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ESTUDO DIRIGIDO DE REVISÃO GRAMATICAL JOILSON PORTOCALVO ELIANA JORGE LEITE PROJETO GRÁFICO RAFAEL HILDEBRAND CAPA (COM BASE NA OBRA A NOITE ESTRELADA DE VINCENT VAN GOGH) RAFAEL HILDEBRAND COPIDESQUE E PROJETO EDITORIAL ANDERSON BATISTA DE MELO IMPRESSÃO STARPRINT - GRÁFICA E EDITORA 1a EDIÇÃO 2000 EXEMPLARES COMPOSTO EM UTOPIA UNIVERSO TTEARIAL Direitos Reservados à Editora Centro-Hinterlândia SRTV/SUL Quadra 701 Conjunto L Edifício Assis Chateaubriand Bloco 1 Salas 626/628 - Asa Sul - Brasília - DF Cep: 70.340-906 Tel.: (61)3201-5875 Fax.: (61)3202-5680 Correio Eletrônico: contato@hinterlandiaeditorial.com.br Sítio: www.hinterlandiaeditorial.com.br D a d o s I n t e r n a c i o n a i s de C a t a l o g a ç ã o na P u b l i c a ç ã o ( C I P ) ( C â m a r a B r a s i l e i r a do L i v ro , SP, B ra s i l ) Borges Estudo d i r i g i do de ar tes : ens ino médio : vo l ume único / Borges e Ribe i ro . -- Brasí l i a , DF : Edi tora do Cent ro, 2011. ISBN 9 7 8 - 8 5 - 62 6 83 -0 5 -3 1. Ar tes ( Ens ino médio) I. Ribe i ro . II. T í t u lo 11-03864 CDD-700 mailto:contato@hinterlandiaeditorial.com.br http://www.hinterlandiaeditorial.com.br Et ap a III I Et ap a II ■ Et ap a I Sumário Capítulo 1 - A Estética e a Arte Capítulo 2 - Arte Primitiva Capítulo 3 - O Egito e sua Arte Capítulo 4 - A Cultura Greco-Romana Capítulo 5 - Arte na Idade Média Capítulo 6 - A Era Moderna Capítulo 7 - Arte Barroca Capítulo 8 - Neoclassicismo Capítulo 9 - Romantismo Capítulo 10 - Realismo Capítulo 11 - Arte do final do século XIX Capítulo 12 - Arte Moderna Capítulo 13 - Arte Contemporânea Panítu ln 1d - Arte Moderna e oapnuio Contemporânea no Brasil Arquitetura Moderna e Capitulo 15 - contemporânea Capítulo 16 - Artesanato e Indústria Exercícios Bibliografia 07 22 34 38 54 66 76 97 104 112 119 131 154 166 194 201 207 285 A Editora do Centro apresenta o livro Estudo D irigido de A rtes, que é resultado da cuidadosa elaboração de obra didática, organizada pelos professores Borges e Ribeiro. Estes, com vasta experiência didática e teórica/acadêmica, produziram textos, coletânea de exercícios e questões que atendem aos mais rigorosos padrões de preparação de alunos do ensino médio. O material integra de forma inteligente e prática os conteúdos - música, artes cêni cas e artes visuais - em blocos que conferem lógica e referência ao leitor. Sua utilização é voltada para a fluidez e compreensão das manifestações estéticas e artísticas ao longo da história, e garante, com a profundidade exigida, a preparação do aluno para os temas cobrados pelos principais exames e provas nacionais. A parte iconográfica, estruturada para uma visualização agradável e pertinente, garante apreciação, olhar crítico e aguçado sobre o tema. A divisão da obra em três etapas permite ao professor utilizar o livro como manual qualificado e estruturado conforme suas necessidades didáticas e programáticas. Equilíbrio, pertinência e praticidade são as palavras-chave para aqueles que adotam este livro. Sobre os Autores: Maria Abadia Borges Cursou Artes Plásticas pela Universidade Federal de Uberlândia e Licenciatura em Educação Artística pela Faculdade Dulcina de Moraes, em Brasília. Pós-graduada em Arte e Tecnologia pela Universidade Católica, é professora desde 1972 e trabalha com o Ensino de História da Arte há quinze anos, atendendo a estudantes pré-vestibulandos. M inistra cursos em História e A rte para empresários e pessoas com interesse nesta área de conhe cimento. Promove palestras sobre diversos artistas e modalidades artísticas para galerias de arte e eventos correlatos. Participou como palestrante de eventos artísticos prom ovi dos pela Secretaria da Educação de Brasília. Foi membro de mesas redondas sobre arte moderna e seus desdobramentos, idealizadas pelo CCBB do Rio de Janeiro. Marcone Cutrim Ribeiro Professor de Artes, com Licenciatura em Educação Artística e habilitação em Artes Cênicas pela Faculdade Dulcina de Moraes, em Brasília. Pós-graduado em Arteterapia e Saúde, m inistra palestras em congressos de arte e trabalha em vários projetos que envol vem arte, nos âmbitos estadual e federal. Desenvolve oficinas, tendo o teatro e a música como forma de melhoria pessoal e da qualidade de vida. Há treze anos leciona em grandes escolas de Brasília; participa de diversas produções teatrais e musicais, sempre defendendo a cultura popular e suas manifestações. A arte é o espelho e a crônica da sua época. William Shakespeare Definição de estética É o estudo do belo, do gosto ind iv i dual através de conceitos filosóficos, his tóricos e culturais. Designa uma dimensão da experiên cia e da ação humana que permite carac terizar algo agradável, sublime, gracioso, poético ou, ao invés disso, algo desagra dável, inferior, ruim. Refere-se a tudo o que embeleza a existência do homem: o corpo, o vestuário, a casa, os adornos, o carro e tudo o que simbolizar adorno. O que é arte Habilidade própria do homem, de exe cutar atividades que transcendam o objeto material, que expresse sentimento, cultura, crença, etc. A arte pode ser representada através do desenho, da pintura, da música, da lite ratura, da atividade cênica, da artesania, da fo togra fia , da escultura, do design de produtos e moda, da organização de espa ços, e de outras formas de expressão. Funções da arte A a rte o b je t iv a , s in g u la rm e n te , expressar os sentim entos, sejam eles do artista ou até mesmo de uma determinada civilização e comunidade. Assim sendo, o estudo da produção artística transcende a mera apreciação da beleza estética visível aos olhos, para configurar crenças, modos de vida, denúncias, exaltação, acontec i mentos sociais e políticos, estudos científi cos e outros. Portanto, vejamos algumas: 1- Função individual: Através da produção artística, o compositor, motivado pelos acontecim entos que o rodeiam, expressa seus sentimentos. Exemplo: Ternura Eu te peço perdão por te amar de repente Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos Das horas que passei à sombra dos teus gestos Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos Das noites que vivi acalentando Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo... Vinícius de Moraes - Poesia completa e prosa, Editora Nova Aguilar, Rio de Janeiro, 1998, p.259. O Grito, Edvard Munch, 1893, Museu Munch de Oslo, Noruega No quadro O Grito, o artista evidencia o sentimento de solidão e desespero através das linhas sinuosas e das cores muito fortes. 2- Função ambiental: Visa exaltar e/ou de nunciar aspectos relacionados com o meio ambiente: sua beleza, preservação e, tam bém, sua exploração. Flor do mangue, Franz Krajberg, madeira, 12m x 8m x 5m Na escultura acima, construída a partir de resíduos de árvores de manguezais des truídos pela especulação imobiliária, vemos o apelo ao debate sobre o meio ambiente. 3- Função pragmática: Apresenta um ca ráter educacional. Visa transm itir conhe cimentos de todas as ordens: científicos, espirituais, políticos e culturais através da produção artística. Homem vitruviano, Leonardo da Vinci, 1490, Lápis e tinta sobre papel, 34 x 24 cm. Gallerie dell'Accademia 4- Função religiosa: Objetiva divulgar precei tos, dogmas e eventos de uma determinada religião, para referenciar os fiéis da mesma. Descida da Cruz, Caravaggio, óleo sobre tela, 1 608, Museu do Vaticano, Roma 5- Função histórica: Registra e retrata fatos relacionados com uma determinada época relevante para uma civilização. 6- Função política: Tem objetivo social ao representar eventos da ação política de uma comunidade, um povo ou nação. Pode estar relacionada com ufanismo, propaganda de Es- Independência ou Morte, ou O Grito do Ipiranga, Pedro Américo, óleo sobre tela, 1888, Museu Paulista tado, agrem iação política ou ideológica. Linha: Associa-se à função histórica. Sequênciade pontos aglomerados ou não. 7- Função artística: Através da organiza ção dos elementos que compõem a sinta xe artística, cria composições que atraem a atenção do espectador. Sarah Bernharc/t, Felix Nadar, Fotografia, 1859 Observação: Além dessas funções existem outras, e todas podem coexistir em uma só obra ou projeto artístico. Sintaxe compositiva E a ordem, a form a, a maneira com que os elementos são dispostos em uma determinada composição, seja ela textual, visual, musical, teatral, etc... Elementos que compõem uma sintaxe: 1- Visual: Ponto: Menor fragmento de uma composição. Cor: E um fenômeno óptico provocado pela luz sobre a retina que transm ite, através de informação pré-processada no nervo óp ti co, impressões para o sistema nervoso. Forma: É criada por uma linha fechada. Textura: É a característica de uma superfície. Pode ser visual quando é perceptível através da obser vação visual; e tátil quando a percepção se dá através do processo de apalpação. Profundidade: Tratamento de volume e/ou perspectiva de uma imagem, que pode ser criado pela cor, luz ou linha. Tipos de profundidade: Modelado: Criado através da gradação de cores. Modulado: Quando há uma contradição entre as cores e parece que as cores mais claras estão à frente e o uso dos matizes mais escuros dão a impressão de sombra e profundidade. Claro/escuro: Produzido através da gradação de tons. É a quantidade de luz em uma imagem, onde os espaços de sombra sugerem pro fundidade e volume. Perspectiva: Tratamento de profundidade criado pela li nha. Pode ser geométrica ou linear (linhas na diagonal que partem de pontos diferen tes e convergem para um mesmo ponto, que chamamos de ponto de fuga) e, ainda, aérea ou plana, gerada pela organização de linhas na horizontal e vertical separan do a imagem em planos diversos. A última ceia, Leonardo da Vinci, afresco, refeitório do Convento de Santa Maria delle Grazie, Milão, 1495-8 O uso da perspectiva na pintura acima é notável. O ponto de fuga localiza-se por trás da cabeça de Cristo, no centro da pin tura. As linhas do espaço convergem todas para o ponto central. 