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Resumo Empresarial - Títulos de Crédito

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“Resumo” – Direito Empresarial 
Títulos de Crédito 
- Conceito de Títulos de Crédito: 
O crédito é a confiança que uma pessoa inspira a outra de cumprir, no futuro, 
obrigação atualmente assumida. Significa que com a utilização do crédito, pode 
alguém hoje, ser suprido de determinada importância, empregá-la no seu interesse, 
fazê-la produzir em proveito próprio desde que tenha assumido a obrigação de, em 
época futura, retornar a quem lhe forneceu a importância de que se utilizou. Surgiu, 
assim, o crédito como elemento novo a facilitar a vida dos indivíduos e o progresso 
dos povos. 
 
Os títulos de créditos surgiram na Idade Média, como documentos que 
representavam direitos de crédito; os quais, a princípio, só poderiam ser utilizados 
apenas pelos que figuravam nos documentos como seus titulares (credores) e que 
posteriormente passaram a ser transferidos por esses seus titulares a outras pessoas 
que, de posse dos documentos, podiam exercer, como proprietários, os direitos 
mencionados nos papéis. A chamada cláusula à ordem, nada mais é que a faculdade 
que tem o titular de um direito de crédito (credor) de transferir esse direito à outra 
pessoa, juntamente com o documento que o incorpora. 
 
Logo, Títulos de Crédito é um documento, portanto não pode ser uma declaração 
oral, necessário para o exercício do direito nele mencionado. É indispensável o 
documento para que os direitos nele mencionados sejam exercidos. Daí ser ele um 
título de apresentação, porque no momento em que desejar exercer os direitos 
mencionados no título, deve o atual possuidor (chamado de portador ou detentor) 
apresentar o documento ao devedor ou a pessoa indicada para pagar. Por isso é 
indispensável. Os direitos mencionados no título são sempre direitos de crédito. 
Com o passar do tempo foram surgindo os títulos impróprios, que são documentos 
que tomaram as características de títulos de crédito sem, contudo, se referirem a 
verdadeiras operações de crédito pecuniário, em que há o gozo de dinheiro presente 
em troca de dinheiro futuro. Pontes de Miranda acrescentou a denominação 
de títulos cambiariformes, que embora contenham alguns elementos da letra de 
câmbio ou da nota promissória não apresentam outros de sua natureza. Assim: a 
duplicata, o cheque não representam uma verdadeira operação de crédito, de 
confiança, mas se beneficiam dos princípios que regulam aqueles títulos dando 
segurança aos que com ele transacionam. 
Segundo Vivante os títulos de crédito constituem "documentos necessários para o 
exercício de um direito literal e autônomo, nele mencionado". 
Por fim, os títulos de crédito somente produzem efeitos quando preenchidos os 
requisitos da lei. 
- Princípios: 
* Princípio da Cartularidade: exige a existência material do título ou, como versa 
Vivante, o documento necessário. Assim sendo, para que o credor possa exigir o 
crédito deverá apresentar a cártula original do documento - título de crédito. 
Garante, portanto, este princípio, que o possuidor do título é o titular do direito de 
crédito. 
A duplicata se afasta deste princípio, uma vez que expressa a possibilidade do protesto 
do título por indicação quando o devedor retém o título. 
* Princípio da Literalidade: o título vale pelo que nele está mencionado, em seus 
termos e limites. Para o credor e devedor só valerá o que estiver expresso no título. 
Deve, por conseguinte, constar a assinatura do avalista para que seja válido o aval, por 
exemplo. 
A duplicata, por mais uma vez, figura como exceção, já que conforme estabelece o 
artigo 9°, §1°, da lei n° 5474/68: "a prova do pagamento é o recibo, passado pelo 
legítimo portador ou por seu representante com poderes especiais, no verso do 
próprio título ou em documento, em separado, com referência expressa à duplicata". 
* Princípio da Autonomia: desvincula-se toda e qualquer relação havida entre os 
anteriores possuidores do título com os atuais e, assim sendo, o que circula é o título 
de crédito e não o direito abstrato contido nele. 
* Princípio da Abstração: decorre, em parte, do princípio da autonomia e trata da 
separação da causa ao título por ela originado. Não se vincula a cártula, portanto, ao 
negócio jurídico principal que a originou, visando, por fim, a proteção do possuidor de 
boa-fé. 
Não gozam deste princípio todos os títulos de crédito, mas se pode observar ser ele 
válido para as notas promissórias e letra de câmbio. 
 - Características do Título de Crédito: 
 
• Literalidade = só vale nos títulos o que neles está escrito, logo, o que nele 
não está escrito não pode ser alegado. 
 
Ex: declaro, com minha assinatura no documento, que pagarei o título se o 
obrigado principal não o pagar; no futuro, não poderei escusar-me de fazer 
esse pagamento. Por outro lado, se prometo ao portador desse título pagá-lo 
se o obrigado principal não pagar, mas minha assinatura não constar no 
documento, não poderei depois ser forçado judicialmente a efetuar o 
pagamento, pois minha declaração não consta no documento. 
 
• Autonomia = cada pessoa que se obriga no título está assumindo uma 
obrigação autônoma, ou seja, não depende das obrigações já assumidas por 
outros no mesmo título nem a elas vinculada. Cada obrigação é autônoma e 
o obrigado (aceitante) tem que cumpri-la, em favor do portador, sem poder 
fugir a esse dever alegando algo sobre as relações com os obrigados 
anteriores do título. Assim, a autonomia das obrigações assumidas dá ao 
portador a segurança do cumprimento dessas obrigações por qualquer uma 
das pessoas que tenham assinados no documento. 
 
• Abstração = são direitos que não dependem do negócio que deu lugar ao 
nascimento do título. Uma vez emitido o título, este se liberta de sua causa 
e, assim, a mesma não poderá ser alegada futuramente para invalidar as 
obrigações decorrentes do título, pois esse, uma vez emitido, passa a conter 
direitos abstratos, não cabendo a exigência de contraprestação para poder 
ser satisfeita a obrigação. Por isso, as obrigações decorrentes do título, por 
serem abstratas, terão que ser cumpridas não se admitindo qualquer recusa 
baseada na causa que originou o título. 
 
 Ex: se, por acaso, uma letra de câmbio contiver a assinatura falsa de um dos 
obrigados, tendo, entretanto, o título circulado apesar dessa falsidade, a lei 
reconhece o documento como um título de crédito e, assim, amparado pelos 
princípios que regem esses títulos. Isso em virtude do princípio 
da autonomia das obrigações, de que resulta que cada obrigação 
é independente das demais. Se o título circulou com um desses defeitos, as 
obrigações dos que dele participaram perduram não podendo um obrigado 
esquivar-se de satisfazer sua obrigação alegando aquela falha. Exceção: os 
casos de má-fé. (preza-se a aparência do título, em alguns casos). 
- Classificação dos Títulos de Crédito: 
Há 4 maneiras pela qual há a promoção da transferência da propriedade dos créditos 
(forma e circulação): 
• Títulos nominativos: sua circulação se faz mediante um termo de cessão ou 
de transferência. O nome do credor (pessoa indicada como beneficiária da 
prestação a ser realizada) vem mencionado no texto do título de crédito. A 
posse e a propriedade transferem-se através da tradição, juntamente à 
assinatura no livro do emitente. 
 
