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Universidade Federal Fluminense Faculdade de Veterinária Departamento de Saúde Coletiva Veterinária e Saúde Pública - MSV Disciplina: Epidemiologia Veterinária ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS Professora: Nathalie Cunha “O estudo da distribuição e determinantes de eventos relacionados à saúde em populações específicas, e a aplicação deste estudo para o controle de problemas de saúde". “Ramo das ciências da saúde que estuda na população a ocorrência, a distribuição e os fatores determinantes dos eventos relacionados com a saúde” “A epidemiologia é importante para o manejo clínico, planejamento e gerenciamento da saúde animal.” O que é EPIDEMIOLOGIA? Diante de um surto de uma determinada enfermidade o que eu faço? Estudos descritivos: Distribuição de um evento na população em termos quantitativos (incidência ou prevalência). Avaliar a frequência conforme características dos indivíduos, tempo e lugar. Identificar grupos de risco Sugerir explicações para as variações nas frequências NÃO HÁ FORMAÇÃO DE GRUPO - CONTROLE ETAPAS DE UMA INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA 1. Confirmar a ocorrência de um surto (preparar trabalho de campo) 2. Verificar onde e como fazer o diagnóstico 3. Definir o caso (qual é o problema a ser resolvido?) 4. Descrever de acordo com as características de tempo, lugar e indivíduos – FASE DESCRITIVA .... continua FASE DESCRITIVA A) Avaliação dos indivíduos - Sintomatologia e achados em animais vivos e mortos - Período de incubação - Tempo de evolução clínica - Prognóstico dos animais doentes - Tratamento prévio pelo produtor - Medidas profiláticas ou de controle previamente adotadas - Coleta de amostras biológicas para envio ao laboratório (B) Padrões temporais, espaciais e demográficos da doença: - Quando a doença ocorreu; Onde a doença ocorreu - Incidência da doença - Características de animais afetados e não afetados - Velocidade de disseminação da doença e o provável meio de transmissão - Presença de outros animais domésticos ou selvagens afetados. - Doença humana concomitante. FASE DESCRITIVA - continuação (C) Histórico do rebanho: - Descrição da gestão (nutrição, acasalamentos, instalações e manejo). - Taxa de descarte. - Controle sanitário e medidas de sanitização. - Índices produtivos e história da doença. - Contato com outros animais domésticos ou selvagens. - Movimentação animal ou introdução recentemente. - Problemas de saúde em rebanhos adjacentes. (D) Histórico do meio ambiente: - Comportamento climático. - Localização geográfica (topografia, tipo de solo, vegetação). - Origem e qualidade da água. - Gerenciamento de resíduos. - Uso recente de fertilizantes, herbicidas, pesticidas recentemente. - Ambiente interno (higiene, ventilação, assoalho, umidade, planta do piso, iluminação e taxa de lotação). ETAPAS DE UMA INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA 1. Verificar a ocorrência de um surto (preparar trabalho de campo) 2. Verificar onde e como fazer o diagnóstico 3. Definir o caso (qual é o problema a ser resolvido?) 4. Descrever de acordo com as características de tempo, lugar e indivíduos – Fase descritiva 5. Formular hipóteses 6. Testar e avaliar as hipóteses – Fase analítica 7. Se necessário, testar novas hipóteses 8. Implementar medidas de controle e prevenção – Fase de intervenção 9. Comunicar os achados e fazer recomendações Descritivos: Distribuição de um evento, na população, em termos quantitativos (incidência ou prevalência). Identificar grupos de risco Sugerir explicações para as variações nas frequências NÃO HÁ FORMAÇÃO DE GRUPO -CONTROLE Analíticos: São estudos que procuram esclarecer uma dada associação entre uma exposição, em particular, e um efeito específico. CAUSA (Exposição) EFEITO (Doença) GRUPO-CONTROLE Estudos epidemiológicos Estudos descritivos (Gera hipóteses) Estudos analíticos (Teste de hipóteses) Desenhos de estudo Estudos epidemiológicos analíticos observacionais (com unidade de observação individual) Caso-controle Coorte Transversal Objetivo: Avaliar se o tipo de criação (intensiva ou extensiva) é um fator de risco para a ocorrência de toxoplasmose em caprinos 3) Visitar propriedades com criações do tipo intensiva e extensiva, selecionar animais aleatoriamente para avaliar se tem ou não toxoplasmose e verificar o tipo de criação. Neste caso, não se conhece quem são os doentes e sadios, os grupos de doentes e sadios serão formados posteriormente às visitas. Os animais serão avaliados apenas uma vez. 1) Visitar propriedades com criações do tipo intensiva e extensiva e formar dois grupos, um com animais doentes (com toxoplasmose) e outro de animais sadios (sem toxoplasmose). Após a formação dos grupos, verificar o tipo de criação de cada um deles. 