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Sumário 1 PLANEJAMENTO DE CARREIRA ................................................................. 5 2 EMPREGABILIDADE .................................................................................... 10 2.1 O Trabalho como possibilidade do Humano ............................................... 12 3 O ADOLESCENTE NO PROCESSO DA ESCOLHA PROFISSIONAL ........ 15 4 REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA DO PSICÓLOGO NO PROCESSO DA ESCOLHA PROFISSIONAL ............................................................................ 24 5 POSTURA DO ORIENTADOR ...................................................................... 30 6 O PERFIL PROFISSIOGRÁFICO ................................................................. 32 6.1 Importância ................................................................................................. 33 6.2 Informações necessárias a um Perfil Profissiográfico ................................ 33 6.2.1 Habilidades Cognitivas ............................................................................ 33 6.2.2 Habilidades Técnicas ............................................................................... 34 6.2.3 Habilidades Comportamentais ................................................................. 34 7 UTILIZAÇÃO DO PERFIL PROFISSIOGRÁFICO EM PROCESSOS SELETIVOS ..................................................................................................... 35 7.1 Vantagens do Perfil Profissiográfico ........................................................... 36 7.1.1 Rapidez do processo seletivo .................................................................. 36 7.1.2 Processo de triagem mais eficaz ............................................................. 36 7.1.3 Aproveitamento dos talentos internos ...................................................... 36 7.1.4 Redução de custos do processo seletivo ................................................ 37 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 38 INTRODUÇÃO Prezado aluno, O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 5 1 PLANEJAMENTO DE CARREIRA É cada vez mais importante que os profissionais saibam conduzir suas carreiras. Não é mais possível que as empresas se preocupem com a carreira de cada funcionário, pois as habilidades de cada indivíduo devem ser desenvolvidas com base nos sinais do mercado, e a aplicabilidade dessas habilidades pode ser colocada em organizações individuais. É necessário criar e manter a empregabilidade. O desenvolvimento da profissão (cursos de graduação e pós-graduação) deve seguir um saber eclético que lhe permita atuar em diversos campos de atuação e atuação em tecnologia e gestão. Todos os esforços para adquirir novos conhecimentos só são eficazes se puderem ser efetivamente utilizados nas atividades de desenvolvimento pessoal Portanto, o planejamento e a gestão de carreira tornaram-se fatores importantes na condução da trajetória de carreira, estimulando os indivíduos a analisar suas habilidades, principalmente para compreender a si mesmos, e facilitar a realização de seus ideais, encontrando o trabalho certo o qual aumente sua satisfação. Martins (2001) afirma que é necessário que um indivíduo siga algumas premissas básicas, como coletar informações sobre si mesmo e sobre o mundo do trabalho; descrever detalhadamente seus traços de caráter, interesses e habilidades, e a possibilidade de atuar no mercado de trabalho e ocupações alternativas; de acordo com esta informação estabelece metas realistas; e implementa estratégias para alcançá-las O planejamento e a gestão de carreira podem orientar os indivíduos a atender às demandas do mercado de trabalho a partir da necessidade de desenvolver habilidades, competências e comportamentos adequados. Este 6 programa pode até ser detalhado na fase acadêmica, e os alunos poderão vislumbrar suas aspirações em termos de vivenciar a teoria aprendida em empresas que oferecem estágios. Concomitantemente, também terá a oportunidade de desenvolver comportamentos e atitudes adequadas às relações interpessoais. Para isso, os alunos devem fazer cursos extracurriculares, estar totalmente preparados para o ambiente de trabalho, utilizar técnicas específicas para se comunicar com as equipes, construir conexões, se apresentar, desenvolver habilidades de gestão (liderança), etc., que são exigidas pelo mercado. Quanto mais ações de desenvolvimento pessoal e profissional e conhecimento ele absorver, maiores serão suas chances de encontrar uma posição favorável ao entrar ou manter um emprego. Portanto, fica evidente a importância do planejamento de carreira na vida de um indivíduo. No entanto, como aponta Dutra (1996), as pessoas têm uma resistência natural em planejar suas carreiras porque acham que a carreira está dada e porque não foram estimuladas por nada em suas vidas. Dutra (1996) apresenta um relatório contendo dados do novo departamento de colocação de empregos da empresa DBM do Brasil, que mostra que apenas três dos 170 gerentes seniores pesquisados no Brasil planejaram sua carreira profissional. No entanto, de acordo com esses dados, os padrões de escritório em outros países também são baixos. Para Dutra (1996), a resistência ao planejamento pessoal continua alta no Brasil, com as pessoas tendendo a direcionar suas carreiras mais por meio de apelos externos – remuneração, status, prestígio etc., do que preferência pessoal. É natural que os autores se preocupem mais em planejar suas carreiras, buscando orientações, métodos e ferramentas para auxiliá-los no processo em tempos de crise e escassez de empregos. Outro fator que estimula o planejamento de carreira é a antecipação da pressão do ambiente social sobre as pessoas, seguindo argumentos como: 7 maior diversificação das oportunidades de carreira devido às mudanças na organização da empresa e complexidade tecnológica; revisão da estrutura organizacional dos mercados de produtos e serviços e diversificação, que exige que as pessoas assumam uma postura cada vez mais consciente sobre sua trajetória de carreira; a crescente noção de que as pessoas podem influenciar suas carreiras tanto no setor público quanto no privado; e uma valorização social pelo crescimento contínuo, mobilidade, flexibilidade e notoriedade. Essa valorização pressiona as pessoas a competirem consigo mesmas e revisarem constantemente suas expectativas e necessidades. A escolha da carreira deve seguir um planejamento e uma gestão que aumente a satisfação no cumprimento da missão, não apenas a jornada de trabalho, para que, ao final do período do contrato, sejam recebidas apenas recompensas financeiras, mesmo que exista todos os dias nesse ambiente é tolerável. Milioni (apud BOOG, 2002, p. 329) utiliza o planejamento de carreira como metodologiapara orientar a estrutura de desenvolvimento de carreira dos indivíduos, levando em consideração seus talentos, potencial e experiência, alinhados precisamente com a perspectiva da organização. Segundo Tachizawa (2001, p. 197), “Planejamento de carreira é um processo contínuo de interação entre um funcionário e uma organização destinado a atender os objetivos e interesses de ambas as partes”. Compreensivelmente, o planejamento de carreira é uma gama de níveis de treinamento e complexidade e/ou diversidade crescentes. Assim, o aumento do nível de desenvolvimento de novos conhecimentos, competências e atitudes permite aos profissionais responder a requisitos cada vez mais complexos, aumentando a sua própria formação e versatilidade. 