 Ex: debêntures, letras financeiras. 
 
• Títulos à ordem (títulos endossáveis): a transmissão da propriedade do 
documento se realiza com a somatória de uma declaração (endosso) e a 
tradição do documento. O texto do documento menciona a identidade do 
credor por meio de uma declaração de vontade (o endosso). 
 
→ 85% dos títulos de crédito estão nesta categoria. O aparecimento da 
cláusula ‘à ordem’ possibilitou a circulação dos direitos incorporados nos 
títulos de crédito. E para tornar mais fácil a utilização dessa cláusula, surgiu 
o endosso, que consiste na simples assinatura do beneficiário. É necessário 
que quem assinar esteja legitimado na propriedade do título. 
 
• Títulos ao portador: nãose menciona a identidade do credor (beneficiário da 
prestação). Será considera titular dos direitos incorporados nos documentos a 
pessoa que com ele se apresentar e, ainda, a sua circulação se faz por simples 
tradição manual, basta a transmissão da posse do documento. É a forma 
menos segura, porque se houver o extravio do título eu perco também o 
crédito. No Brasil, a Lei 8021/90 (art. 4º) proibiu os títulos ao portador; porém 
o CC permitiu novamente com a ressalva que deve haver uma norma 
específica para sua criação. 
 
→ caso o portador se identifique sem que indique a pessoa a quem o título 
deverá ser pago, este se tornará coobrigado pelo pagamento ao lançar sua 
assinatura no verso do título. 
 
• Títulos não à ordem: é uma alteração dos títulos ‘à ordem’. Sua circulação se 
faz através de uma cessão, que requer um termo de transferência assinado 
pelo cedente e pelo cessionário. Como consequência da cessão, o cedente se 
obriga apenas com o cessionário, não em relação aos posteriores possuidores 
do título. 
Obs.1: Qual a diferença entre Títulos Nominais e Títulos Nominativos? 
 
Os títulos nominais possuem o nome do beneficiário inserido no título e a sua 
transferência se dá através do endosso ou cessão de crédito. Os títulos nominativos 
possuem o nome do beneficiário inserido no título e a sua transferência de dá através 
do livro de transferência dos títulos nominativos. 
 
Obs. 2: Tradicionalmente, os títulos de crédito são classificados quanto à sua 
circulação em "título ao portador" e "título nominativo". Os títulos ao portador não 
identificam o beneficiário. Eles necessitam de expressa previsão legal e circulam por 
mera tradição. Os títulos nominativos, por sua vez, identificam o beneficiário e 
circulam à ordem ou não à ordem. Por outro lado, a classificação moderna do título de 
crédito quanto à sua circulação consiste em dividi-los em "título nominativo", "título 
nominal" e "título ao portador". 
 
O título nominativo é o previsto no art. 921 do CC/2002. É emitido em favor de pessoa 
cujo nome conste no registro do emitente. Transfere-se o título nominativo mediante 
termo, em registro do emitente, assinado pelo proprietário e pelo adquirente. 
 
Já o título nominal equivale ao título nominativo da classificação tradicional. 
 
Por fim, o título ao portador é o mesmo da classificação tradicional. 
 
 
 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109443/lei-8021-90
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
- Categorias dos títulos de crédito: 
 
* Títulos abstratos: sem importância na causa, uma vez criado e posto em circulação, 
passa a valer por si mesmo. 
 
Ex: letra de câmbio, nota promissória. 
* Títulos causais: só existem em função de um determinado negócio fundamental, o 
qual influencia sua existência. 
 
 Ex: duplicatas, que para serem emitidas, necessitam que tenha havido uma venda de 
mercadorias, a prazo, em território nacional. 
* Títulos próprios: aqueles que encerram uma verdadeira operação de crédito, 
subordinada a sua existência à confiança que inspiram os que deles participam; são 
os mais puros títulos de crédito. 
 
 Ex: letra de câmbio, nota promissória. 
* Títulos impróprios (cambiariformes): não apresentam uma verdadeira operação de 
crédito (não há abstração), mas contêm forma de título cambiário. São formais e com 
conteúdo pecuniário. 
 
 Ex: cheque, duplicata. 
* Títulos representativos: a obrigação auferida ao devedor possui conteúdo não 
pecuniário (≠ de $). Envolve mercadorias. Possuem rigidez formal e são títulos 
causais. 
 
Ex: conhecimento de transporte, de depósito e warrant. 
* Títulos de financiamento: prestação mista (obrigação de dar - $ - + obrigação de 
fazer). São mais utilizados no mercado de capitais e possuem forma flexível. 
 
 Ex: cédula de crédito, debêntures e letras imobiliárias. 
- Forma de Criação do Título: 
Há na criação, a declaração de vontade, a qual, na maioria das vezes, faz surgir um 
título de crédito (ex: cheque e duplicata). Para cada título, há uma declaração, mas 
há aqueles em que uma declaração de vontade gera vários títulos (ex: debêntures). 
São os títulos seriados, os quais são idênticos (pertencem a mesma classe) na 
conferência de direito a credores, que atuam em conjunto. 
- Títulos considerados uns com relação aos outros: 
São títulos principais aqueles em que a validade independe da existência de outros 
títulos, já os títulos acessórios são aqueles que têm sua validade dependendo da 
existência de outros títulos de crédito (ex: warrant, que é acessório do título de 
conhecimento de depósito). 
- Títulos de acordo com o grau de cartularidade: 
São títulos absolutos aqueles que apresento fisicamente o título de crédito toda vez 
que quiser extrair efeitos da obrigação cartular (ex: a maioria → os cambiários). Já os 
títulos relativos só apresento o título para a transmissão do crédito (ex: títulos de 
financiamento → cédula de crédito, não preciso do título, pois é endossável). 
- Previsão legislativa do Título de Crédito: 
São títulos típicos (formais) os que possuem um modelo fixado pelo legislador e são 
títulos atípicos aqueles que não seguem um modelo criado, porém devem obedecer 
a normas. 
- Constituição do Título de Crédito: 
 
 Saque: 
Este instituto somente será encontrado pela emissão de letras de câmbio, já que estas 
são ordens de pagamento que, por meio do saque, criam três situações jurídicas 
distintas, sendo estas: a figura do sacador, o qual dá a ordem de pagamento e que 
determina a quantia que deve ser paga; a figura do sacado, àquele para quem a ordem 
é dirigida, o qual deve realizar o pagamento dentro das condições estabelecidas; e, por 
último, o tomador, credor da quantia mencionada no título. 
Saque, portanto, é o ato de criação, ou seja, da emissão da letra de câmbio. Após esse 
ato, o tomador pode procurar o sacado para receber do mesmo a quantia devida. 
Sendo que não tem por única função emitir o título, mas também visa vincular o 
sacador ao pagamento da letra de câmbio, assim sendo, caso o sacado não pague a 
dívida ao tomador, este último poderá cobrá-la do próprio sacador, que é o próprio 
devedor do título. 
 
