 
sacerdote. A entrada desses templos era 
protegida por galerias de estátuas de gran­
de porte e esfinges.
Templo Abu Simbel, Núbia, Baixo Egito
Pintura: Na representação da figura huma­
na o tronco era pintado de maneira frontal, 
rosto e membros de perfil, mesmo os olhos 
sendo mostrados de frente: "lei da fronta­
lidade". É fácil observar essa característica 
na maior parte dos relevos e representa­
ções pictóricas do antigo Egito. É interes­
sante notar que, nos painéis apresentados, 
as figuras masculinas usavam cor vermelha 
e as femininas o tom ocre. As formas eram 
chapadas, sem muito volume e profundida­
de. A pintura complementava a escultura 
ou decorava as grandes superfícies dos edi­
fícios. Não se utilizava gradação, mistura 
de tonalidades ou claro-escuro.
Olho de Hórus é um símbolo, proveniente do Egito Antigo, que 
significa proteção e poder, relacionado à divindade Hórus. Trata-se 
de um dos amuletos mais usados no Egito em todas as épocas.
Pintura parietal do túmulo de Nefertari, Egito
Escultura: A escultura servia à arquitetura, 
completando-a, geralmente em form a de 
baixos-relevos que, em pedra ou bron­
ze, representavam tanto as cenas diárias 
quanto as vitórias dos faraós, ou ainda 
paisagens sim plificadas. A estatuária era 
principalm ente religiosa.
A representação de um faraó ou um 
nobre era o substituto físico destes na 
morte. Isso talvez pudesse justificar o 
exacerbado naturalismo alcançado pelos 
escultores egípcios, principalmente no Im­
pério Antigo (3 .200 a 2 .300 a.C.). Com o 
passar do tempo, a exemplo da pintura, a 
escultura acabou se estilizando.
Escriba Sentado, Egito, IV Dinastia, 2.620-2.500 a.C.
M úsica: Foram encontradas, a pa rtir de 
escavações arqueo lóg icas, figu ras em 
baixos-relevos, mosaicos, textos e alguns 
objetos que com provam a existência de 
atividades musicais. A música tinha uma 
função tanto social quanto religiosa e era 
peça essencial na sociedade egípcia, o 
que elevava o status do músico.
A música egípcia tinha características 
próprias: era inspirada nos deuses e prati­
cada em qualquer evento de ordem social. 
Composta por cantos, era sempre acompa­
nhada de instrumentos como citara, harpa 
e tam bores, que mais tarde foram adota­
dos pelos gregos. Usualmente, os músicos 
acompanhavam os faraós em suas apari­
ções e cerimônias públicas.
Greco-romanos é o adjetivo, no plural, 
para tudo o que for comum aos gregos e aos 
romanos. Essas duas civilizações da A n ti­
guidade são consideradas a base cultural 
do Ocidente, servindo de fonte inspíradora 
para gerações posteriores. Suas conquistas, 
poder econômico e riqueza cultural incluem- 
nas no rol das grandes civilizações.
A mitologia como fonte de inspiração
Os deuses gregos, posteriormente apro­
priados pelos romanos, tinham suas histórias 
narradas por escritores, como Homero e 
Hesíodo. Eles eram apresentados como seres 
imortais, física e psicologicamente semelhan­
tes aos humanos (antropomorfismo), com 
poderes sobre-humanos. Os mortais estavam 
sujeitos aos caprichos dos deuses.
Dentre as divindades, está a hierar­
quia superior encabeçada por Zeus (gover­
nante de todos os deuses). Numa classe 
inferior está Hades (irmão de Zeus e deus 
dos infernos). Mas os heróis, seres m or­
tais em sua maioria, têm tanta importância 
quanto os deuses na m itologia grega. Um 
dos mais conhecidos é Hércules.
As festas eram dedicadas às divindades, 
tais como: Dioniso, deus do vinho e da ale­
gria, Deméter, deusa da colheita. Uma das 
festividades mais destacadas eram os jogos 
Pan-helênicos (Olimpíadas), realizados de 4 
em 4 anos, dedicados a Zeus.
