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15 - ARQUEOLOGIA BIBLICA

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Arqueologia Bíblica - 1 - 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 (Estudo das Coisas Antigas) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Arqueologia Bíblica - 2 - 
 
 
 
 
 
Índice 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Arqueologia Bíblica.....................................................................................................................................3 
2. Arqueologia Geral...........................................................................................................................................4 
3. Funções da Arqueologia Bíblica...........................................................................................5 
4. O Arqueólogo e a Escavação........................................................................................................6 
5. Arqueologia Brasileira.............................................................................................................................7 
6. Arqueologia Subaquática..................................................................................................................9 
7. Por que Antigas Cidades e Civilizações Desapareceram....10 
8. A Escavação de um Sítio Arqueológico...................................................................11 
9. A Arqueologia e o Texto da Bíblia..................................................................................13 
10. A Pré-História.........................................................................................................................................................15 
11. A Era de Cananéia - (Bronze)....................................................................................................16 
12. A Era Israelita - (Ferro)...........................................................................................................................17 
13. O Período Helênico-Romano...................................................................................................20 
14. Classificação dos Períodos Arqueológicos (Israel)...........................23 
15. Exploração e Escavação......................................................................................................................24 
16. Outras Inscrições (Gregas e Latinas)...........................................................................25 
17. Descobertas Arqueológicas (Qumran)...................................................................26 
18. Os Manuscritos do Mar Morto..................................................................................................28 
19. A Arqueologia do Antigo Testamento...................................................................29 
20. A Arqueologia do Novo Testamento.........................................................................38 
 Bibliografia.......................................................................................................................................................................44 
 
 Arqueologia Bíblica - 3 - 
 
1. ARQUEOLOGIA BÍBLICA 
 
 
 
 
 
 
 
“...a ciência se multiplicará” (Dn. 12.4). 
 
A Natureza e o Propósito da Arqueologia Bíblica 
 
 O que é Arqueologia? 
 
Arqueologia é a ciência que estuda os vestígios das antigas sociedades, por meio de 
escavações, técnicas, métodos, etc. Despertou o interesse de muitos, com o passar dos tempos. 
Napoleão Bonaparte foi um dos que se apaixonou pelos encantos da antiguidade, outros grandes 
pesquisadores difundiram a ciência arqueológica pelo globo. Muitas das compreensões obtidas 
hoje nos livros de história geral jamais poderiam ter sido escritas sem que houvesse as 
pesquisas arqueológicas. O passado vem à tona no trabalho dos arqueólogos, capazes de 
compreender as vozes fracas que atravessaram os tempos em vestígios materiais. 
 
 1. A palavra “Arqueologia” vem de duas palavras “gregas”, “archaios” e “logos”, que 
significam literalmente “Estudo das Coisas Antigas”. No entanto, o termo se aplica, hoje, ao 
estudo de materiais escavados pertencentes a eras anteriores. A arqueologia bíblica pode ser 
definida como um exame de artefatos antigos outrora perdidos e hoje recuperados e que se 
relacionam ao estudo das Escrituras e à caracterização da vida nos tempos bíblicos. 
 2. A arqueologia é basicamente uma ciência. O conhecimento neste campo se obtém pela 
observação e estudo sistemáticos, e os fatos descobertos são avaliados e classificados num 
conjunto organizado de informações. A arqueologia é também uma ciência composta, pois busca 
auxílio em muitas outras ciências, tais como a química, a antropologia e a zoologia. 
 3. Naturalmente, alguns objetos de investigação arqueológica (tais como obeliscos, tempos 
egípcios e o Partenon em Atenas) jamais foram “perdidos”, mas talvez algum conhecimento de 
sua forma e/ou propósito originais, bem como o significado de inscrições neles encontradas 
tenha se perdido. 
 
 
 
 Arqueologia Bíblica - 4 - 
 
 
 
 
2. ARQUEOLOGIA GERAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Geral 
 
 
1. Dentro da ciência da arqueologia, que rapidamente se desenvolve, o estudo especial da 
‘Arqueologia Bíblica’ seleciona aquele material remanescente da Palestina e países limítrofes 
que se relaciona com o período bíblico e sua narrativa. Esse material inclui o reto de edifício, 
artes, inscrições, e qualquer artefato que ajude a compreender a história, a vida e os costumes 
dos hebreus e daqueles povos que, à semelhança dos egípcios, fenícios, sírios, assírios e 
babilônios, entraram em contato com eles e puderam influencia-los. O interesse pelos lugares e 
tempos mencionados na Bíblia proveu o incentivo inicial para muitas das primeiras escavações, e 
o quadro lato do pano de fundo histórico, religioso e ético da Bíblia, atualmente possuído devido 
às descobertas arqueológicas muito tem contribuído para explicar, ilustrar e, algumas vezes, 
corroborar as declarações bíblicas e contradizer teorias insuficientemente baseadas nos fatos. 
 
2. As limitações de arqueologia se devem à vasta extensão de tempo e de área que ela 
cobre. Nenhum local bíblico já foi, e provavelmente nunca poderá ser completamente escavado. 
Somente em anos recentes é que os métodos exatos de estratificações e registro têm permitido 
comparações detalhadas entre os diversos locais. Além disso, a carência de inscrições da 
própria Palestina significa que um discernimento direto extra-bíblico quanto aos pensamentos e a 
vida de seus povos primitivos, é raro. Visto que a arqueologia, ramo da história, trata 
primariamente dos materiais, nunca poderá testar tão grandes verdades bíblicas como a 
existência e atividade redentora de Deus e de Cristo, a Palavra em forma de carne. 
 
3. Na Palestina (e tomemos esse termo para incluir os modernos estados de Israel e 
Jordânia), tem sido empregada uma técnica arqueológica especial. Flinders Petrie, em 1890, 
desenvolveu um sistema de tomada de informes em seqüência, em Tell el-Hesi, mediante o qual 
diferentes níveis de ocupações podem ser distinguidos mediante a cerâmica característica e 
outros critérios notáveis(arquitetura, selos, etc.) encontrados nos diferentes níveis. Esse sistema 
de estratigrafia e tipologia tem sido subseqüentemente melhorado pelas escavações seguintes, 
especialmente as efetuadas em Gibeá, Beit Mirsim, Samaria, Laquis, Jericó e Hazor, e mediante 
comparações com outras localidades do Oriente Próximo. O resultante índice da cerâmica e a 
cronologia dos achados são notavelmente exato, desde o quarto milênio a.C., enquanto que 
entre o século XII e XVII a.C., a cerâmica pode ser datada dentro dos limites estreitos. Datas 
antes disso, incluindo aquelas provindas pelo teste do carbono-14, ainda são apenas 
comparativas. O gráfico dado abaixo fornece as designações correntemente aceitas para esses 
períodos arqueológicos: 
 
 
 Arqueologia Bíblica - 5 - 
 
 
3. FUNÇÕES DA ARQUEOLOGIA BÍBLICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Funções da Arqueologia Bíblica 
 
 1. A arqueologia auxilia-nos a compreender a Bíblia. Ela revela como era a vida nos tempos 
bíblicos, o que passagens obscuras da Bíblia realmente significam, e como as narrativas 
históricas e os contextos bíblicos devem ser entendidos. 
 
 A Arqueologia também ajuda a confirmar a exatidão de textos bíblicos e o conteúdo das 
Escrituras. Ela tem mostrado a falsidade de algumas teorias de interpretação da Bíblia. Tem 
auxiliado a estabelecer a exatidão dos originais gregos e hebraicos e a demonstrar que o texto 
bíblico foi transmitido com um alto grau de exatidão. Tem confirmado também a exatidão de 
muitas passagens das Escrituras, como, por exemplo, afirmações sobre numerosos reis e toda a 
narrativa dos patriarcas. 
 2. Não se deve ser dogmático, todavia, em declarações sobre as confirmações da 
arqueologia, pois ela também cria vários problemas para o estudante da Bíblia. Por exemplo: 
relatos recuperados na Babilônia e na Suméria descrevendo a criação e o dilúvio de modo 
notavelmente semelhante ao relato bíblico, deixaram perplexos os eruditos bíblicos. Há ainda o 
problema de interpretar o relacionamento entre os textos recuperados em Ras Shamra (uma 
localidade na Síria) e o Código Mosaico. Pode-se, todavia, confiantemente crer que respostas a 
tais problemas virão com o tempo. Até o presente não houve um caso sequer em que a 
arqueologia tenha demonstrado definitiva e conclusivamente que a Bíblia estivesse errada! 
 
