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ABORTO NÃO INFECCIOSO E PROLAPSO VAGINAL

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Prévia do material em texto

@yasmincampos_vet 
 
ABORTO NÃO INFECCIOSO 
O que é? É a liberação de um produto inviável, 
incompatível com a vida extrauterina. Pode nascer 
vivo e morrer em algumas horas. Se nasce morto, 
mas dentro do prazo é considerado natimorto. 
A maioria das vezes é de causa infecciosa, 
cuidado com contaminação e zoonoses. 
 
O que pode levar ao aborto: 
• Distúrbios hormonais 
• Traumas 
• Exercícios violentos (éguas) 
• Cirurgias 
• Medicamentos 
• Produtos tóxicos 
• Carência nutricional 
• Más formações e mutações gênicas 
• Distúrbios metabólicos 
• Gestação gemelar (equinos) 
• Exames retais e vaginas incorretos 
(iatrogênico) 
• Torção do cordão (equinos) 
 
EQUINOS 
Estabelecer diagnóstico para evitar que aconteça 
novamente. 
Exame da placenta: 
O que buscar? 
• Aplasia ou hipoplasia de vilos coriônicos 
(não tem área vermelha dos vilos) 
• Alterações vasculares, presença de 
hematomas, vasos congestos (devido a 
torção, por exemplo) 
• Integridade: deve ser impermeável, pode 
se encher com líquido para avaliar 
integridade 
• Rompimento da placenta em um ponto 
específico, chamado “estrela cervical”, se 
rompimento for em qualquer outro ponto 
causa aborto 
Exame do feto: 
• Sinais de maturidade 
• Anomalias 
• Necrópsia completa, material para 
histopatológico e biológico 
• Cordão umbilical pode torcer ou romper 
 
 
CAUSAS 
O que pode levar a perdas embrionárias? 
• Transporte acelerado ou retardado (P4 X 
E2)* 
• Dificuldade na sinalização da gestação 
• Problema na ativação do genoma 
embrionário 
• Número insuficiente em multíparas 
(porcas) 
• Causas infecciosas 
• Lesões uterinas e sequelas 
• Aberração cromossômica 
• Alterações nutricionais 
• Superpopulação uterina 
• Estresse térmico 
 
Morte embrionária precoce: antes da 
sinalização da gestação, fêmea volta a ciclar no 
período normal. 
Morte embrionária tardia: morte após 
sinalização, fêmea volta ao estro, mas com tempo 
maior, retorno a ciclicidade, mas com ciclo 
atrasado. 
@yasmincampos_vet 
 
 
 
QUESTÃO DE PROVA: o que pode causar erro na 
ativação no genoma embrionário? 
Temperatura/estresse térmico, embrião é sensível 
e calor denatura proteínas. Embrião não 
consegue produzir as próprias proteínas, 
depende do estoque materno. 
 
O que podemos fazer? 
• P4 e progestágenos 
• Alimentação, manejo, ambiente 
• Inibidores da PGF – flumexino meglumina 
 
E se já aconteceu? Deve se preocupar com 
medidas terapêuticas/profiláticas contra possíveis 
infecções bacterinas. 
 
 
RETENÇÃO DE PLACENTA 
É uma disfunção na liberação normal da placenta. 
Em parto normal ocorre retenção em 5-40%, se 
for parto induzido aumenta para 40-80%* 
 
*Isso ocorre devido ao aumento de hormônios 
abrupto. 
 
 
MATURAÇÃO DA PLACENTA 
Semanas antes do parto é possível observar a 
maturação da placenta, isso indica o momento do 
parto. Na indução do parto a placenta ainda é 
imatura e pode ter dificuldade de soltar. 
Prévia: alterações hormonais, celulares = 
maturação da placenta, número de células, 
morfologia das células. 
Momento do parto: alterações hemodinâmicas, 
pressão mecânica 
 
Exemplo luvas: prof. encheu duas luvas de 
procedimento com os dedos dentro um do outro. 
Os dedos que estão dentro são os cotilédones e 
os dedos por cima as carúnculas. A diminuição da 
pressão hidrostática na fêmea, ao romper cordão 
umbilical a pressão hidrostática fetal também 
diminui, facilitando processo de soltura. 
O que precisa para ter soltura? Contração. Por 
isso qualquer caso de atonia ou redução das 
contrações pode ocorrer retenção de placenta. 
 