 
Aceite: 
Entende-se por aceite o ato unilateral, formal e simples, segundo o qual o sacado se 
obriga a efetuar, no vencimento, o pagamento da ordem que lhe é dada. Tal ato 
pode consistir ou numa declaração subscrita pelo sacado (ex: ‘aceito a presente letra 
de câmbio etc.’) ou na sua simples assinatura lançada na face da mesma. Poderá o 
aceite ser dado por mandatário com poderes especiais, o qual agirá como 
representante legal do sacado e assumirá a obrigação. Desta forma, o aceite só pode 
ser praticado pelo sacado e enquanto a letra não for aceita ele não possui nenhuma 
responsabilidade pela solvabilidade do título. 
Quando o sacado aceitar a ordem que lhe é dada passará a se chamar aceitante e se 
constituirá o obrigado principal da letra. As demais pessoas que lançarem suas 
assinaturas na letra e, assim, assumirem a obrigação de pagá-la só serão compelidas 
a cumprir essa obrigação se o aceitante não o fizer. Esses coobrigados são, assim, 
responsáveis indiretos ou subsidiários pelo pagamento do título. 
 
O terceiro interveniente é um aquele que aparece, excepcionalmente, e concorda 
com a ordem de pagamento; desde que o portador ou detentor da letra concorde 
com isso. É o chamado aceite por intervenção, ato espontâneo de um terceiro 
honrar a ordem dada pelo sacador. Com isso, ele torna-se obrigado principal pelo 
cumprimento da obrigação contida no título (torna-se devedor). 
É por meio deste que o sacado se compromete ao pagamento do título ao beneficiário, 
na data do vencimento. Para que seja válido este aceite deverá conter o nome e 
assinatura do aceitante. Importante frisar que, se este aceite se der no verso do título, 
deverá acompanhar a palavra "aceito" ou "aceitamos", para que não se confunda com 
endosso; mas se no anverso do título, bastará a assinaturado aceitante. 
O sacado/aceitante deverá ser civilmente capaz e não poderá ser falido. Se este vier a 
falecer poderá o inventariante proceder o aceite em nome dos sucessores daquele. 
 
Havendo endossantes neste título, deverão estes responder como devedores 
cambiários solidários e, assim sendo, deverão pagar o que estabelece o título ao 
beneficiário, caso o sacado não o aceite. O aceite é irretratável, ou seja, desde que 
produzido o sacado não poderá se eximir do pagamento da letra. 
Prazo de respiro é o prazo de um dia dado em virtude da primeira apresentação do 
título para aceite do sacado. De acordo com o art. 24 da LU: "o sacado pode pedir que 
a letra lhe seja apresentada uma segunda vez no dia seguinte ao da primeira 
apresentação". 
As letras com data certa para vencimento ou à vista dispensam a apresentação para 
aceite, porque vencem no momento em que são apresentadas, devendo ser feita em 1 
ano. 
Será considerada a falta de aceite quando o sacado não for encontrado, estiver muito 
enfermo, não podendo, ao menos, expressar-se, ou quando nega o aceite ao título 
expressamente. Diante da recusa do aceite, o beneficiário deverá, a fim de receber o 
valor representado pelo título, protestá-lo no primeiro dia útil seguinte, já que esta 
recusa acarreta o vencimento antecipado do título. Podendo o tomador perder o 
direito, se não protestar neste prazo, de acionar os demais coobrigados cambiários. 
Sendo assim, verifica-se que o protesto pressupõe a ausência do aceite. 
O aceite deverá ser puro e simples, não podendo ser condicionado, e poderá ser 
limitado de acordo com que o aceitante se obrigar nos termos do mesmo. A lei 
permite que o sacador estabeleça uma cláusula de proibição de aceitação do aceite, 
tornando a letra inaceitável. Com isso, deverá o beneficiário esperar até a data do 
vencimento do título para apresentá-lo ao sacado, que só então, se recusá-lo, poderá 
voltar-se ao sacador. Se, entretanto, antes da data do vencimento o sacado aceitar o 
título, ele será válido. 
Essa cláusula não será permitida quando a letra for sacada a certo termo da vista, pois 
quando isso ocorre o prazo do vencimento só corre a partir da data do aceite. 
 
- Classificação: 
Parte da persistência ou não do dever jurídico do credor de apresentar o título ao 
sacado para mostrar sua concordância (aceite). 
• Necessário = está presente o dever jurídico de apresentar o título ao sacado 
para aceite, nas seguintes hipóteses: quando existir cláusula especial no título 
de crédito, inserida pelo sacador, tornando obrigatória a apresentação do 
título ao sacado antes do vencimento; ou quando o título tiver vencimento a 
tempo certo da vista (terá prazo para vencimento, que começa a correr a 
partir do aceite). 
 
Caso não seja apresentado o aceite, o título não terá eficácia. Há um prazo 
para apresentação do aceite e se nada for mencionado ele será de 1 ano → 
art. 23 LUG 
Se o credor não apresentar o título para aceite ele sofrerá uma sanção civil, a qual 
chama-se desoneração dos coobrigados secundários. Neste caso, a sanção é a 
conversão das obrigações do sacador, endossantes e avalistas; as quais passam de 
civis a naturais. Eles continuarão com a dívida, mas não na com a responsabilidade 
patrimonial e, por isso, não haverá como o credor compelir os devedores ao 
cumprimento da obrigação. 
 
• Facultativa: é uma opção do credor, de forma que a apresentação do título 
para aceite é feita conforme a conveniência do credor (não há sanção). As 
hipóteses são definidas por exclusão, os que não são necessários são 
facultativos. 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/116139/lei-uniforme-de-gen%C3%A9bra-decreto-57663-66
→ se o credor tiver a necessidade de comprovar o cumprimento de aceitação 
do prazo será por meio de protesto. 
Aceite prévio 
Aceite é conferido em um título de crédito em branco, incompleto. 
Consequentemente o aceite se submete a uma condição suspensiva implícita e não 
produz efeitos imediatos, pois não há título de crédito ainda. Só terá eficácia se até o 
momento da cobrança ou do protesto o título for completado. Há a confiança do 
aceitante de que o título será preenchido de maneira aceitável e, caso não seja, há o 
inadimplemento ao contrato de preenchimento, ensejando responsabilidade civil. 
Apresentação para aceite e Retenção 
O credor apresenta o título de crédito ao sacado para que este o aceite e, esta 
apresentação, pode ser feito presencialmente ou por via postal. Pode, após a 
apresentação, o sacado solicitar 1 dia para declarar ou não o aceite. Possibilidades: 
a) Há o aceite pelo sacado 
b) Há a recusa pelo sacado (ele não concorda com a ordem de pgto.) = o credor terá 
a possibilidade de argüir a responsabilidade do sacado, que deve garantir a ordem 
que ele mesmo formulou. Assim, o título poderá ser levado ao protesto ou ser 
ajuizada ação cambial para argüir a falta de aceite. Esta hipótese de recusa é 
considerada por alguns autores como um vencimento antecipado do título. 
c) Há a retenção indevida do título pelo sacado = o credor, possuidor legítimo do 
título, poderá ajuizar medida cautelar de busca e apreensão do título de crédito ou 
elaborar um resumo contendo os elementos essenciais e não essenciais do título 
para ser levado a protesto. 
→ não há prisão civil do sacado desde 1946. 
- Protesto: 
A falta ou recusa do aceite não pode ser simplesmente alegada, necessário é que 
seja provada. Essa prova se faz mediante um ato solene, com procedimento especial, 
chamado protesto. O título, para ser protestado, deve ser apresentado ao oficial 
competente no primeiro dia útil seguinte à falta ou recusa do aceite, sob pena de 
perder o portador direito regressivo contra endossadores, sacadores e avalistas. 
 
