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1 2 Coordenador: Eng. Agrônomo José Fernandes de Melo Filho Coordenador Adjunto: Eng. Florestal Moisés Pedreira de Souza Conselheiros: Eng. Agrônomo Adriano Salles Costa Eng. Agrônoma Ana Dalva Souza Santana Eng. Agrônomo Breno Lothhammer Wrasse Eng. Florestal Dalton Longue Júnior Eng. Agrícola Dian Lourençoni Eng. Florestal Izabel Cristina Ceron de Paula Eng. Agrônomo João Kuffel Eng. Agrônomo José Fernandes de Melo Filho Eng. Agrônomo José Humberto Félix de Souza Eng. Agrônomo José Rafael de Souza Eng. Florestal Moisés Pedreira de Souza Eng. Agrônomo Renato Dias Fiorese Câmara Especializada de Agronomia 3 APRESENTAÇÃO Em sua belíssima trajetória de contribuições para defender a sociedade e aperfeiçoar as con- dições de exercício profissional legalizado, a Câmara de Agro- nomia do CREA – BA tem sido um instrumento social de rele- vância ímpar. Assim, vem de- senvolvendo ações de aproxi- mação com os profissionais do grupo Agronomia e a socieda- de no sentido de amplificar sua missão e refirmar a importân- cia dos Conselhos Profissionais para o desenvolvimento nacio- nal. Nesse sentido, a CEAGRO BA realizou mais um esforço de concepção de um instrumento perene de conscientização so- cial para ampliar a percepção da importância do uso racional e ambientalmente correto dos produtos fitossanitários, comu- mente denominados de agro- tóxicos, cuja utilização e apli- cação exige, além de rigoroso controle, também recomenda- ção técnica por profissionais tecnicamente habilitados, pos- to que as consequências para a saúde humana e do planeta terra são graves. É com o sen- timento do dever cumprindo que a CEAGRO BA disponibiliza a sua cartilha sobre agrotóxicos para a sociedade da Bahia. Eng. Agrônomo José Fernandes de Melo Filho 4 Foto: Rui Rezende 5 Utilizados como sinônimos pela sociedade, agrotóxicos ou defensi- vos fitossanitários, tratam dos produtos químicos, físicos e biológicos utilizados nas áreas produtivas e de proteção, em ambientes rurais ou urbanos, para prevenir ou controlar doenças e pragas. Apesar da popularização do termo “agrotóxico”, tecnicamente, esses produtos são denominados defensivos fitossanitários. A palavra fitossanitária é formada pelo prefixo grego fito (planta) e a palavra sanitária (saúde). O significado está associado à prevenção e cura de doenças das plantas. O tratamento das plantas com esses produtos afeta toda a cadeia alimentar, podendo atingir os seres hu- manos através da ingestão de alimentos contaminados, e estes efei- tos ficam mais difíceis de serem alertados a população quando desa- parece a palavra agrotóxico, que indica a toxicidade que os produtos químicos podem causar no meio ambiente, na plantação, na saúde dos agricultores e aos consumidores. Esse é um dos motivos que o termo agrotóxico seja mantido na identificação desses produtos. Por outro lado, defendido pelo setor produtivo, o termo defensivo fitossanitário parece menos agressivo à população e é o termo mais usado na nomenclatura internacional, enquanto o termo agrotóxico traz uma sensação desconfortável de algo ligado a veneno, tóxico. A alteração do termo “agrotóxico” por “defensivo fitossanitário” ado- tado atualmente pela legislação vigente tem sido bastante debatido nas universidades e entre entidades ligadas ao setor produtivo e en- tidades envolvidas com saúde e meio ambiente. O QUE SÃO AGROTÓXICOS OU DEFENSIVOS FITOSSANITÁRIOS? 6 Naturalmente, pragas (insetos ou outros animais), doenças (bacteria- nas, fúngicas, virais etc) e ervas daninhas concorrem com as plantas cultivadas (milho, soja, tomate, feijão, eucalipto, pinus etc), a fim de obter alimento para sua sobrevivência e proliferação. O problema ocorre quando o crescimento da população de pragas/doenças é muito grande, ultrapassando o que se chama de nível de dano eco- nômico (NDE), podendo gerar danos irreversíveis à lavoura, causando perdas de qualidade e quantidade, comprometendo a segurança ali- mentar dos produtos agrícolas. A grande maioria dos consumidores não aceita grãos, frutas ou legu- mes severamente atacados por fungos ou bactérias (doenças), que além de possuírem características indesejáveis de sabor e visual, tam- bém podem gerar sérias intoxicações alimentares. Ao mesmo tempo, no campo, o produtor não consegue sobreviver se a sua lavoura não produzir o suficiente para cobrir as suas despesas com os custos de produção. POR QUE OS AGROTÓXICOS OU DEFENSIVOS FITOSSANITÁRIOS SÃO UTILIZADOS NA AGRICULTURA? 