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3Inteligência Artificial e Jurisdição-3

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INFORMÁTICA
PROCESSUAL
JURÍDICA
Inteligência Artificial e Jurisdição
Nome/Matrícula:
Caio Felipe de Azevedo Carvalho/2020101224
Darlan de Santana Timóteo/2020102122
Rita de Cássia Barbalho dos Santos Franco/2020100965
Thamires Moreira Mudo Silva/2020101172
Jean Henrique da Silva Souza/2019100427
Introdução
Este trabalho visa esclarecer a aplicação da inteligência artificial no Direito e o seu relacionamento com a jurisdição, a partir do tema “Jurisdição e Inteligência Artificial”.
Para tanto, é necessário que os conceitos de cada objeto da pesquisa estejam definidos e estruturados, para que seja possível avançar na compreensão e aprofundamento do assunto proposto. 
1. Jurisdição
Mais que dizer o Direito, tradução literal advinda do latim, a jurisdição é o poder inerente ao Estado para aplicação do Direito diante do conflito de interesses. Através das prerrogativas que acompanham a função para certificar a soberania estatal, a jurisdição se dá na figura do magistrado visando buscar a melhor resolução possível para o litígio, a satisfação das partes e a paz social. 
Cabe consignar o dispositivo trazido no Código de Processo Civil de 2015: “Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.” 
Com efeito, o juiz é o Estado na efetivação do direito justamente por um terceiro imparcial a partir de um caso concreto. Observando a imensa liberdade concedida à figura do magistrado, é evidente que a jurisdição do Poder Público se materializa no juiz.
Segundo Galeno Lacerda, a jurisdição “é a atividade pela qual o Estado, com eficácia vinculativa plena, soluciona a lide declarando ou realizando o direito em concreto. Trata-se, pois, de atividade pela qual o Estado-Juiz, em substituição às partes, e com desinteresse na lide (terzietà) decide a quem cabe o direito, declarando-o ou fazendo-o ser concretizado, possuindo poderes coercitivos para tanto”.
Torna-se importante perceber que a definição supracitada abarca algumas características que dão forma à jurisdição: substitutividade, exclusividade, imparcialidade, monopólio, dentre outras. 
2. Inteligência Artificial
Em primeiro plano, vislumbra-se a definição de inteligência artificial como “sistema computacional criado para simular racionalmente as tomadas de decisão dos seres humanos, tentando traduzir em algoritmos o funcionamento do cérebro humano”. Logo, a percepção de inteligência em uma máquina está intrinsicamente ligada a capacidade de reproduzir o comportamento humano durante a realização de atividades, de modo que não seja possível observar diferença entre humano e máquina a partir dos resultados. A inteligência artificial diz respeito a uma tecnologia destinada a compreender e copiar a ação multidisciplinar para tornar a influência humana prescindível. 
Em 1950, Alan Turing, conhecido como matemático, criptógrafo e ajudante dos aliados que venceram 2ª Guerra Mundial que desvendou o Enigma da inteligência nazista, criou a ideia de uma máquina que ‘pensa” e além dele outros estudiosos contribuíram para o avanço da Inteligência Artificial. 
Sob a ótica da jurisdição, deve ser inerente à máquina a capacidade fundamental de aglomerar a habilidade de compreensão de linguagem, o processamento do conhecimento a partir dos dados imputados e armazenados, através de uma progressão lógica automatizada das ideias que possibilite o aprendizado com os próprios erros, acertos e futuros ajustes advindos de suas conclusões. 
Para expandir o tópico de inteligência artificial, insta assimilar a discriminação entre o sentido forte (Strong AI) e sentido fraco (Weak AI). O primeiro lida com a busca pela reprodução da mente humana, ou seja, tem-se como alvo as habilidades inerentes ao modo de funcionamento do cérebro humano, tais como pensar, criar, processar, aprender autonomamente, planejar, se comunicar etc. O intuito não é só demonstrar inteligência, mas sim autoconsciência e uma real capacidade de raciocinar. Já o segundo, por sua vez, deixa a ambição de lado para desenvolver competências específicas de certas atividades, visando o auxílio, otimização ou complementação das ações humanas. 
Nesta senda, é possível perceber que não se objetiva uma autoconsciência, mas, na verdade, a simples realização de atividades através da leitura de algoritmos. A aplicação no campo do Direito se dá pelo segundo sentido dissertado, até mesmo por não existir inteligência artificial que absorva todas as circunstâncias e fatores presentes em uma decisão.
Como consequência do avanço da inteligência artificial, o Direito torna-se presente, tendo em vista que a sociedade pode utilizar para violar garantias constitucionais referentes à privacidade e a LGPD. Além disso, a IA possui presença nos procedimentos jurídicos, pois auxilia o Poder Judiciário.
