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Material para TBL - Anatomia do sistema reprodutor masculino

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27
O Sistema Genital
Introdução 715
Organização do sistema genital 715
Anatomia do sistema genital masculino 715
Anatomia do sistema genital feminino 727
Envelhecimento e sistema genital 740
OBJETIVOS DO CAPÍTULO:
Descrever a função do sistema genital.1. 
Descrever e comparar a organização 2. 
geral dos sistemas genitais masculino 
e feminino.
Identificar e descrever a localização, a 3. 
anatomia macroscópica e as funções 
das principais estruturas do sistema 
genital masculino.
Descrever as características 4. 
histológicas das gônadas, dos ductos 
e das glândulas acessórias do sistema 
genital masculino.
Diferenciar espermatogênese 5. 
de espermiogênese e discutir o 
armazenamento e o transporte dos 
espermatozóides.
Discutir os componentes e as 6. 
propriedades do sêmen.
Diferenciar os processos fisiológicos 7. 
da ereção, emissão e ejaculação.
Identificar e descrever a localização, a 8. 
anatomia macroscópica e as funções 
das principais estruturas do sistema 
genital feminino.
Descrever as características 9. 
histológicas das gônadas, dos ductos 
e das glândulas acessórias do sistema 
genital feminino.
Descrever as alterações do 10. 
endométrio que acompanham o ciclo 
uterino.
Discutir a oogênese e a ovulação e 11. 
descrever o trajeto dos oócitos após a 
ovulação.
Descrever os ciclos ovariano e uterino 12. 
e identificar os hormônios que 
regulam e coordenam esses ciclos.
Descrever a anatomia macroscópica e 13. 
a histologia das glândulas mamárias.
Descrever as modificações 14. 
anatômicas e hormonais que 
acompanham a gravidez.
Comparar as modificações relativas ao 15. 
envelhecimento nos sistemas genitais 
masculino e feminino.
CAPÍTULO 27 • O Sistema Genital 715
A expectativa de vida média de um ser humano pode ser medida em déca-
das, porém a espécie humana tem sobrevivido por milhões de anos graças 
à atividade do sistema genital. O sistema genital humano produz, arma-
zena, nutre e transporta as células reprodutoras funcionais masculinas e 
femininas, ou gametas. A combinação do material genético fornecido por 
um espermatozóide do pai e um óvulo imaturo da mãe ocorre logo após 
a fertilização, ou concepção. A fertilização produz o zigoto, uma única 
célula cujo crescimento, desenvolvimento e divisões repetidas gerarão, em 
aproximadamente nove meses, uma criança que crescerá e amadurece-
rá como parte integrante da próxima geração. O sistema genital também 
produz hormônios sexuais que alteram a estrutura e a função de outros 
sistemas.
Este capítulo irá descrever as estruturas e os mecanismos envolvidos 
na produção e manutenção dos gametas e, nas mulheres, no desenvol-
vimento e na manutenção do embrião e do feto. O Capítulo 28, último 
capítulo do livro, inicia-se na fertilização e considerará o processo de de-
senvolvimento.
Organização do sistema genital
O sistema genital inclui:
Órgãos genitais internos ! , as gônadas, que produzem gametas e 
hormônios.
Um trato genital composto de ductos que recebem, armazenam e !
transportam os gametas.
Glândulas e órgãos acessórios que secretam líquidos nos ductos do !
sistema genital ou em outros ductos excretores.
Órgãos genitais externos ! , estruturas do períneo que pertencem 
ao sistema genital.
Funcionalmente, os sistemas genitais masculino e feminino são bastan-
te diferentes. No homem adulto, as gônadas, denominadas testículos, secre-
tam os hormônios sexuais conhecidos como andrógenos, principalmente a 
testosterona, e produzem meio bilhão de espermatozóides por dia. l pág. 
520 Após o armazenamento, os espermatozóides maduros fazem trajeto ao 
longo de um comprido sistema de ductos, onde são misturados com as se-
creções das glândulas acessórias, formando uma mistura conhecida como 
sêmen (esperma). Durante a ejaculação, o sêmen é expelido do corpo.
Na mulher adulta, as gônadas, ovários, tipicamente produzem ape-
nas um gameta imaturo por mês, o oócito. O oócito percorre as curtas 
tubas uterinas (“oviductos”) que se abrem no interior do útero, um órgão 
muscular. Uma curta via de acesso, a vagina, conecta o útero ao ambiente 
externo. Durante o ato sexual, a ejaculação introduz o sêmen na vagina, e 
os espermatozóides podem ascender no interior do trato genital feminino, 
onde podem encontrar o oócito e iniciar o processo de fertilização.
Anatomia do sistema genital 
masculino [Figura 27.1]
As principais estruturas do sistema genital masculino são mostradas na 
Figura 27.1. Os espermatozóides deixam os testículos e fazem trajeto ao 
longo de um sistema de ductos que inclui o epidídimo, o ducto deferente, o 
ducto ejaculatório e a uretra, antes de serem expelidos do corpo. Os órgãos 
acessórios, principalmente as glândulas seminais, a próstata e as glândulas 
bulbouretrais secretam para o interior dos ductos ejaculatórios e da uretra. 
Os órgãos genitais masculinos externos incluem o escroto, que contém os 
testículos, e o pênis, um órgão erétil através do qual faz trajeto a parte 
esponjosa da uretra.
Os testículos [Figuras 27.1/27.3]
Cada testículo apresenta a conformação de um ovo achatado, com aproxi-
madamente 5 cm de comprimento, 3 cm de largura e 2,5 cm de espessura, 
pesando entre 10 e 15 g. Os testículos são sustentados no interior do es-
croto, uma bolsa de pele suspensa, localizada inferiormente ao períneo e 
anteriormente ao ânus. Observe a localização e a relação dos testículos em 
secção sagital (Figura 27.1) e em secção frontal (Figura 27.3).
Descida dos testículos [Figura 27.2]
Durante o desenvolvimento, os testículos formam-se no interior da ca-
vidade do corpo, adjacentes aos rins. As posições relativas destes órgãos 
se modificam ao longo do crescimento do feto, resultando em um mo-
vimento gradual dos testículos no sentido ínfero-anterior, em direção à 
parede abdominal anterior. O gubernáculo do testículo é um cordão de 
tecido conectivo e fibras musculares que se estende do pólo inferior de 
cada testículo até a parede posterior de uma pequena bolsa do peritônio, 
inferiormente. Durante o crescimento, os gubernáculos não se alongam 
e os testículos são mantidos em posição (Figura 27.2). Durante o séti-
mo mês do desenvolvimento, (1) o crescimento continua em velocidade 
acelerada e (2) os hormônios circulantes estimulam a contração do gu-
bernáculo do testículo. No decurso deste período, a posição relativa dos 
testículos sofre mais alterações, e eles atravessam a parede muscular do 
abdome acompanhados por pequenas bolsas de peritônio. Este processo é 
conhecido como descenso (descida) dos testículos.