7 À medida que a população cresce e a agricultura começa a produzir em maior quantidade, os plantios ficam mais densos, e as plantas fi- cam cada vez mais próximas umas das outras. Do mesmo modo que as doenças se manifestam em maior intensidade onde há aglomera- dos de pessoas, as pragas e doenças agrícolas e florestais também se espalham mais fácil em grandes aglomerados de plantas. Utilizar defensivos fitossanitários ou agrotóxicos não é simplesmen- te uma questão de opção. Na grande maioria das vezes, o seu uso é necessário e, por vezes, indispensável para manter a produção de alimentos nos níveis necessários. No Brasil, o uso desses produtos é extremamente controlado e fortemente regulamentado por leis es- pecíficas, de modo que, quando prescritos corretamente por pessoal técnico e qualificado (Engenheiro Agrônomo ou Engenheiro Flores- tal) e usados corretamente, eles não representam qualquer risco para a saúde humana ou animal. Foto: Rui Rezende 8 - investir na nutrição e irrigação específicas para as culturas vi- sando a melhoria da saúde das plantas tornando-as natural- mente mais resistentes; - avaliar de forma mais precoce possível os níveis de ataque/in- festação para o controle maise- fetivo e menos intenso. - praticar o MIP (Manejo Inte- grado de Pragas), que constitui uma filosofia de controle de pragas que procura preservar e incrementar fatores de mor- talidade natural, através do uso integrado dos métodos de con- trole selecionados com base em parâmetros econômicos, ecológicos e sociológicos. - manter as florestas de preser- vação nas bordas das áreas pro- Existem sim, e muitas são as alternativas. O controle de pragas e doenças pode ser feito de várias formas, como: EXISTEM ALTERNATIVAS AO USO DOS DEFENSIVOS FITOSSANITÁRIOS OU AGROTÓXICOS? dutivas, pois muitos organismos que atacam as culturas preferem alimentação diversificada; - praticar o consorciamento e a rotação de culturas, para evitar a propagação das pragas/doen- ças; - plantar variedades de plantas que são resistentes a algumas doenças. Essa resistência é con- seguida pelo melhoramento ge- nético e pesquisa constante; - respeitar os períodos de en- tressafra que são definidos pelos órgãos sanitários; - quando possível aplicar pro- dutos naturais (óleos de plan- tas, sabões, etc) em substituição aos defensivos fitossanitários ou agrotóxicos. 9 São diversos os tipos de defensivos fitossanitários ou agrotóxicos e variam de acordo com a praga/doença/planta a ser controlada. São cerca de 900 princípios ativos em mais de 4.000 formulações dife- rentes. Como medida de segurança à saúde pública, o Brasil possui uma legislação federal, estadual e até municipal, que orienta os pro- fissionais habilitados e os executores determinando a quantidade a ser aplicada, o tempo de carência para cada produto em questão, e o tipo de produto a ser usado. Cada local reúne condições climáticas diferentes e as pragas, doen- ças, plantas daninhas também se desenvolvem em função dessas condições. É isso que determina o tipo de defensivo fitossanitário a ser usado na plantação, razão pela qual não pode relacionar cada agrotóxico a um grupo de alimentos específicos. Normalmente, se as normas de prescrição e aplicação forem seguidas à risca, esses produ- tos – apesar de altamente tóxicos – deixam no produto final apenas resíduos químicos considerados “toxicologicamente aceitáveis” – ou seja, nãonocivos à saúde. O risco maior de intoxicação está nas pessoas que manuseiam e aplicam esses produtos nas plantações, principalmente quando não utilizam os EPIs apropriados e não seguem as orientações dos pro- fissionais. Há também casos em que feirantes ou donos de supermer- cados usam por conta própria o agrotóxico para que seus produtos permaneçam em bom estado por mais tempo, na maioria das vezes QUAIS SÃO AS RESTRIÇÕES QUANTO AO USO DOS DEFENSIVOS FITOSSANITÁRIOS OU AGROTÓXICOS? 