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@FEBRACIS COACHING PROIBIDA A REPRODUÇÃO: Depósito legal pela Febracis Coaching Integral Sistêmico junto à Biblioteca Nacional, conforme lei 10.994 de 14/12/2004. 113MÉTODO CIS | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL que o cérebro pode fazer”, diz. “É preciso um poder e profundidade e processamento incríveis para cons- truir significado de eventos aparentemente banais ou ameaçadores”. A pesquisadora da USP explica que exercitar o pensa- mento otimista ativa áreas do cérebro responsáveis pelas emoções e faz com que fique mais automático enxergar experiências positivas. Segundo ela, o afeto, seja ele positivo (alegria, paz, gratidão), seja negativo (angústia, tristeza, raiva), gera alterações cerebrais no sistema subcortical (mais “visceral”) e no cortical (mais racional). “A reação emocional não compreende apenas o sentir, mas também é fisiológica”, diz Elai- ne. O sistema subcortical, por exemplo, está relacio- nado com a regulação neuroendocrinológica. “Em situações de estresse agudo ocorre aumento na secreção de cortisol e resposta inflamatória genera- lizada. Estas alterações foram associadas à doença aterosclerótica, doença coronariana, diabetes, de- pressão, entre outros”, explica a médica. Já os afetos positivos, sejam eles espontâneos ou provocados, estão relacionados à redução dos níveis de cortisol e da resposta inflamatória, independentemente de gênero, idade, nível socioeconômico, etnia e estar empregado. “Os afetos positivos também foram associados a melhor resposta imune, por aumento na produção de imunoglobulinas e a maior tolerância aos efeitos adversos da quimioterapia em pacientes com câncer”. De acordo com o autor americano, além do papel contra doenças, essa “felicidade” aumenta a produti- vidade no trabalho. Ao mesmo tempo em que leciona uma das aulas mais concorridas na Universidade de Harvard, Achor também trabalha com grandes empresas, escolas e hospitais pelo mundo. Ele conta que um dos trabalhos que mais o surpreendeu foi realizado durante a crise financeira juntamente com os professores Ali Crum, da Universidade Stanford, e Peter Salovey, presidente da Universidade de Yale. “As pessoas frequentemente pensam que são as pes- soas depressivas que veem o mundo como negativo, mas, na verdade, a negatividade é a coisa mais fácil que o cérebro pode fazer”, diz Shawn Achor. A missão era reduzir o estresse de funcionários do banco UBS. “Descobrimos que a mentalidade sobre o estresse importa mais do que quantidade de estresse em termos de efeitos sobre a saúde”. O resultado foi que, após o treinamento para as pessoas encararem o estresse de forma positiva – como um desafio e não como uma ameaça –, os efeitos do estresse caíram 23% num período de duas semanas. “Os afetos positivos também foram associados a melhor resposta imune, por aumento na produção de imunoglobulinas e a maior tolerância aos efeitos adversos da quimioterapia em pacientes com câncer”, afirma a psiquiatra Elaine Henna. Dentro ou fora? Voltando à questão de por que alguns parecem ser mais felizes do que outros, Elaine diz que estudos na área sugerem que fatores externos como sobrevivên- cia digna, relação amorosa estável e relação social sig- nificativa representam de 10% a 20% da sensação de bem-estar. Já a personalidade, ou seja, características herdadas e desenvolvidas a partir de experiências, é responsável por cerca de 50% da felicidade de uma pessoa. O restante vem de comportamentos cogniti- vos - atividades positivas ou negativas. “É claro que se uma pessoa mora em uma área de alta vulnera- bilidade, os fatores externos podem ter um impacto maior”, diz a pesquisadora. Mas, mesmo em condições de risco, ambos lembram casos de estudos em que o bem-estar era maior se houvesse um dos fatores como gratidão ou conexões sociais fortes. Elaine lembra que, em 2010, um estudo na Itália reuniu dois grupos de alunos de uma esco- la pública em situação de vulnerabilidade. Uma das turmas escreveu cartas de gratidão e o outro apenas relatava o que tinha acontecido em seu dia. “Houve melhora de rendimento escolar e redução de conflito no primeiro grupo”, diz a psiquiatra. Achor trabalhou com agricultores que haviam perdido suas terras no Zimbábue e pessoas sob ameaça de sequestro na Venezuela, ambos com fortes conexões sociais. E relata que eles conseguiram manter um ní- vel maior de otimismo e felicidade do que banqueiros, consultores e vendedores que têm trabalhos distan- tes de suas famílias. Fonte: UOL Notícias Ciência e Saúde (2015).
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