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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – UNESA Campi: Niterói / RJ Curso: Nutrição Disciplina: Nutrição Materno Infantil - ARA0982 Alimentação Complementar Professora Tainá Marques Moreira ❖O que conhecere mos nesta aula? • Associar a importância do aleitamento materno exclusivo até 6 meses com a orientação adequada da introdução da alimentação complementar, e manutenção do leite humano até 2 anos; • Conhecer os manuais do Ministério da Saúde que tratam da alimentação infantil e da introdução de alimentos para crianças até 2 anos. BLOCO 1 ❖O que é? A alimentação complementar é o conjunto de todos os alimentos, além do leite materno, oferecidos durante o período em que a criança continuará a ser amamentada ao seio, embora sem exclusividade. ❖Ministério da Saúde (2019) Os dois primeiros anos de vida são decisivos para o crescimento e desenvolvimento da criança, para a formação de hábitos e para sua saúde durante toda a vida. A alimentação tem papel fundamental em todo esse processo. No Brasil, ocorreram diversos avanços na implementação de políticas públicas de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e à alimentação complementar saudável. No entanto, são muitos os desafios a serem superados para a prática de uma alimentação adequada e saudável no início da vida. ✓ Conhecem o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 anos? ✓ O que sabem sobre ele? ✓ Recomendação de leitura! A alimentação adequada e saudável é um direito humano básico, chamado Direito Humano à Alimentação Adequada - DHAA • Isso quer dizer que toda a sociedade deve ter acesso a alimentos em quantidade suficiente, de forma permanente e regular, ficando assim, livre da fome e bem nutrida; • Esse direito é garantido pela Constituição Brasileira, sendo obrigação do Estado, tanto em âmbito federal quanto estadual e municipal, respeitá-lo, protegê-lo, promovê- lo e provê-lo; • A alimentação adequada e saudável é um direito porque é fundamental para a manutenção da vida com bem-estar e qualidade. ❖PRINCÍPIOS • Reúnem fundamentos, valores e preceitos importantes para elaboração das recomendações sobre alimentação infantil. 1. A saúde da criança é prioridade absoluta e responsabilidade de todos; 2. O ambiente familiar é espaço para a promoção da saúde; 3. Os primeiros anos de vida são importantes para a formação dos hábitos alimentares; 4. O acesso a alimentos adequados e saudáveis e à informação de qualidade fortalece a autonomia das famílias; 5. A alimentação é uma prática social e cultural; 6. Adotar uma alimentação adequada e saudável para a criança é uma forma de fortalecer sistemas alimentares sustentáveis; 7. O estímulo à autonomia da criança contribui para o desenvolvimento de uma relação saudável com a alimentação. PRINCÍPIOS do Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 anos! Quando começar? A partir dos 6 meses, além do leite materno, novos alimentos são oferecidos à criança, apresentando-a um novo universo de cores, sabores, texturas e cheiros. Porque seis meses? A criança já tem desenvolvidos os reflexos necessários para a deglutição; Reflexo lingual; A criança já manifesta excitação à visão do alimento; A criança já sustenta a cabeça facilitando a alimentação oferecida por colher; Tem-se o início da erupção dos primeiros dentes, o que facilita na mastigação. ❖ Consistência • A consistência da alimentação deve ser espessa desde o inicio; • A alimentação mais espessa ajuda no desenvolvimento da face e dos ossos da cabeça, colaborando para mastigação e respiração adequadas → sem isso, mais tarde, quando alimentos forem ofertados em pedaços maiores, a criança não saberá mastigar direito e poderá ter dificuldade em aceitá-los ou engasgar e ter ânsia de vômito. ❖ Consistência • Por esses motivos, a criança deverá receber a comida amassada com garfo; • À medida que for crescendo, deve consumir alimentos picados em pedaços pequenos e, depois, maiores. Evite dar preparações líquidas e não usar liquidificador ou mixer. ❖ Consistência 1. Fruta raspada; 2. Fruta amassada; 3. Frutas em pedaços para serem pegas pelas mãos da criança; 4. Corte de frutas sem risco de sufocamento. E o AÇAÍ? Fruta muito comum no Norte do Brasil, comercializada em todo o país. É muito rico em diferentes vitaminas e minerais. Mas deve-se estar atento à origem do açaí, pois existe o risco de contaminação por barbeiros – hospedeiro do parasita que transmite a Doenças de Chagas. ❖ Por que oferecer frutas no lugar de sucos? ✓Ao mastigar a fruta, a criança exercita a musculatura da boca e do rosto e pode sentir a textura da fruta; ✓Se o suco for coado, há redução das fibras presentes nas frutas, as quais previnem a constipação intestinal; ✓Em geral, os sucos são adoçados com açúcar, e seu consumo está relacionado com o desenvolvimento de cáries e excesso de peso, entre outros problemas de saúde; ✓O consumo do suco próximo à refeição pode deixar a criança satisfeita e fazer com que ela diminua o consumo de outros alimentos e nutrientes; ✓Se a criança se habitua a consumir os sucos para matar sua sede, ela pode ter dificuldade de beber água pura. ❖ Por que oferecer frutas no lugar de sucos? ✓ Ao mastigar a fruta, a criança exercita a musculatura da boca e do rosto e pode sentir a textura da fruta; ✓ Se o suco for coado, há redução das fibras presentes nas frutas, as quais previnem a constipação intestinal; ✓ Em geral, os sucos são adoçados com açúcar, e seu consumo está relacionado com o desenvolvimento de cáries e excesso de peso, entre outros problemas de saúde; ✓ O consumo do suco próximo à refeição pode deixar a criança satisfeita e fazer com que ela diminua o consumo de outros alimentos e nutrientes; ✓ Se a criança se habitua a consumir os sucos para matar sua sede, ela pode ter dificuldade de beber água pura. Portanto, recomenda-se que não seja oferecido suco de fruta à criança menor de 1 ano, mesmo aquele feito somente com fruta. A partir dessa idade, pode-se dar um pouco de suco, desde que seja suco natural da fruta, sem açúcar e fazendo parte de uma refeição. Como a alimentação deve ser oferecida? Em ambiente prazeroso e sem distração; Oferecer alimentos in natura ou minimamente processados e apropriados para a idade da criança; Um prato bonito, colorido, cheiroso e saboroso motiva a criança a comer; Faça o possível para dedicar tempo e paciência aos momentos de refeição da criança; Procure interagir com a criança dizendo sempre qual alimento está comendo; Fique atento aos sinais de fome e saciedade. Não force a criança a comer. Ao alimentar a criança, evite dizer frases do tipo... “Se raspar o prato todo, vai ganhar sobremesa!” “Vou ficar tão triste se você não comer!” “Se você não comer, vou te bater!” “Por favor, só mais uma colherinha!” Alimentos por faixa etária IDADE TIPO DE ALIMENTO Até 6 meses Aleitamento materno exclusivo À partir de 6 meses Aleitamento materno (livre demanda) Papa de fruta ( manhã) Papa principal (almoço) Papa de fruta (tarde ) À partir de 7 meses Aleitamento materno (livre demanda) Papa de fruta ( manhã) Papa principal (almoço) Papa de fruta (tarde) Papa principal (jantar) À partir de 8 meses Aleitamento materno (livre demanda) Papa de fruta ( manhã) Papa principal (almoço) Papa de fruta (tarde) Papa principal (jantar) À partir de 12 meses Aleitamento materno (livre demanda) Fruta e /ou cereal Almoço Familiar Fruta e /ou cereal Jantar Familiar Fruta # é a Consistência Transição e Adaptação ❖ Exemplo de alimentação de uma criança de 6 meses de idade. ❖ Exemplo de alimentação de uma criança de 7 a 8 meses de idade. ❖ Exemplo de alimentação de uma criança entre 1 e 2 anos de idade. BLOCO 2 A quantidade de alimentos oferecidosaumenta com o tempo! ❖ Combinando e variando os alimentos por refeição... • É muito importante variar os alimentos nas refeições da criança menor de 2 anos. • As experiências com novos alimentos fazem com que ela passe a conhecer diversos sabores → Auxiliam na construção de uma alimentação adequada e saudável, com oferta de diferentes nutrientes, e contribuindo para