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aula 02-ifpe(normal)

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1
 
CONCURSO IFPE
AULA 02
3 Avaliação do Estado Nutricional. 
2 Obesidade e transtornos alimentares. 
Nutrição para Concursos -NPC
2
SUMÁRIO 
– Questões comentadas 4
-Questões comentadas na aula 40 
-Gabarito 46
Nutrição para Concursos -NPC
3
Bem-vindos,
Nossa aula será dividida em duas partes. A primeira parte vem sendo cobrada
nas provas da IFPE, o que nos exige maior atenção!
Já a segunda parte, ainda que esteja cobrada no edital, não vem sido
cobrada. Estudaremos através da teoria e questões de outras bancas.
Equipe NPC.
Nutrição para Concursos -NPC
4
 Avaliação Nutricional
A avaliação do estado nutricional é o começo, o meio e o fim de tudo que se faz em nutrição, para
indivíduos e populações, saudáveis ou doentes. Ou seja, a sua importância é vital tanto para o meio
clínico como para o epidemiológico (Cristina Martins).
 Métodos de avaliação do estado nutricional:
 1) Métodos diretos:
 A) Inquéritos alimentares (R24h, QFCA, DA, HA)
 B) Avaliação antropométrica
 C) Exames laboratoriais/bioquímicos
 2) Métodos indiretos:
 A) Avaliação subjetiva global (ASG)
 B) Exame clínico/físico
1.(IFPE/2009)Analise os itens seguintes, relacionados à avaliação do estado nutricional:
I. Muitos métodos de avaliação nutricional têm sido propostos, todavia, nenhum pode ser considerado
único e suficiente para predizer o risco nutricional, isoladamente.
II. A dobra cutânea tricipital é, dentre as outras, a mais utilizada na prática clínica para monitoramento
do estado nutricional.
III. A circunferência da cintura referida em homens e mulheres tem pontos de corte, respectivamente,
de 105 cm e 88 cm.
IV. A circunferência do braço é utilizada para estimar a proteína somática e tecido adiposo.
V. A circunferência muscular do braço não inclui o diâmetro do osso.
Estão corretos, apenas:
 a) I, II, III e IV b) I, II, III e V c) II, III e IV d) I, III, e V e) I, II, IV e V 
RESOLUÇÃO:
I. Muitos métodos de avaliação nutricional têm sido propostos, todavia, nenhum pode ser considerado
único e suficiente para predizer o risco nutricional, isoladamente. CORRETO
Nutrição para Concursos -NPC
5
II. A dobra cutânea tricipital é, dentre as outras, a mais utilizada na prática clínica para monitoramento
do estado nutricional.CORRETO
As pregas cutâneas correlacionam-se bem com o tecido adiposo subcutâneo e, assim, com a gordura
corporal total, de modo que são utilizadas para estimar estas reservas. É um método simples, de baixo
custo, porém necessita de exaustivo treinamento para o desprendimento correto dos tecidos. Em
avaliação nutricional, podem ser aferidas diversas pregas cutâneas, entretanto, na disciplina,
trabalhamos com quatro: tricipital (PCT), bicipital (PCB), subescapular (PCSE) e supra-ilíaca (PCSI). Estes
pontos anatômicos foram escolhidos por existirem dados de referência para sua avaliação, por serem
de fácil localização, por apresentarem menor quantidade de tecido fibroso - facilitando, assim, o seu
desprendimento - e, principalmente, pela elevada correlação com o tecido adiposo corporal total. Na
prática clínica, a PCT é o parâmetro mais usado para avaliação da reserva de gordura corporal. Esta
prega pode ser avaliada de forma isolada ou em associação com a circunferência do braço (CB),
formando a área gordurosa do braço (AGB). Na literatura sobre o assunto, é possível encontrar outros
pontos anatômicos para compor equações de estimação da gordura corporaL. Separadamente, as
pregas também podem ser utilizadas como indicadores de acompanhamento, quando avaliadas de
forma seriada. No entanto, para estimar a quantidade de gordura corporal, recomenda-se a utilização
de equações com mais de uma prega subcutânea (Livro- Avaliação Nutricional )
III. A circunferência da cintura referida em homens e mulheres tem pontos de corte, respectivamente,
de 105 cm e 88 cm.ERRADO
IV. A circunferência do braço é utilizada para estimar a proteína somática e tecido adiposo.CORRETO
A medida diminui com a perda de peso aguda e crônica, e pode ser usada para estimar o grau de
desnutrição.
V. A circunferência muscular do braço não inclui o diâmetro do osso.CORRETO
A massa muscular pode ser estimada através da circunferência muscular do braço (CMB), área muscular
do braço (AMB) e área muscular do braço corrigida (AMBc). A CMB considera que todos os tecidos do
braço são circulares e concêntricos. A AMB, por sua vez, considera o formato irregular dos tecidos do
braço e a AMBc difere-se das outras por descontar a área óssea, sendo assim a mais precisa. Outro
importante indicador que está sendo bastante estudado é a circunferência da panturrilha (CP),
principalmente para avaliação da alteração no tecido muscular em idosos e indivíduos acamados. A
avaliação da massa muscular é importante, principalmente para verificar a depleção de proteínas
somáticas, a capacidade de trabalho dos indivíduos (por relacionar-se à força), a progressão de doenças
catabólicas e a eficácia da intervenção terapêutica sobre o prognóstico. 
Nutrição para Concursos -NPC
6
GABARITO: E
2.(IFPE/2013) Qual o diagnóstico nutricional para uma mulher de 52 anos, com peso de 70 Kg, 160 cm
de altura e circunferência da cintura de 92 cm, segundo recomendações da Organização Mundial da
Saúde, Who(1995) e Who(2000) respectivamente?
 a) Sobrepeso e ausência de risco para doenças cardiovasculares.
 b) Obesidade e risco aumentado para doenças cardiovasculares.
 c) Eutrofia e ausência de risco para doenças cardiovasculares.
 d) Eutrofia e risco aumentado para doenças cardiovasculares. 
e) Sobrepeso e risco aumentado para doenças cardiovasculares. 
RESOLUÇÃO:
IMC: 27,34
Nutrição para Concursos -NPC
7
Circunferência da cintura: 92 cm
OBS: ESSA QUESTÃO FOI MAL ELABORADA. MAS ANALISANDO OS ITENS, E INDO PELO “MAIS CERTO”
DÁ PRA SABER CLARAMENTE QUE O ITEM CERTO É O E!!
DICA: SE ENCONTRAR UMA QUESTÃO MAL ELABORADA, TENTE ENCONTRAR A MAIS CERTA POR
ELIMINAÇÃO!!!
GABARITO: E
3.(IFPE/2009)Um homem com 50 anos, uma estatura de 1,80cm e 105 kg de peso corpóreo, de acordo
com o IMC (Índice de Massa Corporal), segundo a OMS, pode ser classificado como 
a) normal. b) sobrepeso. c) obesidade grau I. d) obesidade grau II. e) obesidade grau III. 
RESOLUÇÃO: IMC: 32,4
Nutrição para Concursos -NPC
8
a) normal. ERRADO
b) sobrepeso. ERRADO
c) obesidade grau I.CORRETO
d) obesidade grau II.ERRADO
 e) obesidade grau III. ERRADO
GABARITO: C
4.(IFPE/2009) Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), o depósito de gordura no organismo
está relacionado a risco de complicações metabólicas, quando a circunferência de cintura do homem
está maior ou igual a:
 a) 75 b) 80 c) 85 d) 90 e) 102
RESOLUÇÃO:
a) 75 ERRADO
b) 80 ERRADO
Nutrição para Concursos -NPC
9
c) 85 ERRADO
d) 90 ERRADO
e) 102 CORRETO
GABARITO: E
5.(IFPE/2009)Os métodos de avaliação dietética podem ser divididos em retrospectivos ou
prospectivos. Os retrospectivos incluem 
a) registro alimentar estimado, registro alimentar pesado, duplicata de porção.
 b) registro alimentar estimado, histórico alimentar, questionário de freqüência alimentar. 
c) recordatório de 24 horas, registro alimentar pesado, registro alimentar estimado.
d) histórico alimentar, registro alimentar estimado, registro alimentar pesado.
e) recordatório de 24 horas, questionário de freqüência alimentar, histórico alimentar. 
RESOLUÇÃO: 1. Prospectivos: registram informações recentes e estão associados à dieta atual, ou seja,
com a média do consumo alimentar em um curto período de tempo corrente. Os métodos utilizados
dentro desta categoria são o registro alimentar diário,a pesagem direta .
 2. Retrospectivos: colhem a informação do passado imediato ou em longo prazo e estão associados
com a dieta habitual, ou seja, com um consumo padrão que o indivíduo mantém rotineiramente em um
período de tempo prolongado. Para esta investigação, utilizam-se a frequência alimentar, a história
dietética e os recordatórios 24 horas. 
MÉTODO VANTAGENS DESVANTAGENS
Recordatório
de 24 horas
(R24h)
Curto tempo de
administração
Não altera ingestão do
indivíduo
Vários R24h podem
estimar a ingestão
habitual
Pode ser usado em
qualquer idade e em
analfabetos
Baixo custo
Depende da memória
Problemas de
comunicação
Só 1 R24h não estima a
ingestão habitual
Dificuldade de definir
tamanho porções
Síndrome flat slope
Registro ou
Diário alimentar
(RA ou DA)
Alimentos anotados no
momento do consumo
Não depende da memória
Menor erro quando bem
orientado
Mede consumo atual
Consumo pode ser
Alterado
Depende do Entrevistado
Dificuldade de estimar
Porções
Menor adesão de
Nutrição para Concursos -NPC
10
Maior precisão e exatidão
de medidas ingeridas
Homens
Requer tempo Conhecimento de
medidas caseiras
História
alimentar ou
dietética
(HA ou HD)
Elimina variações do dia-
a-dia
Leva em consideração a
variação sazonal
Descrição de ingestão
habitual em relação aos
aspectos qualitativos e
quantitativos
Requer nutricionistas
treinados
Dificuldade de
padronização/variabilidade
Depende da memoria do
entrevistado
Tempo de administração
longo
Alto custo*
Questionário de
Freqüência de
Consumo
Alimentar
(QFCA ou QFA)
Uso em estudos
epidemiológicos
Estima ingestão habitual
Rápido e simples de
administrar
Não altera padrão de
consumo
Categorias de consumo
Depende da memória passada
Desenho do instrumento
Limitação em analfabeto e
idoso
Viés de informação
Complexidade da lista de alimentos
Quantificação pouco exata
a) registro alimentar estimado, registro alimentar pesado, duplicata de porção.
 b) registro alimentar estimado, histórico alimentar, questionário de freqüência alimentar. 
c) recordatório de 24 horas, registro alimentar pesado, registro alimentar estimado.
d) histórico alimentar, registro alimentar estimado, registro alimentar pesado.
e) recordatório de 24 horas, questionário de freqüência alimentar, histórico alimentar. CORRETO
GABARITO :E
6.(IFPE/2009) Diferentes métodos de avaliação nutricional têm sido propostos. Em 1987, Detsky propôs
a ficha de Avaliação Subjetiva Global (ASG) do estado nutricional, originalmente concebida para
pacientes cirúrgicos e posteriormente adaptada para diversas situações clínicas. Com relação a ASG do
estado nutricional, é correto afirmar, exceto:
a) Utilizada para avaliar o estado nutricional com base na história do paciente, perda de gordura
subcutânea, depleção muscular e presença de edema ou ascite. 
b) O paciente classificado como desnutrido grave tem poucas chances de ser nutrido. 
