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resumo livro vigiar e punir

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Michel Foucault divide seu livro “vigiar e punir” em quatro partes a saber, suplício, punição, disciplina e prisão. Na primeira parte o autor versa sobre o sistema de aplicação de penas no século XVIII, o Suplício que é explicado na página 36, “ pena corporal, dolorosa, mais ou menos atroz [dizia jaucoutr]; e acrescentava: é um fenômeno inexplicável a extensão da imaginação dos homens para barbárie e crueldade”, ele relata como essa pratica de punir foi chegando ao fim, como de um espetáculo promissor do soberano em demonstrar seu poder foi tomando conotação negativa, promissor porque o soberano exercia seu poder sobre o corpo do paciente, de maneira publica os piores tipos de “sanções” pelo delito praticado, essa pratica causava medo aos que viam a cena, de maneira clara era passado a consequência para quem viesse praticar algum ato semelhante, ao passo que a conotação negativa se dá através das incitações de violência no povo, se por um lado havia aceitação por outro repudio, o povo que deveria estar assistindo aquele espetáculo, muita das vezes aos ver os excessos sentia-se revoltosos, ao ver as declarações dos pacientes em cima do cadafalso, compartilhavam das ideias, ofensas que se diria aos juízes, carrascos e ao soberano, as vezes os malfeitores se tornavam heróis, isso fazia com que o poder do soberano se dividisse. Os pequenos crimes como os grandes sempre terminavam com mesma pena de suplicio, havia diferenciação nas classes sociais que influenciava na aplicação da pena como no caso que houve em paris em 1761 (página 62), onde uma criada que roubou um pedaço de tecido do seu senhor, foi condenada mesmo depois de restituir o bem, entretanto no dia da sua execução que seria por enforcamento, o povo revoltado invadiu o estabelecimento do patrão desta senhora que fora condenada.
A segunda parte do livro que se chama Punição, subdivide-se em ‘a punição generalizada’ e ‘a mitigação das penas’, Foucault trata de um momento na história que eu chamaria de “transitório”, momento este que sofreu uma grande influência iluminismo, traçado por reformadores, dentre eles Beccaria, Servan, Duport, Pastoret, o que levou a chamada Humanização das penas, haja visto que houve mudança nos crimes praticados, o autor chegar a falar em suavização dos crimes ante a suavização das leis, a expansão industrial mudou o cenário criminal, crimes praticados contra a propriedade tomaram mais notoriedade e afetando a economia, surge se a ideia que justiça deva punir ao invés de vingar, punir com um limite que alcance maior efeito com menos custo econômico, buscava-se uma nova Economia-Político no poder de punir, também surge a ideia de individualização das penas e presunção da inocência. O autor ressalta na pg. 89 que “o direito de punir se deslocou da vingança do soberano a defesa da sociedade”, essa defesa se deu através da semiotecnica que elenca regras fundamentais a saber: idealidade suficiente, efeitos colaterais, certeza perfeita, verdade comum, especificação ideal. Foucault traz ainda o desencorajamento da prática de um delito através de uma metodologia que atinja não só o corpo do paciente, mas alma, essa metodologia ou mecanismo traz a ideia “para quem sonha com o crime, a simples ideia do delito desperta o sinal do punitivo”, mostra os moldes de cadeias e reformatórios afim de reeducar os cometedores de delitos, “ no projeto dos juristas reformadores, a punição é um processo para requalificar os indivíduos como sujeito de direito” (pg. 129) a punição não seria uma expiação pelo crime cometido mais uma transformação.