8 Dessa forma, desenvolvendo sua formação, os profissionais podem começar a desempenhar funções e cargos mais desafiadores que lhes proporcionem maior reconhecimento ou remuneração e melhor posição. O planejamento de carreira deve ser de responsabilidade do profissional, pois cabe a ele buscar continuamente o desenvolvimento pessoal e profissional. As organizações precisam desenvolver planos de carreira com base no aumento do nível de competência do profissional, promovendo assim a retenção dos melhores talentos à medida que são atraídos pelas reais possibilidades de desenvolvimento de carreira. Waterman (apud ULRICH, 2000) afirma: Os indivíduos precisam se comprometerem com o aprendizado contínuo e estarem prontos para se reinventarem para acompanharem as mudanças; estes assumem a responsabilidade por suas carreiras. Devem compreender capacidades (tendo em conta os seus pontos fortes e fracos) e desenvolver planos para melhorar o desempenho e a empregabilidade a longo prazo. (WATERMAN, 1994 apud ULRICH, 2000, p. 294) London e Stumph (1982 apud DUTRA, 1996, p. 24) propuseram um modelo de planejamento de carreira em que os autores mostraram a interdependência de três fatores de responsabilidade pessoal: • Autoavaliação: tendo em conta uma avaliação das suas qualidades, interesses e potencialidades para os diversos espaços organizacionais; • Estabelecimento de objetivos de carreira: Identificar metas de carreira e planos realistas ao avaliar as oportunidades oferecidas pela empresa; • Implementação do plano de carreira: Tem como objetivo obter formação e adquirir a experiência profissional necessária para perseguir oportunidades e atingir objetivos de carreira. Esses autores observam que há muitas maneiras pelas quais as pessoas podem abordar o planejamento de carreira, mas é importante enfatizar duas questões fundamentais: formar uma visão realista, clara e precisa das próprias 9 qualidades, interesses e tendências pessoais; e estabelecer metas e preferências de carreira. Dutra (apud BOOG, 2002) chama a atenção para a importância de explorar pontos fortes e fracos nas atividades profissionais. Sempre que uma vantagem é usada, o indivíduo se sente satisfeito e feliz. Portanto, as pessoas devem escolher carreiras que explorem esses pontos fortes, que podem ser traduzidos em habilidades (saber fazer), em comportamentos (saber se conectar, se comunicar etc.), em dons (artes, esportes, inteligência etc.), ou são uma mistura de habilidades, comportamentos sociais e talentos. Quando um indivíduo tem que explorar suas fraquezas, ele fica desconfortável com suas realizações profissionais. Portanto, além de ser uma prioridade para desenvolver o autoconhecimento e aprimorar habilidades, os pontos fortes devem ser direcionadores de carreira. Para Dutra (apud BOOG, 2002), o autoconhecimento é a melhor forma de identificar os pontos fortes, pois facilita encontrar o caminho ideal para desenvolver impulsos de carreira. Portanto, para implementar o planejamento de carreira, é necessário ter como ponto de partida a autoavaliação e o autoconhecimento e, a partir desse ponto de partida, formular objetivos de carreira e desenvolver um plano de ação para atingir esses objetivos. A capacidade do indivíduo de encontrar uma posição que lhe traga maior satisfação profissional e melhor remuneração está em orientar os objetivos que pretende alcançar ao longo de sua carreira. No entanto, se as capacidades de um indivíduo se desenvolverem além de suas expectativas de realizar atividades em sua empresa, ele pode procurar outra empresa que precise aplicar mais seus conhecimentos e habilidades e tirar o máximo proveito de sua maneira. Como resultado, as organizações precisam estar conscientes do verdadeiro uso do talento, caso contrário haverá altas taxas de atrito de profissionais com grande potencial de emprego. 10 2 EMPREGABILIDADE À medida que o mundo do trabalho se acelerou, a década de 1990 viu muita mudança na imagem dos trabalhadores exigidos pelas empresas em todos os campos. Além disso, foram rescindidos contratos vitalícios entre empregadores e empregados, nos quais a empresa oferecia pelo menos alguma segurança no emprego em troca de desempenho adequado e alguns sinais de lealdade. Isso não é mais o caso, e com o surgimento de novos modelos de gestão como downsinzing, eliminação dos níveis hierárquicos, rightsizing, demissões e reestruturações, A expectativa é que todo trabalhador esteja em busca de um emprego. Em outras palavras, todos não podem estar associados a apenas um emprego, uma empresa ou uma carreira. O importante agora é ter as habilidades competitivas necessárias para conseguir um emprego quando necessário, sempre que a oportunidade estiver disponível. A Secretaria de Capacitação e Desenvolvimento Profissional do Ministério do Trabalho (Brasil, 2000) define empregabilidade como “o conjunto de conhecimentos, habilidades, comportamentos e relacionamentos que capacitam os profissionais e todas as organizações são necessárias”. Para Oliveira (1999), a empregabilidade surge com a expansão econômica. A internacionalização do capital e a globalização da economia despertaram a necessidade das grandes empresas buscarem novos mercados, intensificando a competição por novos consumidores. Para enfrentar esse debate, as empresas buscam inovação tecnológica e novos modelos de gestão para estabelecer suas capacidades nesse novo mercado. Essa reestruturação capitalista, por sua vez, obriga os trabalhadores a estabelecerem novas estratégias de sobrevivência, principalmente quando são determinados por seus empregos. “O conceito de empregabilidade é assim construído a partir de uma organização econômica caracterizada pela eliminação 11 de postos de trabalho e pelo aumento da competição entre os trabalhadores”. (Oliveira, 1999, p. 56) Mariotti (1999) fez uma abordagem muito semelhante aos autores mencionados anteriormente, mas diferiu nos parâmetros utilizados para desenvolver a empregabilidade: A empregabilidade pode ser definida como o conjunto de atributos que fazem um indivíduo necessitar de um serviço, seja ele empregado, desempregado, ou mesmo empregador, profissional autônomo ou voluntário. (MARIOTTI, 1999, p. 173) A empregabilidade está centrada em dez parâmetros: pensamento sistêmico, autoconsciência, automotivação, capital intelectual, habilidades mentais e físicas, integração racional-intuitiva, criatividade, análise social, visão pessoal de futuro e habilidades interpessoais (capital relacional). A empregabilidade está, assim, relacionada com a capacidade dos indivíduos de garantir a sua entrada a longo prazo no mercado de trabalho com base em competências específicas, e o resultado do processo de desenvolvimento de carreira que confere aos indivíduos as competências básicas que lhes permitem entrar no mercado de trabalho. Para melhorar a empregabilidade, os profissionais precisam ser capazes de resolver rapidamente problemas cada vez mais complexos e específicos em termos de tecnologia, gestão, conhecimento, humano e sociedade.Por isso, adquirir novos conhecimentos, múltiplas habilidades e uma boa reputação torna- se fundamental para que os profissionais possam oferecer e vender seus serviços e gerenciar seus talentos. De acordo com os conceitos de empregabilidade de vários autores, é fundamental entender que os indivíduos são responsáveis pelo seu próprio desenvolvimento e focar no desenvolvimento de novas estratégias para mudar sua postura pessoal e profissional. 12 É responsabilidade de todos desenvolver suas habilidades e adquirir cada vez mais conhecimento, aumentando assim a vantagem competitiva pela diferenciação que atrai oportunidades de trabalho. Assim, também poderá escolher com quem deseja trabalhar e onde eles oferecem a maior vantagem, para que seus talentos possam ser colocados em prática. 