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Crises Epilépticas

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Neurologia João Vitor P. Gama – MED 103 UV 
_______________________________________________________________________________________ 
 
CRISES EPILÉPTICAS 
 
Definição: ocorrência transitória de sinais/sintomas decorrentes de atividade neuronal anormal síncrona ou 
excessiva no cérebro. 
• Uma crise epiléptica é o evento. Epilepsia é a doença associada a crises que recorrem 
espontaneamente. 
• Crise provocada (associada a alterações agudas do SNC/metabólicas) ou não 
Etiologia 
• Manifestação das epilepsias 
• Sintomas comuns de doenças neurológicas agudas (meningoencefalites, TCE, DCV) 
• Sintomas comuns de doenças clínicas (anóxia, hipoglicemia, IR, insuficiência hepática) 
Fisiopatologia: excesso de excitação neuronal (Glutamato) ou falta de inibição (GABA) 
• Há um balanço entre neurônios excitatórios (mediados 
pelo glutamato) e neurônios inibitórios (mediados pelo 
GABA). Nas crises epilépticas há alteração dessa balança 
• Neurônio normal gera um potencial de ação único. Nas 
crises epilépticas, vários potenciais são gerados por um 
neurônio → descarga anormal, excesso de excitação → 
neurônio inibitório não consegue compensar 
Tipos de crises epilépticas 
• Início focal: originam-se em redes neurais limitadas a um hemisfério. Pode se 
generalizar secundariamente (migra pelo sistema reticular ativador 
ascendente) 
o Perceptiva: paciente acordado/consciente em todo o momento da 
crise; há a noção do que está acontecendo 
o Disperceptiva: paciente tem embotamento do sensório em algum 
momento da crise, se perde e não consegue se comunicar com o meio 
o Início motor: Automatismos (imitam movimento voluntário, mas 
repetitivo; como mastigação durante toda a crise); Atônicas (perda total do tônus muscular; 
fenômeno motor negativo); Clônicas (movimento de apenas um segmento do corpo); 
Espasmos epilépticos (como se fossem sustos); Hipercinéticas (movimentos rápidos); 
Mioclônicas (são como contrações musculares); Tônicas (paciente fica totalmente rígido) 
o Início não motor: Autonômicas (paciente tem sensação de pirose, pode ficar pálido, 
sudoreico); Parada comportamental (paciente parado, com olhar vago, sem se comunicar 
com o meio; alteração da percepção); Cognitivas (alterações da linguagem, sensação de deja-
vu); Emocionais (surtos de medo extremo, crises de riso imotivado); Sensoriais (sensação de 
dormência; alterações de sensibilidade) 
o Focal evoluindo para tônico-clônica bilateral 
o Focal perceptiva de início motor clônica: abalos musculares rápidos (face e membros, 
unilateralmente), que pode assumir característica de marcha. Indica envolvimento da área 
motora primária. 
Neurologia João Vitor P. Gama – MED 103 UV 
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o Focal perceptiva não motora sensorial: experiência perceptiva não desencadeada por 
estímulo externo 
o Focal perceptiva não motora emocional: pode ter manifestações emocionais, como medo ou 
alegria. Também abrange manifestações afetivas com expressão emocional (como o que 
ocorrem em algumas crises gelásticas ou dacrísticas) 
o Focal disperceptiva motora tônica: acometimento motor bilateral, posturas bizarras (“do 
espadachim”). Acometimento da área motora suplementar. 
o Focal disperceptiva motora automatismos: atividade motora +/- coordenada, cognição 
afetada. Imitam movimento voluntário (pode ser uma continuação inapropriada da atividade 
motora que estava ocorrendo antes da crise) 
• Início generalizado: envolvem redes neurais distribuídas bilateralmente 
o Sempre haverá perda de consciência 
o Motora: tônico-clônica principalmente. Tônico-clônicas (perda da 
consciência, com rigidez e depois contração com movimentos clônicos; 
paciente pode dar grito epiléptico); Clônica (movimentos de abalo); 
Tônica; Mioclônica (movimentos rápidos); Mioclono-tônico-clônicas; 
Mioclono-atônicas; Atônicas; Espasmos epilépticos 
o Não motora: crises de ausência. Típica (síndrome epiléptica; paciente 
tem momentos de parada muito rápidos, cerca de segundos); Atípica; 
Mioclônicas; Mioclonias palpebrais 
o Generalizada motora tônico-clônica: perda súbita inicial da consciência, grito epiléptico, 
atividade tônica universal, palidez, cianose, apneia, midríase, abalos clônicos generalizados, 
respiração ruidosa, sialorreia, coma pós-ictal. 
o Generalizada não motora ausência típica: início súbito com interrupção da atividade 
psicomotora, manutenção do tônus postural. Breve duração (5 a 30 seg), retornando às 
atividades anteriores. 
o Generalizada motora mioclonias palpebrais: abalos nas pálpebras, desvio ocular para cima. 
Duração de 10 seg. 
o Generalizada motora clônica: abalos simétricos ou assimétricos, regulares, que envolvem os 
mesmos grupos musculares 
o Generalizada motora tônica: contração muscular crescente e sustentada. Duração de 
segundos a minutos. 
o Generalizada motora atônica: redução/perda súbita do tônus muscular, envolvendo 
musculatura da cabeça, tronco ou membros. Duração de 1-2 seg 
o Generalizada motora mioclônica: contração súbita, breve, involuntária, única/múltipla, de 
músculos ou grupos. Topografia variável (axial, membros) 
o Generalizada motora espasmos epilépticos: súbita flexão, extensão ou mistura de ambas. 
Principalmente nos músculos proximais e tronco. Mais sustentado que mioclonia, ocorrem de 
forma repetida. 
• Início desconhecido 
• Termos não mais usados: parcial, parciais simples, parciais complexas, discognitivo, tônico-clônicas 
secundariamente generalizadas 
Neurologia João Vitor P. Gama – MED 103 UV 
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Neurologia João Vitor P. Gama – MED 103 UV 
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Avaliação inicial 
• Suporte básico de vida: monitorização sinais vitais e glicemia, lateralizar paciente, evitar aspiração, 
ofertar O2, estabilização clínica 
• História clínica/exame clínico: atenção para FO, déficit focal, rigidez de nuca, história de epilepsia 
• Crises provocadas/agudas sintomáticas? Epilepsia? 
• Exames complementares 
Anamnese: descrição pormenorizada da crise, duração (geralmente dura no máx. 5 min), horário de 
ocorrência, fatores precipitantes 
• Sinais e sintomas 
o Movimentos involuntários e automatismos 
o Movimentos oculares 
o Alteração de consciência 
o Liberação esfincteriana 
o Apneia, cianose, traumatismos, mordedura de língua 
o Paralisia de Todd → principalmente após crises focais motoras clônicas; paciente pode ter 
também diminuição de força (pode ser confundida com ataque isquêmico transitório). A 
paralisia é transitória, durando menos de 24h 
o Apatia, distúrbio da linguagem, do humor, cefaleia → ocorrem muito após a crise; pode haver 
afasia pós-ictal, com irritabilidade maior, cefaliea 
o Queda 
o Mudança comportamental 
Exame físico geral/neurológico: deve ser dirigido para sinais de doenças específicas ou malformações que 
causam epilepsias 
• Facomatoses são doenças dermatológicas que podem cursar com alterações do SN e epilepsia 
o Neurofibromatose: nódulos na pele, manchas hipercrômicas (café com leite) principalmente 
na região lombar. Pode haver déficits cognitivos e crises epilépticas. 
o Síndrome de Sturge Weber: angioma trigeminal (mancha vermelha na face, na região do 
trigêmeo) e crises epilépticas 
o Escleroso tuberosa: túberos (pequenos nódulos) na região malar e crises epilépticas. Muitas 
vezes tem espectro autista. 
• Na epilepsia geneticamente determinada muitas vezes há exame neurológico normal 
• Deve-se procurar por sinais focais 
 