2- Musical: O som é causado basicam ente por algo que vibra, sendo levado através do ar na form a de ondas sonoras que se espa lham simultaneamente em várias direções, atingindo a membrana do tím pano e cau sando vibração. Esses diferentes tipos de sons, gerados pelas vibrações, são iden tificados pelo cérebro. Com relação a isso, podemos defin ir som como uma vibração regular e cons tan te . Ex.: o som da nota de uma flauta doce ou de um violino. Melodia: Para a grande maioria das pessoas a melodia pode ser considerada a parte mais importan te da música. Como em toda composição, é o que leva a emoção em primeiro lugar ao ouvinte, seja cantada por bela voz ou tocada por um instrumento. Mas no dicionário musi cal ela aparece com o seguinte conceito: se quência de notas, de diferentes sons, orga nizados de uma dada forma de modo a fazer sentido musical para o ouvinte. Harmonia: É a união de notas de diferentes sons ouvi das ao mesmo tempo, formando um acorde que pode ser consonante ou dissonante. Ritmo: É a forma do compositor agrupar os sons musicais, principalmente do ponto de vista da duração dos sons e de sua acentuação. Barulho: podemos defin ir como baru lho vibrações irregulares e inconstan tes e sem altura defin ida. Ex.: uma bandeja cheia de copos de vidro caindo no chão. Dessa form a o cérebro iden tifica o som de origem e faz uma transferência para identificar o som e a imagem original. Timbre: Quando alguém liga para você e logo é iden tificado, isso significa que você conhece o som da voz. A esse fenômeno chamamos de timbre, que é o equivalente à cor do som, que também está presente nos instrumen tos. O timbre de um violino tem um som mais agudo do que o do contrabaixo. Textura: Em algumas obras musicais a sua com po sição apresenta uma sonoridade densa e outras rarefeitas e esparsas, transm itindo para o ouvinte como foi montada a trama da composição. Há três maneiras básicas de compor e tecer uma música: ° Monofônica: representada basicamente por uma única linha melódica, sem qual quer espécie de harmonia. o Polifônica: representada por duas ou mais melodias entrelaçadas ao mesmo tempo. 0 Homofônica: uma única melodia é ouvida contra um acompanhamento de acordes, sendo característica marcante o ritmo em todas as vozes. Intensidade: Todos os instrum entos podem ser medi dos pela amplitude de sua onda e defi nidos como forte ou fraco. Dependendo, claro, da força do ataque ao instrumento. Duração: O som pode ser medido pelo tem po de ressonância, recebendo a classificação de longo ou curto. Altura: É o equivalente aos sons graves e agu dos, pois quanto menor for o número de vibrações sonoras mais grave será o som e vice-versa. O sen tido de audição para o ser humano sempre foi muito importante, tanto no que diz respeito à sobrevivência como no sentido estético, o que fez com que cri ássemos obras-primas musicais. Entretanto, tem os na h istória da música um grande com positor, que nos mostrou que com as vibrações podemos criar música também, esse mestre fo i o austríaco Ludwig Van Beethoven (1 770 -1827 ),que após a perda total da audição compôs obras-primas. 3- Cênica: C om posta por cenogra fia , ilum ina ção, sonoplastia, figurinos e maquiagem. Em term os gerais, aquilo que é suplemen tar ou adicional ao ambiente da represen tação. Em teatro , elementos portáteis de complementação ou decoração do cenário, tais como quadros, estátuas, placas, telas, máscaras, cubos, etc. Esses elem entos, usados às vezes no lugar do cenário , recebem o nome genérico de acessórios cênicos. O termo tem sido usado também como sinônimo de adereço. Sobre o conce ito de adereço, acres centa-se que todo e lem ento do ves tu á rio pode se to rnar acessório , desde que tenha um papel particu lar correlacionado com as funções sem io lóg icas (signos e sinais em pregados em com unicação) da vestim enta . Interpretação: A interpretação é a arte na qual o artista usa a si m esm o, seu corpo e sua voz com o ins trum ento de expressão e m ani fes tação . Fica su je ita à im ag inação do autor, que alia ao papel sua inspiração e sua técn ica. O ator é o principal instrum ento de expressão do teatro, e para melhor desem penhar seu papel é preciso que tenha tre i namento técn ico e destreza em sua arte. Desse modo, a subjetividade e experiência de quem atua é expressa durante o ato da interpretação de um texto teatral. O ator é o e lem ento v ivo do tea tro e sua p rox im idade com o púb lico gera uma relação de com prom etim en to es té tic o e é tico . Sua expressão é o veícu lo do qual depende quase tod o o esp e tá culo. 0 tea tro depende da in te rpre tação do a to r, da sua ca rac te rização , de seu tem po, de seu espaço, de sua ação, pois é a pa rtir daí que se obtém a in teração com o público. A interpretação, mesmo inspirada no texto dramático e orientada pelo diretor, pode ser considerada uma criação do ator. É neces sário que ele seja sincero, sensível, emotivo e racional ao mesmo tempo, observador, per- ceptivo, imaginativo. O ator deve exercitar toda sua potencialidade intelectual. A sinceridade do ator é sua sensibili dade de entender o tex to , o personagem, pois teatro não é a verdade absoluta: é a transposição da verdade. A alma e o corpo do ator devem estar sempre à disposição do personagem. Nas origens da interpretação, no mundo greco-romano antigo, sabemos que os atores usavam máscaras, coturnos (kothornos), uma túnica longa m ulticor (poiki/os) e um manto (epiblema). Todos que interpretavam eram homens, mesmo quando os papéis eram fem ininos. A orquestrite - dança do coro - apre sentava coreografia com ênfase nas poses e nos m ovim entos dos braços; os passos e os gestos ora sugeriam, ora ilustravama ação. Essas expressões corpora is do coro eram , ao m esm o tem po , dança e pantom im a. O a to r, na pantom im a, era denom inado mimo. Os mimos é que apresentavam o espe táculo realmente popular, pois não eram sus tentados pelo governo (como as tragédias e as comédias). Seus critérios artísticos eram ditados a partir da relação direta com o público e interesses comerciais. Em Roma, os atores eram, na m aio ria, escravos gregos, e só passavam a usar máscaras depois da fam a. Os romanos preferiam a pantomima, pouco valorizando a tragéd ia. O m im o, a tor extraord inário , pouco se utilizava das palavras, pois os gestos e o ritm o dominavam a cena. V o l tado mais para o entretenim ento, o teatro la tino an tigo, em pregava com profusão personagens caricatos. Texto teatral A princ ipa l preocupação do dram a turgo é o público. Ao escrever uma peça, o dramaturgo autêntico já supõe a encenação. É ele o "artista criador". No jogo cênico, o texto é a base onde tudo se constroi. Sua função é fornecer aos atores as palavras que deverão ser ditas no palco. O texto tem que oferecer ao ator ins piração para que realize um trabalho expres sivo, e não apenas mecânico. 0 diálogo é a principal ferramenta do dramaturgo. O diálogo teatral requer um encadea- mento próprio, porque deve ser transmitido pelo ator. Sua matéria, na boca de um ser humano que pronuncia, visa a criação da personagem. No transcurso do espetáculo, instaura-se o universo teatral por interm é dio da ação do personagem em cena. A ação é confundida com o enredo ou intriga. Para Pierre-Aimé Touchard (1803) o "enredo é o esqueleto da ação". A ação é a dinâmica das personagens, que criam situações que tendem a ser dire cionadas a um sentido. O enredo é que delim ita a ação em seu tem po e espaço. O te x to é obra de ficção . Para que haja uma peça bem fe ita é preciso obser var o segu in te esquem a: apresentação, de senvo lv im en to e so lução de um co n flito . Esse processo cons tru tivo sugere a ideia de unidades de ação, tem po e lugar, o que dará es tím u lo à con cen traçã o e com preensão do espectador. Ao tra tar do texto não se pode esque cer dos gêneros a ele relacionados. Na Gré cia a comédia e a tragédia definiam-se pelo gênero dionisíaco em seus tex tos , im pri mindo, deste modo, uma forte conotação de caráter ritualístico. "O predomínio da ação ou da intriga enquadra uma peça. A fronte ira entre os gêneros não pode ser determinada com pre cisão, vendo-se, a cada instante, comédia com elementos dram áticos e drama com elementos côm icos." Ao estudar o texto dramático, não se pode deixar de pensar na montagem cênica, pois se não for assim, o texto será somente literário. D iante do te x to de uma peça, su r gem muitas divergências. Uns buscam um tem a po lítico , ou tros, um tem a de amor ou morte. É im portante que o grupo faça uma leitura coletiva do texto escolhido, fazendo reflexões e debates a respeito. O que é tema? É a ideia central ou pensamento dom i nante que serve de ponto de partida para a estrutura do texto dramático através do qual o autor se expressa. Exemplo: Peça A u to r Tema Os Persas Ésquilo Patriotismo Édipo Rei Sófocles Destino do Homem Medeia Eurípedes 0 poder do amor contra o ódio Morte e Vida Severina João Cabral de Melo Neto Retirante fugin do da seca Ao ler as peças, o grupo deve deixar f lu ir toda sua sens ib ilidade para pe rce ber seus p róprios anseios e desejos. É prec iso que a peça esco lh ida a tin ja os espectadores e que, os leve, ao mesmo tem po, a sen tir prazer e a re fle tir sobre os seus problem as, não som ente pesso ais, mas tam bém os de ordem socia l e po lítica . Qualquer que seja o tex to escolhido, o e lenco e a equipe deverão faze r um estudo da peça abrangendo filoso fia , psi co log ia , lingu ís tica , soc io log ia , h is tó ria e po lítica . A contemporaneidade das peças inde pende da época em que foram escritas. A le itu ra de uma peça perm ite ao grupo (atores, diretor, cenógrafo, músico, iluminador, técnicos) levantar questões que levam à compreensão do tema, dos perso nagens, do enredo e consequentemente, a uma encenação coerente: 1. de que fala a peça? - tema. 2. o que conta para o espectador? - fábula ou história. 