Nutrição para Concursos -NPC
11
c) Possibilita a participação de todos os membros da equipe multidisciplinar de terapia nutricional na
avaliação e não necessita de treinamento.
d) A precisão do método depende da capacidade do observador em detectar as alterações nutricionais
significativas por meio de avaliação subjetiva.
e) É um método de fácil execução, não exige recursos dispendiosos, além de poder ser executado por
todos os membros da equipe multidisciplinar. 
RESOLUÇÃO:
Aplica-se o método ASG para diagnosticar e classificar a desnutrição, com enfoque em questões
relacionadas à desnutrição crônica ou já instalada, como percentual de perda de peso nos últimos seis
meses, modificação na consistência dos alimentos ingeridos, sintomatologia gastrointestinal
persistente por mais de duas semanas e presença de perda de gordura subcutânea e de edema. Além
disso, é o único método que valoriza alterações funcionais que possam estar presentes. A perda de
peso de 5% em um mês ou 10% em seis meses pode ser utilizada como critério para diagnóstico de
desnutrição. A ASG é um método simples e de baixo custo, e que, após treinamento adequado, pode
ser efetuada por qualquer membro da equipe multidisciplinar.Originalmente este método foi
desenvolvido e validado para uso em pacientes cirúrgicos, sendo posteriormente aplicado e adaptado a
outras situações clínicas, tais como em pacientes nefropatas, oncológicos, hepatopatas, geriatria e HIV
positivos. Estudos demonstraram que a ASG pode predizer tempo de permanência hospitalar em
pacientes com doenças digestivas benignas e malignas, assim como morbidade em pacientes em pré-
operatório de cirurgia eletiva A ASG tem sido considerada um método de avaliação nutricional com boa
reprodutibilidade e capacidade de prever complicações relacionadas à desnutrição e está indicada em
doentes sob diferentes condições, como cirurgia do trato gastrointestinal, câncer, hepatopatias e em
pacientes renais crônicos em hemodiálise.
 
a) Utilizada para avaliar o estado nutricional com base na história do paciente, perda de gordura
subcutânea, depleção muscular e presença de edema ou ascite. CORRETO
b) O paciente classificado como desnutrido grave tem poucas chances de ser nutrido. CORRETO
c) Possibilita a participação de todos os membros da equipe multidisciplinar de terapia nutricional na
avaliação e não necessita de treinamento.ERRADO
d) A precisão do método depende da capacidade do observador em detectar as alterações nutricionais
significativas por meio de avaliação subjetiva. CORRETO
e) É um método de fácil execução, não exige recursos dispendiosos, além de poder ser executado por
todos os membros da equipe multidisciplinar. CORRETO
GABARITO: C
ANTES DE TERMINARMOS ESSE TÓPICO, VAMOS ESTUDAR MAIS ALGUMAS
INFORMAÇÕES QUE NÃO FORAM ABORDADAS NAS QUESTÕES
Nutrição para Concursos -NPC
12
SEMIOLOGIA NUTRICIONAL (LIVRO AVALIAÇÃO NUTRICIONAL)
Anamnese Nutricional 
A palavra anamnese vem do grego anmnesis e significa recordar. Na prática clínica, significa a
rememoração dos eventos relacionados à saúde e à identificação dos sintomas e sinais atuais, com o
intuito principal de possibilitar entender, com a maior precisão possível, a história dos motivos que traz
o paciente à consulta. Dessa forma, a anamnese ou história clínica é de grande relevância para se
reconhecer e entender as três dimensões do diagnóstico: o paciente, a moléstia e as circunstâncias
associadas.Na avaliação nutricional, a história clínica é direcionada para identificação da situação
nutricional e de fatores de determinação associados. O paciente deve então ser interrogado sobre
fatores que interferem direta ou indiretamente no estado nutricional: perda ou ganho ponderal
recente; sinais de doenças gastrointestinais, como náuseas, vômitos, diarreia; uso de medicamentos
que interferem na absorção e na utilização dos nutrientes; presença de fatores limitantes na ingestão
adequada, como anorexia, lesões bucais, dificuldades de mastigação; presença de doenças crônicas ou
intervenções cirúrgicas e etilismo e tabagismo, além de fatores psíquicos que possam interferir na
ingestão alimentar. 
Exame Físico 
 O exame físico engloba observações dos diversos tecidos de proliferação rápida, os quais refletem
precocemente problemas nutricionais, quando comparados a outros tecidos, sistemas corporais
(cardiovascular, respiratório, neurológico e gastrointestinal) dos tecidos adiposo e muscular e da
condição hídrica do paciente, buscando sempre investigar a presença de alterações específicas. 
Existem várias técnicas e procedimentos para a realização do exame físico. Dentre essas, abordaremos
aqui as que são direcionadas para a avaliação nutricional: 
• Inspeção: para esta técnica, o avaliador irá usar de sua visão, olfato e audição na avaliação do
paciente. Por exemplo: verificar a presença de obesidade, caquexia, condição hídrica, integridade da
pele, cicatrização de feridas,icterícia, ascite, capacidade funcional, estado mental etc. 
• Palpação: trata-se de uma avaliação táctil, onde seu uso tem como objetivo sentir pulsações e
vibrações. Através desta técnica, o nutricionista pode avaliar as estruturas corporais como: textura,
tamanho, temperatura, consistência e mobilidade. O Turgor, a elasticidade da pele, integridade da
derme, tamanho de órgãos, edema periférico, massas abdominais, ascite, perda de peso, entre outros,
são exemplos de situações que podem ser detectadas pela técnica de palpação. 
• Percussão: consiste na avaliação de “sons”, para determinar o contorno, formato e posição destes.
Permite avaliar também se o órgão está sólido ou se há presença de líquido ou gases. Essa técnica não
é sempre necessária no exame clínico nutricional. • Ausculta: nesta técnica, serão avaliados os sons
corpóreos que podem ser ouvidos com ou sem estetoscópio (ex.: sons do coração, dos pulmões –
presença de líquidos, intestinais –, ruídos hidroaéreos e dos vasos sanguíneos).
Avaliação muscular subjetiva 
Nutrição para Concursos -NPC
13
 A AMS visa observar a atrofia de determinados grupamentos musculares, correlacionando-a com a
atividade do músculo afetado. Esta é uma técnica facilmente aplicada por observadores treinados, pois
não requer o uso de equipamentos e pode ser complementada pela história clínica. É de grande
utilidade para a avaliação e o acompanhamento clínico da atenção nutricional, por sua capacidade de
detectar alterações morfológicas na musculatura responsável pela mastigação, deambulação e vida
laborativa. Trata-se, portanto, de um exame físico orientado para quatro grupamentos musculares,
envolvidos obrigatoriamente nas atividades rotineiras diárias: 
1. Músculo temporal superficial e masseter, relacionados com a mastigação:
 a. Atrofia leve: sem exposição do arco zigomático;
 b. Atrofia moderada: exposição do arco zigomático; 
c. Atrofia grave: quando é possível a visualização do contorno ósseo, envolvendo a órbita, o arco
zigomático e o ramo ascendente da mandíbula, sugerindo o desenho de uma “chave”.
2. Músculo adutor do polegar, relacionado com a vida laborativa e déficit muscular.
 a. Atrofia leve e moderada: depressão em graus variados do relevo muscular;
 b. Atrofia grave: possibilidade de visualização de um contorno ósseo do indicador e do polegar,
formando uma concha. 
3. Músculos interósseos da mão, relacionados com a vida laborativa e déficit muscular.
 a. Tróficos: ausência de depleção;
 b. Não tróficos: visualização de depleção (perda importante da musculatura). 
4. Músculos da panturrilha, relacionados com a deambulação e déficit muscular.
a. Tróficos: ausência de depleção; 
b. Não tróficos: visualização de depleção (perda importante da musculatura). 
Os estudos realizados com AMS sugerem complementação deste método com outras técnicas de
avaliação nutricional. Sugere-se também a utilização e/ou criação de índices múltiplos, com o objetivo
de aumentar a sensibilidade e a especificidade no diagnóstico das alterações nutricionais, uma vez que,
até o momento, não existe parâmetro tradicional isolado capaz de estabelecer diagnóstico nutricional
fidedigno para o paciente hospitalizado. 
Nutrição para Concursos -NPC
14
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA DO ESTADO NUTRICIONAL (LIVRO AVALIAÇÃO NUTRICIONAL)
PROTEÍNAS SÉRICAS
Proteína Valores de
Referência
Vida média
(dias)
Função Limitação de uso
Albumina
(g/dl)
Normal: > 3,5
Depleção leve:
3,0 – 3,5
Depleção.
moderada: 2,4 –
2,9
Depleção grave:
< 2,4
18 – 20 Manter a
pressão
coloidosmótica
do plasma
Carrear
pequenas
moléculas
Reduzida nas doenças
hepáticas e, por ser uma
proteína de fase aguda
negativa, na presença de
infecção e inflamação
Pré –
Albumina
(mg/dl)
Normal: 20
Depleção leve:
10 - 15
Depleção
moderada: 5 - 10
Depleção grave:
< 5
2 – 3 Transportar
hormônios da
tireóide, mas
geralmente é
saturada com a
proteína
carreadora do
retinol e com a
vitamina A
Elevada na insuficiência
renal. Reduzida nas
doenças hepáticas e na
presença de inflamação e
infecção.
