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Arqueologia Bíblica - 1 - (Estudo das Coisas Antigas) Arqueologia Bíblica - 2 - Índice 1. Arqueologia Bíblica.....................................................................................................................................3 2. Arqueologia Geral...........................................................................................................................................4 3. Funções da Arqueologia Bíblica...........................................................................................5 4. O Arqueólogo e a Escavação........................................................................................................6 5. Arqueologia Brasileira.............................................................................................................................7 6. Arqueologia Subaquática..................................................................................................................9 7. Por que Antigas Cidades e Civilizações Desapareceram....10 8. A Escavação de um Sítio Arqueológico...................................................................11 9. A Arqueologia e o Texto da Bíblia..................................................................................13 10. A Pré-História.........................................................................................................................................................15 11. A Era de Cananéia - (Bronze)....................................................................................................16 12. A Era Israelita - (Ferro)...........................................................................................................................17 13. O Período Helênico-Romano...................................................................................................20 14. Classificação dos Períodos Arqueológicos (Israel)...........................23 15. Exploração e Escavação......................................................................................................................24 16. Outras Inscrições (Gregas e Latinas)...........................................................................25 17. Descobertas Arqueológicas (Qumran)...................................................................26 18. Os Manuscritos do Mar Morto..................................................................................................28 19. A Arqueologia do Antigo Testamento...................................................................29 20. A Arqueologia do Novo Testamento.........................................................................38 Bibliografia.......................................................................................................................................................................44 Arqueologia Bíblica - 3 - 1. ARQUEOLOGIA BÍBLICA “...a ciência se multiplicará” (Dn. 12.4). A Natureza e o Propósito da Arqueologia Bíblica O que é Arqueologia? Arqueologia é a ciência que estuda os vestígios das antigas sociedades, por meio de escavações, técnicas, métodos, etc. Despertou o interesse de muitos, com o passar dos tempos. Napoleão Bonaparte foi um dos que se apaixonou pelos encantos da antiguidade, outros grandes pesquisadores difundiram a ciência arqueológica pelo globo. Muitas das compreensões obtidas hoje nos livros de história geral jamais poderiam ter sido escritas sem que houvesse as pesquisas arqueológicas. O passado vem à tona no trabalho dos arqueólogos, capazes de compreender as vozes fracas que atravessaram os tempos em vestígios materiais. 1. A palavra “Arqueologia” vem de duas palavras “gregas”, “archaios” e “logos”, que significam literalmente “Estudo das Coisas Antigas”. No entanto, o termo se aplica, hoje, ao estudo de materiais escavados pertencentes a eras anteriores. A arqueologia bíblica pode ser definida como um exame de artefatos antigos outrora perdidos e hoje recuperados e que se relacionam ao estudo das Escrituras e à caracterização da vida nos tempos bíblicos. 2. A arqueologia é basicamente uma ciência. O conhecimento neste campo se obtém pela observação e estudo sistemáticos, e os fatos descobertos são avaliados e classificados num conjunto organizado de informações. A arqueologia é também uma ciência composta, pois busca auxílio em muitas outras ciências, tais como a química, a antropologia e a zoologia. 3. Naturalmente, alguns objetos de investigação arqueológica (tais como obeliscos, tempos egípcios e o Partenon em Atenas) jamais foram “perdidos”, mas talvez algum conhecimento de sua forma e/ou propósito originais, bem como o significado de inscrições neles encontradas tenha se perdido. Arqueologia Bíblica - 4 - 2. ARQUEOLOGIA GERAL Geral 1. Dentro da ciência da arqueologia, que rapidamente se desenvolve, o estudo especial da ‘Arqueologia Bíblica’ seleciona aquele material remanescente da Palestina e países limítrofes que se relaciona com o período bíblico e sua narrativa. Esse material inclui o reto de edifício, artes, inscrições, e qualquer artefato que ajude a compreender a história, a vida e os costumes dos hebreus e daqueles povos que, à semelhança dos egípcios, fenícios, sírios, assírios e babilônios, entraram em contato com eles e puderam influencia-los. O interesse pelos lugares e tempos mencionados na Bíblia proveu o incentivo inicial para muitas das primeiras escavações, e o quadro lato do pano de fundo histórico, religioso e ético da Bíblia, atualmente possuído devido às descobertas arqueológicas muito tem contribuído para explicar, ilustrar e, algumas vezes, corroborar as declarações bíblicas e contradizer teorias insuficientemente baseadas nos fatos. 2. As limitações de arqueologia se devem à vasta extensão de tempo e de área que ela cobre. Nenhum local bíblico já foi, e provavelmente nunca poderá ser completamente escavado. Somente em anos recentes é que os métodos exatos de estratificações e registro têm permitido comparações detalhadas entre os diversos locais. Além disso, a carência de inscrições da própria Palestina significa que um discernimento direto extra-bíblico quanto aos pensamentos e a vida de seus povos primitivos, é raro. Visto que a arqueologia, ramo da história, trata primariamente dos materiais, nunca poderá testar tão grandes verdades bíblicas como a existência e atividade redentora de Deus e de Cristo, a Palavra em forma de carne. 3. Na Palestina (e tomemos esse termo para incluir os modernos estados de Israel e Jordânia), tem sido empregada uma técnica arqueológica especial. Flinders Petrie, em 1890, desenvolveu um sistema de tomada de informes em seqüência, em Tell el-Hesi, mediante o qual diferentes níveis de ocupações podem ser distinguidos mediante a cerâmica característica e outros critérios notáveis(arquitetura, selos, etc.) encontrados nos diferentes níveis. Esse sistema de estratigrafia e tipologia tem sido subseqüentemente melhorado pelas escavações seguintes, especialmente as efetuadas em Gibeá, Beit Mirsim, Samaria, Laquis, Jericó e Hazor, e mediante comparações com outras localidades do Oriente Próximo. O resultante índice da cerâmica e a cronologia dos achados são notavelmente exato, desde o quarto milênio a.C., enquanto que entre o século XII e XVII a.C., a cerâmica pode ser datada dentro dos limites estreitos. Datas antes disso, incluindo aquelas provindas pelo teste do carbono-14, ainda são apenas comparativas. O gráfico dado abaixo fornece as designações correntemente aceitas para esses períodos arqueológicos: Arqueologia Bíblica - 5 - 3. FUNÇÕES DA ARQUEOLOGIA BÍBLICA Funções da Arqueologia Bíblica 1. A arqueologia auxilia-nos a compreender a Bíblia. Ela revela como era a vida nos tempos bíblicos, o que passagens obscuras da Bíblia realmente significam, e como as narrativas históricas e os contextos bíblicos devem ser entendidos. A Arqueologia também ajuda a confirmar a exatidão de textos bíblicos e o conteúdo das Escrituras. Ela tem mostrado a falsidade de algumas teorias de interpretação da Bíblia. Tem auxiliado a estabelecer a exatidão dos originais gregos e hebraicos e a demonstrar que o texto bíblico foi transmitido com um alto grau de exatidão. Tem confirmado também a exatidão de muitas passagens das Escrituras, como, por exemplo, afirmações sobre numerosos reis e toda a narrativa dos patriarcas. 