Os templos gregos e romanos eram 
locais de visitação e adoração aos quais acor­
riam os devotos fiéis. Existiam templos para 
cada um dos deuses, como: Afrodite, deusa 
da beleza; Apoio, deus da beleza masculina, 
da juventude e da luz, além de ser conside­
rado patrono das artes; Atena, deusa da sabe­
doria, da paz e protetora dos atenienses.
Deuses gregos e romanos
Grego Romano Representação
Zeus Júpiter principal deus
Hera Juno protetora do lar
Efesto Vulcano fogo
Poseidon Netuno mares
Ares Marte guerra
Atena Minerva sabedoria
Deméter Ceres agricultura
Apoio Febo sol e beleza
Assim , cercada por m uita magia e 
beleza, desenvolve-se a cultura greco-ro- 
mana. A cultura grega fo i adotada pelos 
romanos (séc.ll a.C.) e a cidade de Roma 
tornou-se importante centro de difusão da 
cultura helênica.
A Arte Grega
Os gregos antigos tiveram muito des­
taque nas produções artísticas e culturais. 
Foram exímios construtores, escultores e 
filósofos. Eram racionais e antropocêntri- 
cos e seus atos eram norteados por esses 
princípios. Buscavam representar, através 
das artes, cenas do cotidiano grego, acon­
tec im entos h istó ricos e, principalm ente, 
temas mitológicos e desportivos.
Arquitetura
As grandes obras de arquitetura, como 
os tem plos, por exemplo, eram erguidos 
em homenagem aos deuses gregos. Suas 
formas são copiadas ainda hoje e causam 
espanto pela beleza e consistente estrutura. 
Um dos templos gregos mais conhecidos é a 
Acrópole de Atenas (Partenon). Essa cons­
trução foi feita pelos atenienses em home­
nagem à deusa Atena (protetora da cidade).
Foi construído em mármore no ponto mais 
alto da cidade, entre os anos de 447 e 438 
a.C. Além das funções religiosas, foi u tili­
zado também como ponto de observação 
militar. As colunas desse templo seguiram 
o estilo arquitetônico dórico e apresentavam 
na parte superior um belo frontão (capitel), 
com painel em baixo-relevo executado pelo 
grande escultor Fídias.
Ruínas do Partenon - século V a.C, Acrópole de Atenas, Grécia
Frontão decorado e visão lateral da réplica do Partenon grego, 
Centennial Park, 1897, Nashville, Tennessee, EUA
As colunas gregas apresentam-se em três 
tipos diferentes:
1- Dórica: mais simples, com poucos de­
talhes e decoração, atribuía estabilidade e 
muita elegância à construção.
2- Jônica: um pouco mais elaborada, com 
desenhos, inscrições e base circular.Trans­
mitia leveza e graciosidade ao edifício.
3- Coríntia: mais sofisticada e muito deco­
rada, era pouco usada pelos arquitetos da 
época, devido ao seu custo em relação ao 
material e tempo de execução. Os capitéis 
das colunas eram decorados com folhas 
feitas em concreto.
Os a rqu ite tos gregos constru íram , 
além dos tem p los , te a tro s de grande 
extensão que tinham capacidade para abri­
gar toda a população da cidade. Feitos em 
pedra eram constitu ídos por um espaço 
circu lar que continha o altar de Dioniso, 
chamado de orquestra, onde o coro can­
tava,dançava e os atores representavam.
Os palcos eram singelos e os espec­
tadores acom odavam -se em arquibanca­
das ou degraus que ficavam em volta da 
orquestra. As apresentações tinham lugar 
durante o dia, ao ar livre.
Podemos citar o Teatro de Epidauro, que 
foi projetado por Policleto entre 370 e 360 a.C. 
Sua capacidade era de 20 mil pessoas.
Teatro Dioniso, Sec. V a.C, Acrópole de Atenas, Grécia
Detalhe do Teatro Dionísio, Grécia
Esses tea tros eram construídos em 
lugares de pouco ruídos para evitar a inter­
ferência dos sons urbanos. Sua forma favo­
recia a ventilação, pois o vento passava 
atrás do palco em direção aos espectado­
res. O objetivo além de refrescar, era uma 
forma de auxiliar a difusão das falas e sons 
diversos do palco para a platéia.