3. o que tenta dizer? - teses ou discursos. É através do enredo que se chega ao tema de um texto dramático. O tema é a ideia central ou sua organização. O tema geral é a síntese da ação, o que dificulta sua identificação, pois cada membro da equipe pode extrair um tema diferente, daí a importância de se organizar todos os temas e convertê-lo em tema geral. É de fundamental importância que se observe a estrutura do texto: a biografia do autor, suas idéias filosóficas e políticas , a época em que vivem e a época em que se situam os acontecimentos narrados. E preciso que se destaquem as idéias ocultas no subtexto, espécie de comentário efe tuado pela encenação e jogo do ator, esclarecendo ao espectador para melhor compreender o espetáculo. Para Stanisla- vski, o subtexto é o traço psicológico que o ator imprime à sua personagem no flu ir da interpretação. Uma peça não é contada, ela se mos tra . O prazer esté tico deve acontecer na presença do ato r; aí está a e ficác ia do espetáculo. Ao final do ato tem os o resul tado da interpretação. Elementos formais Figurino É o conjunto de trajes que veste a peça, ou melhor, veste seus personagens. É o mesmo que indumentária e o mesmo que guarda- roupa de determinada produção teatral. Adereços Acessórios que compõem o visual do perso nagem, como óculos, chapéus, etc. Comple mentam o figurino na caracterização do ator. Maquiagem Recurso utilizado no tea tro , que substitu i a máscara antiga, ou seja, é uma máscara moderna. A maquiagem possui duas fu n ções básicas no teatro : caracteriza o per sonagem e projeta a expressão fisionômica do ator. Pode ser realista ou estilizada. Composição de personagens Teatro é transform ação. No teatro o ator morre enquanto indivíduo e renasce enquanto personagem. Existem semelhan ças entre ritual e teatro. Assim, da mesma forma que o crente oferece seu corpo e se torna um instrum ento para que o contato com o divino aconteça, o ator, para esta belecer comunicação com seu público, to r na-se outra pessoa. Passa, assim, por um processo de constante ambiguidade, osci lando entre o ser ele mesmo e o pretender ser outro, entre o criar e manter disfarces, sempre consciente destes desdobramentos. A primeira etapa no trabalho de um ato r é o aprendizado do sair de si. Ele deve estar aberto, disponível, ter a mente vazia, sem tensões, procurando principal mente com unicar-se com o próprio corpo. É um estado de prontidão e alerta. Vem , em seguida, o m om ento da criação do personagem, e a com unicação passa a ser entre um ind ivíduo e ou tro (entre personagens) ou entre sím bolos, inicia lm ente numa linguagem em que pre dom ina o olhar. O ator é aquele que no palco é visto, encarna e tem a imagem do personagem. Teatro é o que acontece num de ter minado m om ento e espaço, onde alguma coisa se transform a através de m ovim en tos , gestos, palavras e, ao se tra n s fo r mar, m odifica o am biente e as pessoas em vo lta . O ator é o protagon ista dessa m odificação. Um ato te a tra l aco n te ce quando o ind iv íduo que o executa se m od ifica , co locando ou tra personalidade em seu lugar. É ou tro o seu tom de voz, outra sua aparência, tra ta e representa outra coisa que não a s im ples ro tina . O per sonagem surge quando o a to r deixa de ser sim plesm ente o que é, para aparentar ou sim bolizar algo além de si mesmo. O te a tro ex is te desde que o hom em pas sou a sen tir esse tip o de necessidade: de sair de si, de se despersona lizar, de se d isfarçar, de escapar do dia a dia para expressar outras maneiras de ser. Elementosestruturais do texto teatral Gênero Termo usado em teoria da lite ra tura para c lass ifica r, sob um mesmo títu lo , obras que possuam tra ço s e ca ra c te rís tic a s sem elhantes. Os prim eiros gêneros d ra m áticos fo rm a lm en te de fin idos fo ram a tragéd ia e a com éd ia , sendo to d o s os dem ais, d ire ta ou ind ire ta m en te , deles derivados. As mais antigas investigações te ó ric a s acerca de uma c la s s ific a ç ã o dos gêneros fo ram as fe ita s por Platão (4 2 7 7 -3 4 7 ? a.C .) e A r is tó te le s (3 8 4 322 a .C .), que co n s titu e m , ainda hoje, obras obrigatórias em qualquer discussão sobre a m atéria. Com o romantismo, passou a vigorar a teoria dos "gêneros híbridos", ou seja, a que sustenta a possibilidade de mistura do côm ico com o trágico, em contraposição ao princípio clássico ou neoclássico dos "gêneros puros". Anatol Rosenfeld (1 9 1 2 -1 9 7 3 ), em O Teatro Épico, aponta para a questão dos s ign ificados substan tivo e ad je tivo dos gêneros literários, o que perm ite falar-se num "drama épico" ou numa "poesia dra m ática". Dentro do gênero dram ático , igua l mente, a adjetivação de um gênero ante riormente definido tem proporcionado uma nova c lassificação genérica, com o, por exem plo, o drama h is tó rico , a com édia sentimental ou a ópera cômica. Além das já citadas tragédia e comédia, os principais gêneros dramáticos são a farsa, o drama e o melodrama. Ação dramática É a in tenção m otivadora do enredo ou sequência de um acon tec im en to . Para A ris tó te les , ação é o elem ento principal da tragédia. Assim sendo, ação é o m ovi mento dos acontecim entos determinados pela vontade humana em conflito. Em tea tro , é o com portam ento do personagem: físico e emocional - ou seja, ele "fa z" a partir de sua vontade. Diálogos São instrum entos da ação dram ática, ou seja, o narrador é substitu ído pela vo n tade e objetivos dos personagens, que se expressam e se comunicam. Monólogo Tipo de peça estruturada em torno de um só personagem . A dram atic idade está ligada ao texto e à ação pontual do ator. Personagens Num sen tido genérico , "no in te rio r da prosa literária e do tea tro , os seres f ic tí cios construídos à imagem e semelhança dos seres hum anos" (M assaud M oisés, Dicionário de termos literários, p .396). A palavra grega para designar personagem é éthé, que significa "aquele que escolhe". Segundo Aristóteles, personagem é a resul tante da interação da dianoia (pensamento) e do éthos (ação, ato, escolha); em outras palavras, de uma intenção ou vontade e do ato decorrente desta vontade. Assim sendo, dianoia e éthos constituem o fu n damento do personagem. No cap ítu lo VI da Poética, A r is tó teles descreve o personagem como uma das partes essenciais da tragédia, sendo as outras o enredo, a dicção, a dianoia, a metopeia (música de acompanhamento) e o espetáculo. Raisonneur Traduzindo literalmente: aquele que racio cina. No drama, aquele que esclarece a pla téia sobre os significados da peça. Qualquer personagem que pode ser identificado como porta-voz do dramaturgo. Trata-se de um recurso de qualidade dramática discutível, já que favorece a indução do espectador na interpretação do texto . É também cha mado de personagem-coro, uma vez que, no drama moderno, assume as funções que cabiam ao coro no teatro grego. Personagem fixo Qualquer personagem cujos traços fís i cos ou características com portam enta is podem ser im ediatam ente reconhecidas pelo espectador. Tais personagens apre sentam-se geralmente vestidos de acordo com um modelo e atendem sempre pelo mesmo nome. O mais fam oso grupo de personagens fixos que se conhece é o que se formou em torno da commedia deii'arte\ Arlequim, Colombina, Palhaço, etc. Esses personagens, às vezes modificados, podem ser encontrados em dramaturgias de épocas e locais diferentes. São também chamados personagens-tipo, pois são característicos de uma determinada modalidade cênica. Com o romantismo, passou a vigorar a teoria dos "gêneros híbridos", ou seja, a que sustenta a possibilidade de mistura do côm ico com o trágico, em contraposição ao princípio clássico ou neoclássico dos "gêneros puros". Anatol Rosenfeld (1 9 1 2 -1 9 7 3 ), em O Teatro Épico, aponta para a questão dos s ign ificados substan tivo e ad je tivo dos gêneros literários, o que permite falar-se num "drama épico" ou numa "poesia dra m ática". Dentro do gênero dram ático, igua l mente, a adjetivação de um gênero ante riormente definido tem proporcionado uma nova c lassificação genérica, com o, por exem plo, o drama h is tó rico , a com édia sentimental ou a ópera cômica. Além das já citadas tragédia e comédia, os principais gêneros dramáticos são a farsa, o drama e o melodrama. Ação dramática É a in tenção m otivadora do enredo ou sequência de um acon tec im en to . Para A ris tó te les, ação é o elem ento principal da tragédia. Assim sendo, ação é o m ovi mento dos acontecim entos determinados pela vontade humana em conflito. Em tea tro , é o com portam ento do personagem: físico e emocional - ou seja, ele "fa z" a partir de sua vontade. Diálogos São instrum entos da ação dramática, ou seja, o narrador é substitu ído pela von tade e objetivos dos personagens, que se expressam e se comunicam. Monólogo Tipo de peça estruturada em torno de um só personagem . A dram atic idade está ligada ao texto e à ação pontual do ator. Personagens Num sen tido genérico, "no in te rio r da prosa literária e do tea tro , os seres f ic tí cios construídos à imagem e semelhança dos seres hum anos" (Massaud M oisés, Dicionário de termos literários, p .396). A palavra grega para designar personagem é éthé, que significa "aquele que escolhe". Segundo Aristóteles, personagem é a resul tante da interação da dianoia (pensamento) e do éthos (ação, ato, escolha); em outras palavras, de uma intenção