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PATOLOGIA II SISTEMA URINÁRIO MARIA EDUARDA MATTOS 
1 
 
PATOLOGIAS DO SISTEMA URINÁRIO 
 
 
APLASIA 
É a NÃO formação do rim. Quando é unilateral, 
é compatível com vida. 
Pode haver insuficiência renal devido à baixa 
concentração de glomérulos e de néfrons. 
• O ureter pode estar presente ou não 
• Raças mais comuns: doberman e beagle 
 
HIPOPLASIA 
É uma característica hereditária em que o rim é 
pequeno e com características anatômicas 
normais, porém há menos glomérulos. 
• Pode ser uni ou bilateral 
• Encontrados em alguns suínos Large 
White, equinos, caninos e felinos 
• Pode ter ou não significância clínica, mas 
pode ser apenas um achado incidental de 
necropsia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISPLASIA 
É a alteração da estrutura organizacional no 
desenvolvimento embrionário do tecido. É o 
resultado de uma diferenciação celular anormal 
na estrutura das células para que ele desenvolva 
sua função. 
• Pode ser uni ou bilateral, mas só é 
compatível com a vida sendo unilateral 
• Pode ocorrer em algumas áreas ou em 
todos os lobos renais 
• Em cães, o rim pode ter lobulações 
persistentes 
• 
 
 
 
 
 
Displasia renal 
 
ECTOPIA 
É quando a localização do rim é anormal. 
Normalmente é unilateral e ocorre em cães e 
suínos. 
• Predispõe uma obstrução por poder 
fazer uma rotação 
• Mais encontrado em posição pélvica ou 
inguinal 
 
AUSÊNCIA DE LOBULAÇÃO 
Pode ocorrer em bovinos. É uma alteração pois 
o rim dos bovinos é lobulado. 
 
PERSISTÊNCIA DE LOBULAÇÃO 
Pode ocorrer em cães e gatos, que não 
possuem o rim lobulado. 
 
RINS FUNDIDOS (EM FERRADURA) 
É um achado incidental de necropsia. Eles 
funcionam, mas se encontram fundidos. 
 
Fusão renal 
 
CISTOS 
São feitos de urina ou de algo semelhante a urina. 
Pode ocorrer em suínos e bovinos. 
 
 
ANOMALIAS DO DESENVOLVIMENTO 
Hipoplasia renal bilateral Hipoplasia e hipertrofia renal 
compensatória 
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CISTOS SOLITÁRIOS 
Podem ser grandes e poucos. Normalmente 
apenas um, mas pode haver mais. 
 
 
RINS POLICÍSTICOS 
São cistos pequenos e múltiplos que estão 
relacionados a genes autossômicos dominantes. 
• Gatos persas, cães West Highland White 
Terrier e Bull Terrier 
• Pode ocorrer devido à doença renal 
policística (PKV) 
 
 
 
 
 
 
Rins policísticos 
 
 
Doença policística - PKV 
 
CISTOS DE RETENÇÃO (adquirido) 
Ocorrem quando há lesão prévia como uma 
glomerulonefrite. Podem ter de 1 a 2 mm e se 
localizam no córtex 
Quatro possíveis mecanismos: 
1. Por obstrução do néfron 
2. Por alterações da matriz extracelular que 
fazem com que a membrana basal fique 
fraca 
3. Por hiperplasia: ocorre vazamento de 
secreção tubular para dentro do túbulo, 
então aumenta a secreção tubular 
aumentando a pressão tubular 
4. Desdiferenciação: a perda de polaridade 
diminui a absorção e aumenta a pressão 
tubular 
 
 
Função dos glomérulos: 
• Filtração do plasma 
• Retenção da pressão sanguínea 
• Regulação do fluxo sanguíneo peritubular 
• Regulação do metabolismo tubular 
• Eliminação de macromoléculas da 
circulação 
Nas doenças glomerulares, ocorre perda de 
proteínas de baixo peso molecular (albumina), 
esse é o primeiro sinal. Encontra-se albumina no 
exame de função renal → proteinúria. 
 
