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CURSO DE MEDICINA - AFYA NOTA FINAL Aluno: Componente Curricular: Teste de Progresso Institucional 2022.2 Professor (es): Período: 202202 Turma: Data: TESTE DE PROGRESSO INSTITUCIONAL_2022.2_MEDICINA RELATÓRIO DE DEVOLUTIVA DE PROVA PROVA 05308 - CADERNO 005 1ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Pediatria Subárea: Doenças Relacionadas a Vírus Tema: Rotavírus O quadro clínico é de uma diarreia aguda viral, devido à história e às características das fezes, com associação de vômitos. O rotavírus é uma das mais importantes causas de diarreia em menores de 5 anos, sendo o diagnóstico confirmado pela pesquisa de rotavírus nas fezes. REFERÊNCIA: BMJ. Best Practice. https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/794 2ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 1 de 98 Resposta comentada: Área: Clínica Médica Subárea: Cardiologia Tema: Valvopatias Os pacientes com IM deverão ter definida a etiologia da valvopatia, uma vez que o seguimento clínico e a programação terapêutica (momento e tipo de intervenção), quando indicada, poderão ser diferentes conforme a causa da IM. Apesar dos avanços nos métodos diagnósticos, o ecocardiograma transtorácico ainda é o primeiro e principal exame indicado para diagnóstico, quantificação anatômica e para a avaliação etiológica de pacientes com IM. REFERÊNCIAS: Tarasoutchi F, Montera MW, Ramos AIO, Sampaio RO, Rosa VEE, Accorsi TAD, Lopes ASSA, Fernandes JRC, Pires LJT, Spina GS, Vieira MLC, Lavitola PL, Bignoto TC, Togna DJD, Mesquita ET, Esteves WAM, Atik FA, Colafranceschi AS, Moisés VA, Kiyose AT, Pomerantzeff PMA, Lemos Neto PA, Brito Júnior FS, Weksler C, Brandão CMA, Poffo R, Simões R, Rassi S, Leães PE, Rocha RM, Pena JLB, Jatene FB, Barbosa MM, Souza Neto JD, Saraiva JFK. Atualização das Diretrizes Brasileiras de Valvopatias: Abordagem das Lesões Anatomicamente Importantes. Arq Bras Cardiol. 2017;109(6 suppl 2):1-34. Portuguese. doi: 10.5935/abc.20180007. Erratum in: Arq Bras Cardiol. 2018 May;110(5):497. PMID: 29513780. 3ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 2 de 98 Resposta comentada: Área: Ciências Básicas Subárea: Patologia Tema: Lesão e Morte Celular O glúten possui ação indireta sobre os enterócitos, e a lesão destes é reversível. Na situação I os enterócitos apresentam maior capacidade de absorção de nutrientes. A doença resulta na destruição das vilosidades e das microvilosidades, o que é representado na situação II. REFERÊNCIAS: GUYTON, A. C. Tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. JUNQUEIRA, L. C. e CARNEIRO, J. Histologia básica – Texto e Atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 4ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 3 de 98 Resposta comentada: Área: Clínica Cirúrgica Subárea: Cirurgia Torácica Tema: Nódulo de pulmão Trata-se de paciente com nódulo completamente calcificado, que, por este motivo, pode ser considerado benigno e sem necessidade de prosseguir a propedêutica, já que alguns autores recomendam a realização de radiografia simples anual. Nenhuma das outras condutas indicadas é necessária, considerando que o diagnóstico de benignidade já está feito. REFERÊNCIA: Cirurgia Torácica Contemporânea/José J. Camargo & Darcy Ribeiro Pinto Filho – 1. Ed. – Rio de Janeiro – RJ: Thieme Revinter Publicações, 2019. 5ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Pediatria Subárea: Aparelho Digestório Tema: Constipação A conduta na constipação envolvem: Medidas educativas envolvem: orientar dieta com maior ingesta de fibras e água, respeitar o desejo de evacuar, não postergar e estabelecer horários para evacuar após refeições. A desimpactação pode ser feita, com igual eficácia, com polietilenoglicol (PEG) via oral, de preferência sem eletrólitos, ou com enemas por 3 a 6 dias. Os anticolinérgicos, nas situações em que há disfunção vesical associada, devem ser prescritos com critério, pois podem agravar a constipação intestinal e as evidências são inconclusivas sobre o uso de probióticos. REFERÊNCIA: Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria, 5ª edição, Barueri, SP: Manole,2022. 6ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Pediatria Subárea: Hemolinfopoiético Tema: Leucemia Linfoblástica Aguda 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 4 de 98 As células malignas na condição deste paciente também frequentemente contêm grânulos positivos de ácido periódico-Schiff. A leucemia linfoblástica aguda (LLA) é a doença maligna mais frequente em crianças e tem um pico de incidência entre as idades de 2-5 anos. Manifesta-se com dor óssea, fadiga, febre, hepatoesplenomegalia (em aprox. 60% dos casos) e linfadenopatia. Características de insuficiência da medula óssea (por exemplo, anemia, trombocitopenia) também são frequentemente observadas. A contagem de leucócitos pode estar elevada, normal ou baixa em pacientes com LLA e não é um marcador diagnóstico confiável. A maioria das formas de LLA surge de precursores de células B e, portanto, mostra um imunofenótipo CD19+ e CD10+, bem como células que são positivas para desoxinucleotidil transferase terminal (TdT) em uma biópsia de medula óssea. DISTRATORES: As reações leucemoides são caracterizadas por leucocitose profunda, mas o exame do aspirado de medula óssea normalmente mostra um aumento proporcional em todos os elementos da linhagem mieloide (células CD13+, CD33+) em oposição à predominância de células B imaturas (CD19+, CD10+) observadas na medula óssea do paciente. Trombocitopenia e diátese hemorrágica podem ocorrer como uma complicação do distúrbio subjacente (por exemplo, sepse e coagulação intravascular disseminada devido a infecção), mas não são causadas principalmente por uma reação leucemoide. O linfoma de Hodgkin pode se manifestar com sintomas constitucionais (por exemplo, fadiga, febre), linfadenopatia, hepatoesplenomegalia e leucocitose. Trombocitopenia (devido à esplenomegalia) e anemia da doença crônica também podem ser observadas, mas a infiltração da medula óssea e a dor óssea não são típicas. Além disso, essa condição tem distribuição bimodal, com pico de incidência no início da idade adulta e 60 anos de idade; é extremamente raro em pacientes < 5 anos de idade. Finalmente, as células malignas no linfoma de Hodgkin (células de Reed-Sternberg) seriam CD15+ e CD30+. A leucemia de células pilosas pode resultar em esplenomegalia e características de insuficiência da medula óssea (por exemplo, anemia, trombocitopenia), mas a leucemia de células pilosas tem um curso crônico, é mais comum em adultos de meia-idade e a linfadenopatia é um achado raro na leucemia de células pilosas. Além disso, essa condição geralmente se manifesta com leucopenia em vez de leucocitose e geralmente resulta em uma punção seca da medula óssea. Embora as células blásticas CD19+ possam ser vistas (uma vez que as células blásticas na leucemia de células pilosas são da linhagem de células B), os marcadores CD10 e TdT não seriam esperados. Em vez disso, as células seriam positivas para fosfatase ácida resistente ao tartarato e teriam marcadores de células B mais maduras (isto é, CD20 e CD25), bem como certos marcadores especiais (por exemplo, CD11c, CD103, CD153). A leucemia mieloide aguda (LMA) pode se manifestar com leucocitose, características de insuficiência da medula óssea (por exemplo, anemia, trombocitopenia) e, ocasionalmente, hepatoesplenomegalia (em aproximadamente 10% dos casos). No entanto, a LMA geralmente ocorre em adultos e a linfadenopatia geralmente está 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 5 de 98 ausente. Além disso, uma biópsia de medula óssea mostraria células blásticas que são positivas para mieloperoxidase e têm marcadores de superfície de linhagem mieloide (por exemplo, CD13, CD33, CD34, CD117), em vez de células que são TdT+, CD10+ e CD19+. REFERÊNCIA: PEDIATRIA, Sociedade Brasileira D. Tratado de Pediatria, Volume 2. [Pags. 1540-1541]: Editora Manole, 2017.E-book. 9788520455876. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520455876/. Acesso em: 16 ago 2022. 7ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Ciências Básicas Subárea: Farmacologia Tema: Antidepressivos Mirtazapina está relacionada com aumento do apetite e ganho de peso. Bupropiona com diminuição do limiar convulsivante. Imipramina com efeitos antimuscarínicos indesejados no idoso. Venlafaxina e imipramina com aumento da pressão arterial. A escolha antidepressiva mais segura para o paciente com as características clínicas descritas é o Escitalopram (ISRS). REFERÊNCIA: BRUTON, L L.; HILAL-DANDAN, R. As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman e Gilman. Grupo A, 2018. 9788580556155. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580556155/. Pág. 331. Acesso em: 15 ago. 2022. 8ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 6 de 98 Resposta comentada: Área: Clínica Médica Subárea: Bioética Tema: Cuidados Paliativos Um paciente, para se tornar elegível para cuidados paliativos, deve ter uma expectativa de vida estimada de < 6 meses e decidir renunciar a terapias que tenham a intenção de prolongar a vida. A expectativa de vida pode ser avaliada com a ajuda de diretrizes que medem o declínio do estado clínico, dependência de assistência, comorbidades e certos critérios específicos da doença (por exemplo, metástases em pacientes com câncer). Os pacientes podem ser dispensados dos programas de cuidados paliativos se sua expectativa de vida estimada aumentar devido a uma melhora de sua condição médica. Distratores: A dor pode afetar o estado funcional de um paciente, a qualidade de vida e o nível de sofrimento, os quais podem influenciar a decisão de buscar cuidados paliativos. No entanto, a dor não é um fator que afeta diretamente a elegibilidade para cuidados paliativos. influenciar a decisão de buscar cuidados paliativos, mas não é um fator que afete a elegibilidade para cuidados paliativos. Este paciente é plenamente capaz de expressar seus desejos e parece ter capacidade de decisão neste momento. Se forem elegíveis, os pacientes que não têm capacidade de decisão também podem ser inscritos em cuidados paliativos por seu procurador legal de tomada de decisão. Os cuidados paliativos podem ser prestados em um ambiente domiciliar privado, e a disponibilidade de cuidadores familiares pode influenciar a decisão de buscar cuidados paliativos. No entanto, este fator não afeta a elegibilidade para cuidados paliativos. O testamento vital é um documento legal no qual os indivíduos descrevem seus desejos em relação aos seus cuidados (por exemplo, manter, reter ou retirar o tratamento de suporte à vida) caso se tornem incapacitados. Um paciente não é obrigado a ter um testamento vital para ser elegível para cuidados paliativos. A capacidade de tomada de decisão de um paciente pode influenciar a decisão de buscar cuidados paliativos, mas não é um fator que afete a elegibilidade para cuidados paliativos. Este paciente é plenamente capaz de expressar seus desejos e parece ter capacidade de decisão neste momento. Se forem elegíveis, os pacientes que não têm capacidade de decisão também podem ser inscritos em cuidados paliativos por seu procurador legal de tomada de decisão. REFERÊNCIA: Manual de Cuidados Paliativos / Coord. Maria Perez Soares D’Alessandro, Carina Tischler Pires, Daniel Neves Forte ... [et al.]. – São Paulo: Hospital Sírio- Libanês; Ministério da Saúde; 2020. 175p. 9ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 7 de 98 Resposta comentada: Área: Ginecologia e Obstetrícia Subárea: Obstetrícia Tema: Descolamento Prematuro de Placenta A paciente apresenta um sangramento de terceiro trimestre da gravidez de grande intensidade, associado há aumento de tônus uterino importante, e há o fator de risco aumento de pressão arterial para fechar o diagnóstico de Descolamento Prematuro da Placenta. Na rotura de membranas amnióticas, é mais frequente líquido amniótico claro, transparente, sem presença de sangue. A placenta prévia total poderia provocar sangramento intenso, porém sem o aumento de tônus, e provavelmente a paciente não estaria em um pré-natal de risco habitual. REFERÊNCIAS: CORRÊA, Mário Dias et al. Noções práticas de obstetrícia. 14. ed. Belo Horizonte: Coopmed, 2011. xi, 1044 p. CUNNINGHAM, F.Gary et al.Obstetrícia de Williams. 24.ed. Porto Alegre:AMGH Ed.,2016. 1358 p. HOFFMAN,Barbara L.(Orgs.) et al.Ginecologia de Williams.2.ed.Porto Alegre: AMGH, 2014.1402 p. 10ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 8 de 98 Resposta comentada: Área: Clínica Médica Subárea: Pneumologia Tema: Pneumonias Hospitalares Cirurgias de emergência, particularmente o trauma, têm risco de aspiração significativamente mais elevado quando comparadas a cirurgias eletivas (em adultos, 1:800). Os padrões tomográficos não são necessariamente específicos para cada agente infeccioso. Além disso, um organismo pode causar diferentes padrões. No entanto, a broncopneumonia apresenta como principais etiologias bacterianas (S. aureus, H. influenzae, E. coli, P. aeruginosa, anaeróbios). Pode estar associada à aspiração de secreção de traqueia colonizada. Tem como características: progressão mais lenta, microrganismos mais virulentos, causando maior dano tecidual se comparado à pneumonia lobar. O processo infeccioso se inicia na mucosa das pequenas vias aéreas, evolui com formação de exsudato fibrinopurulento peribronquiolar com extensão aos alvéolos adjacentes, podendo formar abscessos e pneumatoceles. Pode resultar em maior destruição tecidual e menor proporção de edema quando comparado à pneumonia lobar. Achados mais comuns: espessamento das paredes brônquicas, micronódulos centrolobulares e imagens em “árvore em brotamento”, associados a opacidades nodulares centrolobulares e peribronquiolares mal definidas, que podem confluir em focos de consolidação multifocais, multilobares ou difusos. A imagem apresenta broncopneumonia. A: opacidades em “vidro fosco” e centrolobulares por vezes confluentes (setas brancas). B: acometimento peribronquiolar (pontas de setas brancas) e áreas confluentes de consolidação. REFERÊNCIA: ZATTAR, Luciana; VIANA, Públio Cesar Cavalcante; CERRI, Giovanni Guido. Radiologia diagnóstica prática. 2ª ed. Barueri: Manole, 2022, pp. 166-169 11ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 9 de 98 Resposta comentada: Área: Clínica Cirúrgica Subárea: Ortopedia e Neurocirurgia Tema: Hérnia discal Um diagnóstico presumido de síndrome da cauda equina (SCE) necessita de urgente encaminhamento ao hospital. A SCE consiste em anestesia em sela (perineal), disfunção esfincteriana, retenção urinária e fraqueza nas pernas. É necessária a descompressão de emergência do canal vertebral em até 48 horas depois do início dos sintomas. Um deficit doloroso da raiz nervosa (deficit motor com dor no mesmo dermátomo) na presença de compressão discal identificável é passível de cirurgia. Ele deve ser diferenciado de um deficit de nervo indolor (por exemplo, pé caído indolor) e de uma lesão nos nervos periféricos. REFERÊNCIA: BMJ Best Practice. Lombalgia discogênica. Última atualização em 03 de fevereiro de 2022. 12ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 10 de 98 Resposta comentada: Área: Saúde Coletiva Subárea: Saúde do Trabalhador Tema: CAT O primeiro elemento importante é correlacionar o quadro clínico com o trabalho, buscando averiguar se há ou não provável "nexo causal", ou seja, o quadro clínico é provocado pela atividade laboral. Para isso, o tempo é fundamental. No caso acima, após começar a trabalhar, o paciente apresentou dermatite de contato de mãos e pés. Então, o tempo é compatível com este nexo causal. Em segundo lugar, deve ser analisado se o quadro clínico pode ser causado por algum fator desencadeante relacionado à função laboral. Neste caso, também temos a correlaçãoentre a dermatite de contato e os irritantes da construção civil, principalmente o cimento, acometendo justamente as mãos e os pés. Um dado importante aqui é não entrar no julgamento de "culpa" ou "mérito" pelo problema, como por exemplo: não vou fazer a CAT, pois a culpa é do paciente que não usa EPIs corretamente; ou "vou faz a CAT, pois a culpa é da empresa que expõe seus funcionários a riscos". É um julgamento de nexo causal, nada mais, nada menos. Se há nexo causal provável (não precisa haver certeza absoluta), e se o médico não fizer essa identificação, estará cometendo um erro médico. A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) deve ser feita sempre que for constatado o surgimento de condições de saúde relacionadas ao trabalho, sejam acidentes como traumas, seja a dermatite de contato. Deve ser também fornecido, além da CAT, um Laudo Médico ao paciente, detalhando os diagnósticos. Este procedimento é um grande mecanismo de proteção à sociedade, sejam empresários, sejam trabalhadores. Sem este mecanismo, seria possível que as empresas demitissem um empregado sempre que o seu trabalho provocasse doença. Isso geraria uma competição desleal entre as empresas, pois os empresários que explorassem mais agressivamente seus trabalhadores iriam lucrar mais que os outros. REFERÊNCIA: Referência: Dantas Filho FF, D´Ávila KG. ATENDIMENTO AO TRABALHADOR NA ATENÇÃO PRIMÁRIA. IN: Duncan BB, Schmidt MI, Giugliani ERJ et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. (5th edição). [Digite o Local da Editora]: Grupo A; 2022. 13ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 11 de 98 Resposta comentada: Área: Clínica Médica Subárea: Endocrinologia Tema: Doença de Addison A Doença de Addison ocorre por lesão do córtex adrenal, causando uma deficiência de aldosterona e cortisol, induzindo o aumento do ACTH. A deficiência de aldosterona leva à perda renal de sódio e ao acúmulo de potássio no organismo. REFERÊNCIA: KASPER, Dennis L.. Medicina interna de Harrison. 19 ed. Porto Alegre: AMGH Editora, 2017. 1 v. 14ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Pediatria Subárea: Neonatologia Tema: Cardiopatia congênita O Teste do Coraçãozinho deve ser feito entre 24 a 48 horas de vida, antes da alta da maternidade. Devem ser utilizados o membro superior direito e um dos dois membros inferiores. Valores de saturação periférica abaixo de 94% são considerados alterados. O resultado pode ser falso negativo em pacientes com coarctação de aorta. REFERÊNCIA: DEPARTAMENTOS DE CARDIOLOGIA E NEONATOLOGIA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Diagnóstico precoce de cardiopatia congênita crítica: oximetria de pulso como ferramenta de triagem neonatal. [S. l.: s. n.], 07/11/2011. Disponível em: www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2015/02/diagnostico-precoce- oximetria.pdf. Acesso em: 11 de agosto de 2022. 15ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 12 de 98 Resposta comentada: Área: Saúde Coletiva/Medicina de Família e Comunidade Subárea: Atenção à Saúde Tema: Tuberculose em População privada de liberdade / População vulnerável. O Ministério da Saúde recomenda realizar, para todos os ingressantes no sistema prisional o rastreamento radiológico para o controle da Tuberculose (TB). Este deve ser priorizado sempre que disponível, para todas as pessoas privadas de liberdade (PPL), logo após sua admissão no sistema prisional (preferencialmente nos primeiros 7 dias). Embora apresente maior complexidade, maior custo e exija maior infraestrutura, apresenta rendimento superior porque permite a identificação dos casos assintomáticos e dos casos não bacilíferos, enquanto o rastreamento baseado em sintomas permite identificar os doentes, frequentemente, já bacilíferos. Não está indicada a realização da prova tuberculínica para contatos em ambiente prisional porque, dada a alta probabilidade de ocorrência de reinfecções em curto espaço de tempo, a indicação de tratamento da infecção latente é duvidosa. Os contatos familiares das PPL com TB devem ser orientados a procurar serviço de saúde extramuros para avaliação do risco e rastreamento adequado, quando necessário. O PPD deve ser feito anualmente nas pessoas privadas de liberdade que tenham infecção pelo HIV. Os testes para detecção do bacilo de Koch devem ser feitos nos pacientes sintomáticos. REFERÊNCIA: BRASIL. Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil. 2a ed. Ministério da Saúde, Brasília, 2019. Páginas 235-236. 16ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Clínica Médica Subárea: Pneumologia Tema: Tuberculose Trata-se de paciente em tratamento de tuberculose pulmonar evoluindo com efeito adverso menor de intolerância gástrica (náusea e vômito) encontrado em 40% dos pacientes. A conduta adequada é reformular o horário da administração dos medicamentos (duas horas após o café da manhã) e considerar o uso de medicação sintomática (antieméticos). A suspensão temporária dos medicamentos está indicada para efeitos adversos maiores. Não há necessidade de alteração da composição do esquema nas reações adversas menores. REFERÊNCIA: Ministério da Saúde. Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil. 2ª edição atualizada. Brasília, DF, 2019. 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 13 de 98 17ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Ginecologia e Obstetrícia Subárea: Obstetrícia Tema: Rotura Prematura das Membranas O quadro clínico é compatível com Rotura Prematura das Membranas Ovulares (RPMO), com sintomatologia típica e confirmação pelo exame especular. A anamnese e o exme especular são suficientes para diagnosticar 75% dos casos de RPMO. Neste caso, a gestante apresenta febre, taquicardia fetal e leucograma com sinais de infecção. Estes achados confirmam quadro de Corioamnionite. A conduta mais adequada é iniciar esquema de antibióticos que possam fazer cobertura contra os principais microrganismos da flora vaginal e induzir o parto imediatamente. A conduta não leva em consideração a idade gestacional (prematuridade), pois a manutenção da gravidez compromete o resultado gestacional (morbidade e mortalidade). REFERÊNCIA: Cunningham, F.G., Leveno, K.J., Bloom, S.;JL. Williams Obstetrics. 26th Ed. Mc Graw Hill. New York, 2022. 18ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 14 de 98 Resposta comentada: Área: Ciências Básicas Subárea: Morfofuncional Tema: Imunologia A assertiva I está correta porque a febre é um mecanismo fisiológico que tem efeitos positivos quando nosso organismo tenta combater uma infecção, aumentando a produção de anticorpos e glóbulos brancos, dificultando ou até inibindo a multiplicação de alguns agentes infecciosos (vírus, bactérias). A assertiva II está correta porque as células fagocitárias do sistema imunológico liberam proteínas conhecidas como pirógenos endógenos ou citocinas que são as Interleucinas-1(IL-1), Interleucinas-6(IL-6), o fator de necrose tumoral (TNF) e Interferon (tipo 1). A ação desses fatores pirogênicos sobre o centro termorregulador do hipotálamo eleva o limiar térmico, desencadeando respostas metabólicas de produção e conservação de calor (tremores, vasoconstrição periférica e aumento do metabolismo basal). A assertiva III está correta porque a febre induz a saída de um tipo de célula branca chamada neutrófilo do seu local de produção, a medula óssea, direcionando a sua migração para o local da infecção. Os neutrófilos são a principal célula imune envolvida no combate às infecções nos seus estágios iniciais. A assertiva IV está correta porque a febre também tem um efeito benéfico de facilitar a entrada e a concentração de células T nos gânglios linfáticos, onde elas são normalmente ativadas. Isso aumenta a possibilidade de as poucas células T capazes de reconhecer o agente patogênico serem rapidamente ativadas contra a infecção. REFERÊNCIA: Tortora, Gerard J. Princípios de anatomia e fisiologia / Gerard J. Tortora, Bryan Derrickson; traduçãoAna Cavalcanti C. Botelho... [et al.]. – 14. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527728867/epubcfi/6/10[%3Bvnd.vst.idref%3Dcopyright]!/4/16/12/1:47[olo%2Cgy]. 19ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 15 de 98 Resposta comentada: Área: Clínica Médica Subárea: Hematologia Tema: Plaquetopenias induzidas por fármacos A trombocitopenia induzida pela heparina (TIH) é uma doença imunomediada e costuma ser grave, provocando trombocitopenia após 5 a 15 dias do início da heparinização. Apresenta risco alto de complicações tromboembólicas. A etiologia da TIH é a formação de anticorpos tipo IgG contra o complexo heparina e o fator IV plaquetário, que são então identificados como antígeno. Os imunocomplexos reagem com o receptor FcyRIIA das plaquetas e as ativam, levando à sua agregação e também à liberação de maior quantidade de fator plaquetário. Isso culmina na ativação da trombina e da cascata da coagulação, que favorece a formação de trombos e a destruição das plaquetas. Recomenda-se que todo paciente em heparinização tenha uma contagem prévia de plaquetas no início do tratamento, que seja repetida a cada 2 dias. Constatando-se a queda de mais de 50% no número de plaquetas a partir do quinto dia de tratamento, deve-se suspeitar de TIH e suspender imediatamente a heparina. O diagnóstico pode ser confirmado pelo método funcional, que mede a ativação plaquetária causada pelo anticorpo heparina dependente in vitro, mas ele não está rotineiramente disponível em todos os hospitais. No Brasil, a droga para tratamento dos pacientes com TIH é a fondaparinux. Deve-se evitar a introdução precoce da varfarina como alternativa, uma vez que há risco de aumento do estado pró-trombótico, devido à rápida redução dos níveis séricos de proteína C, um anticoagulante natural. REFERÊNCIA: BMJ, Best Practice. https://bestpractice.bmj.com/topics/pt- br/1202/diagnosis-approach 20ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 16 de 98 Resposta comentada: Área: Saúde Coletiva/Medicina de Família e Comunidade Subárea: Atenção à Saúde Tema: Saúde do Homem De acordo com o CID-10 (Classificação Internacional de Doenças – 10ª edição), um diagnóstico definitivo da síndrome de dependência alcóolica deve ser feito somente se três ou mais dos seguintes requisitos tiverem sido experienciados ou exibidos em algum momento durante o ano anterior: ►Forte desejo ou senso de compulsão para consumir bebidas alcoólicas não apresenta ►Dificuldades de controlar o comportamento de beber em termos de seu início, término ou níveis de consumo – não apresenta ►Estado de abstinência fisiológico quando o uso de bebida alcoólica cessou ou foi reduzido, ou uso de álcool (ou de uma substância intimamente relacionada) com a intenção de aliviar ou evitar sintomas de abstinência não apresenta ►Evidência de tolerância, de tal forma que doses crescentes de bebida são requeridas para alcançar efeitos originalmente produzidos por doses mais baixas – o paciente apresenta ►Abandono progressivo de prazeres ou interesses alternativos em favor do uso de bebida alcoólica, aumento da quantidade de tempo necessária para obter ou consumir a bebida alcoólica ou para se recuperar de seus efeitos não apresenta ►Persistência no uso da bebida, independente da evidência clara de consequências manifestamente nocivas, como danos hepáticos, estados de humor depressivo ou comprometimento do funcionamento cognitivo; devem-se fazer esforços para determinar se o usuário estava de fato consciente da natureza e da extensão do dano – não apresenta REFERÊNCIA: GUSSO, Gustavo; LOPES, José M C.; DIAS, Lêda C. Tratado de medicina de família e comunidade - 2 volumes: princípios, formação e prática . Porto Alegre: Grupo A, 2019. E-book. 9788582715369. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582715369/. Acesso em: 23 ago. 2022. 21ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 17 de 98 Resposta comentada: Área: Saúde Coletiva/Medicina de Família e Comunidade Subárea: Epidemiologia Tema: Declaração de Óbito No caso clínico acima, temos um paciente com infecção pelo HIV, que contraiu tuberculose e, posteriormente, broncopneumonia, vindo a falecer em decorrência desta. Existe um nexo causal evidente entre estas três patologias, determinado pela fisiopatologia, pela epidemiologia e pela história clínica deste paciente. O preenchimento da parte I da Declaração de óbito deve ser feito em uma sequência lógica, com as doenças que levaram ao óbito. Portanto, neste caso, na letra A deve ser colocada a causa imediata do óbito (broncopneumonia). Abaixo dela, na linha B, deve ser colocada a doença que pode ser considerada o fator predisponente para a broncopneumonia, que, no caso citado, é a tuberculose. Na letra C, deve ser colocada a doença que predispôs o paciente à tuberculose, que, neste caso, trata-se da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA ou AIDS – Acquired Imunodeficiency Syndrome), ocasionada pela infecção pelo vírus HIV. REFERÊNCIA: BRASIL. Declaração de óbito. Instruções para o preenchimento. Ministério da Saúde: Brasília, 2022. 22ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Saúde Coletiva/Medicina de Família e Comunidade Subárea: Gestão em Saúde Tema: Previne Brasil - Regulação do SUS Na Portaria nº 2.979 de 12 de novembro de 2019 (Previne Brasil), o Art. 10 define como critérios para o cálculo para a captação ponderada: I. A população cadastrada na equipe de Saúde da Família (eSF) e equipe de Atenção Primária (eAP) no Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB); II. A vulnerabilidade socioeconômica da população cadastrada na eSF e na eAP; III. O perfil demográfico por faixa etária da população cadastrada na eSF e na eAP; e IV. Classificação geográfica definida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). REFERÊNCIA: BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 2979 de 12 de novembro de 2019. Disponível em:http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/financiamento/portarias/prt_2979_12_11_2019.pdf. Acesso em: 26 ago. 2022. 23ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 18 de 98 Resposta comentada: Área: Clínica Médica Subárea: Endocrinologia Tema: Diabetes Existem testes que avaliam o controle glicêmico a longo prazo, como a hemoglobina glicada (HbA1c), um exame simples que pode estabelecer uma média da glicemia do paciente nos últimos 3 meses. A elevação da hemoglobina glicada está diretamente relacionada ao aumento de glicose na corrente sanguínea, pois a glicação ocorre mais frequentemente quando há uma concentração maior de açúcar no sangue. Sendo assim, qualquer alteração na glicemia pode ser refletida no exame de hemoglobina glicada. REFERÊNCIA: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2019-2020 / Organização José Egídio Paulo de Oliveira, Renan Magalhães Montenegro Junior, Sérgio Vencio. -- São Paulo : Editora Clannad, 2019. 24ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Clínica Cirúrgica Subárea: Cirurgia do Trauma Tema: Queimaduras Esta questão necessita que o aluno compreenda a sequência de atendimento no politraumatizado (A, B, C, D, E do trauma), em que alterações da via aérea causam maior mortalidade nestes pacientes, devendo ser abordada de imediato. No caso do paciente queimado, suspeita-se de queimadura de via aérea devido à queimadura se situar em região cervical anterior e face e à rouquidão e ao escarro borráceo, devendo o paciente ser prontamente submetido a intubação orotraqueal para assegurar a via aérea. REFERÊNCIA: AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS COMMITTEE ON TRAUMA. Advanced Trauma Life Support - ATLS. 10a edição. 25ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 19 de 98 Resposta comentada: Área: Ciências Básicas Subárea: Morfofuncional Tema: Resposta fisiológica ao estresse A ativação do sistema nervoso simpático impacta fisiologicamenteo organismo, objetivando a rápida mobilização e disponibilização de energia para o corpo. Para tanto, constata-se o aumento da frequência cardíaca e da força de contração do coração, aumentando o débito cardíaco; o aumento da frequência respiratória, com maior volume corrente, fenômeno este que envolve a broncodilatação a fim de aumentar a ventilação pulmonar (potencializa-se a hematose); a ativação do sistema reticular ativador ascendente, o que resulta no maior estado de vigília e de percepção sensorial; e alterações metabólicas que visam em promover uma hiperglicemia transitória, o que é bioquimicamente possível graças a fenômenos tais como a lipólise e a glicogenólise. REFERÊNCIA: SILVERTHORN, Dee U. Fisiologia Humana. Energia e metabolismo: Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582714041/. Acesso em: 17 mai 2022. 26ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Ciências Básicas Subárea: Parasitologia Tema: Toxoplasmose Animais ectotérmicos são aqueles que têm sua temperatura corporal controlada de acordo com a temperatura ambiental, diferente dos endotérmicos que apresentam autorregulação térmica, como as aves e mamíferos. Neste contexto, o protozoário Toxoplasma gondii é adaptado para infectar animais endotérmicos, e, durante seu ciclo de vida, pode apresentar as formas gamética, taquizoíta, bradizoíta e merozoíta, sendo a última encontrada dentro dos vacúolos parasitóforos no tecido do animal e liberadas durante a digestão, infectando o indivíduo. REFERÊNCIA: REY, Luís. Parasitologia, 4ª edição. Grupo GEN, 2008. E-book. 978-85- 277-2027-4. 27ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 20 de 98 Resposta comentada: Área: Pediatria Subárea: Saúde Mental Tema: Violência e Agressão Quando pacientes apresentam mudanças de comportamento relacionados ao ambiente escolar, deve ser investigada a possibilidade de bullying. As instituições de saúde e educação, assim como seus profissionais, devem reconhecer a extensão e o impacto gerado pela prática de bullying entre estudantes e desenvolver medidas para reduzi-la rapidamente. Aos profissionais de saúde, particularmente aos pediatras, é recomendável que sejam competentes para prevenir, investigar, diagnosticar e adotar as condutas adequadas diante de situações de violências que envolvam crianças e adolescentes, tanto na figura de autor, como na de alvo ou testemunha. REFERÊNCIAS: Bullying comportamento agressivo entre estudantes J Pediatr (Rio J). 2005;81(5 Supl):S164-S172: Violência escolar, violência juvenil. Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria, 4ª edição, Barueri, SP: Manole,2017. 28ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Clínica Médica Subárea: Pneumologia Tema: Hipertensão Pulmonar Resposta Correta: Aumento da pressão atrial esquerda Este paciente tem características de estenose mitral (estalo de abertura e sopro diastólico junto com fibrilação atrial) que progrediu e causou novas alterações hemodinâmicas. A estenose mitral comumente ocorre como uma complicação tardia da febre reumática, que é mais comum em países em desenvolvimento, onde os pacientes podem não ter sido adequadamente tratados. A estenose mitral leva ao aumento da pressão atrial esquerda, causando tanto dilatação atrial esquerda, que pode resultar em fibrilação atrial, quanto aumento da pressão arterial pulmonar para superar o aumento da pressão do coração esquerdo (hipertensão pulmonar). Com o tempo, isso levará a remodelação vascular pulmonar, aumento da resistência vascular pulmonar, divisão de S2 e hipertrofia ventricular direita (conforme indicado pelo desvio do eixo direito) para compensar. A insuficiência ventricular direita eventualmente se manifesta com características como distensão venosa jugular e edema depressível. DISTRATORES: O aumento da pressão diastólica final do ventrículo esquerdo (PDFVE) 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 21 de 98 é observado na insuficiência cardíaca esquerda, mas este paciente demonstra sinais de estenose mitral (EM). A EM causa diminuição da PDFVE devido à capacidade prejudicada de encher o ventrículo esquerdo na diástole através da válvula estenótica. O shunt da esquerda para a direita pode estar presente em pacientes com comunicação interventricular (CIV) ou comunicação interatrial (CIA). No entanto, o exame cardiovascular deste paciente é compatível com estenose mitral (estalo de abertura com sopro diastólico de baixa frequência no ápice). Ela não tem um sopro que sugira CIV ou CIA (sopro holossistólico). A contratilidade ventricular esquerda diminuída pode ser decorrente de cardiomiopatia isquêmica ou não isquêmica. Uma diminuição na contratilidade pode levar a insuficiência cardíaca esquerda, aumento da pressão do coração esquerdo e subsequente insuficiência cardíaca direita. No entanto, o paciente apresenta sinais de estenose mitral (EM), dilatação do átrio esquerdo e hipertrofia ventricular direita, sugerindo que a EM é o mecanismo subjacente e não a insuficiência ventricular esquerda. O aumento da resistência arterial sistêmica pode ser observado em pacientes com hipertensão essencial ou causas secundárias de hipertensão. Isso pode eventualmente levar à hipertrofia ventricular esquerda que pode evoluir para insuficiência cardíaca diastólica. Como esta paciente apresenta desvio do eixo para a direita no ECG, é improvável que ela tenha hipertrofia ventricular esquerda. Além disso, o paciente apresenta pressão arterial normal ao exame, o que sugere um diagnóstico diferente. REFERÊNCIA: JAMESON, J L.; FAUCI, Anthony S.; KASPER, Dennis L.; et al. Medicina interna de Harrison - 2 volumes. [Pag.1936]: Grupo A, 2019. 9788580556346. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580556346/. Acesso em: 09 ago 2022. 29ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 22 de 98 Resposta comentada: Área: Clínica Médica Subárea: Psiquiatria Tema: Depressão Os sintomas apresentados preenchem critérios para episódio depressivo, e a primeira opção para tratamento são os inibidores de recaptação de serotonina. Farmacoterapia Os antidepressivos comumente utilizados incluem os inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRSs) (por exemplo, citalopram, escitalopram, fluoxetina, paroxetina, sertralina), inibidores de recaptação de serotonina-noradrenalina (IRSNs) (por exemplo, desvenlafaxina, duloxetina, levomilnaciprana, venlafaxina) e outros antidepressivos atípicos (por exemplo, bupropiona, mirtazapina, vilazodona, vortioxetina, reboxetina e agomelatina). REFERÊNCIA: BMJ Best Practice. Depressão em adultos. Última atualização: 10 Mar 2021. 30ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Pediatria Subárea: Genética Tema: Síndrome de Turner O quadro de baixa estatura proporcionada, de início pré-natal, no sexo feminino, associado à linfedema e à coarctação da aorta, é fortemente sugestivo da síndrome de Turner. A coarctação da aorta é a cardiopatia mais encontrada nesta síndrome. As demais doenças, embora sejam síndromes em que a baixa estatura pode ocorrer, não apresentam linfedema e são condições nas quais são encontradas outras anomalias associadas a desproporções corporais que permitem suspeitar dos diferentes diagnósticos. REFERÊNCIA: Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria, 5ª edição, Barueri, SP: Manole, 2022. 31ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 23 de 98 Resposta comentada: Área: Ciências Básicas Subárea: Farmacologia Tema: AINES A metabolização de substância em grande medida depende das enzimas hepáticas, sendo que, no caso dos AINES, esse processo pode ocorrer com velocidade maior ou menor, interferindo na meia vida útil desses medicamentos. REFERÊNCIA: Katzung. Farmacologia Básica e Clínica, 13ª ed. Atmed, 2017. 32ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Ginecologia e Obstetrícia Subárea: Ginecologia Tema: Desordens do Assoalho Pélvico Ponto Aa: junção uretrovesical na parede anterior 3 cm acima domeato uretral; Ponto Ba: Ponto da parede vaginal anterior mais afastado de Aa; Ponto C: colo uterino; Ponto D: Ponto mais profundo do fundo de saco posterior Pontos Bp e Ap são análogos a Aa e Ba, mas na parede vaginal posterior. Paciente apresenta prolapso de parede anterior e uterino. A diferença entre os pontos C e D estão dentro da normalidade, descartando o colo hipertrófico. REFERÊNCIA: GIRÃO, Manoel João Batista Castello et al. Tratado de uroginecologia e disfunções do assoalho pélvico. Barueri: Manole, 2015. 844p. 33ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 24 de 98 Resposta comentada: Área: Ginecologia e Obstetrícia Subárea: Ginecologia Tema: Infertilidade O espermograma é sempre necessário, independente do histórico, para investigar a infertilidade masculina adquirida. A paciente acima não tem suspeita de síndrome dos ovários policísticos, além de não ser um critério único para o referido diagnóstico. Por isso, não está indicada na propedêutica deste caso. Histerossalpingografia deve ser indicada para confirmar a permeabilidade e motilidade tubária neste caso, para investigação de infertilidade. REFERÊNCIA: Manual SOGIMIG de Ginecologia e Obstetricia, 6º edição. 34ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Ciências Básicas Subárea: Bioquímica Tema: Metabolismo das proteínas e regulação do edema A paciente apresenta ascite e história prévia de etilismo. Além disso, tem hipoalbuminemia. A hipoalbuminemia provocada pela deficiente síntese de albumina reduz a pressão oncótica do plasma e concorre para a formação do edema. REFERÊNCIAS: COELHO, Eduardo Barbosa. Mecanismos de formação de edemas. Medicina (Ribeirão Preto), v. 37, n. 3/4, p. 189-198, 2004. DA SILVA, LEONARDO SOARES. MANEJO PRÁTICO DA ASCITE. BRITO, Ana Paula Santos Oliveira et al. Manejo da Ascite: revisão sistemática da literatura. Brazilian Journal of Health Review, v. 5, n. 1, p. 3022-3031, 2022. 35ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 25 de 98 Resposta comentada: Área: Clínica Médica Subárea: Gastroenterologia Tema: Icterícias colestáticas As icterícias colestáticas, com quadro clínico de pele e mucosas amareladas, colúria e hipocolia ou acolia fecal, também apresentam hiperbilirrubinemia direta, com bilirrubina direta (BD) > 20% da bilirrubina total, ou bilirrubina direta > 1mg/dL, quando bilirrubina total < 5mg/dL. A suspeita de colestase induzia por drogas, além do uso de medicações com ações hepatotóxicas, como as quinolonas (ex. levofloxacina), é ampliada pela presença de fosfatase alcalina (FA) > 2 vezes o limite superior da normalidade (LSN), alanina aminotransferase/fosfatase alcalina < 2; gama-glutamil transferase > 3 vezes o LSN. É mais comum em pacientes acima de 60 anos, podendo não apresentar prurido. Diante de um quadro colestático, a diferenciação entre extra ou intra- hepático inclui a ultrassonografia abdominal para identificar ou excluir dilatação das vias biliares. A história e o exame físico, com a elevação da BD, da FA e GGT, sem anormalidades imaginológicas, ampliam a suspeita da colestase intra- hepática induzida por drogas, fazendo parte dos passos iniciais do algoritmo para manejo da colestase descrito pela Sociedade Brasileira de Hepatologia. REFERÊNCIAS: BITTENCOURT, Paulo Lisboa; COUTO, Claudia Alves. Manual de condutas em doenças colestáticas e autoimunes do fígado. São Paulo: Sociedade Brasileira de Hepatologia, DOC Content, 2019, p.12-28; 34-42. PORTO, Celmo Celeno; PORTO, Arnaldo Lemos. Exame Clínico. 8ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021; p. QUILICI, Flávio Antonio; SANTANA, Nelma Pereira de; GALVÃO-ALVES, José. A gastroenterologia no século XXI: manual do residente da Federação Brasileira de Gastroenterologia. São Paulo: Manole, 2019, p. 451-462. 36ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 26 de 98 Resposta comentada: Área: Ginecologia e Obstetrícia Subárea: Obstetrícia/Assistência ao parto Tema: Partograma Neste caso, temos uma paciente primigesta, a termo, com dilatação completa do colo uterino e apresentação cefálica não insinuada em –3 de DeLee, há 3 horas. Trata-se de uma desproporção céfalo-pélvica típica, em que a contratilidade é eficaz para dilatar o colo uterino, mas a apresentação não consegue penetrar na pelve materna. REFERÊNCIAS: CUNNINGHAN, F.G et al. Williams Obstetrics. 25th ed. New York: McGraw Hill, 2020. MONTENEGRO, C.A.B & REZENDE-FILHO, J. Obstetrıćia fundamental. 14a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. 37ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 27 de 98 Resposta comentada: Área: Pediatria Subárea: Neonatologia Tema: Aleitamento Materno O trauma mamilar (fissura) é a dificuldade mais frequente enfrentada pelas nutrizes no período pós-parto imediato. Acredita-se que a causa mais comum de dor e trauma mamilar seja técnica inadequada de amamentação. Estudos ultrassonográficos mostram que, quando o recém-nascido tem pega adequada, o mamilo fica posicionado na parte posterior do palato, protegido da fricção e compressão, prevenindo traumas mamilares. Por conseguinte, existe consenso de que a base da prevenção e do tratamento das dores e do trauma dos mamilos é a correção da técnica de amamentação. REFERÊNCIA: Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria, 5ª edição, Barueri, SP: Manole,2022. 38ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Clínica Cirúrgica Subárea: CAD Tema: Doenças do reto e do ânus Dieta rica em fibras É necessário orientar os pacientes para que sigam medidas conservadoras que consistem em dieta rica em fibras, maior ingestão de líquidos, banhos de assento e, em casos mais graves, laxativos e analgésicos. Uma tentativa inicial desse tratamento conservador isoladamente é apropriada na maioria dos casos, especialmente para as fissuras anais agudas. Tratamento adicional com nitratos tópicos ou com bloqueadores dos canais de cálcio é apropriado na maioria dos casos. As duas alternativas se mostraram eficazes no tratamento de fissura anal, e a escolha deve depender de licenciamento, disponibilidade e custos locais e das contraindicações. O tratamento com diltiazem tornou-se uma primeira escolha comum para a maioria dos pacientes devido à alta incidência de cefaleias que limitam a dose após o uso de nitratos tópicos. Uma formulação tópica de diltiazem precisará ser manipulada por um farmacêutico se um produto comercializado não estiver disponível. É essencial que o tratamento tópico continue por 6 a 8 semanas para permitir a reepitelização da fissura. É comum que os pacientes interrompam o tratamento após a melhora inicial dos sintomas, mas geralmente ocorre recidiva. Na revisão entre a 6ª e a 8ª semana, repete-se a anamnese e o exame físico. Os pacientes curados podem receber alta com orientação para manter uma dieta rica em fibras, o que diminui o risco de recorrência. Se não ocorrer a cura da fissura, mas o paciente estiver relatando uma melhora sintomática importante, será possível oferecer uma terapia tópica adicional de 6 a 8 semanas. Se, depois disso, não ocorrer a cura, será necessário 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 28 de 98 fazer o encaminhamento para tratamento secundário. Pacientes sintomáticos com lesão não cicatrizada devem ser encaminhados para um tratamento secundário após as 6 a 8 semanas iniciais. A incisão e a drenagem são o tratamento de primeira linha dos abscessos perianais. A maioria dos abscessos perianais resulta da obstrução das glândulas da cripta anal (por exemplo, devido a bactérias, restos fecais ou matéria estranha) com infecção subsequente e formação de abscesso. O manejo imediato é essencial para a prevenção de possíveis complicações, como formação de fístula secundária, necrose tecidual e envolvimento do esfíncter anal com consequente incontinência fecal. Embora os exames de imagem (por exemplo, ultrassonografia anal, tomografia computadorizada, ressonância magnética) possam confirmar o diagnósticoe mostrar a extensão do envolvimento tecidual, o tratamento geralmente é iniciado com base na alta suspeita clínica. Antibióticos pós-operatórios não são usados rotineiramente, mas podem ser considerados em certos pacientes (por exemplo, indivíduos imunocomprometidos). A antibioticoterapia pode ser considerada em pacientes com abscesso perianal após terem recebido o tratamento de primeira linha. Este indivíduo ainda não recebeu nenhum tratamento, portanto, a antibioticoterapia não seria apropriada neste momento. A ligadura elástica é indicada para o tratamento de hemorroidas internas sintomáticas, que podem se manifestar com dor nas nádegas exacerbada à defecação e uma massa perianal sensível. Além disso, hemorroidas internas devido à constipação crônica são comuns em pacientes com hipotireoidismo. No entanto, o exame geralmente mostra uma massa perianal firme, em vez de flutuante, e as hemorroidas também geralmente se manifestam com sangramento retal e prurido perianal. A ressecção cirúrgica é o tratamento de escolha para cistos pilonidais sintomáticos, que podem se manifestar com dor nas nádegas ao sentar e podem se desenvolver na região perianal. No entanto, a maioria dos cistos pilonidais se desenvolve no topo da prega interglútea, na região sacrococcígea. Além disso, os cistos pilonidais mais comumente têm uma abertura do trato sinusal com drenagem de secreção purulenta. REFERÊNCIA: BMJ Best Practice. Fissura anal. 02 Jul 2020. 39ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 29 de 98 Resposta comentada: Área: Ciências Básicas Subárea: Farmacologia Tema: Diuréticos I. Os diuréticos tiazídicos causam diurese com aumento da excreção de Na+ e Cl–, que pode resultar na excreção de urina hiperosmolar. II. A espironolactona (furosemida) é um diurético de alça que inibe o contransporte de Na+/K+/2Cl– na membrana luminal, no ramo ascendente da alça de Henle. III. A furosemida (espironolactona e eplerenona) é um esteroide sintético que antagoniza a aldosterona no receptor intracelular citoplasmático, inativando o complexo furosemida-receptor (espironolactona-receptor). Ele impede a translocação do complexo receptor para o núcleo da célula-alvo, bloqueando a produção de proteínas mediadoras que normalmente estimulam os locais de troca Na+/K+ do túbulo coletor. IV. A acetazolamida inibe a anidrase carbônica localizada intracelular (citoplasma) e na membrana apical do epitélio tubular proximal. REFERÊNCIA: WHALEN, Karen; FINKEL, Richard; PANAVELIL, Thomas A. Farmacologia Ilustrada-6ª Edição. Artmed Editora, 2016. 40ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Clínica Médica Subárea: Neurologia Tema: ELA A esclerose lateral amiotrófica (ELA) caracteriza-se por lesão do 1º neurônio motor que dá sinais de liberação piramidal e do segundo neurônio motor que pode ser avaliada por eletroneuromiografia. Como o diagnóstico é clínico, o tratamento proposto é com Riluzol e fisioterapia. Quanto ao achado do processo expansivo temporal foi um incidentaloma para o quadro clínico. REFERÊNCIA: BMJ. Best Practice. https://bestpractice.bmj.com/topics/pt- br/330/management-approach 41ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 30 de 98 Resposta comentada: Área: Ciências Básicas Subárea: Fisiologia Tema: Homeostasia, sua regulação em grandes altitudes O quadro clínico da paciente é Acidose mista com hipoxemia; Edema Agudo Pulmonar não Cardiogênico. A acidose mista caracteriza-se pela diminuição da concentração de HCO3 (mEq/l) – cujos valores normais são de 22 a 26 – e aumento da PaCO2. A diminuição da concentração de HCO3 é responsável pela redução do pH para valores inferiores a 7,35. A paciente apresenta HCO3 inferior à normalidade (HCO3 = -14 mEq/l), PaCO2 superior ao considerado normal (PaCO2: 56 mmHg) e, consequentemente, pH ácido (7,28). A hipoxemia caracteriza-se como a redução do oxigênio no sangue arterial, caracterizado pela PaO2 (valores de normalidade entre 80 a 100 mmHg). A paciente do caso apresenta PaO2 de 54 mmHg. Como já disposto acima, a paciente apresenta hipoxemia. No entanto, para apresentar acidose respiratória, a PaCO2 tem que estar elevada, reduzindo o pH. Apesar de apresentar essas alterações, o HCO3 também se encontra fora da normalidade, indicando acidose mista. Já na acidose respiratória compensada, o pH encontra-se normal ou próximo, a PaCO2 e o HCO3 se elevam até a total resolução. A paciente apresenta hipoxemia, mas não possui alcalose, que se caracteriza por redução da PaCO2 acompanhada de aumento do pH. A hipoxemia está confirmada. Na acidose metabólica, a PaCO2 encontra-se diminuída. Na acidose metabólica compensada, o pH encontra-se normal ou próximo à normalidade, com uma possível descompensação de BE e manutenção do valor da PaCO2. O edema pulmonar de grandes altitudes (EPGA) é causado pela elevação da pressão arterial pulmonar induzida pela hipóxia, que provoca edemas pulmonares intersticiais e alveolares, resultando em oxigenação prejudicada. A vasoconstrição de pequenos vasos com hipoxia é variada, causando pressão elevada, lesão da parede dos vasos e extravasamento capilar em áreas menos constritas. Outros fatores, como a hiperatividade simpática, também podem estar presentes. REFERÊNCIAS: GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier. 13ª ed., 2017. -MENAKER, L. PORTH, C.M.; MATFIN, G. Fisiopatologia. 8ª ed. Guanabara Koogan, 2010. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doençasdaaltitude 42ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 31 de 98 Resposta comentada: Área: Clínica Cirúrgica Subárea: CAD Tema: Abdome Agudo – síndromes obstrutivas Obstrução intestinal por brida – radiografia simples do abdome: CORRETA – Quanto mais alta a obstrução intestinal, mais precoce os vômitos ocorrem. Não há dúvidas quanto ao diagnóstico de obstrução intestinal: dor em cólica + parada de eliminação de gases e fezes + vômitos + distensão abdominal. Brida é a principal causa de obstrução intestinal. Observe que a paciente possui histórico de cirurgia em andar inferior de abdome. Pancreatite aguda – ultrassom de abdome: INCORRETA – Pancreatite cursa com dor intensa em andar superior do abdome e vômitos. Não justifica parada de eliminação de gases e fezes. Volvo de sigmoide – colonoscopia: INCORRETA – Volvo de sigmoide é muito menos comum do que brida. O exame inicial no abdome agudo obstrutivo é a rotina de abdome agudo (radiografia), e não a colonoscopia. Fecaloma – enema opaco: INCORRETA – Fecaloma é menos comum do que brida. O exame inicial no abdome agudo obstrutivo é a rotina de abdome agudo (radiografia), e não o enema opaco. Apendicite aguda – TC de abdome: INCORRETA – Quadro clínico de abdome obstrutivo e não abdome agudo inflamatório. E o exame inicial de escolha não é Tomografia de abdome. REFERÊNCIAS: 1. RASSLAN, Samir; GAMA-RODRIGUES, Joaquim J; MACHADO, Marcel C. C. Clínica Cirúr- gica. 2 Volumes; 1a Ed. Manole, 2008. 2. TOWNSEND, Courtney; et al. Tratado de Cirurgia - 2 Volumes. 18a Ed. Elsevier, 2010. 43ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 32 de 98 Resposta comentada: Área: Ciências Básicas Subárea: Biologia Celular e Molecular Tema: Marcadores Tumorais Ainda não existe um marcador tumoral sensível ao ponto de detectar um tumor em um pequeno número de células, e o PSA (Antígeno Específico da Próstata) pode estar aumentado em outras condições, como inflamação na próstata. Processos tumorais na próstata também estão associados ao aumento do nível de PSA, apesar de em algumas situações este não se apresentar aumentado. O marcador PSA, assim como outros marcadores tumorais, não devem ser utilizados de forma isolada para diagnóstico de neoplasia. Os marcadores tumorais auxiliam no diagnóstico, mas não podem ser avaliados sozinhos. Para uma maior sensibilidade é mandatório o uso de toque retal associado à dosagem de PSA. O marcador PSA pode estar alterado, e o exame de toque retal nãodetectar a hiperplasia prostática e ser um câncer de próstata. REFERÊNCIA: MARSHALL, William J. Bioquímica Clínica - Aspectos Clínicos e Metabólicos. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2016. E-book. 9788595151918. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595151918/. Acesso em: 27 ago. 2022. 44ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Ginecologia e Obstetrícia Subárea: Ginecologia Tema: Miomatose Uterina Em pacientes sintomáticas com leiomiomas submucosos, a ressecção histeroscópica produz alívio dos sintomas na maioria dos casos. As indicações incluem sangramento uterino anormal, dismenorreia ou infertilidade quando houver suspeita de contribuição dos leiomiomas. REFERÊNCIA: Ginecologia de Williams. Schorge, J O, et alii. Editora Mc Graw Hill Medical. New York-USA –2011. 45ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Cirurgia Subárea: Sistema Digestório Tema: Diagnóstico diferencial das doenças do aparelho disgetório A perfuração de uma úlcera péptica pode manifestar-se com dor 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 33 de 98 abdominal aguda e difusa, náusea, vômito, febre e taquicardia, todas as quais são vistas neste paciente. A descoberta do raio X do tórax do pneumopertoneum suporta ainda mais esse diagnóstico. Os achados do exame são típicos para peritonite secundária (guarda abdominal) e desenvolvimento de íleo paralítico (diminuição dos sons intestinais). O histórico recente de dor epigástrica deste paciente aliviada pela ingestão de alimentos em combinação com o consumo regular de álcool e o uso de ibuprofeno indica uma úlcera duodenal subjacente. A perfuração é a segunda complicação mais comum da doença da úlcera péptica (após hemorragia gastrointestinal) e ocorre na maioria das úlceras duodenais da parede anterior, que são menos protegidas do que outros tipos de úlceras por estruturas anatômicas circundantes. Pancreatite aguda normalmente se manifesta com dor abdominal severa (geralmente irradiando para trás), náuseas e vômitos, e pode ser desencadeada pelo uso de álcool. Os achados do exame podem incluir febre, taquicardia, ternura abdominal, sinais de peritonite (guarda abdominal) e redução dos sons intestinais (indicando íleo), como visto aqui. Os achados de raio X do tórax deste paciente de gás intra-abdominal gratuito, no entanto não são suficientemente explicados por pancreatite aguda. Além disso, este paciente tem um histórico de dor epigástrica que é aliviada com a ingestão alimentar, enquanto a dor na pancreatite geralmente piora após as refeições. Isquemia mesentérica aguda pode se manifestar com dor abdominal difusa, náuseas e vômitos, todos os quais são vistos aqui. Os achados do exame podem mostrar febre, taquicardia e ternura abdominal. No entanto, os achados de raio X do tórax de gás livre na cavidade abdominal não são uma característica típica desta condição. Em vez disso, os achados de raios X abdominais na isquemia mesentérica aguda provavelmente seriam normais em estágios iniciais, com alças intestinais distendidas e pequenos gabinetes de gás dentro da parede do intestino (indicando isquemia transmural) aparecendo em estágios posteriores. O câncer gástrico pode se manifestar com dor abdominal, náuseas e vômitos, todos os quais são vistos aqui. No entanto, o agravamento agudo dos sintomas dessa paciente, bem como os achados de raio X do tórax de gás livre na cavidade abdominal tornam o câncer gástrico menos provável do que outra condição. Além disso, pacientes com câncer gástrico apresentam perda de peso em vez de ganho de peso. A doença do refluxo gastroesofágico (DRD) pode se manifestar com dor abdominal, náuseas e vômitos, todos os quais são vistos aqui. Além disso, o consumo de álcool é um gatilho comum dessa condição. Os pacientes normalmente apresentam dor epigástrica crônica que piora após comer. Este paciente, no entanto, tem um histórico de dor epigástrica que é aliviada com a ingestão alimentar. Além disso, os achados de raio X do tórax de gás livre na cavidade abdominal não são explicados pelo GERD. A colecistolitiase é uma condição tipicamente assintomática. Uma minoria de pacientes pode desenvolver cólica biliar, que pode se manifestar com dor de quadrante superior direito/epigástrica, náusea e vômito. A dor da cólica biliar é desencadeada pela alimentação. Esta paciente, no entanto, tem um histórico de dor epigástrica que é aliviada com a ingestão alimentar. Além disso, a colecistolitiase e a cólica biliar não explicam suficientemente os achados do raio X do 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 34 de 98 tórax do gás intra-abdominal livre. REFERÊNCIA: BMJ Best Parctice. Úlcera péptica. Última atualização, 10 de setembro de 2020. 46ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Pediatria Subárea: Endocrinologia Tema: Diabetes Tipo I Apenas a alternativa II está correta. É recomendado que, em indivíduos com diabetes Mellitus tipo 1 (DM-1), seja utilizado o tratamento intensivo (múltiplas doses diárias) com insulina basal E PRANDIAL, com múltiplas aplicações ou sistema de infusão subcutânea contínua de insulina. Na presença de sintomas inequívocos de hiperglicemia, é recomendado que o diagnóstico seja realizado por glicemia ao acaso ≥ 200 mg/dl. O DM1 é mais comum em crianças e adolescentes que apresentam deficiência grave de insulina devido à destruição das células ß, associada à autoimunidade, e não a resistência à insulina. O objetivo do tratamento inicial da cetoacidose diabética é a restauração de volume, e não a correção da glicemia com insulina. REFERÊNCIAS: Diabetes Care in the Hospital: Standards of Medical Care in Diabetes- 2022 Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes – 2022 47ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 35 de 98 Resposta comentada: Área: Ginecologia e Obstetrícia Subárea: Obstetrícia Tema: Mastite A estase do leite é o evento inicial da mastite, e o aumento da pressão intraductal causado por ela leva ao achatamento das células alveolares e à formação de espaços entre as células. Por esse espaço, passam alguns componentes do plasma para o leite e deste para o tecido intersticial da mama, causando uma resposta inflamatória. O tratamento da mastite deve ser instituído o mais precocemente possível, pois, sem o tratamento adequado e em tempo oportuno, a mastite pode evoluir para abscesso mamário, uma complicação grave. O tratamento inclui os seguintes componentes: Esvaziamento adequado da mama: este é o componente mais importante do tratamento da estase inicial. Preferencialmente, a mama deve ser esvaziada pelo próprio lactente, pois, apesar da presença de bactérias no leite materno, quando há mastite, a manutenção da amamentação está indicada por não oferecer riscos ao recém-nascido a termo sadio. A retirada manual do leite após as mamadas pode ser necessária se não houver esvaziamento adequado. Antibioticoterapia: indicada quando houver sintomas graves desde o início do quadro, fissura mamilar e ausência de melhora dos sintomas após 12–24 horas da remoção efetiva do leite acumulado. Se não houver regressão dos sintomas após 48 horas do início da antiobioticoterapia, deve ser considerada a possibilidade de abscesso mamário e de encaminhamento para unidade de referência, para eventual avaliação diagnóstica especializada e revisão da antibioticoterapia. REFERÊNCIA: Cunningham, F.G., Leveno, K.J., Bloom, S.;JL. Williams Obstetrics. 26th Ed. Mc Graw Hill. New York, 2022. 48ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Clínica Médica Subárea: Gastroenterologia Tema: Doença do refluxo gastroesofágico A terapia empírica com inibidores da bomba de prótons (IBPs) é o passo inicial mais apropriado no manejo da DRGE de início recente sem sintomas de alarme (por exemplo, disfagia, odinofagia, anemia, sangramento GI, perda de peso não intencional, vômitos persistentes, pneumonia aspirativa) e pouco ou nenhum fator de risco para o esôfago de Barrett. De todos os medicamentos usados para tratar a 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4Pgina 36 de 98 DRGE, os IBPs estão associados à maior redução nos sintomas e nas taxas de recaída. Além de um teste de IBPs por 8 semanas, certas modificações no estilo de vida (por exemplo, parar de fumar, perder peso, elevar a cabeceira da cama durante o sono, evitar refeições noturnas) devem ser recomendadas. Os antagonistas dos receptores H2 (H2RAs) são o tratamento de segunda linha para pacientes com DRGE porque são menos eficazes do que os medicamentos de primeira linha no alívio sintomático, reduzindo as taxas de recidiva e promovendo a cicatrização de lesões erosivas do esôfago. Os H2RAs também têm uma duração de ação mais curta (cerca de 12 horas) do que os medicamentos de primeira linha. A administração de H2RAs na hora de dormir pode ser considerada como terapia adjuvante para pacientes com sintomas refratários à terapia de primeira linha. No entanto, este paciente ainda não recebeu a terapia de primeira linha e, portanto, não deve receber um H2RA. A deglutição de bário é o teste confirmatório para divertículos esofágicos (por exemplo, divertículo de Zenker), que pode se manifestar com halitose e desconforto retroesternal, mimetizando DRGE. Entretanto, o divertículo de Zenker é mais comum em homens > 60 anos; além disso, sintomas adicionais, como disfagia e regurgitação de alimentos não digeridos, também são esperados em pacientes com divertículo esofágico. Estudos têm demonstrado que a deglutição de bário tem sensibilidade muito baixa (aprox. 25%) para o diagnóstico de refluxo gastroesofágico e, portanto, não deve ser utilizada para o diagnóstico de DRGE quando o paciente apresenta sintomas típicos de DRGE não complicada na ausência de disfagia. A triagem para infecção por H. pylori por meio do teste respiratório com ureia não é indicada em pacientes com DRGE isolada porque a prevalência de infecção por H. pylori entre pacientes com DRGE não é maior do que na população geral. De fato, a prevalência de H. pylori é realmente menor em pacientes com DRGE complicada ou grave. A triagem para infecção por H. pylori é indicada apenas em pacientes com úlcera péptica ativa (PUD), história pregressa de PUD, gastrite atrófica e/ou linfomas MALT gástricos. O exame endoscópico do esôfago para triagem de adenocarcinoma é reservado para pacientes com DRGE e sintomas de alarme (por exemplo, disfagia, odinofagia, anemia, sangramento GI, perda de peso não intencional). Também é indicado para triagem de esôfago de Barrett em homens com sintomas de DRGE crônicos (> 5 anos) e/ou frequentes (ocorrendo pelo menos semanalmente) e ≥ 2 dos seguintes fatores de risco: idade > 50 anos, etnia branca, obesidade, ou história pregressa de tabagismo, história familiar de esôfago de Barrett ou adenocarcinoma de esôfago. Este paciente não atende aos critérios para endoscopia neste momento. REFERÊNCIA: BMJ Best Practice. Doença do refluxo gastroesofágico. Última atualização: 20 Abr 2021. 49ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 37 de 98 Resposta comentada: Área: Clínica Cirúrgica Subárea: Cirurgia Vascular Tema: Doença Arterial Periférica A história deste paciente de doença arterial coronariana (DAC) e tabagismo, dor intermitente na panturrilha ao esforço (dor claudicante) e índice tornozelo-braquial (ITB) de 0,4–0,9 são consistentes com doença arterial periférica moderada (DAP). As alterações tróficas da pele abaixo do joelho (pele brilhante e diminuição do crescimento do cabelo) sugerem doença femoropoplítea. Intervenções conservadoras, como terapia de exercícios estruturados, são os melhores passos iniciais no manejo da DAP se houver claudicação e não houver evidência de isquemia crítica do membro ou isquemia aguda do membro. O manejo inicial também inclui a modificação dos fatores de risco por meio da cessação do tabagismo, terapia antiplaquetária, terapia com estatinas e controle da hipertensão e diabetes mellitus, se presentes. O propranolol pode ser usado para tratar hipertensão ou arritmias. A claudicação intermitente desse paciente sugere DAP, que pode ser controlada monitorando-se fatores de risco cardiovascular, como hipertensão e aterosclerose. Como esse paciente tem pressão arterial bem controlada, sem sintomas ou sinais de arritmia, não é necessária medicação adicional. A cirurgia de bypass vascular pode ser usada para restaurar a perfusão adequada do membro em pacientes com DAP. Essa intervenção só é considerada quando o tratamento conservador e farmacológico não proporcionar alívio sintomático, ou se houver evidência de isquemia crítica do membro ao exame físico. Como esse paciente não recebeu nenhuma terapia inicial e não apresenta evidência de isquemia crítica do membro ao exame físico, é necessária uma abordagem mais conservadora. Cilostazol é usado para proporcionar alívio sintomático para claudicação intermitente em pacientes com DAP. É um adjuvante da terapia de primeira linha, não sendo indicado como modalidade primária de tratamento. O tratamento farmacológico para DAP é normalmente indicado quando mais opções de tratamento conservador falharam. A angioplastia transluminal percutânea (PTA) com colocação de stent pode ser utilizada para revascularizar vasos periféricos. A APT com implante de stent só é considerada quando o tratamento conservador e farmacológico não proporcionar alívio sintomático, ou se houver evidência de isquemia crítica do membro (ICP) no exame físico. Como esse paciente não recebeu nenhuma terapia inicial e não tem evidência de CLI no exame físico, uma abordagem mais conservadora deve ser considerada primeiro. REFERÊNCIA: BMJ Best Practice. Doença arterial periférica. 23/09/2021. 