 
 
 
 
 Arqueologia Bíblica - 6 - 
 
4. O ARQUEÓLOGO E A ESCAVAÇÃO 
 
 
 
Os procedimentos no sítio arqueológico possibilitam a conservação e análise dos achados. 
A escavação arqueológica constitui-se da aplicação de métodos e técnicas, a observação 
aguçada é extremamente necessária; só assim o pesquisador compreenderá o achado. 
 
 
 
 
 
 
 
1. A escavação e os procedimentos em sítio (in situ) 
 "Escavar um sítio arqueológico é como comer um delicioso bolo que contém as 
sucessivas camadas de nossa História" . Talvez seja esta a melhor forma de ilustrar um sítio 
arqueológico. O solo é composto de diversas camadas, como se fosse um grande bolo. Em uma 
escavação arqueológica, cada uma destas camadas contém um recheio, um recheio misterioso e 
fascinante. O arqueólogo é o único profissional qualificado para escavar e analisar um sítio 
arqueológico. Para se escolher o melhor lugar onde realizar a escavação, deve-se analisar as 
condições do solo, ele deve estar mais conservado possível, para que possa ser adequadamente 
estudado. Ao falarmos de um solo "conservado", queremos dizer que o mesmo precisa se 
encontrar acomodado, não ter sido "revirado". Geralmente data-se um artefato levando em 
consideração sua localização nas camadas da escavação, isso quer dizer que achados que se 
encontram na superfície do buraco são mais recentes, já os objetos que estão em camadas mais 
profundas são mais antigos. Mas o arqueólogo leva em conta também as possíveis agressões 
que o terreno sofreu durante as sucessivas ocupações do local. Habitantes da região podem ter 
feito suas próprias "escavações", construindo aterros para colocar seu lixo, tumbas para seus 
mortos... Animais como tatus, formigas, cupins, são escavadores natos e também causam 
transtornos aos especialistas em arqueologia. No sítio arqueológico geralmente é montado um 
mini-laboratório, para que se possa fazer as primeiras observações e catalogações dos achados. 
Por fim os cientistas deixam uma porção do sítio intacta, a mesma é chamada de área 
testemunho. Estará permitindo uma retomada das pesquisas no futuro, a partir de novas 
abordagens e talvez dispondo de novas tecnologias. O arqueólogo é um estudioso voltado à 
preservação da herança cultural humana. A Imagem que se encontra no topo da página ilustra 
três partes importantes da escavação arqueológica: 1=Identificação do sítio através de vestígios 
superficiais, 2=Início da escavação, 3=Achado arqueológico (no caso um sepultamento). 
2. A profissão de arqueólogo. Onde trabalham os arqueólogos? Que funções eles executam? 
A seguir estão descritas as respostas para estas questões. O profissional da área de arqueologia 
pode trabalhar em: 
 • Pesquisa, realizando estudos para institutos de pesquisa, museus e universidades para identificar 
traços da cultura e dos costumes de antigas civilizações; 
 • Universidades, lecionando em cursos de graduação e pós-graduação (mestrado e doutorado) e 
orientando teses dos alunos; 
 • Em preservação e recuperação do patrimônio histórico — prédios ou regiões tombadas como 
patrimônio histórico e cultural da União; 
 • Prestação de serviços em assessoria e consultoria para empresas — na área de engenharia, para 
coleta de objetos arqueológicos em áreas onde poderão ser realizadas grandes obras, como estradas 
e hidrelétricas; 
 • Em empresas ligadas à preservação do patrimônio histórico. 
 Arqueologia Bíblica - 7 - 
 
5. ARQUEOLOGIA BRASILEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Brasil é um país rico em vestígios arqueológicos. Muitos não conferem o devido valor às 
culturas perdidas nas brumas da história do país. Mesmo assim, arqueólogos trabalham em um 
intenso resgate. 
 
 
O passado "esquecido" do Brasil 
 
A Arqueologia no Brasil realmente não é muito divulgada, mas nosso território foi palco de 
importantes descobertas, sendo que possuímos centenas de sítios arqueológicos catalogados 
(Veja a relação destes sítios acessando o “Banco de Dados do IPHAN)”. 
No país são desenvolvidas pesquisas arqueológicas que abrangem os mais diversos 
períodos históricos, desde as épocas mais primitivas (pré-história) até o século XIX (arqueologia 
histórica). Faremos aqui o relato destas atividades de resgate do passado, expondo os mais 
importantes achados da arqueologia brasileira. 
O mais antigo crânio de um ser humano pré-histórico já exumado nas Américas foi 
encontrado nas cavernas da região de Lagoa Santa (Estado de Minas Gerais), ele data de 
aproximadamente 6.000 anos? e pertenceu a uma mulher, batizada como Luzia, uma referência 
ao mais antigo fóssil de um ser humano. Esta região de Lagoa Santa foi pesquisada no século 
XIX pelo dinamarquês Peter Lund, pioneiro no estudo da pré-história brasileira. Ainda em Minas 
Gerais, no Vale do Peruaçu, estão as mais espetaculares obras de arte rupestre do país. Elas se 
destacam pelo uso de cores variadas e pelos grafismos geométricos. Os arqueólogos afirmam 
que os jogos de cores e formas são superioresaos encontrados no continente europeu. As 
pinturas mais antigas têm 5.000 anos? e as mais recentes 2.000 anos. Já a Serra da Capivara 
(Estado do Piauí), abriga um dos sítios arqueológicos mais ricos do mundo. São 25.000 
desenhos que, juntamente com utensílios de pedra, ossos e vestígios de fogueiras, provocam 
uma revisão da história do homem no continente americano. No Rio Grande do Sul, diversos 
grupos indígenas pré-históricos desenvolveram suas culturas, o chamado Povo das Casas 
Subterrâneas organizou verdadeiras "aldeias formigueiro" compostas por cerca de 30 habitações 
escavadas na terra, protegendo seus moradores do frio invernal. Também na região amazônica e 
litorânea houve alojamento de grupos humanos na pré-história, esses casos serão relatados à 
seguir. 
 
 
 Arqueologia Bíblica - 8 - 
 
O Povo dos Sambaquis 
A ocupação do litoral, desde São Paulo até o Rio da Prata, foi lenta, iniciada talvez há 
5.000 anos?. É difícil rastrear o movimento destes grupos, por causa dos avanços e recuos do 
mar ao longo desse período. Os sambaquianos acampavam perto dos mangues e, aos poucos, 
restos de conchas e moluscos acumulados formavam uma elevação que impedia a passagem do 
vento e do mau cheiro. Depois de um tempo, erguiam as cabanas sobre os montes consolidados 
(sambaquis = montes de mariscos). Os vários sepultamentos resgatados permitem definir o tipo 
físico padrão: homens de 1,61m, robustos, com crânio alto e nariz largo. 
Os sambaquianos deixaram uma das mais extraordinárias manifestações culturais da pré-
história brasileira: esculturas em pedra chamadas zoolitos (representação de animais) ou 
antropolitos (seres humanos). Os peritos estimam que a escultura de um peixe na pedra levaria 
200 horas, em várias etapas do trabalho, do lascamento até os últimos detalhes. É uma pena que 
os sambaquis tenham sofrido com décadas de vandalismo. As conchas empilhadas eram 
extraídas para virarem cal, estradas rasgaram os antigos assentamentos e, muitas peças 
manufaturadas pelo povo que ali vivia foram parar em coleções particulares de todo o país. Só 
em 1961, por lei, os sambaquis foram colocados entre os sítios arqueológicos a serem 
preservados. 
As avançadas culturas da Amazônia 
 
 
 
 
 
