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VERMINOSES EM EQUINOS ETIOLOGIA Habitat Parasitos Estômago Trichostrongylus axei Habronema/ Draschia Intestino delgado Strongyloides westeri Parascaris equorum Anoplocephala perfoliata, A. magna Intestino grosso Anoplocephala perfoliara (v.i.c) Oxyuris equi Grandes estrongilos migratórios e não migratórios Pequenos estrongilos Reto Oxyuris equi Fígado Larvas de Parascaris equorum Larvas de Strongylus edentatus Pulmões Larvas de Parascaris equorum Larvas de Strongyloides westeri Dictyocaulus arnfieldi Pâncreas Larvas de Strongylus edentatus STRONGYLOIDOSE - Primeira verminose de equinos - No primeiro dia de vida o potro já pode se infectar (transmissão transmamária) Durante a gestação, cai a imunidade da égua parasitada e as larvas no ID podem cair na corrente sanguínea e passarem pelo leite - Strongyloides westeri - Habitat: intestino delgado (na mucosa) - Apenas as fêmeas partenogenéticas parasitam os animais - Normalmente apatogênico, mas em casos graves pode causar morte - Lesões causadas: dermatite, lesões pulmonares, enterite catarral (diarreia) Larvas podem penetrar pela pele Migração pelo pulmão (ainda não encontra ovos nas fezes do animal pois a larva está no seu estágio imaturo) - Imunidade aos 7 meses - Ovo larvado, que pode eclodir no intestino do cavalo. A larva pode ser eliminada nas fezes (diagnóstico procurando larvas – método de Baermann) ou ocorrer autoinfecção (larva em vez de ser eliminada, penetra na mucosa novamente) - PPP: 10-14 dias ASCARIDÍASE EQUINA - Parascaris equorum - Habitat: intestino delgado - Verme muito grande, sem órgãos de fixação, então necessita ficar em constante movimento (ondulante) Esse movimento, faz com que a cutícula do helminto (semelhante a uma lixa) cause lesão na parede do intestino causa diarreia (síndrome da má digestão) - Forma infectante: ovos com L2 Presentes nas gramíneas Infecção pela ingestão de ovos - Ovos podem sobreviver até uma década no ambiente - Ovos possuem membrana mamilonada, que permite sua aderência em vários locais (moscas, teto da égua, gramínea) - Resistência imune aos 24 meses - Migração hepato-traqueal (2-3 semanas) PATOGENIA: - Formas imaturas no fígado e pulmões: Hemorragias petequiais Infiltração de eosinófilos Fibrose no parênquima hepático: manchas brancas que serão observadas por toda vida do animal (mostra que ele foi infectado quando potro) - Formas adultas no intestino: Ação irritativa da cutícula: enterite Má absorção Casos extremos: obstrução seguida de cólica, ruptura e peritonite morte SINAIS CLÍNICOS: - Verme no pulmão: tosse, perda de apetite, corrimento nasal - Intestino: perda de peso, diarreia ou constipação e em casos extremos cólica HABRONEMA Espécies Constrição cefálica Cavidade bucal H. muscae Ausente Curta, cilíndrica, com separação transversal no fundo H. micróstoma Ausente Igual de H. muscae, com lâmina na entradada cavidade bucal Draschia megastoma Presente Alongada, afunilada e sem separação - Ovos larvados ou larva saem nas fezes - Parasitismo errático: larva ser atraída por lesões ou exsudatos, como secreção ocular, e causará lesão no subcutâneo (feridas de verão – habronemose cutânea) HABRONEMOSE GÁSTRICA: - Geralmente assintomática - D. megastoma: Formação de nódulos granulomatosos, que quando próximos ao piloro podem causar obstrução - H. muscae e H. micróstoma: Irritação superficial na mucosa, que pode estimular a hipersecreção de muco Gastrite catarral crônica HABRONEMOSE CUTÂNEA - Ferida de verão - Larva L3 é carregada pela mosca e pode adentrar em lesões - L3 migra pelas feridas no tecido subcutâneo, aumentando a lesão pela ação irritativa da migração - Lesões causadas por uma resposta exacerbada do organismo contra a larva - Dificulta a cicatrização - A morte da larva no tecido subcutâneo pode liberar substâncias com ação tóxica SINAIS CLÍNICOS: - Prurido - Lesão com aspecto esponjoso avermelhado - Tecido granulomatoso - Recidivas (lesão diminui e pode aumentar novamente) - Importante fazer o diferencial com pitiose: Em pitiose, a lesão aumenta mais rapidamente, possui exsudato soro- hemorrágico e kunkers OXIURÍASE - Caracterizado