À medida que se movem através da parede do corpo, cada testículo é 
acompanhado pelo ducto deferente, vasos sangüíneos testiculares, nervos 
e vasos linfáticos. Uma vez que os testículos tenham descido, os ductos, 
nervos e vasos sangüíneos e linfáticos permanecem agrupados em um fei-
xe, constituindo os funículos espermáticos.
Os funículos espermáticos [Figura 27.3]
Os funículos espermáticos consistem em camadas de fáscias (tecido co-
nectivo resistente) e músculos envolvendo os ductos deferentes, vasos san-
güíneos, nervos e vasos linfáticos que suprem os testículos. Cada funícu-
lo espermático inicia-se no anel inguinal profundo, estende-se através do 
canal inguinal, emerge pelo anel inguinal superficial e desce aos testículos 
no interior do escroto (Figura 27.3). Os funículos espermáticos formam-
se durante a descida dos testículos. Cada funículo espermático contém o 
ducto deferente, a artéria testicular, o plexo pampiniforme (pampinus, 
gavinha, cacho + forma, aspecto, formato) da veia testicular e os nervos 
ilioinguinal e genitofemoral do plexo lombar. l págs. 378, 590
Os estreitos canais que ligam as cavidades do escroto à cavidade peri-
toneal são denominados canais inguinais. Estas vias de acesso geralmen-
te se fecham, mas a persistência dos funículos espermáticos cria pontos 
frágeis na parede abdominal que permanecem por toda a vida. Como re-
sultado, as hérnias inguinais, discutidas no Capítulo 10, são relativamente 
comuns em homens. l pág. 281 Nas mulheres, os canaisinguinais são 
pequenos e contêm apenas os nervos ilioinguinais e os ligamentos redon-
dos do útero. A parede abdominal é praticamente intacta, e as hérnias in-
guinais são raras nas mulheres.
O escroto e a posição dos testículos [Figuras 27.3/27.4a] O escroto é 
dividido internamente em duas câmaras separadas. A divisão entre elas é 
marcada externamente por uma saliência espessada na superfície do es-
croto, uma continuação da rafe do períneo, que se estende desde o ânus e 
percorre a linha mediana do períneo, e se continua ao longo da superfície 
do escroto e do pênis (Figuras 27.3 e 27.4a). Cada testículo ocupa um 
compartimento individualizado, ou cavidade do escroto, com um estrei-
to espaço que separa a superfície interna do escroto da superfície externa 
do testículo. A túnica vaginal é uma túnica serosa que recobre a superfí-
716 O SISTEMA GENITAL
Sínfise púbica
Uretra, parte prostática
Uretra, parte esponjosa
Pênis
Óstio externo da uretra
Escroto
Reto
Óstio interno da uretra
Próstata
Uretra, parte prostática
Ducto ejaculatório
Uretra, parte esponjosa
Uretra, parte membranácea
Músculo
bulboesponjoso
Ducto deferente
Escroto
Colo sigmóide
Músculo reto do abdome
Bexiga urinária
Sínfise púbica
Pênis
Corpo cavernoso
 do pênis
Epidídimo
Testículo
Uretra, parte
esponjosa e corpo
esponjoso do pênis
Bexiga urinária
Ureter
Reto
Glândula seminal
Próstata
Ducto ejaculatório
Ânus
Glândula bulbouretralDucto deferente
Epidídimo
Testículo
Corpo cavernoso do pênis
Corpo esponjoso do pênis
Figura 27.1 O sistema genital masculino, parte I.
Sistema genital masculino em secção sagital. A vista diagramática, mostrando vários órgãos intactos no lado esquerdo, auxilia a interpretação da secção do cadáver.
CAPÍTULO 27 • O Sistema Genital 717
Ligamento
diafragmático*
Rins em
desenvolvimento
Gubernáculo
do testículo
Ducto
mesonéfrico
Rim
Testículo
Epidídimo
Epidídimo
Testículo
Bexiga urinária
Ureter
Ducto deferente
Epidídimo
Testículo
Gubernáculo
do testículo
Anel inguinal
super!cial
Artéria e veia
testiculares 
Artéria e veia
testiculares
Gônadas
Cavidade do
escroto (aberta)
revestida pela
túnica vaginal
2 meses
3 meses
4 meses
7 meses
Ligamento
diafragmático
Bexiga urinária
Escroto
(aberto)
Ureter
Nascimento
Funículo
espermático
Sínfise
púbica
5 mm
Escroto
Nascimento
Testículo
Peritônio parietal
5 mm
Testículo
Colo sigmóide
2 meses
Gubernáculo
do testículo
3 meses
Cordão
umbilical
5 mmPênis
(b) Descenso (descida) dos testículos, vista anterior
(a) Descida dos testículos, vista lateral
cie externa de cada testículo e reveste a cavidade do escroto, reduzindo o 
atrito entre as superfícies opostas.
O escroto é composto de uma delgada camada de pele e da tela sub-
cutânea subjacente. A derme do escroto contém uma camada de múscu-
lo liso, o músculo dartos. Sua contração tônica causa os característicos 
enrugamentos na superfície do escroto e contribui para a elevação dos 
testículos. Uma camada de músculo esquelético, o músculo cremaster, 
situa-se mais profundamente à derme. A contração do cremaster tensiona 
o escroto e traciona os testículos na direção do corpo. Estas contrações são 
controladas pelo reflexo cremastérico. A contração ocorre durante a excita-
ção sexual e em resposta a mudanças na temperatura. O desenvolvimento 
normal dos espermatozóides nos testículos depende da manutenção de 
temperaturas por volta de 1,1ºC mais baixas do que a temperatura cor-
poral. O músculo cremaster afasta ou aproxima os testículos em relação 
à parede do corpo, conforme necessário, para manter a temperatura tes-
ticular nestes níveis. Quando a temperatura ambiente ou a temperatu-
ra corporal aumentam, o músculo cremaster é relaxado, produzindo o 
Figura 27.2 O descenso (descida) dos testículos.
(a) Vistas seccionais diagramáticas. Observe a escala de referência à direita de 
cada imagem. (b) Vistas anteriores do abdome aberto em estágios representati-
vos do processo de descida dos testículos.