Na Amazônia aconteceu o florescimento de avançadas culturas indígenas, entre elas, 
destacam-se as da Ilha de Marajó. A cultura Marajoara começou a ser estudada desde o final do 
século XIX, quando naturalistas e outros viajantes tomaram conhecimento da fantástica cerâmica 
que era encontrada enterrada em grandes aterros artificiais. Os cientistas estadunidenses Betty 
Meggers e Clifford Evans foram os primeiros arqueólogos a estudarem aquela cultura. 
Impressionados com a cerâmica altamente elaborada, concluíram que aquele povo deveria ter 
migrado dos Andes. Hoje entende-se que a cultura Marajoara originou-se localmente, à partir de 
um processo de mudança que ocorreu entre as comunidades que já habitavam a ilha há 3.500 
anos atrás. 
Os marajoaras podiam não construir pirâmides, como os maias do México, mas suas 
proezas de engenharia iam muito além das ocas indígenas que os portugueses encontraram no 
litoral. Marajó está salpicada por tesos, aterros enormes (podiam ter até 12 metros de altura e 
200 de comprimento, abrigando cerca de 1.000 pessoas) sobre os quais eram erguidas suas 
aldeias. Sua função primordial era proteger os moradores contra a água, já que a ilha ficava 
alagada durante metade do ano. Mas com o passar do tempo é provável que os tesos tenham 
virado símbolos de poder dos caciques. Os marajoaras também desenvolveram ideogramas, que 
se combinavam e se repetiam. As narrativas gravadas na cerâmica se referem à mitologia 
marajoara, marcadas por animais como lagarto, escorpião e a jararaca e podem ser estudadas e 
compreendidas a partir de sua lógica. Isso não significa, porém, que os marajoaras tenham 
chegado perto da escrita. Nunca saberemos se eles teriam evoluído para ideogramas ou 
hieróglifos. 
 
 Arqueologia Bíblica - 9 - 
6. ARQUEOLOGIA SUBAQUÁTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A arqueologia subaquática vêm ganhando espaço, graças ao desenvolvimento de 
equipamentos leves para mergulho e outras tecnologias que auxiliam a pesquisa arqueológica 
nas profundezas dos oceanos, mares, etc. 
 
O início da exploração 
 Leonardo Da Vinci já planejava equipamentos para expedições submarinas. O oceano sempre 
atraiu o homem, o desejo de explorar os abismos submersos sempre foi fixação. Em 1535 
Francesco de Marchi mergulhou para recuperar uma caixa de madeira e um visor de cristal, 
ambos provenientes de um navio romano. Os anos se passaram e os equipamentos de mergulho 
foram se aperfeiçoando (ver galeria de fotos). No ano de 1950 o arqueólogo Nino Lamboglia 
supervisionou a recuperação das ânforas do navio Romano Albenga, ele contou com o auxílio de 
um balde mecânico. Já em 1952, ocorreu a primeira escavação submarina. 
A pesquisa arqueológica sob os oceanos e mares 
 O desenvolvimento de equipamentos leves de mergulho permitiu aos arqueólogos estenderem 
suas pesquisas ao fundo do mar, onde usam métodos adaptados do trabalho em terra. A maioria 
destes pesquisadores busca restos de navios naufragados. As águas, contudo, também 
escondem edifícios e até cidades inteiras! O passado foi sendo redescoberto a cada novo 
artefato que subia das profundezas, tornando-se alvo dos olhares aguçados do pesquisadores. 
 Aqui no Brasil a pesquisa arqueológica subaquática ainda não é muito desenvolvida, algumas 
poucas pesquisas são realizadas na costa do país, entre estas, podemos citar: os estudos do 
Galeão Sacramento, no estado nordestino da Bahia, as pesquisas no Galeão São Paulo, que foi 
a pique em 1652, perante o Cabo de Santo Agostinho (Pernambuco), por fim, seria interessante 
falar do encouraçado Aquidabã (na baia da Ilha Grande). 
 Muitos acreditam estarem fazendo verdadeiras pesquisas subaquáticas, enquanto não 
passam de salteadores ou depredadores das embarcações que jazem nas profundezas. Estas 
pessoas realizam expedições e recolhimento de materiais sem o devido rigor científico, nenhuma 
metodologia é aplicada e a conservação dos achados é precária. Muitos artefatos arqueológicos 
provenientes da costa brasileira estão sendo comercializados no mercado negro; peças como 
jóias e pratarias da embarcação Príncipe das Astúrias em Ilhabela, canhões de bronze do galeão 
São Paulo e porcelana saqueada do galeão Santíssimo Sacramento. Mas, aos poucos a 
arqueologia submarina vêm ganhando espaço, a USP (Universidade de São Paulo), oferece 
mestrado e doutorado nesta área. 
 
 
 
 Arqueologia Bíblica - 10 - 
 
 7. POR QUE ANTIGAS CIDADES E CIVILIZAÇÕES DESAPARECERAM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cidades Antigas 
 
 1. Sabemos que muitas civilizações e cidades antigas desapareceram como resultado do 
julgamento de Deus. A Bíblia está repleta de tais indicações. Algumas explicações naturais, 
todavia, também devem ser brevemente observadas................................................... 
 As cidades eram geralmente construídas em lugares de fácil defesa, onde houvesse boa 
quantidade de água e próximo a rotas comerciais importantes. Tais lugares eram extremamente 
raros no Oriente Médio antigo. Assim, se alguma catástrofe produzisse a destruição de uma 
cidade, a tendênciaera reconstruir na mesma localidade. Uma cidade podia ser amplamente 
destruída por um terremoto ou por uma invasão. Fome ou pestes podiam despovoar 
completamente uma cidade ou território. Nesta última circunstância, os habitantes poderiam 
concluir que os deuses haviam lançado sobre o local uma maldição, ficando assim temerosos de 
voltar. Os locais de cidades abandonadas reduziam-se rapidamente a ruínas. E quando os 
antigos habitantes voltavam, ou novos moradores chegavam à região, o hábito normal era 
simplesmente aplainar as ruínas e construir uma nova cidade. Formava-se, assim, pequenos 
morros ou taludes, chamados de tell, com muitas camadas superpostas de habitação. Às vezes, 
o suprimento de água se esgotava, rios mudavam de curso, vias comerciais eram redirecionadas 
ou os ventos da política sopravam noutra direção - o que resultava no permanente abandono de 
um local. 
 
 
 
 
 
 
 
 Arqueologia Bíblica - 11 - 
 
8. A ESCAVAÇÃO DE UM SÍTIO ARQUEOLÓGICO. 
 
 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 1. O arqueólogo bíblico pode si dedicar à escavação de um sítio arqueológico por várias 
razões. Se o talude que ele for estudar reconhecidamente cobrir uma localidade bíblica, ele 
provavelmente procurará descobrir as camadas de ocupações relevantes à narrativa bíblica. Ele 
pode estar procurando uma cidade que se sabe ter existido, mas ainda não foi positivamente 
identificada. Talvez procure resolver dúvidas relacionadas à proposta identificação de um sítio 
arqueológico. Possivelmente estará procurando informações concernentes a personagens ou 
fatos da história bíblica que ajudarão a esclarecer a narrativa bíblica. 
 2. Uma vez que o escavador tenha escolhido o local de sua busca, e tenha feito os acordos 
necessários (incluindo permissões governamentais, financiamento, equipamento e pessoal), ele 
estará pronto para começar a operação. Uma exploração cuidadosa da superfície é normalmente 
realizada em primeiro lugar, visando saber o que for possível através de pedaços de cerâmica ou 
outros artefatos nela encontrados, verificar-se certa configuração de solo denota a presença do 
resto de alguma edificação, ou descobrir algo da história daquele local. Faz-se, em seguida, um 
mapa do contorno do talude e escolhe-se o setor (ou setores) a ser (em) escavado (s) durante 
uma sessão de escavações. Esses setores são geralmente divididos em sub-setores de um 
metro quadrado para facilitar a rotulação das descobertas. 
 
 
 
 
 
 
 
 Arqueologia Bíblica - 12 - 
 
 
 
 
 
 
Exercício 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. O que significa a palavra “Arqueologia”? 
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2. O que a arqueologia auxilia-nos a compreender? 
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3. Quais são os animais que causam transtornos aos especialistas em arqueologia? 
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4. Qual foi o Estado Brasileiro que foi encontrado o mais antigo crânio de um ser 
 humano pré-histórico? 
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5. Em que ano ocorreu a primeira escavação submarina? 
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 Arqueologia Bíblica - 13 - 
A grande Esfinge que está em altitude de guarda junto às pirâmides de Gizé. 
Estas enormes pirâmides foram construídas em torno do ano 2700 a.C. 
 