O que ocorre na síndrome nefrótica: 
• Hipoproteinemia: baixa de proteína no 
sangue 
• Edema generalizado 
• Ascite 
• Efusão pleural devido à baixa pressão 
oncótica 
• Hipercolesterolemia: há uma perda de 
proteínas causando uma baixa pressão 
oncótica. Por isso, o fígado tenta 
compensar produzindo lipoproteínas. 
• Perda de anti-trombina III, que é um fator 
anticoagulante. E isso pode gerar 
trombose e infarto 
 
 
 
HIPÓTESE DO NÉFRON INTACTO 
É uma teoria que diz que qualquer local do 
néfron afeta ele como um todo. 
Ex.: um dano glomerular iria fazer com que o 
fluxo sanguíneo peritubular fosse afetado, assim 
diminuindo a secreção e a reabsorção tubular 
DOENÇAS GLOMERULARES 
MECANISMOS QUE LEVAM A UMA DOENÇA 
GLOMERULAR 
PATOLOGIA II SISTEMA URINÁRIO MARIA EDUARDA MATTOS 
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HIPÓTESE DA HIPERFILTRAÇÃO 
Está relacionado com uma hipertensão crônica, 
onde ocorre dano a capilares glomerulares 
levando a glomeruloesclerose. Pode ser causado 
por perda do tufo glomerular. O excesso 
dietético de proteínas pode causar uma 
hiperfiltração. 
É mais comum em humanos e nos cães tem 
menos propensão de acontecer por serem 
carnívoros. 
 
HIPÓTESE DA DEPOSIÇÃO DE 
IMUNOCOMPLEXOS 
É a mais frequente. Ocorre nas regiões 
subepiteliais, subendoteliais e mesangiais. 
Os imunocomplexos quando se ligam aos 
glomérulos resultam em inflamação devido a 
quimiotaxia, pois os neutrófilos desgranulam os 
imunocomplexos, liberando enzimas e 
mediadores da inflamação que irão lesionar a 
parede glomerular. Dessa forma, há o 
comprometimento da função. 
Os neutrófilos enxergam os imunocomplexos 
como um patógeno, desgranulando as enzimas 
que “comem” o que está em volta. 
 
Obs.: quimiotaxia é a reação de orientação de 
um organismo ou célula na direção (direta ou 
oposta) a um determinado estímulo químico. 
 
 
 
Pode ocorrer por: 
• Um quadro séptico (bacteremia): qualquer 
processo inflamatório bacteriano pode 
levar a êmbolos bacterianos 
• Os microabcessos ficam centrados nos 
glomérulos 
Agentes etiológicos: 
• Actinobacillus equuli em potros 
• Eysipelothrix rhusiopathiae em suínos 
• Corynebacterium pseudotuberculosis em 
ovinos e caprinos 
 
 
 
 
 
 
 
 
Glomerulonefrite supurada (embólica) 
 
 
Actinobacillus equuli 
 
 
Ocorre quando há um insulto viral direto, fazendo 
uma lesão não tão intensa, em que depois o 
órgão pode voltar a funcionar normalmente. 
• Doenças virais sistêmicas agudas como: 
o Hepatite infecciosa crônica 
o Peste suína clássica 
o Newcastle 
o Citomegalovírus em leitões 
Macro: pontos milimétricos avermelhados no 
córtex. O animal pode apresentar proteinúria 
transiente. 
 
Glomerulonefrite viral – peste suína 
 
 
Ocorre uma injuria direta por agentes químicos 
nefrotóxicos, alteração do fluxo sanguíneo renal 
e pode haver indução de reação inflamatória. 
Por conta da incorporação da droga a complexos 
imunes, formando anticorpos anti membrana 
basal e formação e deposição de complexos. 
GLOMERULONEFRITE SUPURADA 
(NEFRITE EMBÓLICA) 
GLOMERULITE VIRAL 
GLOMERULONEFRITE QUÍMICA 
PATOLOGIA II SISTEMA URINÁRIO MARIA EDUARDA MATTOS 
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Tudo isso pode gerar dano ao epitélio glomerular 
e alteração da perfusão glomerular através da 
ciclosporina que é uma droga imunossupressora. 
Drogas como: 
• Puromicina (antibiótico) 
• Adriamicina/doxorrubicina 
(quimioterápico) 
• Antagonistas de receptores da histamina 
 
