Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Estenose mitral 1 Estenose mitral obstrução do fluxo sanguíneo pela válvula mitral do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo redução do orifício devido à dificuldade de abertura de suas cúspides, levando a restrição no esvaziamento atrial durante a diástole lesão valvar mais característica da febre reumática, ocorre de forma isolada em até 40% dos casos de acometimento cardíaco reumático acomete predominantemente mulheres entre a segunda e a quinta década de vida surtos reumáticos geram uma inflamação no aparato valvar, que pode gerar, em diferentes graus alterações, como espessamento e calcificação das cúspides, espessamento e fusão de cordas tendíneas e fusão de comissuras aumento da incidência de calcificação do anel mitral associado ao envelhecimento da população - prevalência 8% a 15%, podendo causar EM por restrição da mobilidade do folheto mitral anterior outras causas de EM são raras: mixoma atrial esquerdo, mucopolissacaridose, EM congênita, lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatoide, síndrome carcinoide, endocardite infecciosa e secundária aos uso de drogas anorexígenas fisiopatologia a obstrução ao esvaziamento atrial, gera aumento das pressões nessa câmara causando aumento das pressões capilares pulmonares e das pressões da artéria pulmonar por conta da transmissão retrógrada ao leito vascular pulmonar, com posterior remodelamento vascular pulmonar esse aumento pressórico intracavitário pode se perpetuar, causando congestão nas câmaras cardíacas direitas no AE, o aumento da pressão leva progressivamente ao aumento das dimensões atriais com alterações na composição do miocárdio atrial e aumento da chance de desenvolvimento de arritmias supraventriculares (em especial FA) manifestações clinicas são principalmente secundários à congestão venocapilar pulmonar dispneia aos esforços, fadiga, ortopneia e dispneia paroxística noturna incapacidade adaptativa em aumentar o débito cardíaco, em razão da pré-carga fixa Estenose mitral 2 situações de estresse, como gravidez, fibrilação atrial, atividade física, hipertireoidismo e infecções, podem gerar descompensação e piora dos sintomas alguns pacientes são assintomáticos e tem como sua primeira manifestação palpitações ou sintomas relacionados à embolização sistêmica por desenvolvimento da fibrilação atrial em casos mais avançados, o aumento AE pode levar à compressão esofágica, causando disfagia ou compressão do nervo laríngeo recorrente, causando rouquidão (sd. Ortner) por conta da hipertensão pulmonar e ruptura de vasos brônquicos, pode ocorrer hemoptise e, em casos mais graves, dor torácica pela sobrecarga ventricular direita e sinais de insuficiência cardíaca direita (p. ex., estase jugular, hepatomegalia, ascite e edema periférico) pacientes crônicos, a região malar e a extremidade do nariz podem apresentar telangiectasias e hiperemia, a chamada fácies mitral *ausculta - sopro diastólico em ruflar, com reforço pré-sistólico e acompanhado de estalido de abertura da válvula mitral sopro grave, mas pode ser audível com o esteto na projeção do ápice cardíaco em decúbito lateral esquerdo se houver FA, não ocorre o reforço pré-sistólico, B1 hiperfonética exames ECG e RAIO X com presença de sobrecarga do átrio esquerdo, ventrículo direito e átrio direito, sem sobrecarga de ventrículo esquerdo ECG tendência a desvio do eixo para a direita e sinais de sobrecarga de câmaras direitas, sobrecarga biatrial, presença de ritmo de fibrilação atrial RAIO X sinais de importante aumento do átrio esquerdo (o sinal da bailarina – elevação do brônquio-fonte esquerdo – e o duplo contorno atrial), quarto arco na silhueta cardíaca à esquerda e sinais de congestão pulmonar crônica, como as linhas B de Kerley e cefalização da trama vascular pulmonar ECO método diagnóstico complementar mais importante quantificação objetiva da lesão, sua gravidade e suas repercussões, do