 
Pensando nos mecanismos de liberação da 
placenta, o que podemos fazer? Aumentar 
contrações. Utilizando ocitocina. 
• Égua o normal é eliminar em até 3h pós-
parto, se até 24/48h não soltar pode ter 
metrite, febre, depressão, laminite, 
desidratação, toxemia 
• Infusão na cavidade alantóica 2% de iodo 
ou salina hipertônica (somente se tiver 
íntegra para não afetar útero) 
• Infusão de colagenase nos vasos 
umbilicais (não é prático) 
• Lavagem uterina, ATB, anti-inflamatórios, 
anti-histamínica (preventivo para laminite) 
Devemos puxar? Não, devido ao epitélio 
conjuntivo frouxo, pode causar ruptura por 
fragilidade e causar hemorragia. 
 
 
PARTICULARIDADES DOS BOVINOS 
 
Vaca é a espécie com maior incidência. Mas em 
compensação, feto tem maior período para sair. A 
partir de 12 horas é considerado patológico. 
 
Diferente das éguas que soltam rápido e é raro ter 
problema de retenção. Desvantagem é que feto 
tem menos tempo para sair. 
 
O que predispõe? 
• Parto prematuro/abortamento 
• Atonia uterina/parto gemelar 
• Hidropisia (acúmulo grande de líquido no 
útero) 
• Deficiência nutricional: cálcio, devido a 
polarização - quanto mais cálcio maior a 
força de contração* 
*Feto absorve cálcio e fósforo para mineralização 
óssea. 
 
 
 
@yasmincampos_vet 
 
TRATAMENTO 
Vacas: 
Eliminar a placenta através da contração 
(ocitocina). Deve ser estimulado a liberação e 
evitar endometrite aumentando a imunidade 
uterina. 
Uso de ocitocina? Para aumentar contrações, 
mas não é muito utilizado devido a administração 
ser em infusão contínua e vacas ficarem em pasto. 
Pode ser associado com gluconato de cálcio. 
Uso de atb? Seria necessário, mas não compensa 
devido aos custos, dose para vaca é grande. E é 
necessário descarte do leite. 
 
O que utilizar então? 
• E2 aumenta a contração e melhora 
imunidade, porém em excesso, bloqueia 
receptores e pode causar cistos 
foliculares 
• PGF tem os mesmos efeitos e não tem 
efeitos colaterais, tem baixo custo, não 
necessita descarte do leite 
Antissépticos? Pode causar cauterização 
acabando com as céls. endometriais. 
Cabras e ovelhas: são parecidos com os bovinos, 
mas são mais sensíveis e suscetíveis ao processo 
toxêmico. Já os bovinos são mais resistentes. 
 
Porcas: 
Não é comum ter retenção, pode ter pequenos 
resíduos que são absorvidos. 
Problema na porca é a baixa condição higiênica, 
que pode causar metrite séptica, prostração, 
corrimento (MMA). Agalaxia causa diarreia e 
morte dos filhotes. 
Tratamento suporte: atb, desvantagem é que 
são caros e porcas não tem muito valor para 
proprietário como as vacas. 
 