2.1 O Trabalho como possibilidade do Humano O trabalho, considerado uma possibilidade humana, também evidencia as preocupações dos jovens sobre como ou de que forma podem integrar-se com sucesso no mundo do trabalho. Nesse sentido, Frigotto (2001) apontou que é nesse contexto de crise e hegemonia do capital que se torna mais importante escavar e aprofundar as categorias básicas da visão materialista dialética da história como ferramenta para revelar as contradições do sistema capitalista, permitindo a extração de elementos da luta em nível ético e político. Explica também que no Brasil, de 1930 a 1990, então de uma história de 60 anos, 30 anos foram ditaduras, enquanto nos outros 30 anos tivemos uma média de um golpe institucional a cada três anos, demonstrando a falta de hegemonia da burguesia brasileira. A partir da Segunda Guerra Mundial, passou a ser influenciado por tendências surgidas no final do século XIX e início do século XX, como a psicanálise, o estruturalismo linguístico, a fenomenologia, o existencialismo ou a combinação dessas tendências com o marxismo e seus aspectos políticos. Assim, a partir da década de 1960, surgiram novas teorias, algumas negando o status do ego e outras negando a realização histórica da razão. Frigotto também criticou a redução do trabalho ao emprego e sua compreensão da produção da vida. Superar uma visão puramente econômica do trabalho, significa pensar o trabalho em termos de agentes sociais que o vivenciam como necessidades e interesses e relações de produção opostas, e então tratar essa experiência em 13 sua consciência e cultura. Porque é através do trabalho que homens e mulheres continuamente refazem suas próprias histórias. A esse respeito, Luft apud Freire (2010, p.115) disse: "Se as pessoas são o que fazem, é porque seu comportamento é ação e reflexão. É prática. É mudar o mundo". Dessa forma, pode-se inferir que o trabalho é uma atividade humana específica que, segundo Frigotto, deve levar em conta a dimensão ontológica, o processo da vida humana e histórica, pois o trabalho possibilita às pessoas pensar, ser, agir, fazer. Conforme o pensamento de Dermeval Saviani: O homem não se torna humano naturalmente, não nasce sabendo ser humano, o que significa que não se torna humano naturalmente, não nasce sabendo sentir, pensar, avaliar e tornar-se humano. Saber pensar e sentir, saber desejar, agir ou avaliar, é preciso aprender, isso envolve um trabalho pedagógico. Portanto, o conhecimento diretamente relacionado à educação é fruto do processo de aprendizagem, do trabalho educativo. Para alcançar esse resultado, porém, a educação deve começar, e deve tomar como matéria-prima de sua atividade, o conhecimento objetivo da história, como matéria- prima de sua atividade. (SAVIANI:2003, p.7) Trabalhar como princípio educacional está diretamente relacionado à forma como cada pessoa existe, pois como participante de uma espécie possui características que são transmitidas por herança genética, enquanto o pertencimento ao gênero humano se dá por meio de um processo histórico- social. Pois bem, é através do trabalho que os humanos se contrapõem como sujeitos com o mundo dos objetos naturais. Se não fosse o trabalho, não haveria relação sujeito-objeto. O trabalho cria possibilidades para o ser humano além da natureza pura. Por meio da atividade vital do trabalho, o ser humano transforma a natureza em meio de sobrevivência. Portanto, socializar o trabalho como princípio é importante e educativo. Na relação do homem com os meios de produção pelo trabalho, isso significa não apenas que nos transformamos, mas que a atividade prática é o ponto de partida do conhecimento, da cultura e da consciência. 14 Frigotto (2001) argumenta que o trabalho humano produz efeitos, materializa-se em coisas, objetos, formas, gestos, palavras, cores, sons, realizações materiais e espirituais. O homem cria e recria os elementos naturais ao seu redor, dando-lhes novas formas, cores, significados, novos matizes, novas ondulações. Mas com o advento do capitalismo, o trabalho tornou-se mercadoria, e o trabalhador não é mais proprietário do produto de seu trabalho e, portanto, alienado. No mesmo sistema, o trabalhador se encontra em estado de alienação, mas que o educa se perceber que vive em estado de exploração. Nesse sentido, Frigotto (2001) explica que o trabalho se configura como um princípio educativo que, ao tornar-se alienado, impõe constrangimentos às discussões emancipatórias, levando em conta categorias de libertação/adaptação e trabalho nos limites do capital educar. Pois o resultado do trabalho é uma mercadoria que não pertence ao trabalhador. A obra assume a sua dimensão alienante. Assim, a natureza perde sua mera utilidade, pois seu uso passa a ser uso humano, para transformar objetos naturais em ferramentas capazes de satisfazer suas necessidades, o ser humano precisa se apropriar da lógica natural dos objetos e dar-lhes funções sociais. Outra autora que também aborda a questão do trabalho é Ana Costa (2004), que aborda o lugar “inadequado” que os adolescentes ocupam, em uma sociedade que valoriza a autonomia e a liberdade acima de tudo ser admirado e admirado pelo mundo adulto como um lugar excepcional. A autora observa que: Nos dias atuais, a juventude, seus valores e marcas são indiscutivelmente idealizados, seja pela educação voltada para a independência, seja pela busca de um corpo jovem, ou mesmo uma presença e estilo de vestir juvenis. Não há necessidade de lembrar o quanto isso contrasta com a apreciação tradicional da experiência e sabedoria dos mais velhos. (COSTA, 2004, p. 216) 15 3 O ADOLESCENTE NO PROCESSO DA ESCOLHA PROFISSIONAL As questões de escolha de carreira envolvem adolescentes e seus grupos sociais, seja família, escola ou amigos. A escolha da carreira é um momento importante na vida do sujeito, pois parece implicar em decisões sobre o futuro e, muitas vezes, inclui um dilema que desperta a possibilidade de dor e insegurança. A psicologia sustenta que o caminho da vida profissional é uma das tarefas que nossa cultura proporciona aos adolescentes, o que tem implicações importantes para sua subjetividade em termos de indivíduos (como gostos e habilidades), familiares, culturais, econômicos, entre outros, considerando que esta oportunidade exige uma escolha, uma decisão que muitos jovens não podem tomar por isso, enfrentam muitos desafios para lidar com o trabalho profissional que é essencial neste momento. Segundo Calligaris (2000), percebe-se que um dos principais problemas da adolescência em nossa cultura é que ela representa uma ruptura, ou seja, é um signo de desenvolvimento descontínuo. Porque, mesmo que não queira, é hora de crescer, e para isso é preciso abrir mão da segurança do amor incondicional do passado. “Ele, portanto, não é nada, nem uma criança amada nem um adulto reconhecido”. Isso possibilita compreender como os adolescentes vivenciam o conflito, a vulnerabilidade à autoestima e a depressão nesta fase da vida.Portanto, ele não é jovem demais para ter uma atitude infantil, nem velho demais para ter uma atitude adulta. Assim, a adolescência é antes de tudo um momento doloroso porque os jovens não têm certeza de qual é o seu papel social (posição). A esse respeito, Bock (2002, p. 309) observa que "(...) depois de uma certa idade (essa idade varia de cultura para cultura) teremos que lutar para 16 sobreviver, ninguém no mundo gosta de passar o resto de sua vida É tudo gasto em coisas que você não gosta”. Portanto, é de se esperar que nesta fase de suas vidas, os jovens enfrentem muita pressão da família, amigos e sociedade sobre as escolhas de carreira, porque eles sabem que as escolhas possuem consequências importantes em sua vida. Os adolescentes sentem-se inseguros quando têm de escolher algumas oportunidades em detrimento de outras. Nesse sentido, é evidente a necessidade de os pais compreenderem as escolhas profissionais de seus filhos. Essa compreensão altera a qualidade do