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Cinemática dos Sólidos Cinemática Escalar da Rotação em Torno de Eixo Fixo Prof. Dr. Fábio Sevegnani Prof. Me. Umberto Ollitta Junior Grandezas e equações cinemáticas escalares do sólido girante - θ, ω e α são grandezas do sólido girante e consequentemente, todos os pontos compartilham estas grandezas. - Porém, cada ponto possui sua posição S, sua velocidade v e sua aceleração a, que variam em função do raio. - Analogamente à cinemática linear temos: - S = posição linear → θ = coordenada angular (rad) - v = velocidade linear → ω = velocidade angular (rad/s) - at = aceleração tangencial → α = aceleração angular (rad/s2) Equações Equações cinemáticas para o Movimento Uniforme (MU) Movimento Uniforme Linear Movimento Uniforme Angular S = S0 + v.t θ = θ0 + ω.t v = constante ω = constante a = 0 α = 0 Equações Equações cinemáticas para o Movimento Uniformemente Variado (MUV) Movimento Uniformemente Variado Linear Movimento Uniformemente Variado Angular S = S0 + v0.t + ½. a.t 2 θ = θ0 + ω0.t + ½. α.t 2 v = v0 + a.t ω = ω0 +α.t a = constante α = constante v2 = v0 2 + 2.a.ΔS Equação de Torricelli ω2 = ω0 2 + 2.α.Δθ Equação de Torricelli Equações Equações que determinam as grandezas do ponto girante: S = θ . R Onde: S = posição linear do ponto (m) θ = coordenada angular do sólido (rad) v = ω . R Onde: v = velocidade linear do ponto (m/s) ω = velocidade angular do sólido (rad/s) Equações Equações que determinam as grandezas do ponto girante: at = α . R Onde: at = aceleração tangencial do ponto (m/s 2) α = aceleração angular do sólido (rad/s2) Equações Equações que determinam as grandezas do ponto girante A aceleração total de um ponto é a soma vetorial da parcela tangencial e da parcela normal ou centrípeta. A soma algébrica deve ser feita pela regra do paralelogramo. Onde: anP = ω 2 . R Só existirá a parcela de aceleração tangencial quando o sólido estiver acelerando ou freando. A parcela de aceleração normal ou centrípeta existirá sempre que o sólido estiver em movimento. R atP anP aP P 2 2 2 P tP nPa a a= + 2 2 P tP nPa a a= + Equações Quando dois corpos giram de forma sincronizada, ou seja, sem escorregamento, os pontos de contato possuem a mesma velocidade. Exemplo: Engrenagens girando sincronizadas. vPA = vPB = vPC Sabendo que a velocidade de um ponto girante é dada por: v = ω . R ωA.RA = ωB.RB = ωC.RC Conclusão: Os corpos girantes de raios menores devem girar proporcionalmente mais rápido para acompanhar os de maior raio. Equações Relação entre ϴ e n ϴ = 2.π.n Onde: n = número de voltas Relação entre ω e f ω = 2.π.f Onde: f = número de voltas por tempo (cuidar com a unidade de tempo) Exemplo de aplicação 1) – rotação em torno de eixo fixo escalar O rotor do motor elétrico ilustrado tem frequência de 1.800 rpm no instante em que é desligado. O rotor para após 70 segundos. Uma pedra de esmeril de raio R = 25 cm gira acoplada ao rotor. Sabendo que o movimento é uniformemente retardado, pedem- se: a) a aceleração angular do rotor; b) o número de voltas desenvolvidas até a parada do rotor; c) a velocidade de um ponto periférico da pedra de esmeril 20 segundos após o motor ser desligado. Exemplo de aplicação 1) Interpretando o enunciado, obtemos as seguintes informações: “O rotor de um motor elétrico tem frequência de 1.800 rpm no instante em que é desligado....”. Logo: f0 = 1800rpm; “O rotor para após 70 segundos .... Sabendo que o movimento é uniformemente retardado....”