Cadelas: 
• Não é comum ter retenção de placenta 
• Pode ser utilizado ocitocina e gluconato 
de cálcio 
• Em casos de infecção pode ocorrer febre, 
metrite séptica e risco de ruptura (sítios de 
implantação) 
• Atb para metrites ou OSH se não tiver 
interesse reprodutivo 
 
Equinos: 
• Lavagens uterinas com soro 
• Estudo com ocitocina X PGF X atb: não 
teve diferença nos resultados entre as 
administrações 
• Plasma homólogo intrauterino: plasma é 
rico em anticorpos e ajuda melhorar a 
resposta imune 
 
 
PROLAPSO VAGINAL 
PATOLOGIA DA GESTAÇÃO 
• Comum em bovinos e pequenos 
ruminantes 
• Pouco comum em porcas, gatas, éguas e 
cadelas 
O que é necessário para ter um prolapso 
vaginal? Relaxamento exagerado do sistema de 
fixação da vagina + força para exteriorização. 
Qual hormônio promove esse mecanismo? 
Relaxina causa relaxamento e E2 pode causar 
contração excessiva. 
É progressivo, por quê? Pode evoluir confirme o 
tempo, não é auto resolutivo. Deve ser feito a 
intervenção rapidamente. 
Progressão: 
1. Hiperestrogenismo: causa relaxamento e 
edemaciação da vagina (aumentando 
peso). 
2. Inversão de vagina: parte da parede 
vaginal inverte-se/pode ser visível com a 
abertura da vulva com animal em 
decúbito. 
@yasmincampos_vet 
 
3. Prolapso vaginal: 
a. Estágio 1: vagina protusa através 
da vulva com o animal em 
decúbito. 
b. Estágio 2: vagina protusa através 
da vulva com o animal em 
estação, é permanente. 
c. Estágio 3: prolapso vaginal total, 
é possível a visualização da cérvix. 
Além do prolapso pode ocorrer saída do tampão 
cervical em quadros de vacas gestantes, 
causando aborto. 
*Diferença entre estágio 1 e 2, é que no estágio 2 
tem presença deerosões em mucosas (porque 
está exteriorizado) e animal está em estação. 
*Diferença entre estágio 2 e 3, é que no 3 há 
presença de cérvix prolapsada. 
 
 
 
A – Anatomia vaginal de ruminantes 
B – Inversão vaginal 
C - Prolapso parcial da vagina 
D - Prolapso vaginal total 
 
 
 
 
 
Prolapso total da vagina em vaca gestante, 
exibindo o tampão cervical mucoso 
 
 
 
A - Prolapso vaginal em vaca não gestante 
B – Prolapso vaginal total em vaca não gestante 
 
 
Sinais clínicos: vulva edemaciada e disúria. 
Éguas: ocorre em parto distócico, retenção de 
placenta, contrações e força de expulsão 
excessiva, processos respiratórios com tosse 
intens. Leva a abortamento devido ao prolapso da 
cérvix. 
 
Pequenos ruminantes: mais comum em ovinos. 
Ovelhas tem hábito de se alimentar de trevo 
australiano, que tem fitoestrógeno. São moléculas 
da planta que servem como agonistas do E2, 
produzindo mesmo efeito. 
 
Com prolapso, na hora do parto, tem como 
dilatar cérvix? Não, acontece distocia e morte 
neonatal, pode entrar bactérias causando 
maceração ou feto enfisematoso. Leva a fêmea a 
um choque endotoxêmico, pode morrer. 
 
@yasmincampos_vet 
 
 
Cabra apresentando prolapso total de vagina 
(seta) associado a prolapso de reto 
 
 
Âmnio (placenta) se projetando através 
da vulva durante o parto de uma cabra 
 
 
CADELAS 
• Sem relação com a gestação 
• Termo preferível: hiperplasia, edema 
vaginal e exteriorização da dobra vaginal 
• Comum em raças grandes como: Boxer, 
Buldogue, Bull Mastiff, Mastim 
Napolitano, Dálmata, Dobermann e 
animais deporte grande com pele solta, 
além de animais sem raça definida 
 
 
Aspecto de hiperplasia vaginal em cadelas no 
período de cio 
 
 
Hiperplasia da mucosa vaginal em cadela 
durante o estro, com áreas de automutilação 
 
 
Qual a causa primária? Hiperestrogenismo. 
 
O que pode agravar? Cobertura interrompida 
forçadamente, tamanho incompatível macho e 
fêmea. 
 
