Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Mírian Mendes – 2022.1 →RIISPOA 2017 → Regulamento de inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal (POA) →Entende-se por leite, sem outra especificação, o produto oriundo da ordenha completa, ininterrupta, em condições de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e descansadas. →RIISPOA caracteriza o “benchmark” dos produtos de origem animal a respeito de toda produção e qualidade (exceto microbiologia). →Segundo o regulamento, ao referir-se a leite entende-se que se trata do de vaca, ao fazer referência a outro leite, necessário citar de onde vem. →Composição do leite varia de espécie para espécie (ava?). Composição do leite de vaca: água > gordura> lactose(açúcar)> Caseína (proteína) > minerais > outras coisas. →Por ser altamente composto por água e nutrientes, caracteriza-se um meio de cultura extremamente favorável para microrganismos, por isso a maioria se desenvolve muito bem no leite. →O açúcar/lactose é principal meio de energia para microrganismos →Lactose: açúcar do leite, é um dissacarídeo (monossacarídeo de glicose + galactose), precisa ser quebrado para ser utilizado (lactase). →A intolerância a lactose pode ser adquirida com o tempo, pois o individuo perde a capacidade de produzir lactase. (Com a perda do estímulo, cai a produção) →Afinal, leite não é para adultos. →Alguns microrganismos conseguem utilizar a lactose como meio de energia sem quebrar (E. coli e alguns coliformes), utilizam para produção de gás e ácidos. Por isso quem tem intolerância vive cheio de gás e ácido, pois suas bactérias é quem aproveitam a lactose. →Outros componentes do leite: -Enzimas: -- Lipase (Gordura – glicerol e ácidos graxos livres (sabor de ranço com o tempo). --Catalase (leite de úberes doentes há aumento de catalase --Fosfatase – destruída na pasteurização simples (72ºC por 15’’) --Peroxidase – desativada acima de 80ºC por alguns segundos →Fosfatases e peroxidases são muito importantes, pois com sua presença ou ausência é possível determinar se o leite foi devidamente pasteurizado. Caso persistam, não foi bem feito. 08/02 - Micro do Leite e dos derivados CARACTERÍSTICAS Mírian Mendes – 2022.1 →Pasteurização rápida: 72-75ºC → feita por troca de calor, de um lado água quente, e do outro o leite, durante 15’’. (binômio entre tempo e temperatura). Remove a maioria dos microrganismos (exceto aqueles que esporulam, pois não destrói esporos). A fosfatase alcalina é destruída e a peroxidase fica intacta pois é mais resistente. →Pasteurização lenta: 62-65ºC por 30 min. Porém pode alterar constituintes do leite inclusive desnaturar proteínas. →UHT (Ultra High Temperature): 130- 140ºC (algumas vão até 150ºC) por 2’’. Utilizada em leites “de caixinha”. →Leite cru: tem fosfatase alcalina e peroxidase →Leite pasteurizado: fosfatase alcalina ausente, peroxidase positiva. →Leite esterilizado: Não tem fosfatase nem peroxidase (Leite fervido >80ºC ou UHT) Tipo de Leite Fosfatase alcalina Peroxidase Leite cru Presente Presente Leite pasteurizado Ausente Presente Leite esterilizado Ausente Ausente →Três aspectos são fundamentais: →1. Impedir veiculação de patógenos → 2.Prevenir ou reduzir o desenvolvimento de microrganismos indesejáveis no leite (deteriorantes e patogênicos) → 3.Favorecer o desenvolvimento de microrganismos uteis para fabricação de derivados (lactobacilus e alguns coccos). →Ordenha: Manejo da ordenha deve ser feito de forma a minimizar a contaminação do leite por microrganismos. Precisa ser guardado em tanque de resfriamento seja individual ou compartilhado pela comunidade leiteira. Também não deve ser realizada a venda em beira de estrada com o leite exposto ao sol e cru, sem refrigeração. O transporte deve ser feito em transporte adequado, e não no carro do leite que sai distribuindo em vasilhas aleatórias. →Os microrganismos presentes no leite vêm em parte do animal que já está contaminado de alguma forma. Espera-se que o leite seja secretado estéril pela Gl. Mamária, porém podem vir contaminantes do sangue ou em volta do teto/glândula. O leite nunca será totalmente estéril, sempre terá uma porcentagem de microrganismos mesmo assim que retirou da vaca, isso não quer dizer que são necessariamente prejudiciais, são proveniente da microbiota natural do animal (Bactérias ácido-láticas). →A manipulação do leite é a principal forma de contaminação, pois a falta de higiene na manipulação por parte dos ordenhadores contribui grandemente para a contaminação do produto. →Com a manipulação correta é possível mitigar a contaminação. Considerações para ordenha: -Pode ser feita de forma manual, porém PASTEURIZAÇÕES COMPONENTES E TIPOS DE LEITE MICROBIOLOGIA DO LEITE FORMAS DE CONTAMINAÇÃO Mírian Mendes – 2022.1 higiênica; -Realizar pré e pós Dipping; -Utilizar papel toalha individual para cada teto na secagem; →Equipamentos e utensílios: Má higiene das ordenhadeiras, ou falta de regulagem/manutenção dos equipamentos pode abrigar microrganismos que contaminarão os tetos principalmente pelo vácuo que