Além disso, é possível perceber a presença de IA’s no nosso dia a dia como Alexa, Siri, Google Assistance, reconhecimento facial e entre outros algoritmos de redes sociais. Contudo, atualmente em decorrência do uso exacerbado da tecnologia pela sociedade tem contribuído para diversos pontos negativos sobre o uso da inteligência artificial, como questões éticas.
3. Inteligência Artificial no Judiciário
A Inteligência Artificial (IA) é uma tecnologia que vem revolucionando o acesso à Justiça, modificando a interpretação e a aplicação da jurisdição. Deste modo, a prestação jurisdicional tem se tornado mais ágil, eficiente, efetiva e acessível a todos. 
A sociedade vem cada vez mais evoluindo a fim de trazer praticidade para o dia a dia, com a área do direito não está sendo diferente. O que antes era feito, em sua maioria, manualmente, hoje, é quase tudo digital.
O Judiciário não fora estruturado, capacitado e organizado para enfrentar a realidade robusta da atividade legislativa, com o aumento no fluxo de ações no campo judicial, algo que não era esperado anos atrás. Porém, podemos observar que, o Direito tem acompanhado a evolução da inteligência artificial, com a utilização de novas tecnologias, auxiliando na resolução de conflitos, permitindo de forma rápida e eficiente, o processamento de um grande volume de informações. 
Como exemplo, podemos citar o algoritmo machine learning, onde os dados serão coletados pela máquina, que irá interpretá-los, transformando-os em novos dados. Assim, serão elaborados novos resultados intermediários, e com isso novos modelos e algoritmos serão desenvolvidos, sem que ocorra uma nova programação. Esta ferramenta pode identificar padrões de documentos no sistema, encontrando padrões de evidências importantes.
No direito, a IA é utilizada na análise dos processos, como também na previsão de sentenças e aconselhamento de decisões, baseando-se no estudo de dados e de casos semelhantes. 
De forma pioneira, em novembro de 2018, a 8ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), utilizou a ferramenta Radar, e em menos de um segundo, julgou 280 processos. A plataforma identificou e separou os recursos com pedidos idênticos. Este julgamento se tornou um grande salto em direção ao futuro. 
No Tribunal de Contas da União, há alguns “robôs” que são rotulados através de acrônimos devidos a sua respectiva função, como a ALICE (Análise de Licitações e Editais), SOFIA (Sistema de Orientação sobre Fatos e Indícios para o Auditor) e MONICA (Monitoramento Integrado para Controle de Aquisições).
Com o aumento do uso da I.A., o Conselho Nacional de Justiça projetou a Resolução nº 332, que data do ano de 2020 e visa a adoção de medidas reguladoras para um uso ético, controlado e seguro da Inteligência Artificial no âmbito do Poder Judiciário.
Há ainda a Portaria 271/2020, que prevê em seu art. 2º, caput, que a I.A. será utilizada nas atividades de “criar soluções para automação dos processos judiciais e administrativos e de rotinas de trabalho da atividade judiciária; apresentar análise da massa de dados existentesno âmbito do Poder Judiciário; e prover soluções de apoio à decisão dos magistrados ou à elaboração de minutas de atos judiciais em geral.
O que se espera, em um futuro não tão distante, é que Inteligências Artificiais possam interpretar, coletar e processar as informações necessárias de cada caso, para que possam buscar resolver conflitos sem ao menos chegar aos meios judiciais, além de melhorar no campo de acesso à Justiça, na automação de tarefas repetitivas, rotineiras e burocráticas, dando agilidade no trâmite processual e direcionando o trabalho humano para atividades com mais qualificação e na tomada de decisões mais complexas, onde se exige uma análise mais “artesanal”.
Contudo, é importante salientar que, de forma efetiva e completa, a I.A. não pode substituir a atuação humana na interpretação do direito. O emprego da I.A. na jurisdição, necessita de uma regulamentação específica, para com isso estabelecer regras claras e rigorosas na sua implementação.
Visto isso, a implementação da IA apresenta desafios e preocupações, sendo legais e éticas, com relação a privacidade dos dados, que são protegidos pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), como também na sua utilização, para promover preconceitos ou favorecer determinados grupos, considerando também que a I.A. possui uma estrutura programada por algoritmos feitos por humanos.
No futuro, sua evolução é inevitável, contudo, a IA é uma ferramenta, e como tal deve ser utilizada para auxiliar, colaborar no dia a dia no sistema judiciário. O progresso, provavelmente trará mais eficiência, permitindo que de forma ética, seja direcionada a melhor solução de um conflito, porém, jamais poderá substituir o papel dos advogados e juízes. 