ou vontade e do ato decorrente desta vontade. Assim sendo, dianoia e éthos constituem o fu n damento do personagem. No cap ítu lo VI da Poética, A r is tó teles descreve o personagem como uma das partes essenciais da tragédia, sendo as outras o enredo, a dicção, a dianoia, a me/opeia (música de acompanhamento) e o espetáculo. Raisonneur Traduzindo literalmente: aquele que racio cina. No drama, aquele que esclarece a pla téia sobre os significados da peça. Qualquer personagem que pode ser identificado como porta-voz do dramaturgo. Trata-se de um recurso de qualidade dramática discutível, já que favorece a indução do espectador na interpretação do texto. É também cha mado de personagem-coro, uma vez que, no drama moderno, assume as funções que cabiam ao coro no teatro grego. Personagem fixo Qualquer personagem cujos traços fís i cos ou características com portam enta is podem ser im ediatam ente reconhecidas pelo espectador. Tais personagens apre sentam-se geralmente vestidos de acordo com um modelo e atendem sempre pelo mesmo nome. 0 mais fam oso grupo de personagens fixos que se conhece é o que se formou em torno da commedia dell'arte\ Arlequim, Colombina, Palhaço, etc. Esses personagens, às vezes modificados, podem ser encontrados em dramaturgias de épocas e locais diferentes. São também chamados personagens-tipo, pois são característicos de uma determinada modalidade cênica. A linha é o resultado da transformação de um ponto de elemento estático em dinâmico. É um ponto que escorrega em um determinado plano, em um determinado espaço. Estudo da linha Tipos Posições Expressividade Reta Horizontal Vertical Diagonal Sono, Repouso. Acomodação, estaticidade Arrogância, poder, equilíbrio, estabilidade. Movimento brusco, desequilíbrio, ação, instabilidade. Curva Côncava Convexa Movimento calmo, Leveza. Bailado. Tracejada Qualquerposição Diminui o ritmo da composição, interrupção. Mista Qualquerposição Confusão, movimento.Quebrada Qualquer posição Mudança de direção, interrupção, movimento. Ondulada Qualquer posição Movimento gracioso. Pontilhada Qualquer posição Reduz o ritmo da composição, delicadeza. Teoria da cor Definição Cor é um aspecto físico da natureza. A cor de um material é determinada pelos comprimentos de onda dos raios luminosos que suas moléculas constitu intes refletem. Um objeto terá uma determinada cor se o mesmo não absorver justam ente os raios correspondentes à frequência daquela cor. 1- Cor luz: fenômeno imaterial. Estudada através do espectro solar em física dentro do conteúdo Óptica. 2- Cor pigmento: processo químico que re sulta da mistura de componentes naturais ou não. É estudada através do círculo crom ático em artes. A - Cor primária convencionalmente assim cha mada por ser a primeira no estudo da cor, pura devido ao fato de não advir de nenhuma mis tura e geratriz por ser responsável pela geração das demais cores do círculo cromático. A1 - vermelho + verde + azul = luz branca. Az - vermelho + amarelo + azul = ± marrom escuro B - Secundária: dá-se através da união de duas primárias: B1 - amarelo + azul = verde B2 - azul e vermelho = roxo B3 - vermelho e amarelo = laranja C - Cores terciárias: é a junção de uma primária com uma secundária. D - Cores análogas: são vizinhas no círculo cromático e participam necessariamente da formação de outra cor. ex - amarelo e vermelho são análogos do laranja. E - Cores complementares são opostas no cír culo cromático. ex - verde e o vermelho F - Cores inexistentes: É a intensidade que uma cor adquire perto de outra contrastante. Tipos de Cores: 0 roxo e o amarelo: ambos ganham maior intensidade ao serem aproximados um do outro. Expressividade da cor Vermelho: Paixão, sedução, fome, agressi vidade/ dramaticidade; Amarelo: Inquietação, movim ento, alegria, animação; Azul: Tranquilidade, paz , ideal para medi tação e sono; Verde: Natureza, tranquilidade; Roxo: Reflexão, introspecção. Já a identidade pode ser definida como um conjunto de características que perso nalizam uma pessoa ou um grupo delas. Está relacionada não só às suas caracterís ticas físicas, mas também à sua forma de vestir, falar, agir, bem como ao seu gosto pessoal relacionado à comida, leitura, ações e expectativas. E n tre ta n to , a cu ltu ra é m ais co m plexa, pois é formada por práticas e ações execu tadas por um grupo de pessoas, uma com unidade: suas crenças, ações, e xp e c ta tiva s , com po rtam e n to s , regras m ora is , em basam ento in te le c tu a l que, jun tos , poderão iden tifica r uma de te rm i nada sociedade. A cultu ra popular é constitu ída pelo con junto de hábitos, costum es e crenças que são praticadas por um determ inado grupo de pessoas denom inado de povo. O conteúdo dessa cultu ra é determ inado, norm alm ente pela indústria , produção e consum o de produtos da própria co le tiv i dade, pelo con junto de hábitos e crenças que as une. Circulo cromático Cores Quentes | Cores Frias Amarela (Primária) Laranja (Secundária) Verde(Secundária) Vermelha (Primária) Azul (Primária) Violeta (Secundária) indivíduo, cultura e identidade O termo "indivíduo" está associado a uma visão do que é único em si só. Faz refe rência à individualidade. Considera o homem de forma isolada, sem par, exclusivo. Assim sendo, não encontramos um ser igual, em sua totalidade, a outro ser. É a caracteriza ção que personaliza alguém, que o destaca, de alguma forma em um meio coletivo. A C ultura brasile ira é bastante eclé tica e re fle te a in fluênc ia dos d ive rsos povos que a constituem : europeus, a fr i canos, o povo indígena, dentre ou tras. Devido a essa m iscigenação e a enorme extensão do nosso te rr itó r io , a cu ltu ra brasile ira é d iv id ida por ca rac te rís ticas reg ionais. Nas regiões N orte , Nordeste e parte da C entro-O este concentram -se as in fluênc ias a fricanas e indígenas. A con fecção do artesanato em m adeira e arg ila , as fes tas típ icas , roupas e com i das assim como a m úsica, a dança, cren ças re lig iosas. Sotaques e origens das pa lavras estão re lac ionados, em m aior escala, à influência dessas origens acima descritas. Já na região Sul e parte da Sudeste a maior influência é europeia: Portugal, Itália, Alemanha e outros. O aniversário do macaco, J. Borges, xilogravura Artesanato feito com fibras naturais Bumba meu boi, Aldemir Martins, 35.5 X 42 cm, acrílico sobre tela, 1981 Rico artesanato popular, Caruaru-PE Obras do Mestre Didi Tipos e gêneros 0 gênero se configura como um con jun to de pessoas, ob jetos, animais, plan tas, obras artís ticas e/ou literárias, m er cadorias, que apresentam características com uns e que, po rtan to , com põem um mesmo cenário. Aglomerados em um mesmo contexto, os tipos com características semelhantes form am os gêneros. Assim , retrato e pai sagem são gêneros da pintura; a valsa, o bolero, o pagode, o forró, o funk são gêne ros da dança; a ópera, o instrumental, o pop são gêneros musicais; a comédia, o drama, peças infantis são gêneros cênicos. Estruturas Compositivas Toda estrutura compositiva obedece a uma organização conceituai e estética que resulta em um projeto final, seja ele visual, literário, musical, cênico, etc. Na produção visual essa estrutura é obtida através do arranjo dos elementos visu ais, tais como: ponto, linha, cor, e outros. Distribuição dos elementos Nas com posições visuais atribuímos à parte inferior da imagem o termo "base". É a partir daí que a imagem se estrutura, e todos os elementos que nela estiverem contribuem para o aumento do peso visual da imagem analisada. Ao contrário disso, a parte superior da imagem confere leveza à mesma. Nela, normalmente, os elementos ganham uma dimensão mais suave. A cen tralização de uma imagem requer um deslo camento do eixo compositivo ou do centro geométrico da referida obra. Equilíbrio visual é a organização coe rente, sem destaque muito acentuado para um elemento específico. Quando isso não ocorre apresentando elementos com maior destaque que outros, o peso visual da ima gem concentra-se mais em um quadrante, o mais cham ativo, do que em outros, oca sionando um desequilíbrio com positivo. Os elem entos v isua is responsáveis por essa relação são as linhas: se grossas carregam mais a imagem, enquanto que as finas, pontilhadas e tracejadas sugerem uma leveza maior; as cores, as quentes e as frias muito saturadas são mais densas do que as pastéis e neutras. Gêneros musicais Na m úsica e n co n tra re m o s vá rio s gêneros de grande im p o rtâ n c ia para o cancione iro popular e erud ito que criam para o ouvin te uma d istinção entre m ovi m entos tan to socia is quanto po líticos, e agregam dependendo do interesse tribos e grupos d is tin tos. Dentre os vários gêne ros podem os c itar: Erudito: Ópera, oratório, valsa, sonatas, cantatas etc. Popular: Samba, rap, sertanejo, forró. Gêneros teatrais O tea tro tam bém tem um núm ero m uito grande de gêneros desde os prim ei ros momentos do movimento teatral no oci dente com o teatro grego até os dias de hoje. Desde o teatro brasileiro de comédia até o teatro moderno. Com grandes representantes como Constatin Stanislavski, Brecht, Artaud, Boal. Dentre os vários gêneros temos desde a tragédia, comédia e o drama. Ritmos visuais É a sucessão de elementos que, com binados, criam uma ideia de m ovim ento seja ele visual, musical, corporal, etc. No caso das artes visuais, com bina mos linhas, cores, fo rm as de maneira a constitu ir um espaço artístico harmônico. A sequência ou a alternância é que deter mina o ritm o da obra analisada. Como analisar uma obra de arte Qualquer tipo de obra de arte, seja de que natureza for, estabelece uma relação com o espectador, uma troca de sentido e signifi cado, um testemunho histórico, social, cultural e religioso.Uma obra de arte pode ser analisada de várias fo rm as e pretende auxilia r no entendimento do que o autor deseja passar enquanto mensagem. Para analisar uma obra deve-se levar sempre em consideração a época, a té c nica, o tem a e os recursos usados pelo artista em sua execução (o gênero, a har m onia, o equilíbrio , o ritm o e a escala). Portanto, é necessário: Observar as in fo rm ações do rodapé da imagem, ta is com o: títu lo , autor, época, dimensões e técnica. A na lisa r o ob je tivo da execução de ta l obra: sua natureza funcional. Perceber os elem entos que a com põem , suas disposições, tipos e significados. Examinar o direcionamento da luz e qual o foco principal. Discernir as cores mais utilizadas e a forma com a qual foram empregadas na obra. Tipos de análise de obra de arte 1- Objetiva: O que todo mundo vê e só, sem deixar margem para especulações. 