* N. de R.T. O ligamento diafragmático, também chamado de “ligamento diafragmático do 
mesonefro” ou “mesentério urogenital”, corresponde à parte cranial da crista gonadal que 
se estende do mesonefro ao diafragma. Nas mulheres, torna-se posteriormente o ligamento 
suspensor do ovário. Nos homens, durante os primeiros meses de gestação, transforma-se 
no ligamento suspensor da gônada. Em relação às partes média e caudal da crista gonadal, 
produzem o ovário e incorporam-se ao ligamento próprio do ovário, respectivamente.
718 O SISTEMA GENITAL
afastamento dos testículos em relação à parede do corpo. Inversamente, o 
resfriamento do escroto (o que ocorre, por exemplo, ao se entrar em uma 
piscina fria) deflagra o reflexo cremastérico – contrações do músculo cre-
master tracionam os testículos na direção da parede do corpo, evitando a 
queda da temperatura testicular.
O escroto é ricamente suprido por nervos sensitivos e motores do ple-
xo hipogástrico e ramos dos nervos ilioinguinais, genitofemorais e pudendos. 
l pág. 378 O suprimento vascular do escroto inclui as artérias puden-
das internas (ramos das artérias ilíacas internas), as artérias pudendas 
externas (ramos das artérias femorais) e as artérias cremastéricas, ramos 
das artérias epigástricas inferiores (ramos das artérias ilíacas externas). 
l pág. 591 A identificação e a distribuição das veias acompanham a no-
menclatura e a distribuição das artérias.
Estrutura dos testículos [Figura 27.4]
A túnica albugínea é uma densa camada fibrosa que envolve os testículos 
e é coberta pela túnica vaginal. Esta cápsula fibrosa é rica em fibras coláge-
nas que são contínuas com aquelas que circundam o epidídimo adjacente. 
As fibras colágenas da túnica albugínea também se estendem para o in-
terior dos testículos, formando divisões fibrosas, ou septos (Figura 27.4). 
Esses septos convergem em direção ao mediastino do testículo. O me-
diastino sustenta os vasos sangüíneos e linfáticos que suprem os testículos 
e os ductos que coletam e transportam os espermatozóides para o interior 
do epidídimo.
Histologia dos testículos [Figuras 27.4/27.5c,d/27.7a]
Os septos separam os testículos em compartimentos denominados lóbu-
los do testículo. Cerca de 800 túbulos seminíferos contorcidos delica-
dos e firmemente enovelados estão distribuídos nos lóbulos (Figura 27.4). 
Cada túbulo mede aproximadamente 80 cm de comprimento; um testícu-
lo típico contém aproximadamente 920 m de túbulos seminíferos contor-
cidos. A produção de espermatozóides ocorre no interior desses túbulos.
Cada túbulo seminífero contorcido apresenta formato em U e é conecta-
do a um único túbulo seminífero reto que entra no mediastino do testículo 
(Figuras 27.4a e 27.7a). No interior do mediastino, os túbulos seminíferos 
retos são intensamente interconectados, formando um labirinto de vias de 
passagem conhecidas como rede do testículo. Quinze a vinte grandes dúc-
tulos eferentes do testículo conectam a rede do testículo ao epidídimo.
Como os túbulos seminíferos contorcidos são compactamente enove-
lados, as preparações histológicas muitas vezes os apresentam em secção 
transversal. Uma delicada cápsula envolve cada túbulo, e tecido conectivo 
frouxo preenche os espaços externos entre os túbulos. Nesses espaços situ-
am-se numerosos vasos sangüíneos e grandes células intersticiais (células 
intersticiais de Leydig) (Figura 27.5c,d). As células intersticiais produzem 
os hormônios sexuais masculinos, denominados andrógenos. l pág. 520 
A testosterona é o andrógeno mais importante e atua (1) na estimulação 
da espermatogênese; (2) na estimulação da maturação física e funcional 
dos espermatozóides; (3) na manutenção dos órgãos acessórios do sistema 
genital masculino; (4) no desenvolvimento e na maturação dos caracteres 
sexuais secundários, como distribuição de pêlos faciais e de tecido adiposo, 
massa muscular e dimensão total do corpo; (5) na estimulação do cresci-
mento e metabolismo de todo o corpo; e (6) na estimulaçãodo desenvolvi-
mento do encéfalo pela influência do comportamento e instinto sexuais.
Espermatogênese e meiose [Figura 27.5]
As células espermáticas, ou espermatozóides, são produzidas no processo 
de espermatogênese. A espermatogênese se inicia na camada celular mais 
externa dos túbulos seminíferos contorcidos. As células-tronco, denomi-
nadas espermatogônias, formam-se durante o desenvolvimento embrio-
nário, mas permanecem dormentes até a puberdade. Com o início da ma-
Funículo
espermático
Artéria testicular
Veia testicular
Ligamento inguinal
Anel inguinal
super!cial
Septo do escroto
Músculo cremaster
e fáscia
cremastérica
Músculo dartos
Fáscia espermática
externa
Rafe do períneo
Pele do escroto
(seccionada)
Testículo (revestido pela
lâmina visceral da
túnica vaginal)
Epidídimo
Cavidade do escroto
Plexo
pampiniforme
Ducto deferente
Artéria do ducto
deferente
Nervo
genitofemoral
Artéria testicular
Funículo espermático
Canal
inguinal
Bexiga
urinária Pênis
Lâmina parietal da túnica
vaginal (revestimento interno
do músculo cremaster)
Figura 27.3 O sistema genital masculino, parte II.
Vista diagramática anterior das gônadas, dos órgãos genitais externos e das estruturas associadas no homem.
CAPÍTULO 27 • O Sistema Genital 719
turação sexual, as espermatogônias dividem-se continuamente ao longo de 
todos os anos reprodutivos do indivíduo. A cada divisão, uma das células-
filhas permanece na camada mais externa do túbulo seminífero contorcido 
como célula-tronco indiferenciada, enquanto a outra célula é propelida na 
direção da cavidade (luz). Esta célula se diferencia em um espermatócito 
primário que se prepara para iniciar a meiose, uma forma de divisão ce-
lular que produz gametas contendo a metade do número normal de cro-
mossomos. Os gametas são denominados haplóides (haplo, único) porque 
contêm apenas um dos membros de cada par de cromossomos.
A meiose é uma forma especial de divisão celular capaz de gerar ga-
metas. A mitose e a meiose diferem significativamente no que diz respeito 
aos seus eventos nucleares. Na mitose, uma divisão simples produz duas 
células-filhas idênticas, cada uma contendo 23 pares de cromossomos. Na 
meiose, duas divisões produzem quatro gametas haplóides, diferentes, 
cada um contendo 23 cromossomos individuais.