2) Visitar propriedades com criações do tipo intensiva e extensiva, formar dois grupos, um com cada tipo de criação. Acompanhar os animais para verificar se ficarão doentes ou não. Objetivo: Avaliar se o tipo de criação (intensiva ou extensiva) é um fator de risco para a ocorrência de toxoplasmose em caprinos 3) Visitar propriedades com criações do tipo intensiva e extensiva, selecionar animais aleatoriamente para avaliar se tem ou não toxoplasmose e verificar o tipo de criação. Neste caso, não se conhece quem são os doentes e sadios, os grupos de doentes e sadios serão formados posteriormente às visitas. Os animais serão avaliados apenas uma vez. ESTUDO TRANSVERSAL 1) Visitar propriedades com criações do tipo intensiva e extensiva e formar dois grupos, um com animais doentes (com toxoplasmose) e outro de animais sadios (sem toxoplasmose). Após a formação dos grupos, verificar o tipo de criação de cada um deles. ESTUDO CASO- CONTROLE 2) Visitar propriedades com criações do tipo intensiva e extensiva, formar dois grupos, um com cada tipo de criação. Acompanhar os animais para verificar se ficarão doentes ou não. ESTUDO COORTE Objetivo: Avaliar se a idade é um fator de risco para a ocorrência de neoplasia mamária em cadelas 1) Visitar diferentes clínicas veterinárias, selecionar cadelas aleatoriamente para avaliar se tem ou não neoplasia mamária e verificar a idade. Neste caso, não se conhece quem são os doentes e sadios, os grupos de doentes e sadios serão formados posteriormente às visitas. As cadelas serão avaliadas apenas uma vez. 2) Visitar diferentes clínicas veterinárias e formar dois grupos, um com animais doentes (com neoplasia mamária) e outro de animais sadios (sem neoplasia mamária). Após a formação dos grupos, verificar a idade das cadelas. 3) Visitar diferentes clínicas veterinárias, formar dois grupos, de acordo com as idade das cadelas (menor que seis anos e maior ou igual a seis anos). Acompanhar ao longo do tempo os animais para verificar se ficarão doentes ou não. Objetivo: Avaliar se a idade é um fator de risco para a ocorrência de neoplasia mamária em cadelas 1) Visitar diferentes clínicas veterinárias, selecionar cadelas aleatoriamente para avaliar se tem ou não neoplasia mamária e verificar a idade. Neste caso, não se conhece quem são os doentes e sadios, os grupos de doentes e sadios serão formados posteriormente às visitas. As cadelas serão avaliadas apenas uma vez. ESTUDO TRANSVERSAL 2) Visitar diferentes clínicas veterinárias e formar dois grupos, um com animais doentes (com neoplasia mamária) e outro de animais sadios (sem neoplasia mamária). Após a formação dos grupos, verificar a idade das cadelas. ESTUDO CASO-CONTROLE 3) Visitar diferentes clínicas veterinárias, formar dois grupos, de acordo com as idade das cadelas (menor que seis anos e maior ou igual a seis anos). Acompanhar os animais ao longo do tempo para verificar se ficarão doentes ou não. ESTUDO COORTE A TABELA DE CONTINGÊNCIA ( 2 x 2) A base do raciocínio analítico da epidemiologiaEFEITO Doente Não doente CAUSA Exposto a b Não exposto c d As variáveis estudadas são qualitativas Com toxoplasmose (Doentes) Sem toxoplasmose (Sadios) TOTAL Intensiva 35 20 55 Extensiva 5 40 45 TOTAL 40 60 100 EFEITO C A U SA Frequência de Doentes: 40/100*100=40% Objetivo: Avaliar se o tipo de criação é um fator de risco para a ocorrência de toxoplasmose em caprinos Com neoplasia mamária (Doentes) Sem neoplasia mamária (Sadios) TOTAL ≥ 6 anos 14 36 50 < 6 anos 6 144 150 TOTAL 20 180 200 EFEITO C A U SA Objetivo: Avaliar se a idade é um fator de risco para a ocorrência de neoplasia mamária em cadelas Frequência de Doentes: 20/200*100=10% ESTUDO DE CASO-CONTROLE EFEITO ------------------ CAUSA (Doença) (Exposição) Quais são as causas de doença já diagnosticada? Sabidamente doentes (Casos) Sabidamente sadios (Controles) Expostos (a) Não Expostos (b) Expostos (c) Não Expostos (d) Estudo de caso-controle Seleção da unidade de observação: doentes e sadios Tempo Casos Diagrama sistemático de um estudo caso-controle: Estudo caso- controle se inicia aqui Controle Exposto Não Exposto Exposto Não Exposto Exposição ao fator de risco Doença Total Sim Não Sim a b a+b Não c d c+d Total a+c b+d N Tipo de clima Lesões de tuberculose Sim Não Seco 25 14 39 Úmido 36 07 43 TOTAL 61 21 82 Estudo de caso-controle 1. Seleção dos participantes: de acordo com as características que possibilitem a investigação exposição-doença 2. Escolha dos casos e controles: definição dos critérios de inclusão e exclusão; escolha de controles adequados (item crucial). Número de controles deverá ser pelo menos duas vezes o número de casos (doentes) Estudo de caso-controle Principais vantagens: -Rapidez, baixo custo - Muitos fatores de risco podem ser investigados ao mesmo tempo - Não há necessidade de acompanhamento dos indivíduos - Adequado para estudos de doenças raras Estudo de caso-controle Principais limitações: - Para obtenção de novos casos, pode ser demorado alcançar o tamanho da amostra desejado - Os dados de exposição do passado podem ser falhos - Possibilidade de haver fatores de confundimento (Depende da qualidade dos registros e da memória) - Não estima prevalência nem incidência Estudo de caso-controle ESTUDO DE COORTE CAUSA ------------------ EFEITO (Exposição) (Doença) Acompanhamento Prospectivos: Sinonímia: concorrente Exposição e doença são mensuradas no curso da investigação Mensuração se dá simultaneamente à ocorrência dos fenômenos Retrospectivos: Sinonímias: histórico; não-concorrente Exposição e doença são mensuradas após já terem ocorrido, por meio de relato ou registros Históricos ou casos agudos Classificação dos estudos longitudinais: Expostos Não Expostos Doentes (a) Não doentes (b) Doentes (c) Não doentes (d) Estudo de coorte Diagrama sistemático de um estudo de coorte: Estudo retrospectivo se inicia aqui, quando os casos já ocorreram Estudo prospectivo se inicia aqui Tempo Classificação do status do objeto de estudo Exposto Não Exposto Caso (doente) Caso (doente) Não Caso (sadio) Não Caso (sadio) 1. Seleção dos participantes: de acordo com as características que possibilitem a investigação exposição-doença 2. Acompanhamento dos participantes: periódico ou por exame final, de acordo com o tipo de estudo Estudo de coorte Exposição ao fator de risco Doença Total Sim Não Sim a b a+b Não c d c+d Total a+c b+d N Mudança na alimentação Cólica em equinos Sim Não SIM 38 16 54 NÃO 14 19 33 TOTAL 52 35 87 Incidência= 52/87 X 100= 59,77% Estudo de coorte Principais vantagens: -Qualidade dos dados sobre exposição e doença podem ser de excelente nível - Dados sobre a causa são conhecidos antes da ocorrência de seu efeito - Ordem cronológica facilmente determinada Estudo de coorte Principais limitações: -Alto custo; demorado - Grandes chances de perda de seguimento - Dificuldade em alocação aleatória Estudo de coorte ESTUDOS TRANSVERSAIS = Estudos seccionais; de prevalência; corte transversal; vertical Populações com características em comum Dados de indivíduos População Amostra Estudos transversais causa (Exposição) Efeito (Doença) Ao mesmo tempo. A duração do trabalho é restringida ao tempo necessário para a coleta dos dados. Tempo Exposição (causa) Efeito Diagrama sistemático de um estudo transversal: Estudos transversais Ao final do estudo transversal obtém-se a prevalência A partir de informações de cada indivíduo examinado, pode-se estabelecer relações de associação entre as características investigadas. Estudo indicado para levantar hipóteses etiológicas. Exposição ao fator de risco Doença Total Sim Não Sim a b a+b Não c d c+d Total a+c b+d N Estudos transversais Matas RIFI anti Rickettsia rickettsii Reativo Não reativo SIM 28 (37%) 48 (63%) 76 (100%) NÃO 1 (3%) 28 (97%) 29 (100%) TOTAL 29 76 105 Prevalência= 29/105 X 100= 27,62% Principais vantagens e aplicações: Descrição da distribuição de um agravo de saúde É uma das fontes imprescindíveis para o planejamento e a administração de ações voltadas para a prevenção, tratamento e reabilitação, tanto em nível coletivo como em nível individual Simplicidade, baixo custo, rapidez Útil para estudo de doenças crônicas Vários