2. Não se deve ser dogmático, todavia, em declarações sobre as confirmações da arqueologia, pois ela também cria vários problemas para o estudante da Bíblia. Por exemplo: relatos recuperados na Babilônia e na Suméria descrevendo a criação e o dilúvio de modo notavelmente semelhante ao relato bíblico, deixaram perplexos os eruditos bíblicos. Há ainda o problema de interpretar o relacionamento entre os textos recuperados em Ras Shamra (uma localidade na Síria) e o Código Mosaico. Pode-se, todavia, confiantemente crer que respostas a tais problemas virão com o tempo. Até o presente não houve um caso sequer em que a arqueologia tenha demonstrado definitiva e conclusivamente que a Bíblia estivesse errada! Arqueologia Bíblica - 6 - 4. O ARQUEÓLOGO E A ESCAVAÇÃO Os procedimentos no sítio arqueológico possibilitam a conservação e análise dos achados. A escavação arqueológica constitui-se da aplicação de métodos e técnicas, a observação aguçada é extremamente necessária; só assim o pesquisador compreenderá o achado. 1. A escavação e os procedimentos em sítio (in situ) "Escavar um sítio arqueológico é como comer um delicioso bolo que contém as sucessivas camadas de nossa História" . Talvez seja esta a melhor forma de ilustrar um sítio arqueológico. O solo é composto de diversas camadas, como se fosse um grande bolo. Em uma escavação arqueológica, cada uma destas camadas contém um recheio, um recheio misterioso e fascinante. O arqueólogo é o único profissional qualificado para escavar e analisar um sítio arqueológico. Para se escolher o melhor lugar onde realizar a escavação, deve-se analisar as condições do solo, ele deve estar mais conservado possível, para que possa ser adequadamente estudado. Ao falarmos de um solo "conservado", queremos dizer que o mesmo precisa se encontrar acomodado, não ter sido "revirado". Geralmente data-se um artefato levando em consideração sua localização nas camadas da escavação, isso quer dizer que achados que se encontram na superfície do buraco são mais recentes, já os objetos que estão em camadas mais profundas são mais antigos. Mas o arqueólogo leva em conta também as possíveis agressões que o terreno sofreu durante as sucessivas ocupações do local. Habitantes da região podem ter feito suas próprias "escavações", construindo aterros para colocar seu lixo, tumbas para seus mortos... Animais como tatus, formigas, cupins, são escavadores natos e também causam transtornos aos especialistas em arqueologia. No sítio arqueológico geralmente é montado um mini-laboratório, para que se possa fazer as primeiras observações e catalogações dos achados. Por fim os cientistas deixam uma porção do sítio intacta, a mesma é chamada de área testemunho. Estará permitindo uma retomada das pesquisas no futuro, a partir de novas abordagens e talvez dispondo de novas tecnologias. O arqueólogo é um estudioso voltado à preservação da herança cultural humana. A Imagem que se encontra no topo da página ilustra três partes importantes da escavação arqueológica: 1=Identificação do sítio através de vestígios superficiais, 2=Início da escavação, 3=Achado arqueológico (no caso um sepultamento). 2. A profissão de arqueólogo. Onde trabalham os arqueólogos? Que funções eles executam? A seguir estão descritas as respostas para estas questões. O profissional da área de arqueologia pode trabalhar em: • Pesquisa, realizando estudos para institutos de pesquisa, museus e universidades para identificar traços da cultura e dos costumes de antigas civilizações; • Universidades, lecionando em cursos de graduação e pós-graduação (mestrado e doutorado) e orientando teses dos alunos; • Em preservação e recuperação do patrimônio histórico — prédios ou regiões tombadas como patrimônio histórico e cultural da União; • Prestação de serviços em assessoria e consultoria para empresas — na área de engenharia, para coleta de objetos arqueológicos em áreas onde poderão ser realizadas grandes obras, como estradas e hidrelétricas; • Em empresas ligadas à preservação do patrimônio histórico. Arqueologia Bíblica - 7 - 5. ARQUEOLOGIA BRASILEIRA O Brasil é um país rico em vestígios arqueológicos. Muitos não conferem o devido valor às culturas perdidas nas brumas da história do país. Mesmo assim, arqueólogos trabalham em um intenso resgate. O passado "esquecido" do Brasil A Arqueologia no Brasil realmente não é muito divulgada, mas nosso território foi palco de importantes descobertas, sendo que possuímos centenas de sítios arqueológicos catalogados (Veja a relação destes sítios acessando o “Banco de Dados do IPHAN)”. No país são desenvolvidas pesquisas arqueológicas que abrangem os mais diversos períodos históricos, desde as épocas mais primitivas (pré-história) até o século XIX (arqueologia histórica). Faremos aqui o relato destas atividades de resgate do passado, expondo os mais importantes achados da arqueologia brasileira. O mais antigo crânio de um ser humano pré-histórico já exumado nas Américas foi encontrado nas cavernas da região de Lagoa Santa (Estado de Minas Gerais), ele data de aproximadamente 6.000 anos? e pertenceu a uma mulher, batizada como Luzia, uma referência ao mais antigo fóssil de um ser humano. Esta região de Lagoa Santa foi pesquisada no século XIX pelo dinamarquês Peter Lund, pioneiro no estudo da pré-história brasileira. Ainda em Minas Gerais, no Vale do Peruaçu, estão as mais espetaculares obras de arte rupestre do país. Elas se destacam pelo uso de cores variadas e pelos grafismos geométricos. Os arqueólogos afirmam que os jogos de cores e formas são superioresaos encontrados no continente europeu. As pinturas mais antigas têm 5.000 anos? e as mais recentes 2.000 anos. Já a Serra da Capivara (Estado do Piauí), abriga um dos sítios arqueológicos mais ricos do mundo. São 25.000 desenhos que, juntamente com utensílios de pedra, ossos e vestígios de fogueiras, provocam uma revisão da história do homem no continente americano. No Rio Grande do Sul, diversos grupos indígenas pré-históricos desenvolveram suas culturas, o chamado Povo das Casas Subterrâneas organizou verdadeiras "aldeias formigueiro" compostas por cerca de 30 habitações escavadas na terra, protegendo seus moradores do frio invernal. Também na região amazônica e litorânea houve alojamento de grupos humanos na pré-história, esses casos serão relatados à seguir. Arqueologia Bíblica - 8 - O Povo dos Sambaquis A ocupação do litoral, desde São Paulo até o Rio da Prata, foi lenta, iniciada talvez há 5.000 anos?. É difícil rastrear o movimento destes grupos, por causa dos avanços e recuos do mar ao longo desse período. Os sambaquianos acampavam perto dos mangues e, aos poucos, restos de conchas e moluscos acumulados formavam uma elevação que impedia a passagem do vento e do mau cheiro. Depois de um tempo, erguiam as cabanas sobre os montes consolidados (sambaquis = montes de mariscos). Os vários sepultamentos resgatados permitem definir o tipo físico padrão: homens de 1,61m, robustos, com crânio alto e nariz largo. Os sambaquianos deixaram uma das mais extraordinárias manifestações culturais da pré- história brasileira: esculturas em pedra chamadas zoolitos (representação de animais) ou antropolitos (seres humanos). Os peritos estimam que a escultura de um peixe na pedra levaria 200 horas, em várias etapas do trabalho, do lascamento até os últimos detalhes. É uma pena que os sambaquis tenham sofrido com décadas de vandalismo. As conchas empilhadas eram extraídas para virarem cal, estradas rasgaram os antigos assentamentos e, muitas peças manufaturadas pelo povo que ali vivia foram