 
9. A ARQUEOLOGIA E O TEXTO DA BÍBLIA 
 
 
 
 
 
 
 
 MARK HUNT 
 
 
 
 
1. Embora a maioria das pessoas pense em grandes monumentos e peças de museu e em 
grandes feitos de reis antigos quando se faz menção da arqueologia bíblica, cresce o 
conhecimento de que inscrições e manuscritos também têm uma importante contribuição ao 
estudo da Bíblia. Embora no passado a maior parte do trabalho arqueológico estivesse voltada 
para a história bíblica, hoje ela se volta crescentemente para o texto da Bíblia. 
O estudo intensivo de mais de 3.000 manuscritos do N.T. grego, datados do segundo século da 
era cristão em diante, tem demonstrado que o N.T. foi notavelmente bem preservado em sua 
transmissão desde o terceiro século até agora. Nem uma doutrina foi pervertida. Westcott e Hort 
concluíram que apenas uma palavra em cada mil do N.T. em grego possui uma dúvida quanto à 
sua genuinidade. 
 
 2. Uma coisa é provar que o texto do N.T. foi notavelmente preservado a partir do segundo 
e terceiro séculos; coisa bem diferente é demonstrar que os evangelhos, por exemplo, não 
evoluíram até sua forma presente ao longo dos primeiros séculos da era cristã, ou que Cristo não 
foi gradativamente divinizado pela lenda cristã. Na virada do século XX uma nova ciência surgiu 
e ajudou a provar que nem os Evangelhos e nem a visão cristã de Cristo sofreram evoluções até 
chegarem à sua forma atual. B. P. Grenfell e A. S. Hunt realizaram escavações no distrito de 
Fayun, no Egito (1896-1906), e descobriram grandes quantidades de papiros, dando início à 
ciência da papirologia. 
 
Os papiros, escritos numa espécie de papel grosseiro feito com as fibras de juncos do Egito, 
incluíam uma grande variedade de tópicos apresentados em várias línguas. O número de 
fragmentos de manuscritos que contêm porções do N.T. chega hoje a 77 papiros. Esses 
fragmentos ajudam a confirmar o texto geral encontrado nos manuscritos maiores, feitos de 
pergaminho, datados do quarto século em diante, ajudando assim a formar uma ponte mais 
confiável entre os manuscritos mais recentes e os originais. 
 Arqueologia Bíblica - 14 - 
3. O impacto da papirologia sobre os estudos bíblicos foi fenomenal. Muitos desses papiros 
datam dos primeiros três séculos da era cristã. Assim, é possível estabelecer o desenvolvimento 
da gramática nesse período, e, com base no argumento da gramática histórica, datar a 
composição dos livros do N.T. no primeiro século da era cristã. Na verdade, um fragmento do 
Evangelho de João encontrado no Egito pode ser paleograficamente datado de 
aproximadamente 125 AD! Descontado um certo tempo para o livro entrar em circulação, deve-
se atribuir ao quarto Evangelho uma data próxima do fim do primeiro século - é exatamente isso 
que a tradição cristã conservadora tem atribuído a ele. Ninguém duvida que os outros três 
Evangelhos são um pouco anteriores ao de João. Se os livros do N.T. foram produzidos durante 
o primeiro século, foram escritos bem próximos dos eventos que registram e não houve tempo de 
ocorrer qualquer desenvolvimento evolutivo. 
4. Todavia, a contribuição dessa massa de papiros de todo tipo não pára aí. Eles 
demonstram que o grego do N.T. não era um tipo de linguagem inventada pelos seus autores, 
como se pensava antes. Ao contrário, era, de modo geral, a língua do povo dos primeiros séculos 
da era cristã. Menos de 50 palavras em todo o N.T. foram cunhadas pelos apóstolos. Além disso, 
os papiros demonstraram que a gramática do N.T. grego era de boa qualidade, se julgada pelos 
padrões gramaticais do primeiro século, não pelo o período clássico da língua grega. Além do 
mais, os papiros gregos não-bíblicos ajudaram a esclarecer o significado de palavras bíblicas 
cujas compreensões ainda era duvidosa, e lançaram nova luz sobre outras que já eram bem 
entendidas. 
5. Até recentemente, o manuscrito hebraico do A.T. de tamanho considerável mais antigo 
era datado aproximadamente do ano 900 da era cristã, e o A.T. completo era cerca de um século 
mais recente. Então, no outono de 1948, os mundos religioso e acadêmico foram sacudidos com 
o anúncio de que um antigo manuscrito de Isaías fora encontrado numa caverna próxima à 
extremidade noroeste do mar Morto. Desde então um total de 11 cavernas da região têm cedido 
ao mundo os seus tesouros de rolos e fragmentos. Dezenas de milhares de fragmentos de couro 
e alguns de papiro forma ali recuperado. Embora a maior parte do material seja extrabíblico, 
cerca de cem manuscritos (em sua maioria parcial) contêm porções das Escrituras. Até aqui, 
todos os livros do A.T., exceto Éster, estão representados nas descobertas. Como se poderia 
esperar, fragmentos dos livros mais freqüentemente citados no N.T. também são mais comuns 
em Qumran (o local das descobertas). Esses livros são Deuteronômio, Isaías e Salmos. Os rolos 
de livros bíblicos que ficaram melhores preservados e têm maior extensão são dois de Isaías, um 
de Salmos e um de Levítico. 
6. O significado dos Manuscritos do Mar Morto é tremendo. Eles fizeram recuar em mais de 
mil anos a história do texto do A.T. (depois de muito debate, a data dos manuscritos deQumran 
foi estabelecida como os primeiros séculos a.C e AD). Eles oferecem abundantes materiais 
críticos para pesquisas no A.T., comparável ao de que já dispunham há muito tempo os 
estudiosos do N.T. Além disso, os Manuscritos do Mar Morto oferecem um referencial mais 
adequado para o N.T., demonstrando, por exemplo, que o Evangelho de João foi escrito dentro 
de um contexto essencialmente judaico, e não grego, como era freqüentemente postulado pelos 
estudiosos. E ainda, ajudaram a confirmar a exatidão do texto do A.T. A Septuaginta, 
comprovaram os Manuscritos do Mar Morto, é bem mais exata do que comumente se pensa. Por 
fim, os rolos de Qumran nos ofereceram novo material para auxiliar na determinação do sentido 
de certas palavras hebraicas. 
(“Adaptado do Artigo “Archeology” de Howard F. Vos, publicado no Wycliffe Bible 
Commentary 
Transcrito de “ A Bíblia Anotada”). 
 
 
 
 
 
 Arqueologia Bíblica - 15 - 
 
 
 