parâmetros podem ser analisados de uma só vez Estudos transversais Principais limitações: 1. Viés de prevalência •Agravos de curta de duração têm menos chances de aparecerem nos resultados e aqueles com doenças de longa duração ocorrem representação excessiva •Doenças agudas, de remissão periódica e com característica de sazonalidade variam de frequência de acordo com a época de coleta dos dados 2. Dificuldade para esclarecer a relação temporal dos acontecimentos Estudos transversais Principais limitações: 3. Só pode avaliar situação atual dos fatores de risco e da doença 4. Importante ter número mínimo de indivíduos na amostragem Estudos transversais Câncer (Doente) Sem câncer (Sadio) Total Fumante a b a+b Não fumante c d c+d Total a+c b+d N Risco de câncer em fumantes Se for um estudo de coorte? Fumante Não fumante Se for um estudo de caso-controle? Com câncer Sem câncer Exemplos de Estudos Epidemiológicos: -Situação 1: São conhecidos casos de conjuntivite em ovinos em uma propriedade rural e procura-se investigar a causa. -Situação 2: Surto de intoxicação alimentar em um cruzeiro. Avaliou alguns alimentos (maionese,...) e verificou quem ficou doente. -Situação 3: Avaliação de bovinos reativos e não reativos para Leptospirose e verificar (acompanhar) se irão abortar ou não. - Situação 4: Avaliação momentânea da relação de animais que frequentam matas e reatividade (na sorologia) para Leishmania spp. (Caso-controle) (coorte retrospectivo) (coorte prospectivo) (transversal) Estudos ecológicos Unidade de observação Grupo de indivíduos Sinonímias: estudo de grupos; de agregados; de conglomerados; estatísticos ou comunitários Estudos ecológicos Comumente utilizados em áreas geográficas ou blocos de população bem delimitados São analisadas comparativamente variáveis globais Os indicadores de cada área constituem-se em médias referentes à sua população total Geralmente são usadosdados já prontos (por exemplo SINAN- Sistema de Informação de Agravos de Notificação) Exposição ao fator de risco Doença Total Sim Não Sim a ? b ? a+b Não c ? d ? c+d Total a+c b+d N Estudos ecológicos Gerar hipóteses etiológicas → explicar a ocorrência da doença Avaliar a efetividade de intervenções na população → testar a aplicação de nosso conhecimento para prevenir doença ou promover saúde Estudos ecológicos APLICAÇÕES Vantagens dos estudos ecológicos: Baixo custo Mais rápidos (dados já existem) Simplicidade analítica Mensuração de um efeito ecológico → implantação de um novo programa de saúde ou uma nova legislação em saúde na melhoria das condições de saúde Estudos ecológicos Os mesmos indivíduos são simultaneamente portadores do problema de saúde e do atributo associado? Não... Falácia ecológica Atribui-se a um indivíduo o que se obteve a partir de estatísticas Estudos ecológicos Para minimizar a falácia ecológica... - Agregados de menor tamanho - Relativa homogeneidade interna Estudos ecológicos Limitações dos estudos ecológicos: Baixo poder de analíse Incapacidade de associar exposição e doença no nível individual Dados de estudos ecológicos representam níveis de exposição média ao invés de valores individuais reais Não há acesso a dados individuais Vulnerável à falácia ecológica Estudos ecológicos ETAPAS DE UMA INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA 1. Verificar a ocorrência de um surto – preparar trabalho de campo 2. Realizar o diagnóstico (onde e como fazer) 3. Definir o caso 4. Descrever de acordo com as características de tempo, lugar e indivíduos – Fase descritiva 5. Formular hipóteses 6. Testar e avaliar as hipóteses – Fase analítica 7. Se necessário, testar novas hipóteses 8. Implementar medidas de controle e prevenção – Fase de intervenção 9. Comunicar os achados e fazer recomendações (A) Quais associações existem? Quais fatores de risco parecem estar associados com a doença? FASE ANALÍTICA (B) Provável fonte do agente etiológico e como ele está sendo diseminado (C) Provável causa(s) da doença Fase em que as hipóteses geradas são testadas por meio de estudos epidemiológicos analíticos FASE DE INTERVENÇÃO (A) Existência de medidas adequadas para controlar o surto? Quais delas eu posso aplicar? (B) Quais opções preventivas de curto a longo prazo estão disponíveis? (C) Comunicar as autoridades sanitárias (se necessário) (D) Qual são os