parar em coleções particulares de todo o país. Só em 1961, por lei, os sambaquis foram colocados entre os sítios arqueológicos a serem preservados. As avançadas culturas da Amazônia Na Amazônia aconteceu o florescimento de avançadas culturas indígenas, entre elas, destacam-se as da Ilha de Marajó. A cultura Marajoara começou a ser estudada desde o final do século XIX, quando naturalistas e outros viajantes tomaram conhecimento da fantástica cerâmica que era encontrada enterrada em grandes aterros artificiais. Os cientistas estadunidenses Betty Meggers e Clifford Evans foram os primeiros arqueólogos a estudarem aquela cultura. Impressionados com a cerâmica altamente elaborada, concluíram que aquele povo deveria ter migrado dos Andes. Hoje entende-se que a cultura Marajoara originou-se localmente, à partir de um processo de mudança que ocorreu entre as comunidades que já habitavam a ilha há 3.500 anos atrás. Os marajoaras podiam não construir pirâmides, como os maias do México, mas suas proezas de engenharia iam muito além das ocas indígenas que os portugueses encontraram no litoral. Marajó está salpicada por tesos, aterros enormes (podiam ter até 12 metros de altura e 200 de comprimento, abrigando cerca de 1.000 pessoas) sobre os quais eram erguidas suas aldeias. Sua função primordial era proteger os moradores contra a água, já que a ilha ficava alagada durante metade do ano. Mas com o passar do tempo é provável que os tesos tenham virado símbolos de poder dos caciques. Os marajoaras também desenvolveram ideogramas, que se combinavam e se repetiam. As narrativas gravadas na cerâmica se referem à mitologia marajoara, marcadas por animais como lagarto, escorpião e a jararaca e podem ser estudadas e compreendidas a partir de sua lógica. Isso não significa, porém, que os marajoaras tenham chegado perto da escrita. Nunca saberemos se eles teriam evoluído para ideogramas ou hieróglifos. Arqueologia Bíblica - 9 - 6. ARQUEOLOGIA SUBAQUÁTICA A arqueologia subaquática vêm ganhando espaço, graças ao desenvolvimento de equipamentos leves para mergulho e outras tecnologias que auxiliam a pesquisa arqueológica nas profundezas dos oceanos, mares, etc. O início da exploração Leonardo Da Vinci já planejava equipamentos para expedições submarinas. O oceano sempre atraiu o homem, o desejo de explorar os abismos submersos sempre foi fixação. Em 1535 Francesco de Marchi mergulhou para recuperar uma caixa de madeira e um visor de cristal, ambos provenientes de um navio romano. Os anos se passaram e os equipamentos de mergulho foram se aperfeiçoando (ver galeria de fotos). No ano de 1950 o arqueólogo Nino Lamboglia supervisionou a recuperação das ânforas do navio Romano Albenga, ele contou com o auxílio de um balde mecânico. Já em 1952, ocorreu a primeira escavação submarina. A pesquisa arqueológica sob os oceanos e mares O desenvolvimento de equipamentos leves de mergulho permitiu aos arqueólogos estenderem suas pesquisas ao fundo do mar, onde usam métodos adaptados do trabalho em terra. A maioria destes pesquisadores busca restos de navios naufragados. As águas, contudo, também escondem edifícios e até cidades inteiras! O passado foi sendo redescoberto a cada novo artefato que subia das profundezas, tornando-se alvo dos olhares aguçados do pesquisadores. Aqui no Brasil a pesquisa arqueológica subaquática ainda não é muito desenvolvida, algumas poucas pesquisas são realizadas na costa do país, entre estas, podemos citar: os estudos do Galeão Sacramento, no estado nordestino da Bahia, as pesquisas no Galeão São Paulo, que foi a pique em 1652, perante o Cabo de Santo Agostinho (Pernambuco), por fim, seria interessante falar do encouraçado Aquidabã (na baia da Ilha Grande). Muitos acreditam estarem fazendo verdadeiras pesquisas subaquáticas, enquanto não passam de salteadores ou depredadores das embarcações que jazem nas profundezas. Estas pessoas realizam expedições e recolhimento de materiais sem o devido rigor científico, nenhuma metodologia é aplicada e a conservação dos achados é precária. Muitos artefatos arqueológicos provenientes da costa brasileira estão sendo comercializados no mercado negro; peças como jóias e pratarias da embarcação Príncipe das Astúrias em Ilhabela, canhões de bronze do galeão São Paulo e porcelana saqueada do galeão Santíssimo Sacramento. Mas, aos poucos a arqueologia submarina vêm ganhando espaço, a USP (Universidade de São Paulo), oferece mestrado e doutorado nesta área. Arqueologia Bíblica - 10 - 7. POR QUE ANTIGAS CIDADES E CIVILIZAÇÕES DESAPARECERAM Cidades Antigas 1. Sabemos que muitas civilizações e cidades antigas desapareceram como resultado do julgamento de Deus. A Bíblia está repleta de tais indicações. Algumas explicações naturais, todavia, também devem ser brevemente observadas................................................... As cidades eram geralmente construídas em lugares de fácil defesa, onde houvesse boa quantidade de água e próximo a rotas comerciais importantes. Tais lugares eram extremamente raros no Oriente Médio antigo. Assim, se alguma catástrofe produzisse a destruição de uma cidade, a tendênciaera reconstruir na mesma localidade. Uma cidade podia ser amplamente destruída por um terremoto ou por uma invasão. Fome ou pestes podiam despovoar completamente uma cidade ou território. Nesta última circunstância, os habitantes poderiam concluir que os deuses haviam lançado sobre o local uma maldição, ficando assim temerosos de voltar. Os locais de cidades abandonadas reduziam-se rapidamente a ruínas. E quando os antigos habitantes voltavam, ou novos moradores chegavam à região, o hábito normal era simplesmente aplainar as ruínas e construir uma nova cidade. Formava-se, assim, pequenos morros ou taludes, chamados de tell, com muitas camadas superpostas de habitação. Às vezes, o suprimento de água se esgotava, rios mudavam de curso, vias comerciais eram redirecionadas ou os ventos da política sopravam noutra direção - o que resultava no permanente abandono de um local. Arqueologia Bíblica - 11 - 8. A ESCAVAÇÃO DE UM SÍTIO ARQUEOLÓGICO. . 1. O arqueólogo bíblico pode si dedicar à escavação de um sítio arqueológico por várias razões. Se o talude que ele for estudar reconhecidamente cobrir uma localidade bíblica, ele provavelmente procurará descobrir as camadas de ocupações relevantes à narrativa bíblica. Ele pode estar procurando uma cidade que se sabe ter existido, mas ainda não foi positivamente identificada. Talvez procure resolver dúvidas relacionadas à proposta identificação de um sítio arqueológico. Possivelmente estará procurando informações concernentes a personagens ou fatos da história bíblica que ajudarão a esclarecer a narrativa bíblica. 2. Uma vez que o escavador tenha escolhido o local de sua busca, e tenha feito os acordos necessários (incluindo permissões governamentais, financiamento, equipamento e pessoal), ele estará pronto para começar a operação. Uma exploração cuidadosa da superfície é normalmente realizada em primeiro lugar, visando saber o que for possível através de pedaços de cerâmica ou outros artefatos nela encontrados, verificar-se certa configuração de solo denota a presença do resto de alguma edificação, ou descobrir algo da história daquele local. Faz-se, em seguida, um mapa do contorno do talude e escolhe-se o setor (ou setores) a ser (em) escavado (s) durante uma sessão de escavações. Esses setores são geralmente divididos em sub-setores de um metro quadrado para facilitar a rotulação das descobertas. Arqueologia Bíblica - 12 - Exercício 1 1. O que significa a palavra “Arqueologia”? ........................................................................................................................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................................................................................................................ ....................................................................................................................