- Aceite bancário: 
 
O aceite bancário começa como uma ordem a um banco, feita por um cliente, para 
pagar uma soma de dinheiro em data futura. Quando o banco endossa o pedido para 
pagamento com ‘aceito’ ele assume a responsabilidade pelo pagamento final ao 
possuidor do aceite. Com isso, o aceite pode ser comercializado. São amplamente 
usados no comércio exterior onde o merecimento de crédito de um comerciante não 
é reconhecido pelo parceiro comercial. 
 
- Cancelamento do Aceite: 
Para que o cancelamento seja válido é preciso que ele seja feito antes que o aceite 
chegue ao conhecimento do credor do título, caso contrário, o título será irrevogável 
e o cancelamento nulo. 
Endosso: 
É a forma pela qual se transfere o direito de receber o valor que consta no título 
através da tradição da própria cártula. 
Para que a letra de câmbio possa facilmente ser transferida e se opere a circulação 
dos direitos de crédito nela incorporados, emprega-se um meio fácil, próprio dos 
títulos de crédito: o endosso. Consiste na simples assinatura do proprietário da letra 
no verso (dorso) ou anverso (face) da mesma, antecedida ou não de uma declaração 
indicando a pessoa a quem a soma deve ser paga. Com essa assinatura a pessoa que 
endossa o título, chamada endossante, transfere a outrem, chamado endossatário, a 
propriedade da letra. Assim, o endossatário torna-se titular dos direitos emergentes 
da letra e pode praticar todos os atos que se fizerem necessários para resguardar a 
sua propriedade. → A lei brasileira só acatava o endosso no verso do título, mas a Lei 
Uniforme permite-o também no anverso, admitindo a obrigatoriedade de ser escrito 
no verso apenas quando se tratar de endosso em branco. 
Por fim, é um negócio jurídico unilateral, formal e simples (somente possui a 
assinatura como elemento exigível, diferentemente do saque). Não haverá endosso 
se a assinatura do endossante não constar no título. 
Se, por acaso, o título for transferido várias vezes, esgotando-se o espaço em branco 
do mesmo, sendo necessário um novo endosso usa-se o processo chamado 
de alongamento da letra, isto é, coloca-se à mesma um pedaço de papel que a 
prolongue para que o novo endosso continue a série daqueles que lhe são 
anteriores. O quenão é possível é que, em um documento isolado, o proprietário do 
título faça o endosso, ainda que anteceda sua assinatura com uma declaração de 
transferência da letra. 
De acordo com o art. 893 do Código Civil: "a transferência do título de crédito implica a 
de todos os direitos que lhe são inerentes" e, por assim dizer, entende-se que não só a 
propriedade da letra que se transfere, como também a garantia de seu adimplemento. 
Figuram dois sujeitos no endosso: 
 
- endossante ou endossador: quem garante o pagamento do título transferido por 
endosso; 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/116139/lei-uniforme-de-gen%C3%A9bra-decreto-57663-66
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/116139/lei-uniforme-de-gen%C3%A9bra-decreto-57663-66
- endossatário ou adquirente: quem recebe por meio dessa transferência a letra de 
câmbio. 
O endosso responsabiliza solidariamente o endossante ao pagamento do crédito 
descrito na cártula caso o sacado e sacador não efetuem o pagamento. Portanto, se o 
devedor entregar a seu credor um título, por mera tradição e sem endosso, não estará 
vinculado ao pagamento deste crédito caso as outras partes se tornem inadimplentes. 
 
Poderá o endosso se apresentar: 
• em preto: quando na própria letra traz a indicação do endossatário do crédito. 
Também conhecido por endosso nominal. É aquele em que o proprietário da 
letra a transfere a uma outra pessoa, designando-a; isto é, identifica-se quem 
é o endossatário e consta a assinatura do endossante. É a modalidade mais 
segura. 
• em branco: quando apenas constar a assinatura do endossante, sem qualquer 
indicação de quem seja o endossatário. Deverá este ser feito sempre no verso 
do título e se tornará um título ao portador. é aquele em que o endossante 
não designa a pessoa a quem transfere a letra. O endosso é feito mediante 
assinatura do endossante, no verso da letra, ou a assinatura do mandatário 
que tiver poderes especiais para tal. Será legítimo proprietário da letra aquele 
que a detiver (a posse identifica quem será o endossatário – assemelha-se a 
um título ao portador). 
Por fim, num mesmo título podem existir endossos em preto e em branco, desde 
que, em seguida a um endosso em preto, o endossatário, que receber o título com o 
seu nome nele especificado, lance a sua assinatura nas costas sem determinar a 
pessoa a quem faz a transferência. 
- Classificações doutrinárias de endosso: 
- Endosso próprio: transfere ao endossatário não só a titularidade do crédito como 
também o exercício de seus direitos. 
- Endosso impróprio: difere do anterior uma vez que não transfere a titularidade do 
crédito, mas tão somente o exercício de seus direitos. Este se subdivide em: 
• Endosso-mandato ou endosso-procuração: permite que o endossatário aja 
como representante do endossante, podendo exercer os direitos inerentes ao 
título. 
• Endosso-caução ou pignoratício: figura como mera garantia ao endossatário de 
uma dívida do endossante para com ele. Deve sempre conter a cláusula: “valor 
em garantia” ou “valor em penhor”. Tendo, portanto, o endossante cumprido a 
obrigação para a qual se destinou a garantia, poderá rever o título de crédito. 
Cessão Civil é a transferência de um título de crédito por meio diverso ao do endosso. 
Diferenças de Endosso e Cessão Civil: 
Endosso – ato unilateral que só será admitido mediante assinatura e declaração 
contidas no título. Confere direitos autônomos ao endossatário (direitos novos) e não 
poderá ser parcial. 
 
Cessão Civil – ato bilateral, por meio de um negócio jurídico; pode ser feita da mesma 
forma que qualquer outro contrato; confere os direitos derivados de quem o cedeu e 
poderá ser parcial. 
 
- Efeitos do endosso: 
 
Sendo o efeito principal do endosso, transmitir os direitos emergentes da letra, 
tornando, por via de dispositivo legal, o endossante solidariamente responsável pelo 
aceite e pelo pagamento. Ao endossatário cabe não somente praticar todos os atos 
para o resguardo e garantia desses direitos como, igualmente, reclamar o embolso 
da soma especificada dos obrigados na letra (ex: dos demais endossantes, avalistas 
ou sacador, se o sacado não se obrigou a pagar –não aceitou-, ou tendo se obrigado 
se recusou a pagar). Por ser legalmente o novo titular dos direitos que emanam do 
título é que o endossatário, a quem a letra foi transferida pelo endosso, pode, por 
vontade própria, transmitir o título a outra pessoa. 
Em relação à responsabilidade do endossante ao transferir a letra de câmbio (art. 
14, LUG), quem lançar a assinatura na cambial ficará à mesma vinculada e passa a 
responder, solidariamente, com os outros que também o fazerem, pelo pagamento 
da letra. 
 