faz com que o orifício do teto se abra. -Higiene do tanque de resfriamento também é necessária pois pode abrigar e favorecer o desenvolvimento de microrganismos psicrófilos, como por exemplo Pseudomonas spp. Aeromonas spp. →Do ponto de vista da qualidade do leite, as bactérias psicrotróficas são o grupo que mais contribui para deterioração do leite e produtos lácteos. A maioria oriunda do ambiente, que chegou ao leite por falta de higiene na manipulação. →A maioria das bactérias citadas formam biofilmes, que é uma comunidade de microrganismos, não apenas bacterianos, algumas formam e outras não pois isso depende de vários fatores intrínsecos dos microrganismos. →Alguns genes favorecem a produção e liberação de biopolímeros que favorecem a formação do biofiolme em si. Microrganismos deteriorantes e patogênicos formam o biofilme. (Pseudomonnas spp., Staphylococcus spp., Listeria spp, Salmonella spp.) →No biofilme podem ter bactérias de tipos diferentes, inclusive fungos. →Formação do biofilme: →1. A bactéria se liga a uma superfície. (até inox ou vidro) Os flagelos e fimbrias favorecem a ligação inicial, bem como resíduos de açúcar etc. →2. As bactérias se multiplicam e vão secretando substâncias que favorecem o biofilme. →3. Em algumas ocasiões em que um alimento toca em um biofilme pode acabar sendo contaminado pois gruda um pedacinho de biofilme →4. O biofilme tem proteção química e física, dificultando a limpeza. →As bactérias possuem “Quorum sensing”, uma forma de comunicação entre si. É a regulação da expressão genica em resposta a flutuações na densidade populacional de células. Bactérias que realizam quórum sensing, produzem e liberam moléculas químicas sinalizadoras chamadas auto- indutoras que aumentam sua concentração em função à densidade celular. →Água, cama, forragem e ambiente: são meios de contaminação →Tempo de geração em função da temperatura Tempo de geração (h) Microrganismo 4ºC 6ºC 8ºC 10ºC Pseudomonas spp. 6 4,7 3,8 3,2 Lactococcus lactis >30 >30 11 6 Mírian Mendes – 2022.1 →IN 51 de 2022 -MAPA →IN 62/2011/MAPA - PNQL →IN 76 e 77 de 26/NOV/2018 →Tipos de leite -Crus: Tipo A e refrigerado -Pasteurizados: A e pasteurizado →Leites beneficiados tipo: - Tipo A pasteurizado – granja leiteira -Leite pasteurizado -Leite UHT →O leite tipo C não existe mais, extinto em 2007 →Tipo B desde 2012 →CPP (300.000 UFC por mL) → é a contagem total de placa/microrganismos, incluindo desde bactérias a fungos, etc. →CCS (500.000 UFC por mL) → refere-seà saúde do úbere, pois conta as células de defesa. Em casos de elevação, indica inflamação/infecção do úbere ou sistêmica INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 76, DE 26 DE NOVEMBRO DE 2018 - Imprensa Nacional . →Estocagem Refrigerada do leite cru – aceito e desejável →Microrganismos psicotróficos – proteases e lipases extracelulares →permanecem após tratamento térmico →Diminui a vida de prateleira após pasteurização ou UHT →Sabor amargo e ranço →Enzimas termoresistentes →Nesse caso, nem tem mais microrganismos, porem a enzima permaneceu e estragou o leite. →Ascendentes: Bactérias gram positivas e negativas: Staphylococcus aureus, S. epidermidis Streptococcus agalactiae, S. digalactiae e S. uberis Corynebacterium pyogenes E. coli, Klebsiella spp. Enterococcus spp. →Fungos oportunistas NORMATIVAS DE QUALIDADE DO LEITE FERRAMENTAS PARA ASSEGURAR A QUALIDADE DO LEITE VIAS DE INFECÇÃO ENZIMAS PROTEOLÍTICAS E LIPOLÍTICAS PRODUZIDAS POR MICRORGANISMOS https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/52750137/do1-2018-11-30-instrucao-normativa-n-76-de-26-de-novembro-de-2018-52749894IN%2076 https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/52750137/do1-2018-11-30-instrucao-normativa-n-76-de-26-de-novembro-de-2018-52749894IN%2076 Mírian Mendes – 2022.1 →Alfas →Agentes virais →Descendente – hematógena - doenças →Brucelose, Leptospirose, Micobacteriose, Listeriose. →Ordenha - manipulação pode contaminar →Sanitização do ambiente e equipamentos →Estocagem -em tanque de resfriamento higienizado →Tratamento térmico -Seja pasteurização ou UHT →Ambiente e água: se a água estiver contaminada pode afetar a higienização tanto da ordenha quanto dos utensílios. →APPCC – Análise de pontos críticos e de controle →importante: nem todo leite contaminado parece contaminado. →Leite: excelente meio de cultura aos microrganismos devido às suas características físico-químicas. Alta atividade de água, pH próximo ao neutro, riqueza de nutrientes. →A maioria dos queijos estraga rápido por causa da grande quantidade de água. →A deterioração microbiana no leite, pode ser decorrente de falhas durante a pasteurização e após a mesma. →Produção de gás no leite: Coliformes, Clostridium spp., Bacillus sp. →Produção de gás no queijo: Coliformes, Clostridium, é indesejável (queijo coalho furadinho) →Queijo suíço: Culturas propiônicas adicionadas → Desejável. Nesse caso a bactéria produz o gás sozinha, e não em deterioração do alimento. PRINCÍPIOS DA DETERIORAÇÃO DOS LEITES E DERIVADOS PONTOS CRÍTICOS DE CONTROLE
Compartilhar