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................................................................................................................ 2. O que a arqueologia auxilia-nos a compreender? ........................................................................................................................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................................................................................................................ ....................................................................................................................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................................................................................................................ 3. Quais são os animais que causam transtornos aos especialistas em arqueologia? ........................................................................................................................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................................................................................................................ ....................................................................................................................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................................................................................................................ 4. Qual foi o Estado Brasileiro que foi encontrado o mais antigo crânio de um ser humano pré-histórico? ........................................................................................................................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................................................................................................................ ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................................................................................................................ 5. Em que ano ocorreu a primeira escavação submarina? ........................................................................................................................................................................................................................................................ ....................................................................................................................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................................................................................................................ Arqueologia Bíblica - 13 - A grande Esfinge que está em altitude de guarda junto às pirâmides de Gizé. Estas enormes pirâmides foram construídas em torno do ano 2700 a.C. 9. A ARQUEOLOGIA E O TEXTO DA BÍBLIA MARK HUNT 1. Embora a maioria das pessoas pense em grandes monumentos e peças de museu e em grandes feitos de reis antigos quando se faz menção da arqueologia bíblica, cresce o conhecimento de que inscrições e manuscritos também têm uma importante contribuição ao estudo da Bíblia. Embora no passado a maior parte do trabalho arqueológico estivesse voltada para a história bíblica, hoje ela se volta crescentemente para o texto da Bíblia. O estudo intensivo de mais de 3.000 manuscritos do N.T. grego, datados do segundo século da era cristão em diante, tem demonstrado que o N.T. foi notavelmente bem preservado em sua transmissão desde o terceiro século até agora. Nem uma doutrina foi pervertida. Westcott e Hort concluíram que apenas uma palavra em cada mil do N.T. em grego possui uma dúvida quanto à sua genuinidade. 2. Uma coisa é provar que o texto do N.T. foi notavelmente preservado a partir do segundo e terceiro séculos; coisa bem diferente é demonstrar que os evangelhos, por exemplo, não evoluíram até sua forma presente ao longo dos primeiros séculos da era cristã, ou que Cristo não foi gradativamente divinizado pela lenda cristã. Na virada do século XX uma nova ciência surgiu e ajudou a provar que nem os Evangelhos e nem a visão cristã de Cristo sofreram evoluções até chegarem à sua forma atual. B. P. Grenfell e A. S. Hunt realizaram escavações no distrito de Fayun, no Egito (1896-1906), e descobriram grandes quantidades de papiros, dando início à ciência da papirologia. Os papiros, escritos numa espécie de papel grosseiro feito com as fibras de juncos do Egito, incluíam uma grande variedade de tópicos apresentados em várias línguas. O número de fragmentos de manuscritos que contêm porções do N.T. chega hoje a 77 papiros. Esses fragmentos ajudam a confirmar o texto geral encontrado nos manuscritos maiores, feitos de pergaminho, datados do quarto século em diante, ajudando assim a formar uma ponte mais confiável entre os manuscritos mais recentes e os originais. Arqueologia Bíblica - 14 - 3. O impacto da papirologia sobre os estudos bíblicos foi fenomenal. Muitos desses papiros datam dos primeiros três séculos da era cristã. Assim, é possível estabelecer o desenvolvimento da gramática nesse período, e, com base no argumento da gramática histórica, datar a composição dos livros do N.T. no primeiro século da era cristã. Na verdade, um fragmento do Evangelho de João encontrado no Egito pode ser paleograficamente datado de aproximadamente 125 AD! Descontado um certo tempo para o livro entrar em circulação, deve- se atribuir ao quarto Evangelho uma data próxima do fim do primeiro século - é exatamente isso que a tradição cristã conservadora tem atribuído a ele. Ninguém duvida que os outros três Evangelhos são um pouco anteriores ao de João. Se os livros do N.T. foram produzidos durante o primeiro século, foram escritos bem próximos dos eventos que registram e não houve tempo de ocorrer qualquer desenvolvimento evolutivo. 4. Todavia, a contribuição dessa massa de papiros de todo tipo não pára aí. Eles demonstram que o grego do N.T. não era um tipo de linguagem inventada pelos seus autores, como se pensava antes. Ao contrário, era, de modo geral, a língua do povo dos primeiros séculos da era cristã. Menos de 50 palavras em todo o N.T. foram cunhadas pelos apóstolos. Além disso, os papiros demonstraram que a gramática do N.T. grego era de boa qualidade, se julgada pelos padrões gramaticais do primeiro século, não pelo o período clássico da língua grega. Além do mais, os papiros gregos não-bíblicos ajudaram a esclarecer o significado de palavras bíblicas cujas compreensões ainda era duvidosa, e lançaram nova luz sobre outras que já eram bem entendidas. 5. Até recentemente, o manuscrito hebraico do A.T. de tamanho considerável mais antigo era datado aproximadamente do ano 900 da era cristã, e o A.T. completo era cerca de um século mais recente. Então, no outono de 1948, os mundos religioso e acadêmico foram sacudidos com o anúncio de que um antigo manuscrito de Isaías fora encontrado numa caverna próxima à extremidade noroeste do mar Morto. Desde então um total de 11 cavernas da região têm cedido ao mundo os seus tesouros de rolos e fragmentos. Dezenas de milhares de fragmentos de couro e alguns de papiro forma ali recuperado. Embora a maior parte do material seja extrabíblico, cerca de cem manuscritos (em sua maioria parcial) contêm porções das Escrituras. Até aqui, todos os livros do A.T., exceto Éster, estão representados nas descobertas. Como se poderia esperar, fragmentos dos livros mais freqüentemente citados no N.T. também são mais comuns em Qumran (o local das descobertas). Esses livros são Deuteronômio, Isaías e Salmos. Os rolos de livros bíblicos que ficaram melhores preservados e têm maior extensão são dois de Isaías, um de Salmos e um de Levítico. 