O proprietário da letra, que a transfere mediante endosso, se perde a titularidade 
dos direitos incorporados no título não se desvincula do cumprimento das obrigações 
contidas na letra, pelo princípio legal da garantia de aceitação e de pagamento 
assumida no lugar da assinatura no título. Daí resulta que, se a letra não for paga no 
vencimento, o endossante fica com a obrigação de pagá-la. Essa obrigação é solidária 
com as daqueles que lançaram suas assinaturas no título. Mas, em se tratando de 
solidariedade passiva o atual titular dos direitos da letra pode escolher qualquer dos 
endossantes para que ele cumpra sozinho a obrigação. Desse modo, o endossante 
garante, como todos quantos assinaram o título, o pagamento deste. Isso, sem 
dúvida, representa uma maior segurança para o credor, pois quanto maior for o 
número de endossantes, mais cresce a garantia do cumprimento da obrigação do 
título. 
 
→ a solidariedade cambiária difere da solidariedade passiva comum ou civil. 
Enquanto nesta a dívida paga por um deverá ser repartida por todos, na 
solidariedade cambiária qualquer coobrigado escolhido tem a obrigação de pagar 
mas poderá reaver a totalidade da importância paga dos obrigados anteriores, não 
ocorrendo, assim, a divisão da dívida por todos, como na solidariedade civil. 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/116139/lei-uniforme-de-gen%C3%A9bra-decreto-57663-66
Os endossos, sendo lançados sucessivamente na letra, formam uma cadeia, pela qual 
se pode acompanhar a sucessividade dos proprietários no título. Essa cadeia em 
endossos é importante para o último proprietário da letra (o último endossatário), 
pois se desejar reclamar seus direitos de algum endossante ele o fará exercendo 
o direito de regresso. Quer dizer que ele tem direito de agir em sentido contrário ao 
da cadeia formada, contra um, alguns ou todos os coobrigados, no caso de 
endossantes e seus avalistas, o tomador e o sacador. 
 
→ Ex: ‘X’ é sacador do título e ‘A’ o tomador, que endossa a ‘B’, que endossa para ‘C’, 
que endossa para ‘D’ e, finalmente, este para ‘E’. Vencendo o título e o sacado não 
tendo efetuado o pagamento. ‘E’ pode exigir de todos os anteriores o pagamento 
deste. Não é preciso seguir uma ordem, tanto poderá exigir de ‘D’, que foi o anterior 
proprietário da letra, como de ‘C’, ‘B’, ‘A’ ou ‘X’. 
 
→ Sendo o pagamento feito pelo sacador, endossantes ou respectivos avalistas, 
ficam desonerados de responsabilidade os coobrigados posteriores. 
Ex: tendo a letra passado por ‘B’, ‘C’, ‘D’ e o portador, ‘E’, escolhendo ‘B’ para pagar 
os obrigados posteriores a esse – ‘C’ e ‘D’ – ficam eximidos da responsabilidade do 
pagamento. ‘B’ só pode ter ação contra ‘A’, ou contra ‘X’, que é o sacador. 
 
- Espécies de Endosso: 
 
• Endosso translativo: transmite os direitos emergentes da letra transferindo a 
propriedade do título (são os endossos em preto e em branco); 
 
• Endosso mandato: por cláusula especial, o portador do título o transfere a 
outra pessoa, a qual só poderá endossar a letra na qualidade de procurador. 
É, na verdade, um falso endosso, pois nem transmite os direitos emergentes 
do título nem transfere a propriedade da letra, mas simplesmente a posse. O 
endossante (ou mandante) continua credor. 
 
→ O mandato que resulta de endosso por procuração nãose extingue por 
morte ou sobrevinda incapacidade legal do mandante. Se o endossante vier a 
falecer nada muda, já se for o endossatário há a extinção da relação de 
representação. 
 
• Endosso pignoratício (ou por penhor): é a letra de câmbio que é dada em 
penhor mediante simples endosso. Confiro o título de crédito em garantia do 
pagamento de uma dívida e na hipótese de inadimplemento, há o penhor 
desta dívida. O credor pignoratício (endossatário) não é proprietário do título, 
somente possui a garantia deste. 
 
• Endosso fiduciário: é aquele em que o banco recebe o título do portador em 
cobrança. Aqui, diferentemente do endosso-penhor, eu tenho a propriedade 
(e não a posse). → Lei 4728/65, art. 66 
 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104958/lei-do-mercado-de-capital-lei-4728-65
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11412391/artigo-66-da-lei-n-4728-de-14-de-julho-de-1965
• Endosso parcial: não é permitido que a letra de câmbio seja endossada 
parcialmente, pois há a obrigação é unitária (não posso dividir o crédito). É 
nula esta espécie de endosso. → § ú, art. 912 CC 
 
• Endosso póstumo: é o endosso que foi feito após a vida útil do título ter 
terminado, ou seja, foi feito após o protesto do título ou após o prazo 
necessário para protesto (1 dia após o vencimento). Os efeitos que produz 
são apenas os de uma ‘cessão de crédito’, ou seja, o endossante tem a mesma 
responsabilidade que tem um cedente de crédito e, por isso, não responde 
mais pela solvência do título. 
 
→ art. 20 LUG 
 → quando houver a pluralidade ou multiplicidade de endosso, deverá haver 
continuidade de endossos, para que estes sejam eficazes e válidos. 
- Desconto bancário: 
 
Constitui um contrato de compra e venda que é feito por endosso translativo e tem 
como comprador o banco. Se houver inadimplemento, o cliente (vendedor) terá 
responsabilidade e o banco poderá cobrar o valor do título sem o desconto dado. 
 
O preço do título é: a dedução dos juros (juros regressivos) contados da data da 
operação (contrato de compra e venda) até o vencimento e o valor da comissão. 
 
 → o factoring não se confunde com o desconto bancário, pois naquele se aliena o 
faturamento total ou parcial, sendo que a faturadora assume o risco da atividade por 
inteiro (inclusive o de inadimplemento). 
 
- Pluralidade de endosso e cancelamento do endosso: 
 
Não há limite numérico de endossos no título e caso não haja espaço físico utiliza-se 
o chamado alongamento da letra. 
 
Na pluralidade de endosso é necessário cumprir a continuidade, de forma que quem 
tem a legitimidade para fazer o endosso é o beneficiário e seus endossados na ordem 
em que foram transferidos; se não se observar a continuidade o endosse será 
ineficaz (não produzirá efeitos). 
 