Influenciada pela
disponibilidade da tiroxina,
onde funciona como
proteína de transporte
Transferrina
(mg/dl)
Depleção leve:
150 - 120
Depleção.
moderada:100 -
150
Depleção grave:
< 100
7 – 8 Transportar Fe
do
plasma
Elevada na carência de
ferro, gravidez, hepatite
aguda e sangramento
crônico.
Reduzida em várias
anemias, doenças hepáticas
crônicas, neoplasias,
sobrecarga de ferro.
Reduzida na presença de
inflamação e infecção por
ser proteína de fase aguda.
Proteínas
transportadora
de retinol
(mg/dl)
Normal: 3 a 5
mg/dl
10 a 12 horas Transportar
vitamina A na
forma de retinol
Elevada na insuficiência
renal. Reduzida nas doenças
hepáticas, na carência de
vitamina A e de zinco.
Nutrição para Concursos -NPC
15
Fibronectina (Alfa-2 Glicoproteína): A Fibronectina tem importância nos mecanismos de defesa não
imunológicos do organismo, como na adesão das células e cicatrização de feridas. Possui uma vida
média de 24 horas. Apresenta níveis reduzidos na desnutrição e durante a administração de dietas de
conteúdo calórico muito baixo e/ou carentes de aminoácidos e lipídeos (Waitzberg, 2006). Apesar da
resposta rápida, a terapia nutricional, após uma semana de tratamento, apresenta-se reduzida no
hipercatabolismo agudo e na coagulação intravascular disseminada, o que limita o seu uso na avaliação
nutricional. 
Somatomedina C (Insulina-like Growth Factor – IGF-1) :A Somatomedina C atua como indicador do
estado nutricional proteico, especialmente nas crianças, pois é o mediador da ação do hormônio de
crescimento. Em crianças gravemente desnutridas, a concentração sérica de IGF-1 se encontra reduzida
e, no adulto, está muito bem correlacionada ao balanço nitrogenado .
Indicadores Somáticos:
 A proteína muscular corresponde a 50% do total das proteínas corporais. Dentre os indicadores
somáticos do estado das proteínas, podem ser utilizados o índice de creatinina-altura, o 3- metil-
histidina, o balanço nitrogenado e a excreção da ureia. 
Índice de Creatinina-Altura (ICA) :O índice de creatinina-altura é a medida indireta da massa muscular e
do nitrogênio corporal. É utilizado para estimar a massa proteica muscular, sendo assim um indicador
de catabolismo proteico, apresentando correlação positiva entre ICA, Área Muscular do Braço (AMB) e
Massa Corporal Magra. É calculado a partir do volume urinário de 24 horas. A excreção de creatinina
esperada em 24 horas está relacionada com a altura dos indivíduos. A partir disso, foram construídas
tabelas contendo valores esperados. 
Excreção de 3-Metil-Histidina :A excreção de 3-metil-histidina é um indicador de catabolismo protéico. 
Nutrição para Concursos -NPC
16
ALGUNS OUTROS PONTOS IMPORTANTES SOBRE ANTROPOMETRIA:
Nutrição para Concursos -NPC
17
Nutrição para Concursos -NPC
18
 Obesidade e transtornos alimentares
OBESIDADE
A obesidade também é um distúrbio do estado nutricional. Ou seja, é uma má-nutrição.
CLASSIFICAÇÃO DA OBESIDADE
A obesidade pode ser diagnosticada de modo quantitativo ou qualitativo.
Quantitativo
A classificação quantitativa refere-se à massa corporal, ou massa de tecido adiposo. Para esse objetivo,
o índice de massa corporal (IMC = peso/altura2) é o mais utilizado.Na classificação quantitativa, a
obesidade é estratificada em graus: leve (IMC entre 30-34,9 kg/m2), moderada (IMC entre 35-39,9
kg/m2) e grave (IMC >40 kg/m2).
Qualitativo
A classificação qualitativa refere-se à composição corporal. Mais precisamente, à distribuição da
gordura. A distribuição pode ser:
GINÓIDE (OU GINECÓIDE). Esta classificação é utilizada quando a gordura está concentrada,
principalmente, nos quadris, coxas e glúteos. É chamada de obesidade do tipo “pêra”. Nesse caso, as
complicações mais comuns são as vasculares periféricas e os problemas ortopédicos.
ANDRÓIDE.Esta classificação é usada quando a gordura está principalmente concentrada em tronco
eabdômen ). É chamada de obesidade do tipo “maçã”. Esta modalidade de obesidade apresenta maior
risco para as doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão e para a morte. A gordura abdominal
pode ser dividida em subcutânea e visceral. Em geral, os fatores de risco associados à obesidade estão
relacionados, principalmente, à deposição excessiva de gordura visceral.
FATORES REGULADORES DA ALIMENTAÇÃO E ADIPOSIDADE
 Adiponectina:
 Neuropeptídio produzido apenas pelo tecido adiposo; 
 Significamente reduzida nos obesos; 
 Níveis plasmáticos correlacionados negativamente com o IMC, percentual de gordura,
concentração de leptina, resistência à insulina, HAS, níveis de LDL e triacilglicerois. 
 Bombesina:
 Peptídio gástrico que inibe a alimentação; 
 Estimula a liberação de gastrina. 
 Glp1:
Nutrição para Concursos -NPC
19
o Produzido nas células L localizadas no íleo distal e no cólon; 
o Os receptores do GLP-1 são expressos no trato intestinal e pâncreas endócrino; 
o Possui a capacidade de regular os níveis de glicose no sangue,a pressão arterial, os níveis
de colesterol, além de diminuir o apetite; 
o Inibe a motilidade do trato gastrointestinal, reduz as secreções e diminui o esvaziamento
gástrico; 
o Estimula a secreção de insulina. 
 Leptina:
 Proteína secretada principalmente pelos adipócitos; 
 A produção de leptina pelos adipócitos é estimulada pela insulina e pelos glicocorticoides; 
 Promove a redução da ingestão alimentar e o aumento do gasto energético, além de regular a
função neuroendócrina e o metabolismo da glicose e de gorduras;
 Reduz o apetite a partir da inibição da formação de neuropeptídeos relacionados ao apetite,
como o neuropeptídeo Y, e também do aumento da expressão de neuropeptídios anorexígenos; 
 Hiperleptinemia, encontrada em pessoas obesas, é atribuída a alterações no receptor de
leptina ou a uma deficiência em seu sistema de transporte na barreira hemato-cefálica,
fenômeno denominado resistência à leptina.
 Grelina:
 Hormônio gastrointestinal diminui a oxidação das gorduras e aumenta a ingestão alimentar e a
adiposidade; 
 Reduzida na obesidade.
 Neuropeptídio Y :
 Mais potente orexígênico do SNC; 
 Deficiência de insulina leva à sua hipersecreção. 
 Serotonina:
● Anorexígeno; 
● Inibe o consumo alimentar; 
● Níveis de serotonina no cérebro são dependentes da ingestão alimentar de triptofano e
carboidratos .
 Hormônio liberador da corticotropina:
A) Anorexígeno
 Melanocortinas:
Nutrição para Concursos -NPC
20
B) Neuropeptídios; 
C) Anorexígeno. 
Para facilitar a memorização:
7.(IFPE/2009)Os pilares fundamentais no tratamento da obesidade são mudanças do comportamento e
hábitos de vida, que incluem alterações no hábito alimentar e prática rotineira de atividades físicas. O
Plano Nutricional de indivíduos obesos apresenta as seguintes características recomendáveis (em
percentuais relativos ao Valor Calórico Total da dieta consumida), segundo o Consenso Latino-
Americano de Obesidade: 
a) carboidratos complexos e ricos em fibras: 45% a 60%; carboidratos simples: de 10% a 15%. Gorduras:
20% a 25%. Gorduras Saturadas: 8%, gorduras monoinsaturadas: 12%, gorduras poliinsaturadas: 10%.
Proteínas: 15% a 20%. Fibra: 20 a 30 g/dia.
 b) carboidratos complexos e ricos em fibras: 40% a 50%; carboidratos simples: de 15% a 20%. Gorduras:
25% a 30%. Gorduras Saturadas: 8%, gorduras monoinsaturadas: 12%, gorduras poliinsaturadas: 10%.
Proteínas: 15% a 20%. Fibra: 25 a 35 g/dia.Peixe/batata inglesa. 
c) carboidratos complexos e ricos em fibras: 40% a 50%; carboidratos simples: de 10% a 15%. Gorduras:
20% a 25%. Gorduras Saturadas: 12%, gorduras monoinsaturadas: 6%, gorduras poliinsaturadas: 10%.
Proteínas: 20% a 30%. Fibra: 20 a 30 g/dia.
d) carboidratos complexos e ricos em fibras: 60% a 70%; carboidratos simples: de 10% a 15%. Gorduras:
20% a 25%. Gorduras Saturadas: 8%, gorduras monoinsaturadas: 12%, gorduras poliinsaturadas: 10%.
Proteínas: 20% a 35%. Fibra: 20 a 30 g/dia.
e) carboidratos complexos e ricos em fibras: 40% a 50%; carboidratos simples: de 10% a 15%. Gorduras:
20% a 25%. Gorduras Saturadas: 8%, gorduras monoinsaturadas: 12%, gorduras poliinsaturadas: 10%.
Proteínas: 15% a 20%. Fibra: 20 a 30 g/dia. 
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RESOLUÇÃO: Nessa questão, são abordadas recomendações desse consenso. No entanto, há
recomendações e informações mais atualizadas sobre obesidades. Dessa forma, vamos estudar o que a
questão pede e,ao final desse tópico, vamos estudar mais sobre a obesidade.
A banca deu como gabarito a letra E, no entanto nenhuma das alternativas corresponde à
recomendação do consenso!!