gradiente de pressão transmitral, além da estimativa da pressão sistólica de artéria pulmonar por mensuração da área valvar mitral Estenose mitral 3 ainda podemos através desse método avaliar o escore valvar para valvuloplastia mitral por cateter-balão (VMCB) ou escore de Wilkins-Block - fundamental para a definição da conduta terapêutica consiste na avaliação ecocardiográfica da válvula mitral com ênfase na descrição dos aspectos estruturais, levando em conta: mobilidade dos folhetos espessamento valvar grau de calcificação acometimento aparato subvalvar graduação de 1 a 4 pontos para cada item resulta em um escore que pode variar de 4 a 16 pontos < 8 são candidatos na ausência de outras contraindicações 9-10 podem ser submetidos se apresentarem calcificação e aparato subvalvar com pontuação < 2 Estenose mitral 4 se persiste dúvida da gravidade anatômica da EM após avaliação clínica e ecocardiográfica em repouso, pode utilizar a medida invasiva das pressões cardíacas pelo estudo hemodinâmico com atropina e volume gradiente transmitral > 10mmHg após atropina e volume, confirma-se EM importante pressão capilar pulmonar elevada no repouso também sugere EM importante indicação intervenção a avaliação do paciente deve ser composta por 5 passos Estenose mitral 5 se tiver EM importante e sintomas é indicação para intervenção valvar, se for assintomático, mas tiver complicações pode ser que tenha indicação também (usar classificação NYHA para determinar condição cardiológica do paciente) Estenose mitral 6 tratamento farmacológico pode aliviar os sintomas, mas não deve postergar a indicação de tratamento intervencionista (exceção a pacientes EM reumática, classe II com contraindicação a VMCB) deve ser realizado com drogas cronotrópicas negativas, que melhoram sintomas por meio do prolongamento da diástole e diminuição da pressão atrial esquerda no final do enchimento ventricular em pacientes com sintomas ao esforço em frequências cardíacas mais elevadas, betabloqueadores e bloqueadores de canais de cálcio não di-hidropiridínicos mostram-se eficazes restrição hidrossalina e uso de diuréticos também podem ser úteis nos casos de congestão pulmonar fibrilação atrial acomete até 30% a 40% dos pacientes sintomáticos - importante adequado manejo dessa arritmia; risco de fenômenos embólicos, é maior do que na Estenose mitral 7 FA não valvar logo, se o paciente possui FA, deve ser anticoagulados com varfarina, mantendo um INR entre 2 e 3 (relação entre o tempo de protrombina do doente e do valor padrão) anticoagulantes diretos estão contraindicados até o momento profilaxia para febre reumática e endocardite infecciosa deve ser realizada rotineiramente tratamento intervencionista tratamento de escolha para a EM é a VMCB feito por meio de punção venosa, onde o cateter alcança o átrio esquerdo através de punção transeptal só pode ser indicada a pacientes com escore de Wilkins-Block favorável (8 ou 9-10 com calcificação e aparato subvalvar com pontuações menores que 3), ausência de trombo no átrio esquerdo e ausência de insuficiência mitral moderada ou importante se houver trombo atrial, paciente pode ser anticoagulado por 4 semanas e se na reavaliação, houver ausência de trombo, o procedimento pode ser realizado critérios de sucesso: diminuição de pelo menos 50% do gradiente transvalvar mitral aumento de área valvar para mais do que 1,5 cm2 diminuição da pressão capilar pulmonar para menos de 18 mmHg, sem que cause insuficiência mitral moderada ou importante na contraindicação da VMCB, a cirurgia está indicada: plástica valvar, troca por bioprótese ou prótese mecânica a cirurgia é a primeira opção quando há necessidade de intervenção cirúrgica sobre a válvula aórtica ou tricúspide ou na presença de coronariopatia obstrutiva em pacientes com EM por calcificação do anel mitral (MAC) o tratamento de intervenção é mais complexo, a cirurgia é desafiadora por alto risco de disjunção ATV
Compartilhar