por intenso prurido na região perianal - Oxyuris equi - Ovo com pouca sobrevivência no ambiente - Ovo em “D”: parte curvada e outra reta - Não pode ir para o pasto, deve ficar preso no hospedeiro pelo lado de fora: fêmeas põe os ovos na região perianal, liberando uma substância cimentante que causa intenso prurido no hospedeiro - Habitat: ceco e apêndice - Podem estar fixos à mucosa ou livres na cavidade - A coceira intensa pode causar lesões na região ou cauda de gambá (perda de pelos da cauda) - Diagnóstico de ovos nas fezes não é eficiente - Diagnóstico feito pelo método da fita adesiva ou de Graham GRANDES ESTRÔNGILOS MIGRATÓRIOS IMPORTÂNCIA: - Cólica trombo-embólica (S. vulgaris) - Aneurisma de artérias (S. vulgaris) - Ingestão de grandes tampões de mucosa - Perda de sangue e proteínas - Ovos tipo estrongilídeo CICLO BIOLÓGICO - Ovos liberados nas fezes L1 liberada fica no bolo fecal se alimentando de matéria orgânica perde a cutícula, liberando L2 muda para L3, mas mantém a cutícula de L2 (bainha que permite maior resistência, podendo sair do bolo fecal e suba no capim) animal ingere L3 - O que influencia a fase ambiental: temperatura e umidade Sem umidade, L3 não consegue subir no capim Larva morre sem umidade por dessecação (mesmo sendo mais resistente com a bainha) Época seca: larva se esconde no solo (penetram no solo) ou ficam no bolo fecal No calor o ciclo é mais curto, larva fica muito ativa, queimando muita energia. E como não pode alimentar-se, sua reserva energética acaba mais rápido longevidade menor - Infecção: ingestão de L3 - Habitat: intestino grosso FASE PARASITÁRIA: - No intestino delgado, L3 penetra na mucosa e sofre muda para L4, que cai na corrente circulatória L4 é larva migratória - L4 penetra nas paredes de arteríolas e migram até artéria mesentérica cranial, onde para na ramificação com a aorta (não consegue se deslocar mais) - Ocorrerá formação de um nódulo, onde sofrerá muda para L5. A larva é carregada pelo sangue até a luz do IG, que dará origem ao verme adulto, ocorrendo a cópula e eliminação dos ovos nas fezes - PPP: 6 a 7 meses PATOGENIA: - A L4 subindo pela parede do vaso já causa patogenia: artérias têm uma certa elasticidade e ao expandir, deixam passar mais sangue. A larva na parede da artéria causa lesão, que será substituída por tecido fibroso. Substituição do tecido elástico por tecido fibroso artéria perde elasticidade Consequência: menor vascularização (chega menos sangue) - É comum a ocorrência de aneurismas na artéria mesentérica cranial, e se ocorrer rompimento, a morte ocorrerá em segundos - No aneurisma haverá trombos (com L4 sofrendo muda para L5). Pedaços do trombo podem se desprender e causar obstrução de menores vasos infarto do tecido intestinal cólica tromboembólica - A cólica tromboembólica é resultado da muda de L4 para L5, ocorrendo a formação de trombos GRANDES ESTRONGILOS NÃO MIGRATÓRIOS - Principal gênero: Triodontophorus - Possuem cavidade bucal bem desenvolvida - Possui hábito alimentar em grupo: ficam agrupados ao redor de lesão que eles mesmo causaram na parede do IG PEQUENOS ESTRÔNGILOS (CIATOSTOMÍNEOS) - Não migram, penetram na parede do intestino e formam nódulos - São os mais numerosos nematódeos em equinos - Causam nódulos na parede intestinal Nem toda droga consegue chegar no nódulo Se as larvas saem ao mesmo tempo dos nódulos, podem causar várias lesões e causarem a morte dos animais - PPP: 6 a 20 semanas (varia com o período que a larva permanece dentro do nódulo) DIAGNÓSTICO DE ESTRONGILÍDEOS - Ovo do tipo Strongylida - Exame de fezes - Para saber se é de grandes estrongilos ou pequenos: coprocultura - Coprocultura irá determinar a morfometria da L3, poderá identificar as larvas especificamente, exceto as de Cyathostominae FAMÍLIA ANOPLOCEPHALIDAE Nome específico Habitat Anoplocephala perfoliata Intestino delgado e intestino grosso Anoplocephala magna Intestino delgado e raramente estômago Anoplocephala mamillona Intestino delgado e raramente estômago - Para infecção, equino tem que ingerir o hospedeiro intermediário, um ácaro presente nas pastagens - PPP: 4 a 6 semanas - Na válvula ileocecal pode causar