Nos testículos, a primeira etapa na meiose é a divisão de um esperma-
tócito primário para gerar um par de espermatócitos secundários. Cada 
espermatócito secundário se divide para produzir um par de espermá-
tides. Assim sendo, para cada espermatócito primário que sofre meiose, 
quatro espermátides são produzidas (Figura 27.5a,b). Espermatogônias, 
espermatócitos submetidos à meiose e espermátides estão representados 
na Figura 27.5c,d.
A espermatogênese é estimulada diretamente pela testosterona e 
estimulada indiretamente pelo HFE (FSH/hormônio folículo-estimu-
lante), conforme detalhado resumidamente. A testosterona é produ-
zida pelas células intersticiais dos testículos em resposta ao HL (LH/
hormônio luteinizante). l pág. 520
Espermiogênese [Figura 27.5b-d]
Cada espermátide diferencia-se em um único espermatozóide maduro, 
ou célula espermática, por meio de um processo de maturação denomina-
do espermiogênese (Figura 27.5b-d). Durante a espermiogênese, as es-
permátides estão embebidas no citoplasma de grandes células de Sertoli. 
As células de Sertoli são fixas à lâmina basal pela cápsula do túbulo e se 
estendem em direção à sua luz, por entre os espermatócitos em processo 
de meiose. Durante a espermiogênese, as espermátides gradualmente de-
senvolvem a aparência de espermatozóide maduro. Na espermiação, um 
espermatozóide destaca-se das células de Sertoli e penetra na luz do túbu-
lo seminífero contorcido. Esse processo marca o final da espermiogênese. 
O processo completo, desde a divisão da espermatogônia até a espermia-
ção, leva aproximadamente nove semanas.
Células de Sertoli [Figura 27.5c,d]
As células de Sertoli apresentam cinco funções importantes:
Manutenção da barreira hematotesticular1. : Os túbulos seminíferos es-
tão isolados da circulação geral pela barreira hematotesticular (Fi-
gura 27.5c,d), comparável à barreira hematoencefálica. l pág. 391 
Junções oclusivas entre as células de Sertoli isolam o “compartimento 
luminal” dos túbulos seminíferos do líquido intersticial circundante. 
O transporte de materiais através das células de Sertoli é rigidamente 
regulado, de tal modo que os espermatócitos e as espermátides per-
manecem muito estáveis. A luz de um túbulo seminífero contém um 
líquido bastante diferente do líquido intersticial; este líquido tubular 
é rico em andrógenos, estrógenos, potássio e aminoácidos. A barreira 
hematotesticular é essencial na preservação destas diferenças. Além 
disso, os espermatozóides em desenvolvimento contêm antígenos es-
pecíficos em suas membranas celulares. Esses antígenos (ausentes nas 
membranas celulares somáticas) seriam atacados pelo sistema imu-
nológico caso a barreira hematotesticular não evitasse sua detecção.
Manutenção da espermatogênese:2. A espermatogênese depende do estí-
mulo das células de Sertoli pelo HFE e pela testosterona. As células de 
Sertoli estimuladas mantêm a divisão da espermatogônia e as divisões 
meióticas dos espermatócitos.
Manutenção da espermiogênese:3. A espermiogênese requer a presença 
das células de Sertoli. Essas células circundam e envolvem as esper-
mátides, fornecendo nutrientes e estímulos químicos que promovem 
seu desenvolvimento.
Cavidade do escroto
Túnica albugínea
Túnica vaginal
Ducto deferente
(b)
Epidídimo
Pele
Músculo dartos
Rede do
testículo
Túbulos
seminíferos
contorcidos
Séptulos
do testículo
Rafe do períneo
Lóbulo do testículo
Séptulos do testículo
Escroto
(a)
Tela subcutânea
Dúctulos eferentes do testículo
Músculo cremaster
ML ! 26
Túbulos
seminíferos
retos
Mediastino do testículo
Figura 27.4 Estrutura dos testículos.
(a) Secção horizontal diagramática mostrando as relações anatômicas dos testículos nas cavidades do escroto. Os tecidos conectivos que circundam os túbulos semi-
níferos e a rede do testículo não estão representados. (b) Visão histológica geral dos séptulos do testículo que separam os túbulos seminíferos. (ML x 26)
720 O SISTEMA GENITAL
Células
intersticiais
Espermatogônias
Espermatócitos
em divisão
Espermátides
Cavidade
(luz)Cabeças de
espermatozóides em
amadurecimento
Cápsula
de tecido
conectivo
Células de Sertoli
Túbulos seminíferos
contorcidos contendo
espermatozóides
Túbulos seminíferos
contorcidos contendo
espermátides maduras
Túbulos seminíferos
contorcidos contendo
espermátides jovens
(a) Túbulos seminíferos contorcidos
(c) Túbulo seminífero contorcido
“Compartimento luminal”
(d) Parede de um túbulo seminífero contorcido
Espermátides
completando
a espermatogênese
Espermiogênese inicial
Espermátides iniciando
a espermiogênese
Células
de Sertoli
Espermatócito
secundário
Espermatogônia
Capilares
Fibrócito
Cápsula
de tecido
conectivo
Células
intersticiais
Nível da barreira 
hematotesticular
“Compartimento
basal”
Espermatócito
secundário na meiose II
Espermatócito
primário
preparando-se
para a 
meiose I
ML ! 983
(b) Produção de espermatozóides
Tétrade
Sinapse e formação
da tétrade
MITOSE da
espermatogônia
(diplóide)
MEIOSE I
MEIOSE II
Espermatócitos
secundários
Espermátides
(haplóides)
ESPERMIOGÊNESE 
(maturação física)
Células
espermáticas
(haplóides)
Espermatócito primário
Espermatócito primário
(diplóide)
Replicação do DNA
ESPERMATOGÊNESE
LUZ
Figura 27.5 Histologia dos túbulos seminíferos contorcidos.
(a) Túbulos seminíferos contorcidos, vista seccional. (b) Meiose nos testículos mostrando os destinos de três cromossomos representativos. (c) Espermatogênese no 
interior de um segmento do túbulo seminífero contorcido. (d) A barreira hematotesticular e a estrutura da parede de um túbulo seminífero contorcido.
CAPÍTULO 27 • O Sistema Genital 721
Secreção de inibina: 4. As células de Sertoli secretam um hormôniode-
nominado inibina. A inibina deprime a produção hipofisária do hor-
mônio folículo-estimulante (HFE/FSH) e do hormônio liberador de 
gonadotrofinas (HLG/GnRH). l pág. 521 Quanto mais rápida a pro-
dução de espermatozóides, maior a quantidade de inibina secretada.