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 38 de 98 50ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Pediatria Subárea: Puericultura Tema: Crescimento e Desenvolvimento Neuropsicomotor Prescrever sulfato ferroso nessa consulta, na dose de 1 mg/kg/dia de ferro elementar, sem necessidade de solicitar exames. A recomendação atual para profilaxia da anemia do lactente é a suplementação com 1 mg/kg/dia de ferro elementar iniciado aos 6 meses, até o 2º ano de vida, numa situação na qual o lactente tenha nascido a termo, com peso adequado para a idade gestacional e esteja em aleitamento materno exclusivo até o 6º mês. No entanto, quando há presença de fatores de risco, a suplementação deve ser iniciada aos 90 dias, independentemente do tipo da alimentação. Especificamente, o início deve ocorrer aos 30 dias para os recém- nascidos prematuros (idade gestacional inferior a 37 semanas) ou com peso inferior a 2.500 g. Solicitar hemograma, ferro e ferritina nessa consulta e, caso paciente apresente anemia nos exames laboratoriais, prescrever sulfato ferroso. Não tem indicação de solicitar exames laboratoriais para se prescrever sulfato ferroso, uma vez que a indicação da reposição de ferro é para a profilaxia da anemia ferropriva, sem necessidade de comprovação laboratorial. Como o paciente não está hipocorado ao exame físico, não tem indicação de fazer uso de sulfato ferroso no momento. A profilaxia deve ser realizada em toda criança a partir do 6º mês de vida (ou antes dependendo da situação), independente de alterações ao exame físico sugestivas de anemia. Prescrever sulfato ferroso apenas se a criança estivesse fazendo uso de leite de vaca in natura, uma vez que é um fator de risco para anemia ferropriva. O consumo de leite de vaca in natura em criança abaixo de 1 ano de idade é uma situação de risco nutricional comprovado para anemia ferropriva e deve ser contraindicado. Porém, não se deve realizar a profilaxia para anemia apenas nessas crianças. Manter sem medicação e prescrever sulfato ferroso com 1 ano de vida, pois o paciente não apresenta nenhum fator de risco para anemia ferropriva no momento. Mesmo que a criança não apresente nenhum fator de risco para a anemia ferropriva como é o caso da questão, a profilaxia com ferro elementar não deve ser feita apenas com 1 ano, mas sim aos 6 meses de vida. REFERÊNCIAS: SOCIEDADEBRASILEIRA DE PEDIATRIA. Departamentos de Nutrologia e 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 39 de 98 Hematologia. Consenso sobre anemia ferropriva: mais que uma doença, uma urgência médica!. Nº 2 / Junho / 2018 atualizado em 24.07.18 SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Departamentos de Nutrologia e Hematologia. Consenso sobre anemia ferropriva. Aatualização: Destaques 2021!. Nº 2 / Junho / 2018 atualizado em 26.08.21 51ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Saúde Coletiva Subárea: Epidemiologia Tema: Vigilância em Saúde Embora o controle de vetores (através da borrifação residual e da eliminação de focos) seja a estratégia recomendada para a redução de casos de dengue, isto não diminuiria a letalidade, mas a incidência e a mortalidade. Não existe vacinação eficaz para a dengue. Já o diagnóstico e o tratamento de casos graves de dengue é fundamental para que estas complicações sejam identificadas e tratadas para que não ocorra o óbito. Por isso, o número de óbitos por dengue irá ser menor em relação ao total de casos de dengue, fazendo a letalidade cair. Atualmente, a dengue é um agravo de notificação compulsória, mesmo antes da confirmação laboratorial (ou seja, na suspeita clínico- epidemiológica). Caso houvesse exigência de confirmação laboratorial, isto iria criar um obstáculo para a notificação, aumentando a subnotificação e, assim, reduzindo o número de casos da doença, o que iria aumentar a letalidade. REFERÊNCIAS: Rouquayrol, Maria, Z. e Marcelo Gurgel. Rouquayrol - Epidemiologia e saúde. Disponível em: Minha Biblioteca, (8th edição). MedBook Editora, 2017. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Dengue: diagnóstico e manejo clínico: adulto e criança. 5. ed. Brasília; 2016. 52ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 40 de 98 Resposta comentada: Área: Pediatria Subárea: Urgência e Emergência Tema: Desidratação O NaCl 0,9% (soro fisiológico) contém por litro da solução: 154 mEq de sódio 154 mEq de cloro Osmolaridade de 308 mmOsm/L Os valores de sódio e, principalmente, de cloro, do soro fisiológico, estão bem acima dos valores encontrados no plasma humano. O único valor que se aproxima do fisiológico é o da concentração final da solução (308 mOs/L). REFERÊNCIA: Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria, 5ª edição, Barueri, SP: Manole, 2022. 53ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Ginecologia e Obstetrícia Subárea: Obstetrícia Tema: Assistência ao Puerpério A ocitocina IM pós-parto imediato é uma medida preconizada para evitar a hemorragia pós-parto, mas deve ser realizada antes da dequitação, imediatamente após o parto. A principal causa de hemorragia é atonia uterina. A sequência correta é Ocitocina, Methergin e Misoprostol. Uma das principais medidas na atonia e HPP é sempre massagem intermitente, com revisão do canal, mas que devem ser realizadas após a exclusão da possibilidade da ocorrência de atonia uterina. A gasometria não será uma medida imediata na emergência da HPP. REFERÊNCIAS: FEBRASGO POSITION STATEMENT Hemorragia pós-parto: prevenção, diagnóstico e manejo não cirúrgico Número 5 – Novembro 2020 http://www.febrasgo.org.br/pt/febrasgo-position- statement/item/hemorragia-pos-parto-prevencao-diagnostico-e- manejo-nao-cirurgico-pt 54ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 41 de 98 Resposta comentada: Área: Pediatria Subárea: Aparelho Disgestório Tema: Parasitoses Intestinais O quadro clínico apresentado pela criança é muito sugestivo de amebíase, pois a criança se apresenta com dor abdominal intensa, associada a fezes mucossanguinolentas e tenesmo. Em alguns casos pode ocorrer a invasão da mucosa intestinal por trofozoítos, atingindo sítios extraintestinais por via hematogênica, o que torna a evolução clínica mais grave. O tratamento realizado para protozoários deve ser com metronidazol ou, mais recentemente, secnidazol ou tinidazol, esses últimos com menos eventos adversos. Podemos ainda lançar mão de nitazoxanida ou paramomicina como alternativas terapêuticas, não encontrando nenhuma dessas opções nas outras alternativas. Os diagnósticos apresentados nas outras alternativas também são incorretos para o quadro clínico apresentado: as manifestações clínicas mais exuberantes de Taenia solium são as crises epilépticas, hipertensão intracraniana, meningite e distúrbios psíquicos, e o tratamento é realizado com praziquantel, nitazoxanida, albendazol ou mebendazol, não estando o pamoato de pirvínio entre as opções terapêuticas; já no caso da Giardia lamblia as manifestações clínicas mais exuberantes de são esteatorreia, perda ponderal, prejuízo na absorção de nutrientes, deficit de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), vitamina B12, ferro e lactase, e o seu tratamento é realizado com nitazoxanida, albendazol, metronidazol, secnidazol, tinidazol ou paromomicina, não estando a ivermectina entre as opções terapêuticas. No caso do Schistosoma mansoni, o quadro clínico mais exuberante é o comprometimento hepatointestinal, hepatoesplênico e a formação das varizes esofágicas, sendo o tratamento com oxamniquina ou praziquantel, não sendo efetivo o uso de tiabendazol. E, por fim, o Strongyloides stercoralis tem como clínica exuberante a presença de hiperinfestação em imunodeficientes e pessoas HIV+, além do risco de infecções secundárias por enterobactérias e fungos, e deve ser tratado com tiabendazol, albendazol, cambendazol, ivermectina ou nitazoxanida, não sendo indicado o uso de azitromicina. REFERÊNCIA: Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria, 5ª edição, Barueri, SP: Manole, 2022. 55ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 42 de 98 Resposta comentada: Área: Clínica Cirúrgica Subárea: CAD Tema: Hérnias da parede abdominal O processo vaginal desce anteriormente ao testículo através do gubernáculo durante o desenvolvimento embrionário. A falha desse conduto em obliterar após a descida testicular para o escroto causa a saída do peritônio parietal (e intestino) através do anel inguinal profundo, canal inguinal e anel inguinal superficial, levando a uma hérnia inguinal indireta. Essas hérnias estão localizadas fora do triângulo de Hesselbach, lateralmente aos vasos epigástricos inferiores, e podem se manifestar com hidrocele comunicante, como visto neste paciente. DISTRATORES: A obstrução da veia espermática esquerda levaria a uma varicocele do lado esquerdo. Embora uma varicocele também possa se manifestar como um aumento indolor do escroto que aumenta de tamanho com a posição em pé ou com a tosse, uma massa inguinal não seria esperada. O enfraquecimento da fáscia transversal pode levar a uma hérnia inguinal direta. Embora as hérnias inguinais diretas também se manifestem com uma massa inguinal, uma hidrocele não seria esperada. Este tipo de hérnia está localizado dentro do triângulo de Hesselbach, medial aos vasos epigástricos inferiores, e se projeta apenas através do anel inguinal superficial (externo) sem envolvimento do cordão espermático. A redução da reabsorção de líquidos na túnica vaginal pode levar a uma hidrocele não comunicante. Embora este paciente tenha evidência clínica de hidrocele (tumefação flutuante indolor do escroto), o aumento do edema ao tossir indica tratar-se de hidrocele comunicante, o que implica um mecanismo diferente. O alargamento do anel femoral é o mecanismo subjacente às hérnias femorais. Embora as hérnias femorais se manifestem com massa inguinal, a massa seria inferior ao ligamento inguinal, e não causaria hidrocele. Além disso, as hérnias femorais se desenvolvem mais comumente em mulheres mais velhas (∼ 40-70 anos de idade). REFERÊNCIA: BMJ Best Practice. Hérnia inguinal em adulto. Última atualização em 29 de junho de 2022. 56ª QUESTÃO 000053.08001d.02eec1.105b9a.0419f8.5dd59a.f222c2.9fac4 Pgina 43 de 98 Resposta comentada: Área: Ginecologia e Obstetrícia Subárea: Obstetrícia
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