obstrução e resultar em cólica - Normalmente apatogênico - Diagnóstico: ovos ou proglotes nas fezes EPIDEMIOLOGIA IDADE: - Strongyloides westeri: primeiro verme da vida do cavalo, podendo o potro já nascer infectado. Em 16 semanas animal já apresenta imunidade. Além do animal poder ser infectado logo nos primeiros dias de vida, o período pré-patente do verme é curto, podendo aparecer ovos nas fezes logo na segunda semana de vida - Parascaris equorum: aparece mais tarde pois o PPP é mais longo e o potro se infecta quando começa a ingerir capim (ingestão dos ovos). É possível que ocorra transmissão quando o potro vai mamar e há ovos grudados no teto da fêmea. - Ovos de “estrongilídeos”: única forma de infecção é a ingestão do capim com a larva, então quando o potro já come capim; o PPP é muito longo, principalmente dos grandes estrongilos migratórios (pode chegar até 1 ano) e animal não adquire imunidade AMBIENTE: SOBREVIVÊNCIA DE L3 NO AMBIENTE: - Período frio: 15 semanas nas fezes 12 semanas na gramínea - Período quente: 9 semanas nas fezes 8 semanas na gramínea NÚMERO DE L3 NAS PASTAGENS: - Período chuvoso: maior número recuperado nas fezes Maior umidade = mais larvas - Período seco: na gramínea TRATAMENTO: - Só há uma forma de aplicação: pastas orais Hospedeiro • Idade • Nutrição Ambiente •Temperatura • Umidade Parasito • Ciclo CINCO GRUPOS QUÍMICOS: - Benzimidazóis: albendazole, oxibendazole, fenbendazole Ação ovicida Formas adultas e imaturas - Pirimidinas: pirantel Adulticida: Parascaris e Oxyuris Anti-helmíntico com ação mais rápida Período residual curto - Isoquinolonas: praziquantel Cestodas Sempre associados Não pode ser usado em éguas prenhes - Piperazina - Lactonas macrocíclicas: ivermectina, moxidectina, doramectina, abamectina Maior espectro de ação 3 a 4 dias para eliminar parasitos Protege por muito tempo ESQUEMAS DE TRATAMENTO - Supressivo: tratamentos a cada 4-8 semanas Não indicado: em pouco tempo causa resistência - Estratégico: tratamentos regulados com a época do ano e o aumento do número de parasitas no animal - Curativo: tratamentos quando o animal apresenta alta contagem de ovos nas fezes ou sinais clínicos CONTROLE ESTRATÉGICO - Tratar a mãe logo após o parto (24h): para que ela não transmita S. westeris pelo leite Ivermectina ou benzimidazóis - No potro até desmama: 1º tratamento às 8-10 semanas A cada 2 meses - Após a desmama:2 a 4x por ano - Repetição conforme desafio por parasitos e período residual do anti-helmíntico - Primavera e outono: controle satisfatório da verminose; dificilmente haverá problemas com parasitos mais sérios POTRO ATÉ 1 ANO: - Categoria que mais necessita de cuidados - Devemos apenas limitar, mas não eliminar ou impedir contaminação pois os animais necessitam desenvolver imunidade - OPG nessa categoria não significa muita coisa: Negativo pode ser porque parasito não atingiu PPP Positivo: pode ser que fez coprofagia - Para controle de S. westeri: Ivermectina: 0,2mg/kg Oxibendazole: 15mg/kg Moxidectina não deve ser usada em potros < 6 meses - Para Parascaris equorum: - Para Oxyuris equi: Ivermectina e moxidectina não possuem boa eficácia contra Oxyuris CONTROLE SELETIVO: - Identifica animais que precisam ser tratados e os outros não recebem tratamento - Critério: OPG - Evitar resistência dos anti-helmínticos - Economia de anti-helmínticos - Mantém população de helmintos menos exposta à droga: resistência desacelerada CONTROLE ESTRATÉGICO-SELETIVO - Ainda não usado a campo CONTROLE NÃO QUÍMICO: - Remoção das fezes a cada 7 dias: tempo que as larvas de estrongilideos levam para chegar em L3 - Áreas vedadas: área sem anima > parasitos morrem de fome Parascaris não funciona, pois o ovo pode sobreviver por até uma década - Limpeza de tetos - Escovação - Nutrição: animal bem alimentado não terá problemas de verminoses IDENTIFICAÇÃO DOS OVOS: I-ascarídeo II- ovo de ascarídeo que perdeu a membrana mamilonada III- Oxyuris equi Segunda fileira: ovos tipo estrongilídeos Terceira fileira: Strongyloides westeri, larvas de Dictyocaulus e larva de Habronema Ovo em formato de trapézio: Anoplocephala
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