Secreção de proteína fixadora de andrógeno:5. A proteína fixadora de 
andrógeno (PFA) mantém os andrógenos (principalmente a testos-
terona) no conteúdo líquido dos túbulos seminíferos. Essa proteína 
é considerada importante para a elevação da concentração dos an-
drógenos no interior dos túbulos seminíferos e para a estimulação da 
espermiogênese.
Anatomia do espermatozóide [Figura 27.6]
Existem três regiões diferentes em cada espermatozóide: cabeça, peça in-
termediária e cauda (Figura 27.6).
A ! cabeça é uma estrutura de formato ovalado e planificado que 
contém cromossomos densamente compactados. A extremidade 
contém o acrossomo, um compartimento vesicular limitado por 
membrana contendo enzimas envolvidas nas primeiras etapas da 
fertilização.
Um ! colo curto liga a cabeça à peça intermediária. O colo con-
tém os dois centríolos da espermátide original. Os microtúbulos 
do centríolo distal são contínuos aos da peça intermediária e da 
cauda. Dispostas em espiral ao redor dos microtúbulos estão mi-
tocôndrias que fornecem a energia necessária para o movimento 
da cauda.
A ! cauda é o único exemplo de flagelo no corpo humano. l pág. 
38 Um flagelo movimenta a célula de um lugar para outro. Ao 
contrário dos cílios, cujo movimento é ondulatório e previsível, o 
flagelo de um espermatozóide apresenta um complexo movimento 
espiralado e rotacional. Os microtúbulos do flagelo são circunda-
dos por uma bainha fibrosa densa.
Diferentemente de outras células especializadas, o espermatozóide 
maduro não apresenta retículo endoplasmático, aparelho de Golgi, lisos-
somos, peroxissomos, inclusões e várias outras estruturas intracelulares. 
Como a célula não contém glicogênio ou outras reservas de energia, a ab-
sorção de nutrientes (sobretudo frutose) é feita necessariamente a partir 
do líquido circundante.
(b) Espermatozóides MEV ! 1.688
Fibras
densas
Microtúbulos
(a) Espermiogênese
Mitocôndria
Espermátide
(semana 1)
Espermatozóide
(semana 5)
Aparelho
de Golgi
Vesícula do
acrossomo
Núcleo
Acrossomo
Núcleo
Acrossomo
Cauda (55 µm)
Peça intermediária
(5 µm)
Colo (1 µm)
Cabeça (5 µm)
Mitocôndrias
em disposição
espiralada
Centríolo
Núcleo
Acrossomo
Citoplasma
eliminado
Bainha !brosa
do "agelo
Figura 27.6 Espermiogênese e histologia do espermatozóide.
(a) Diferenciação de uma espermátide em um espermatozóide. (b) Histologia de 
espermatozóides humanos.
722 O SISTEMA GENITAL
REVISÃO DOS CONCEITOS
Que estruturas formam o funículo espermático?1. 
Por que as hérnias inguinais são relativamente comuns nos homens?2. 
Explique por que a localização dos testículos (fora da cavidade peritoneal) é 3. 
importante para a produção de espermatozóides viáveis?
Qual é a função da barreira hematotesticular?4. 
Veja a seção de Respostas na parte final do livro.
O trato genital masculino
Os testículos produzem espermatozóides fisicamente maduros que ainda 
não são capazes de fertilização porque ainda não são móveis. As outras 
regiões do trato genital masculino estão envolvidas com maturação fun-
cional, nutrição, armazenamento e transporte de espermatozóides.
O epidídimo [Figuras 27.1/27.3/27.4/27.7]
Ao final do seu desenvolvimento, os espermatozóides desprendem-se das 
células de Sertoli e libertam-se no interior do túbulo seminífero contorci-
do. Embora apresentem a maioria das características das células maduras 
do esperma, são funcionalmente imaturos e incapazes de locomoção co-
ordenada ou de fertilização. Correntes de líquido então transportam os 
espermatozóides ao longo dos túbulos seminíferos retos, pela rede do tes-
tículo (Figura 27.7a) e para o interior do epidídimo. A luz do epidídimo é 
revestida por um epitélio colunar pseudo-estratificado diferenciado com 
longos estereocílios (Figura 27.7b,c).
O epidídimo situa-se ao longo da margem posterior do testículo (Fi-
guras 27.1, pág. 716, 27.3, pág. 718, 27.4, pág. 719, e 27.7a). Apresenta 
uma consistência firme e pode ser palpado sob a pele do escroto. O epidí-
dimo consiste em um túbulo com aproximadamente 7 m de comprimen-
to, enovelado e retorcido de modo a ocupar muito pouco espaço; apresen-
ta uma cabeça, um corpo e uma cauda.
A ! cabeça (superior) recebe espermatozóides advindos dos dúctu-
los eferentes do testículo, no mediastino do testículo.
O ! corpo inicia-se distalmente ao último dúctulo eferente do testí-
culo e estende-se inferiormente ao longo da margem posterior do 
testículo.
Nas proximidades do pólo inferior do testículo, o número de cir- !
cunvoluções diminui, marcando o início da cauda. A cauda inverte 
a direção e, à medida que ascende, o epitélio tubular se modifica; os 
estereocílios desaparecem e o epitélio torna-se indiferenciável em 
relação ao epitélio do ducto deferente. A cauda do epidídimo é a 
principal região envolvida no armazenamento de espermatozóides.
O epidídimo apresenta três funções principais:
Monitora e ajusta a composição do líquido produzido pelos túbulos se-1. 
miníferos: O epitélio colunar pseudo-estratificado que reveste o epi-
dídimo apresenta estereocílios diferenciados (Figura 27.7b,c) que au-
mentam a área de superfície disponível para absorção e secreção no 
líquido tubular.
Atua2. como um centro de reciclagem para espermatozóides danificados: 
Fragmentos celulares e espermatozóides danificados são absorvidos, e 
os produtos da quebra enzimática são liberados no líquido intersticial 
circundante para serem coletados pela circulação local do epidídimo.
Armazena espermatozóides e facilita sua maturação funcional:3. Apro-
ximadamente duas semanas são necessárias para que os esperma-
tozóides passem pelo epidídimo, período em que completam sua 
maturação em ambiente protegido. Embora já estejam maduros ao 
deixar o epidídimo, os espermatozóides permanecem imóveis. Para 
tornarem-se ativos, móveis e plenamente funcionais, os espermato-
zóides precisam passar por um processo de capacitação. Esse pro-
cesso ocorre normalmente em duas fases: (1) os espermatozóides 
tornam-se móveis quando misturados às secreções das glândulas se-
minais; e (2) tornam-se capazes de fertilização bem-sucedida quando 
a permeabilidade de seu plasmalema se altera em função da exposição 
às condições no interior do trato genital feminino. Enquanto perma-
necem no trato genital masculino, uma secreção do epidídimo evita a 
capacitação prematura dos espermatozóides.