a prevenção de deficiências nutricionais, como a anemia e a deficiência de vitamina A. ❖ Combinando e variando os alimentos por refeição... • Para garantir a variedade necessária de nutrientes para a criança, sempre que possível, monte o prato dela combinando um alimento de cada grupo: • Feijões/leguminosas; • Cereais ou raízes ou tubérculos; • Carnes ou ovos; • Legumes e verduras. ❖ Nem sempre a criança gosta do alimento na primeira vez... • A criança pode gostar na primeira vez ou precisar provar o alimento várias vezes até se familiarizar com ele. Se ela continuar sem aceitar, não desista. Deixe passar alguns dias e ofereça o alimento preparado de outras formas. Algumas crianças precisam provar mais de 8 vezes um alimento para gostar dele. Se esses alimentos estiverem presentes na refeição da família, fica mais fácil arrumar o prato da criança: basta colocar um pouquinho de cada um! ❖ Exemplo de Cardápio: Alguns pontos importantes! ❖ Parece leite, mas não é! • Muitos produtos vendidos como “alimento infantil” utilizam leite como ingrediente, mas são adicionados de açúcar e aditivos químicos. • Leites aromatizados, achocolatado de caixinha, bebidas lácteas adoçadas, iogurtes adoçados, com sabor e coloridos, iogurtes com mel e tipo petit suisse são bastante comuns na mesa das famílias brasileiras. • Esses são alimentos ultraprocessados e não devem ser oferecidos à criança. Parece carne, mas não é! Em muitos alimentos ultraprocessados, as carnes são usadas como ingrediente principal: hambúrguer, nuggets de frango, salsicha, salame, linguiça, presunto, mortadela, apresuntado, fiambre, patê, carnes e peixes empanados prontos para aquecimento e pratos elaborados prontos ou semi-prontos com carnes. Esses produtos contêm muitos aditivos químicos, sódio e gordura saturada. O consumo excessivo de gordura saturada tem sido relacionado às doenças do coração. Além disso, o consumo de qualquer quantidade de alimentos ultraprocessados feitos com carne está relacionado ao desenvolvimento de câncer. Portanto, como todo alimento ultraprocessado, não devem ser oferecidos à criança. ❖ Café com leite: • O café com leite é uma preparação que faz parte da cultura brasileira, porém seu uso não é recomendado à criança menor de 2 anos; • A cafeína presente no café, mate, chá preto, chocolate e refrigerantes à base de cola é estimulante, podendo deixar a criança agitada. ❖ Grupo das castanhas e nozes • Este grupo é composto por alimentos como: amêndoas, amendoim, avelã, castanhas de caju, castanha do Brasil, noz- pecã, pistache; • Esses alimentos são ricos em minerais, vitaminas, fibras, gorduras saudáveis e substâncias antioxidantes que previnem doenças; • Por sua consistência dura, podem causar engasgo e sufocamento, não sendo seguros para serem oferecidos inteiros à crianc ̧a→ No entanto, se triturados, podem ser usados como ingredientes de preparações culinárias, sem riscos à saúde da criança. Para matar a sede, ofereça água! Com frequência, mães, pais, familiares e demais cuidadoras e cuidadores oferecem suco naturais de fruta ou bebidas industrializadas, como refrescos, chás gelados ou refrigerantes, no lugar da água. Isso não é recomendável, pois acaba habituando a criança a matar a sede apenas com bebidas açucaradas e aumenta a chance de a criança apresentar excesso de peso e cárie dentária. E o ovo? • Durante muito tempo havia a recomendação de evitar carne de porco, peixe e clara de ovo na alimentação no primeiro ano de vida. No entanto, tal posicionamento foi superado, sendo liberada a oferta desses alimentos a partir dos 6 meses; • Estes alimentos podem ser preparados de diversas formas. Quando cozidos, refogados ou ensopados são melhores aceitos pela criança por ficarem mais molhados e fáceis de cortar; • Quanto ao peixe, o principal cuidado é retirar com atenção todas as espinhas; • Os ovos podem ser cozidos ou mexidos, usando um pouco de óleo. Açúcar NÃO deve ser oferecido à criança menor de 2 anos! Açúcar Nos dois primeiros anos de vida, não se deve adoçar frutas e bebidas com nenhum