engajamento parental, favorecendo o diálogo e a usabilidade para compartilhar a reflexão, mesmo que a direção de escolha seja o oposto de seus desejos. A ideia predominante hoje, de que a escolha de uma profissão pode ser feita de acordo com as habilidades e interesses do indivíduo, nem sempre existiu, no passado a profissão era determinada pelos antepassados, no futuro seria que os filhos de os servos sempre seriam servos, filhos de senhores seriam sempre senhores, então a pergunta “o que serei quando crescer?” Não era levantada, como já se sabia. A partir do advento do capitalismo, o indivíduo passa a fazer escolhas porque precisa vender sua força de trabalho para se sustentar. Portanto, suas escolhas de carreira podem até ser influenciadas pelas ocupações de seus pais ou parentes próximos, mas caberá ao indivíduo tomar sua própria decisão. O filho de trabalhador não precisa necessariamente ser trabalhador para poder assumir outra ocupação. Além disso, não devemos esquecer que a transição da criança para o adulto se dá na adolescência, ou seja, é uma transição específica, onde surge uma oportunidade de crescimento, por meio de um luto bem delineado. Nesse sentido, a análise de Calligaris (2000) introduz fatores culturais na compreensão da adolescência. Utilizando perspectivas psicanalíticas, aliadas às percepções da sociedade sobre o impacto da adolescência no desempenho, o 17 autor afirma que esse período de desenvolvimento existe porque a sociedade se recusa a aceitar que o jovem seja responsável por seus atos. Para o autor citado, a adolescência é um fenômeno contemporâneo e, para prolongar essa vida, estabelece-se um "time out" e, embora estejam prontos para o amor, e o trabalho, ainda precisam ser supervisionados por adultos. Na verdade, o adolescente acabou desempenhando um papel muito incerto e tentou a todo custo saber o que queriam dele. Quando o adolescente se olha no espelho, percebe que estão ocorrendo mudanças, estas, fora de seu controle, que o invadem e o transformam. Junto com todo esse crescimento vem o medo de perder seu status de infância, papéis bem estabelecidos e proteções que você sempre teve quando criança. O desejo de autonomia e liberdade faz com que ele se comporte de maneira muito diferente, ora age como adulto, ora age como criança. O que torna essa transição difícil é também o quão difícil é para os pais lidarem com as mudanças em seus "filhos". A grande maioria mudou a forma de lidar com esse jovem, exigiam responsabilidades que nunca foram ensinadas, mas não conseguiram reconhecer que esse adolescente havia crescido e que suas opiniões e desejos deveriam ser respeitados. Em relação a pensamentos sobre a perda na adolescência, Calligaris observou: Entre a criança que partiu e o adulto que ainda está por vir, o espelho adolescente está muitas vezes vazio. Então podemos entender como essa vida pode ser campeã de autoestima fragilizada, depressão e tentativas de suicídio. (CALLIGARIS, 2000, p. 25) Para buscar a aprovação dos adultos, os adolescentes usam o desvio. A violação de todas as expectativas da sociedade em relação a esse jovem pode ser encontrada. Desde o início, eles ouviram que os adolescentes são problemáticos, inconstantes, indecisos, "chatos", ninguém tem paciência e não quer ouvir, eles só sabem pedir e exigir; destruir a família e destruir seu povo pacífico. 18 De fato, o adolescente tenta, a todo custo, saber o que querem dele. Desde então, está preocupado: com demandas constantes, com desconforto, seu corpo parece não corresponder à sua cabeça. Este é o estágio em que não precisa ser adulto para fazer certas coisas, mas é repreendido por agir como uma criança. A formação da identidade dos jovens por meio de sua penetração no mundo social dos adultos, por meio de modificações e reformas internas. Ao buscar maior interação com o meio ambiente e visando reconhecer a determinação social da adolescência, o conceito sócio-histórico abandona a visão da naturalização e vê o homem como um ser histórico, constituído em seus movimentos, relações sociais, tornado parte da sociedade, uma cultura. Segundo Bock (2004), a adolescência é considerada uma construção social e não um período natural de desenvolvimento que ocorre entre a infância e a idade adulta. Relacionados ao desenvolvimento físico estão significados e interpretações socialmente determinados, acrescentou. A juventude é criada por pessoas. Os fatos sociais emergem nas relações sociais e na vida material das pessoas; destaca-se como fenômeno social e tem efeitos psicológicos; um sentido social está sendo construído para esses fatos que estão ocorrendo e, no decorrer da história, a adolescência vai se sociedades ocidentais modernas aparecem. (BOCK, 2004. p.10) A adolescência tem sido historicamente construída como uma representação, um fato psicológico e social. Esse fenômeno é estudado, conceituado e registrado em teorias que descrevem suas características, que se tornam normas de comportamento esperadas pelos pais e pela sociedade. Essas características são socialmente determinadas e proeminentes e constituem o sentido, a interpretação da realidade formada pelo adolescente. Através da mídia, modelos de literatura, relações sociais, teorias psicológicas e adolescência estão sendo construídos, obedecidos e replicados pelos jovens. A partir desses significados sociais, os jovens constroem suas identidades traduzindo elementos e padrões sociais em pessoais. "Os jovens que não têm uma referência clara ao seu comportamento estão agora usando 19 esses traços como fonte suficiente de sua identidade: eles são adolescentes agora". (Bock, 2004. p. 12) Vários dos medos que surgem de ter que escolher são o medo de errar, ser infeliz e ter que mudar. Mencionaram também pressões que dificultam a realização de mudanças diante de escolhas estabelecidas. Os jovens tendem a idealizar as carreiras que desejam seguir. Eles se imaginam em uma carreira perfeita e que responderá a todos os seus desejos e projetará seus sonhos. Muitas vezes imaginam que, se não conseguirem encontrar a carreira ideal, estarão perdidos para sempre. Muitas vezes descrevem seu sentimento como se houvesse apenas uma carreira no mundo que satisfaça a todos e têm medo de não encontrar a carreira única que lhes dará. Portanto, eles temem a possibilidade de escolher o caminho errado. (LEVENFUS, SOARES & COLS, 2002, p. 64) Os adolescentes são inseguros, mas no mundo de hoje, se perceberem que as escolhas que fizeram anteriormente não são mais satisfatórias, eles se conscientizam das muitas possibilidades de escolhas de carreira, que mudam constantemente ao longo de suas vidas. Segundo os autores Levenfus e Soares (2010), a orientação profissional sempre esteve associada a questões sociais e educacionais. No início do século XX, o problemada orientação era um ajuste fino entre características pessoais e tarefas de trabalho, em um mundo onde uma perspectiva estática de uma pessoa dominava e a estratificação familiar e social determinava em grande parte a distribuição das crianças em idade escolar. Percebe-se que a orientação profissional passou por quatro etapas teóricas e práticas, a saber: • Informativo: fornece informações sobre profissões, suas percepções e exigências do mercado de trabalho e formas de exercer cada ofício, incluindo cada profissão escolhida pelos jovens; • Psicométrico: atribui menos ênfase à realidade e variedade do mercado e mais às características pessoais para ter sucesso em um determinado campo profissional. Os consultores avaliam as habilidades intelectuais, motoras e 20 sensoriais, a personalidade e determinam a carreira mais adequada ao indivíduo com base na análise das funções exigidas para cada trabalho; • Clínico: enfatiza o papel positivo do indivíduo, capacitando-o com potencial