 
É caracterizada pela deposição ou formação 
local de imunocomplexos solúveis na parede dos 
capilares dos glomérulos. São anticorpos contra 
antígenos na membrana basal e ocorre fixação 
do complemento. 
• Associação com infecções persistentes 
ou 
• Antigenemia prolongada 
 
Causas: 
• Caninos: hepatite infecciosa, piometra 
(muita produção de leucócitos), 
dirofilariose, lúpus, erlichiose, leishmaniose 
o São os mais acometidos 
• Felinos: leucemia, PIF 
• Equinos: anemia infecciosa equina 
• Bovinos: BVD 
• Suínos: peste suína clássica 
 
Glomerulonefrite imunomediada 
Manifestação microscópica das glomerulonefrites 
imunomediadas: 
• Glomerulonefrite proliferativa: endotelial, 
epitelial, mesangial e inflamatórias 
• Glomerulonefrite membranosa: 
espessamento difuso da membrana basal 
e matriz mesangial 
o Acomete principalmente gatos, 
porém em cães com dirofilariose 
• Glomerulonefrite membranoproliferativa: 
forma mais comum em cães 
• Glomeruloesclerose: resultado de uma 
glomerulonefrite crônica. Com retração 
glomerular com hialinização, fibrose, 
matriz mesangial e perda de capilares 
(perda de função) 
 
 
A amiloidose é um grupo de doenças raras, 
causadas pelo depósito de proteínas insolúveis 
(dobradas de forma anormal) no corpo. Como 
elas não são capazesde se degradarem, essas 
proteínas se depositam nos órgãos e nos tecidos. 
Causas: 
• Caninos e felinos: idiopática ou familiar 
• Equinos doadores de soro: são 
estimulados frequentemente com 
veneno de cobra para produzirem o soro 
antiofídico 
• Bovinos: processos supurativos crônicos 
(mastite) 
• Suínos: rara 
 
AMILOIDOSE DE CADEIA LEVE (AL) 
É encontrada em neoplasias como mieloma e 
plasmocitomas. Por serem neoplasias de 
plasmócitos, possuem uma grande quantidade de 
anticorpos, ou seja, muita proteína de cadeia 
leve). 
 
AMILOIDOSE AA (proteína A do soro) 
É mais comum e está relacionada com a 
proteína de fase aguda no fígado e a doenças 
inflamatórias crônicas. O fígado reage a doenças 
crônicas dessa forma, produzindo proteínas 
séricas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
GLOMERULONEFRITE IMUNOMEDIADA (GIM) 
AMILOIDOSE 
Iodo reage com a 
proteína amiloide – 
glomérulos cheios 
Rim com aspecto encerado 
– usa-se lugol 
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AZOTEMIA 
É a elevação sanguínea da ureia e da creatinina. 
 
UREMIA 
É a mesma coisa que azotemia só que associada 
à lesões multissistêmicas e sinais clínicos. 
 
 
Ocorre uma perda abrupta de 75% do 
parênquima renal. A causa mortis seria a 
hipercalemia (retenção de potássio – parada 
cardíaca), acidose metabólica e edema pulmonar. 
Na crônica, a perda do parênquima renal é 
gradativa. 
Causas: 
• Pré-renal: perfusão renal comprometida 
por uma vasoconstrição da arteríola 
aferente. Pode levar a um choque 
hipovolêmico e trombose 
• Renal: perda da função renal, podendo 
levar a pielonefrite, substancias tóxicas e 
isquemia 
o Necrose/nefrose tubular aguda 
• Pós-renal: obstrução do fluxo urinário, 
levando a cálculos e tumores 
 
 
É a causa mais importante de insuficiência renal 
aguda, podendo ser nefrotóxico ou isquêmico. 
Ocorre devido à suscetibilidade do túbulo 
contorcido proximal. 
Pode resultar em oligúria (diminuição da diurese) 
ou em anúria (sem diurese) devido à: 
• Vasoconstrição aferente 
• Debris no lúmen tubular (células tubulares 
se desprendem do lúmen) 
• Passagem do filtrado para o interstício 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NEFROSE ISQUÊMICA 
Ocorre uma hipotensão severa e se caracteriza 
por necrose focal e tubulorrexia (fragmentação 
do túbulo) onde a regeneração tende a ser por 
fibrose. 
 
