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Mancha de pscina

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SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III – TICS 
Atividade: “Manchas de Piscina” 
Aluno: Enzzo Fayssander Norbim Fase 3 – turma 47 
Caso clínico: Criança de oito anos com manchas claras coalescentes (máculas descamativas 
coalescentes hipopigmentadas) na pele da região posterior do tronco. Ao se estirar a pele 
entre dois dedos, visualizava-se descamação (Sinal Zileri). Qual a principal hipótese 
diagnóstica? Trata-se de uma doença contagiosa? Como propor um tratamento? A 
pigmentação retorna de imediato? 
Diante do caso clínico descrito acima, observa-se que a principal hipótese diagnóstica é pitiríase 
versicolor (PV), também conhecida como pano branco, tínea flava ou tínea versicolor. O Sinal de 
Zileri positivo (presença de descamação fina na superfície das lesões após distensão da pele) 
reforça a suspeita diagnóstica. 
Essa afecção costuma a se apresentar como máculas hipopigmentadas, hiperpigmentadas ou 
eritematosas no tronco e extremidades superiores proximais, principalmente. É importante 
salientar que, nessa patologia, a hipopigmentação das lesões é explicada pela produção de 
ácidos dicarboxílicos pelo fungo, com destaque ao ácido azelaico, que age inibindo 
competitivamente a tirosinase e possui efeito tóxico direto sobre os melanócitos. 
Trata-se de uma infecção fúngica superficial causada por um fungo lipofílico e dimórfico da flora 
normal da pele, nomeado Malassezia furfur. É uma afecção clínica comum, não contagiosa, não 
havendo, portanto, risco de transmissão do fungo de uma pessoa para outra, uma vez que tal 
microrganismo encontra-se normalmente presente na pele das pessoas. O maior problema 
decorrente desta micose é de natureza estética, devido à hipocromia produzida nas lesões. Estas, 
geralmente, se disseminam pelo pescoço, face, tronco anterior e posterior. 
Levando-se em consideração o tratamento da PV, ele pode ser feito com grande variedade de 
agentes que estão divididos em dois grupos: tópicos e sistêmicos. 
Com relação ao grupo dos agentes tópicos, o mais frequentemente usado tem sido o sulfeto de 
selênio 2,5% a 5% na forma de xampu aplicado uma vez ao dia. O tratamento deve ser realizado 
durante período que varia de 7 a 14 dias ou mais, algumas vezes indefinidamente. Também há a 
opção de banhos diários com sabão de piritionato de zinco a 2% ou xampu com ácido salicílico e 
enxofre a 2% aplicado à pele por 1 a 2 semanas. 
No grupo dos agentes sistêmicos pode ser usado o Cetoconazol, com a dose preconizada a de 
200mg/dia por 10 dias, sendo a taxa de cura alta (de 90 a 100%). Já quanto ao Fluconazol, a dose 
recomendada é de 150mg/semana por um período de três semanas. É indicado para pacientes 
com doença extensa e naqueles com recidivas frequentes. ltraconazol a dose preconizada é de 
200mg/dia por sete dias, trata-se de uma droga bem tolerada. 
Vale ressaltar que, do ponto de vista farmacoterapêutico, sendo a PV uma infecção superficial, 
deveria ser tratada com agentes tópicos. Entretanto, para os pacientes o tratamento com 
agentes tópicos traz muitas desvantagens, como o tempo necessário e a dificuldade na aplicação 
da droga em grandes áreas afetadas, especialmente o tronco, e também o odor desagradável de 
certos agentes. Por essas razões, a adesão do paciente é baixa, o que aumenta a taxa de 
recorrência. Assim sendo, os agentes sistêmicos são recomendados no tratamento de curta 
duração em muitos pacientes, apesar dos efeitos colaterais que podem trazer. 
As lesões decorrentes da patologia demoram um período relativamente longo para 
desaparecerem. A hipopigmentação residual é reversível em meses a anos após 
desaparecimento da levedura e não de forma imediata. A recidiva é quase universal após o 
tratamento, pois o organismo causal é um habitante normal da pele (microbiota residente). A 
boa higiene corporal, o uso regular de xampu de piritionato de zinco ou de um antifúngico tópico 
uma vez por mês diminui a possibilidade da recidiva. É aconselhado ainda, durante o período de 
recuperação da coloração da pele, que o paciente se exponha ao sol, para que assim ocorra o 
estímulo à produção de melanina na área despigmentada. 
 
REFERÊNCIAS 
GOLDSTEIN, B. G.; GOLDSTEIN, A. O. Tinea versicolor (pityriasis versicolor). UpToDate. 2020. 
Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/tineaversicolor-pityriasis 
versicolor?search=pitiriase%20versicolor&source=search_result&selectedTitle=1 
~55&usage_type=default&display_rank=1#H7. 
SPELMAN, D.; MORRISEY, C. O. Invasive Malassezia infections. UpToDate. 2021. Disponível em: 
https://www.uptodate.com/contents/invasive-
malasseziainfections?search=malassezia&source=search_result&selectedTitle=1~32&usag 
e_type=default&display_rank=1. 
VILAÇA, D. H. V.; SOUSA, E. C.; COSTA, M. M. R.; CALU, E. C. L.; BRASIL, R. R. F.; SARMENTO, T. B. 
et al. Tratamento farmacológico da pitíriase versicolor: uma revisão integrativa. Brazilian Journal 
of health Review, v. 2, n. 3, p. 2107- 2116, 2019.

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