e recursos para autocompreensão e autodireção. O papel do mentor é facilitar o reconhecimento e desenvolvimento do processo; • Político e Social: Incluindo como fator relevante o contexto sociopolítico do processo de seleção profissional, onde convergem complexas estruturas sociais passadas, presentes e futuras. A partir da década de 1990, diferentemente das previsíveis fases sequenciais lineares do desenvolvimento profissional, as mudanças no mundo do trabalho tiveram efeito de escala, levando ao esvaziamento dos espaços de vida e à subjetivação do sujeito por meio de seu trabalho. O campo de orientação profissional passa agora por uma nova fase: à medida que a dinâmica do mundo do trabalho se torna cada vez mais imprevisível, estabelece-se um cenário de transição que exige adaptabilidade e versatilidade humana, e coloca a realização de projetos profissionais num contexto de complexidade. Assim, no campo da orientação profissional, há uma migração do paradigma original do desejo, da realização pessoal e da busca da identidade. Anteriormente, a orientação de carreira coincidia com uma série de práticas com uma perspectiva de entrada no mercado de trabalho, ou seja, a transição da escola para o campo profissional; porém, agora, numa perspectiva de sobrevivência, o foco está na adaptação e na concepção de projetos. (Levenfus; Soares, 2010) O orientador deve ajudar a definir e ser capaz de associar a escolha de algo que goste e tenha satisfação em fazer com a questão também da sobrevivência. 21 Segundo Bohoslavsky (2000), a orientação profissional visa educar o aconselhando sobre os diversos fatores envolvidos na escolha de um curso. O aconselhado é alguém que busca a identidade profissional, que envolve; auto ideal, autoimagem, esquema corporal. A mentoria tem a função de ampliar o autoconhecimento, ou seja, um meio de autodescoberta, auxiliando na compreensão de fatores relacionados ao eu. Aprender a escolher é uma função da orientação profissional. Conflito, dúvida e incerteza muitas vezes fazem parte das escolhas de carreira. Além dos fatores socioculturais, as relações familiares instáveis também contribuem para a insegurança dos jovens. Além disso, a forma de ingresso na formação profissional, como o vestibular, é sem dúvida uma etapa importante na vida de um adolescente e muitas vezes é um ritual da vida adulta que facilita encontros dolorosos com a realidade. Dito isso, fica claro que no processo de seleção de carreira é preciso levar em conta que quem escolhe não está apenas escolhendo uma carreira, está definindo quem será. Os interesses são gerados através de experiências de vida que aumentam o gosto de um sujeito por certos tipos de atividades mais do que por outros. O ambiente físico e social desempenha um papel importante nisso. Falando nisso, Figueiredo (2003) destaca que, ao escolher, está decidindo quem não é mais, está optando por não ser adolescente, está optando por deixar outros objetos para não ser outro profissional. Objetos e formas existentes são deixados para trás. Portanto, a escolha da ocupação tem sempre como premissa a elaboração do luto. Nesse contexto, a orientação profissional tornou-se cada vez mais importante e necessária, uma importante ferramenta auxiliar para a seleção profissional. O orientador profissional não considera apenas o indivíduo isoladamente, pelo contrário, mas em diferentes aspectos relacionados à vida, como bem ressalta Levenfus (2010, p.29): "O orientador profissional hoje é um campo que vai muito além da teoria e a competência de cada consultor, pois nela 22 se concentram todos os conflitos sociais, institucionais e psicológicos que marcam a realidade dos jovens e trabalhadores neste momento histórico”. Analisando as implicações acima, fica claro que no campo da orientação de carreira, as mudanças de mercado devem ser consideradas, portanto, os jovens precisam estar atentos à realidade que penetra no mercado de trabalho hoje. Porque, para tomar a melhor decisão, é preciso considerar o mercado de trabalho atual, entre outros determinantes. O mercado atual oferece muitas possibilidades que os profissionais precisam conhecer para manter sua “empregabilidade”. Nesse sentido, Levenfus (2010) destaca que a previsibilidade é cada vez mais irrealista no mundo do trabalho. Nesta situação de transição, as pessoas precisam de adaptabilidade, versatilidade e luta diária pela sobrevivência. A partir disso fica claro que a educação é muito importante nesse contexto e como solução para formar esses novos profissionais para o desenvolvimento econômico e inserção no mercado de trabalho. As escolas assumiram um novo lugar na vida dos alunos que antes eram responsabilidade das famílias. Dessa forma, demonstra-se a importância da escola no processo de orientação profissional e, portanto, a necessidade de melhorar o nível de formação da mão de obra e o desejo de ascensão social, que é impulsionado pelo crescimento econômico da família. Sobretudo, pela necessidade de escolarização para a aprendizagem profissional, refletem-se no recuo da influência da família para a esfera da vida privada e no aumento do peso da escola em toda a educação relacionada com a vida pública e a aprendizagem da vida na sociedade. A partir disso, as escolas estão sendo solicitadas a lidar com as transições escola/trabalho, ocupando espaço nas mudanças nos ciclos de formação, principalmente no ensino médio e superior, com destaque para os vestibulares e outros processos seletivos. 23 No contexto escolar, o trabalho profissional visa instrumentalizar a seleção e construção de identidades profissionais por meio do autoconhecimento e da articulação entre o conhecimento dos diversos aspectos envolvidos no mundo do trabalho e o mundo subjetivo de cada orientando. Assumindo que nossas vidas são feitas de escolhas, uma das mais importantes e difíceis é a escolha profissional, e a orientação facilita isso. Isso não significa que, ao final do trabalho, o psicólogo dirá qual carreira o indivíduo seguirá, mas sim fornecerá uma ferramenta de tomada de decisão por meio de suas preferências e identidade. No entanto, fazer uma escolha não é uma tarefa fácil. Mesmo que as escolhas pareçam simples e mundanas, o processo ainda é complicado. Porque escolher significa abrir mão de toda uma gama de outras possibilidades não escolhidas. A escolha significa a elaboração do luto. Por mais importante que seja a escolha do curso, também é como quando escolhemos nos mover em uma determinada direção, deixamos de lado todas as outras opções que possam estar à nossa frente. É um ganho que sempre vem com uma perda. Isso é inevitável. Não admira que fazer escolhas seja mais ou menos uma fonte de conflito. Desta forma, é preciso enfatizar que esta decisão está se tornando cada vez mais complexano momento, com as inseguranças dos jovens sobre o futuro de suas profissões se tornando mais proeminentes à medida que muitas ocupações surgem e outras se tornam obsoletas em um curto período de tempo. Na situação atual, a economia precisa de profissionais com profundo conhecimento de áreas que antes não existiam. Isso abre mais oportunidades para novas profissões, mas também pode levar a uma força de trabalho não qualificada. Essa nova situação trouxe mudanças profundas na vida das pessoas, nas empresas e no mercado de trabalho, e novas habilidades se tornaram necessárias, como trabalho em equipe e criatividade. 