NEFROSE TÓXICA EXÓGENA 
Ocorre uma necrose extensa, porém a 
membrana basal permanece íntegra (importante 
para a regeneração). As causas podem ser por 
antibióticos, micotoxinas, moensina etc. 
 
NEFROSE TÓXICA ENDÓGENA 
Há hemoglobina (hemólise intravascular como na 
babesiose – doenças hemolíticas), mioglobina e 
bilirrubinemia (doenças hepáticas). 
 
 
1. Pode ocorrer degeneração e necrose 
endotelial, o que leva a uma lesão vascular 
(vasculite) acarretando em trombose e 
infarto. 
2. Pode ocorrer também levar a uma injúria 
caustica na mucosa oral (bactérias que 
produzem urease que transforma ureia 
em amônia). 
3. A uremia pode interromper a produção 
de eritropoietina na medula óssea (ureia 
inibe a hematopoese), que é responsável 
pela hematopoese, e por isso ocorre 
fragilidade da parede das hemácias, 
levando a uma meia-vida mais curta, 
ulcera e hemorragia. São causas da 
anemia não regenerativa, que é tóxica 
para a medula óssea. 
4. Há um desbalanço entre cálcio e fosforo 
que é característico de IRC. Ocorre 
ALTERAÇÕES TUBULARES E INTERSTICIAIS 
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA 
NECROSE/NEFROSE TUBULAR AGUDA 
Nefrose tubular aguda - gentamicina 
Nefrose tubular aguda - melamina 
LESÕES EXTRA-RENAIS DA UREMIA 
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excreção e vitamina D, o que diminui a 
absorção de cálcio intestinal (hipocalcemia 
relativa). Esse desbalanço pode levar a 
osteofagia e fibrose, fazendo com que o 
rim não elimine o fosforo e haja 
hiperfosfatemia, que é entendida com 
hipocalcemia. 
a. A hipocalcemia ativa os 
paratormônios que irão fazer 
reabsorção de cálcio, levando a 
uma osteopenia e osteodistrofia 
fibrosa nos ossos da face 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É uma inflamação que afeta os túbulos renais e 
os tecidos que circundam os rins. Ela raramente 
afeta somente o interstício, e na maioria dos 
casos não há alterações macroscópicas 
(depende da gravidade da extensão). Pode haver 
ou não insuficiência renal. 
• Está relacionada e septicemias virais 
(como a hepatite infecciosa) ou 
bacterianas (como a leptospirose) 
 
LEPTOSPIROSE 
• AE: sorovares da L. interrogans 
o Cães: canicola e 
icterigaemorrhagiae 
o Suínos e bovinos: Pomona 
o Outras espécies: grippotyphosa e 
Bratislava 
Patogenia: ocorre por uma exposição por lesão 
cutânea ou oral levando a uma leptospiremia, 
indo pros capilares insterticiais, interstício, pro 
epitélio tubular e para as microvilosidades (os 
fagolisossomos transportam as bactérias para as 
microvilosidades). No caminho, essas bactérias 
fazem degeneração e necrose epitelial, levando 
a uma inflamação intersticial 
 
 
Glossite necrotizante 
Gastrite urêmica 
petéquias 
Mineralização pulmonar 
Mineralização de endocárdio 
Colite e tiflite urêmica 
Mineralização de pleura parietal 
Osteodistrofia fibrosa 
NEFRITE INSTERSTICIAL (TUBULOINTERSTICIAL) 
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Obs.: leptospiremia é a fase da doença em que 
as bactérias Leptospira spp multiplicam-se 
ativamente nos diferentes órgãos 
parenquimatosos, sangue, linfa e líquor. 
Caracterizando o quadro aguda da doença. 
 
HEPATITE INFECCIOSA CANINA 
Patogenia: acontece uma viremia que leva a uma 
glomerulite transiente. Há uma recuperação e 
desaparecimento dos glomérulos, que depois 
reaparecem em epitélio tubular, levando a 
necrose tubular e inflamação intersticial. 
 