Abaixo, seguem as recomendações do Consenso:
1)Plano de restrição calórica moderada: 
a) Conteúdo Energético: Calcular o valor energético desejado segundo a situação clínica. Aconselha-
se reduzir progressivamente a ingestão entre 500 kcal e 1000 kcal por dia com relação ao valor ob-
tido, segundo a anamnese alimentar (não inferior a 1200 kcal/dia);
b) Conteúdo ideal de nutrientes: 
- Carboidratos: 55% - 60% (com aproximadamente 20 % de absorção simples) 
- Proteínas: 15%-20% (não menos de 0.8 g/ Kg de peso desejável) 
- Gorduras: 20%-25%, com 7% de gorduras saturadas, 10% de gorduras poliinsaturadas e 13% de
gorduras monoinsaturadas 
- Fibras: entre 20 e 30g por dia - Álcool: não é aconselhável sua recomendação 
- Colesterol: não mais que 300mg/dia 
- Vitaminas e Minerais: são atingidos os requerimentos totais nos planos de 1200 kcal ou maiores 
- Cloreto de Na: adequada a situação biológica individual 
- Líquidos: 1500ml para cada 1000kcal 
- Distribuição: sugerem-se 6 refeições por dia.
 2) Outros Planos Alimentares: 
a) de baixo valor calórico: Denomina-se assim o que provém entre 800-1200 kcal ou entre 10 a 19 kcal
por kg de peso desejável. Está indicado se após um período razoável com um plano moderado não se con-
seguiu diminuir de peso. 
b) de muito baixo valor calórico: Denomina-se assim o que provém menos de 800 kcal diárias ou menos
de 10 kcal por kg de peso desejável/dia. Está indicado para obesidades graves e recorrentes, descompen-
sação diabética e outros estados que necessitam rápida perda de peso. Deve aplicar-se por períodos cur-
tos (3-4 semanas). Não se recomendam dietas de menos de 400 kcal/dia, nem o jejum total (menos de
200 kcal/dia).
3)Desarmônicas: dietas cetogênicas 
4)Dietas não aconselhadas: porque não tem fundamento científico nutricional.Ex: dietas de moda.
GABARITO DA BANCA: E
8.(AOCP/HU-UFPA/2016) No geral, o tecido adiposo pode ser classificado de duas maneiras em relação
a sua distribuição: androide e ginoide. De acordo com essas classificações, assinale a alternativa
correta.
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 (A) Androide, também conhecida como “formato de maçã”, destaca-se pelo acúmulo de tecido adiposo
na região de abdômen, tronco e pescoço.
 (B) Ginoide, também conhecida como “formato de maçã”, é o tecido adiposo acumulado
predominantemente nas regiões do quadril, glúteo e parte superior da coxa. 
(C) Androide, também conhecida como “formato de pêra”, é mais prevalente no sexo feminino, com
maior acúmulo de tecido adiposo na parte superior da coxa. 
(D) Ginoide, também conhecida como “formato de pêra”, é o tecido adiposo acumulado
predominantemente nas regiões de abdômen, tronco e pescoço. 
(E) Ginoide, também conhecida como “formato de maçã”, é mais prevalente no sexo masculino, com
maior acúmulo de tecido adiposo na parte superior da coxa e abdômen.
RESOLUÇÃO:
A obesidade ginoide ocorre predominantemente no sexo feminino. É também chamada de obesidade
baixa, periférica ou glúteo-femoral. Este tipo de obesidade se associa à figura de uma pêra, e acarreta
num menor risco de complicações metabólicas.
Já a obesidade androideé predominante no sexo masculino. Esta variação também é conhecida como
obesidade alta, central ou troncular. A obesidade androide se assemelha à figura de uma maçã. Estudos
apontam que a obesidade androide oferece maior risco de complicação metabólica. Esta variação é
considerada de alto risco pois possui um acúmulo predominante de células gordurosas na região
abdominal, o que leva a um aumento de risco de doenças cardiovasculares e morte prematura. As
alterações metabólicas relacionadas à obesidade androide incluem as dislipidemias, resistência à
insulina, diabetes de tipo 2, síndrome metabólica, inflamações e trombose.
GABARITO: A
9.(AOCP/HU-UFJF/2015) Nas últimas décadas, a obesidade tem crescido de forma vertiginosa em todo
o mundo e está associada a várias repercussões metabólicas importantes. Em relação ao assunto,
analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta as corretas.
 I. Segundo a Organização Mundial de Saúde, é considerado obeso o indivíduo com Índice de Massa
Corporal igual ou superior a 30 kg/m2 .
 II. Pacientes obesos possuem maiores concentrações de ácidos graxos livres circulantes, resultantes da
lipólise das triglicérides, provenientes do tecido adiposo. Assim, quanto maior a quantidade de tecido
adiposo, maior a concentração de ácidos graxos circulantes. 
III. A produção e a secreção aumentada de citocinas inflamatórias em pacientes obesos podem
interferir na ação da insulina sobre a supressão da lipólise. 
IV. A gordura visceral pode determinar um aumento na pressão intra-abdominal, cujos efeitos
compressivos sobre os rins ativam o sistema renina angiotensina-aldosterona e contribuem para a
elevação da pressão arterial. 
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(A) Apenas I. (B) Apenas I e III. (C) Apenas II, III e IV. (D) Apenas I, II e III. (E) I, II, III e IV.
RESOLUÇÃO: 
I. Segundo a Organização Mundial de Saúde, é considerado obeso o indivíduo com Índice de Massa
Corporal igual ou superior a 30 kg/m2 . CORRETO
 II. Pacientes obesos possuem maiores concentrações de ácidos graxos livres circulantes, resultantes da
lipólise das triglicérides, provenientes do tecido adiposo. Assim, quanto maior a quantidade de tecido
adiposo, maior a concentração de ácidos graxos circulantes. CORRETO
III. A produção e a secreção aumentada de citocinas inflamatórias em pacientes obesos podem
interferir na ação da insulina sobre a supressão da lipólise. CORRETO
IV. A gordura visceral pode determinar um aumento na pressão intra-abdominal, cujos efeitos
compressivos sobre os rins ativam o sistema renina angiotensina-aldosterona e contribuem para a
elevação da pressão arterial. CORRETO
GABARITO: E
10.(COPEVE- Pref. de Palmeira dos Índios) A obesidade é uma doença multifatorial, que envolve
aspectos metabólicos a sociais e culturais. Pode-se considerar que uma pessoa tem obesidade mórbida
quando o Indice de Massa Corporal (IMC) equivale a
A) ≥ 40,0.
B) 35,0 a 45,0.
C) 35 a 39,9.
D) 30,0 a 34,9.
E) ≥ 45,0.
RESOLUÇÃO: Essa questão é super fácil, e também poderia estar na aula de avaliação nutricional! 
GABARITO: A
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11.(UPENET/2019)Segundo a Organização Mundial de Saúde, a determinação do sobrepeso e obesidade
consiste no conjunto de fatores relacionados ao modo de vida contemporânea, no qual há uma
interposição de fatores de ordem individual (biológicos e comportamentais), fatores relacionados ao
modo de comer e viver na atualidade e organização dos sistemas alimentares. Em uma visão mais
ampliada dos determinantes da obesidade, todos abaixo podem ser relacionados, com EXCEÇÃO de um
deles. Assinale-o
A) A obesidade como problema psiquiátrico 
B) A padronização da alimentação e dos gostos
D) O sistema hedônico
C) O comer sozinho
E) A padronização do corpo magro 
RESOLUÇÃO: A questão é baseada no seguinte documento: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/perspectivas_desafios_cuidado_pessoas_obesidade.pdf
A) A obesidade como problema psiquiátrico ERRADO
B) A padronização da alimentação e dos gostos CORRETO
A padronização da alimentação e dos gostos debatida na literatura, provocada pela crescente
globalização, vem acompanhada de manifestações singulares de se alimentar: dietas mais ou menos
restritivas por razões médicas, restrições alimentares por motivos religiosos, estéticos, estética laboral
(profissionais da moda, dançarinos, fisiculturistas etc.), ou ainda por consequência das condições
econômicas precárias vivenciadas por grupos populacionais em várias regiões do mundo .
D) O sistema hedônico CORRETO
O sistema hedônico é um termo utilizado para designar o uso de alimentos como forma de suportar os
problemas emocionais na vida adulta, que se vincula diretamente ao ganho de peso e reflete na
determinação da necessidade calórica (SHARMA; PADWAL, 2010). Comer em reposta ao estresse, às
frustrações, à solidão, à ansiedade, à raiva, ao desgosto, ao medo, à gratidão, comer como diversão e
tudo que possa significar desinibição, com escolhas de alimentos de alta palatabilidade são
preferenciais nos sistemas hedônicos de hiperfagia, com alta densidade calórica e que geram conforto .
C) O comer sozinho CORRETO
 O comer sozinho, como uma das marcas de nosso tempo, ao lado da padronização globalizante, implica
seleções de alimentos, nas formas de cozinhá-los e consumir os alimentos, justificadas por
necessidades, conhecimentos, atitudes e constrangimentos, mais os menos específicos que interferem
nas relações sociais permeadas pela comensalidade. Essas “novas” formas de comer pressupõem
diferentes tipos e graus de exclusão ou distanciamento das tradições alimentares, das formas de
preparar os alimentos, as quais não se encaixam com as “escolhas” individuais ( 
E) A padronização do corpo magro CORRETO
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http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/perspectivas_desafios_cuidado_pessoas_obesidade.pdf
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Na complexa dinâmica de determinação da obesidade são passíveis de observação as pressões sociais
para a padronização do corpo magro como símbolo de saúde e beleza. Essa pressão social e cultural
manifestada de diversas formas, mas principalmente com o preconceito às pessoas com excesso de
peso, tem sido capitaneada pelos interesses econômicos de determinados setores da sociedade de
produção e consumo, que se utiliza da mídia e esta se aproveita de um discurso biomédico para
justificar o combate à obesidade. O setor Saúde, no entanto, que se ocupa e se preocupa com a
obesidade como problema de saúde pública, convive com o crescente “comércio” da saúde,
representado por grupos que obtêm lucros nos mais variados produtos e serviços para “prevenir e
curar” a obesidade, manter os corpos magros, jovens, saudáveis, belos e firmes. 
GABARITO: A
12.(FGV/TJ-PI/2015)O aconselhamento dietético (AD) de obesos deve apresentar-se como proposta
educativa, que se preocupa com a compreensão do ser humano e do mundo, e suas relações. Desse
modo, o plano de ação do AD, sendo individual ou coletivo, deve ser fundamentado em técnicas
pedagógicas e nos seguintes valores:
a) causais e passivos;
b) causais e estruturais;
c) formais e passivos;
d) sociais e culturais;
e) sociais e estruturais.