tipo de açúcar: branco, mascavo, cristal, demerara, açúcar de coco, melado ou rapadura; Também não devem ser oferecidas preparações que tenham açúcar como ingrediente, como bolos, doces, geleias e biscoitos doces. O açúcar também está presente em grande parte dos alimentos ultraprocessados. Este é um dos motivos pelos quais eles não devem ser dados; Não é recomendado usar adoçantes no lugar do açúcar, pois possuem substâncias químicas que não são adequadas a esta fase da vida. E o mel? Mel Apesar de o mel ser um produto natural, não é recomendado oferecer o alimento à criança menor de 2 anos. São dois os motivos: 1. O mel contém os mesmos componentes do açúcar, o que já justifica evitá-lo; 2. Risco de contaminação por uma bactéria associada ao botulismo. A criança menor de 1 ano é menos resistente a esta bactéria, podendo desenvolver essa grave doença, que causa paralisia de membros inferiores e interfere na respiração. INTRODUÇÃO ALIMENTAR DIFERENTES MÉTODOS DE INTRODUÇÃO ALIMENTAR! TRADICIONAL; BLH; PARTICIPATIVA. Tradicional • O método tradicional baseia-se na introdução gradual dos novos alimentos na rotina alimentar da criança com gerenciamento e supervisão dos pais ou cuidadores; • A orientação inicial envolve a oferta de preparações em forma de papas e purês (não liquidificadas), aumentando gradativamente a consistência e a variedade dos alimentos, adaptada conforme às necessidades e o desenvolvimento da habilidade de coordenação da mastigação e deglutição; • Os purês e papas são substituídos por alimentos picados, desfiados ou cortados em cubos pequenos, até chegar a dieta da família, devendo ocorrer em torno dos 12 meses de idade. BLW (Baby-Led Weaning) • Criado em 2008, pela enfermeira social inglesa, PhD. Gill Rapley, preconiza a introdução alimentar gradual e natural da alimentação complementar, propondo a auto- alimentação do bebê desde o início, isto é, sem auxílio/interferência dos pais ou cuidadores; • É uma abordagem multissensorial onde o bebê, com as próprias mãos, interage com formas, cores, sabores e texturas diferentes dos alimentos, gerando assim uma melhora no desenvolvimento motor e cognitivo; • Neste método, o bebê tem total autonomia, o que lhe dá todo o controle sobre a quantidade de alimento ingerido e o tempo de duração da refeição, criando assim o seu hábito alimentar. BLW ParticipATIVA • A abordagem participativa é uma proposta de introdução alimentar que nasceu da flexibilização do método BLW; • Essa abordagem une os conceitos das duas abordagens descritas anteriormente: tradicional e BLW; • A combinação da alimentação independente e alimentação assistida permite tanto a participação do bebê, pela oferta de alimentos sólidos, despertando o seu interesse pela comida, quanto o gerenciamento e supervisão dos pais na alimentação; • Embora exista a administração de algumas refeições pelos pais, como observado no método tradicional, o bebê não tem um papel passivo da alimentação na participativa. BLOCO 3 ALIMENTAÇÃO DE CRIANÇAS NÃO AMAMENTADAS! ❖ Existem situações em que a oferta de outro alimento, diferente do leite materno, pode ser necessária antes de 6 meses. • Algumas doenças, condições maternas ou condiçõesda criança e, ainda, alguns poucos e específicos medicamentos, que podem passar pelo leite e afetar a criança, impedem a prática da amamentação; • Crianças que perderam suas mães e/ou que estão em situação de adoção desde o início da vida; • Há mulheres que, por diferentes razões, não conseguem ou optam por não amamentar. ✓ Quando a criança não é amamentada, a primeira alternativa é oferecer a fórmula infantil, pois ela é um produto mais adequado ao organismo ainda imaturo da criança do que o leite de vaca integral. ❖ Existem situações em que a oferta de outro alimento, diferente do leite materno, pode ser necessária antes de 6 meses. • No entanto, pesquisas mostram que o leite mais utilizado no Brasil por crianças menores de 1 ano é o leite de vaca integral, em pó ou líquido, também identificado como de “caixa” ou “de saquinho”, por