OUTRAS CAUSAS DE NEFRITE INTERSTICIAL 
• Escherichia coli 
• Brucella 
• Salmonella 
• Febre catarral maligna (FCM) 
 
Febre catarral maligna (FCM) 
 
 
Ocorre na peritonite infecciosa felina. 
Pode ser causada por: 
• Mycobacterium bovis 
• Aspergillus spp. 
• Histoplasma capsulatum 
• Toxocara canis 
• Ervilhaça em bovinos (Vicia villosa) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Peritonite infecciosa felina 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aspergillus spp. 
 
 
• Pielite: inflamação na pelve renal 
• Nefrite: inflamação do parênquima 
(túbulos) 
 
 
A pielonefrite afeta a pelve e medular mais 
interna, sendo uma infecção bacteriana 
ascendente, ou seja, a inflamação começa na 
pelve e vai para os túbulos da região mais 
medular (as bactérias vêm da bexiga) 
 
MECANISMOS 
1. Acontece uma obstrução uretral que leva 
a um aumento de pressão na bexiga 
causando refluxo vesiculouretral. Essa 
retenção urinária leva a uma proliferação 
de bactérias, o refluxo dessa urina com 
bactérias causa uma cistite bacteriana. 
2. A cistite bacteriana compromete a válvula 
vesiculouretral causando refluxo 
3. As endotoxinas das bactérias gram-
negativas inibem o peristaltismo do 
ureter, favorecendo o refluxo 
 
Pode ocorrer devido a susceptibilidade da medula 
renal por: 
• Baixo suprimento sanguíneo 
NEFRITE GRANULOMATOSA 
DOENÇAS DA PELVE RENAL 
PIELONEFRITE 
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• Osmolaridade alta inibe função neutrofílica 
• Amônia inibe ativação do complemento 
 
As fêmeas são mais propensas a ter pielonefrite 
por terem uma uretra curta e com maior calibre 
e o cateterismo predispõe, pois, a uretra tem 
bactérias e elas podem ir pra bexiga. 
 
As bactérias uropatogênicas mais comuns são: 
• Escherichia coli: alfa hemolisina e fimbria P 
• Proteus sp. 
• Staphilococcus sp 
• Streptococcus sp 
• Corynebacterium renale (bovinos) 
• Eubacterium suis (suínos) 
 
Macro: dilatação da pelve e ureteres, exsudato 
purulento, necrose e ulceração das papilas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É a dilatação do rim (pelve renal). Isso acontece 
quando a urina não consegue passar até a bexiga 
e, por isso, se acumula dentro do rim. Dessa 
forma, suafunção vai diminuindo, podendo existir 
risco de desenvolver uma insuficiência renal. 
• Ocorre por obstrução gradativa do fluxo 
urinário 
• Pode ser uni ou bilateral 
 
Causas: 
• Urolitíase (uretral ou ureteral) 
• Inflamação crônica que leva a obstrução 
• Neoplasia ureteral ou uretral 
• Desordens neurogênicas funcionais, 
como animais atropelados ou lesões 
medulares espinhais 
 