 
Neurologia João Vitor P. Gama – MED 103 UV 
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Exames complementares 
• Glicemia 
• Rastreio infeccioso 
• Alterações hidroeletrolíticas 
• Perfil toxicológico 
• Neuroimagem: observar se há alteraçõesestruturais, processos expansivos irritativos, calcificações 
(neurocisticercose), áreas de isquemia 
 
• EEG: exame que analisa atividade elétrica cerebral espontânea, captado por eletrodos no couro 
cabeludo. Medida das diferenças de potenciais e do registro de suas variações no tempo. 
o Vídeo EEG: alguns tipos de movimentos involuntários podem ser vistos na UTI, mas não ser 
epilépticos, como tremor, clônus, miocloinas e discinesia. É útil para o diagnóstico diferencial. 
 
 
Neurologia João Vitor P. Gama – MED 103 UV 
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Diagnóstico diferencial 
• Síncope: a maioria é por causa cardiológica. É mais rápida que a crise epiléptica, com recuperação da 
consciência mais rapidamente. Se mais demorada, a síncope pode gerar abalos (devido à hipóxia) 
• Pseudocrise: há abalos vigorosos, mas paciente não se machuca e pode chorar/falar durante a 
pseudocrise. Pode ocorrer em crises de ansiedade, distúrbios psiquiátricos 
• Migrânea: aura pode cursar com alterações de parestesia no braço 
• Ataque isquêmico transitório: pode simular crise focal, com diminuição da força e alterações rápidas 
da consciência. Também pode ser diferencial com a paralisia de Todd. 
• Distúrbios do sono 
• Distúrbios do movimento: nas crianças com crises focais motoras, podem ocorrer abalos na face 
(poderiam ser espasmos) 
Tratamento 
• Crises provocadas → tratar a causa base 
• Crises não provocadas → medicações específicas, fármacos antiepilépticos 
• Tratamento com antiepiléptico deve ser iniciado logo após o diagnóstico 
Atendimento na emergência 
• Observar características da crise 
• Proteger paciente de traumas e broncoaspiração 
• Evitar benzodiazepínicos em crise única 
• Anamnese detalhada 
• Investigação complementar (hemograma, bioquímica, neuroimagem, LCR) 
• Drogas antiepilépticas em caso de recorrência 
Estado de mal epiléptico 
• Convulsivo: condição epiléptica aguda caracterizada por crises convulsivas contínuas, por ao menos 
5 min, ou por 2 crises sem recuperação da consciência entre elas. 
• Não convulsivo: descarga ictal contínua ou intermitente, com comprometimento da consciência e 
sem sinais clínicos de atividade convulsiva 
o Status epilepticus não convulsivo: muitos com crise não convulsiva tem apenas crise 
eletrográfica. Outros sinais sutis podem estar presentes (mioclônus de face e membros, 
nistagmo, desvio do olhar e instabilidade autonômica). Diagnóstico pelo EEG

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