 10. A PRÉ-HISTÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Instrumentos paleolíticos têm sido encontrados em certo número de locais e cavernas 
(Camelo, Evrom, Orem) na Palestina, mas pouco se sabe sobre os progressos culturais até que 
os caçadores ‘natufianos’, mesolítico, são encontrados a construir casas com subestruturas de 
Pedra (Eniam). Não possuindo metais, esses povos usavam instrumentos de perneira e viviam 
principalmente da caça, mais tarde adotando a agricultura e a domesticação de animais. Faziam 
figurinhas moldadas de forma incomum, com lama, ossos ou pedra. Os sítios neolíticos são 
encontrados perto do Jordão, na Galiléia (Yarmuk e Sha’ar Haggolan), e são mais ou menos 
paralelos com os locais primitivos no Nilo e no Tigre (Jarmo). Uma impressionante torre e 
defesas de pedra (em Jericó), de período anterior ao do conhecimento da cerâmica, e os 
notáveis crânios e figurinhas moldadas, de Jericó, mostram quão habilidosos eram aqueles 
povos primitivos (de 5.000 a.C.). 
O metal aparece pela primeira vez na era Calcolítica (Enolítica), e tem sido traçado na 
maior parte da região. No local da vila de Teleilat Ghassul (Jordão) foram descobertas cerâmicas, 
pinturas policrônicas realistas em paredes grandes quantidade de pederneiras, e alguns poucos 
machados de cobre. Cerâmica semelhante tem sido encontrada no vale do Jordão (perto de 
Jericó), em Esdrelom, e no Neguebe do Norte e no Wadi Ghazzeh, perto de Gaza. Por esse 
tempo, a agricultura e a indústria metalúrgica já estavam relativamente avançadas, e modelos 
pintados de casas ossarias, algumas com telhados curvos abobadados, mostram as primitivas 
formas arquiteturas adotadas (Hedera, Azor). Em alguns locais perto de Berseba, habitação e 
armazéns subterrâneos (Abu Matar, Zafade, Horvat Beter), ou cisternas escavadas na rocha 
(Gezar) também foram encontradas pela primeira vez. 
A transição para a Era do Bronze è perceptível em certo número de estabelecimentos que 
mais tarde cresceram transformando-se em cidades estados (Megido, Jericó, Bete-Seã, Bete-
Yerah e Tel elFar`a, perto de Siquém) , ou então que foram abandonados por algum tempo 
(Samaria e Tell en-Nasbeh). Invasores, provavelmente antigos nômades vindo do norte e do leste, 
trouxeram novo tipo de cerâmica, e sepultavam seus mortos em sepulcros comuns, escavados 
nas rochas. Essas tumbas algumas vezes continham tipos de cerâmica conhecidos desde o 
anterior período calcolítico antigo, louças queimadas de Esdrelom e cerâmica pintada, que mais 
tarde podem ser encontrados em abundância. O termo proto-urbano, que corresponde ao 
protoliterato (Jemdet Nasr) no Iraque, de 3.200 a.C., tem sido usado para descrever essa fase. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Arqueologia Bíblica - 16 - 
 
 
 
 11. A ERA DE CANANÉIA - (BRONZE) 
 
 
 
 
 
 A Era de Cananéia - (Bronze) 
Cidades com muros de tijolos de barro começaram a aparecer no Período do Bronze 
Primitivo I. Ao mesmo tempo, a cerâmica do norte Bete-Yerah, nível II; Bete-Seã, nível XI difere 
daquela do sul, encontrada em Ofel (Jerusalém), Gezer, Ai, Jericó (VI-VII) e Tell en-Nasbeh. As 
vilas do norte continuaram a florescer no BP II, de 2.900 a.C. (Megido, XVI-XVII; Bete-Yerah, III; 
Bete-Seã, XII) embora no sul possa ser notada forte influência egípcia (Jericó, IV). Houve notáveis 
desenvolvimentos, notavelmente uma ótima nova louça de ‘Khirbet Kerak’, que demonstra a 
melhoria gradual na técnica da cerâmica na Palestina e na Síria, e no subsolo do tempo cananeu 
encontrado em Ai. 
Cerca de 2.200 a.C. a chegada dos amorreus na Palestina é assinalada por sepultamentos que 
incluem um tipo distinto de cerâmica e de armas (Tell Ajjul, Jericó, Megido). Eram os grupos 
nômades invasores, cuja presença nas colinas da Palestina foi posteriormente notada pelos 
israelitas que chegavam (Nm 13:23; Js 5:1; 10:6), bem como pelos egípcios em textos de 
execração. Outros grupos de povos, vindo principalmente da Síria e da Fenícia, trouxeram consigo 
outros tipos de cerâmica, armas e costumes de sepultamentos, mas esses povos se concentraram 
nas vilas que formaram as cidades-estados de Canaã, pela primeira vez mencionado no Antigo 
Testamento e nas cartas de Mari. Foi um período de riquezas ainda que se freqüentes guerras 
entre as cidades. Os recém-chegados incluíam os ‘governantes estrangeiros’, os quais, haviam 
dominado o Egito. As características defesas hicsas, desenterradas em Hazor, Jericó, Laquis e 
Megido, contam com uma bem inclinada rampa ou ladeira, provavelmente designada para impedir 
que ataques inimigos pudessem empregar aríetes e carruagens. 
Essa Idade do Bronze Médio foi um tempo quando alguns grupos subnômades, incluindo os 
Habiru, entre os quais bem podem Ter estado os patriarcas, se infiltraram nos vales entre as 
cidades defendidas. Os túmulos desses povos têm sido encontrados em Jericó. As vilas e suas 
casas permaneceram pequenas, mas com pequenas alterações, até serem violentamente 
destruídas, provavelmente por egípcios, repelindo os hicsos, cerca de 1.450 a.C. A despeito de 
contactos comerciais com o leste do Mediterrâneo, as aldeias das colinas da Palestina eram mais 
pobres do que as cidades vizinhas da Fenícia. 
Uma vez mais foram reocupadas as cidades principais, mas apenas para novamente serem 
saqueadas, já no século XIII a.C. A pesada destruição que houve nessa ocasião, em Hazor, Betel, 
Beit Mirsim e Laquis, adapta-se perfeitamente bem aos assaltos registrados aos israelitas 
invasores sob Josué. Em Jericó, descobriu-se que a cidade havia sido abandonada em cerca de 
1.325 a.C., mas os muros derrubados, anteriormente julgados pertencentes a esse período BR, 
segundo se sabe atualmente, foram destruídas no período BP. 
 Os cananeus desse período do Bronze Recente podiam Ter empregado cinco diferentes 
sistemas de escrita: (1) Mesopotâmico (acadiano) – tabletes inscritos em cuneiforme, encontrados 
em Mégido, Jericó, Siquém, Taanaque, Tell el-Hesi, Gezer e Hazor, também cartas de Amarna VIII 
b, abaixo; (2) hieróglifos egípcios - Bete – Seã, Quinerete; (3) ‘proto-hebraico’ – Laquis, Hazor; (4) 
alfabeto cuneiforme ugarítico – encontrado num tabletes de Bete – Semes; (5) a escrita de livros – 
ainda que até o momento nenhum exemplo de seu uso na região tenha sido encontrado. 
As práticas religiosas dos cananeus podem ser vistas em muitas placas de ‘Astarte’, 
encontradas durante as escavações, nos templos de Laquis, Megido e Siquém, e nas 
representações de Baal, incluindo aquela que aparece num selo cilíndrico de Betel, cerca de 1.300 
a.C.Arqueologia Bíblica - 17 - 
 
 
 
 12. A ERA ISRAELITA - (FERRO) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A Era Israelita - (Ferro) 
 
 
 
 Por volta de 1.200 a.C. uma cerâmica fabricada no local e altamente decorada, semelhante 
em estilo àquela encontrada em Chipre e Rodes, foi encontrada acima das cinzas em Asquelom e 
noutras localidades costeiras, entre Wadi Ghazzeh e Jaffa mostrando que os invasores haviam 
destruído e então ocupado às cidades dos cananeus. Isso é evidência convincente acerca da 
chegada dos filisteus entre os ‘povos marítimos’ que anteriormente se tenham estabelecido a leste 
de Chipre, e provavelmente também em determinados pontos das praias da Palestina. Essa 
cerâmica, excetuando a pequena quantidade achada, mas atribuída ao comércio, não é 
encontrada inicialmente nas colinas centrais (Gibeá, Jerusalém, Bete-zur, Tell en-Nasbeh), mas, 
por volta de 1.050 a.C. têm sido descobertos traços de suas incursões até Silo e Bete-Seã. Esses 
filisteus foram o primeiro povo a usar o ferro na Palestina (uma adaga de ferro e uma faca, 
encontrados em uma tumba de Tell el-Far’a), enquanto que os foram lentos em quebrar esse 
monopólio e sua conseqüente superioridade econômica (1Sm 13:18-22). Fortes ricos e bem 
construídos, dos cananeus, sustentaram-se pelo menos por mais outro século (Bete-Seã). Os 
israelitas, no tempo de Juízes, ou edificavam casas inferiores (Betel), vivendo no andar térreo dos 
edifícios cananeus capturados (Beit Mirsim), ou se amontoavam em vilas mal edificadas por eles 
mesmos (Gate, Raqqat). Sua cerâmica também era tosca e pobre, se comparava com a dos 
cananeus. 
 