O cancelamento do endosso é um ato jurídico em sentido estrito, por meio do qual 
os efeitos de um determinado endosso são extintos. É feito riscando a assinatura do 
endossante e todos os atos que forem praticados após esse cancelamento se 
tornarão ineficazes. Assim, o endosso cancelado é o endosso não escrito. Finalmente, 
o cancelamento só se justifica se houver a circulação concêntrica, ou seja, o sujeito, 
por algum motivo, volta o título de crédito para ele mesmo para facilitar o 
cancelamento. 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10678809/artigo-912-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/116139/lei-uniforme-de-gen%C3%A9bra-decreto-57663-66
 
Aval: 
É um negócio jurídico unilateral (portanto, não é contrato), formal e simples; por 
meio do qual alguém (avalista) assume a posição de garante do pagamento de um 
título de crédito, equiparando sua responsabilidade a de um dos coobrigados 
existentes. Concretiza-se por uma assinatura na parte frontal do título. Não existe 
aval sem escritura pública. 
 
A obrigação do pagamento é objetiva, ou seja, o avalista não está garantindo que o 
devedor vai pagar e sim que o título será pago, haja o que houver. O avalista se 
coloca em determinado grau de responsabilidade diante dos outros coobrigados e 
equipara-se a uma delas. O avalizado é uma das pessoas que já está obrigada no 
título e ele não se manifesta, apenas é usado como parâmetro para o avalista. Se 
nada for mencionado, o avalizado será o sacador. 
Versa o art. 30 da LU, "o pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de 
pagar soma determinada, pode ser garantido por aval". Com isso estabelece-se que 
aval é a garantia cambial, pela qual terceiro (avalista) firma para com o avalizado, se 
responsabilizando pelo cumprimento do pagamento do título se este último não o 
fizer. 
Poderá o aval se apresentar: 
• em preto: indica o avalizado nominalmente; 
• em branco: não indica expressamente o avalizado, considerando, por 
conseguinte, o sacador como o mesmo. 
É permitido o aval parcial ou limitado, segundo o art. 30 da Lei Uniforme. 
O aval difere da fiança pelo fato desta última se caracterizar em contratos cíveis e não 
sob títulos de crédito, como a primeira. 
Fiança é um contrato acessório pelo qual a pessoa garante ao credor satisfazer a 
obrigação assumida pelo devedor caso este não a cumpra, ao passo que a obrigação 
do avalista é autônoma, independente da do avalizado. A fiança produz mais efeitos 
que o aval, uma vez que a posição do fiador adquire características de principal. 
Por fim, cumpre ressaltar que a lei concede ao fiador o benefício de ordem, benefício 
este inexistente para o avalista. 
AVAL (1) x FIANÇA (2): 
 
(1) O avalista garante o pagamento e não o comportamento dos coobrigados. É uma 
garantia objetiva. X (2) O fiador garante o comportamento do afiançado. É uma 
garantia subjetiva. 
(1) Não existe benefício de ordem, o avalista não pode requerer que o avalizado seja 
acionado primeiro que ele, pois sua obrigação é autônoma e 
independente. X (2) Cabe benefício de ordem, ou seja, o fiador pode requerer que o 
afiançado seja executado primeiro. 
(1) Só pode ser utilizado no título de crédito, nunca em contratos. X (2)Atua no 
âmbito contratual e não pode ser utilizado nos títulos de crédito. 
 
AVAL (1) x ENDOSSO (2): 
(1) É uma garantia suplementar dada por pessoa que vem ocupar posição especial no 
título, não necessitando que esta seja a detentora legítima. X(2) É um meio de 
transferência dos direitos do título, mediante assinatura do detentor legítimo, 
garantindo o endossante o aceite e pagamento da letra. 
(1) Não transfere a propriedade ou disponibilidade da letra. X (2)Transfere a 
propriedade e disponibilidade da letra. 
→ Antes do CC/2002 era necessária, na fiança, a outorga marital (uxória), porém não 
era necessária para o aval. Após 2002, passou a ser necessária também para o aval, 
desde que o casamento não tenha sido realizado em separação total de bens. Se não 
houver a outorga, o aval será anulável. 
 
- Multiplicidade de avais: 
Ocorre quando várias avalistas se indicaram no mesmo título e quando indicaram o 
mesmo avalizado. Solução: 
• Avais simultâneos: os avalistas não distinguiram os graus de responsabilidade 
quando indicaram o avalizado. A relação entre os avalistas será resolvida por 
solidariedade passiva simples, onde há a divisão proporcional da 
responsabilidade entre eles, porém diante do credor é pelo valor completo. 
 
• Avais sucessivos: graus de responsabilidade diferente entre os avalistas, que 
indicaram o mesmo avalizado. Solução será por solidariedade solta, onde não 
há rateio, mas regresso. Assim, não haverá divisão proporcional de 
responsabilidade, o avalista que fez o pagamento pode, por sua vez, solicitar 
o valor integral para qualquer outro avalista que tenha mais responsabilidade 
que ele, não podendo, apenas, solicitar de alguém com menos 
responsabilidade. 
→ SÚMULA Nº 189: ‘Avais em branco e superpostos consideram-se simultâneos e 
não sucessivos’. 
 
- Responsabilidade do avalista: 
 
O avalista ocupa, na letra, a mesma posição daquele aquem avalizou. Não toma o 
avalista o lugar do avalizado, pois ao pagando poderá receber do mesmo a 
importância paga. Mas, apesar disso, a sua obrigação é semelhante à do avalizado, 
donde poder o credor agir contra um ou contra outro, indiferentemente. Pagando, o 
avalista adquire os direitos emergentes da letra contra o avalizado, podendo exercê-
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
los a fim de reembolsar-se da importância paga. Assim, poderá cobrar do avalizado 
ou de quem tiver mais responsabilidade que ele, nunca de quem tiver menos. 
- Aval antecipado: 
 
É o aval submetido a uma condição suspensiva implícita. São 2 as hipóteses: 
 
• Aval fornecido com saque incompleto (título em branco) = se não for 
completado até a cobrança ou protesto do título ele não produzirá efeitos e 
ficará submetido a uma condição suspensiva implícita (se interpreta, não vem 
escrito) 
• Quando o avalista escolhe um coobrigado não existente para ser avalizado = 
o aval só produzirá efeitos se até o momento da cobrança ou protesto do 
título o supracitado avalizado se vincular ao título (declarar sua vontade de se 
vincular). 
- Aval póstumo: 
 
É aquele conferido no título de crédito após o seu vencimento. Ele será válido 
mesmo após o inadimplemento anterior. O avalista assume uma garantia que produz 
os mesmos efeitos que um aval comum. 
→ art. 12, Lei 5474/68 (Lei de Duplicatas). 
 
- Cancelamento do aval: 
Se o avalista pagar a importância da letra a endossatário ou avalista posterior pode 
riscar do título o seu aval, bem como dos endossadores e avalistas posteriores. 
 
Exigibilidade do Título de Crédito: 
 
- Vencimento: 
O vencimento do título ocorrerá, ordinariamente, com o término normal do prazo, sob 
as seguintes formas elencadas pelo art. 6° da Lei Saraiva (Dec. 2.044/1908): 
a) à vista; 
b) a dia certo; 
c) a tempo certo da data; 
d) a tempo certo da vista. 
Ou, também, extraordinariamente, quando se dá pela interrupção do prazo por fato 
imprevisto e anormal, elencados no art. 19 da mesma lei em questão. 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103290/lei-das-duplicatas-lei-5474-68
a) falta ou recusa de aceite; 
b) falência do aceitante. 
 
