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N1 DIREITO PENAL AMBIENTAL DIGITAL - JAQUELINE GONÇALVES DA SILVA- 2021304743

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CRIMES CIBERNÉTICOS E TUTELA PENAL DO BRASIL : estudo de caso sobre a legislação aplicável 
JAQUELINE GONÇALVES DA SILVA - 2021304743 
Vivemos numa sociedade que não conhece a vida sem internet. A internet se expandiu juntamente com o número de usuários em busca por informações, diversões, relacionamento, pesquisas, compras, aprendizado entre outras atividades. O impulsionamento à rede Mundial, se deu por conta da evolução tecnológica, os preços acessíveis dos computadores e dispositivos móveis.
Entretanto esse desenvolvimento tecnológico não trouxe apenas vantagens, uma vez que a prática de crimes migrou para esse ambiente e o Direito precisou de acompanhar a evolução. Com a grande disseminação dos computadores e do acesso à internet, acabaram surgindo crimes e criminosos com especialização na linguagem da informática, com proliferação por todo o mundo
Esses crimes cometidos no âmbito digital, recebem vários nomes: crimes cibernéticos, crimes digitais, crimes eletrônicos, crimes da informática, crimes cometidos na internet, cybercrimes, fraudes eletrônicas, delitos computacionais, dentre outros e com um detalhe de que todos ocorreram no meio digital.
Ainda não há uma terminologia a ser empregada para esses crimes. Patrícia Santos da Silva (2015) , na intenção de demostrar esse problema, afirma:
[...]que não há uma nomenclatura sedimentada pelos doutrinadores acerca do conceito de crime cibernético. De uma forma ou de outra o que muda é só o nome atribuído a esses crimes, posto que devem ser observados o uso de dispositivos informáticos, a rede de transmissão de dados para delinquir, o bem jurídico lesado, e ainda deve a conduta ser típica, antijurídica e culpável. (SILVA, 2015, p.39).
Existem diversas classificações na doutrina e é necessário entender o que é um cybercrime para então aplicar o tipo penal correspondente.
Os crimes cibernéticos consistem no cometimento de atividades ilícitas por meio do computador ou rede de internet e classificam-se de acordo com a sua forma de cometimento. (WENDT; JORGE, 2012)
Quanto ao sujeito ativo do crime devemos saber a diferença entre os hackers e os crackers, pois o primeiro tem conhecimento avançado em computação e somente o segundo são responsáveis pelos crimes praticados na rede através da internet. 
O sujeito ativo, o criminoso, no ambiente virtual não é facil identificar pois a arma dele é o conhecimento tecnológico:
Os usuários mais perigosos, os verdadeiros bandidos cibernéticos ou blackhats, são os crakers [...]; os phreakers, que são os especialistas em telefonia e eletrônica; os carders, especialistas em fraudes com cartões de crédito; os wardrivers ou warchalkers, especialistas em invasão de redes wireless, prática que ficou conhecida na Europa como guerra de giz, pois os autores deixavam marcas de giz no chão apontando os pontos de vulnerabilidade da rede. E por último, não menos importantes, os insiders, que na verdade representam à maior ameaça – o FBI já afirmou que os identifica em 70% dos casos, pois são os funcionários ou ex-funcionários, que, por motivos vários, utilizando-se da confiança que possuem, adquirem informações sigilosas de empresas, tornando-as mais vulneráveis. (BRITO, 2013, p. 83)
Caio é o sujeito passivo sendo ele a vítima do crime virtual. Pascoal (2020) aduz que o sujeito passivo do delito cibernético, como se trata de um crime comum, pode alcançar qualquer pessoa física ou jurídica, que sob ação ou omissão, venha sofrer de imediatos danos materiais ou morais em decorrência da ilicitude.