Patogenia: se a pressão na pelve renal for 
prolongada pode ocorrer uma dilatação dos 
túbulos, e a filtração glomerular continua, mas a 
capacidade tubular de reabsorção vai se exceder 
e vai ocorrer uma difusão pelo interstício. Isso vai 
colapsar os vasos e acabar em uma hipóxia que 
vai causar atrofia tubular com fibrose. O resultado 
é atrofia e esclerose de glomérulos como 
evento final. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É infrequente em cães e comum em lobo-guará. 
São vermes vermelhos e cilíndricos, as fêmeas 
possuem até 100cm de comprimento por 12mm 
de diâmetro. 
Leva a pielite hemorrágica ou purulenta. A 
obstrução do ureter pode levar a hidronefrose. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Afeta principalmente suínos adultos (mais 
comum em suínos ao ar livre). Eles se localizam 
na gordura perineal ou no próprio rim. Os cistos 
peripélvicos se comunicam com a pelve e com 
o ureter. 
HIDRONEFROSE 
PARASITAS 
DIOCTOPHYMA RENALE 
STEPHANAURUS DENTAUROS 
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Pode ocorrer em casos de peste suína, erisipela, 
estreptococose, salmonelose e herpes em cães. 
• Herpesvírus afeta cães jovens em 
quadros de hipertermia, ou seja, replica 
em baixas temperaturas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ocorre em casos de tromboembolismo nas 
endocardites valvulares ou em trombose por 
perda de anti-trombina III nas glomerulopatias. 
Obs.: a anti-trombina III afeta vasos de grande 
calibre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Está relacionada ao uso prolongado de anti-
inflamatórios não esteroidais (NSAIDs), pode ser 
por isquemia da porção medular interna. 
• Equinos: fenilbutazona e flunixin 
meglumine 
• Cães e gatos: ibuprofeno, aspirina, 
paracetamol 
A necrose ocorre nas células intersticiais da 
medula, que são responsáveis pela produção de 
prostaglandinas, fatores anti-hipertensivos e 
glicosaminoglicanos, ou seja, são importantes na 
função de manter o parênquima renal. 
 
Patogenia: os anti-inflamatórios não esteroidais 
bloqueiam a cilooxigenase inibindo a secreção de 
prostaglandina 2. O que faz com que haja perda 
do efeito vasodilatador levando a isquemia. Ou 
dano direto a células intersticiais da medula. 
 
 
Pode ocorrer por redução do fluxo sanguíneo 
na vasa recta ou por compressão da papila renal. 
Obs.: vasa recta são os vasos paralelos a alça de 
Henle medular. 
 
REDUÇÃO DO FLUXO SANGUINEO NA VASA 
RECTA 
1. A redução do fluxo sanguíneo na vasa 
recta faz lesão glomerular com amiloidose 
2. Essa deposição de proteínas amiloides faz 
entupimento do tubo sanguíneo 
3. Como não chega sangue na vasa recta, 
leva a uma isquemia amiloide 
a. Em cães é mais granular 
4. Isso leva a: fibrose, amiloidose intersticial 
em gatos, pielite e neoplasias. 
 
COMPRESSÃO DA PAPILA RENAL 
A compressão da papila renal vai levar a 
formação de um calculo que causa obstrução do 
trato urinário inferior, levando a necrose 
(hidronefrose) 
 
DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS 
HEMORRAGIA E TROMBOSE 
Hemorragia por herpesvírus Hemorragia por erisipela 
INFARTO 
Infarto antigo 
NECROSE PAPILAR PRIMÁRIA 
NECROSE PAPILAR SECUNDÁRIA 
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. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADENOMA RENAL 
• Proliferação epitelial do córtex 
• Benigna 
• Mais comum em suínos ao abate 
• Achado incidental 
 
CARCINOMA RENAL 
É maligna e não tão comum, ocorre em cães 
velhos. 
• Sapos: viral por herpes (tumor de Lucke) 
• Galinhas: vírus da eritroblastose aviária 
• Em pastores alemães é hereditário, leva 
a dermatofibrose e 
cistoadenoma/cistoadenocarcinomas 
renais 
 
Carcinoma renal em cão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É o que acontece quando minerais se depositam 
ao redor dos debris de proteínas. É encontrada 
no ureter, uretra, bexiga e pelve renal. O nome 
dado aos cálculos é urólito. 
Predispõe obstrução, necrose por pressão, 
ulceração da mucosa (uretrite hemorrágica), 
hidronefrose, ruptura de uretra e pielonefrite. 
• Pode ocorrer em ruminantes, cães, 
gatos e são menos comuns em suínos 
e equinos 
• Ocorre mais em machos, por terem a 
uretra mais comprida e com menor 
diâmetro 
• Em fêmeas a obstrução ocorre apenas 
por cálculos grandes na pelve ou na 
bexiga 
• É diferente dependendo do animal 
o Bovinos machos: a obstrução 
ocorre no arco isquiático e na 
flexura sigmoide 
o Carneiros e bodes: ocorre no 
processo uretral 
o Cães: ocorre na base do pênis 
 
Macro: 
• Encontra-se múltiplos ou um único 
cálculo, ou depósitos de mineiras na 
forma de pó 
o Pode ser sólidos, macios ou 
friáveis 
o Podem ser brancos (oxalato), 
acinzentados (estruvita), amarelos 
(urato, cistina e xantina) ou 
marrons (sílica, urato e xantina) 
É feita análise em laboratório para saber a 
composição e, portanto, sua origem. 
 