conta das embalagens; • Caso a família opte pelo leite de vaca integral, precisa ser modificado em casa antes de ser oferecido para crianças com idade inferior a 4 meses de vida. Vamos chamar essa preparação de leite de vaca modificado em casa. ❖ Existem situações em que a oferta de outro alimento, diferente do leite materno, pode ser necessária antes de 6 meses. • O leite de vaca não fornece para a criança todos os nutrientes de que ela precisa. As quantidades excessivas de proteínas, sódio, potássio e cloro do leite de vaca podem sobrecarregar os rins da criança nos primeiros meses de vida; • As proteínas deste leite têm digestão mais demorada, possui quantidades insuficientes de vitaminas A, D e C. Além disso, o ferro nele contido não é tão bem aproveitado pela criança quanto o do leite materno, podendo levar à anemia; • Pode ser utilizado para crianças conforme diluição orientada pelo profissional de saúde. ❖ Existem situações em que a oferta de outro alimento, diferente do leite materno, pode ser necessária antes de 6 meses. ✓ O leite desnatado e o leite semidesnatado não são indicados para crianças menores de 2 anos, porque possuem menor quantidade de gordura e ela é importante para o desenvolvimento neurológico da criança. ✓ A criança alimentada com leite de vaca modificado precisa receber suplementação de vitaminas e minerais, com a orientação de profissionais de saúde. Após 4 meses, não é preciso mais diluir o leite de vaca integral (líquido ou pó) e pode ser preparado de acordo com o recomendado no rótulo. Parece fórmula infantil ou leite de vaca integral, mas não é! ❖ Parece fórmula infantil ou leite de vaca integral, mas não é! • Atenção! Existem produtos chamados “compostos lácteos” que não devem ser confundidos com fórmulas infantis nem com leite de vaca integral. Eles são produzidos com uma mistura de leite (no mínimo 51%) e outros ingredientes lácteos ou não lácteos e costumam conter açúcar e aditivos alimentares; • Esses produtos não devem ser usados na alimentação de crianças menores de 1 ano, e não são indicados para crianças menores de 2 anos pela presença de açúcar e aditivos alimentares; • Eles não substituem o leite materno e nem as fórmulas infantis! PRINCIPAIS MICRO E MACRONUTRIENTES RECOMENDADOS PARA O DESENVOLVIMENTO NEUROSPICOMOTOR DAS CRIANÇAS DE 0 A 2 ANOS DE IDADE VITAMINAS E MINERAIS RECOMENDAÇÕES DE VITAMINAS E MINERAIS PARA LACTENTES • Administrar 1mg de vitamina K ao nascimento (profilaxia DHRN); • Administrar 400 UI/dia de vitamina D a todos os lactentes sem exposição regular ao sol. < 6 meses • Vitamina D; • Suplementação com Ferro; • Administrar vitamina A, na forma de megadoses, nas regiões de alta prevalência de hipovitaminose A. > 6 meses O que suplementar? Sociedade Brasileira de Pediatria VITAMINA D 400-800UI/dia FERRO Programa nacional de suplementação de Ferro Ministério da Saúde 2013 Fórmula infantil: não suplementar Ferro FERRO VITAMINA A Mega dose Vitamina A: Crianças 6 a 11meses: dose única de 100.000UI ou 200.000UI (áreas de risco); Crianças 12 a 59 meses: 1 dose de 200.000UI a cada 6 meses. Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 729, de 13/5/2005 RECOMENDAÇÕES DE GUIAS NUTRICIONAIS PARA SUPLEMENTAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS ÔMEGA-3 EM GESTANTES E CRIANÇAS * European Food Safety Authorithy (EFSA) 2010: EFSA final opinion: Adequate intakes DHA EFSA Journal 2010; 8(3):1461 ** I Consenso brasileiro de uso de ácidos graxos ômega 3: recomendações ABRAN, 2014 (Lactentes, Gestantes, Idosos). International Journal of Nutrology Ano 7 no 3 set 2014 DOZE PASSOS PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL DOZE PASSOS PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL 1 Amamentar até 2 anos ou mais, oferecendo somente o leite materno até 6 meses. 2 Oferecer outros alimentos, além do leite materno, a partir dos 6 meses. 3 Oferecer água própria para o consumo à criança em vez de sucos, refrigerantes e outras bebidas açucaradas. 4 Alimentar a criança com alimentos in natura e minimamente processados. 