Escultura
Os escultores gregos, por vezes cha­
mados de gênios, foram exím ios em seu 
o fic io . Entalhavam a pedra com grande 
maestria e delicadeza. Buscavam a perfei­
ção estética e primavam por uma constante 
representação realista. As obras apresen­
tavam m ovim ento adequado à ação e ao 
estudo da proporção anatômica.
Mais tarde introduziu-se o conceito de 
contraposto - posição na qual a escultura se 
apoiava totalmente numa perna, deixando a 
outra livre causando maior dinamismo nas 
representações de atletas em plena ação.
Nervos, m úsculos, veias, expres­
sões e sentim entos são observados nas 
esculturas. Os tem as mais usados foram 
a m ito log ia , p rinc ipa lm ente , representa­
ções de deuses e deusas, e o a tle tism o. 
Entre os grandes artis tas do classicism o 
e s tã o : P o lic le to , M iro n , P rax íte les e 
Fídias.
Discóbolo de Miron, 1,55m de altura, 450 a.C, 
Museu Nacional Romano, Roma
Hermes, séc. IV a.C. 2,15 m de altura, 
destinava-se ao Templo de Hera, em Olímpia
No Período Clássico (séc.VIII a V a.C.), 
inspirados na razão e no naturalismo ideali­
zado, os gregos representavam o movimento 
de uma forma mais efetiva. Surge o nu fem i­
nino com muita suavidade e delicadeza.
No Período Helenístico (séc.lV a II a.C.) 
os escultores abandonaram a representação 
ideal na busca pelo real. Novas técnicas e 
materiais favoreceram a criação de formas 
muito expressivas e de grande valor estético 
e, por vezes, propagandístico.
Grupo de Laocoonte, cópia romana possivelmente de 
Hagesandro, Atenodoro e Polidoro de Rodes, séc. I d.C. 
Mármore, 2,13 m, Museu do Vaticano, Roma
Vênus de Mito, 1,98m, mármore, sec. II a.C, achada na Ilha de 
Milos, no Mar Egeu. Encontra-se hoje no Museu do Louvre, Paris
0 grande desafio e a grande conquista 
da escultura desse período foi a representa­
ção, não de uma figura apenas mas de gru­
pos de figuras que mantivessem a sugestão 
de mobilidade. 0 belo deveria ser apreciado 
por todos os ângulos.
Pintura
Essa modalidade artística foi desenvol­
vida através da pintura cerâmica. Há bastante 
equilíbrio e harmonia nos desenhos execu­
tados. As formas são chapadas e mostram 
um dinamismo bem relativo. Há uma predo­
minância dos tons terrosos, branco e preto, 
com alternância de aplicação entre eles. Além 
de servir para rituais religiosos, esses vasos 
eram usados para armazenar, entre outras 
coisas, água, vinho, azeite e mantimentos. 
Por isso, sua forma correspondia à função 
para a qual eram destinados. Os temas apre­
sentavam pessoas em suas atividades diárias 
e cenas da mitologia grega.
Exéquias: Dioniso em seu barco, 530 a.C., figura negra, 
Staatliche Antikensammlungen, Munique
O repouso de Heracies, ânfora do Pintor de Andokides (esquerda) 
e ânfora grega, cerca de 540 a.C, Museu Arqueológico 
Nacional de Atenas
panos de linho uma pedra e deu-a a Cronos, 
como se fosse a criança, e o deus logo o 
engoliu. Quando cresceu, Zeus pediu a Géia 
uma droga para dar ao pai, a fim de que este 
restituísse os filhos devorados. Isso feito, 
à frente dos irmãos, Zeus declarou guerra 
a Cronos. A guerra durou dez anos e Zeus 
conseguiu vencer, com auxílio dos Heca- 
tônquiros. Tornou-se chefe de uma nova 
geração de deuses do Olimpo.
Zeus desposa Hera, mulher defensora 
e protetora dos esposos. Davam-na como 
ciumenta e vingativa, pois frequentemente 
encontrava-se irritada contra Zeus por sua 
infidelidade, perseguindo-lhe as amantes e 
os filhos adulterinos. Zeus não se conten­
tava apenas com as deusas e por vezes se 
apaixonava pelas mortais. A vítima dessa 
vez era a princesa tebana Sêmele, mãe do 
segundo Dioniso.