No momento, não há o que se falar sobre utilizar as I. A. no magistrado, como forma a tomar decisões e ter uma certa autonomia para dar sentenças e analisar processos. Cada processo tem sua peculiaridade, alguns a ser tratado de modo cuidadoso e detalhado, principalmente quando envolve questões humanistas, culturais e complexas. Há atualmente a desconfiança e insegurança quando a falta de “humanidade” que possa ocorrer com essa mudança, por mais hábil que ela seja e, principalmente, no que tange a agilidade na execução de atividades.
4. Exemplos de I.A. aplicadas ao Direito:
· BipBop
A BipBop desenvolve soluções de webcrawling, um processo que captura e processa informações encontradas na internet.
Seguindo o mesmo caminho de facilitar o acesso à informação, o Jusbrasil é uma das plataformas que se utiliza dessa ferramenta para tornar prática a vida dos advogados, estudantes e profissionais do Direito.
· Digesto
A plataforma do Digesto consulta dados jurídicos de todo o Brasil e cria uma base de dados centralizada. 
Como a própria empresa define, é o mapeamento do “genoma legal brasileiro”.
Com a I.A., produz dados uniformes, possibilitando uma busca mais precisa e o levantamento rápido de informações.
· Enlighten
A empresa desenvolveu uma solução que sugere a chance de sucesso de uma ação em determinada corte.
Além disso, presta o serviço de implantação de projetos de inteligência artificial em departamentos jurídicos de empresas.
· Legal Labs
O Legal Labs é uma plataforma desenvolvida para pesquisar jurisprudência com o auxílio da I.A.
A solução consiste em reduzir o tempo de busca pelas informações e aumente a qualidade das peças processuais.
Ela pode ser usada por escritórios de advocacia, jornalistas, Poder Judiciário e Órgãos Públicos diversos.
· LegAut
A LegAut desenvolveu um algoritmo que analisa documentos com Inteligência Artificial, de forma automatizada e inteligente.
Assim, o BackOffice fica menos repetitivo e mais eficiente, sem prejuízos para a qualidade da análise dos dados.
Conclusão
Embora pareça promissora, se tratando da sua utilização no julgamento de processos, a I.A. não deverá ser aplicada para atuar de forma autônoma, isto significa dizer que não se deve retirar a responsabilidade do magistrado no julgamento de litígios, uma vez que poderá violar princípios como o da ampla defesa e do contraditório.
Entretanto, ante as deficiências presente nos tribunais brasileiros, a Inteligência Artificial deve ser vista como uma fomentadora de melhorias, possibilitando as pessoas realizarem suas tarefas com mais facilidade. Por conseguinte, fica evidente que a infraestrutura tecnológica é extremamente relevante para conferir maior celeridade no processo de tomada de decisões, uma vez que a sociedade se encontra em uma forte cultura de demandar ao judiciário, fomentando litígios e alimentando cada vez mais a máquina judiciária com mais processos diariamente e, diante disso, são necessários novos recursos como o Radar, por exemplo. 
Referências
· CARNEIRO, Athos Gusmão. Jurisdição e Competência. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2001.
· SALLES, Bruno Makowiecky. Jurisdição e Inteligência Artificial. Revista jurídica nº 0. Escola do Poder Judiciário do Acre. 2001.
· FERNANDES, Flávia. O que é Inteligência Artificial? Veja como surgiu, exemplos e polêmicas, 2023. Disponível em: <https://www.techtudo.com.br/guia/2023/03/o-que-e-inteligencia-artificial-veja-como-surgiu-exemplos-e-polemicas-edsoftwares.ghtml>.
· EQUIPE TOTVS. Inteligência Artificial: o guia completo sobre IA!, 2023. Disponível em: <https://www.totvs.com/blog/inovacoes/o-que-e-inteligencia-artificial/>.
· TJMG utilizada inteligência artificial em julgamento virtual, 2018. Disponível em: <TJMG utiliza inteligência artificial em julgamento virtual | Portal TJMG>.
· VARGAS, Daniel Vianna; SALOMÃO, Luis Felipe. Inteligência artificial no Judiciário. Riscos de um positivismo tecnológico, 2022. Disponível em: <Inteligência artificial no Judiciário. Riscos de um positivismo tecnológico| Editora JC>.
· JUSBRASIL. Jusbrasil comemora aniversário, aquisição da BIPBOP e lançamento do Doutrina, 2021. Disponível em: <Jusbrasil comemora aniversário, aquisição da BIPBOP e lançamento do Doutrina | Jusbrasil>.
· Inteligência Artificial no Direito: O que é e Principais Impactos, 2019. Disponível em: <Inteligência Artificial no Direito: O que é e Principais Impactos - FIA>.
· CARNEIRO, Luísa Eduarda Flores. Artigo Científico: Inteligência Artificial e decisão judicial: um estudo de caso sobre o uso do sistema inteligente radar do TJMG, 2021. Disponível em: <Inteligência artificial e decisão judicial.pdf (animaeducacao.com.br)>.

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