6. O significado dos Manuscritos do Mar Morto é tremendo. Eles fizeram recuar em mais de mil anos a história do texto do A.T. (depois de muito debate, a data dos manuscritos deQumran foi estabelecida como os primeiros séculos a.C e AD). Eles oferecem abundantes materiais críticos para pesquisas no A.T., comparável ao de que já dispunham há muito tempo os estudiosos do N.T. Além disso, os Manuscritos do Mar Morto oferecem um referencial mais adequado para o N.T., demonstrando, por exemplo, que o Evangelho de João foi escrito dentro de um contexto essencialmente judaico, e não grego, como era freqüentemente postulado pelos estudiosos. E ainda, ajudaram a confirmar a exatidão do texto do A.T. A Septuaginta, comprovaram os Manuscritos do Mar Morto, é bem mais exata do que comumente se pensa. Por fim, os rolos de Qumran nos ofereceram novo material para auxiliar na determinação do sentido de certas palavras hebraicas. (“Adaptado do Artigo “Archeology” de Howard F. Vos, publicado no Wycliffe Bible Commentary Transcrito de “ A Bíblia Anotada”). Arqueologia Bíblica - 15 - 10. A PRÉ-HISTÓRIA Instrumentos paleolíticos têm sido encontrados em certo número de locais e cavernas (Camelo, Evrom, Orem) na Palestina, mas pouco se sabe sobre os progressos culturais até que os caçadores ‘natufianos’, mesolítico, são encontrados a construir casas com subestruturas de Pedra (Eniam). Não possuindo metais, esses povos usavam instrumentos de perneira e viviam principalmente da caça, mais tarde adotando a agricultura e a domesticação de animais. Faziam figurinhas moldadas de forma incomum, com lama, ossos ou pedra. Os sítios neolíticos são encontrados perto do Jordão, na Galiléia (Yarmuk e Sha’ar Haggolan), e são mais ou menos paralelos com os locais primitivos no Nilo e no Tigre (Jarmo). Uma impressionante torre e defesas de pedra (em Jericó), de período anterior ao do conhecimento da cerâmica, e os notáveis crânios e figurinhas moldadas, de Jericó, mostram quão habilidosos eram aqueles povos primitivos (de 5.000 a.C.). O metal aparece pela primeira vez na era Calcolítica (Enolítica), e tem sido traçado na maior parte da região. No local da vila de Teleilat Ghassul (Jordão) foram descobertas cerâmicas, pinturas policrônicas realistas em paredes grandes quantidade de pederneiras, e alguns poucos machados de cobre. Cerâmica semelhante tem sido encontrada no vale do Jordão (perto de Jericó), em Esdrelom, e no Neguebe do Norte e no Wadi Ghazzeh, perto de Gaza. Por esse tempo, a agricultura e a indústria metalúrgica já estavam relativamente avançadas, e modelos pintados de casas ossarias, algumas com telhados curvos abobadados, mostram as primitivas formas arquiteturas adotadas (Hedera, Azor). Em alguns locais perto de Berseba, habitação e armazéns subterrâneos (Abu Matar, Zafade, Horvat Beter), ou cisternas escavadas na rocha (Gezar) também foram encontradas pela primeira vez. A transição para a Era do Bronze è perceptível em certo número de estabelecimentos que mais tarde cresceram transformando-se em cidades estados (Megido, Jericó, Bete-Seã, Bete- Yerah e Tel elFar`a, perto de Siquém) , ou então que foram abandonados por algum tempo (Samaria e Tell en-Nasbeh). Invasores, provavelmente antigos nômades vindo do norte e do leste, trouxeram novo tipo de cerâmica, e sepultavam seus mortos em sepulcros comuns, escavados nas rochas. Essas tumbas algumas vezes continham tipos de cerâmica conhecidos desde o anterior período calcolítico antigo, louças queimadas de Esdrelom e cerâmica pintada, que mais tarde podem ser encontrados em abundância. O termo proto-urbano, que corresponde ao protoliterato (Jemdet Nasr) no Iraque, de 3.200 a.C., tem sido usado para descrever essa fase. Arqueologia Bíblica - 16 - 11. A ERA DE CANANÉIA - (BRONZE) A Era de Cananéia - (Bronze) Cidades com muros de tijolos de barro começaram a aparecer no Período do Bronze Primitivo I. Ao mesmo tempo, a cerâmica do norte Bete-Yerah, nível II; Bete-Seã, nível XI difere daquela do sul, encontrada em Ofel (Jerusalém), Gezer, Ai, Jericó (VI-VII) e Tell en-Nasbeh. As vilas do norte continuaram a florescer no BP II, de 2.900 a.C. (Megido, XVI-XVII; Bete-Yerah, III; Bete-Seã, XII) embora no sul possa ser notada forte influência egípcia (Jericó, IV). Houve notáveis desenvolvimentos, notavelmente uma ótima nova louça de ‘Khirbet Kerak’, que demonstra a melhoria gradual na técnica da cerâmica na Palestina e na Síria, e no subsolo do tempo cananeu encontrado em Ai. Cerca de 2.200 a.C. a chegada dos amorreus na Palestina é assinalada por sepultamentos que incluem um tipo distinto de cerâmica e de armas (Tell Ajjul, Jericó, Megido). Eram os grupos nômades invasores, cuja presença nas colinas da Palestina foi posteriormente notada pelos israelitas que chegavam (Nm 13:23; Js 5:1; 10:6), bem como pelos egípcios em textos de execração. Outros grupos de povos, vindo principalmente da Síria e da Fenícia, trouxeram consigo outros tipos de cerâmica, armas e costumes de sepultamentos, mas esses povos se concentraram nas vilas que formaram as cidades-estados de Canaã, pela primeira vez mencionado no Antigo Testamento e nas cartas de Mari. Foi um período de riquezas ainda que se freqüentes guerras entre as cidades. Os recém-chegados incluíam os ‘governantes estrangeiros’, os quais, haviam dominado o Egito. As características defesas hicsas, desenterradas em Hazor, Jericó, Laquis e Megido, contam com uma bem inclinada rampa ou ladeira, provavelmente designada para impedir que ataques inimigos pudessem empregar aríetes e carruagens. Essa Idade do Bronze Médio foi um tempo quando alguns grupos subnômades, incluindo os Habiru, entre os quais bem podem Ter estado os patriarcas, se infiltraram nos vales entre as cidades defendidas. Os túmulos desses povos têm sido encontrados em Jericó. As vilas e suas casas permaneceram pequenas, mas com pequenas alterações, até serem violentamente destruídas, provavelmente por egípcios, repelindo os hicsos, cerca de 1.450 a.C. A despeito de contactos comerciais com o leste do Mediterrâneo, as aldeias das colinas da Palestina eram mais pobres do que as cidades vizinhas da Fenícia. Uma vez mais foram reocupadas as cidades principais, mas apenas para novamente serem saqueadas, já no século XIII a.C. A pesada destruição que houve nessa ocasião, em Hazor, Betel, Beit Mirsim e Laquis, adapta-se perfeitamente bem aos assaltos registrados aos israelitas invasores sob Josué. Em Jericó, descobriu-se que a cidade havia sido abandonada em cerca de 1.325 a.C., mas os muros derrubados, anteriormente julgados pertencentes a esse período BR, segundo se sabe atualmente, foram destruídas no período BP. Os cananeus desse período do Bronze Recente podiam Ter empregado cinco diferentes sistemas de escrita: (1) Mesopotâmico (acadiano) – tabletes inscritos em cuneiforme, encontrados em Mégido, Jericó, Siquém, Taanaque, Tell el-Hesi, Gezer e Hazor, também cartas de Amarna VIII b, abaixo; (2) hieróglifos egípcios - Bete – Seã, Quinerete; (3) ‘proto-hebraico’ – Laquis, Hazor; (4) alfabeto cuneiforme ugarítico – encontrado num tabletes de Bete – Semes; (5) a escrita de livros – ainda que até o momento nenhum exemplo de seu uso na região tenha sido encontrado. As práticas religiosas dos cananeus podem ser vistas em muitas placas de ‘Astarte’, encontradas durante as escavações, nos templos de Laquis, Megido e Siquém, e nas representações de Baal, incluindo aquela que aparece num selo cilíndrico de Betel, cerca de 1.300 a.C.Arqueologia Bíblica - 17 - 12. A ERA ISRAELITA - (FERRO) A Era Israelita - (Ferro) Por volta de 1.200 a.C. uma cerâmica fabricada no local e altamente decorada, semelhante em estilo àquela encontrada em Chipre e Rodes, foi encontrada acima das cinzas em Asquelom e noutras localidades costeiras, entre Wadi Ghazzeh e Jaffa mostrando que os invasores haviam destruído e então ocupado às cidades dos cananeus. Isso é evidência convincente acerca da chegada dos filisteus entre os ‘povos marítimos’ que anteriormente se tenham estabelecido a leste de Chipre, e provavelmente também em determinados pontos das praias da Palestina. Essa cerâmica, excetuando a pequena quantidade achada, mas atribuída ao comércio, não é encontrada inicialmente nas colinas centrais (Gibeá, Jerusalém, Bete-zur, Tell en-Nasbeh), mas, por volta de 1.050 a.C. têm sido descobertos