10 de forma equivocada. É bom lembrar que a pene- tração dos agrotóxicos se limita à parte externa do fruto ou da folha. Por isso, uma boa lavagem em água corrente dos alimentos que são ingeridos in natura (crus) pode retirar a maior parte do produto, tornando-o não prejudicial. Os defensivos fitossanitários podem ser agrupados de acordo com seus princípios ativos. Sobre as res- trições e limitações de uso, seguem alguns comen- tários sobre os principais grupos usados no Brasil. Os organoclorados são considerados “muito perigosos” e estão proi- bidos desde 1985. Esses produtos deixam resíduos permanentes nos tecidos gordurosos de mamíferos, peixes e aves. Uma pessoa que co- mer a carne de um desses animais contaminados é da mesma forma intoxicado. Esse produto tem um tempo de permanência no meio ambiente de mais de 100 anos. O grupo dos organofosforados são considerados “menos perigosos”. Após a intoxicação, os efeitos desses agrotóxicos se manifestam em até 24 horas. Eles fazem parte da família dos chamados inibidores da acetilcolinesterase e, além de efeitos fisiológicos, ainda podem causar reações esquizofrênicas em seres humanos. Por isso, devem ser usa- dos com bastante cautela. Um terceiro grupo bastante usado é dos carbamatos, considerados “pouco perigosos”. Enquanto os efeitos dos organofosforados levam um mês para desaparecer, os dos carbamatos levam apenas uma se- mana. Ambos têm as mesmas características e fazem parte da família dos inibidores da acetilcolinesterase. Inseticidas (que combatem os insetos em diferentes fases da vida – larva a adulto) 11 Os produtos do grupo Paraquat são considerados “muito perigosos”. Extremamente tóxico, esse tipo de produto ataca gravemente to- dos os tecidos do organismo. A intoxicação pode se dar por inala- ção ou ingestão. O grupo Glifosate é considerado “menos perigoso”. Apresenta toxicidade relativamente baixa para o ser humano, mas a ingestão acidental causa náuseas, vômitos e outros distúrbios gas- trointestinais. Por fim, os produtos do grupo clorofenóxicos são “pouco perigosos”. Se manuseados corretamente, os produtos desse grupo são muito pouco tóxicos. No entanto, em sua fabricação, é liberada uma subs- tância chamada dioxina, uma das mais mortais desenvolvidas pelo homem, que deve ser mantida separada. Caso ela contamine o her- bicida, a mistura torna-se cancerígena. Não há dúvidas de que os defensivos fitossanitários ou agrotóxicos causam sérios danos à saúde e podem matar, da mesma forma que os remédios também podem matar. Entretanto, existem formas ade- quadas de utilizar esses produtos, que os tornam seguros e com re- sultados positivos para a sociedade, como o aumento da produção e redução nos preços dos produtos agrícolas e florestais. Herbicidas (combatem ervas daninhas) Foto: Rui Rezende 12 Reclassificação Toxicológica dos Agrotóxicos 13 Normalmente, os problemas derivados do uso incorreto dos agro- tóxicos são os mais sérios e relevantes, pois tratam do desrespei- to aos períodos entre a aplicação do produto e a colheita, falta de atenção ao momento adequado de aplicação (tempo seco ou úmido, ao amanhecer ou no meio do dia) considerando as condi- ções climáticas, o tamanho da área e a forma de aplicação (manual, com trator ou aérea). A falsa ideia de que quanto maior a dosagem mais eficaz o produ- to será na lavoura leva a uma contaminação desproporcional do ambiente e das plantas, acima da sua capacidade de absorção e de depuração pelo ambiente, apresentando resíduos acima dos níveis aceitáveis para a população. Além do problema de saúde pública, o uso acima do recomendado leva a um maior custo de produção, por se tratar de produtos de alto valor e de elevados custos de aplicação e mão-de-obra além da possibilidade de tole- rância ou resistência dos organismos alvo ao agrotóxico utilizado. Na realidade, o treinamento e a capacitação dos profissionais que prescrevem o seu uso adequado, bem como daqueles que execu- tam as atividades, ajustando as tecnologias disponíveis para cada sistema de cultivo e observando o momento adequado para sua aplicação são estratégias importantes nessa discussão. Também é necessário aumentar a fiscalização acerca de como estes produtos estão sendo recomendados, comercializados e utilizados. A DOSAGEM DO PRODUTO: REMÉDIO x VENENO 14 A resposta é não! O Brasil regula através da AN- VISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitá- ria - a autorização para comercialização e uso dos produtos fitossanitários ou agrotóxicos. Trata de um processo burocrático e impor- tante para a sociedade. O tempo de avaliação deve ser suficiente para assegurar a seguran- ça alimentar da população, sem, contudo, ser longo e inviabilizar novas tecnologias menos impactantes. TODOS OS DEFENSIVOS FITOSSANITÁRIOS OU AGROTÓXICOS