O transporte ao longo do epidídimo envolve uma combinação de 
movimentação do líquido e contrações peristálticas do músculo liso, até 
que os espermatozóides finalmente deixem a cauda do epidídimo e en-
trem no ducto deferente.
O ducto deferente [Figuras 27.1/27.3/27.7a/27.8a,b]
O ducto deferente apresenta entre 40 e 45 cm de comprimento; origina-
se na terminação da cauda do epidídimo (Figura 27.7a) e ascende através 
do canal inguinal, como parte do funículo espermático, para o interior 
da cavidade abdominopélvica (Figura 27.3). Na cavidade abdominopél-
vica, o ducto deferente passa posteriormente, curvando-se inferiormente, 
ao longo da superfície lateral da bexiga urinária, em direção à margem 
súpero-posterior da próstata (Figura 27.1). Pouco antes de atingir a prós-
tata, o ducto deferente expande-se e esta região dilatada é conhecida como 
ampola do ducto deferente (Figura 27.8a).
A parede do ducto deferente contém uma camada espessa de mús-
culo liso (Figura 27.8b). Contrações peristálticas dessa camada propelem 
espermatozóides e líquido ao longo do ducto, que é revestido por um epi-
télio colunar com estereocílios. Além de transportar o esperma, o ducto 
deferente pode armazenar os espermatozóides por vários meses. Durante 
este período, os espermatozóides permanecem em um estado latente, sem 
movimentação, com baixas taxas matabólicas.
A junção de cadaampola do ducto deferente ao ducto exterior da 
glândula seminal marca o início do ducto ejaculatório. Esta passagem 
relativamente curta (2 cm) penetra na parede muscular da próstata e es-
vazia-se na uretra (Figura 27.1), nas proximidades do ducto ejaculatório 
do lado oposto.
A uretra [Figuras 27.1/27.9]
A uretra do homem estende-se da bexiga urinária até a extremidade do 
pênis, a uma distância de 15 a 20 cm, sendo dividida em regiões: parte 
prostática, parte membranácea e parte esponjosa (Figuras 27.1 e 27.9). Es-
tas subdivisões foram consideradas no Capítulo 26. l pág. 707 No ho-
mem, a uretra é uma via de passagem integrante tanto do sistema urinário 
quanto do sistema genital.
Nota clínica
Câncer de testículo A incidência do câncer de testículo é rela-
tivamente baixa: cerca de 8.250 novos casos são relatados a cada ano 
nos Estados Unidos. Entretanto, é o tipo de câncer mais comum em ho-
mens na faixa etária de 15 a 34 anos. Nove entre dez casos resultam de 
espermatogônias ou espermatócitos anormais. O tratamento consiste, 
em geral, na combinação de orquiectomia e quimioterapia. O ciclista 
Lance Armstrong venceu por sete vezes consecutivas o exaustivo Tour 
de France após o tratamento bem-sucedido de um câncer de testículo, 
que já apresentava metástases no encéfalo e nos pulmões.
CAPÍTULO 27 • O Sistema Genital 723
Esperma-
tozóides
(b) Epidídimo
(c) Epidídimo ML ! 304
ML ! 49
Corpo do epidídimo
Ducto deferente
Cauda do epidídimo
(a) Testículo e epidídimo
Cavidade do escroto
Túnica albugínea
revestindo o testículo
Túbulos seminíferos
contorcidos
Rede do testículo
no mediastino
Túbulos seminíferos retos
Cabeça do epidídimo
Funículo espermático
Dúctulos eferentes do
testículo
Flagelos dos 
espermatozóides
na luz do epidídimo
Epitélio colunar
pseudo-
estrati!cado
do epidídimo
Estereocílios
Túnica vaginal (rebatida)
Secções do
epidídimo
enovelado
As glândulas acessórias [Figuras 27.1/27.8a]
Os túbulos seminíferos e o epidídimo contribuem com apenas 5% dos 
líquidos para o volume final de sêmen. O líquido seminal é uma mistura 
de secreções advindas de várias glândulas diferentes, cada uma com ca-
racterísticas bioquímicas específicas. Essas glândulas incluem as glândulas 
seminais, a próstata e as glândulas bulbouretrais (Figura 27.1, pág. 716, e 
27.8a). As principais funções dessas glândulas são (1) ativar os esperma-
tozóides, (2) fornecer os nutrientes necessários para garantir a motilidade 
dos espermatozóides e (3) produzir tampões que neutralizem a acidez dos 
conteúdos uretral e vaginal.
As glândulas seminais [Figuras 27.1/27.8a,c/27.9a]
O ducto deferente termina na junção entre sua ampola e o ducto que dre-
na a glândula seminal. As glândulas seminais, ou “vesículas seminais”, são 
envolvidas em tecido conectivo de cada lado da linha mediana, entre a 
parede posterior da bexiga urinária e a parede anterior do reto. Cada vesí-
cula seminal é um órgão glandular tubular que mede em torno de 15 cm 
de comprimento. Cada túbulo apresenta vários ramos laterais curtos, e o 
aspecto total é enovelado e dobrado em uma massa compacta de aproxi-
madamente 5 cm por 2,5 cm. A localização das glândulas seminais pode 
ser vista nas Figuras 27.1, 27.8a e 27.9a.
As glândulas seminais são glândulas secretoras extremamente ativas, 
com um revestimento epitelial pseudo-estratificado colunar ou cubóide 
(Figura 27.8c). Essas glândulas contribuem com aproximadamente 60% 
do volume do sêmen e, embora o líquido vesicular geralmente tenha a 
mesma concentração osmótica que o plasma sangüíneo, a composição é 
bastante diferente. Em particular, as glândulas seminais contêm prostaglan-
dinas, proteínas coagulantes e concentrações relativamente altas de frutose, 
que é facilmente metabolizada pelos espermatozóides para produzir ATP. 
l pág. 38 O líquido seminal é liberado no ducto deferente na fase de 
emissão, quando ocorrem contrações peristálticas no ducto deferente, nas 
glândulas seminais e na próstata. Essas contrações são controladas pelo sis-
tema nervoso simpático. l pág. 466 Quando misturados às secreções das 
glândulas seminais, os espermatozóides anteriormente inativos, porém fun-
cionais, iniciam os batimentos dos flagelos, tornando-se altamente móveis.
Figura 27.7 O epidídimo.