RESOLUÇÃO: O Aconselhamento Dietético (AD), que em 1969 foi conceituado pela Associação
Americana de Dietética, como a orientação profissional individualizada para ajudar uma pessoa a
ajustar seu consumo diário de alimentos, a fim de atender às suas necessidades de saúde . Nessa
perspectiva, o AD apresenta-se antes de tudo como uma proposta educativa, que preocupa-se com a
compreensão do homem e do mundo, e das relações que existem entre estes. Dessa forma, valores
sociais e culturais, sejam individuais ou coletivos, compõemo plano de ação do Aconselhamento, que
consiste em um espaço pedagógico inserido numa realidade concreta e histórica .
GABARITO: D
13.(UFES/2017)A conduta nutricional no tratamento inicial da obesidade deve objetivar a redução
semanal de 0,5 kg a 1,0 kg do peso do paciente, de acordo com as suas características individuais. Nessa
fase, a restrição calórica do paciente deve ser de:
a)500 a 800 kcal/dia.
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b)500 a 1000 kcal/dia.
c)800 a 1000 kcal/dia.
d)800 a 1200 kcal/dia.
e)1000 a 1200 kcal/dia.
RESOLUÇÃO:
 1)Plano de restrição calórica moderada: 
Conteúdo Energético: Calcular o valor energético desejado segundo a situação clínica. Aconse-
lha-se reduzir progressivamente a ingestão entre 500 kcal e 1000 kcal por dia com relação ao va-
lor obtido, segundo a anamnese alimentar (não inferior a 1200 kcal/dia).
a)500 a 800 kcal/dia. ERRADO
b)500 a 1000 kcal/dia.CORRETO
c)800 a 1000 kcal/dia. ERRADO
d)800 a 1200 kcal/dia. ERRADO
e)1000 a 1200 kcal/dia ERRADO
GABARITO: B
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Antes de resolvermos a última questão sobre obesidade, vamos estudar o tratamento
cirúrgico!
TRATAMENTO CIRÚRGICO
 Indicações:
 Contraindicações:
 Pré-operatório:
o Anamnese deve contemplar: história evolutiva do peso, identificação de fatores que contribuem para o
ganho ponderal (medicações e comorbidades), antecedentes patológicos e cirúrgicos, história familiar de
obesidade, nutricional, psiquiátrica e social. Também deve ser feita avaliação especializada de saúde
mental; 
o Exames complementares são necessários para identificar condições que possam piorar o risco cirúrgico; 
o A perda de 10% do peso antes da cirurgia tem sido relacionada com uma melhor perda ponderal no
primeiro ano pós-operatório; 
o Os tabagistas devem parar de fumar pelo menos oito semanas antes da cirurgia: minimizar riscos de
complicações tromboembólicas. 
o Técnicas cirúrgicas: Não há evidência científica para indicar uma técnica específica à população
obesa em geral, devendo a escolha respeitar características do paciente e a experiência do
cirurgião.
o Restritivas: 
 Banda gástrica ajustável:
Técnica ajustável, realizada por via laparoscópica, reversível; 
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Apresenta melhor resultado de perda e manutenção de peso que a mudança de estilo de
vida isolada e baixa mortalidade (0,1%), embora a perda de peso seja menor que na
derivação gástrica em Y de Roux (DGYR). 
A perda do excesso de peso é de aproximadamente 50%; 
Após a banda gástrica, a perda de peso tende a ser mais gradual.
 Balão Intragástrico:
Trata-se de um procedimento endoscópico, e não de uma cirurgia propriamente dita; 
Pode ser utilizado como método auxiliar para perda de peso no pré-operatório; 
Só se pode utilizar o balão por até seis meses e, se houver necessidade de recolocá-lo, deve-se
aguardar um intervalo de 30 dias; 
Apesar de ser um procedimento de baixo risco, em geral cursa com reganho de peso após sua
retirada. 
o Mista predominante restritiva:
 Derivação Gástrica em Y de Roux:
É a técnica mais realizada atualmente; 
Caracterizada pela criação de uma pequena câmara ou bolsa gástrica junto à pequena curvatura
e pela exclusão do restante do estômago, incluindo todo o fundo e o antro gástrico, o duodeno
e a porção inicial do jejuno; 
Como efeito principal, leva à saciedade mais precocemente, associada a efeitos causados pela
reconstrução do trânsito em Y de Roux; 
O peso final atingido é menor que o das técnicas puramente restritivas, sendo a perda do
excesso de peso de aproximadamente 70%; 
Deve-se garantir reposição de complexo vitamínico-mineral e de vitamina B12, bem como
monitoramento dos níveis séricos de ferro, cálcio e vitaminas; 
Há técnicas que utilizam um anel de contenção para reduzir o esvaziamento da pequena
câmara gástrica (as mais conhecidas são as de Capella e Fobi). 
 
o Mista predominante desabsortiva:
 Derivação Biliopancreática com Gastrectomia Horizontal - Scopinaro 
Neste procedimento, caracterizado por gastrectomia horizontal, exclusão de todo o jejuno e
parte do íleo (2,5 m) e criação de uma alça intestinal comum de 50 cm; 
A perda de peso pós-operatória é secundária principalmente à disabsorção lipídica e calórica; 
Por isso, essa técnica possui maior incidência de desnutrição e deficiência de vitaminas
lipossolúveis; 
A perda do excesso de peso oscila em torno de 80%. 
 Derivação Biliopancreática com Duodenal Switch :
Derivação da técnica anterior, em que se realizam gastrectomia vertical subtotal com
preservação do piloro e anastomose entre o íleo e a primeira porção do duodeno; 
A alça intestinal comum é mantida mais longa [75 cm], para minimizar efeitos colaterais
decorrentes da disabsorção acelerada); 
A perda de peso oscila em torno de 75% a 80%. 
 Pós-operatório:
o Benefícios: 
 Maior controle do peso corporal promovido pela cirurgia bariátrica promove melhora das
comorbidades relacionadas à obesidade; 
 Estado psicossocial e a qualidade de vida também melhoram muito após a perda de peso; 
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 A perda de peso após procedimentos desabsortivos atinge um nadir por volta de 12 a 18
meses de pós-operatório, com reganho de cerca de 10% durante a década seguinte; 
 A Derivação gástrica em Y de roux modifica a resposta dos hormônios intestinais envolvidos
na sinalização do apetite e no controle glicêmico. 
o Complicações:
➢ Nas técnicas desabsortivas e, em menor grau, na DGYR, há maior risco de se desenvolver diarreia com
flatulência excessiva, desnutrição proteica, anemia ferropriva, deficiência de vitaminas e doenças
osteometabólicas; 
➢ A síndrome de dumping pode ocorrer após Derivação gástrica em Y de roux, quando houver ingestão
de alimentos doces ou hiperosmolares. 
o Seguimento pós-operatório:
A) Acompanhamento regular dos pacientes no pós-operatório, por meio de consultas ambulatoriais,
orientações nutricionais e exames laboratoriais para detectar precocemente alterações metabóli-
cas e nutricionais; 
B) A frequência do acompanhamento deve ser individualizada e baseada no tipo de cirurgia e comor-
bidades do paciente; 
C) A suplementação nutricional é fundamental a todos os pacientes e deve incluir suplementos polivi-
tamínicos diários que contenham minimamente ferro, cálcio, vitamina D, zinco e complexo B em
sua fórmula; 
D) Profissional habilitado deve prescrever o programa nutricional pós-operatório. Normalmente, ini-
cia-se a dieta oral líquida de prova 24 horas após o procedimento cirúrgico. A introdução de nutri-
ção parenteral pode ser necessária a pacientes de alto risco;
E) O protocolo de progressão da dieta alimentar: depende do tipo de cirurgia realizada, mas, como
regra geral, o paciente deve realizar pequenas refeições balanceadas, diversas vezes ao dia, sem a
ingestão simultânea de líquidos. 
F) A presença de fibras é obrigatória e o consumo de proteínas, em torno de 60 a 120 g por dia; 
G) Hidratação adequada também é importante, com estímulo à ingestão de líquidos superior a 1,5 l
por dia; 
H) A perda ponderal estabiliza-se em média 18 meses após a cirurgia, época em que geralmente
ocorre perda máxima do peso (podendo chegar a mais de 80% do excesso deste); 
I) Considera-se o tratamento cirúrgico da obesidade bem-sucedido: se houver perda de, no mínimo,
50% do excesso de peso e o paciente deixar de ser obeso mórbido, sendo necessária a manuten-
ção dessas condições pelo período de cinco anos; 
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J) Só se pode efetuar avaliação de sucesso, no mínimo, após 24 meses do pós-operatório, espe-
rando-se reganho ponderal entre dois e cinco anos após a cirurgia. 
Acompanhamento nutricional pós-operatório
• Planejamento alimentar após a cirurgia bariátrica:
O Guia Alimentar utilizado em pacientes bariátricos é justamente a pirâmide bariátrica, proposta por
VioletMoizé em 2013, que determina o uso de suplementos alimentares, ingestão de água e chás claros e
atividade física como base de comportamento. Prioriza as proteínas tanto ricas em ferro como ricas em
cálcio, como primeiro alimento a ser ingerido, seguido de vitaminas e minerais advindos de frutas e
vegetais.Em consumo moderado o uso de carboidratos, preferencialmente os integrais e o que deve ser
evitado ao máximo são bebidas alcoólicas, gaseificadas, doces e gorduras em geral.
 Evolução da consistência alimentar – Fases da Dieta:
Como a capacidade gástrica está reduzida, como na gastroplastia com derivação em Y Roux em torno de
50ml e na Manga Gástrica ou Sleeve em torno de 100ml, as dietas hipocalóricas são uma rotina. Porém
estas dietas, se utilizadas por um tempo prolongado podem causar deficiências nutricionais se não forem
bem conduzidas
 1ª fase – DIETA LÍQUIDA:
Esta fase compreende as duas primeiras semanas após a cirurgia e caracteriza-se como uma fase de
adaptação.
A alimentação é liquida e constituída de pequenos volumes (em torno de 50 ml por refeição a cada 30
minutos) e tem como principal objetivo o repouso gástrico, a adaptação aos pequenos volumes e a
hidratação. Como consequência da alimentação liquida, a perda de peso chega a ser de 10% em média
nos primeiros trinta dias, devendo-se introduzir o uso de complementos nutricionais específicos para
evitar carências de vitaminas e de minerais.