SÃO PERMITIDOS NO BRASIL? Foto: Banco de imagem 15 - “Histórico de alterações de monografia”: planilha contendo alterações legais sobre os pro- dutos (proibições, ampliações de uso em diferentes culturas, limi- tações) e seus respectivos mar- cos legais; - “Monografias autorizadas”: são os resultados da avaliação e reavaliação toxicológica dos in- gredientes ativos destinados ao uso agrícola, domissanitário, não agrícola, ambientes aquáticos e preservante de madeira. Trazem, entre outras informações, os no- mes comum e químico, a classe de uso, a classificação toxicológi- ca e as culturas para as quais os ingredientes ativos encontram- se autorizados, com seus respec- tivos limites máximos de resíduo; - “Monografias excluídas”: inclui uma relação de ingredientes ati- vos de agrotóxicos, domissanitá- rios e preservantes de madeira que, atualmente, não possuem autorização de uso no Brasil. No site da ANVISA, através do link h t t p : / / p o r t a l . a nv i s a . g o v. b r / r e g i s t r o s - e - a u t o r i z a c o e s / agrotoxicos é possível acessar várias informações re- lativas aos defensivos fitossanitários ou agrotóxicos. ONDE ENCONTRAR A LISTAGEM DOS PRODUTOS PROIBIDOS? Dentre os assun- tos relacionados aos agrotóxicos contidos no site da ANVISA, alguns mere- cem destaque: Na página principal da ANVISA, o mesmo conteúdo pode ser acessa- do clicando no item “Assunto” e depois clicando na palavra “Agrotó- xico”. 16 Engenheiros Agrônomos e Engenheiros Florestais, registrados no CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia), respeitados seus componentes curriculares e atribuições conferidas pelo CONFEA (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia) e legislação vigente em conformidade com o art. 11 do Decreto Estadual 6.033/1996 que regulamenta a Lei Estadual 6.455/1993. Os Engenheiros Agrônomos estão mais aptos a receitarem para cultu- ras agrícolas e pomares, enquanto os Engenheiros Florestais normal- mente se especializam nas doenças e pragas que atacam as florestas e as árvores. Esses profissionais devem ser buscados não somente no campo, mas também na cidade, para controle de pragas e doenças em condomínios, ruas, parques e jardins. Todo profissional habilitado deve seguir estritamente as normas e preencher todos os documentos exigidos por lei para garantia da se- gurança da população. Entre esses documentos, tem-se o receituário agronômico e a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) que garante a presença de pessoa técnica e qualificada orientando o uso dos produtos fitossanitários ou agrotóxicos. QUAIS PROFISSIONAIS PODEM INDICAR O USO DE DEFENSIVOS FITOSSANITÁRIOSOU AGROTÓXICOS? 17 O receituário agronômico é um documento prescrito por Engenhei- ros Agrônomos ou Engenheiros Florestais para orientar os executores e/ou os produtores rurais sobre a utilização de defensivos agrícolas ou agrotóxicos. A sua emissão é obrigatória para a compra de qual- quer defensivo agrícola registrado pelo MAPA (Ministério da Agricul- tura, Pecuária e Abastecimento). Quando o plantio começa a apresentar algum sintoma estranho, como manchas, pragas ou infestação de plantas daninhas, o produ- tor rural deve entrar em contato com um profissional habilitado para que ele avalie o problema. Com base nessa análise, o especialista che- gará a um diagnóstico sobre o problema que está prejudicando a lavoura. Assim, o profissional habilitado irá prescrever qual a melhor técnica, e quando necessário, qual é o melhor defensivo fitossanitá- rio ou agrotóxico para o caso e, além disso, qual é a dose e a forma mais adequada de aplicação do produto. Dessa forma, o produtor terá muito mais segurança para fazer a aplicação, menores custos e melhores resultados na plantação. O QUE É O RECEITUÁRIO AGRONÔMICO? Foto: Banco de imagem 18 Uma das principais vantagens do receituário agronômico é que ele só pode ser emitido após a visita de um profissional habilita- do à propriedade. Essa característica é fundamental para que os defensivos fitossanitários ou agrotóxicos sejam utilizados apenas se necessário e sempre com a orientação de um especialista no assunto, o que é essencial para o meio ambiente, para a socieda- de e para o benefício do produtor. A análise realizada por um profissional especializado contribui para a conservação do meio ambiente, pois a partir dela apenas produtos realmente indicados para