traços de suas incursões até Silo e Bete-Seã. Esses filisteus foram o primeiro povo a usar o ferro na Palestina (uma adaga de ferro e uma faca, encontrados em uma tumba de Tell el-Far’a), enquanto que os foram lentos em quebrar esse monopólio e sua conseqüente superioridade econômica (1Sm 13:18-22). Fortes ricos e bem construídos, dos cananeus, sustentaram-se pelo menos por mais outro século (Bete-Seã). Os israelitas, no tempo de Juízes, ou edificavam casas inferiores (Betel), vivendo no andar térreo dos edifícios cananeus capturados (Beit Mirsim), ou se amontoavam em vilas mal edificadas por eles mesmos (Gate, Raqqat). Sua cerâmica também era tosca e pobre, se comparava com a dos cananeus. A cidadela de Saul, em Gibeá (Tell el-Fül) mostra como os israelitas adotaram o sistema nortista de muros em casamatas para a construção de suas defesas. Ali a vida era simples, embora marcada pela importação de algumas poucas armas de ferro. Muros em casamata, pode Ter sido semelhantemente construídos em Siquém por Abimeleque, enquanto que aqueles de Beit Mirsim e Bete-Semes podem indicar a obra de Davi ao fortificar Judà contra os filisteus. Doutro modo, a não ser as defesas em Ofel, nenhum edifício que possa ser atribuído com certeza ao reinado de Davi, foi até agora identificado. O período de Salomão demonstra fomento no uso do ferro, bem como de técnicas de edificação melhoradas. O mesmo plano foi usado para os pórticos da cidade que ele edificou em Hazor, Gezer e Megido (1 Rs 9:15). Residências para os governadores distritais foram construídas em Megido e Hazor, com grandes silos para armazenar os impostos, pagos em cereais, em Laquis e Bete-Semes. Grande estábulos, para 500 ou mais cavalos, foram encontrados em Megido (1 Rs 9:15,19); esses, embora geralmente atribuídos a Salomão, bem pode datar do reinado de Acabe. Há também evidência de um extenso programa para a edificação de escritórios administrativos regionais. A prosperidade material do reinado de Salomão deve Ter-se originado principalmente na construção de muitas plantas de refinação de cobre e ferro, no Wadi que leva a Eziom-Geber, Arqueologia Bíblica - 18 - em Acaba. O movimento porto dali era usado para importar muitas comodidades. Um pote encontrado em Tell Qasileh, com a inscrição ‘ouro de Ofir’, atesta esse comércio. A derrota dos filisteus abriu o caminho para uma indisputa expansão do comércio fenício, e isso é refletido na edificação do Templo de Salomão. O plano seguiu um estilo siro-fenício, já adotado em Hazor e Tell Tainant. A entrada, flanqueada por colunas gêmeas separadas, conduzia a um eixo direto, por meio de um vestíbulo, até o grande santuário e daí a um santuário menor, mais adentro. Um desenvolvimento salomônico peculiar foi à provisão de considerável espaço de armazenamento para os tesouros, ao longo dos lados desse edifício. A decoração do templo, com seus querubins, palmeiras, e móveis, tem paralelos em modelos de marfim contemporâneos, encontrados em Samaria, Ras Shamra, Arslan Tash (Síria), ou Ninrud (Iraque). Outros itens, altares, suportes, lingüetas e utensílios, têm sido encontrados durante as escavações. A invasão de Sisaque I do Egito, cerca de 926 a.C., resultou na destruição, até tão ao norte como Tell Abu Hawan e Beit Mirsim (B) e Bete-Semes (II a). O período da monarquia dividida tem sido iluminado por certo número de escavações. Em Tirza (Tell el-Far’a) de Vaux demonstrou que após o século décimo a.C. a cidade foi abandonada, como também seria de esperar quando Onri transferiu a sua capital para Samaria (1 Rs 16:23,24) que lhe forneceu melhores comunicações com os portos de mar da Fenícia. Em Samaria o clímax foi atingido num posto real cercado por um muro de ótima construção. O palácio de Onri-Acabe e o pórtico, incorporavam pilastras ‘proto- iônicas’. Muitas peças de marfim, encontrados ali, talvez tenham vindo das decorações e móveis da ‘casa de marfim’, de Acabe (1 Rs 22:39; Am 6:4), enquanto outras são marcadas com sinais fenícios, o que nos ajuda a datá-los como pertencentes a esse reinado. A escrita é idêntica à das inscrições de Mesha, encontradas em Dibhan, descrevendo relações entre ele mesmo e Israel, cerca de 825 a.C. No pátio do palácio de Samaria, havia uma cisterna aberta ou ‘poço’, talvez aquele em que a carruagem de Acabe foi levado (1 Rs 22:38). Edifícios oficiais semelhantes ao de Samaria (I) têm sido encontrados em Bete-Seã (V) e em Megido (V). Em Hazor (VIII), parece que Acabe aumentou a cidade edificando novas fortificações ao redor de todo terreno elevado em torno da cidadela. Ali, como em Samaria (II Jeú), os sólidos muros defensivos então edificados, haveriam de permanecer em pé até às reconstruções helenistas, cerca de 150 a.C. Cerca de 800 a.C., Tell el-Far’a foi reocupada como residência local de um governador, com excelentes casas particulares nas imediações. A cerâmica ali achada é semelhante a Samaria (IV), onde residia Jeroboão II. Sessenta e três ostracas inscrita, dando relatórios sobre a importação de vinho e azeite, mostram que a cidade continuava sendo um vigoroso centro comercial. Tell en-Nasbeh (Mispa) e Gibeá foram fortemente fortificadas como cidades de fronteira, durante a monarquia dividida. Ambos os locais foram reconstruídos segundo plano idêntico e com material semelhante, o que demonstra que essa foi obra de Asa, após haver ele destruído o forte próximo de Baasa, em Ramá (1Rs 15). A invasão de Tiglate-Pileser III da Assíria, cerca de 734 a.C., resultou na pesada destruição de Hazor (V) e Megido (IV). Nos escombros da primeira um fragmento com a inscrição Ipqh (‘pertencente a Peca’) é remanescente do fato que, de conformidade com 2 Rs 15:29; 16:5-8 e com os anais assírios. Peca governava durante aquela época. O mesmo rei assírio mencionava (Jeú) acaz, cujo tributo é registrado em 2 Rs 16:8. Em 722 a.C., Sargão II concluiu o cerco de Samaria e, conforme ele mesmo diz, removeu 27.290 prisioneiros e ‘seus deuses’ daquela cidade e distrito, importando estrangeiros para tomarem o seu lugar (2 Rs 17:24). Arqueologicamente, isso pode ser visto pela habitação mais pobre e parcial do local, que incluía tipos cerâmicos importados assírios e estrangeiros. Daí por diante, Israel ficou sob o domínio e influência assíria. Quando Judá opôs-se ao avanço assírio contra o Egito, Senaqueribe dirigiu seu exército para o sul, saqueando Megido (IV), Samaria e Gibeá em rota para Judá em 701 a.C. A queda de Laquis, acontecimento demonstrado nos relevos de palácio assírio, tem sido confirmada pela armadura, armas e capacetes de atacantes abatidos, perto da rampa que levava à entrada principal da cidade. Um sepulcro comunal para1.500 vítimas, pode ser datado desse tempo. Ezequias, a quem Senaqueribe afirma ter ‘fechado em sua cidade capital de Jerusalém como um pássaro numa gaiola’ foi ajudado a resistir ao cerco assírio contra sua capital por meio do túnel que ele teve a previsão de mandar escavar para conduzir a água desde 528 metros de distância até a cidade da Fonte da Virgem (2 Rs 20:20; 2 Cr 32:30). A Arqueologia Bíblica - 19 - inscrição ali encontrada em 1880 é um dos maiores textos hebraicos em monumentos em existência (DOTT, 209-211). Quanto a outras inscrições hebraicas contemporâneas. O ardor da oposição de Josias ao Egito é visto na destruição de Megido (II) por Neco, em 609 a.C., quando de sua passagem para Carquemis, cidade essa cujas escavações mostram haver sido destruídas pelo fogo pouco depois. Isso foi durante a batalha de 605 a.C., quando Nabucodonosor II capturou a cidade e assaltou a Síria e a Palestina, as quais se tornaram súditas babilônicas (pelo menos assim diz a Crônica babilônica). Ao rebelar-se Judá, era inevitável um castigo severo. A Crônica babilônica descreve a captura de Jerusalém, a 16 de março de 597 a.C. Muitas aldeias e fortalezas em Judá, mas não do norte, mostram os sinais da devastação efetuada pelos ataques babilônicas nesse tempo e, após a revolta de Zedequias, durante a guerra de 