Progressão por: 
• Lesão atrito 
• Contaminação: ambiente e fezes 
• Desidratação 
• Edema 
• Irritação por lambedura, automutilação 
• Necrose 
• Dificuldade de urinar e defecar 
 
Diagnóstico: através do exame clínico visual e 
inspeção. 
 
 
TRATAMENTO 
Depende da espécie, gravidade, tempo de 
gestação, capacidade de acompanhamento até o 
parto. 
Importante lavar com água gelada para diminuir 
inflamação e remover sujidades. 
 
Uso de açúcar com intenção de osmose, pode ser 
prejudicial devido a esfoliação química. É 
abrasivo e pode ser meio de cultivo bacteriano. 
 
Suturas devem ser consideradas devido ao tempo 
de gestação, pois no momento do parto essa 
sutura deve ser rompida. 
 
 
 
 
 
 
@yasmincampos_vet 
 
TÉCNICAS DE SUTURA 
Pinça de conchotomia: 
 
 
A – Pinça de conchotomia, que pode ser utilizada 
como demarcação da porção da mucosa a ser 
removida e auxiliar na hemostasia na cirurgia de 
colpoplastia. 
B - Procedimento cirúrgico da colpoplastia, 
iniciando a sutura das bordas da mucosa vaginal. 
 
Problema: retirar uma porção da mucosa pode 
causar diminuição da elasticidade da mucosa 
devido a cicatrização e fibrose, o que diminui a 
dilatação da vagina. 
 
 
Suspensório: 
 
 
Tipo de suspensório utilizado para reduzir a 
pressão sobre o períneo (não é prático) 
 
 
 
 
 
 
Colpoplastia: 
 
 
 
Remoção de tecido hiperplasiado em 
cadela por meio do processo de colpoplastia. 
 
 
Técnica de Mondino-Merck: 
 
 
Técnica de Mondino-Merck é utilizada para a 
correção do prolapso vaginal em vacas não 
gestantes. Ela é mais resistente do que a técnica 
de Caslick pela adição de uma sutura interna na 
porção dorsal da mucosa do vestíbulo vaginal. 
 
 
 
 
@yasmincampos_vet 
 
Sutura de Bühner: 
 
 
A - Sutura de Bühner com intuito de manter a área 
prolapsada interiorizada no espaço vaginal. 
B - Desenho esquemático ilustrativo para a 
realização da sutura do tipo Bühner. 
 
Problema: são 4 pontos de ancoragem, pressão 
causa laceração e rompimento. 
 
 
Sutura tipo Flessa: 
 
 
Sutura tipo Flessa com adaptação dos pinos de 
contenção 
 
Vantagem: placa distribui pontos de pressão. 
Mais prático para retirar na hora do parto. 
 
 
Técnica de Caslick: 
 
 
A - Representação esquemática da técnica de 
Caslick. 
B - Foto da técnica de Caslick com intuito de 
reduzir o comprimento efetivo da vulva. 
 
*Sempre deixar a parte ventral livre para micção. 
 
 
Sutura tipo “cadarço de sapato”: 
 
Representação esquemática da técnica de 
“cadarço de sapato”. 
 
 
 
 
 
 
@yasmincampos_vet 
 
Técnica de Halstead: 
 
Representação esquemática da técnica de 
Halstead utilizando sutura em “U” horizontal. 
 
Representação esquemática da técnica de 
Halstead utilizando pontos em “U” vertical 
profundo. 
 
 Técnica de Minchev - vaginopexia: 
Nessa técnica a vagina é suturada pela parte 
interna, próximo a cérvix, passando um botão 
para o lado de fora e prendendo a vagina na parte 
interna. 
O botão aumenta a superfície de contato, 
diminuindo a força de pressão contraponto, 
diminuindo a chance de necrose e ruptura. 
 
 
Representação esquemática de vaginopexia pela 
técnica de Minchev. 
 
 
 
Material não é encontrado no Brasil, mas pode ser 
adaptado.

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