24 4 REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA DO PSICÓLOGO NO PROCESSO DA ESCOLHA PROFISSIONAL Diante do exposto, o psicólogo é um profissional que pode intervir nas questões que os jovens/adolescentes enfrentam nesta fase da vida. O momento em que surge a dúvida, provavelmente para a maioria deles: "Qual caminho seguir? Ser o quê?" Essa é uma escolha importante que pode moldar sua vida por muitos anos. No entanto, um dos aspectos importantes a serem trabalhados no processo de seleção profissional é onde atuar no mercado de trabalho. Não basta que os adolescentes compreendam as profissões e analisem suas habilidades, é preciso reconhecer que os valores pessoais determinam suas escolhas e suas respostas à atribuição da sociedade de suas escolhas. Questionamos: Diante do dilema da escolha profissional, como os graduandos em psicologia podem trabalhar com os adolescentes para articular essas preocupações e questionamentos? Para considerar as formas como os psicólogos podem atuar e intervir neste trabalho de orientação profissional, é necessário relembrar a sua história. Segundo Bohoslavski, nas décadas de 1920 e 1930, a psicologia das diferenças e a psicometria passaram a influenciar fortemente a prática da orientação vocacional, devido à enorme magnitude dos testes de inteligência, habilidades, interesses e personalidades durante a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais. Para o autor acima, a orientação de carreira torna-se um processo robusto de mentoria em que o conselheiro visa diagnosticar e prever o orientando e instruir a ocupação ou ocupação adequada de acordo com esses procedimentos. A década de 1940 marcou uma mudança importante na prática da orientação de carreira, com Carl Rogers lançando as bases para a terapia centrada no cliente, combinando conceitos de psicoterapia e aconselhamento e enfatizando a participação do cliente no processo de intervenção, tornando-se não obrigatório. 25 As ideias de Rogers influenciaram muito a psicologia, a psicoterapia, o aconselhamento e a orientação profissional da época, e se tornaram um marco importante na transformação da prática da orientação profissional. De acordo com essa teoria, a escolha de carreira não é um evento específico que ocorre em um momento específico da vida, mas um processo evolutivo que ocorre entre os últimos anos da infância e os primeiros anos da vida adulta, e os interesses de carreira são um reflexo da personalidade de uma pessoa. Os indivíduos podem ser usados como base para definir diferentes tipos de personalidade, e suas características definem diversos grupos de trabalho e correspondem a inúmeros ambientes de trabalho. Ainda nas décadas de 1950 e 1960, foram publicadas teorias psicodinâmicas de escolha de carreira, baseadas em grande parte na teoria psicanalítica e na teoria da satisfação de necessidades, bem como na teoria da decisão, focando mais no momento da escolha do que no processo em si. No Brasil, o ponto de partida da Orientação Profissional é o serviço de seleção e orientação profissional criado em 1924 para os alunos do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. O nascimento da orientação profissional no Brasil está associado à psicologia aplicada, que se desenvolveu no país na década de 1920 junto com a medicina, a educação e as organizações do trabalho. A orientação de carreira no Brasil cresceu consideravelmente desde a década de 1940, quando a Fundação Getúlio Vargas foi criada no Rio de Janeiro em 1944 para estudar a organização racional do trabalho e o impacto da psicologia sobre ela. Aplicar os métodos e técnicas da psicologia ao trabalho e à educação, principalmente por meio da adaptação e verificação de instrumentos psicológicos estrangeiros e da criação de instrumentos psicológicos brasileiros. O advento dos cursos de psicologia e a regulamentação da profissão de psicólogo influenciaram a orientação profissional ao vinculá-la à psicologia clínica e deslocar o processo de intervenção para consultórios particulares. 26 A Orientação Profissional no Brasil por psicólogos foi diretamente influenciado pela psicanálise, em especial pela estratégia clínica de orientação profissional do psicólogo argentino Rodolfo Bohoslavsky (1977/1996) por Maria Margarida de Carvalho (1995; 2001) Introduzido no Brasil na década de 1970 como alternativa aos modelos teóricos de características e fatores, ele chamou de estratégias estatísticas. Ela foi influenciada pelo pensamento não-diretivo de Rogers na terapia centrada no cliente, pela psicanálise da escola britânica, especialmente Melanie Klein, e pela psicologia norte-americana do Ego, com entrevistas clínicas tornando-se o esteio durante o processo de ferramenta de orientação. O objetivo da primeira entrevista era realizar um diagnóstico direcional, conseguindo assim a previsão e a definição de estratégias de trabalho. Bohoslavsky aceita o uso de testes para diagnóstico, desde que sejam usados apenas por suas características instrumentais. Para Bohoslavski (2000), a identidade profissional ou ocupacional é um aspecto do sujeito, parte de um sistema mais amplo que a contém, e é determinante em relação à personalidade global. Dada a complexidade do processo de seleção de carreira juvenil, a orientação profissional é claramente uma área de atuação relevante na psicologia escolar. As instituições de ensino são, portanto, consideradas o espaço privilegiado em que este trabalho deve ser organizado, também com base no documento "Atribuição Profissional dos Psicólogos Brasileiros" do Conselho Federal de Psicologia (1992), que define, Psicólogos, "Com base no conhecimento da Psicologia e uma visão crítica da relação entre o trabalho e o mercado de trabalho, para desenvolver programas de mentoria profissional que visem um melhor aproveitamento e desenvolvimento do potencial humano”. Nas escolas, são inúmeras as possibilidades de intervenção do psicólogo para facilitar o desenvolvimento do trabalho do aluno. Portanto, o psicólogo deve assumir que uma de suas tarefas fundamentais é implementar a orientação 27 profissional nas escolas, encarando o desenvolvimento acadêmico e profissional como processos relacionados que se apoiam e se complementam em benefício dos alunos. A ideia básica é que o desenvolvimento da disciplina é um processo contínuo e ininterrupto. Portanto, os programas voltados à promoção do desenvolvimento humano nesse campo profissional devem partir desse pressuposto, garantindo que a orientação não se limite a uma série de ações pontuais ou esporádicas, mas se torne parte integrante do processo educacional formal. Para que essa prática seja efetiva no cotidiano do trabalho escolar, é necessário que o psicólogo vislumbre suas intervenções a partir de uma perspectiva macro. Taveira (2005, p. 150) sugeriu que, para isso, recorreu à teoria do desenvolvimento do trabalho para ajudar os alunos a compreender o conteúdo das grandes escolhas e o processo de tomada de decisão, “o que pode reduzir a ambiguidade, incerteza/indecisão e ajudar a aumentar a confiança no meio decisório". O autor chama a atenção para a necessidade de enquadrar as intervenções de trabalho num quadro de referência mais geral, o papel do psicólogo nasescolas: Os psicólogos que trabalham nas escolas fazem parte de uma equipe que compartilha preocupações, medidas e planos com professores, administradores, outros educadores e membros da comunidade em geral em que a escola está inserida. Nesse caso, deve ser um modelo positivo de relacionamento interpessoal que contribua para um ambiente propício e de crescimento na escola, e seja sensível às características e necessidades relacionadas ao desenvolvimento do cliente, gênero, etnia e condição socioeconômica. (TAVEIRA, 2005, p. 150) Observa-se que o trabalho do orientador de carreira vai muito além da mera orientação, apresentando uma convergência significativa com o conceito de intervenção, que vê as relações sociais estabelecidas no contexto educacional como foco principal de análise e intervenção do psicólogo. Apesar de pouco enfatizado pela comunidade educativa, a atuação do psicólogo neste campo é legítima e necessária. 