O uso de suplementos nutricionais em pó devem ser iniciados desde os primeiros dias da dieta líquida.
A intolerância à lactose pode acontecer em alguns pacientes podendo gerar náuseas, vômitos e diarréia.
Nestes casos a lactose deve ser excluída da dieta líquida
 2ª fase- DIETA PASTOSA
Nutrição para Concursos -NPC
https://www.sbcbm.org.br/nutricao/#1511203034439-9b4f3ccc-d8fd
https://www.sbcbm.org.br/nutricao/#1507066090314-09f06be5-48b7
https://www.sbcbm.org.br/nutricao/#1507065771549-d7989898-b6ed
https://www.sbcbm.org.br/nutricao/#1507065771484-cf22b1cc-52db
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Nesta fase ocorre a inclusão de alimentos na consistência de cremes e purês. O objetivo principal é
manter o repouso gástrico e iniciar a transição para dieta branda, onde mastigação exaustiva deverá
ocorrer. O tempo médio de duração é de 7 a 10 dias.
O consumo de líquidos deve ser sempre estimulado nos intervalos das refeições, em pequenos volumes.
O paciente deve ser orientado a sempre começar sua refeição pela fonte de proteína, bem como
identificar possíveis intolerâncias alimentares, na medida que os diferentes alimentos são incluídos na
dieta
 3ª fase – DIETA BRANDA – alimentos cozidos:
Após a dieta líquida, evolui-se para uma fase com alimentos bem cozidos, que demandam muita
mastigação.
Inicia-se uma etapa onde a seleção dos alimentos é de fundamental importância pois, considerando que
as quantidades ingeridas diariamente continuam muito pequenas, deve-se dar preferência aos alimentos
mais nutritivos escolhendo fontes diárias de proteínas e ferro como carnes moídas e desfiadas, cálcio
(leite e derivados) e vitaminas (frutas e vegetais cozidos).
O paciente deverá receber um treinamento para reconhecer quais são os alimentos mais ricos nestes
nutrientes de forma a ficar mais independente para escolher as principais fontes de minerais e vitaminas
encontradas nas suas refeições diárias. Como a alimentação passa a ser mais consistente deve-se mastigar
exaustivamente. A duração desta fase é em média de quinze dias.
 4ª fase – DIETA GERAL (normal)
Nesta fase a alimentação evolui gradativamente para uma consistência ideal para uma nutrição
satisfatória. Geralmente ocorre a partir do 1º mês após a cirurgia quando, quase todos os alimentos
começam a ser introduzidos na alimentação diária. O cuidado com a escolha dos alimentos nutritivos
deve continuar, pois, as quantidades ingeridas diariamente continuam pequenas. Nesta fase o paciente
pode ser capaz de selecionar os alimentos que lhe tragam mais conforto, satisfação e qualidade
nutricional. Escolher carnes na forma de bifes, filés, assados, cozidos ou grelhados, leite e derivados com
baixo teor de gordura, frutas em geral, vegetais folhosos crus ou refogados, grãos como feijões, lentilhas,
ervilhas e cereais integrais, ou seja, uma alimentação completa.
A evolução nutricional deve ser lenta e progressiva, dependendo da tolerância individual podendo variar
bastante de um paciente para outro. Normalmente os pacientes mais ansiosos, que não reaprenderam o
processo de mastigação lenta, tendem a sentir desconforto e até vômitos dependendo do tipo de
alimento utilizado. Estes demoram mais para evoluir para as consistências desejadas e
consequentemente o valor proteico e calórico, e necessitam de mais atenção da equipe multiprofissional.
Nutrição para Concursos -NPC
https://www.sbcbm.org.br/nutricao/#1507066091769-9bbd6fa2-c037
https://www.sbcbm.org.br/nutricao/#1507066091122-d486979f-be15
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O reaprendizado da mastigação e deglutição lentas são fatores determinantes para uma boa digestão, em
especial no paciente bariátrico.
Caso o paciente persista com dificuldade de progressão da dieta, após as orientações do profissional da
nutrição, uma avaliação mais aprofundada da função mastigatória deveria ser realizada. Nesse caso, o
encaminhamento para o fonoaudiólogo seria importante, principalmente com os usuários de prótese
dentária parcial ou total.
• Suplementação nutricional após a cirurgia bariátrica
Após a cirurgia bariátrica as deficiências nutricionais podem ocorrer pela menor ingestão de alimentos,
devido à redução do estômago, e/ou pela diminuição da absorção dos nutrientes – as quais podem variar
conforme o tipo de cirurgia.
A dieta individualizada e bem orientada é a maneira mais adequada de manter os nutrientes em em níveis
desejáveis. No entanto, em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, a restrição do tamanho do
estômago, o desvio intestinal e algumas intolerâncias alimentares justificam a utilização da
suplementação nutricional. Portanto, a utilização de uma dosagens diárias adequadas de
polivitamínicos/minerais é a forma de garantir esse aporte.
Essa reposição é realizada nos meses iniciais, na maioria dos casos, por suplementos em forma de
pastilhas e/ou em pó solúveis devido à restrição inicial à comprimidos e cápsulas, existindo também a
possibilidade de diluição do comprimido em liquidos; em geral, após 60-90 dias de cirurgia o uso de
comprimidos e cápsulas é permitido. Esse suplemento deve conter 100% ou ao menos 2/3 das
necessidades diárias, com a finalidade da prevenção das deficiências nutricionais. Através do
acompanhamento de rotina com equipe multidisciplinar será avaliado a necessidade de uma
suplementação específica de algum nutriente isolado, caso seja necessário.
De uma forma geral, as deficiências nutricionais mais comuns na cirurgia bariátrica são: proteína, ferro,
zinco, cálcio, vitamina D e vitaminas do complexo B.
Os sinais e sintomas que geralmente podem ocorrer destas deficiências são: queda de cabelo, unhas
quebradiças, anemia, fraqueza, cansaço, pele ressecada, “formigamento” das extremidades (braço/mãos
e pernas/pés), e algumas vezes déficit de memória
14.(AOCP/2017)A cirurgia bariátrica é uma ferramenta eficaz no tratamento e controle da obesidade
mórbida. Após o tratamento clínico longitudinal sem sucesso, realizado por no mínimo dois anos, são
considerados candidatos a esse tratamento cirúrgico, EXCETO
a)Paciente com IMC > 35 kg/m2 associado à apneia do sono.
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https://www.sbcbm.org.br/nutricao/#1507066244242-007cb77c-9a52
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b)Paciente com IMC > 30 kg/m2 associado a diabetes tipo II.
c)Paciente com IMC > 40 kg/m2 independente da presença de comorbidade.
d)Paciente com IMC 50 kg/m2.
e)Paciente com IMC > 35 kg/m2 associado à doença articular degenerativa.
RESOLUÇÃO:
A)Pacientecom IMC > 35 kg/m2 associado à apneia do sono.CORRETO
B)Paciente com IMC > 30 kg/m2 associado a diabetes tipo II.ERRADO
C)Paciente com IMC > 40 kg/m2 independente da presença de comorbidade.CORRETO
D)Paciente com IMC 50 kg/m2.CORRETO
E)Paciente com IMC > 35 kg/m2 associado à doença articular degenerativa.CORRETO
GABARITO: B
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TRANSTORNOS ALIMENTARES 
(FONTE: José Carlos Appolinárioa e Angélica M Claudinob Rev. Bras. Psiquiatr. vol.22 s.2 São
Paulo Dec. 2000)
Anorexia nervosa (AN)
Várias alterações do apetite e perturbações da imagem corporal podem ocorrer nas crianças em idade
escolar, embora os quadros mais típicos de transtornos alimentares sejam mais raros. Apesar de cerca de
45% das crianças de ambos os sexos em idade escolar quererem ser mais magras e 37% tentarem perder
peso,6 somente uma pequena proporção delas desenvolvem um transtorno alimentar. Vale ressaltar, no
entanto, que alguns traços presentes na idade escolar são considerados fatores de risco para o
surgimento dos transtornos alimentares na adolescência, alertando o profissional de saúde que atende
crianças para reconhecer e investigar estes traços ainda insipientes.
A AN ocorre predominantemente em mulheres jovens, com uma prevalência pontual de 0,28%6 e taxas
de prevalência ao longo da vida oscilando entre 0,3% e 3,7%.6 Existem dois picos de incidência: aos 14 e
aos 17 anos.7 Evidências sugerem que fatores psicossociais desempenham um importante papel na
distribuição dos transtornos alimentares.8 A influência da "cultura do corpo" e da pressão para a magreza
que as mulheres sofrem nas sociedades ocidentais (especialmente as adolescentes) parece estar
associada com o desencadeamento de comportamentos anoréticos. Determinadas profissões que exigem
leveza para melhor desempenho (como ginastas, jockeis, patinadoras, bailarinas) ou esbeltez para
"comercialização" da imagem (modelos, atrizes) se encontram em risco aumentado para o
desenvolvimento do transtorno.9
O modelo etiológico mais aceito atualmente para explicar a gênese e a manutenção dos transtornos
alimentares é o modelo multifatorial que baseia-se na hipótese de que vários fatores biológicos,
psicológicos e sociais estejam envolvidos, interrelacionando-se.
Na sua forma típica, a AN se inicia geralmente na infância ou na adolescência. O início é marcado por uma
restrição dietética progressiva com a eliminação de alimentos considerados "engordantes", como os
carboidratos. As pacientes passam a apresentar certa insatisfação com os seus corpos assim como passam
a se sentir obesas apesar de muitas vezes se encontrarem até emaciadas (alteração da imagem corporal).
O medo de engordar é uma característica essencial, servindo muitas vezes como um diferencial para
outros tipos de anorexia secundárias a doenças clínicas ou psiquiátricas. Gradativamente, as pacientes
passam a viver exclusivamente em função da dieta, da comida, do peso e da forma corporal, restringindo
seu campo de interesses e levando ao gradativo isolamento social. O curso da doença é caracterizado por
uma perda de peso progressiva e continuada. O padrão alimentar vai se tornando cada vez mais secreto e
muitas vezes até assumindo características ritualizadas e bizarras.9
Segundo o sistema classificatório da última edição do Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders (DSM-IV2), existem dois tipos de apresentação clínica da doença: no primeiro, as pacientes
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apenas empregam comportamentos restritivos associados à dieta ("tipo restritivo"); no outro grupo ("tipo
purgativo") ocorrem episódios de compulsão alimentar e/ou comportamentos mais perigosos, como os
vômitos auto-induzidos, o abuso de laxativos e de diuréticos. A classificação dos transtornos mentais e do
comportamento da Classificação Internacional de Doenças ¾ 10ª Edição (CID-103) já não distingue tipos
de anorexia e, portanto, pacientes anoréticas que apresentam episódios bulímicos podem receber os dois
diagnósticos: anorexia e bulimia.