A terceira parte trata da disciplina, no início do século XVII o soldado ideal era descrito como alguém que se reconhecia de longe de acordo com seus atributos físicos. Contudo, estas características mudaram em meados do século XVIII, em que o soldado passou a ser moldado e disciplinado, corrigindo-se a postura e hábitos. Tal disciplina procura a formação de indivíduos obedientes e úteis. Durante a época clássica descobriu-se o corpo como objeto e alvo de poder, pois o corpo podia ser modelado, manipulado, treinado de acordo com seus objetivos. O grande livro do homem-máquina foi escrito em dois registros bem distintos, embora simultaneamente, pois tratavam ora de submissão e utilização, ora de funcionamento e explicação. São eles: anátomo-metafísico e o outro tecno-político. I – Os corpos doceis: Entretanto, “O Homem-máquina” de La Mettrie é ao mesmo tempo uma redução materialista da alma e uma teoria geral do adestramento, no centro dos quais reina a noção de “docilidade” que une ao corpo analisável o corpo manipulável. É dócil um corpo que pode ser submetido, que pode ser utilizado, que pode ser transformado e
aperfeiçoado. A formação do corpo dócil é atribuída por Foucault através de quatro mecanismos descritos como: Arte da distribuição, o controle da atividade, a organização das gêneses e a composição das forças. A arte da distribuição refere-se à distribuição do espaço físico para observar o indivíduo todo o tempo, a disciplina procede em primeiro lugar à distribuição dos indivíduos no espaço, o controle da atividade consistia em controlar o tempo para evitar a ociosidade, a organização das gêneses referia-se aos estágios do conhecimento, através desta formação o homem desenvolvia, tornando-se útil e eficiente e por último a composição das forças em que os indivíduos de forma coletiva pudessem trabalhar, entre outras atividades. II – Recursos para um bom adestramento: O poder da disciplina que tem a função de adestrar, teria como meta a utilidade e inteligibilidade, portanto, criar corpos dóceis. E os três instrumentos imprescindíveis para o êxito são: O olhar hierárquico que eram técnicas de vigilância, a sanção normalizadora que consistia em um mecanismo específico para punir e o exame que é um tipo de vigilância que permite qualificar ou punir. III – O Panoptismo: O Panóptico de Bentham é a figura arquitetural com a seguinte composição: o princípio é conhecido na periferia uma construção em anel; no centro; uma torre; esta é vazada de largas janelas que se abrem sobre a face interna do anel; a construção periférica é dividida em celas, cada uma atravessando toda a espessura da construção. Basta então colocar um vigia na torre central, e em cada cela trancar um louco, um doente, um condenado, um operário ou um escolar.
A quarta parte trata da Prisão, I – Instituição Completas e Austeras: De acordo com Foucault a prisão já existia antes mesmo de ser utilizada como sistema de punição pelas leis penais, constituída fora do aparelho judiciário, gerida através de mecanismos que permitiam repartir os indivíduos, fixa-los e distribui-los espacialmente. Formar em torno do individuo um dispositivo completo de observação, registro e anotações. Por este motivo, o surgimento da prisão como método de transformação do indivíduo, era inevitável, mesmo que houvessem outros projetos reformadores, a prisão era a única considerada, seu modo de ação é a coação de uma educação total, transformando o indivíduo através do isolamento, em consequência, a “solidão” levava o indivíduo a reflexão de seus atos. II – Ilegalidade e Delinquência: No que se refere a lei, a detenção pode ser a privação da liberdade. O sistema carcerário une em uma mesma figura discursos e arquitetos, regulamentos coercitivos e proposições científicas, efeitos sociais reais e utopias invencíveis, programas para corrigir a delinquência e mecanismos que a solidificam. O modelo de correção das prisões não estava sendo aplicado de acordo com o esperado, a prisão era cercada por críticas e desconfianças, os infratores conviviam entre si, independente do grau de periculosidade, alguns infratores sofriam abusos e saiam ainda mais revoltados, e muitas vezes aqueles que se recuperavam ao sair da prisão, não encontravam oportunidades de viverem dignamente, e desta maneira muitas vezes retornavam à criminalidade. Neste sentido sempre haverá crimes e reincidências. III – O Carcerário: A formação do sistema carcerário francês é datada por Foucaultcomo 1840, tendo como marco a inauguração da Instituição Mettray para detenção de jovens infratores condenados. Neste local, a forma de disciplinar era mais intenso, com um modelo que concentrava todas as tecnologias coercitivas do comportamento. 
	O encarceramento como resultado tinha o espraiamento de poderes disciplinares no corpo social, recrutamento dos grandes delinquentes e produção destes, criação da legitimidade de punir e disciplinar, invenção de uma relação íntima entre natureza e lei, a norma, entre outras.
Foucault encerra o livro com um texto anônimo, afirmando que os mecanismos apresentados em Vigiar e Punir não são o funcionamento unitário de um aparelho (finalizado e vencedor), mas são estratégias postas em uma batalha que perdura até hoje.

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