28 Estamos falando aqui de uma psicologia do compromisso social com a cidadania, cuja prática é guiada pelo propósito de transformação, cuja intenção é fazer avançar o desenvolvimento humano e superar a visão de que ele é meramente remediador ou solucionador de problemas. Os psicólogos que trabalham com orientação profissional precisam refletir sobre o surgimento das sociedades do conhecimento e como as mudanças no contexto sócio-histórico afetam o desenvolvimento das disciplinas em todas as fases da vida. Fundamentalmente, suscitou um debate sobre o futuro papel que esses jovens desempenharão como cidadãos diante de uma nova dimensão do trabalho em que a atitude e a vontade de aprender ao longo da vida se tornarão cada vez mais importantes. Para promover o desenvolvimento dos alunos, os psicólogos precisam atuar naquilo que a educação profissional defende, como expressa Moreno (2008, p. 34): “Preparar as pessoas para o trabalho deve ser uma meta fundamental de todo o sistema educacional”. Aqui, o trabalho é definido como um esforço consciente para criar benefícios socialmente aceitáveis para si e para os outros. O pensamento consciente deve ser importante para o sujeito, servindo à sua necessidade de realização. Além disso, ser consciente envolve também a pessoa ter autonomia, autodeterminação e a possibilidade de fazer escolhas profissionais a partir da consciência de sua realidade pessoal e social, acreditando que está em estado de alteração da realidade. Entende-se que os psicólogos devem estimular todo o estabelecimento de ensino a se engajar em ações que visem ao desenvolvimento de escolhas profissionais para os adolescentes. Sugere-se que sua intervenção comece pelo mapeamento institucional (Marinho-Araujo & Almeida, 2005), por meio do qual o psicólogo possa compreender conceitos como educação, escola, trabalho, desenvolvimento humano etc., e assim orientar as ações dos profissionais da educação. É também por meio do mapeamento que é possível identificar as necessidades de 29 grupos específicos e, por meio das denúncias, torna-se possível identificar as necessidades para que os psicólogos possam planejar e orientar as ações. Neste trabalho, juntamente com os adolescentes, eles atuam como mediadores envolvidos nos processos subjetivos de escolha profissional, como processos de autoconhecimento, processos de tomada de decisão de significado e ressignificação, processos de percepção sobre o mundo do trabalho, carreira e formação profissional. Um aspecto importante desse trabalho é que ele facilita aos alunos a compreensão do que condiciona suas decisões, por outro lado, suas condições de sujeitos estabelecem uma relação dialética com o meio em que estão inseridos, promovendo o desenvolvimento humano e proporcionando aos sujeitos exercícios de pensamento crítico os quais devem ser os objetivos norteadores do trabalho do psicólogo. Autores como Bock (2000) destacam a riqueza dos esforços de orientação de carreira em grupo, tanto nas instituições escolares quanto em outros espaços onde o processo tem intenção educacional. A diversidade de situações que o supervisionado vivenciou torna o trabalho em grupo privilegiado, pois entende- se que a dinâmica construída no grupo enriquece o processo, pois permite que os participantes observem dificuldades, opiniões, valores, interesses e projetos de vida uns com os outros. Mediando as relações sociais entre os membros do grupo, e até mesmo compartilhando suas próprias experiências, visões de mundo e conhecimentos, os psicólogos promovem o desenvolvimento psicológico ao confrontar significados previamente construídos. No entanto, a disposição dos psicólogos em ouvir os adolescentes e outros profissionais em ambientes educativos em intervenções relacionadas à escolha profissional. Ele pode ouvir e compreender as experiências dos alunos sobre suas relações com o sistema educacional, o mundo do trabalho e a si 30 mesmos, contribuindo para a construção dos processos de consciência dessas disciplinas e de seus educadores. Muitas vezes, é necessário ter um psicólogo na escola para dar suporte aos alunos com queixas relacionadas à escolha do curso. Segundo Taveira (2005, p. 152), a escuta psicológica cuidadosa de problemas dessa natureza pode ajudá-los a "desenvolver e implementar ações relacionadas ao trabalho, à educação e à família, vistos como fenômenos interligados". No entanto, quando exigia atendimento individualizado, mostrou- se mais eficaz em termos de resultados quando praticado em ambiente escolar. 5 POSTURA DO ORIENTADOR Considerando que todo adolescente é uma pessoa em crise, pois está desconstruindo e reorganizando seu mundo interior e sua relação com o mundo exterior, Bohoslavsky (2003) aponta para a importância dos orientadores profissionais como mediadores nessa crise, ao invés de reforçar a ideia de que um conselheiro precisa ajudá-lo a superar essa crise imediatamente. Para a autora, o processo de orientação de carreira não se trata apenas de apoiar as escolhas do adolescente, mas também uma oportunidade para o indivíduo ampliar seu autoconhecimento, examinar a si, sua história, ansiedades, seus interesses e então, andar de forma mais independente. Portanto, o processo de orientação profissional clínica não deve ser comparado com exames vocacionais, pois é o orientando quem tira conclusões e escolhas e, portanto, não dá respostas prontas, mas sugestões de reflexão e possibilidades de caminhos. Como aponta Bohoslavsky (2003, p 21): "(...) Ao ver o homem como sujeito de escolha, percebemos as escolhas futuras como suas, por mais capazes que sejam, nem é um profissional. Ele é, e tem o direito para requisição". 31 Nesta exploração interna e externa com o mentor, o mentorado terá a oportunidade de aproximar de si mesmo. Referindo-se ao processo analítico, Favilli (2016) aponta que o adolescente encontra o autocontrole do analista, o que lhe possibilita acessar e refletir sobre experiências emocionais internas muitas vezes assustadoras. Nas entrevistas, o orientador estabelece, pela escuta ativa, o vínculo com o orientando e, assim, pode despertar reflexões que apoiem na significação da problemática apresentada. Essa escuta deve ser feita sem julgamento, com acolhimento e continência. Na visão apresentada, o orientando é responsável pelo seu processo e o orientador é aquele que acompanha, facilita e dá ritmo, sempre respeitando o tempo e a disponibilidade interna do adolescente. Também com base em uma abordagem de síntese transpessoal, outras características da postura do orientador incluem: aplicar técnicas que facilitem o fluxo de informações do inconsciente para o consciente; estimular o desenvolvimento da intuição; ajudar o aluno a fazer sua própria interpretação do significado do problema, satisfação dos valores da essência do indivíduo. O processo de conduta cuidadosa eatenção ao autocontrole do conteúdo do aluno torna-se ainda mais importante quando consideramos que a escolha da carreira se manifesta como uma escolha de objetos internos a serem reparados, ou seja, a carreira é a resposta do ego ao que deve ser reparado aos objetos internos danificados. (BOHOSLAVSKY, 2003, p. 50) Em suma, as escolhas maduras dependem da elaboração do conflito e da identificação consigo mesmo (Bohoslavsky, 2003) e, nesse sentido, a posição do mentor inspira os alunos a assumirem um papel ativo no processo. 