2- Subjetiva: O que cada um sente ao v i sualizá-la, uma percepção que individual mente é atribuída a determinada obra. 3- Formal: Análise da sintaxe, ou seja, da composição visual, seu contexto histórico, seu tema e sua organização. Atividade de fixação Análise da obra Moça com brinco de pérola 1- Objetiva: É uma mulher. 2- Subjetiva: Uma jovem mulher. 3- Formal: A obra apresenta fo rtes con tras tes de luz e som bra. Há uma inc lina ção para a esquerda e um olhar lânguido d ire tam en te d irig ido para o observador. A po s tu ra da m oça é e legan te , o que é evidenciado pela linha na ve rtica l. Os co n tra s te s realçam a presença da pe r sonagem . Os b rincos e o o lhar são os pontos de m aior a tração v isua l. A com posição é ass im é trica , e n tre ta n to apre senta harm onia esté tica . É uma obra de Johannes Verm eer (1 6 3 2 -1 6 7 5 ) , rep re sen tan te do Barroco Holandês. Faz re fe rência à v ida cam ponesa de sua época. Traduz um aspecto sublim e da sociedade do século XVII. Johannes Vermeer, Moça com brinco de pérola, Óleo sobre tela, 46,5 x 40 cm, 1665 A obra M oça com brinco de péro la é uma das m ais fam osas p in tu ra s da H istória . Considerada por estud iosos de arte a "M ona Lisa ho landesa", pouco se sabe sobre sua real insp iração. Isso por que a vida de seu criador é envo lta em m is té rio e, até os dias a tua is , é ob je to de especulação. A produção artística nos prim órdios da humanidade constitui-se do acervo pro duzido pelos povos compreendidos desde a P ré-h is tória até c iv ilizações de cará te r com unitário triba l. É variada e indica os primeiros traços culturais dos homens desse período. A Arqueologia tem nessas manifestações artísticas prim itivas um pre cioso registro sobre a vida e organização humana nesta época. Pré-história Trata-se de um longa fase da h is tó ria, convencionada e dividida em períodos distintos: Paleolítico Inferior/Superior, Neo- lítico e a Era dos M etais. Ocorreu apro xim adam ente em 4 .0 0 0 a.C. e antes do advento da escrita formal. São os antropó logos e arqueólogos que, através de seus estudos, documentam e esclarecem a res peito de época tão im portante da história. As manifestações artísticas foram fun damentais para o estudo e entendim ento das ações, modo de vida e crenças dos povos prim itivos. Os reg istros p ic tó ricos produzidos nesse período denominam-se Arte Rupes tre , por tra tar-se de inscrições fe itas nas paredes das rochas, pois a palavra deriva do latim científico rupestris e este do latim rupes (rochedo). Os primeiros registros que se tem da música e do teatro estão entremeados com rituais que se relacionavam diretamente à caça e guerras e, em alguns momentos, à presença da mímica para mostrar os peri gos contidos no dia a dia dos nossos ances trais. Com conotação rítmica, a música não era usada para outros fins, a não ser que envolvesse questões ritualísticas. Período Paleolítico Conhecido como Idade da Pedra Las cada, apresenta duas divisões: 1- Paleolítico Inferior, período que remonta de 2 .5 00 .000 até 100.000 a.C. Apresenta a mais antiga produção artística de que se tem conhecimento e o primeiro objeto de observação para a histó ria da arte. Devido ao distanciamento tem poral não existe uma quantidade significa tiva de registros encontrados dessa época. 2- P a leo lítico Superio r, de 3 0 .0 0 0 até 8 .0 00 a.C. Os povos desse período eram nôma des e migravam de região para região em busca de suprimento que garantisse suas necessidades de sobrev ivência . A b riga vam-se em cavernas, e é no seu in terior que são encontradas a maioria das pinturas do período. Fabricavam utensílios domés ticos e armas em pedra, osso e madeira: m achadinhas, m arte los, arpões, anzóis, agulhas, flechas, encontrados em profusão em sítios arqueológicos. Pintura rupestre, encontrada na caverna de Lascaux, na região francesa de Dordogne Nesse período as com unidades dei xam de ser nôm ades e a organ ização adquire caráter tribal. Começam a domes tica r animais e desenvolver a agricultura, inclusive com arado de tração animal. As mulheres eram responsáveis pelas a tiv i dades do cu ltivo agrícola, enquanto os homens se dedicavam à domesticação dos animais e às tarefas mais pesadas. Quanto a m anifestações artís ticas, estavam relacionadas com a evolução do m om ento. A p in tura apresenta um cará te r mais geom étrico e estilizado: form as simplificadas que eram geradas através da gravação dessas figuras em osso, madeira e pedra. Eram bastante dinâmicas, e mais sugeriam do que evidenciavam as caracte rísticas dos seres representados. Pinturas rupestres do período Neolítico, cenas coletivas Os tem as m otivadores ainda eram o tipo de vida que levavam, seus hábitos, costumes e rituais. A reverência aos fenô menos naturais, ao trovão, ao sol, à lua eram a tem ática usual. A construção de estruturas em pedra é importante registro da habilidade e enge- nhosidade dos povos dessa fase. Essas estruturas são chamadas de monumentos megalíticos (pedras grandes), que são divi didos em três categorias: 1- Menires: São grandes blocos de pedra fincados no chão, com objetivos simbóli cos, religiosos e principalmente funerários. 2- Dólmens: São megálitos verticais, so brepostos a outros horizontais, que tam bém poderíam servir de abrigo. 3- Cronlecks: São agrupamentos circula res de menires, normalmente dispostos em volta de dólmens. O mais famoso de les é o de Stonehenge (Grã-Bretanha). Menir da Meada, Castelo de Vide, Marvão, Espanha Dólmen de Sorginetxe, Espanha Círculo de Stonehenge, Grã-Bretanha Idade dos Metais Está com preend ida en tre 5 .0 0 0 a 4 .0 0 0 a.C., embora a adoção do bronze tenha variado de acordo com as d ife ren tes civilizações. O homem já tinha o domínio do fogo desde o período Neolítico. A Idade dos M etais dá início à exploração de alguns minérios, como o cobre, o bronze e o ferro e sua fundição. Surgem , nesse período, pequenas com unidades que centralizam o poder e que são denominadas cidades-estado. A agricultura ressurge com novas téc nicas e novos instrum entos criados com tecnologias relacionadas com os minérios descobertos. A vida sedentária e com uni tária propicia o desenvolvimento da escrita, por volta de 4 .000 a.C. Esse período é subdividido em: Era do Bronze Tem início no Oriente Médio, por volta de 3 .300 a.C. Apresenta significativa produ ção de máscaras, armas e ornamentos fe i tos com tal matéria-prima. Era do Cobre Neste período, entre 2 .500 e 1.800 a.C., os rios passam a ser o principal veículo de comunicação. Aumenta a produção de ar cos e flechas como instrumentos, não só de caça mas também de defesa. A arqui tetura reflete o espírito da época e se vo l ta para construções de caráter defensivo, como muralhas com torres altas. Era do Ferro A partir de 1.200 a.C. o ferro, por ser su perior ao bronze quanto à rigidez e abun dância de jazidas, ganha ampla utilização na produçãode objetos, artefatos e escul turas. Seu emprego na produção bélica foi fundamental na história militar. Escultura em bronze. Museu Pigorini, Itália Caldeirão em ferro, com a borda em estado original, 200 a.C. Hertfordshire, Inglaterra Pré-história Brasileira A arte pré-histórica brasileira é encon trada em todo o te rritó rio nacional, com grande riqueza e d ivers idade. O Brasil possui valiosos sítios arqueológicos, ape sar da precária preservação. Várias grutas foram extin tas devido à ação do homem e seu avanço predatório. Devido à grande dimensão te rrito ria l, a produção artística distingue-se de região para região. Entre os estados que apresentam vestígios da presença humana, destacam -se o Piauí, M inas Gerais e as regiões litorâneas do Centro-Sul do país. São, pelo menos, duas divisões bem distintas: a) Representações natura listas que elaboram fo rm as zoom órficas e an tro - pom órficas, m u ito recorrentes nas g ru tas piauienses (Sítio de São Raimundo Nonato) e em outras regiões do interior do país. Predomina, nas formas naturalistas, a figura humana (isolada ou em grupos) em cenas de caça e rituais diversos. Tam bém são m uito recorrentes as representa ções na form a de animais, como peixes, aves e veados, usualmente elaboradas em tons terrosos. Toca do Boqueirão da Pedra Furada. Parque Nacional Serra da Capivara b) Formas geométricas elaboradas a partir de elementos form ais geom étricos, tais como: pontos, linhas paralelas, cruzes, círculos e triângulos. Formas geométricas Nas duas representações predomina o uso de tons terrosos, que vão do bege até o vermelho intenso e amarronzado. A a b und ânc ia de re cu rso s n a tu rais presentes na costa brasile ira atraiu vários grupos hum anos, que fo ram os responsáveis pela criação das prim eiras estru turas construídas no Brasil. Nesses lugares, m ontes de conchas, de resíduos m arinhos, esqueletos humanos e restos de utensílios dom ésticos vão se acum u lando. Com o tem po, todo esse material sedim enta-se