A prática de exercícios físicos é freqüente, sendo que as pacientes chegam a realizar exercícios físicos
extenuantes com o objetivo de queimar calorias e perder peso. Há uma ausência completa de inquietação
com sua condição física com negação dos riscos.10
Várias complicações médicas podem surgir em decorrência da desnutrição e dos comportamentos
purgativos, tais como anemia, alterações endócrinas, osteoporose e alterações hidroeletrolíticas
(especialmente hipocalemia, que pode levar a arritmia cardíaca e morte súbita), dentre outras. A
associação dos transtornos alimentares com outros quadros psiquiátricos é bastante freqüente,
especialmente com transtornos do humor, transtornos de ansiedade e/ou transtorno de personalidade,
mesclando os seus sintomas com os da condição básica e complicando a evolução clínica.11,12
O diagnóstico diferencial deve ser feito tanto com doenças físicas como psiquiátricas que podem cursar
com anorexia e emagrecimento. No entanto, quando a causa da anorexia e do emagrecimento é uma
doença clínica, a pessoa não apresenta as alterações da imagem corporal e o medo de ganhar peso
presentes nas pacientes com AN.9 Outro diagnóstico diferencial importante e por vezes difícil é com a BN,
comentado mais adiante.
 AN de início precoce parece ser o transtorno alimentar mais comum na infância. A anorexia pode ter
início a partir dos 7 anos de idade e preferencialmente em meninas, embora em crianças a prevalência
entre meninos parece ser maior do que entre adultos jovens. Formas mais precoces de transtornos
alimentares apresentam uma associação importante com comportamento obsessivo (incluindo extrema
preocupação com a escola) e com sintomas depressivos.6 As mais freqüentes razões dadas para a recusa
alimentar, além do medo de engordar ou do desejo de emagrecer, costumam ser: náuseas, dor
abdominal, sensação de plenitude, perda de apetite ou incapacidade para engolir.13 Quando manifestam
claramente sua intenção de controlar a alimentação, meninas referem preocupações estéticas, enquanto
meninos relatam mais preocupação com saúde e condicionamento físico. Apesar das crianças se
utilizarem menos de métodos purgativos (vômitos e laxativos), elas se exercitam bastante para controlar
o peso através de esportes ou subindo escadas e fazendo abdominais.7 Embora nesta faixa etária a perda
de peso não seja essencial para o diagnóstico, podendo haver apenas redução no ganho de peso esperado
para o crescimento, a perda de peso pode ser rápida e dramática em virtude dos baixos níveis de gordura
corporal total em crianças.1 Nos casos de AN pode haver um importante retardo no desenvolvimento,
expondo ao risco de osteopenia, osteoporose e baixa estatura.14,15 A AN pode se instalar de forma aguda
(com sintomas obsessivo-compulsivos), podendo existir uma associação com transtornos
neuropsiquiátricos auto-imunes desencadeados por infecções estreptocócicas na infância.4
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Devido a sua etiologia multifatorial, a AN é considerada uma condição de difícil tratamento. A integração
das abordagens médica, psicológica e nutricional é a base da terapêutica. A constituição de uma equipe
multiprofissional é fundamental para o sucesso terapêutico e os profissionais envolvidos devem trabalhar
de forma integrada.16
A internação hospitalar deve ser considerada para as pacientes com peso corporal abaixo de 75% do
mínimo ideal, quando estão perdendo peso rapidamente ou quando se faz necessária uma monitorização
adequada das suas condições clínicas. O tratamento ambulatorial deve ser indicado quando a paciente
tem um bom suporte social, não está perdendo peso rapidamente, encontra-se metabolicamente estável
e não apresenta os critérios de gravidade descritos acimae que indicam a necessidade de uma internação
hospitalar.
Apesar de não existir um agente farmacológico específico para a AN, vários medicamentos têm se
mostrado úteis. O uso de antidepressivos ou ansiolíticos pode ser adequado em pacientes que
desenvolvem uma comorbidade psiquiátrica associada. O emprego destas substâncias em pacientes com
AN deve ser cauteloso, tendo em vista as freqüentes anormalidades clínicas associadas. Os agentes
inibidores da recaptação da serotonina (ISRS) parecem mais seguros.17 Existem evidências de que a
fluoxetina poderia auxiliar na manutenção do peso pós-internação em alguns pacientes. A psicoterapia
em suas diversas modalidades (cognitivo-comportamental, interpessoal e a terapia de família) ainda é um
dos pilares centrais do tratamento.
Bulimia nervosa (BN)
A BN é extremamente rara antes dos 12 anos.18 O transtorno é característico das mulheres jovens e
adolescentes, com prevalência de 1,1% a 4,2% neste grupo.6 Fatores de ordem biopsicossocial se
encontram relacionados com sua etiologia.19 O episódio de compulsão alimentar é o sintoma principal e
costuma surgir no decorrer de uma dieta para emagrecer. No início, pode se achar relacionado à fome,
mas posteriormente, quando o ciclo compulsão alimentar-purgação já está instalado, ocorre em todo tipo
de situação que gera sentimentos negativos (frustração, tristeza, ansiedade, tédio, solidão). Inclui um
aspecto comportamental objetivo que seria comer uma quantidade de comida considerada exagerada se
comparada ao que uma pessoa comeria em condições normais; e um componente subjetivo que é a
sensação de total falta de controle sobre o seu próprio comportamento. Estes episódios ocorrem às
escondidas na grande maioria das vezes e são acompanhados de sentimentos de intensa vergonha, culpa
e desejos de autopunição. A quantidade de calorias ingerida por episódio pode variar enormemente,
muito embora em média oscile entre 2 mil e 5 mil calorias.19
O vômito auto-induzido ocorre em cerca de 90% dos casos, sendo portanto o principal método
compensatório utilizado. O efeito imediato provocado pelo vômito é o alívio do desconforto físico
secundário à hiperalimentação e principalmente a redução do medo de ganhar peso. A sua freqüência é
variável, podendo ser de um até 10 ou mais episódios por dia, nos casos mais graves. No começo, a
paciente necessita de manobras para induzir o vômito, como a introdução do dedo ou algum objeto na
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garganta. Algumas bulímicas mais graves, com vários episódios de vômitos por dia, podem apresentar até
ulcerações no dorso da mão pela uso da mesma para induzir a emese, o que se chama de sinal de Russell.
Com a evolução do transtorno, a paciente aprende a vomitar sem necessitar mais de estimulação
mecânica.9
Outros mecanismos utilizados pelas bulímicas para controle do peso após uma ingestão exagerada são: o
uso inadequado (sem prescrição médica) de medicamentos do tipo laxativo, de diuréticos, de hormônios
tireoidianos, de agentes anorexígenos e de enemas. Jejuns prolongados e exercícios físicos exagerados
são também formas de controle do peso, mas geralmente geram menos complicações clínicas do que as
técnicas purgativas descritas acima. Na BN, a paciente mantêm uma preocupação excessiva com a forma
e o peso corporal. A classificação do DSM-IV2 distingue dois tipos de pacientes com bulimia conforme a
utilização de métodos compensatórios mais invasivos (vômitos, laxantes, diuréticos, outras
drogas) ¾ "tipo purgativo" ¾ ou não (só dieta, jejuns e exercícios), classificado no "tipo não-purgativo".
A CID-103 apresenta critérios diagnósticos muito próximos aos do DSM-IV,2 ressaltando, entretanto, a
possibilidade de negligência do tratamento insulínico em diabéticos como uma apresentação especial do
quadro, assim como a possível ocorrência de um episódio prévio de AN que evoluiu para bulimia.
As complicações clínicas são decorrentes principalmente das manobras compensatórias para perda de
peso: erosão dos dentes, alargamento das parótidas, esofagites, hipopotassemia e alterações
cardiovasculares, dentre outras. Como na AN, parece haver uma ocorrência aumentada de transtornos do
humor e de transtornos de ansiedade em pacientes com BN. Assim, um grande número de pacientes com
BN (46% a 89%) evidencia um transtorno depressivo associado em algum momento de sua evolução
clínica. Particular atenção deve ser dada a ocorrência de transtornos de personalidade e de abuso de
substâncias no diagnóstico das pacientes com BN. O abuso de álcool e de psicoestimulantes são descritos,
mas também podemos encontrar o abuso múltiplo de substâncias.19
A bulimia é um diagnóstico diferencial da AN. Diferente da AN do tipo purgativo, na BN as pacientes
conseguem manter o peso dentro do limiar de normalidade na maioria dos casos (cerca de 70%) ou,
discretamente abaixo deste (15%), sendo que as pacientes restantes podem estar até acima do peso
(15%).
