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Como diferenciar os tipos de anemia

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Como diferenciar os tipos de anemia? Qual o tratamento para cada grupo? 
É importante destacar que a anemia é uma condição patológica que se caracteriza pela 
redução da concentração de hemoglobina (menor que 13,5 g/dL em homens adultos e 
menor que 11,5 g/dL em mulheres adultas) e/ou da contagem/ volume de eritrócitos, 
gerado na diminuição de oxigênio para os tecidos orgânicos. Às vezes, a anemia é uma 
doença secundária relacionada a outra doença de base, tornando essencial a busca 
pela sua causa, que pode estar associada a déficits nutricionais (ferro, vitamina B12 e 
ácido fólico), alterações genéticas (talassemia), perdas hemáticas, neoplasias e 
doenças autoimunes, entre outras. Em outras palavras, a anemia não é simplesmente 
um sintoma, mas é uma manifestação de uma comorbidade associada a ela. 
Existem vários critérios para a classificação dos tipos de anemias, sendo a classificação 
morfológica a mais utilizada na prática laboratorial. Tal classificação se baseia nos 
resultados do VCM - Volume Corpuscular Médio, gerado em três tipos de anemias: 
normocítica, microcítica e macrocítica. Essa forma de classificar as anemias é útil para 
orientar o médico quanto à investigação de sua causa, pois além do quadro clínico, o 
médico dispõe, numa fase inicial, do hemograma, com os valores hematimétricos 
(incluindo o VCM) e as contagens de células das outras séries (leucócitos e plaquetas), 
o que também é útil para estabelecer o diagnóstico. 
A anemia normocítica (VCM entre 80 e 100 fl) está geralmente associada a outros tipos 
de patologias, sendo que o tamanho dos glóbulos vermelhos nestes casos é normal. É 
comumente causada por doenças crônicas que cursam com inflamação, como doenças 
renais com herança renal, ou pode ter origem em outros subtipos de doenças 
hematológicas, como anemia aplástica (produção insuficiente de células sanguíneas 
pela medula óssea). 
A anemia macrocítica (VCM > 100 fl) é caracterizada pela existência de glóbulos 
vermelhos com um tamanho maior que o normal. É geralmente causada por deficiência 
de vitamina B12 ou B9 (ácido fólico) no sangue, como na anemia megaloblástica, ou 
pode ter origem em outras patologias, como a anemia perniciosa (doença autoimune 
com gastrite atrófica). Já na anemia microcítica (VCM < 80 fl) há o domínio de hemácias 
de tamanho pequeno e geralmente decorrentes de uma diminuição de hemoglobina, 
como na anemia ferropriva e talassemia. 
O tratamento da anemia será realizado de acordo com o tipo concebido e pode envolver 
mudanças na dieta, uso de suplementos de nutrientes, transfusões sanguíneas e, em 
casos graves de anemia aplástica, um transplante de medula óssea. Abaixo estão 
algumas formas de tratamento das principais anemias. 
 
