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Herbert.sdp10@uni9.edu.br 1 Desidratação e soro de manutenção Desidratação Distúrbio decorrente da perda de água e eletrólitos, sendo os vômitos e diarreia a causa mais frequente de desidratação na pediatria - Como avaliar o estado de hidratação de um paciente pediátrico? Avaliar: ● o estado de hidratação ● o estado nutricional ● o estado de alerta (ativo, irritável, letárgico), ● a capacidade de beber e a diurese O percentual de perda de peso é considerado o melhor indicador da desidratação Classificação da Desidratação ✓ Desidratação leve: perda de peso de até 5% ✓ Desidratação moderada: entre 5% e 10% ✓ Desidratação grave: perda de mais de 10% SINAL DA PREGA: Puxa a pele da barriga e observar em quanto tempo a prega vai se desmanchar Avaliação do estado de Hidratação Hidratado: Tudo normal Desidratação: ≥ 2 Sinais Desidratação grave: ≥ 2 + (Comatoso ou Incapaz de beber ou fraco/ Ausente) Tipos de Desidratação Hiponatrêmica: Perda de Na sérico, logo perde mais eletrólitos que água, e apresenta sinais de choque muito precoces. Herbert.sdp10@uni9.edu.br 2 Isonatrêmica: Perde eletrólitos na mesma medida que perde água. Hipernatrêmica: Perde mais água que eletrólitos, e apresenta sinais clínico pouco evidentes, sede, febre e irritabilidade➔ célula mais desidratada Diagnóstico Clínico, sempre avaliar estado de hidratação -Coleta de eletrólitos É possível estimar o volume necessário para corrigir o déficit de água na criança desidratada? Correção do déficit de água A Classificação da porcentagem de peso perdido proporciona uma estimativa do volume necessário para correção do déficit corporal de fluído em consequência da doença diarreica: Perda de até ≤5% → estimativa de volume 50 ml/Kg Perda entre 6 e 9% → 50 a 100 ml/Kg Perda ≥10% → mais de 100 ml/Kg Qual o plano de tratamento para pacientes desidratados ou com risco de desidratar? Plano de tratamento Plano A - paciente está com diarreia e está hidratado Plano B - está com diarreia e tem algum grau de desidratação Plano C - tem diarreia e está com desidratação grave É fundamental para o tratamento adequado a reavaliação pediátrica contínua. Manejo do Paciente com diarreia https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de- a-a-z/d/dda/publicacoes/manejo-do-paciente-com- diarreia-cartaz Observações importantes Pacientes com quadro diarreico e que apresentem temperatura igual ou maior a 39ºC devem ser investigados quanto à possibilidade de outras condições associadas, como pneumonia, otite ou infecção urinária. Crianças com menos de 2 meses de idade e que apresentam 2 ou mais sinais de desidratação ou disenteria devem ser avaliadas em serviço de urgência/emergência. Caso não apresentem desidratação, sugere-se aplicar o Plano A, com reavaliação em 48 horas, ou antes, se piora clínica; https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/dda/publicacoes/manejo-do-paciente-com-diarreia-cartaz https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/dda/publicacoes/manejo-do-paciente-com-diarreia-cartaz https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/dda/publicacoes/manejo-do-paciente-com-diarreia-cartaz Herbert.sdp10@uni9.edu.br 3 PLANO A -Hidratado- Alta, vai fazer o tratamento em casa. Deve aumentar a ingestão de líquidos caseiros. Uso de SRO após as perdas: ❖ < 1 ano: 50-100ml ❖ 1-10 anos: 100-200ml ❖ >10 anos: Livre demanda - Zinco via oral por 10 -14 dias -Manter aleitamento e alimentação habitual -Orientar sinais de alertas que podem fazer o paciente voltar ao atendimento se aumentar diarreia, vômitos repetidos, sangue nas fezes, redução de diurese ou recusa alimentar. Herbert.sdp10@uni9.edu.br 4 E agora, como preparar o soro caseiro? Preparação do soro caseiro -Não se faz mais soro caseiro, porque aumenta risco de hiponatremia e hipernatremia. Soluções de reidratação oral Sais de reidratação oral Cloreto de Sódio 3,5g Cloreto de potássio 1,5g Citrato de sódio diidratado 2,9 g Glicose 20 g -O soro de reidratação Oral, da glicose para reabsorve sódio e água para reidratar. Além