e form a grandes am ontoa dos que são denom inados sambaquis. Tam bém conhec idos com o povos sam baq u is , essas po p u la çõ e s fo ra m d e te c ta d a s p r in c ip a lm e n te no Rio de Janeiro , Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. No ano de 2001, o mais antigo sambaqui brasileiro fo i encontrado no Vale do Ribeira (SP). Corte lateral de um sítio arqueológico de sambaqui em Santa Catarina Produção artesanal e artística dos índios brasileiros De acordo com pesquisas e cálculos de historiadores e antropólogos, antes da chegada dos portugueses havia cerca de 25 milhões de nativos em solo brasileiro. Dividiam-se em grupos tribais e possuíam uma relação baseada em regras próprias de caráter social, político e religioso. O con ta to entre os grupos ocorria em eventos de guerra, enterros, casamentos, dentre outros. V iviam da caça e da pesca, que eram abundantes na época. Cultivavam mandioca e co le tavam fru tos s ilvestres, além de dom esticar animais de pequeno porte. Com a colonização europeia, essa quantidade reduziu-se a percentuais muito baixos: um verdadeiro genocídio. As com unidades indígenas atuais lutam para preservar a herança de seus antepassados. Hábeis artesãos, os índios produzem diversos tipos de artefatos para atender suas necessidades cotid ianas e ritualísticas, e também servem como gera dores de recursos financeiros complemen tares. Assim, encontram-se belos trança dos que tomam forma de cestos, bolsas e esteiras, moldam a cerâmica que dá origem a panelas, esculturas, urnas. Entalham a madeira da qual nascem armas, instrumen tos musicais, máscaras e esculturas, além das plumárias e adornos de materiais diver sos, como sementes, ossos, conchas. Elementos da cultura indígena brasileira As culturas indígenas são ecléticas e se manifestam de maneira bastante diver sificada. Por exemplo, a cerâmica tapajô- nica ou santarena desenvolveu-se entre os índios que habitavam as margens do Rio Tapajós. Segundo a arqueóloga Anna Roosevelt, os Tapajós, que se desenvol veram na região de Santarém a partir do ano de 1 .200 a.C., seriam descendentes de hábeis artesãos, supostam ente dos Maias ou dos Incas. Objetos e utensílios 1- Muiraquitãs: Da cultura Tapajó (região amazônica), são pequenas esculturas de ani mais feitas em jade, que simbolizam bons fluidos, desejo de sorte e prosperidade. Pre dominam os de cor verde e a forma de sapo. Muiraquitâ de Nefrita: MAE-USP 2- Igaçabas: Próprias da região ama zônica, as igaçabas eram urnas funerárias feitas em madeira ou argila. Existiam ur nas antropom órficas de ambos os gêne ros (feminino e masculino), em formas de desenhos e/ou baixos-relevos, que por vezes combinavam formas humanas e de animais. Algumas delas apresentavam círculos vermelhos pintados em referên cia à fertilidade. Igaçaba Marajoara. Museu do Encontro, Forte do Presépio. Belém-PA 3- Tangas: As tangas são objetos trian gulares feitos em cerâmica com orifícios nas extremidades, para amarração junto ao corpo. Eram usadas por mulheres das tr i bos marajoaras, em contextos cerimoniais. Tanga de cerâmica. Museu Paraense Emílio Goeldi. Belém-PA 4- Cariátides: São vasos elaborados a partir de exuberantes decorações feitas com pequenas estatuetas zoomórficas ou antropom órficas que promovem a ligação entre a base e o bojo da peça. Além disso, podemos notar incisões feitas com fo r mas geométricas, que servem para enfei tar ainda mais esses vasos. A decoração santarena apresenta com p lexos arran jos tam bém em vasos decora tivos e u tilitá rio s , com bojo e gar galo mais fin o s , onde predom inam ele m entos zoom orfos e representações de rostos humanos nos bojos esféricos dos mesmos. Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP) Cestaria Segundo o Dicionário do Artesanato Indígena de Berta G. Ribeiro, cestaria é o conjunto de objetos — cestos-recipientes, cestos-coadores, cestos-cargueiros, arma dilhas de pesca e outros — obtidos pelo trançado de elementos vegetais flexíveis ou semi-rígidos, usados para transporte de carga, armazenagem, receptáculo, tam is ou coador. Variam em tam anho, form a, decoração, técn ica de m anufatura, mas obedecem basicam ente às ex igênc ias ditadas por sua funcionalidade. As socie dades indígenas no Brasil são detentoras das mais variadas técnicas de confecção de trançados, utilizando-se delas para a confecção de cestos, que estão entre os objetos mais usados, pois estão associa dos a vários fins. A cestaria produzida e utilizada por uma determ inada sociedade indígena está associada à sua cultura, prin cipal característica humana. Catálogo do Museu do índio. FUNAI Peças elaboradas em fibra de arumã nas cores preta e natural Povos baniwa Arte plumária Habilidosos artistas, os índios brasi leiros lançam mão de todos os recursos naturais disponíveis para a elaboração de suas peças, sejam elas com fins utilitários e/ou decorativos. A arte plumária está rela cionada a rituais m uito interessantes e é executada por homens, desde a caça até o final da concepção da peça. Rica em cores e form as, é símbolo de hierarquia dentro da tribo e muito reverenciada pelo imaginá rio dos homens brancos. Tangas, cocares, lanças são só alguns dos exemplos onde a pena é utilizada. Vale ressaltar que a cu l tura indígena respeita o meio ambiente e só usa o material que não degrada a fauna local. Cid Collection, do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, agora sob guarda do Memorial da América Latina. Adolescente pataxó, Brasília, 2007 Pintura corporal A p in tu ra corpora l é fe ita com p ig m e n tos n a tu ra is : ca rvã o , u rucum ou gen ipapo; tem com o o b je tivo es tabe le cer relação de hierarquia em uma trib o , d ife renciar povos, e até para dem onstrar interesse em algum parceiro ou parceira. Cada etnia cria sua própriamarca, e nor m a lm ente esses desenhos são fe ito s a pa rtir de fo rm as abstra tas. São usados em r itu a is d iv e rs o s , ta is com o ca sa m ento, guerra, ritua is esp iritua is . índia Kadiwéu, Mato Grosso do Sul Pintura corporal dos índios da tribo Kadiwéu O teatro tem como referência princi pal a catequização, que teve nos jesuítas seus maiores representantes. As dram ati zações eram montadas tendo como base a vida de Jesus e dos santos. Nelas os personagens antagônicos eram sempre as divindades que os índios tinham em seu imaginário. A m úsica e a dança apresentam expressividade, e sua prática ocorre nos ritos da puberdade, cerimônias espirituais e de guerra, bem com o por ocasião do plantio e da colheita. Cantos e danças ritualísticas envol vem oferendas aos deuses. Os mitos, len das e tradição oral são preservados em cerimônias promovidas com a participa ção de toda a comunidade. Os instrum entos musicais, fe itos de m adeira e ossos de an im ais, são: to ró (flauta de taquara), boré (flauta de osso), o mimbi (buzina) e o uai (tambor de pele e de madeira). A música nativa sofre alterações com a chegada dos jesuítas ao Brasil, a par tir do século XVI, que com a intenção de catequizar os indios começaram a in trodu zir instrum entos e estilos musicais. Instrumentos musicais indígenas Arte pré-co/ombiana As c iv ilizações da A m érica e sua cu ltu ra estavam organizadas centenas de anos antes da chegada de Cristóvão C olom bo, m arco in ic ia l da dom inação hispânica nesta região. Estruturadas em Estado ou federações nas regiões norte e central da América, destacam-se: 1- Astecas: Eram indígenas advindos da América do Norte que habitavam a atual região do México. Na sociedade asteca o artista possuía papel de grande destaque. Suas obras eram fomentadas por concei tos religiosos e representavam o imaginário coletivo. Na pintura destacam-se formas abstratas, geométricas e figurativas. Os códices (pinturas em livros) e as pinturas murais feitas em grandiosos templos e pa lácios não eram personalizadas. A cerâmica constituía-se de artefatos, como jarras, po tes e louças em geral. Muitos desses uten sílios domésticos, com pinturas policroma- das, eram verdadeiros objetos de arte. Calendário asteca, também conhecido como Pedra do Sol, é o calendário utilizado pelos astecas, povo que habitou a região do México até meados do século XVI. Este calendário era baseado no ano solar, possuindo, portanto 365 dias. 2- Maias: É um povo mesoamericano que se destacou nos conceitos matemáticos, astronômicos e no desenvolvimento da escrita. Os maias construíam cidades-es- tado que, depois do séc.X, foram abando nadas e permaneceram por muito tempo escondidas na floresta. As construções eram feitas em pedra, no form ato pira- midal. Similar ao Egito, apresentam um caráter fúnebre e serviam para rituais sa- crificiais. Criaram medidas de tempo com grande precisão horária. Templo de Kulculcán - cada lado desta construção equivale a uma estação do ano 3- Incas: Civilização que habitava a Cordi lheira dos Andes. Destaca-se pela exube rância dos trabalhos em ouro e artefatos com fibras naturais. Na arquitetura usa vam a pedra na construção de palácios e observatórios astronômicos. Grande parte dos ritua is re lig iosos, sacrifícios humanos e de animais ocorriam em honra aos deuses (do sol, da chuva, do trovão). Um de seus acervos remanescen tes é a cidade de Machu Picchu, no Peru. Monumento Inca, Cordilheira dos Andes, Machu Picchu, Peru Máscara Inca, representação do deus sol, Sec. XV A m úsica desses povos con tinuou sendo ritualística mas, já com a presença de instrum entos de sopro e percussão. Arte africana Uma arte m uito rica de caráter fu n cional, a arte africana representa os usos e costumes das tribos em formas e com téc nicas diversas. A representação da figura humana está relacionada a questões morais e éticas, assim como, os valores religiosos. Esculturas em marfim, bronze e ouro estão relacionadas