Como na AN, o tratamento da BN deve ser conduzido por uma equipe multiprofissional. A necessidade de
internação hospitalar nos casos de BN está relacionada com a presença de complicações médico-
psiquiátricas, de ciclos incoercíveis de compulsão alimentar-vômitos, de abuso de laxativos e/ou outras
drogas e de outros comportamentos de risco. Na maioria das vezes, entretanto, o tratamento da BN é
extra-hospitalar, devendo-se tentar um período inicial de abordagens como a psicoterapia cognitivo-
comportamental, o aconselhamento nutricional e o uso de psicofármacos, o que pode conduzir a uma
melhora das pacientes.16
Os estudos utilizando a fluoxetina no controle dos episódios de compulsão alimentar têm gerado um
grande entusiasmo em relação à eficácia destes agentes no tratamento da BN, muito embora pareça
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improvável que todos os pacientes possam permanecer totalmente livres dos episódios de compulsão
alimentar. A fluoxetina parece indicada em doses mais altas na BN (60 mg por dia em adultos).17
Síndromes atípicas ou parciais de AN e de BN
Cerca de 1/3 dos pacientes que procuram tratamento apresentam um conjunto de sintomas difícil de
classificar como um transtorno alimentar "típico",20,21 também chamados de síndromes parciais, AN e BN
atípicas (CID-103) ou transtorno alimentar não especificado (DSM-IV2). Podemos dividir esta categoria em
dois grupos. No primeiro, encontram-se aqueles quadros clínicos que se assemelham a AN e a BN, mas
que não preenchem totalmente os seus critérios, ou porque lhes falta um aspecto clínico essencial (por
exemplo, pacientes que apresentam todos os outros critérios para AN, mas ainda não apresentam peso
abaixo do limiar diagnóstico, ou que não apresentam a freqüência de episódios de compulsão alimentar
necessária para o diagnóstico de BN), ou porque não são suficientemente graves para atingir o limiar
diagnóstico.22 Estes quadros parciais chegam a ser cinco vezes mais freqüentes que as síndromes
completas, e autores como Dancyger e Garfinkel (1995), acompanhando quadros parciais, observaram
que aproximadamente 50% evoluem para quadros completos, sendo importante portanto seu diagnóstico
precoce.22,23
O transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP)
Os pacientes com o transtorno apresentam os episódios de compulsão alimentar, mas não utilizam as
medidas extremas para evitar o ganho de peso como pessoas com BN.24 A maioria dos pacientes com o
transtorno é obesa. A sua prevalência na população em geral é em torno de 2%. Pessoas com TCAP
diferem das obesas sem TCAP no que se refere à gravidade da psicopatologia, ao início mais precoce da
obesidade, à maior gravidade da obesidade e à má resposta aos regimes de tratamento, podendo estar
associado a obesidade em adolescentes. Berkowitz et al25 relataram que 30% de um grupo de
adolescentes obesas que procurou tratamento paraemagrecer apresentava compulsão alimentar. O
tratamento do TCAP deve envolver uma orientação dietética adequada com refeições regulares,
psicoterapia cognitivo-comportamental, o uso de inibidores seletivos da recaptação de serotonina ¾ ISRS
(fluoxetina, fluvoxamina e sertralina) ou o uso de agentes que se encontram em fase inicial de avaliação
como a sibutramina e o topiramato.26,27
15.(UPENET/ PREF PETROLINA /2019)Mulher de 24 anos, IMC de 21,8 Kg/m2 procura a Nutricionista do
NASF insatisfeita com o peso corporal. Relata que, quase diariamente tem apresentado descontrole
alimentar, ingerindo quantidades excessivas de alimentos, e, após, como tentativa, de compensação, se
exercita por longo tempo. No dia anterior à consulta, consumiu sozinha um pote de 1,5 l de sorvete de
creme em menos de 2 horas e depois fez exercícios por mais de 2 horas. Esse quadro vem ocorrendo há
cerca de seis meses. Está desempregada e sem namorado. Essa condição provavelmente caracteriza 
A) anorexia nervosa do tipo restritiva 
B) bulimia nervosa do tipo purgativa.
C) anorexia nervosa do tipo purgativa.
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D) bulimia nervosa do tipo não purgativa.
E) Transtorno Alimentar Não Especificado (TANE). 
RESOLUÇÃO:
A) anorexia nervosa do tipo restritiva ERRADO
B) bulimia nervosa do tipo purgativa. ERRADO
C) anorexia nervosa do tipo purgativa.ERRADO
D) bulimia nervosa do tipo não purgativa.CORRETO
E) Transtorno Alimentar Não Especificado (TANE). ERRADO
GABARITO: D
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QUESTÕES COMENTADAS NA AULA
1.(IFPE/2009)Analise os itens seguintes, relacionados à avaliação do estado nutricional:
I. Muitos métodos de avaliação nutricional têm sido propostos, todavia, nenhum pode ser considerado
único e suficiente para predizer o risco nutricional, isoladamente.
II. A dobra cutânea tricipital é, dentre as outras, a mais utilizada na prática clínica para monitoramento
do estado nutricional.
III. A circunferência da cintura referida em homens e mulheres tem pontos de corte, respectivamente,
de 105 cm e 88 cm.
IV. A circunferência do braço é utilizada para estimar a proteína somática e tecido adiposo.
V. A circunferência muscular do braço não inclui o diâmetro do osso.
Estão corretos, apenas:
 a) I, II, III e IV b) I, II, III e V c) II, III e IV d) I, III, e V e) I, II, IV e V 
2.(IFPE/2013) Qual o diagnóstico nutricional para uma mulher de 52 anos, com peso de 70 Kg, 160 cm
de altura e circunferência da cintura de 92 cm, segundo recomendações da Organização Mundial da
Saúde, Who(1995) e Who(2000) respectivamente?
 a) Sobrepeso e ausência de risco para doenças cardiovasculares.
 b) Obesidade e risco aumentado para doenças cardiovasculares.
 c) Eutrofia e ausência de risco para doenças cardiovasculares.
 d) Eutrofia e risco aumentado para doenças cardiovasculares. 
e) Sobrepeso e risco aumentado para doenças cardiovasculares. 
3.(IFPE/2009)Um homem com 50 anos, uma estatura de 1,80cm e 105 kg de peso corpóreo, de acordo
com o IMC (Índice de Massa Corporal), segundo a OMS, pode ser classificado como 
a) normal. b) sobrepeso. c) obesidade grau I. d) obesidade grau II. e) obesidade grau III. 
4.(IFPE/2009) Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), o depósito de gordura no organismo
está relacionado a risco de complicações metabólicas, quando a circunferência de cintura do homem
está maior ou igual a:
 a) 75 b) 80 c) 85 d) 90 e) 102
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5.(IFPE/2009)Os métodos de avaliação dietética podem ser divididos em retrospectivos ou
prospectivos. Os retrospectivos incluem 
a) registro alimentar estimado, registro alimentar pesado, duplicata de porção.
 b) registro alimentar estimado, histórico alimentar, questionário de freqüência alimentar. 
c) recordatório de 24 horas, registro alimentar pesado, registro alimentar estimado.
d) histórico alimentar, registro alimentar estimado, registro alimentar pesado.
e) recordatório de 24 horas, questionário de freqüência alimentar, histórico alimentar. 
6.(IFPE/2009) Diferentes métodos de avaliação nutricional têm sido propostos. Em 1987, Detsky propôs
a ficha de Avaliação Subjetiva Global (ASG) do estado nutricional, originalmente concebida para
pacientes cirúrgicos e posteriormente adaptada para diversas situações clínicas. Com relação a ASG do
estado nutricional, é correto afirmar, exceto:
a) Utilizada para avaliar o estado nutricional com base na história do paciente, perda de gordura
subcutânea, depleção muscular e presença de edema ou ascite. 
b) O paciente classificado como desnutrido grave tem poucas chances de ser nutrido. 
c) Possibilita a participação de todos os membros da equipe multidisciplinar de terapia nutricional na
avaliação e não necessita de treinamento.
d) A precisão do método depende da capacidade do observador em detectar as alterações nutricionais
significativas por meio de avaliação subjetiva.
e) É um método de fácil execução, não exige recursos dispendiosos, além de poder ser executado por
todos os membros da equipe multidisciplinar. 
7.(IFPE/2009)Os pilares fundamentais no tratamento da obesidade são mudanças do comportamento e
hábitos de vida, que incluem alterações no hábito alimentar e prática rotineira de atividades físicas. O
Plano Nutricional de indivíduos obesos apresenta as seguintes características recomendáveis (em
percentuais relativos ao Valor Calórico Total da dieta consumida), segundo o Consenso Latino-
Americano de Obesidade: 
a) carboidratos complexos e ricos em fibras: 45% a 60%; carboidratos simples: de 10% a 15%. Gorduras:
20% a 25%. Gorduras Saturadas: 8%, gorduras monoinsaturadas: 12%, gorduras poliinsaturadas: 10%.
Proteínas: 15% a 20%. Fibra: 20 a 30 g/dia.
 b) carboidratos complexos e ricos em fibras: 40% a 50%; carboidratos simples: de 15% a 20%. Gorduras:
25% a 30%. Gorduras Saturadas: 8%, gorduras monoinsaturadas: 12%, gorduras poliinsaturadas: 10%.
Proteínas: 15% a 20%. Fibra: 25 a 35 g/dia.Peixe/batata inglesa. 
c) carboidratos complexos e ricos em fibras: 40% a 50%; carboidratos simples: de 10% a 15%. Gorduras:
20% a 25%. Gorduras Saturadas: 12%, gorduras monoinsaturadas: 6%, gorduras poliinsaturadas: 10%.
Proteínas: 20% a 30%. Fibra: 20 a 30 g/dia.
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d) carboidratos complexos e ricos em fibras: 60% a 70%; carboidratos simples: de 10% a 15%. Gorduras:
20% a 25%. Gorduras Saturadas: 8%, gorduras monoinsaturadas: 12%, gorduras poliinsaturadas: 10%.
Proteínas: 20% a 35%. Fibra: 20 a 30 g/dia.
e) carboidratos complexos e ricos em fibras: 40% a 50%; carboidratos simples: de 10% a 15%. Gorduras:
20% a 25%. Gorduras Saturadas: 8%, gorduras monoinsaturadas: 12%, gorduras poliinsaturadas: 10%.
Proteínas: 15% a 20%. Fibra: 20 a 30 g/dia. 
8.(AOCP/HU-UFPA/2016) No geral, o tecido adiposo pode ser classificado de duas maneiras em relação
a sua distribuição: androide e ginoide. De acordo com essas classificações, assinale a alternativa
correta.
 (A) Androide, também conhecida como “formato de maçã”, destaca-se pelo acúmulo de tecido adiposo
na região de abdômen, tronco e pescoço.
 (B) Ginoide, também conhecida como “formato de maçã”, é o tecido adiposo acumulado
predominantemente nas regiões do quadril, glúteo e parte superior da coxa. 
(C) Androide, também conhecida como “formato de pêra”, é mais prevalente no sexo feminino, com
maior acúmulo de tecido adiposo na parte superior da coxa. 
(D) Ginoide, também conhecida como “formato de pêra”, é o tecido adiposo acumulado
predominantemente nas regiões de abdômen, tronco e pescoço. 
(E) Ginoide, também conhecida como “formato de maçã”, é mais prevalente no sexo masculino, com
maior acúmulo de tecido adiposo na parte superior da coxa e abdômen.
9.(AOCP/HU-UFJF/2015) Nas últimas décadas, a obesidade tem crescido de forma vertiginosa em todo
o mundo e está associada a várias repercussões metabólicas

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