do soro de reidratação, oferecer líquidos adequados Herbert.sdp10@uni9.edu.br 5 PLANO B -Terapia de reidratação oral, feita no ambiente hospitalar. -Beber o soro em pequenos goles, uma média de 50-100 ml/kg no período de 4 a 6 horas, e será avaliado o peso antes e depois de hora em hora até o término do quadro da terapia de reidratação oral. -A quantidade de solução ingerida dependerá da sede do paciente. -A solução de SRO dever ser administrada continuamente, até que desapareçam os sinais de desidratação. -Se o paciente desidratado, durante o manejo do plano B, apresentar vômitos persistente, administrar uma dose de antiemético Ondansetrona. -Se falha a hidratação do plano B, deve colocar uma sonda e fazer gastróclise, oferta o soro de hidratação por meio da sonda nasogástrica. -Se não melhora, e piora a desidratação, o paciente vai para o PLANO C. Quais os sinais que indicam que o paciente está hidratado? Desaparecimento dos sinais de desidratação Apresentar diurese clara Herbert.sdp10@uni9.edu.br 6 PLANO C -Tratar na unidade hospitalar -Colher Na e K, gasometria venosa e glicemia. -Expansão volêmica. ❖ Fase rápida ou expansão ou fase reparadora → tem o objetivo de restabelecer o estado de hidratação do paciente ❖ Fase de manutenção → tem o objetivo de manter o paciente hidratado com o soro de manutenção basal (não considera as perdas como diarreia ou vômitos) ❖ Reposição → tem o objetivo de repor as perdas extras (vômitos e diarreia) -SRO por EV -Avaliar a evolução do paciente. -Cuidado com riso de hipervolemia. Quais exames que podem auxiliar na condução dos pacientes desidratados graves? Glicose sérica ou glicemia capilar (Dextro) Dosagem de eletrólitos (Na e K) Gasometria (pH e Bicarbonato) Valores esperados ➢ Glicemia > 60 mg% ➢ Na = 135 - 145 mEq/L (hiponatremia / hipernatremia) ➢ K = 3,5 - 5,5 mEq/L (hipocalemia/ hipercalemia) ➢ pH = 7,35 - 7,45 (acidemia / alcalemia) ➢ Bic = 22-24 mEq/L (acidose ou alcalose metabólica) REGRA DE HOLLIDAY-SEGAR -Soro de Manutenção- Holliday-Segar (Soro hipotônico) e Soro Isotônico. Herbert.sdp10@uni9.edu.br 7 Para uma criança com 10 Kg 1)Saber o peso calórico da criança 2)Saber o Volume Fase de reposição - se mantiver perdas 1. Soro fisiológico + soro glicosado a 5% (1:1) 2. 50 ml/Kg deve ser infundido em paralelo com o soro de manutenção 3. O volume deve ser avaliado continuamente 4. Potássio (K+) 19,1% = 1 ml para cada 100 ml de soro (respeitar a velocidade total de 0,5 mEq/Kg/hora e concentração de 60 mEq/litro) Soro de manutenção hipotônico ou isotônico ❖ Soro hipertônico concentração de Na = 30 mEq/L ❖ Soro isotônico concentração de Na = 130 - 150 mEq/L CASO CLÍNICO Menino, 2 anos. HMA: Avó refere que há 4 dias a criança iniciou evacuações líquidas cerca de 10 vezes ao dia, febre alta não aferida persistente. As evacuações são amareladas, mal-cheirosas, grande quantidade, sem sangue, sem muco, acompanhadas por náuseas e 2 episódios de vômitos ao dia. Criança estava no litoral de São Paulo e comeu na praia. Recusa o soro caseiro, mas aceita Coca-Cola batida com garfo. Não comeu nada exceto biscoito de maisena. Ao exame físico: Peso 12,500 Kg (peso anterior = 14kg), prostrado, hipoativo, responde muito lentamente às perguntas, olhos encovados e sem brilho, saliva espessa. Aceita líquidos com dificuldade, pele com prega que desaparece muito lentamente. Ausculta cardíaca: 2 BRNF, Abdome mais flácido, timpânico, doloroso difusamente,pulsos femorais e radiais fracos, tempo de enchimento capilar 5 segundos. Restante do exame físico sem alterações. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de- a-a-z/d/dda/publicacoes/manejo-do-paciente-com- diarreia-cartaz https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/dda/publicacoes/manejo-do-paciente-com-diarreia-cartaz https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/dda/publicacoes/manejo-do-paciente-com-diarreia-cartaz https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/dda/publicacoes/manejo-do-paciente-com-diarreia-cartaz
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