A cidadela de Saul, em Gibeá (Tell el-Fül) mostra como os israelitas adotaram o sistema 
nortista de muros em casamatas para a construção de suas defesas. Ali a vida era simples, 
embora marcada pela importação de algumas poucas armas de ferro. Muros em casamata, pode 
Ter sido semelhantemente construídos em Siquém por Abimeleque, enquanto que aqueles de Beit 
Mirsim e Bete-Semes podem indicar a obra de Davi ao fortificar Judà contra os filisteus. Doutro 
modo, a não ser as defesas em Ofel, nenhum edifício que possa ser atribuído com certeza ao 
reinado de Davi, foi até agora identificado. 
 
O período de Salomão demonstra fomento no uso do ferro, bem como de técnicas de 
edificação melhoradas. O mesmo plano foi usado para os pórticos da cidade que ele edificou em 
Hazor, Gezer e Megido (1 Rs 9:15). Residências para os governadores distritais foram construídas 
em Megido e Hazor, com grandes silos para armazenar os impostos, pagos em cereais, em Laquis 
e Bete-Semes. Grande estábulos, para 500 ou mais cavalos, foram encontrados em Megido (1 Rs 
9:15,19); esses, embora geralmente atribuídos a Salomão, bem pode datar do reinado de Acabe. 
Há também evidência de um extenso programa para a edificação de escritórios administrativos 
regionais. A prosperidade material do reinado de Salomão deve Ter-se originado principalmente 
na construção de muitas plantas de refinação de cobre e ferro, no Wadi que leva a Eziom-Geber, 
 Arqueologia Bíblica - 18 - 
em Acaba. O movimento porto dali era usado para importar muitas comodidades. Um pote 
encontrado em Tell Qasileh, com a inscrição ‘ouro de Ofir’, atesta esse comércio. 
 
 
A derrota dos filisteus abriu o caminho para uma indisputa expansão do comércio fenício, e 
isso é refletido na edificação do Templo de Salomão. O plano seguiu um estilo siro-fenício, já 
adotado em Hazor e Tell Tainant. A entrada, flanqueada por colunas gêmeas separadas, conduzia 
a um eixo direto, por meio de um vestíbulo, até o grande santuário e daí a um santuário menor, 
mais adentro. Um desenvolvimento salomônico peculiar foi à provisão de considerável espaço de 
armazenamento para os tesouros, ao longo dos lados desse edifício. A decoração do templo, com 
seus querubins, palmeiras, e móveis, tem paralelos em modelos de marfim contemporâneos, 
encontrados em Samaria, Ras Shamra, Arslan Tash (Síria), ou Ninrud (Iraque). Outros itens, 
altares, suportes, lingüetas e utensílios, têm sido encontrados durante as escavações. 
 
A invasão de Sisaque I do Egito, cerca de 926 a.C., resultou na destruição, até tão ao norte 
como Tell Abu Hawan e Beit Mirsim (B) e Bete-Semes (II a). O período da monarquia dividida tem 
sido iluminado por certo número de escavações. Em Tirza (Tell el-Far’a) de Vaux demonstrou que 
após o século décimo a.C. a cidade foi abandonada, como também seria de esperar quando Onri 
transferiu a sua capital para Samaria (1 Rs 16:23,24) que lhe forneceu melhores comunicações 
com os portos de mar da Fenícia. Em Samaria o clímax foi atingido num posto real cercado por um 
muro de ótima construção. O palácio de Onri-Acabe e o pórtico, incorporavam pilastras ‘proto-
iônicas’. Muitas peças de marfim, encontrados ali, talvez tenham vindo das decorações e móveis 
da ‘casa de marfim’, de Acabe (1 Rs 22:39; Am 6:4), enquanto outras são marcadas com sinais 
fenícios, o que nos ajuda a datá-los como pertencentes a esse reinado. A escrita é idêntica à das 
inscrições de Mesha, encontradas em Dibhan, descrevendo relações entre ele mesmo e Israel, 
cerca de 825 a.C. No pátio do palácio de Samaria, havia uma cisterna aberta ou ‘poço’, talvez 
aquele em que a carruagem de Acabe foi levado (1 Rs 22:38). Edifícios oficiais semelhantes ao de 
Samaria (I) têm sido encontrados em Bete-Seã (V) e em Megido (V). Em Hazor (VIII), parece que 
Acabe aumentou a cidade edificando novas fortificações ao redor de todo terreno elevado em 
torno da cidadela. Ali, como em Samaria (II Jeú), os sólidos muros defensivos então edificados, 
haveriam de permanecer em pé até às reconstruções helenistas, cerca de 150 a.C. Cerca de 800 
a.C., Tell el-Far’a foi reocupada como residência local de um governador, com excelentes casas 
particulares nas imediações. A cerâmica ali achada é semelhante a Samaria (IV), onde residia 
Jeroboão II. Sessenta e três ostracas inscrita, dando relatórios sobre a importação de vinho e 
azeite, mostram que a cidade continuava sendo um vigoroso centro comercial. 
 
Tell en-Nasbeh (Mispa) e Gibeá foram fortemente fortificadas como cidades de fronteira, 
durante a monarquia dividida. Ambos os locais foram reconstruídos segundo plano idêntico e com 
material semelhante, o que demonstra que essa foi obra de Asa, após haver ele destruído o forte 
próximo de Baasa, em Ramá (1Rs 15). A invasão de Tiglate-Pileser III da Assíria, cerca de 734 
a.C., resultou na pesada destruição de Hazor (V) e Megido (IV). Nos escombros da primeira um 
fragmento com a inscrição Ipqh (‘pertencente a Peca’) é remanescente do fato que, de 
conformidade com 2 Rs 15:29; 16:5-8 e com os anais assírios. Peca governava durante aquela 
época. O mesmo rei assírio mencionava (Jeú) acaz, cujo tributo é registrado em 2 Rs 16:8. 
 
Em 722 a.C., Sargão II concluiu o cerco de Samaria e, conforme ele mesmo diz, removeu 
27.290 prisioneiros e ‘seus deuses’ daquela cidade e distrito, importando estrangeiros para 
tomarem o seu lugar (2 Rs 17:24). Arqueologicamente, isso pode ser visto pela habitação mais 
pobre e parcial do local, que incluía tipos cerâmicos importados assírios e estrangeiros. Daí por 
diante, Israel ficou sob o domínio e influência assíria. Quando Judá opôs-se ao avanço assírio 
contra o Egito, Senaqueribe dirigiu seu exército para o sul, saqueando Megido (IV), Samaria e 
Gibeá em rota para Judá em 701 a.C. A queda de Laquis, acontecimento demonstrado nos relevos 
de palácio assírio, tem sido confirmada pela armadura, armas e capacetes de atacantes abatidos, 
perto da rampa que levava à entrada principal da cidade. Um sepulcro comunal para1.500 
vítimas, pode ser datado desse tempo. Ezequias, a quem Senaqueribe afirma ter ‘fechado em sua 
cidade capital de Jerusalém como um pássaro numa gaiola’ foi ajudado a resistir ao cerco assírio 
contra sua capital por meio do túnel que ele teve a previsão de mandar escavar para conduzir a 
água desde 528 metros de distância até a cidade da Fonte da Virgem (2 Rs 20:20; 2 Cr 32:30). A 
 Arqueologia Bíblica - 19 - 
inscrição ali encontrada em 1880 é um dos maiores textos hebraicos em monumentos em 
existência (DOTT, 209-211). Quanto a outras inscrições hebraicas contemporâneas. 
 
 
O ardor da oposição de Josias ao Egito é visto na destruição de Megido (II) por Neco, em 
609 a.C., quando de sua passagem para Carquemis, cidade essa cujas escavações mostram 
haver sido destruídas pelo fogo pouco depois. Isso foi durante a batalha de 605 a.C., quando 
Nabucodonosor II capturou a cidade e assaltou a Síria e a Palestina, as quais se tornaram súditas 
babilônicas (pelo menos assim diz a Crônica babilônica). Ao rebelar-se Judá, era inevitável um 
castigo severo. A Crônica babilônica descreve a captura de Jerusalém, a 16 de março de 597 a.C. 
Muitas aldeias e fortalezas em Judá, mas não do norte, mostram os sinais da devastação efetuada 
pelos ataques babilônicas nesse tempo e, após a revolta de Zedequias, durante a guerra de 589-
587 a.C., algumas vilas foram destruídas para nunca mais serem reocupadas (Bete-Semes, Tell 
Beit Mirsim). Nos escombros de Laquis (III) vinte e um fragmentos inscritos dão testemunho de 
ansiedade dos defensores naquela ocasião. 
 