(a) (Esquerda) Aparência do testículo e do epidídimo na dissecação. (Direita) Vista diagramática do 
testículo e do epidídimo, mostrando o plano de secção da parte (b). (b) Organização histológica dos 
túbulos no interior da região da cabeça do epidídimo e tecidos conectivos circundantes. (c) Micrografia 
de luz mostrando características epiteliais, especialmente os estereocílios alongados.
A próstata [Figuras 27.1/27.8a,e/27.9a]
A próstata é um órgão muscular pequeno, arredondado, com diâmetro de 
aproximadamente 4 cm. A próstata circunda a parte prostática da uretra, 
desde o ponto em que emerge da bexiga urinária (Figuras 27.1, 27.8a e 
27.9a). O tecido glandular da próstata consiste em um aglomerado de 30 
a 50 glândulas tubuloalveolares compostas (Figura 27.8e). Essas glândulas 
são circundadas e envolvidas por uma espessa capa de fibras musculares 
lisas. O revestimento epitelial varia de um epitélio simples até um epitélio 
colunar pseudo-estratificado.
A próstata produz líquido prostático, uma secreção levemente ácida 
que contribui com 20 a 30% para o volume do sêmen. Além de vários ou-
tros compostos de importância variável, as secreções prostáticas contêm 
724 O SISTEMA GENITAL
Ureter
Ducto deferente
Glândula seminal
Ampola do
ducto deferente
Próstata
“Diafragma urogenital”
Glândula bulbouretral
Ducto ejaculatório
(a) Vista posterior da bexiga
 urinária e da próstata
Músculo
liso
Luz
do ducto
deferente
(b) Ducto deferenteMEV ! 54 ML ! 143
Vesículas
secretoras
Luz
Músculo
liso
(c) Glândula seminal ML ! 57
Músculo liso
e tecido
conectivo
Glândulas
tubuloalveolares
da próstata
(e) Próstata ML ! 60
Ducto excretor da
glândula seminal
Glândulas
mucosas
Luz
Músculo
liso
Cápsula
(d) Glândula bulbouretral ML ! 190
Uretra, parte prostática
Bexiga
urinária
Figura 27.8 O ducto deferente e as glândulas acessórias.
(a) Vista posterior da bexiga urinária e da próstata, mostrando as subdivisões do ducto deferente em relação às estruturas adjacentes. (b) Micrografia de luz e micro-
grafia eletrônica de varredura mostrando extensas camadas de músculo liso em torno da luz do ducto deferente. [MEV © R. G. Kessel e R. H. Kardon, “Tissues and Or-
gans: A Text-Atlas of Scanning Electron Microscopy,” W. H. Freeman & Co., 1979. Todos os direitos reservados.] (c) Histologia das glândulas seminais. Observe a extensa 
área de superfície glandular; estes órgãos produzem a maior parte do volume do líquido seminal. (d) Histologia das glândulas bulbouretrais, que secretam um muco 
espesso no interior da parte esponjosa da uretra. (e) Detalhe histológico da próstata. O tecido entre as unidades glandulares individuais é composto, em grande parte, 
de músculo liso. As contrações desse tecido muscular ajudam a manter as secreções no interior do ducto ejaculatório e da uretra.
CAPÍTULO 27 • O Sistema Genital 725
plasmina seminal, um antibiótico que pode auxiliar na prevenção de in-
fecções do trato urinário em homens. Essas secreções são ejetadas na parte 
prostática da uretra pelas contrações peristálticas da parede muscular.
As glândulas bulbouretrais [Figuras 27.1/27.8a,d/27.9a]
O par de glândulas bulbouretrais, ou glândulas de Cowper, está localiza-
do junto à raiz do pênis, coberto pela membrana do períneo (Figuras 27.1, 
pág. 716, 27.8a e 27.9a). As glândulas bulbouretrais são arredondadas, 
com diâmetro aproximado de 10 mm. O ducto de cada glândula faz tra-
jeto paralelo à parte esponjosa da uretra por 3 a 4 cm antes de esvaziar-se 
na cavidade da uretra. As glândulas e os ductos são revestidos por epitélio 
colunar simples. Essas glândulas mucosas tubuloalveolares compostas (Fi-
gura 27.8d) secretam um muco alcalino, espesso e viscoso. Esta secreção 
contribui paraa neutralização de ácidos da urina que possam permanecer 
na uretra e oferece lubrificação à extremidade do pênis.
Sêmen (esperma)
Uma ejaculação típica libera entre 2 e 5 mL de sêmen. Este volume de 
líquido, denominado ejaculado, contém:
Espermatozóides1. : Uma contagem de espermatozóides normal varia 
entre 20 e 100 milhões de espermatozóides por mililitro de sêmen.
Líquido seminal2. : O líquido seminal, componente líquido do sêmen, 
é uma mistura de secreções glandulares com uma característica com-
posição iônica e de nutrientes. Em termos de volume total, o líqui-
do seminal contém as secreções combinadas das glândulas seminais 
(60%), da próstata (30%), das células de Sertoli e do epidídimo (5%) 
e das glândulas bulbouretrais (5%).
Enzimas3. : Várias enzimas importantes estão presentes no líquido semi-
nal, incluindo (1) uma protease que pode auxiliar a dissolver secreções 
mucosas na vagina e (2) plasmina seminal, uma enzima antibiótica 
que mata uma variedade de bactérias, incluindo a Escherichia coli.
O pênis [Figuras 27.1/27.9]
O pênis é um órgão tubular que contém a maior parte da uretra (Figura 
27.1). Ele conduz a urina para o ambiente externo e introduz sêmen na 
vagina da mulher durante a relação sexual. O pênis (Figura 27.9a,c) é 
dividido em três regiões:
A ! raiz do pênis é a porção fixa que liga o pênis aos ramos do ís-
quio. Essa conexão ocorre na região do trígono urogenital, infe-
riormente à sínfise púbica. l pág. 280
O ! corpo do pênis é a porção tubular móvel, onde são encontradas 
massas de tecido erétil.
A ! glande do pênis é a extremidade distal expandida que circunda 
o óstio externo da uretra.
A pele que recobre o pênis geralmente é mais pigmentada do que a 
pele de qualquer outro local do corpo e costuma ser desprovida de pê-
los. A derme contém uma camada de músculo liso, e o tecido conectivo 
frouxo subjacente permite a movimentação desta pele fina sem que haja 
distorção das estruturas mais profundas. A tela subcutânea também con-
tém artérias, veias e vasos linfáticos superficiais, mas relativamente poucas 
células adiposas.