32 6 O PERFIL PROFISSIOGRÁFICO O perfil profissiográfico é uma ferramenta importante no processo de gestão, pois é fundamental para aproximar as pessoas como base para o recrutamento e seleção. Também pode ser usado para aplicar pessoas, definir projetos de trabalho e auxiliar na avaliação de desempenho. Além disso, além de gerenciar o conhecimento corporativo, também pode ser utilizado para o desenvolvimento de pessoas, por meio de treinamento e qualificação de pessoal. Para atender às necessidades do mercado de trabalho do país, Pasquali (2009) em sua pesquisa propõe uma análise profissional, que consiste em um levantamento de perfis profissionais de cargos específicos a partir de uma amostra representativa, detalhando suas características e necessidades do local, isso permite construir perfis profissionais mais confiáveis. O perfil profissiográfico de origem técnica, utilizados em psicologia é obtido através do método científico desenvolvido por Pasquale para a avaliação psicológica da seleção de pessoal. Diante desse fato, os profissionais analíticos podem realizar um estudo detalhado de todas as tarefas em determinado cargo ou função, atribuindo a dificuldade, importância e frequência de sua ocorrência, proporcionando um mapeamento das competências que envolvem o desempenho no escritório. Dessa forma, auxilia tanto o processo seletivo quanto as demais áreas de recursos humanos como formação, qualificação, desenvolvimento, acompanhamento e avaliação em uma organização, pois identifica os aspectos menos abordados nas disciplinas ministradas na validação científica do currículo escolar. Portanto, pode-se entender que o processo de definição de perfis profissiográficos na construção de documentos de curso pode ser sistematicamente complementado pelo mapeamento das competências de análise de cargos e definição de perfil mental. Portanto, pode-se dizer que 33 gerenciar melhor as pessoas por competência, não apenas em termos de seleção de pessoal, mas também em termos de treinamento, qualificação, processo de desenvolvimento e avaliação de desempenho dos ocupantes, porque usa métodos científicos mensuráveis para obter padrões de gestão baseados em competências. 6.1 Importância Se uma empresa tem uma vaga a preencher, é muito importante para um recrutamento assertivo que os selecionadores conheçam as características básicas do especialista que desejam contratar para a área. De qualquer forma, confiar apenas no conhecimento técnico não é seguro, porque é preciso considerar o todo de cada indivíduo. As equipes precisam de profissionais com formações diferentes, por exemplo, se alguém já tem uma personalidade forte, pode não ser assertivo contratar alguém com o mesmo temperamento porque isso criará atritos. Então, por meio do perfil profissiográfico, o líder de RH e o líder de equipe podem definir as características que espera do candidato. 6.2 Informações necessárias a um Perfil Profissiográfico As informações nos perfis profissiográficos são divididas em três categorias distintas: habilidades cognitivas, técnicas e comportamentais 6.2.1 Habilidades Cognitivas O termo cognição refere-se a processos mentais relacionados à percepção, raciocínio, memória e aprendizado. As habilidades cognitivas são importantes em termos de criatividade, resolução rápida de problemas, inteligência e aquisição de conhecimentos gerais. 34 6.2.2 Habilidades Técnicas Essa categoria inclui conhecimentos adquiridos em cursos, universidades, treinamentos, aprendizados e até mesmo por meio de experiência prática em outras empresas. Contratar bem é um aspecto muito importante, porém, não é um critério que possa ser considerado isoladamente, por isso é tão importante acompanhar os perfis exigidos. 6.2.3 Habilidades Comportamentais São habilidades que fazem parte da personalidade de um indivíduo, como a capacidade de construir bons relacionamentos, temperamento positivo, iniciativa, liderança, comunicação confiante, gestão do tempo, inteligência emocional para trabalhar sob pressão, lidar com emoções em equipe, etc. Cada categoria deve conter as habilidades necessárias para o trabalho relevante. Além disso, é importante que as empresas descrevam cada uma de suas funções, levando em consideração os aspectos técnicos, a fim de cruzar informações para montar uma ficha de perfil profissiográfico. 35 7 UTILIZAÇÃO DO PERFIL PROFISSIOGRÁFICO EM PROCESSOS SELETIVOS Fonte: www.google.com.br Assim que o formulário estiver pronto, é hora de começar a recrutar candidatos para as vagas relevantes. Primeiro, as empresas costumam usar as habilidades técnicas descritas no currículo para selecionar os profissionais que serão convidados a entrevistar. Desta forma, aquelas propriedades que não possuem as propriedades desejadas podem ser eliminadas. Em seguida, durante a entrevista, foram observadas as habilidades cognitivas e comportamentais do indivíduo. Muitas organizações utilizam dinâmicas de grupo para entender melhor os perfis dos candidatos, atividades que avaliam cada indivíduo na prática, facilitando a identificação de quem a organização deseja em um perfil. Dessa forma, os recrutadores podem preencher outro formulário com as informações cognitivas e comportamentais identificadas, que podem ser comparadas com as características ideais da vaga. Assim, ficará mais fácil 36 encontrar profissionais ideais para preencher as vagas e obter os resultados desejados no recrutamento. 7.1 Vantagens do Perfil Profissiográfico 7.1.1 Rapidez do processo seletivo Este período inclui abertura de vagas, divulgação, seleção de currículos, entrevistas e seleção de candidatos. Quando uma empresa cria um perfil profissiográfico e usa um sistema de banco de talentos, ela agiliza bastante o processo, pois sabe exatamente o que está procurando e já tem uma grande coleção de currículos para pesquisar. Quanto menos tempo é gasto na seleção de candidatos, mais tempo é gasto na resolução de problemas estratégicos. 7.1.2 Processo de triagem mais eficaz Por permitir a atualização constante dos dados, esse tipo de sistema pode selecionar com mais eficiência os melhores candidatos para uma determinada vaga. As buscas são automatizadas e filtros relevantes são usados para definir os candidatos que mais se adequam ao perfil profissiográfico. Os gerentes poderão encontrar candidatos mais bem preparados com base em suas expectativas. 7.1.3 Aproveitamento dos talentos internos Muitos profissionais qualificados não são reconhecidos pelos empregadores devido à falta de compreensão de seus pontos fortes. Esse tipo de sistema de armazenamento de dados permite que o setor de recursos humanos acompanhe a qualificação dos funcionários, considerando quem já está na equipe como opção de promoção. No médio e longo prazo, os funcionários podem se sentir frustrados por não serem considerados para cargos de nível superior. Portanto, identificar esses potenciais candidatos à promoção torna-se mais simples, cruzando os dados armazenados com o perfil profissiográfico. 37 7.1.4 Redução de custos do processo seletivo Uma das principais vantagens da utilização de um sistema banco de talentos e o perfil profissiográfico é a redução do custo do processo seletivo. Os currículos já estãono sistema e não há necessidade de uma disseminação tão massiva de vagas. Além disso, o tempo que leva para passar das vagas, preenchê-las tende a ser menor porque a organização sabe exatamente o que está procurando. Todos esses pontos também se refletem positivamente em termos de custo, o qual é naturalmente reduzido. 38 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BION, Wilfred. A noção de continente em Bion: uma ampliação de sua aplicação na prática psicanalítica. Reverie - revista de psicanálise. Volume I, num1, 2007. BOCK, Ana Mercês Bahia; A perspectiva sócio-histórica de Leontiev e a crítica à natureza da formação do ser humano: a adolescência em questão. Caderno Cedes, Campinas, vol. 24, p. 26-43, abril, 2004. BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. PSICOLOGIAS: Uma Introdução ao Estudo da Psicologia. São Paulo: Ed. Saraiva, 2000. BOHOSLAVSKY, Rodolfo. Orientação Vocacional: a estratégia clínica. São Paulo. Editora Martins Fontes, 2003. 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