 As pesquisas arqueológicas demonstram que o país foi grandemente empobrecido durante 
o auxílio, embora os estados reais de Judá tivessem continuado a ser administrados a favor de 
Jeoiaquim, cujo nome parecem texto de sua prisão na Babilônia. Selos de Eliaquim, mordomo de 
Yaykin; selos de Jaazanias de Tell en-Nasbeh e de Gidalias de Laquis (2 Rs 25:22-25) são 
testemunhas das atividades desses líderes. 
 
Os restabelecimentos em Judá foram lento, e as escavações demonstram que não foi senão 
já no terceiro século a.C. que Judá contava com a mesma densidade de população que possuíra 
em tempos anteriores. Samaria, Betel, Tell en-Nasbeh, Bete-zur e Gezer, entretanto, foram 
ocupadas quase continuamente, enquanto que cemitérios em ‘Athlit (Carmelo) e em Tell el-Far’a 
(Neguebe) produziram cerâmica da Idade do Ferro III e os objetos de origem persa. Os persas 
permitiram certa medida de autonomia local, e moedas localmente cunhadas começaram a 
aparecer no quinto século, sendo já abundantes cerca do terceiro século a.C. A maioria representa 
imitações das dracmas áticas, mas algumas trazem inscrições hebreu-aramaicas (yehud, ‘Judá’), 
semelhantes àquelas encontradas nas moedas judaicas, que mostram uma deidade masculina 
assentada numa carruagem e trazendo na mão um gavião (princípio do quarto século a.C.). Muitas 
asas de jarro desse período são estampadas com inscrições tais como ‘Judá’ (yhd), Jerusalém 
(yrshlm), ou os enigmáticos mçh ou nmsht. A influência grega foi gradativamente aumentando por 
meio das importações, através das colônias comerciais costeiras. Louças áticas com figuras 
vermelhas, e mais tarde, iônicas e áticas com figuras negras, podem ser encontradas cada vez em 
maior número. O comércio com a Arábia floresceu em vista do estabelecimento do reino ‘Idumeu’. 
A Palestina do Sul era controlada por um árabe, Gashmu (Gesém, Ne 6:1); sendo que o nome 
desse ‘rei de Quedar’ é inscrito em vasos de prata, e é possível que a vila persa em Laquis, de um 
planejamento similar ao palácio parta em Nipur, na Babilônia, fosse um centro de sua 
administração. Vasos persas de prata têm sido desenterrados em Gezer e Sharuhen. Altares de 
incenso árabes, de pedra lavrada, semelhantes àqueles encontrados em Hureidah e de 
Hadramaut, foram encontrados em Tell Jammeh. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Arqueologia Bíblica - 20 - 
 
 
 
 
13. O PERÍODO HELÊNICO-ROMANO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando o macedônio Alexandre, o Grande, conquistou a Palestina como parte do antigo 
império persa, em 332 a.C., o país ficou ainda mais sujeito à influência helênica. Entretanto, após 
a sua morte, as guerras intestinas entre os seus generais retardaram esse desenvolvimento. 
Somente moedas e potes isolados podem ser atribuídos com confiança aos governantes 
Lagides, em 332-200 a.C. Maresa (Marisa) então passou a exercer controle sobre a Iduméia, de 
Laquis, e ali foi desenterrada uma aldeia grega cuidadosamente planejada. As ruas, traçadas em 
ângulos retos e paralelos entre si, conduzem até uma praça mercado (agora), próximo da 
entrada da cidade, em redor da qual, por três lados, havia lojas. Perto da cidade havia túmulos 
de comerciantes gregos, fenícios e idumeus (cerca de 250-200 a.C.). 
 
Os dias severos durante os quais os Macabeus combateram pela independência judaica 
(165-37 a.C.) são atestado por acampamentos de refugiados e cavernas e fortes semelhantes 
àquele edificado em Gezer por Simão Macabeu. Traços da linha nortista de fortalezas, que se 
dizem Ter sido criados por Alexandre Janeus foram encontrados perto de Tel Avive, Jafa e 
Hazor. Em Bete-zur, dominando a estrada de Hebrom a Jerusalém, Judas (165-163 a.C.) 
construíra um forte no alto de uma estrutura persa anterior, a qual, por sua vez, fora reconstruída 
pelo general Baquides. Lojas, casas, fortificações, asas de jarros estampados, de Rodes, bem 
como moedas ajudam a ilustrar a vida daqueles zelotes, um dos quais, João Hircano (134-104 
a.C.) destruiu as cidades gregas pagãs de Samaria e Marisa. 
 
Herodes I (o Grande; 37-4 a.C.) encorajou o processo da helenização, obliterando todos os 
templos anteriores com suas novas construções, das quais, entretanto, apenas partes dos muros 
principais, a ‘Torre de Davi’ e o primeiro muro de Jerusalém permanecem para mostrar a típica 
construção massiva de seu reinado. O túmulo inscrito de Bene Hazir, perto da cidade, talvez 
também pertença a essa data. Herodes igualmente renovou sítios históricos edificando muros 
em Manre. Em Samaria ele reedificou parte do muro e do portão da cidade, reforçando os 
antigos muros israelitas com torres cilíndricas. A cidade recebeu um templo dedicado a Augusto, 
e um estádio, e foi rebatizada com o nome de Sebaste. Para o seu próprio uso o rei edificou um 
luxuoso palácio de inverno em Jericó (Wadi Qelt) bem como residência perto de Belém e em 
Cesaréia, cidade esta que, à semelhança das de Pasaelis e Antipátride, ele embelezou. O seu 
temor crescente quanto aos seus inimigos pode ser refletido no maciço forte que edificou em 
Masada, cujo plano está em notável concordância com a descrição feita por Josefo. Pouco se 
sabe arqueologicamente sobre o tempo de Herodes Agripa, que edificou o terceiro muro de 
Jerusalém, e cuja irmã, a rainha Berenice, segundo sua inscrição, restaurou os edifícios 
levantados em Cesaréia por Herodes I. 
 
 Arqueologia Bíblica - 21 - 
A destruição de Jerusalém, em 70 d.C., e a subseqüente edificação de uma colônia romana 
por Hadriano, chamada Aelia Capitolina, sobre o local arruinado, tornou difícil a identificação dos 
remanescentes mais antigos, excetuando a área do templo. A presença da Décima Legião 
Romana entre a guarnição sob as ordens de Pilatos, é atestada por certo númerode achados 
dentro da cidade (exemplo, Qirya). Uma inscrição grega, encontrada por Celrmont-Glanneau, em 
1871, adverte os gentios para que não passem pela balaustrada até o interior do átrio do templo, 
sob pena de morte, e isso ilustra as palavras de Paulo (Ef 2:13-19, At 21:28). Gabatá (grego, 
Lithostrõton, Jo 19:13) é identificado com um pavimento de pedras com 2.500 metros quadrados, 
à sombra da Torre de Antônia, no qual até hoje podem ser vistas marcas de um jogo usados 
pelos soldados romanos. Os tanques de Betesda (João 5:2), na secção nordeste da cidade, e de 
Siloam (Jo 9:11), ao sul da área do templo, não foram ainda identificado. A fonte de Sicar, 
próxima de Balatah (Siquém, Jo 4:5,6) continua em uso. 
 