Fatores predisponentes: 
• Precursores em quantidade para 
precipitação 
• Dálmatas: eles possuem defeito na 
captação de ácido úrico que não 
TUMORES RENAIS 
Dermatofibrose e cistoadenocarcinoma – pastor alemão 
Linfoma - gato 
DOENÇAS DO TRATO URINÁRIO INFERIOR 
UROLITÍASE 
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conseguem transformar em alantoína 
levando ao acúmulo de ácido úrico 
(calculo). 
• Substancias metabolizadas de forma 
anormal (hereditário) levam a formação 
de cálculos de cistina ou xantina. 
• Dietas como sílica em pastagem e altas 
concentrações de magnésio em rações 
para gatos. 
 
MECANISMOS 
1. O pH ácido leva a cálculos de oxalato e o 
alcalino leva a cálculos de estruvita ou 
carbonato 
2. A diminuição da ingestão de água leva a 
supersaturação 
3. Infecção bacteriana (estruvita em cães) 
4. Obstrução 
5. Corpos estranhos 
6. Drogas (sulfonamidas) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É uma inflamação da bexiga, podendo ser aguda 
ou crônica. As cistites por infecções bacterianas 
são as mais comuns. Se encontra edema, 
hemorragia, fibrina, pus, necrose e ulceração. 
Pode ocorrer por: 
• Estagnação da urina, que pode acontecer 
devido a obstrução 
• Micção completa 
• Trauma uretral 
• Uremia: transformação da ureia em 
amônia que por ser cáustica causa lesão 
na mucosa 
• Glicosúria acentuada que leva a 
proliferação bacteriana 
 
 
 
Ela pode ser difusa, folicular ou polipoide. 
• Difusa: ocorre espessamento da bexiga. A 
submucosa fica difusa e acentuadamente 
infiltrada por células mononucleares 
 
Cistite crônica difusa – bexiga retraída, ela normal fica 
espessa, mas se esticar fica mais fina. Ela se apresenta 
bem distendida e mesmo assim está espessa 
 
• Folicular: se encontra nódulos 
disseminados compostos por proliferação 
linfoide e fibrose da lâmina própria 
 
 
 
CISTITE AGUDA 
CISTITE CRÔNICA 
PATOLOGIA II SISTEMA URINÁRIO MARIA EDUARDA MATTOS 
12 
 
• Polipoide: é secundária a irritação crônica. 
Ocorre inflamação e proliferação epitelial 
não neoplásica com metaplasia de células 
caliciformes. 
 
 
• Enfisematosa: é uma rara complicação de 
infecções do trato urinário, desenvolvida 
pela presença de bactérias produtoras de 
gás na bexiga. 
• 
 
 
 
 
 
 
 
Hematúria é hemorragia na bexiga. Ela pode ser 
causada por cistite e por tumores. 
Podem ocorrer por: 
• Pteridium aquilinum (samambaia) – os 
animais consomem e ela é rica em 
ptaquiloside, que desenvolve a cistite 
o Ptaquiloside (cistite hemorrágica 
experimental em cobaias) 
• Hemangioma: proliferação benigna de 
vasos 
• Neoplasias epiteliais ou mesenquimais: são 
menos comuns, mas podem se romper 
facilmente, levando a hemorragia 
 
 
 
 
 
 
• Carcinoma de células transicionais: em 
cães é o mais comum 
 
 
• Carcinoma de células escamosas é 
comumem equinos 
 
 
• Rabdomiossarcoma em cão – neoplasia 
de musculatura estriada esquelética (não 
é tão comum 
 
HEMATÚRIA ENZOÓTICA 
NEOPLASIAS DO TRATO URINÁRIO INFERIOR

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