Anemia normocítica: 
- Anemia em Pacientes com Doença Renal Crônica: o tratamento da anemia em 
pacientes com doença renal crônica envolve a administração de alfaepoetina e a 
reposição de ferro. O tratamento com alfaepoetina tem como benefícios a correção da 
anemia, redução da necessidade de transfusões, melhora dos sintomas, da capacidade 
cognitiva e do desempenho físico, diminuição do número de hospitalizações e melhora 
da qualidade de vida. Já a reposição de ferro é capaz de melhorar a anemia, reduzir a 
dose de alfaepoetina, melhorar a qualidade de vida e reduzir a morbimortalidade por 
doença renal crônica. 
- Anemia Falciforme: o tratamento da anemia falciforme pode incluir a administração de 
hidroxiureia, antibióticos, vacinações, ácido fólico, analgésicos, antiinflamatórios, 
quelantes de ferro, transfusão de sangue e outros. Além disso, em alguns casos, pode 
ser realizado o transplante de células-tronco entre parentes a partir de medula óssea, 
de sangue periférico ou de sangue de cordão umbilical. 
- Anemia Aplástica: o tratamento da anemia aplástica pode incluir transfusões de 
concentrado de hemácias e plaquetas, antibióticos, transplante de células tronco 
hematopoiéticas e terapia imunossupressora combinada, variando conforme a 
gravidade da doença e a idade do paciente. Além disso, em alguns casos de anemia 
aplástica grave, pode ser benéfico o uso de fatores de crescimento da linhagem mieloide 
(filgrastima) para proporcionar uma recuperação mais rápida de neutrófilos caso seja 
administrado juntamente com a terapia imunossupressora. 
Anemia macrocítica: 
- Anemia megaloblástica: determinada pela síntese incorreta do DNA, levando a um 
atraso da maturação do núcleo em relação ao citoplasma. Em geral é causado por 
deficiência de vitamina B12 ou de ácido fólico. O tratamento envolve suplementação 
com Vitamina B12, 1000 mcg, via parenteral, durante 4 semanas, seguido de injeções 
mensais, e de ácido fólico, 1mg/dia, via oral, durante 1 mês. 
- Anemia perniciosa: o tratamento é focado em aumentar os níveis de vitamina B12 no 
organismo. É feito por meio da injeção mensal da B12 no organismo. Se o nível de 
vitamina do paciente for muito baixo, o médico pode recomendar injeções mais de uma 
vez por mês. 
 
Anemia microcítica: 
- Anemia ferropriva: o tratamento da anemia ferropriva é feito através da reposição de 
ferro, para normalizar a eritropoese e repor os estoques. A terapia dietética apenas não 
tem valor quando empregada na correção da anemia ferropriva, já que há baixa 
disponibilidade de ferro nos alimentos. Fazer reposição com ferro elementar, 60 mg (o 
que equivale a 300 mg de sulfato ferroso) três a quatro vezes ao dia. A absorção de 
sulfato ferroso é melhor quando administrado em jejum, 1 a 2 horas antes das refeições, 
de preferência associado à vitamina C ou ao suco de laranja. Pode haver efeitos 
colaterais, como náuseas, vômitos, desconforto epigástrico e diarreia. Há aumento de 
reticulócitos (pico em 7 a 10 dias), e o paciente normaliza em aproximadamente 2 
meses. A duração do tratamento deve ser de mais 6 meses após normalizar o quadro 
de anemia. 
- Talassemia: a maioria das pessoas com uma talassemia leve não precisa de 
tratamento. Já as pessoas com talassemia mais grave podem precisar de cirurgia para 
remover o baço (esplenectomia), transfusões de sangue ou terapia de quelação de ferro. 
Na terapia quelante, o excesso de ferro é retirado do sangue. Os quelantes de ferro 
podem ser administrados por via oral usando-se deferasirox ou deferiprona ou por uma 
infusão de deferoxamina, a qual pode ser administrada sob a pele (via subcutânea) ou 
em uma veia (via intravenosa). Algumas pessoas com uma forma grave de talassemia 
podem precisar de transplante de células-tronco. 
REFERÊNCIAS 
NORRIS, L. T. Porth – Fisiopatologia. 10° ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021. 
1776 p. 
PORTO, C. C. Semiologia Médica, 8ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. 
1440 p. 
SANTIS, G. C. Anemia: definição, epidemiologia, fisiopatologia, classificação e 
tratamento. Medicina (Ribeirão Preto), v. 52, n. 3, p. 239-251, 2019. Disponível em: 
https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/156726. Acesso em: 25 abr. 2022. 
SCHRIER, S. L.; MENTZER, W. C.; LANDAW, S. A. Approach to the adult patient with 
anemia. UpToDate, 2020. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/approach-
to-the-adult-with-anemia. Acesso em: 25 abr. 2022.

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