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A DIFERENÇA ENTRE CARACTERÍSTICAS DO ACERVO DE ARQUIVO E DE BIBLIOTECA¹ RESUMO Este trabalho tem como objetivo fazer uma relação no estudo das diferenças entre os arquivos e bibliotecas. Sendo unidades de informação que agregam conhecimento para todos os tipos de usuários em uma sociedade, os arquivos e bibliotecas possuem a mesma finalidade de conservação, preservação e reunião de documentos, porém seus objetivos são diferentes, de acordo com as características peculiares de cada um de seus conteúdos reais. Palavras-chave: arquivo; característica; biblioteca; acervo. ABSTRACT This work aims to make a relationship in the study of differences between archives and libraries. As information units that add knowledge to all types of users in a society, archives and libraries have the same purpose of conservation, preservation and collection of documents, but their objectives are different, according to the peculiar characteristics of each one of them. Its actual contents. Key words: file; feature; library; collection. 1. INTRODUÇÃO Os serviços de informação compreendem atividades destinadas à identificação, aquisição, processamento e transmissão de informação a uma dada comunidade com intuito de auxílio na busca do conhecimento. Dentre as várias unidades que prestam serviços de informação, têm-se como principais, as bibliotecas (órgãos colecionadores), os arquivos (órgãos receptores), os museus e os centros de documentação. (VALENTIM, 2008). ___________________________________________ ¹Este artigo constitui parte do trabalho da Disciplina Introdução à Arquivística, da Universo EAD, Na antiguidade, bibliotecas, arquivos e museus formavam uma só entidade, a separação entre eles foi acontecendo de forma sucessiva, se concretizando em fins do século XVIII. Como organismos em crescimento, essas instituições possuem características que as individualizam de outras , colocando-se ao serviço da comunidade em que atuam. Desta forma, será analisada as diferenças e características próprias de cada centro de documentação, situando uma linha divisória a que pertence cada um de seus institutos informacionais. 2. ARQUIVOS E BIBLIOTECAS O art. 2 da Lei nº 8.159/91, conceitua arquivos, como o conjunto de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, instituições de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem como por pessoa física, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos. Já as bibliotecas, podem ser conceituadas como instituições que promovem o acesso aos livros. Além da sua função básica, estas organizações também podem conservar outros tipos de materiais, como documentos históricos e diários. Ademais é frequente que organizem atividades culturais, como apresentações de livros, palestras, leituras de poesia, concertos e outras propostas. Com relação aos aspectos relacionados à composição dos acervos, nota-se diferenças entre a informação bibliográfica, referindo-se aos documentos que foram avaliados por pares e registrados em editoras e publicados, como os livros e publicações seriadas (periódicos, relatórios, anuários) e a informação arquivística, fazendo menção aos documentos oriundos das atividades de uma empresa, que não estão divulgados no mercado editorial (cartas, ofícios, memorandos, decretos). As bibliotecas mantêm itens incluindo informações bibliográficas que passaram por um processo editorial, de um trabalho intelectual de um indivíduo ou instituição, já os arquivos, pelo contrário, não passaram por este processo, foram gerados por uma empresa, sendo frutos de atividades de uma organização. Em seguida, no estudo das informações voltadas ao tratamento informacional, é visto que tanto os arquivos quanto as bibliotecas devem construir instrumentos de padronização, a fim de definir o processo de organização da informação, como códigos e criação de pontos de acesso para sua inserção ao acervo em questão. As bibliotecas possuem seus códigos de catalogação (AACR2), uma coleção de regras para a criação de descrições bibliográficas e para escolha, construção e atribuição de pontos de acesso; entre outros. Os arquivos possuem as tabelas de classificação, de temporalidade de documentos, instrumento essencial à gestão de documentos, definindo prazos e destinação dos documentos produzidos. Durante o fluxo informacional, o trâmite do documento bibliográfico segue um percurso ininterrupto, os materiais são catalogados no processo técnico e depois são carimbados e etiquetados no controle bibliográfico para serem disponibilizados no acervo. No arquivo, conforme a tabela de temporalidade, o documento é enviado para o arquivo permanente, e depois de um certo prazo, que na maioria das vezes dura até dois anos, o documento é eliminado do arquivo, por isso diz-se que o documento arquivístico possui um caráter transitório. Quando se refere ao acesso a tais documentos, nota-se que nas bibliotecas existe uma maior interação, pois não há restrição quanto a busca ao acervo, possuindo o usuário um livre acesso às consultas procuradas, com exceção dos periódicos que precisam da intervenção do profissional bibliotecário. No centro de documentação arquivístico, o acervo é fechado, possuindo um catálogo no qual o usuário localiza o que precisa, e solicita ao gestor do arquivo, o mesmo resgata o documento e realiza a entrega do documento ao usuário. Abaixo segue uma tabela comparativa quanto às diferenças destes centros de documentação informacional: BIBLIOTECA ARQUIVO São órgãos colecionadores. São órgãos receptores. O documento é produzido, geralmente, em grande escala, e a biblioteca pode incorporar ao acervo. O documento é, em geral, peça única, podendo, às vezes, ter número limitado de cópias. Impressos; multimeios; manuscritos. Formas textuais, manuscritas, datilografadas, impressas; impressos; multimeios. É imprescindível o conhecimento do sistema adotado, bem como a existência de formação cultural do classificador, a fim de que seja efetuada uma análise adequada do conteúdo dos documentos. É imprescindível o conhecimento da entidade, bem como das relações entre suas unidades. Livre acesso aos documentos. Acesso restrito em virtude das características dos conjuntos documentários. O bibliotecário procura informações recentes que possam contribuir para a solução do problema das secas. O arquivista pesquisa o conjunto de documentos para encontrar, por exemplo, informações sobre a seca de 1877, a fim de orientar estudos atuais. São responsáveis pela seleção, aquisição e processamento dos documentos que lhe permitam fornecer e/ou difundir informações. Só assume a custódia dos documentos quando estes passam para a custódia do arquivo. Avaliação não é irrevogável e se baseia na conveniência da incorporação ao acervo. O julgamento é sempre final e irrevogável. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Por fim, com base no estudo em questão, os arquivos e bibliotecas possuem diferenças que as tornam centros de documentação com particularidades únicas, e ao mesmo tempo assemelhadas, de acordo com suas políticas, gestão e forma de atuação, tudo em prol das necessidades demandadas pelos seus usuários e clientes, mostrando assim o quanto a sociedade está em constante transformação, exigindo dos profissionais bibliotecários e arquivistas maior integração para a disseminação da informação gerada pelos mesmos neste universo informacional. REFERÊNCIAS VALENTIM, Marta Lígia Pomim (Org.). Gestão da informação e do conhecimento no âmbito da ciência da informação. São Paulo: Cultura acadêmica: Polis, 2008. PRESIDÊNCIA DA CASA CIVIL. LEI No 8.159, DE 8 DE JANEIRO DE 1991. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8159.htm>. Acesso em: 15 mai. 2023. http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%208.159-1991?OpenDocument https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8159.htm ARAÚJO, Eliany Alvarenga; OLIVEIRA, Marlene de. A produçãode conhecimento e a origem das bibliotecas. In: OLIVEIRA, Marlene de (Coord.). Ciência da Informação e Biblioteconomia: novos conteúdos e espaços de atuação. Belo Horizonte: UFMG, 2005. PAES, M. L Teoria e prática de arquivo. Ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: FGV-Arquivo Central, 1978. 119 p. BELLOTTO, H. L. Arquivos, bibliotecas e museus: fronteiras definidas. Arquivo Rio Claro, 1(1): 5-11, jan. 1982.
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