589- 587 a.C., algumas vilas foram destruídas para nunca mais serem reocupadas (Bete-Semes, Tell Beit Mirsim). Nos escombros de Laquis (III) vinte e um fragmentos inscritos dão testemunho de ansiedade dos defensores naquela ocasião. As pesquisas arqueológicas demonstram que o país foi grandemente empobrecido durante o auxílio, embora os estados reais de Judá tivessem continuado a ser administrados a favor de Jeoiaquim, cujo nome parecem texto de sua prisão na Babilônia. Selos de Eliaquim, mordomo de Yaykin; selos de Jaazanias de Tell en-Nasbeh e de Gidalias de Laquis (2 Rs 25:22-25) são testemunhas das atividades desses líderes. Os restabelecimentos em Judá foram lento, e as escavações demonstram que não foi senão já no terceiro século a.C. que Judá contava com a mesma densidade de população que possuíra em tempos anteriores. Samaria, Betel, Tell en-Nasbeh, Bete-zur e Gezer, entretanto, foram ocupadas quase continuamente, enquanto que cemitérios em ‘Athlit (Carmelo) e em Tell el-Far’a (Neguebe) produziram cerâmica da Idade do Ferro III e os objetos de origem persa. Os persas permitiram certa medida de autonomia local, e moedas localmente cunhadas começaram a aparecer no quinto século, sendo já abundantes cerca do terceiro século a.C. A maioria representa imitações das dracmas áticas, mas algumas trazem inscrições hebreu-aramaicas (yehud, ‘Judá’), semelhantes àquelas encontradas nas moedas judaicas, que mostram uma deidade masculina assentada numa carruagem e trazendo na mão um gavião (princípio do quarto século a.C.). Muitas asas de jarro desse período são estampadas com inscrições tais como ‘Judá’ (yhd), Jerusalém (yrshlm), ou os enigmáticos mçh ou nmsht. A influência grega foi gradativamente aumentando por meio das importações, através das colônias comerciais costeiras. Louças áticas com figuras vermelhas, e mais tarde, iônicas e áticas com figuras negras, podem ser encontradas cada vez em maior número. O comércio com a Arábia floresceu em vista do estabelecimento do reino ‘Idumeu’. A Palestina do Sul era controlada por um árabe, Gashmu (Gesém, Ne 6:1); sendo que o nome desse ‘rei de Quedar’ é inscrito em vasos de prata, e é possível que a vila persa em Laquis, de um planejamento similar ao palácio parta em Nipur, na Babilônia, fosse um centro de sua administração. Vasos persas de prata têm sido desenterrados em Gezer e Sharuhen. Altares de incenso árabes, de pedra lavrada, semelhantes àqueles encontrados em Hureidah e de Hadramaut, foram encontrados em Tell Jammeh. Arqueologia Bíblica - 20 - 13. O PERÍODO HELÊNICO-ROMANO Quando o macedônio Alexandre, o Grande, conquistou a Palestina como parte do antigo império persa, em 332 a.C., o país ficou ainda mais sujeito à influência helênica. Entretanto, após a sua morte, as guerras intestinas entre os seus generais retardaram esse desenvolvimento. Somente moedas e potes isolados podem ser atribuídos com confiança aos governantes Lagides, em 332-200 a.C. Maresa (Marisa) então passou a exercer controle sobre a Iduméia, de Laquis, e ali foi desenterrada uma aldeia grega cuidadosamente planejada. As ruas, traçadas em ângulos retos e paralelos entre si, conduzem até uma praça mercado (agora), próximo da entrada da cidade, em redor da qual, por três lados, havia lojas. Perto da cidade havia túmulos de comerciantes gregos, fenícios e idumeus (cerca de 250-200 a.C.). Os dias severos durante os quais os Macabeus combateram pela independência judaica (165-37 a.C.) são atestado por acampamentos de refugiados e cavernas e fortes semelhantes àquele edificado em Gezer por Simão Macabeu. Traços da linha nortista de fortalezas, que se dizem Ter sido criados por Alexandre Janeus foram encontrados perto de Tel Avive, Jafa e Hazor. Em Bete-zur, dominando a estrada de Hebrom a Jerusalém, Judas (165-163 a.C.) construíra um forte no alto de uma estrutura persa anterior, a qual, por sua vez, fora reconstruída pelo general Baquides. Lojas, casas, fortificações, asas de jarros estampados, de Rodes, bem como moedas ajudam a ilustrar a vida daqueles zelotes, um dos quais, João Hircano (134-104 a.C.) destruiu as cidades gregas pagãs de Samaria e Marisa. Herodes I (o Grande; 37-4 a.C.) encorajou o processo da helenização, obliterando todos os templos anteriores com suas novas construções, das quais, entretanto, apenas partes dos muros principais, a ‘Torre de Davi’ e o primeiro muro de Jerusalém permanecem para mostrar a típica construção massiva de seu reinado. O túmulo inscrito de Bene Hazir, perto da cidade, talvez também pertença a essa data. Herodes igualmente renovou sítios históricos edificando muros em Manre. Em Samaria ele reedificou parte do muro e do portão da cidade, reforçando os antigos muros israelitas com torres cilíndricas. A cidade recebeu um templo dedicado a Augusto, e um estádio, e foi rebatizada com o nome de Sebaste. Para o seu próprio uso o rei edificou um luxuoso palácio de inverno em Jericó (Wadi Qelt) bem como residência perto de Belém e em Cesaréia, cidade esta que, à semelhança das de Pasaelis e Antipátride, ele embelezou. O seu temor crescente quanto aos seus inimigos pode ser refletido no maciço forte que edificou em Masada, cujo plano está em notável concordância com a descrição feita por Josefo. Pouco se sabe arqueologicamente sobre o tempo de Herodes Agripa, que edificou o terceiro muro de Jerusalém, e cuja irmã, a rainha Berenice, segundo sua inscrição, restaurou os edifícios levantados em Cesaréia por Herodes I. Arqueologia Bíblica - 21 - A destruição de Jerusalém, em 70 d.C., e a subseqüente edificação de uma colônia romana por Hadriano, chamada Aelia Capitolina, sobre o local arruinado, tornou difícil a identificação dos remanescentes mais antigos, excetuando a área do templo. A presença da Décima Legião Romana entre a guarnição sob as ordens de Pilatos, é atestada por certo númerode achados dentro da cidade (exemplo, Qirya). Uma inscrição grega, encontrada por Celrmont-Glanneau, em 1871, adverte os gentios para que não passem pela balaustrada até o interior do átrio do templo, sob pena de morte, e isso ilustra as palavras de Paulo (Ef 2:13-19, At 21:28). Gabatá (grego, Lithostrõton, Jo 19:13) é identificado com um pavimento de pedras com 2.500 metros quadrados, à sombra da Torre de Antônia, no qual até hoje podem ser vistas marcas de um jogo usados pelos soldados romanos. Os tanques de Betesda (João 5:2), na secção nordeste da cidade, e de Siloam (Jo 9:11), ao sul da área do templo, não foram ainda identificado. A fonte de Sicar, próxima de Balatah (Siquém, Jo 4:5,6) continua em uso. Continua havendo muita controvérsia sobre a localização do ‘segundo muro’ de Jerusalém, pelo que também a local de crucificação e do sepulcro de nosso Senhor permanece incerto. Entretanto, o tipo de túmulos selado por uma pedra ‘corrediça’ é conhecido em certo número de sítios romanos. Entre mais de duzentas câmaras mortuárias examinadas, muitas próximas de Jerusalém, E. L. Sukenik, em 1945, descobriu ossuários inscritos em grego Iêsous iou e Iêsous aloth. Vistos que esses túmulos tem de ser datados antes de 50 d.C., sua descrição sobre os mesmos como ‘os mais antigos registros sobre o Cristianismo’ pode estar perfeitamente correta, pelo menos no que diz respeito à evidência extra-bíblica. As inscrições, que ele provavelmente sugeriu com de referirem a Jesus, talvez sejam orações e provêem evidência sobre a Igreja, em Jerusalém, quanto aos seus primeiros vinte anos. Muitos outros ossuários exibem nomes hebraicos, aramaicos e gregos, incluindo Simão, Lázaro, Judas, Ananias, José, Miriã (Maria), Marta, Isabel, Salomé e Joana, mostrando que tais nomes eram comuns em Jerusalém, naquele mesmo período. Alguns, com nomes mais raros, possivelmente se referem às próprias pessoas nomeadas no Novo Testamento, ainda que tais identificações têm de permanecer como tentativas (exemplo, Barsabás, At 1:23; 15:22; e Safira, At 5:1). Alguns eruditos acreditam que as inscrições, bem como a ausência dos comuns acompanhamentos pagãos nesses túmulos, refletem uma nova crença na vida futura. Arqueologia Bíblica - 22 - Exercício 2 1. Em que ano as enormes pirâmides foram construídas? ........................................................................................................................