benefícios/consequências econômicas dessas opções? (E) Manutenção da vigilância ESTUDOS EXPERIMENTAIS Estudo experimental/Estudos de intervenção Avaliam a eficácia de qualquer intervenção preventiva, curativa ou reabilitadora Objetivos: - Testar o possível efeito de um esquema terapêutico - Testar o possível efeito de uma intervenção Questões éticas Características de estudos experimentais 1. O investigador tem controle sobre o fator de estudo. Decide nos grupos experimentais o tipo de tratamento, tempo de duração e o protocolo de uso 2. A seleção dos indivíduos é feita de forma randomizada, ou seja, aleatória 3. Os experimentos bem conduzidos levam a resultados que se caracterizam por sua alta reprodutibilidade. Ou seja, repetindo as mesmas condições devem ser obtidos os mesmos resultados Estudo experimental Estudo profilático Estudo terapêutico Estudo experimental Ensaio clínico randomizado Cada animal é avaliado individualmente Ensaio comunitário Intervenção em um grupo de indivíduos Grupo Experimental Grupo controle Efeito presente (a) Efeito ausente (b) Efeito presente (c) Efeito ausente (d) Ensaio clínico Separação dos grupos por randomização Pode ocorrer de não ter grupo controle. Modelo “antes e depois” (Estudo não controlado) Exposição ao fator de risco Doença Total Sim Não Sim a b a+b Não c d c+d Total a+c b+d N Vacina contra Leishmaniose Lesões por Leishmania sp. Sim Não Experimental 2 30 32 Controle 10 30 40 TOTAL 12 60 72 Ensaio clínico - Não cego: o participante e o pesquisador conhecem o tratamento -Cego: apenas o participante não conhece o tratamento - Duplo-cego: pesquisador e participante não conhecem o tratamento - Triplo-cego: avaliador dos dados, pesquisador e participante não conhecem o tratamento Coleta de dados 1. Seleção dos participantes: indivíduos com características semelhantes 2. Randomização: seleção dos indivíduos em grupo “experimental” e “controle” de forma aleatória. Grupo experimental irá receber o tratamento e o grupo-controle um tratamento já conhecido ou um placebo 3. Acompanhamento dos participantes e verificação dos efeitos 4. Resultados são verificados pela comparação de taxas de incidência Ensaio clínico TÉCNICAS DE RANDOMIZAÇÃO Randomização simples: por meio de sorteio ou tabela de números aleatórios Randomização em blocos: Formação de blocos de número fixo de indivíduos Randomização pareada: Formação de pares de participantes Randomização estratificada: estratos de acordo com características que possam intervir no desfecho Randomização por minimização: após randomização simples, as características são analisadas e os novos participantes são alocados para diminuir as diferença entre os grupos Os ensaios clínicos seguem as seguintes fases: Fase I: Relacionados à segurança e não à eficácia O objetivo principal nesta fase é avaliar toxicidade e farmacocinética do produto Primeira etapa de avaliação Realizados sob rigorosa supervisão médica, usualmente em hospitais e envolvem um número limitado de voluntários Em geral não são randomizados e nem controlados Antes das quatro fases dos ensaios clínicos, há a fase de pesquisa pré-clínica que inclui a síntese das drogas e estudos em animais principalmente em relação ao metabolismo Fase II São estudos-piloto de eficácia Geralmente não são randomizados Avaliação de eficácia em situação de desafio natural, ou seja, pela exposição natural à infecção em áreas onde há transmissão. São ensaios clínicos pilotos limitado à um pequeno número de participantes ou pacientes com o objetivo de demonstrar atividade terapêutica (droga) ou atividade imunogênica (vacina) São realizados estudos de dose-resposta com o propósito de encontrar a dose e esquema ótimo de administração do produto. Na avaliação de antígenos candidatos a vacinas se estuda a produção e cinética de anticorpos e resposta imunológica celular Os ensaios clínicos seguem as seguintes fases: Os ensaios clínicos seguem as seguintes fases: Fase III Tem como objetivo demonstrar eficácia e inocuidade a curto e longo prazo São comparados com tratamentos já disponíveis Considerados críticos para o registro e aprovação do produto em órgãos oficiais Exigem um grande número de participantes Geralmente são estudos multicêntricos, com diferentes grupos de participantes São realizados em locais de condições similares aos que irão