. Logo, o rotor está freando em movimento uniformemente variado (M.U.V.) e ω = 0 após 70 segundos (parada). A frequência de rotação inicial de 1.800 rpm nos leva ao cálculo da velocidade angular inicial: Exemplo de aplicação 1) Construindo o esboço de um gráfico de modo a facilitar o entendimento, temos: Exemplo de aplicação 1) Desenvolvimento: a) α=? Dispomos de três equações para o MUV, que são: (1ª) (2ª) (3ª) O número de voltas (n→ Δθ) é incógnita e não será obtida neste primeiro equacionamento. Assim, para o cálculo de α só nos resta a segunda equação. Resposta a) Exemplo de aplicação 1) Desenvolvimento: b) n=? O número de voltas não é obtido diretamente em uma equação cinemática. A incógnita passa a ser a variação de coordenada angular (Δθ). Substituindo os valores na 3ª eq. (Eq. de Torricelli) temos: Partindo da variação de coordenada angular calculamos então o número de voltas. Resposta b) Exemplo de aplicação 1) Desenvolvimento: c) vP=? para t = 20s Calculamos a velocidade angular do rotor para o instante 20 segundos. Calculamos então a velocidade do ponto P no instante 20 segundos. Resposta c) Exemplo de aplicação 2) – rotação em torno de eixo fixo escalar Um ventilador, parte do repouso e acelera uniformemente atingindo frequência de rotação de 900 rpm em 200 voltas. Desse instante em diante, a frequência permanece constante, de 900 rpm. Sabendo que R = 20 cm, calcular: a) A aceleração angular (α). b) O tempo necessário para que o ventilador atinja a velocidade de regime. c) A velocidade do ponto A, 10 segundos após o início do movimento. d) A aceleração do ponto A, 10 segundos após o início do movimento. e) O tempo necessário para que 400 voltas sejam dadas. R A Exemplo de aplicação 2) Interpretando o enunciado do exercício, obtemos as seguintes informações: “Um ventilador, ..., parte do repouso...”. Logo: ; “... e acelera uniformemente...”. Logo, o trecho de aceleração ocorre em MUV. “... atingindo frequência de rotação de 900 rpm em 200 voltas. Desse instante em diante, a frequência permanece constante de 900 rpm, ou seja, o ventilador entra em regime.” Logo: f = 900 rpm e n = 200 voltas. 0 0f 0 e ω 0= = Exemplo de aplicação 2) Antes de iniciarmos os cálculos do exercício, lembramos que a frequência de rotação e o número de voltas não entram diretamente nos cálculos. Devemos, portanto, calcular a velocidade angular (ω) a partir da frequência (f), e a variação de coordenada angular (ϴ), a partir do número de voltas (n). Assim: Δθ n.2. Δθ 200.2. 1.256 rad= = = 2. .f 2. .900 rad ω ω ω 94,2 60 60 s = = = Exemplo de aplicação 2) Desenvolvendo um esboço de um gráfico para facilitar o entendimento do exercício, temos: M .U .V . M.U. f (rpm) 900 t (s)t200 0 (rad/s)ω 94,2 Exemplo de aplicação 2) Desenvolvimento: a) α=? Dispomos de três equações para o MUV, que são: (1ª) (2ª) (3ª) Não é dada nenhuma informação de tempo no enunciado do exercício. Dessa forma, para o cálculo da aceleração angular (α) só nos resta a terceira equação (Equação de Torricelli). Substituindo os valores e calculando, temos: Resposta a) 2 2 0 2 2 ω ω 2. .Δθ rad 94,2 0 2. .1256 3,53 s = + = + = Exemplo de aplicação 2) Desenvolvimento: b) t 200 voltas = ? Veja que a pergunta do item b é: “o tempo necessário para que o ventilador atinja a velocidade de regime”. Observamos no gráfico que a velocidade de regime é atingida ao final da volta número 200. Dessa forma, nossa incógnita passa a ser esta: (t 200 voltas). Calculada a aceleração, podemos utilizar as outras equações para o cálculo do tempo. Assim: Resposta b)0 200voltas 200voltas ω ω .t 94,2 0 3,53.t t 26,68s = + = + = Exemplo de aplicação 2) Desenvolvimento: c) vA (t=10s) = ? Primeiramente devemos calcular velocidade angular para t = 10 s. Assim: Então calculamos a velocidade do ponto A, antes transformando o raio para metros (R = 0,2 m): Resposta c) 10 0 10 10 10 ω ω .t rad ω 0 3,53.10 ω 35,3 s = + = + = A(10) 10 A A(10) A(10) m v ω .R v 35,3 . 