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................................................................................................................ ....................................................................................................................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................................................................................................................ 2. Em qual período as cidades com muros de tijolos de barro começaram a aparecer? ........................................................................................................................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................................................................................................................ ....................................................................................................................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................................................................................................................ 3. Em qual ano chegaram os amorreus na Palestina? ........................................................................................................................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................................................................................................................ ....................................................................................................................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................................................................................................................ 4. Em qual ano Alexandre, o Grande, conquistou a Palestina como parte do antigo império persa? ........................................................................................................................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................................................................................................................ ....................................................................................................................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................................................................................................................5. Em qual ano se deu a destruição de Jerusalém? ........................................................................................................................................................................................................................................................ ....................................................................................................................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................................................................................................................ Arqueologia Bíblica - 23 - 14. CLASSIFICAÇÃO DOS PERÍODOS ARQUEOLÓGICOS (ISRAEL) 1. Idade da Pedra a.C. (Antes de Cristo). Paleolítica - Idade da Pedra Antiga 250.000 Mesolítica-Idade da Pedra Média, Natufiana 10.000 Neolítica-Idade da Pedra Moderna(Tauniana e Jericoana) A. Pré-cerâmica 7.000 B. Cerâmica 5.000 2. Calcolítica (em parte, Gassuliana) 4.000-3.200 3. Idade do Bronze ou Período Cananeu Bronze Primitivo (BP)=Cananeu Primitivo(CP) I 3.200-2.900 Bronze Primitivo(BP)=Cananeu Primitivo(CP) II. 2.900-2.600 Bronze Primitivo(BP)=Cananeu Primitivo(CP) III-IV 2.600-2.200 Bronze Intermediário ( Cananeu) BP-BM CP-CM 2.200-1.950 Bronze Médio (BM)=Cananeu Médio(CM0 I 1.950-1.750 Bronze Médio (BM)=Cananeu Médio(CM) II 1.750-1.550 Bronze Recente (BR)=Cananeu Recente(CR) I 1.550-1.400 Bronze Recente (BR)=Cananeu Recente(CR) II a 1.400-1.300 Bronze Recente (BR)=Cananeu Recente(CR) IIb 1.300-1.200 4. Idade de Ferro ou Período Israelita Idade do Ferro (IF) I Israel Prim. (IP)=Israel I 1.200-1.050 Israel Prim. (IP)=Israel II 1.050-970 Idade do Ferro (IF) II Israel Méd. (IM)II =Isr. II 840-580 Israel Méd. (IM)I =Isr. I 970-840 Idade do Ferro (IF) III Israel Recente (IR)= Israel. IV 580-330 5. Período Helênico Helênico I 330-165 Helênico II – Período Macabeu 165-63 6. Período Helênico-Romano 63-70 D. C (Depois de Cristo). 7. Período Romano 70-330 D.C. Observação: Segundo a Arqueologia diz que: “A ESCRITA surgiu 3000 anos antes de Cristo (a.C.)”. Ou seja, há mais de 5000 anos passados. Datas aproximadas do período da Criação. Criação antes da Queda. Quantos anos tem? Da Queda de Adão até o Dilúvio tem 1656 anos. Do Dilúvio até Abraão tem Aproximad. 400 anos. De Abraão até Cristo são 14 gerações (Mt. 1.14). Aprox. 2330 anos. De Cristo até hoje tem Aprox. 2000 anos. Concluímos que: Da Queda até nossos Dias são Aprox. 6 à 7 Mil Anos? Arqueologia Bíblica - 24 - 15. EXPLORAÇÃO E ESCAVAÇÃO O interesse pelos locais bíblicos tradicionais, foi reavivado após a Reforma, e muitos escreveram sobre suas viagens pela Palestina. Todavia, não foi senão em 1838 que os norte- americanos Edward Robinson e Eli Smith levaram a efeito a primeira exploração planejada da superfície, identificando diversos locais antigos com lugares que aparecem na Bíblia. A primeira escavação foi efetuada pelo francês De Saulcy, perto de Jerusalém, em 1863, o que foi seguido por uma série de pesquisas em favor do Fundo de Exploração da Palestina, em 1865-1914. As áreas visitadas e cartografadas incluíam Cades (Conder), Galiléia e o Arabá (Kitchener), o deserto de Êxodo (Palmer), e locais incluindo Cafarnaum, Samaria e Cesaréia (Wilson). O interesse centralizou-se na própria Jerusalém, onde túneis subterrâneos revelaram os alicerces dos muros, enquanto que níveis rochosos e partes da secção sul do muro e dos portões e de Ofel foram explorados entre 1867 e 1928. Após a escavação feita em 1890 por Sir Flinders Petrie, em Tell El- Hesi, que estabeleceu o primeiro índice de cerâmica e cronologia estratigráfica baseadas em comparações com o Egito, muitas expedições científicas lideradas por euritos norte-americanos, ingleses, franceses, alemães e israelenses, têm operado em diversos locais. Pesquisas da superfície, feitas em anos recentes, têm sido efetuadas principalmente pelo Departamento Israelense de Antigüidades. Entre as áreas cobertas temos o vale do Jordão- Galiléia (BIES, XVIII, XIX), estabelecimentos israelitas do tempo dos Juízes no norte de Israel e no Carmelo. Na Sefalá, Tell Najela tem sido identificada com Eglom, e Ras’Abu Humeyd com a bíblica Gitaim. Tell Haror, no Neguebe, tem sido sugerida como o sítio de Gerar e da antiga estrada que ia de Tell Arade a Cades-Barnéia (Eyn Quderyat) que se descobriu ser defendida por fortes israelitas. Nelson Glueck demonstrou que o Neguebe sustentava uma densa população na área patriarcal, bem como nos tempos israelitas e nabateu (Rivers in the Desert, 1959). Arqueologia Bíblica - 25 - 16. OUTRAS INSCRIÇÕES (GREGAS E LATINAS) Certo número de inscrições dão apoio à história da Igreja primitiva. Um edito romano imperial, que se diz haver sido encontrado em Nazaré, em 1878, deve talvez ser atribuído a Cláudio. Tal edito ordena o julgamento de quem quer que ‘de algum modo tenha extraído os sepultados ou que maliciosamente tenha transferido os mesmos para outro lugar. . . ou tenha tirado o selo ou outras pedras’. Se a data proposta de cerca de 50 d.C. estiver correta, isso pode ser parte da tentativa de Cláudio para resolver os distúrbios causados pelos judeus, que se opunham aos primeiros cristãos que estavam ‘fomentando uma doença comum do mundo’. Cláudio baixou alguns decretos sobre essa questão. Uma de suas inscrições, em Delfi (Grécia), descreve Gálio