Uma prega de pele, o prepúcio, envolve a glande do pênis. O prepú-
cio liga-se ao colo da glande, relativamente estreito, e continua-se sobre 
a glande que circunda o óstio externo da uretra. Não existem folículos 
pilosos nas superfícies em oposição. Entretanto, glândulas do prepúcio 
localizadas na pele junto ao colo da glande e na superfície interna do pre-
púcio secretam um material ceroso conhecido como esmegma, que infe-
lizmente pode ser uma excelente fonte de nutrientes para bactérias. Infla-
mações leves e infecções são comuns nesta região, sobretudo se a área não 
é lavada cuidadosamente e com freqüência. Uma forma de se evitar estes 
problemas é realizar a denominada circuncisão, que consiste na remo-
ção cirúrgica do prepúcio. Nas sociedades ocidentais (especialmente nos 
Estados Unidos), esse procedimento costuma ser realizado logo após o 
nascimento. Embora haja controvérsias a respeito dessa prática, sua conti-
nuação é mantida por fortes hábitos culturais e evidências epidemiológi-
cas. Homens não-circuncisados apresentam maior incidência de infecções 
do trato urinário e riscos mais elevados de apresentar câncer de pênis em 
relação a homens circuncisados.
Profundamente ao tecido conectivo frouxo subjacente à derme, uma 
densa rede de fibras elásticas envolve as estruturas internas do pênis. A 
maior parte do corpo do pênis consiste em três colunas cilíndricas para-
lelas de tecido erétil (Figura 27.9). O tecido erétil consiste em um labi-
rinto tridimensional de canais vasculares não totalmente separados por 
divisórias de tecido conectivo elástico e fibras musculares lisas. No estado 
de repouso, os ramos arteriais estão constritos e as divisórias musculares 
estão tensas. Esta combinação reduz o fluxo sangüíneo para o tecido eré-
til. A estimulação parassimpática produz o relaxamento da musculatura 
lisa das paredes arteriais. Com esse relaxamento muscular, (1) os vasos 
dilatam, (2) o fluxo sangüíneo aumenta, (3) os canais vasculares tornam-
se ingurgitados de sangue e (4) ocorre a ereção do pênis. O pênis flácido 
(não-ereto) pende da sínfise púbica, anteriormente ao escroto; entretanto, 
durante a ereção, o pênis enrijece e adquire posição mais vertical.
Na superfície anterior (dorso) do pênis flácido, os dois corpos caverno-
sos cilíndricos são separados por um fino septo e envolvidos por uma densa 
bainha de colágeno. Na raiz, os corpos cavernosos se separam formando os 
ramos do pênis. Cada ramo do pênis é ligado a um ramo do ísquio por li-
gamentos resistentes de tecido conectivo. Os corpos cavernosos se estendem 
distalmente ao longo do comprimento do pênis até a glande, e cada corpo 
cavernoso contém uma artéria profunda do pênis (Figura 27.9a).
O corpo esponjoso envolve a parte esponjosa da uretra. Esse corpo 
erétil se estende da fáscia superficial do “diafragma urogenital” até a ex-
tremidade do pênis, onde ele se expande para formar a glande. A bainha 
que circunda o corpo esponjoso apresenta mais fibras elásticas em relação 
àquelas que envolvem os corpos cavernosos, e o tecido erétil contém um 
par de artérias. O bulbo do pênis é a extremidade proximal alargada do 
corpo esponjoso, na raiz do pênis.
Após a ereção, a liberação do sêmen envolve um processo de duas 
etapas. Durante a emissão, o sistema nervoso simpático coordena contra-
ções peristálticas que se propagam seqüencialmente no ducto deferente, 
nas glândulas seminais, na próstata e nas glândulas bulbouretrais. Essas 
contrações misturam os componentes líquidos do sêmen no interior do 
trato genital masculino. A ejaculação então ocorre, enquanto poderosas 
contrações rítmicas iniciam-se nos músculos isquiocavernoso e bulboespon-
joso do períneo. l págs. 279-280 Os músculos isquiocavernosos inse-
rem-se ao longo das superfícies laterais do pênis, e a função primária de 
suas contrações está relacionada ao enrijecimento do órgão. Os músculos 
bulboesponjosos circundam a raiz do pênis, e suas contrações propelem 
o sêmen na direção do óstio externo da uretra. Essas contrações são con-
troladas por reflexos que envolvem os segmentos lombares inferiores e 
sacrais superiores da medula espinal. l págs. 457, 466
REVISÃO DOS CONCEITOS
Quais são e onde ocorrem as duas fases da capacitação?1. 
Indique o trajeto de um espermatozóide em desenvolvimento, desde seu 2. 
desligamento da célula de Sertoli até sua liberação do corpo.
Veja a seção de Respostas na parte final do livro.
726 O SISTEMA GENITAL
Glande
Escroto
Ramo do pênis
Ramo do
ísquio
Sínfise púbica
Corpo do pênis
Corpos cavernosos
do pênis
Óstio externo
da uretra
(c) Vista lateral oblíqua (d) Secção transversal do pênis dissecado
Veia dorsal
super!cial do pênis
Artéria dorsal
do pênis
Artéria dorsal
do pênis
Corpos
cavernosos
Uretra, parte
esponjosa
Corpo esponjoso
do pênis
Músculo
isquiocavernoso
Sínfise púbica
Veia dorsal profunda
do pênis
Músculo
bulboesponjoso
revestindo o
corpo do pênis
Trígono da bexiga
Glândula
seminal Ducto deferente
Óstio do ducto ejaculatório
Glândula bulbouretral
Prepúcio
Óstio externo
da uretra
(a) Secção frontal
Ramo do pênis
Glande
Uretra, parte
esponjosa
Corpo cavernoso
do pênis
Corpo esponjoso
do pênis
Corpo esponjoso do pênis
Óstio do ducto da
glândula bulbouretral
Uretra, parte
membranácea
“Diafragma urogenital”
Uretra, parte
prostática
Próstata
Ureter
Artéria (vermelho),
veia (azul) e nervo
(amarelo) dorsais
Corpos
cavernosos
do pênis
Bainha de
colágeno
Artéria pro-
funda do pênis
Corpo esponjoso
do pênis
Uretra, parte
esponjosa
(b) Secções transversais ML ! 12
Vasos sangüíneos dorsais
Uretra, parte
membranácea
Bulbo do pênis
Bulbo do pênis
Figura 27.9 O pênis.
(a) Secção frontal mostrando as estruturas do pênis. (b) Secções transversais do pênis, mostrando a relação histológica da uretra e das três massas de tecido erétil. 
(c) Vista lateral e oblíqua do pênis, mostrando a orientação dos tecidoseréteis. (d) Secção transversal do corpo do pênis.

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