0,2 v 7,06 s = = = Exemplo de aplicação 2) Desenvolvimento: d) aA (t=10s) = ? Calculamos a aceleração tangencial do ponto A (atA) e a aceleração normal do ponto A(anA) separadamente. Assim: Substituindo na equação a seguir, temos: Resposta d) tA A tA 2 2 2 nA 10 A 2 m a .R a 3,53.0,2 0,706 s m a ω .R 35,3 .0,2 249,22 s = = = = = = 2 2 2 2 2 A tA nA A A 2 m a a a a (0,706) (249,22) a 249,22 s = + = + = Exemplo de aplicação 2) Desenvolvimento: e) t400voltas = ? Devemos observar que, do total de 400 voltas, 200 serão realizadas em MUV, e as 200 restantes serão desenvolvidas em MU, conforme podemos verificar no gráfico. M .U .V . M.U. t (s)t200 0 (rad/s)ω 94,2 t400 Exemplo de aplicação 2) Desenvolvimento: Sabemos portanto que o tempo necessário para completar as 200 primeiras voltas foi de 26,68s. Devemos agora calcular o tempo necessário para as 200 voltas restantes que serão realizadas em MU Assim: Então: 0θ θ ω.t Δθ ω.t 1256 94,2.t t 13,33s = + = = = 400voltas 200voltas(MUV) 200voltas(MU) 400voltas 400voltas t t t t 26,68 13,33 t 40,01s = + = + = Resposta e) Exemplo de aplicação 3) – rotação em torno de eixo fixo escalar O mecanismo de três engrenagens é utilizado para transmissão de movimento. A engrenagem A é acionada por um motor elétrico que gira com frequência de rotação de 250 rpm constantes no sentido horário. Sabendo que RA = 0,24 m, RB = 0,16 m e RC = 0,32 m, calcular: a) A velocidade angular de cada uma das engrenagens. b) A aceleração angular de cada uma das engrenagens. c) A velocidade de um ponto periférico da engrenagem C. d) A aceleração de um ponto periférico da engrenagem B. e) O número de voltas realizadas por cada uma das engrenagens num intervalo de 5 segundos. Exemplo de aplicação 3) Este exercício se baseia no conceito de corpos que giram de forma sincronizada. O sincronismo de giro das engrenagens A, B e C se dá pelo engrenar entre uma e outra. A engrenagem A é a engrenagem motora do sistema, pois está acoplada ao motor elétrico e está engrenada em B, transmitindo o movimento de rotação. A engrenagem B, por sua vez, está engrenada em C. Além disso, o sincronismo de giro entre as três engrenagens é garantido pelo engrenamento perfeito entre elas que não permite escorregamento entre os corpos girantes. Assim, o conceito cinemático fundamental do exercício é de que como não há escorregamento entre os corpos girantes, as velocidades dos pontos de contato de uma engrenagem com a outra são iguais. Então as velocidades dos pontos periféricos de cada uma das engrenagens são iguais: A B CP P P v v v= = Exemplo de aplicação 3) Observe que os sentidos de rotação são inversos de uma engrenagem para a outra. A engrenagem A gira no sentido horário, a engrenagem B no anti-horário e a engrenagem C no horário. Essa é uma característica cinemática de corpos que giram sincronizados, por contato direto. Sempre ocorrerá a inversão de sentido de rotação entre um e outro, em razão do ponto de contato. Exemplo de aplicação 3) a) Partindo do conceito fundamental já explicado e sabendo que a velocidade de um ponto periférico é dada por: Calculando ωA : Substituindo os valores: P sólido Pv ω .R= A B CP P P A A B B C C v v v ω .R ω .R ω .R = = = = A A A 2. .f 2. .250 rad ω ω 26,17 60 60 s = = = B C26,17.0,24 ω .0,16 ω .0,32= = B C rad rad ω 39,25 ω 19,63 s s = = Resposta a) Resposta a) A B Cω ?;ω ?;ω ?= = = Exemplo de aplicação 3) b) Se Então: Todo o conjunto está em movimento uniforme Resposta b) A B C?; ?; ? = = = A B Cω cte ω cte ω cte= = = A B Czero zero zero = = = Exemplo de aplicação 3) c) d) Como a aceleração angular da engrenagem C é nula, a parcela de aceleração tangencial (atPC ) também é nula. Então: Resposta c) CP v ?= C C CP C C P P m v ω .R v 19,63 . 0,32 v 6,28 s = = = CP a ?= C C 2 2 P tPa a= C C 2 2 nP Pa a+ C 2 nPa= C 2 Pa C 2 nPa= C C 2 C C 2 P P 2 ω .R m a 19,63 . 0,32 a 123,31 s = = = Resposta d) Exemplo de aplicação 3) e) Lembrando que partindo da velocidade periférica do ponto (vP) e integrando chegamos à posição (S), temos: Integrando, temos: Como S = θ . R, temos: Resposta e) A B Cn ?;n ?;n ?= = = A B CP P P v v v= = A B CP P P S S S= = A A B B C CΔθ .R Δθ .R Δθ .R= = A A B B C Cn .2. .R n .2. .R n .2. .R = = A n .2. A B.R n .2.= B C.R n .2.= C.R A A B B C Cn .R n .R n .R= = B C20,84.0,24 n .0,16 n .0,32= = B Cn 31,26voltas n 15,63voltas= =
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