determinado problema se- rão recomendados e sempre com a dose correta e o modo de aplicação adequado. Isso ajuda a impedir que o solo, a água e outros recursos naturais sejam contaminados pelo uso incorreto de algum produto. Com o receituário agronômico, o produtor também tem mais segurança na utilização dos defensivos fitossanitários ou agro- tóxicos, já que todas as orientações estão prescritas de forma detalhada e são indicadas por um profissional habilitado. Dessa forma, o agricultor ganha mais assertividade com a aplicação do produto e tem menor custo, que garante, ainda, produtividade e qualidade na lavoura. Além disso, o receituário agronômico beneficia e valoriza os pro- fissionais da área, que são os únicos capacitados e autorizados a emitir o documento. Por fim, a emissão do documento também facilita a fiscalização em relação à venda, à compra e à utilização dos defensivos, assim como no que diz respeito ao descarte cor- reto das embalagens vazias. A IMPORTÂNCIA DO RECEITUÁRIO AGRONÔMICO 19 O receituário agronômico precisa conter informações sobre o produ- tor rural, o diagnóstico, a forma de aplicar o agrotóxico e o profissio- nal que emite o documento. O QUE DEVE CONSTAR NUM RECEITUÁRIO AGRONÔMICO? Responsável técnico: dados do profissional que emitiu o recei- tuário agronômico, como nome, número de registro no CREA (Conselho Regional de Enge- nharia e Agronomia), endereço e empresa em que atua; Contratante: dados do contra- tante, como nome da proprie- dade, nome do produtor rural, telefone, endereço e CPF; Dados técnicos: identificação da cultura e da variedade da cultu- ra, do tipo das instalações ou da área infestada e sobre o diagnós- tico realizado pelo profissional; Prescrição técnica: informações sobre a aplicação do defensivo agrícola, como o modo de apli- cação, a dosagem, condições climáticas adequadas para a apli- cação, as precauções de uso e manuseio, os equipamentos de proteção individual e outras prá- ticas de manejo; Prescrição de controle: dados específicos sobre o produto re- comendando, como período de carência, classe toxicológica, for- mulação, entre outros. 20 Ao fim do documento, deve constar o local, a data e a assinatura do profissional responsável pela emissão. Vale lembrar que o receituário agronômico precisa ser expedido em conjunto com a ART e nota fis- cal dos produtos, que deve especificar o local para a devolução das embalagens vazias dos agrotóxicos. Os dois documentos devem ser guardados por, no mínimo, dois anos. Em casos mais específicos, documentos suplementares podem ser solicitados, como no caso da aplicação aérea. Foto: Banco de imagem 21 ?COMO DENUNCIAR O PROFISSIONAL QUE NÃO ORIENTA NA APLICAÇÃO OU PRESCREVE DOSAGENS QUESTIONÁVEIS Os profissionais Engenheiros Agrônomos e En- genheiros Florestais que possuem atribuições para receitarem esses produtos, dentro de suas limitações profissionais, devem seguir as condu- tas éticas do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA). A denúncia pode ser feita em qualquer inspeto- ria do CREA na Bahia ou de preferência, no CREA do estado onde a falta ética ocorreu. O denun- ciante deverá se identificar e registrar de forma clara e com comprovação do fato ocorrido. Todo cidadão deve denunciar um profissional ao seu CREA quando: - prescrever agrotóxicos para plantios sem utilizar o receituário agronô- mico acompanhado da ART correlata ao serviço; - prescrever produtos proibidos ou não au- torizados para a cul- tura em tratamento; - não tiver habilitação profissional para desem- penhar tal atividade; - negar ou prestar má orientação técnica acerca da aplicação; - não preencher todos os documentos de for- ma completa e clara. 22 Os profissionais registrados no Sistema CONFEA-CREA que não observarem a legislação e forem denunciados ou flagrados por práticas que violam a conduta ética profissional, tanto nas ativi- dades relativas aos agrotóxicos quanto a todas as demais ativi- dades técnicas, estarão sujeitos às penalidades previstas na Lei 5.194/1966 (Título IV – Das penalidades), Resolução 1.002/2002 (Anexo) e Resolução 1.090/2017, sem prejuízo das penalidades civil e penal, inclusas na Lei 7.802/1989 regulamentada pelo De- creto 4.074/2002. QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS PARA O PROFISSIONAL QUE NÃO OBSERVA A LEGISLAÇÃO ? Foto: Banco de imagem 24
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