Continua havendo muita controvérsia sobre a localização do ‘segundo muro’ de Jerusalém, 
pelo que também a local de crucificação e do sepulcro de nosso Senhor permanece incerto. 
Entretanto, o tipo de túmulos selado por uma pedra ‘corrediça’ é conhecido em certo número de 
sítios romanos. Entre mais de duzentas câmaras mortuárias examinadas, muitas próximas de 
Jerusalém, E. L. Sukenik, em 1945, descobriu ossuários inscritos em grego Iêsous iou e Iêsous 
aloth. Vistos que esses túmulos tem de ser datados antes de 50 d.C., sua descrição sobre os 
mesmos como ‘os mais antigos registros sobre o Cristianismo’ pode estar perfeitamente correta, 
pelo menos no que diz respeito à evidência extra-bíblica. As inscrições, que ele provavelmente 
sugeriu com de referirem a Jesus, talvez sejam orações e provêem evidência sobre a Igreja, em 
Jerusalém, quanto aos seus primeiros vinte anos. Muitos outros ossuários exibem nomes 
hebraicos, aramaicos e gregos, incluindo Simão, Lázaro, Judas, Ananias, José, Miriã (Maria), 
Marta, Isabel, Salomé e Joana, mostrando que tais nomes eram comuns em Jerusalém, naquele 
mesmo período. Alguns, com nomes mais raros, possivelmente se referem às próprias pessoas 
nomeadas no Novo Testamento, ainda que tais identificações têm de permanecer como 
tentativas (exemplo, Barsabás, At 1:23; 15:22; e Safira, At 5:1). Alguns eruditos acreditam que 
as inscrições, bem como a ausência dos comuns acompanhamentos pagãos nesses túmulos, 
refletem uma nova crença na vida futura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Arqueologia Bíblica - 22 - 
 
 
 
 
 
 
 
Exercício 2 
 
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1. Em que ano as enormes pirâmides foram construídas? 
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2. Em qual período as cidades com muros de tijolos de barro começaram a 
 aparecer? 
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3. Em qual ano chegaram os amorreus na Palestina? 
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4. Em qual ano Alexandre, o Grande, conquistou a Palestina como parte do 
 antigo império persa? 
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 ........................................................................................................................................................................................................................................................5. Em qual ano se deu a destruição de Jerusalém? 
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 Arqueologia Bíblica - 23 - 
 
 
 
 
14. CLASSIFICAÇÃO DOS PERÍODOS ARQUEOLÓGICOS (ISRAEL) 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Idade da Pedra a.C. (Antes de Cristo). 
Paleolítica - Idade da Pedra Antiga 250.000 
Mesolítica-Idade da Pedra Média, Natufiana 10.000 
Neolítica-Idade da Pedra Moderna(Tauniana e Jericoana) 
 A. Pré-cerâmica 7.000 
 B. Cerâmica 5.000 
 
 2. Calcolítica (em parte, Gassuliana) 4.000-3.200 
 3. Idade do Bronze ou Período Cananeu 
 Bronze Primitivo (BP)=Cananeu Primitivo(CP) I 3.200-2.900 
 Bronze Primitivo(BP)=Cananeu Primitivo(CP) II. 2.900-2.600 
 Bronze Primitivo(BP)=Cananeu Primitivo(CP) III-IV 2.600-2.200 
 Bronze Intermediário ( Cananeu) BP-BM 
 
 CP-CM 2.200-1.950 
 
 Bronze Médio (BM)=Cananeu Médio(CM0 I 1.950-1.750 
 Bronze Médio (BM)=Cananeu Médio(CM) II 1.750-1.550 
 Bronze Recente (BR)=Cananeu Recente(CR) I 1.550-1.400 
 Bronze Recente (BR)=Cananeu Recente(CR) II a 1.400-1.300 
 Bronze Recente (BR)=Cananeu Recente(CR) IIb 1.300-1.200 
 
4. Idade de Ferro ou Período Israelita 
 
 Idade do Ferro (IF) I Israel Prim. (IP)=Israel I 1.200-1.050 
 Israel Prim. (IP)=Israel II 1.050-970 
 
 Idade do Ferro (IF) II Israel Méd. (IM)II =Isr. II 840-580 
 Israel Méd. (IM)I =Isr. I 970-840 
 
 Idade do Ferro (IF) III Israel Recente (IR)= Israel. IV 580-330 
 
 5. Período Helênico 
Helênico I 330-165 
Helênico II – Período Macabeu 165-63 
 
 6. Período Helênico-Romano 63-70 D. C (Depois de Cristo). 
 7. Período Romano 70-330 D.C. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Observação: Segundo a Arqueologia diz que: “A ESCRITA surgiu 3000 
anos antes de Cristo (a.C.)”. Ou seja, há mais de 5000 anos passados. 
Datas aproximadas do período da Criação. 
 Criação antes 
da Queda. 
Quantos anos 
tem? 
Da Queda de 
Adão até o 
Dilúvio tem 
1656 anos. 
Do Dilúvio até 
Abraão tem 
Aproximad. 
 400 anos. 
De Abraão até 
Cristo são 14 
gerações (Mt. 1.14). 
Aprox. 2330 anos. 
De Cristo até 
hoje tem 
Aprox. 2000 
anos. 
Concluímos que: Da Queda até nossos Dias são Aprox. 6 à 7 Mil Anos? 
 Arqueologia Bíblica - 24 - 
 
 
 
 
 
15. EXPLORAÇÃO E ESCAVAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O interesse pelos locais bíblicos tradicionais, foi reavivado após a Reforma, e muitos 
escreveram sobre suas viagens pela Palestina. Todavia, não foi senão em 1838 que os norte-
americanos Edward Robinson e Eli Smith levaram a efeito a primeira exploração planejada da 
superfície, identificando diversos locais antigos com lugares que aparecem na Bíblia. A primeira 
escavação foi efetuada pelo francês De Saulcy, perto de Jerusalém, em 1863, o que foi seguido 
por uma série de pesquisas em favor do Fundo de Exploração da Palestina, em 1865-1914. As 
áreas visitadas e cartografadas incluíam Cades (Conder), Galiléia e o Arabá (Kitchener), o deserto 
de Êxodo (Palmer), e locais incluindo Cafarnaum, Samaria e Cesaréia (Wilson). O interesse 
centralizou-se na própria Jerusalém, onde túneis subterrâneos revelaram os alicerces dos muros, 
enquanto que níveis rochosos e partes da secção sul do muro e dos portões e de Ofel foram 
explorados entre 1867 e 1928. Após a escavação feita em 1890 por Sir Flinders Petrie, em Tell El-
Hesi, que estabeleceu o primeiro índice de cerâmica e cronologia estratigráfica baseadas em 
comparações com o Egito, muitas expedições científicas lideradas por euritos norte-americanos, 
ingleses, franceses, alemães e israelenses, têm operado em diversos locais. 
Pesquisas da superfície, feitas em anos recentes, têm sido efetuadas principalmente pelo 
Departamento Israelense de Antigüidades. Entre as áreas cobertas temos o vale do Jordão-
Galiléia (BIES, XVIII, XIX), estabelecimentos israelitas do tempo dos Juízes no norte de Israel e no 
Carmelo. Na Sefalá, Tell Najela tem sido identificada com Eglom, e Ras’Abu Humeyd com a 
bíblica Gitaim. Tell Haror, no Neguebe, tem sido sugerida como o sítio de Gerar e da antiga 
estrada que ia de Tell Arade a Cades-Barnéia (Eyn Quderyat) que se descobriu ser defendida por 
fortes israelitas. Nelson Glueck demonstrou que o Neguebe sustentava uma densa população na 
área patriarcal, bem como nos tempos israelitas e nabateu (Rivers in the Desert, 1959). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Arqueologia Bíblica - 25 - 
 
 
 
 
 
 
16. OUTRAS INSCRIÇÕES (GREGAS E LATINAS) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Certo número de inscrições dão apoio à história da Igreja primitiva. Um edito romano 
imperial, que se diz haver sido encontrado em Nazaré, em 1878, deve talvez ser atribuído a 
Cláudio. Tal edito ordena o julgamento de quem quer que ‘de algum modo tenha extraído os 
sepultados ou que maliciosamente tenha transferido os mesmos para outro lugar. . . ou tenha 
tirado o selo ou outras pedras’. Se a data proposta de cerca de 50 d.C. estiver correta, isso pode 
ser parte da tentativa de Cláudio para resolver os distúrbios causados pelos judeus, que se 
opunham aos primeiros cristãos que estavam ‘fomentando uma doença comum do mundo’. 
Cláudio baixou alguns decretos sobre essa questão. Uma de suas inscrições, em Delfi (Grécia), 
descreve Gálio