à incorporação dos espíritos e à magia e são usadas em rituais diversos. As máscaras elaboradas em argila, madeira, metais também apresentam uma conotação mística de purificação do espírito. Máscara do século XVI, Nigéria, Edo, Corte de Benin, marfim, Metropolitan Museum of Art Máscara Gelede do Benim no Brasil Gelede é originalmente uma forma de sociedade secreta feminina de caráter reli gioso existente nas sociedades tradicionais yorubas. Expressa o poder fem inino sobre a fertilidade da terra, a procriação e o bem- estar da comunidade. Pintura: A pintura é elaborada como decoração nas paredes dos palácios dos reis, celeiros, etc. Os m otivos são muito variados e vão desde formas essencial mente geométricas até a reprodução de cenas de caça e guerra. Serve também para o acabamento das máscaras e para os enfeites corporais. Desenhos e pinturas com formas geométricas, Nigéria - A civilização egípcia se desenvolveu às margens do rio Nilo, no nordeste a fri cano, entre 3 .2 0 0 a.C. e 32 a.C. O rio era u tilizado com o via de transporte de pessoas e mercadorias. Situada em região desértica , a tribu ía ao rio uma enorm e importância, tanto para a navegação como para a agricultura. Sua cultura era pautada em valores religiosos. O faraó era consi derado autoridade máxima em uma socie dade hierarquicamente dividida. Era um ser sagrado, respeitado e adorado como um deus. O povo egípcio acreditava na eter nidade de sua vida. A civilização egípcia desde sempre se preocupou com a exis tência após a morte. Sua religião era poli- te ísta e antropozoom órfica e repleta de rituais para o pós-morte. A escrita era praticada pelos cham a dos escribas, que devido à sua posição de destaque gozavam de d ire itos e p riv i légios na corte fa raôn ica . A escrita hie- róg lifa desenvo lveu-se através de có d i gos e símbolos e eram fe itas em papiros, uma espécie de papel fe ito a p a rtir da fibra de madeira, e, tam bém nas paredes das construções. Arte Egípcia A arte do antigo Egito servia, acima de tud o , a ob je tivos po líticos e re lig io sos. As representações artísticas eram a expressão do poder do faraó e da classe sacerdotal. A crença do retorno da alma ao seu corpo orig ina l é tem á tica reco r rente no desenvolvim ento da arte. A ss im sendo , a a rte re p re sen ta , exalta e homenageia constan tem ente o faraó e as diversas divindades da m ito lo gia egípcia, sendo aplicada principalmente a objetos ou espaços relacionados com o culto dos mortos, isto porque a transição da vida à morte é vista, antecipada e pre parada como um m om ento de passagem da vida terrena à vida após a morte. O faraó é im orta l e todos os seus familiares e altos representantes da socie dade têm o privilégio de poder também ter acesso à outra vida. Os túm ulos são, por isso, os marcos mais representativos da arte egípcia: lá são depositados a múmia ou estátua (corpo físico que acolhe poste riormente a alma, ka) e todos os bens físi cos do cotidiano que lhe serão necessários à existência após a morte. O que mais se destaca na arte egíp cia é de fa to a a rq u ite tu ra , a través da c o n s tru ç ã o de te m p lo s de tam anhos m onum enta is . A prim eira im agem que nos vem à m ente é a de uma pirâm ide. As pirâmides eram túm ulos para os faraós e tinham uma área de ocupação interna muito pequena em relação ao tamanho do m onum ento. É d ifíc il im aginar como elas eram constru ídas. A a rqu ite tu ra egípcia era m onum ental em todos os aspectos. Pirâmides: São, sem nenhuma dúvida, o maior paradigma da arqu ite tura egíp cia. Com bases em fo rm ato quadra do ou triangu lar, paredes m uito altas, constitu ídas de camadas sobrepostas de pedras de grandes proporções, criavam form as externas agigantadas. As linhas inclinadas encontravam -se no alto e pa reciam estar em con ta to com os céus,como referência à busca do divino e do sublim e. Suas técn icas de construção continuam sendo estudadas, investiga das e questionadas por técn icos e h is to riadores até os dias atuais. As pirâmides são, até hoje, fon te de inspiração para a arquite tura contem porânea mundial. Pirâmide de Djoser em Sakara, Mênfis, Egito As primeiras pirâmides foram as do Rei Djoser, e elas eram escalonadas. As pirâmi des mais célebres do mundo pertencem à IV dinastia e se encontram em Gizé: Quéops, Quéfren e Miquerinos, cujas faces são com pletamente lisas. A regularidade de certas pi râmides deve-se aparentemente à utilização de um número áureo õ (phi) e da proporção n (pi), que poucos arquitetos conheciam. Mastabas: As construções de pirâmides, eram primeiramente em mastabas (de graus); com a evolução da arquitetura che gou-se à pirâmide de linhas retas da forma que conhecemos. A mastaba é um tipo de túmulo, e/ou capela, egípcio que apresenta uma forma de tronco de pirâmide. As pare des eram inclinadas em direção a um topo plano de menores dimensões que a base. Típica mastaba egípcia do Antigo Reinado, Egito, 2.467 a.C. Hipogeus: Eram templos escavados nas rochas, dedicados a várias divindades ou a uma em particular. Normalmente eram divididos em duas ou três câmaras: a pri meira para os profanos; a segunda para o faraó e os nobres; e a terceira para o sumo sacerdote. A entrada desses templos era protegida por galerias de estátuas de gran de porte e esfinges. Templo Abu Simbel, Núbia, Baixo Egito Pintura: Na representação da figura huma na o tronco era pintado de maneira frontal, rosto e membros de perfil, mesmo os olhos sendo mostrados de frente: "lei da fronta lidade". É fácil observar essa característica na maior parte dos relevos e representa ções pictóricas do antigo Egito. É interes sante notar que, nos painéis apresentados, as figuras masculinas usavam cor vermelha e as femininas o tom ocre. As formas eram chapadas, sem muito volume e profundida de. A pintura complementava a escultura ou decorava as grandes superfícies dos edi fícios. Não se utilizava gradação, mistura de tonalidades ou claro-escuro. Olho de Hórus é um símbolo, proveniente do Egito Antigo, que significa proteção e poder, relacionado à divindade Hórus. Trata-se de um dos amuletos mais usados no Egito em todas as épocas. Pintura parietal do túmulo de Nefertari, Egito Escultura: A escultura servia à arquitetura, completando-a, geralmente em form a de baixos-relevos que, em pedra ou bron ze, representavam tanto as cenas diárias quanto as vitórias dos faraós, ou ainda paisagens sim plificadas. A estatuária era principalm ente religiosa. A representação de um faraó ou um nobre era o substituto físico destes na morte. Isso talvez pudesse justificar o exacerbado naturalismo alcançado pelos escultores egípcios, principalmente no Im pério Antigo (3 .200 a 2 .300 a.C.). Com o passar do tempo, a exemplo da pintura, a escultura acabou se estilizando. Escriba Sentado, Egito, IV Dinastia, 2.620-2.500 a.C. M úsica: Foram encontradas, a pa rtir de escavações arqueo lóg icas, figu ras em baixos-relevos, mosaicos, textos e alguns objetos que com provam a existência de atividades musicais. A música tinha uma função tanto social quanto religiosa e era peça essencial na sociedade egípcia, o que elevava o status do músico. A música egípcia tinha características próprias: era inspirada nos deuses e prati cada em qualquer evento de ordem social. Composta por cantos, era sempre acompa nhada de instrumentos como citara, harpa e tam bores, que mais tarde foram adota dos pelos gregos. Usualmente, os músicos acompanhavam os faraós em suas apari ções e cerimônias públicas. Greco-romanos é o adjetivo, no plural, para tudo o que for comum aos gregos e aos romanos. Essas duas civilizações da A n ti guidade são consideradas a base cultural do Ocidente, servindo de fonte inspíradora para gerações posteriores. Suas conquistas, poder econômico e riqueza cultural incluem- nas no rol das grandes civilizações. A mitologia como fonte de inspiração Os deuses gregos, posteriormente apro priados pelos romanos, tinham suas histórias narradas por escritores, como Homero e Hesíodo. Eles eram apresentados como seres imortais, física e psicologicamente semelhan tes aos humanos (antropomorfismo), com poderes sobre-humanos. Os mortais estavam sujeitos aos caprichos dos deuses. Dentre as divindades, está a hierar quia superior encabeçada por Zeus (gover nante de todos os deuses). Numa classe inferior está Hades (irmão de Zeus e deus dos infernos). Mas os heróis, seres m or tais em sua maioria, têm tanta importância quanto os deuses na m itologia grega. Um dos mais conhecidos é Hércules. As festas eram dedicadas às divindades, tais como: Dioniso, deus do vinho e da ale gria, Deméter, deusa da colheita. Uma das festividades mais destacadas eram os jogos Pan-helênicos (Olimpíadas), realizados de 4 em 4 anos, dedicados a Zeus. Os templos gregos e romanos eram locais de visitação e adoração aos quais acor riam os devotos fiéis. Existiam templos para cada um dos deuses, como: Afrodite, deusa da beleza; Apoio, deus da beleza masculina, da juventude e da luz, além de ser conside rado patrono das artes; Atena, deusa da sabe doria, da paz e protetora dos atenienses. Deuses gregos e romanos Grego Romano Representação Zeus Júpiter principal deus Hera Juno protetora do lar Efesto Vulcano fogo Poseidon Netuno mares Ares Marte guerra Atena Minerva sabedoria Deméter Ceres agricultura Apoio Febo sol e beleza Assim , cercada por m uita magia e beleza, desenvolve-se a cultura greco-ro- mana. A cultura grega fo i adotada pelos romanos (séc.ll a.C.) e a cidade de Roma tornou-se importante centro de difusão da cultura helênica. A Arte Grega Os gregos antigos tiveram muito des taque nas produções artísticas e culturais. Foram exímios construtores, escultores e filósofos. Eram racionais e antropocêntri- cos e seus atos eram norteados por esses princípios. Buscavam representar, através das artes, cenas do cotidiano grego, acon tec im entos h istó ricos e, principalm ente, temas mitológicos e desportivos. Arquitetura As grandes obras de arquitetura, como os tem plos, por exemplo, eram erguidos em homenagem aos deuses gregos. Suas formas são copiadas ainda hoje e causam espanto pela beleza e consistente estrutura. Um dos templos gregos mais conhecidos é a Acrópole de Atenas (Partenon). Essa cons trução foi feita pelos atenienses em home nagem à deusa Atena (protetora da cidade). Foi construído em mármore no ponto mais alto da cidade, entre os anos de 447 e 438 a.C. Além das funções religiosas, foi u tili zado também como ponto de observação militar. As colunas desse templo seguiram o estilo arquitetônico dórico e apresentavam na parte superior um belo frontão (capitel), com painel em baixo-relevo executado pelo grande escultor Fídias. Ruínas do Partenon - século V a.C, Acrópole de Atenas, Grécia Frontão decorado e visão lateral da réplica do Partenon grego, Centennial Park, 1897, Nashville, Tennessee, EUA As colunas gregas apresentam-se em três tipos diferentes: 1- Dórica: mais simples, com poucos de talhes e decoração, atribuía estabilidade e muita elegância à construção. 