5 Oferecer a comida na consistência espessa quando a criança começar a comer outros alimentos além do leite materno. 6 Não oferecer açúcar à criança até 2 anos de idade. DOZE PASSOS PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL 7 Não oferecer alimentos ultraprocessados para a criança. 8 Cozinhar para a família e para a criança a mesma comida usando alimentos in natura e minimamente processados. 9 Zelar para que a hora da alimentação da criança seja um momento de experiências positivas, aprendizado e afeto. 10 Cuidar da higiene em todas as etapas da alimentação da criança. 11 Oferecer à criança alimentação adequada e saudável também fora de casa. 12 Proteger a criança da publicidade de alimentos. ❖ A saúde da criança é prioridade absoluta! • A gestação e os dois primeiros anos de vida são importantes para o pleno crescimento e desenvolvimento da criança e para a sua saúde, atual e futura; • As oportunidades e decisões tomadas a respeito do cuidado à saúde e da alimentação da criança neste momento repercutirão por toda vida. ❖ O ambiente familiar é espaço promotor da saúde! • Nos primeiros anos, as crianças passam grande parte do seu tempo em casa e este ambiente tem influência direta em sua saúde e nutrição; • O ambiente familiar deve proporcionar interações e fortalecer vínculos entre a criança e os demais membros da família, ser seguro e propiciar alimentação adequada e saudável; • As relações de afeto, a segurança e a nutrição são fundamentais para o desenvolvimento integral da criança. ❖ Os primeiros anos de vida são importantes para a formação dos hábitos alimentares! • A alimentação tem um papel além da nutrição; • Nos primeiros anos de vida, a variedade e a forma com que os alimentos são oferecidos influenciam a formação do gosto e a relação da criança com a alimentação; • A criança que come alimentos saudáveis e adequados quando pequena tem mais chances de se tornar uma pessoa adulta consciente e autônoma para fazer boas escolhas alimentares. ❖ O acesso a alimentos adequados e saudáveis e a informação de qualidade fortalece a autonomia das famílias! • Autonomia → direito e a capacidade de as famílias terem acesso, comprarem ou produzirem os alimentos que irão consumir. O acesso a informações confiáveis fortalece a autonomia das famílias e cuidadores para escolher alimentos de forma crítica e propor mudanças a respeito das práticas envolvidas na alimentação. ❖ Cuidar da criança é responsabilidade de todos! • Criar uma criança, alimentá-la e educá-la não são trabalhos de uma única pessoa, mas tarefa de todos que estão ligados, direta ou indiretamente, à criança: mães, pais, parceiros, avós, irmãos, professores, cuidadores e qualquer outra pessoa que conviva com ela; • A proteção da infância é responsabilidade detoda sociedade. O ato de amamentar deve ser apoiado e protegido por todos; • A criança deve ser protegida da publicidade, tanto de fórmulas infantis industrializadas e como dos demais produtos lácteos que desestimulam o aleitamento materno, quanto daquelas que estimulam o consumo de alimentos ricos em açúcar, sódio e gordura e o consumismo; • Este deve ser um compromisso compartilhado entre Estado e sociedade, incluindo empresas, organizações, família e educadores. Recomendação de Leitura ✓Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primaria à Saúde. Departamento de Promoção da Saúde. Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos. – Brasília : Ministério da Saúde, 2019. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/guia_da _crianca_2019.pdf ✓Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança : aleitamento materno e alimentação complementar. 2. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2015. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_alei tamento_materno_cab23.pdf http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/guia_da_crianca_2019.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_aleitamento_materno_cab23.pdf Obrigada!
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