No Código Penal brasileiro, não havia artigos para cuidar desses crimes realizados no meio digital, em função da época (1940) que foi promulgada. As leis 12.735 e a Lei Nº 12.737, alteram e acrescentam os artigos 154-A, 154-B, 266 e 298 para punição dos crimes cometidos na internet
As práticas criminosas elencadas no case foram crimes perpetrados com a ausência física do seu autor (do agente ativo) num ambiente virtual são crimes virtuais.
Quanto as compras efetuadas com cartão de credito contestadas pelo Caio, hoje em dia têm sido cada vez mais comuns as fraudes perpetradas com o uso de cartões de crédito e/ou débito clonados ou subtraídos de seus legítimos titulares.
Em relação à infração penal a ser tipificada nesses casos de fraudes com cartões de crédito e/ou débito subtraídos ou clonados a tipificação que tem sido considerada mais correta pela doutrina e jurisprudência é a de furto mediante fraude (artigo 155, § 2º., II, CP) e que não tem conhecimento da lesão patrimonial no momento que está sendo lesada, nesse sentido:
· HC 61.512/;RJ, Rel. Min. Gilson Dipp, 5ª. Turma, DJ 05.02.2007, p. 284; STJ, 
· HC 60.026/SC, Rel. Min. Gilson Dipp, 5ª. Turma, DJ 09.10.2006, p. 331; STJ, 
· HC 54.544/SC, rel. Min. Gilson Dipp, 5a. Turma, DJ 01.08.2006, p. 490; STF, 
· HC 88.905/GO, rel. Min. Gilmar Mendes, 2a. Turma, DJ 13.10.2006, p. 67.
O Caio de nada sabe e nem contribuiu para que as conmpras ou saques tenham sido feitos de nada sabe e em nada contribui.
A clonagem da conta de WhatsApp no estudo do caso é a clonagem do chip de celular que é objeto de fraude, assim a operadora do celular se torna responsável pelo dano causado ao consumidor caracterizando falha na prestação de serviços. A Jurisprudencia garante o direito à indenização, nesse sentido:
· “Ementa: Golpe do Whatsapp. Ação indenizatória. Relação de consumo. Clonagem de chip de telefonia móvel. Fraudadores que obtiveram acesso à conta de whatsapp do autor e enviaram mensagens a seus contatos solicitando dinheiro. Legitimidade passiva do Facebook reconhecida. Fraude que se deu em razão da falha na segurança da prestação do serviço pela operadora e pelo aplicativo. Responsabilidade objetiva e solidária. Artigo 14 do CDC e artigo 927 do CC. Dano moral evidente. Sentença recorrida mantida por seus próprios fundamentos. Recurso improvido.” (TJ-SP – RI: 1007753-56.2020.8.26.0562)
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei 12.737 de 30 de novembro de 2012. Dispõe sobre a tipificação criminal de delitos informáticos; altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de desembro de 1940 - Código Penal; e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12737.htm> . Acesso em: 17 mai. 2023.
BRITO, Aurineu, Direito penal informático. 1º. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
CRESPO, Marcelo Xavier de Freitas. Crimes digitais, f. 121. 2010. 242 p.
JESUS, Damásio de. Manual de Crimes Informáticos. Saraiva Educação S.A., v. 3, 2017.
PASCOAL, Luann Araújo. Crimes cibernéticos e infiltração virtual: análise sob o atual ordenamento jurídico brasileiro. Conteúdo Jurídico, Brasília-DF, jul. 2020. Disponível em: https://conteudojuridico.com.br/consulta/artigos/54701/crimes-cibernticos-e-infiltrao-virtual-anlise-sob-o-atual-ordenamento-jurdico-brasileiro. . Acesso em: 17 mai. 2023.
SILVA, Patrícia Santos da; SILVA, Matheus Passos. Direito e crime cibernético: Análise da competência em razão do lugar no julgamento de ações penais. Editora Vestnik, v. 3, 2015.
WENDT, Emerson; JORGE, Higor Vinicius Nogueira. Crimes Cibernéticos 3ª edição: ameaças e procedimentos de investigação. Brasport, v. 3, f. 125. 249 p.

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