usar rotineiramente Geralmente são randomizados Fase de vigilância pós comercialização Refere-se a ensaios clínicos realizados após aprovação, registro e comercialização do produto farmacêutico Realizados para avaliar efeitos adversos raros ou desconhecidos Permite avaliar o efeito da intervenção em diferentes situações epidemiológicas Avalia o impacto que o produto está determinando na população Não são ensaios clínicos randomizados Os ensaios clínicos seguem as seguintes fases: Fase IV Principais vantagens: - Considerado como melhor estratégia para investigação da relação causa-efeito (possibilidade de formação de grupos homogênios no início do estudo). Alta credibilidade científica - Qualidade dos dados de excelente nível - Possivelmente não haverá fatores de confundimento- Muitos desfechos investigados ao mesmo tempo Ensaio clínico Principais limitações: - Por questões éticas, muitas situações não podem ser experimentalmente investigadas - Exigência de uma população cooperativa e estável - Alguns participantes deixarão de receber um tratamento potencialmente benéfico ou são expostos a um procedimento maléfico - Requer uma boa infraestrutura para execução do estudo Ensaio clínico COMO OBTER OS DADOS? Profs.: Elmiro R Nascimento e Nathalie Cunha Definição: Etapas para a construção de uma ficha epidemiológica: 1. Determinar os objetivos do estudo Quais são os fatores que levam ao aparecimento de doenças metabólicas em bovinos? O tipo de criação de ovinos interfere em doenças do casco? 2. Definir o formato das perguntas e respostas Questões Abertas Quais são os insetos encontrados neste local? Por favor, cite quais são os locais que seu animal circulou no último mês? Quando se fala em política, o que vem a sua cabeça Vantagens: • São úteis como primeira questão de um determinado tema porque deixam o respondente mais a vontade para responder as demais perguntas • Menor poder de influência nas respostas • Cobrem pontos além das fechadas Desvantagens: • Interpretação subjetiva • Maior chance de viesses pelo entrevistador • Mais onerosas e demoradas para análise 2. Definir o formato das perguntas e respostas Questões Fechadas Sexo: () Macho () Fêmea Seu cão freqüenta matas? () Sim () Não Vantagens: • Altamente objetivas • Rapidez na aplicação, processo e análise • Pouca possibilidade de erros Desvantagens: • Possibilidade de forçar respostas em relação a um leque de opções • Fortemente passíveis de um erro sistemático Quais são os animais silvestres já vistos ao redor da propriedade? () Capivaras () Antas () Pequenos roedores () Outros. Cite quais:____________________ 2. Definir o formato das perguntas e respostas Questões de múltipla escolha Vantagens: •Rapidez na aplicação, processo e análise • Pouca possibilidade de erros • Em relação às fechadas, trabalham com mais de duas possibilidades Desvantagens: • Possibilidade de vieses se não for incluída alguma alternativa • O respondente pode ser influenciado pelas alternativas apresentadas • Cuidado na escolha das opções de respostas 3. Definir o formato da ficha (sequência das perguntas) Usar comunicação simples Não utilizar palavras ambíguas Evitar mudanças bruscas de temas (fazer “links” entre as perguntas) Evitar retornar a assuntos já abordados Espaço adequado para a resposta e para fácil visualização na hora de digitar os dados 3. Avaliação e pré-teste da ficha Importante para correção de possíveis erros Fazer simulações Avaliar se há algum viés de aferição 4. Implementar o estudo Construção da Ficha Epidemiológica • DADOS CADASTRAIS Tipo Operativo Posição do Investigador Referência Temporal Denominações Agregado Observacional Transversal Estudos ecológicos Indivíduo na população Observacional Transversal Estudos transversais Longitudinal Estudos coorte e caso-controle Intervenção Longitudinal Ensaios clínicos Observar quem é a unidade de observação (UO) UO UO Classificações dos estudos epidemiológicos: -Caráter instantâneo (transversal) - Caráter serial (longitudinal) (prospectivo ou retrospectivo) TEMPORALIDADE DO ESTUDO PAPEL DO INVESTIGADOR -Investigador como observador (estudo observacional) - Investigador como intervencionista (estudo experimental) - Agregados populacionais - Indivíduos membros desses agregados PÚBLICO-ALVO PARA ESTUDO
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