É que de Zeus e Perséfone (filha de 
Deméter) nasceu Zagreu, o prim eiro D io­
niso. Preferido do pai dos deuses e dos 
homens, estava destinado a sucedê-lo no 
governo do mundo, mas o destino decidiu 
o contrário. Para proteger o filho dos ciú­
mes de sua esposa Hera, Zeus o confiou 
aos cuidados de Apoio e dos Curetes que 
o criaram na flo resta do Parnaso. Hera, 
mesmo assim, descobriu o paradeiro do 
deus ainda menino e encarregou os Titãs 
de raptarem-no. Palas Atena pôde salvar- 
lhe o coração que ainda palpitava. Foi esse 
coração que Sêmele engoliu, engravidando 
do segundo Dioniso.
O Segundo Dioniso, no entanto, não 
teve um nascimento normal. Hera, ao ter 
notícias das relações amorosas do esposo 
com Sêmele, resolveu eliminá-la. Transfor­
mando-se na ama da princesa tebana, acon­
selhou-a a pedir ao amante que se lhe apre­
sentasse em todo o seu esplendor. O deus 
advertiu a Sêmele que semelhante pedido 
lhe seria funesto, mas como havia jurado 
pelo rio Estige jamais contrariar-lhe os dese­
jos, apresentou-se-lhe com seus raios e tro ­
vões. O palácio da princesa incendiou-se e 
ela morreu carbonizada. Zeus recolheu do 
ventre da amante o fruto inacabado de seus 
amores e colocou-o em sua coxa, até que 
se completasse a gestação normal. Nascido 
o filho, confiou-o, para evitar novo estra­
tagema de Hera, aos cuidados das Ninfas 
e dos sátiros do monte Nisa. Lá, em som­
bria gruta, cercada de frondosa vegetação 
e em cujas paredes se entrelaçavam galhos 
de viçosas vides, de onde pendiam madu­
ros cachos de uva, v iv ia fe liz o filho de 
Sêmele. Certa vez o jovem deus colheu 
alguns desses cachos, espremeu-lhes as 
frutinhas em taças de ouro e bebeu o suco 
em com panhia de sua corte . Todos fica ­
ram então conhecendo o novo néctar: o 
vinho acabava de nascer. Bebendo repeti­
das vezes, sátiros. Ninfas e Baco começa­
ram, a dançar vertiginosamente ao som dos 
címbalos. Embriagados do delírio báquico, 
todos caíram por terra desfalecidos.
Historicamente, por ocasião da vindima, 
celebrava-se a cada ano, em Atenas e por 
toda a Ática, a festa do vinho novo, em que 
os participantes, como outrora os com pa­
nheiros de Baco, se embriagavam e começa­
vam a cantar e dançar freneticamente, até 
caírem desfalecidos. Ao que parece, esses 
adeptos do vinho disfarçavam-se de Sáti­
ros, que eram concebidos pela imaginação 
popular como "homens bodes". Teria nas­
cido assim o vocábulo tragédia (trago = 
bode: ode = canto) = tragoedia em latim 
e tragédia em português.
A h istória de D ioniso provocava as 
mais diversas emoções em seus fiéis, desde 
a tristeza profunda à alegria desmedida, ou 
seja, dando fiel continuidade às controvér­
sias do período do caos: Eros (atração) e 
Anteros (repulsão), etc.
Durante a celebração, seus devotos 
entoavam o d itiram bo , canto lírico que 
reunia dança, poesia, coro, tudo re lacio­
nando-se à religião (presente tam bém na 
evolução musical).
Origem do Teatro Grego 
O culto a Dioniso: O Mito
Para a plena compreensão da origem 
do teatro , faz-se necessário o resgate de 
fa tos m ito lóg icos, os quais estão d ire ta ­
mente relacionados à sociedade grega.
O estudo será melhor contextualizado 
a partir da leitura do texto abaixo.
Dioniso ou Baco
No princíp io ex is tia o Caos, a per­
sonificação da vida prim ordial, anterior à 
criação, no tem po em que a Ordem não 
tinha sido ainda im posta aos elem entos 
do mundo recém-criado. Lá era onde tudo 
estava aglutinado e movido por forças con­
trárias: Eros (atração) e Anteros (repulsão, 
separação) — que dá origem à teoria

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