- Pagamento: 
É através do pagamento que se tem por extinta uma, algumas ou todas as obrigações 
declaradas no título de crédito. Pode-se dizer, com isso, que o pagamento pode 
extinguir: 
- algumas obrigações: se o pagamento é efetuado pelo coobrigado ou pelo avalista do 
aceitante, extingue-se a própria obrigação de quem pagou e também a dos posteriores 
coobrigados; 
- todas obrigações: se o pagamento é realizado pelo aceitante do título. 
 
-Protesto: 
É a prova literal de que o título foi apresentado a aceite ou a pagamento e que 
nenhuma dessas providências foram atendidas, pelo sacado ou aceitante. 
O protesto será levado a efeito por: 
- falta ou recusa do aceite; 
- falta ou recusa do pagamento; 
- falta da devolução do título. 
 
Ação Cambial: 
É a ação cabível para o credor reaver o que deixou de receber pelo título de crédito 
devido, promovendo a execução judicial de seu crédito contra qualquer devedor 
cambial, devendo-se sempre observar as condições de exigibilidade do crédito. Para a 
letra de câmbio, a Lei Uniforme, em seu artigo 70 estabeleceu os seguintes prazos: 
• 6 meses: a contar do pagamento ou do ajuizamento da execução cambial, para 
o exercício do direito de regresso por qualquer um dos coobrigados; 
• 1 ano: para o exercício do direito de crédito contra os coobrigados, isto é, 
contra o sacador, endossante e respectivos avalistas. Prazo este a contar do 
protesto ou do vencimento, no caso da cláusula "sem despesas"; 
• 3 anos: para o exercício do direito de crédito contra o devedor principal e seu 
avalista, a contar do vencimento. 
 
 
 
 
 
LETRA DE CÂMBIO: 
 
Entende-se por letra de câmbio uma ordem dada, por escrito, a uma pessoa para que 
pague a um beneficiário indicado, ou à ordem deste, uma determinada importância 
em dinheiro. 
 
Requer 3 elementos pessoais: 
- o que dá a ordem (é o criador da ordem de pgto.), chamado sacador; 
- a quem a ordem é dada (realiza o pgto.), chamado sacado; 
- e aquele a favor de quem é emitida a ordem (é o 1º credor), 
chamado beneficiário ou tomador. 
 
Uma mesma pessoa, física ou jurídica, pode figurar no título como sacador, sacado e 
mesmo como tomador. 
 
• É um título de crédito cambiário, abstrato, endossável, principal, autônomo*, 
típico e absoluto; que contem uma ordem pura e simples de pagar quantia 
certa e determinada. 
 
• autônomo: cada pessoa que se obriga na letra de câmbio o faz como um 
obrigado independente das obrigações até então assumidas por outras 
pessoas. 
 
• Criação da letra de câmbio não é a mesma coisa que emissão. A primeira se 
entende o ato de dar vida ao título, com a sua feitura material, cujo momento 
decisivo é aquele em que o sacador lança sua assinatura na letra. Já emissão é 
o ato de pôr a letra em circulação, com a sua transferência ao tomador. 
 
→ A lei brasileira procurava distinguir saque de emissão dando àquele o 
significado de feitura e lançamento em circulação da letra de câmbio, 
reservando a palavra emissão para a feitura e lançamento em circulação da 
nota promissória. Assim, o sacador era o subscritor de uma letra de câmbio e 
emitente o de uma nota promissória. 
 
• Por fim, a letra de câmbio tem como importância econômica o fato de ser 
considerada um ‘papel-moeda internacional’. Não só se destina ela a efetuar 
o transporte fácil de valores, como também faz com que possam ser utilizadas 
no presente importâncias que só em tempo futuro serão exigidas. Por tal 
razão, serve a letra de câmbio para facilitar a realização de transações 
comerciais. 
- Requisitos essenciais nas Letras de Câmbio: 
 
Segundo o art. 1º da Lei Uniforme, para a validade da letra de câmbio deve a mesma 
conter os seguintes requisitos essenciais: 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11979568/artigo-1-do-decreto-n-57663-de-24-de-janeiro-de-1966
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/116139/lei-uniforme-de-gen%C3%A9bra-decreto-57663-66
• 1) Cláusula cambiária = é a inserção da denominação ‘letra’ ou ‘letra de 
câmbio’ no próprio texto do título e expressa na linguagem empregada para a 
redação desse título. Deve constar na parte frontal do título. 
 
• 2) Ordem (mandado) pura e simples de pagar quantia certa e determinada = é 
necessário que no título seja especificado o montante da importância a ser 
paga, de modo que se saiba o valor total que a letra representa (é a ordem 
formulada pelo sacador ao sacado). Não pode conter condição ou encargo e 
sempre é obrigação pecuniária. 
 
• 3) Nome do sacado = deve ser mencionado o nome da pessoa que deve pagar 
(a quem é dada a ordem para efetuar o pagamento). Se o sacado é menor 
absolutamente incapaz, far-se-á a indicação do seu representante legal, 
mencionando-se na letra o fato (ex: ao menor X, na pessoa do seu 
representante Y); se relativamente incapaz, seu aceite terá a assinatura 
também de seu assistente. Pode-se identificar o sacado através de seu 
encargo ou parentesco. 
 
• 4) Nome do beneficiário = deve conter o nome da pessoa a quem, ou à ordem 
de quem a letra deve ser paga. É o primeiro credor. O título é endossável, 
assim pode o beneficiário transferir a letra sem mencionar o nome da pessoa 
a quem faz a transferência, bastando lançar sua assinatura no verso do título. 
 
• 5) Data de criação = deve constar a data em que a letra é passada. 
 
Motivos: 
- auferir capacidade (a pessoa que emitiu o título de crédito, pois esta deve 
ter alcançado a maioridade), 
- dirimir conflitos de lei no tempo e evitar fraudes (especialmente na falência, 
para bater na contabilidade). 
 
• 6) Assinatura do sacador = deve constar a assinatura da pessoa que dá a 
ordem ou da pessoa a quem ele tenha outorgado poderes especiais para 
praticar tal ato. É importante pois contendo o título uma ordem de 
pagamento,necessário é que alguém responda por esse pagamento, se a 
pessoa a quem ele foi ordenado não o realizar. 
 
O sacador deve ser capaz e ninguém pode se eximir do cumprimento de sua 
obrigação argüindo a incapacidade do sacador (princípio da autonomia). 
 
Somente o que recebe diretamente do incapaz pode arguir, se outra pessoa 
capaz lançar sua assinatura na letra ficará esta por responder o pagamento do 
título perante o portador. 
 