2- Jônica: um pouco mais elaborada, com desenhos, inscrições e base circular.Trans mitia leveza e graciosidade ao edifício. 3- Coríntia: mais sofisticada e muito deco rada, era pouco usada pelos arquitetos da época, devido ao seu custo em relação ao material e tempo de execução. Os capitéis das colunas eram decorados com folhas feitas em concreto. Os a rqu ite tos gregos constru íram , além dos tem p los , te a tro s de grande extensão que tinham capacidade para abri gar toda a população da cidade. Feitos em pedra eram constitu ídos por um espaço circu lar que continha o altar de Dioniso, chamado de orquestra, onde o coro can tava,dançava e os atores representavam. Os palcos eram singelos e os espec tadores acom odavam -se em arquibanca das ou degraus que ficavam em volta da orquestra. As apresentações tinham lugar durante o dia, ao ar livre. Podemos citar o Teatro de Epidauro, que foi projetado por Policleto entre 370 e 360 a.C. Sua capacidade era de 20 mil pessoas. Teatro Dioniso, Sec. V a.C, Acrópole de Atenas, Grécia Detalhe do Teatro Dionísio, Grécia Esses tea tros eram construídos em lugares de pouco ruídos para evitar a inter ferência dos sons urbanos. Sua forma favo recia a ventilação, pois o vento passava atrás do palco em direção aos espectado res. O objetivo além de refrescar, era uma forma de auxiliar a difusão das falas e sons diversos do palco para a platéia. Escultura Os escultores gregos, por vezes cha mados de gênios, foram exím ios em seu o fic io . Entalhavam a pedra com grande maestria e delicadeza. Buscavam a perfei ção estética e primavam por uma constante representação realista. As obras apresen tavam m ovim ento adequado à ação e ao estudo da proporção anatômica. Mais tarde introduziu-se o conceito de contraposto - posição na qual a escultura se apoiava totalmente numa perna, deixando a outra livre causando maior dinamismo nas representações de atletas em plena ação. Nervos, m úsculos, veias, expres sões e sentim entos são observados nas esculturas. Os tem as mais usados foram a m ito log ia , p rinc ipa lm ente , representa ções de deuses e deusas, e o a tle tism o. Entre os grandes artis tas do classicism o e s tã o : P o lic le to , M iro n , P rax íte les e Fídias. Discóbolo de Miron, 1,55m de altura, 450 a.C, Museu Nacional Romano, Roma Hermes, séc. IV a.C. 2,15 m de altura, destinava-se ao Templo de Hera, em Olímpia No Período Clássico (séc.VIII a V a.C.), inspirados na razão e no naturalismo ideali zado, os gregos representavam o movimento de uma forma mais efetiva. Surge o nu fem i nino com muita suavidade e delicadeza. No Período Helenístico (séc.lV a II a.C.) os escultores abandonaram a representação ideal na busca pelo real. Novas técnicas e materiais favoreceram a criação de formas muito expressivas e de grande valor estético e, por vezes, propagandístico. Grupo de Laocoonte, cópia romana possivelmente de Hagesandro, Atenodoro e Polidoro de Rodes, séc. I d.C. Mármore, 2,13 m, Museu do Vaticano, Roma Vênus de Mito, 1,98m, mármore, sec. II a.C, achada na Ilha de Milos, no Mar Egeu. Encontra-se hoje no Museu do Louvre, Paris 0 grande desafio e a grande conquista da escultura desse período foi a representa ção, não de uma figura apenas mas de gru pos de figuras que mantivessem a sugestão de mobilidade. 0 belo deveria ser apreciado por todos os ângulos. Pintura Essa modalidade artística foi desenvol vida através da pintura cerâmica. Há bastante equilíbrio e harmonia nos desenhos execu tados. As formas são chapadas e mostram um dinamismo bem relativo. Há uma predo minância dos tons terrosos, branco e preto, com alternância de aplicação entre eles. Além de servir para rituais religiosos, esses vasos eram usados para armazenar, entre outras coisas, água, vinho, azeite e mantimentos. Por isso, sua forma correspondia à função para a qual eram destinados. Os temas apre sentavam pessoas em suas atividades diárias e cenas da mitologia grega. Exéquias: Dioniso em seu barco, 530 a.C., figura negra, Staatliche Antikensammlungen, Munique O repouso de Heracies, ânfora do Pintor de Andokides (esquerda) e ânfora grega, cerca de 540 a.C, Museu Arqueológico Nacional de Atenas panos de linho uma pedra e deu-a a Cronos, como se fosse a criança, e o deus logo o engoliu. Quando cresceu, Zeus pediu a Géia uma droga para dar ao pai, a fim de que este restituísse os filhos devorados. Isso feito, à frente dos irmãos, Zeus declarou guerra a Cronos. A guerra durou dez anos e Zeus conseguiu vencer, com auxílio dos Heca- tônquiros. Tornou-se chefe de uma nova geração de deuses do Olimpo. Zeus desposa Hera, mulher defensora e protetora dos esposos. Davam-na como ciumenta e vingativa, pois frequentemente encontrava-se irritada contra Zeus por sua infidelidade, perseguindo-lhe as amantes e os filhos adulterinos. Zeus não se conten tava apenas com as deusas e por vezes se apaixonava pelas mortais. A vítima dessa vez era a princesa tebana Sêmele, mãe do segundo Dioniso. É que de Zeus e Perséfone (filha de Deméter) nasceu Zagreu, o prim eiro D io niso. Preferido do pai dos deuses e dos homens, estava destinado a sucedê-lo no governo do mundo, mas o destino decidiu o contrário. Para proteger o filho dos ciú mes de sua esposa Hera, Zeus o confiou aos cuidados de Apoio e dos Curetes que o criaram na flo resta do Parnaso. Hera, mesmo assim, descobriu o paradeiro do deus ainda menino e encarregou os Titãs de raptarem-no. Palas Atena pôde salvar- lhe o coração que ainda palpitava. Foi esse coração que Sêmele engoliu, engravidando do segundo Dioniso. O Segundo Dioniso, no entanto, não teve um nascimento normal. Hera, ao ter notícias das relações amorosas do esposo com Sêmele, resolveu eliminá-la. Transfor mando-se na ama da princesa tebana, acon selhou-a a pedir ao amante que se lhe apre sentasse em todo o seu esplendor. O deus advertiu a Sêmele que semelhante pedido lhe seria funesto, mas como havia jurado pelo rio Estige jamais contrariar-lhe os dese jos, apresentou-se-lhe com seus raios e tro vões. O palácio da princesa incendiou-se e ela morreu carbonizada. Zeus recolheu do ventre da amante o fruto inacabado de seus amores e colocou-o em sua coxa, até que se completasse a gestação normal. Nascido o filho, confiou-o, para evitar novo estra tagema de Hera, aos cuidados das Ninfas e dos sátiros do monte Nisa. Lá, em som bria gruta, cercada de frondosa vegetação e em cujas paredes se entrelaçavam galhos de viçosas vides, de onde pendiam madu ros cachos de uva, v iv ia fe liz o filho de Sêmele. Certa vez o jovem deus colheu alguns desses cachos, espremeu-lhes as frutinhas em taças de ouro e bebeu o suco em com panhia de sua corte . Todos fica ram então conhecendo o novo néctar: o vinho acabava de nascer. Bebendo repeti das vezes, sátiros. Ninfas e Baco começa ram, a dançar vertiginosamente ao som dos címbalos. Embriagados do delírio báquico, todos caíram por terra desfalecidos. Historicamente, por ocasião da vindima, celebrava-se a cada ano, em Atenas e por toda a Ática, a festa do vinho novo, em que os participantes, como outrora os com pa nheiros de Baco, se embriagavam e começa vam a cantar e dançar freneticamente, até caírem desfalecidos. Ao que parece, esses adeptos do vinho disfarçavam-se de Sáti ros, que eram concebidos pela imaginação popular como "homens bodes". Teria nas cido assim o vocábulo tragédia (trago = bode: ode = canto) = tragoedia em latim e tragédia em português. A h istória de D ioniso provocava as mais diversas emoções em seus fiéis, desde a tristeza profunda à alegria desmedida, ou seja, dando fiel continuidade às controvér sias do período do caos: Eros (atração) e Anteros (repulsão), etc. Durante a celebração, seus devotos entoavam o d itiram bo , canto lírico que reunia dança, poesia, coro, tudo re lacio nando-se à religião (presente tam bém na evolução musical). Origem do Teatro Grego O culto a Dioniso: O Mito Para a plena compreensão da origem do teatro , faz-se necessário o resgate de fa tos m ito lóg icos, os quais estão d ire ta mente relacionados à sociedade grega. O estudo será melhor contextualizado a partir da leitura do texto abaixo. Dioniso ou Baco No princíp io ex is tia o Caos, a per sonificação da vida prim ordial, anterior à criação, no tem po em que a Ordem não tinha sido ainda im posta aos elem entos do mundo recém-criado. Lá era onde tudo estava aglutinado e movido por forças con trárias: Eros (atração) e Anteros (repulsão, separação) — que dá origem à teoria
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