 
- Requisitos não essenciais: 
 
São elementos cuja ausência na letra não a invalida. 
1) Época do pagamento: a letra que não se indique a época do pagamento será 
pagável à vista. 
• → são 4 formas de vencimento do título: 
- vencimento à data certa (neste caso no texto do título de crédito fica 
mencionado um dia específico do calendário), 
- à vista (o título é considerado quando o credor do título de crédito 
apresenta o documento ao sacado), 
- a tempo certo da data (o texto do título prevê um prazo para o vencimento 
do título de crédito, que é contado a partir da data de criação do título; não 
desprezo o 1º dia) 
- e à tempo certo da vista (o credor apresenta o título uma 1ª vez ao sacado e 
numa outra oportunidade cobra-se o pagamento do sacado). 
2) Lugar do pagamento: será pagável no lugar mencionado ao pé do nome do sacado 
a letra que não indicar o lugar do pagamento. 
 
→ letra domiciliada, é aquela em que o sacador ou aceitante indica o domicílio de 
outra pessoa para aí ser efetuado o pagamento. Consta junto ao nome da pessoa 
indicada para fazer o pagamento. 
 
3) Lugar de emissão: na sua ausência, será considerada como tendo sido emitida no 
lugar designado ao lado do nome sacador. Havendo omissão do lugar da emissão e 
do domicílio do sacador, a letra no terá os efeitos da letra de câmbio (o título se 
desnatura). 
→ é importante constar o lugar da emissão pois os efeitos provenientes das 
assinaturas dos outros coobrigados na letra ou na nota promissória são 
determinados pela lei do país em cujo território as assinaturas foram apostas. 
- Vontade cambiária suficiente: 
 
Para que uma pessoa se vincule a um título de crédito além da declaração de 
vontade é preciso uma declaração escrita, que é a assinatura e, assim, a pessoa se 
tornará devedora. Não há assinaturas inocentes no título de crédito, logo, basta uma 
assinatura e a pessoa se tornará devedora. 
 
- Capacidade cambiária ativa e passiva: 
 
• A ativa é a aptidão para ser credor no título de crédito e é conferida a todas 
as pessoas, basta que se tenha personalidade jurídica para sê-lo. 
 
• Por sua vez, a passiva é a aptidão para ser devedor e é preciso ter capacidade 
de direito, de fato e de gozo (capacidade livre e consciente). Nesta, aplica-se 
as regras do CC (pessoa capaz, relativamente incapaz e absolutamente 
incapaz). 
 
→ casos em que não se aplica CC (capacidade cambiária passiva): 
- analfabeto, não se obriga por si mesmo, pelo fato de não saber ler e escrever, mas 
pela atuação de um representante; 
- falido, pessoa física ou jurídica cuja falência foi decretada e, com isso, perdeu a 
disponibilidade sobre seus bem (patrimônio). Esta pessoa (falida) não poderá mais se 
obrigar perante um título de crédito e eleger-se-á um administrador judicial, que 
arrecadará os bens do credor para pagamento de dívidas. Também, pessoas 
submetidas à liquidação extrajudicial, através da Lei 6024/74 a pessoa perde a 
capacidade passiva por não ter mais disponibilidade sobre o próprio patrimônio 
(certos funcionários do financeiro) 
- e, por último, mulher casada (bens reservados); com a Lei 4121/62 criou-se um 
sistema de proteção à mulher casada, onde através do regime parcial universal de 
bens haveria uma reserva dos bens arrecadados pela mulher ao longo do casamento, 
os quais iriam compor o pecúnio, uma reserva dos bens do casal que seria usada 
para quitar eventuais dívidas. Em 1988 houve a plena igualdade dos cônjuges e, 
desta forma, extinguiu-se essa reserva de bens para os casados após outubro de 88. 
Como consequência, os bens da comunhão não são mais vinculados. 
 
 
Saque: 
 
Saque é um negócio jurídico unilateral (apenas uma declaração de vontade), 
complexo (é necessário formar todos os elementos formais, os essenciais e não 
essenciais) e formal (possui forma específica designada pelo legislador, ou seja, 
possui rigor cambiário). 
 
Sua função é criar um título de crédito, assim, tem-se que para todo título de crédito 
há um saque. 
 
• Pode haver o saque incompleto, onde até o momento da cobrança ou do 
protesto é possível completar o título ou a letra que estejam incompletos. A 
partir daí, o título vira definitivo e não será possível completá-lo. 
 
• SÚMULA Nº 387: ‘A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, 
pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto’. 
 
 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/108040/lei-6024-74
• Aspectos relevantes: 
- Direção do saque = é possível que uma mesma pessoa assuma 2 funções 
(sacador, sacado e beneficiário) numa mesma letra de câmbio. Neste caso ter-se-
á um saque a ordem e por conta de terceiro. 
- Saque a ordem do sacador: o sacador também é beneficiário (âmbito bancário) 
- Saque sobre o próprio sacador: o sacador cumula a função de sacado e fica 
diante de um beneficiário. É uma promessa de pagamento por meio de título de 
crédito. 
- Responsabilidade do sacador = o sacador assume uma posição de devedor, de 
forma a garantir o cumprimento da ordem de pagamento que ele próprio 
formulou. 
- Letra em branco = trata-se de um título em que o saque não foi completado 
ainda (mas há, p. Ex., a assinatura do sacador). É necessário completá-lo até o 
momento da cobrança ou do protesto. 
O sacador pode, por meio de um contrato de preenchimento, encarregar alguém 
de completar o título, seja um terceiro ou beneficiário. Se houver desrespeito às 
instruções fornecidas pelo sacador haverá o inadimplemento do contrato de 
preenchimento. 
- Cláusula de juros = possui requisitos próprios como ser expressa no texto do 
título e em um percentual fixo. Também, o título precisa ter vencimento à vista 
ou a tempo certo da vista e serão sempre juros remuneratórios (e não 
moratórios). 
- Moeda estrangeira e saque = o saque deverá ser feito em moeda nacional, não 
se permitindo, assim, moeda estrangeira para efetuação de pagamentos (caso o 
sejam, serão nulos). → Exceção: no direito bancário é possível uma operação de 
internalização da moeda estrangeira, ou seja, o título criado no exterior pode ter 
indexação em moeda estrangeira mesmo que seja para pagamento no Brasil. De 
mesmo modo, o título criado aqui no Brasil, que deva ser pago no exterior, pode 
ser indexado em moeda estrangeira. 
- Saque por procuração = o sacador confere poderes especiais a um procurador 
para atuar em seu nome, através de uma procuração, a qual acompanha o título 
de crédito. Se alguém sem poderes suficientes saca o título de crédito, este terá 
problema quanto à sua eficácia; porém não será invalido, contudo tornar-se-á o 
novo devedor aquela pessoa que atuou sem poderes suficientes (protege-se, 
desta forma, o credor). A situação de ratificação é conferida pelo representado 
para que seja saneado o erro que, em um primeiro momento, o procurador 
cometeu. 
- Saque abusivo (art. 51, VIII CDC)= cria-se desvantagem do consumidor perante o 
fornecedor através das chamadas ‘cláusulas abusivas’. 
Ex: cláusula contratual que impõe um procurador para elaborar título de crédito 
em nome do contratante, neste caso o saque é ineficaz, pois não produz efeitos 
contra o contratante, uma vez que a causa contratual que estipula procurador é 
nula e abusiva. 
 
 
 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10601113/artigo-51-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10600761/inciso-viii-do-artigo-51-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90

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