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Bacateriologia 2

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SHIGELLA
1. Características gerais
• Na sua classificação temos bactérias idênticas quanto a sua classificação genômica 
• Mais de 50 sorogrupos baseados no antígeno O (na sua constituição bioquímica)
• Morfologia: bastonetes gram-negativos delgados, pequenos e não móveis; formas coccobacilares
ocorrem em culturas jovens
• Fisiologia/crescimento: anaeróbios facultativos, mas crescem melhor aerobiamente; fermentadores de
glicose (o que confere aspecto de alcalinidade no meio de cultura do TSI), e na maioria não-
fermentadoras de lactose (exceção Shigella sonnei), formadoras de ácidos a partir da fermentação de
carboidratos e não produtoras de gás e H2S
• Cultura: colônias convexas, circulares e transparentes com bordas intactas com um diâmetro de cerca em
até 2 mm em 24 horas, principalmente por não fermentar outras açúcares 
• Humanos como únicos reservatórios (todas Shigella spp. são patogênicas) → S. dysenteriae: causa
disenteria bacilar - Raro em outros primatas e animais
• Transmissão pessoa-pessoa via fecal oral
- Mãos contaminadas e menor proporção: água, alimentos contaminados
- Transmissão sexual (HSH) → homossexuais tornam-se mais vulneráveis 
- Gravidade em crianças com mais de 10 anos em ≠ graus de desnutrição
• Dose infecciosa ↓↓↓ = 10-100 bactérias (necessita de uma quantidade baixa para causar infecção)
- Período de incubação: 1-3 dias
• Shigelose (disenteria bacilar): doença clínica causada por Shigella spp. que evolui de uma diarreia
aquosa para forma severa caracterizada por infecção invasiva da mucosa do intestino grosso (cólon), com
inflamação aguda e presença de sangue nas fezes → febre, desidratação, vômito, diarreia inicial aquosa,
disenteria, tenesmo e colite (inflamação concentrada no cólon intestinal, com invasão do tecido epitelial
colônico e perda de eletrólitos e fluidos) 
2. Patogênese
• Inicialmente a bactéria se adere ao epitélio do cólon (na célula epitelial), em seguida ocorre a ativação da
endocitose das células de shigella, pela própria bactéria, na célula epitelial do hospedeiro por meio do
mecanismo de “gatilho”. Em seguida, após a internalização e passagem para o interior da célula,
inicialmente em um vacúolo endocítico e depois consegue escapar para o citoplasma, a bactéria passa a se
multiplicar ativamente no interior do citoplasma da célula epitelial intestinal. Depois ela vai invadir as
células adjacentes do epitélio intestinal, manipulando o citoesqueleto, especificamente os componentes de
actina, formando “caudas” para promover a propulsão para invadir o tecido epitelial adjacente, em que
acaba atuando como um mecanismo de evasão do SI, visto que ficam dentro da célula epitelial intestinal.
Aos poucos, essa multiplicação e invasão nas células adjacentes promove a formação de microabscessos
no tecido epitelial intestinal (no cólon do intestino grosso), que pode evoluir para necrose, visto que as
células epiteliais invadidas começam a morrer no curso da infecção. E, eventualmente, ela pode acessar a
corrente sanguíneo ao ser fagocitada por células do sistema retículo endotelial e SI, mas não tem
bacteremia (raro), porque ela é rapidamente fagocitada e destruída. 
3. Fatores de virulência
• Genes plnv: plasmídeo (220-kb) com todos os principais genes de virulência da Shugella spp. (região 32
kb) – Regulação da expressão desses genes por genes cromossomais e expressão máxima dos genes de
virulência contidos nesse plasmídeo ocorrem só nas condições encontradas no lúmen intestinal. Esse
plasmídeo codifica o Mxi-spa, que é um importante sistema de secreção do tipo III envolvido na secreção
de 15 proteínas efetoras no interior das células hospedeiras (células epiteliais do intestino grosso), por
meio da interação das proteínas efetoras com os receptores CD4 na superfície da célula epitelial
- Proteínas efetoras (principalmente a IPA a,b,c,d) → indução ou inibição de vias de sinalização de célula
eucariótica hospedeira, que de forma indireta ou indireta, promovem reorganização do citoesqueleto
celular, favorecendo essa fagocitose da bactéria e induzindo ou inibindo a resposta imune celular, que vai
promover a invasão da bactéria no tecido epitelial intestinal e estabelecimento de nichos específicos da
infecção ao longo do cólon. 
- Essas proteínas efetoras, principalmente a IPAa e IPAc, vão atuar sobre GTPases citoplasmáticas e
outras vias de sinalização intracelular e, em conjunto, vão levar aos rearranjos dos citoesqueletos (actina),
que vão induzir em ultimo caso a fagocitose de Shigella e outros efeitos. 
4. Ciclo infeccioso
→ Inicialmente há entrada pelas células M do epitélio intestinal grosso ou por desestabilização das barreiras
intestinais
→Endocitose por macrófagos residentes ali nas células M
→Escape dos vacúolos endocíticos dos macrófagos para o interior do citoplasma deles 
→Ativação da caspase-1 e liberação de citocinas pró- inflamatórias
→Essas citocinas catalisam a indução da migração de leucócitos polimorfonucleares (PMNs) para o sítio de
infecção, os quais atravessam a barreira intestina do epitélio da membrana basolateral para a apical, com
desestabilização das junções entre as células epiteliais do cólon e facilitação da invasão de Shigella
→Morte do fagócitos após escape de Shigella dos vacúolos endocíticos
→Invasão (macropinocitose) do epitélio por Shigella pela membrana basolateral do epitélio, após a morte dos
fagócitos 
→Macropinocitose de Shigella no epitélio intestinal
→Lise dos vacúolos macropinocíticos em que escapam para o citoplasma 
→Exploração do citoesqueleto de actina das células epiteliais para disseminação intracelular por essas caudas
→Passagem entre as células do epitélio intestinal pelas protrusões citoplasmáticas após rearranjo do
citoesqueleto → lise de vesículas com 2 membranas formadas e escape para citoplasma da célula vizinha
→Recrutamento de novos PMNs por IL-8 das células epiteliais vizinhas
→Eliminação eventual de Shigella pelos PMNs recrutados
→ Após a morte a morte dos fagócitos infectados, as bactérias podem retornar pela membrana basolateral e
induzir novamente a endocitose (macropinocitose) e reinicia o ciclo, contribuindo para a desintegração da
integridade epitelial. 
5. Manifestação clínica
• Diarreia aquosa, autolimitada inicial (colite exsudativa – perda de água e eletrólitos) → fezes
sanguinolentas (disenteria)
• Febre ↑, cólicas abdominais e tenesmo (esforço para defecação)
- Náuseas, vômitos, cefaleias, calafrios, estado toxêmico, convulsões (toxina Shiga → neurotóxica,
quando atinge outras células sem ser as epiteliais)
• Shigelose é a causa + comum de morte em crianças em desnutrição: septicemia por outros gram negativos
oportunistas devido a ruptura da barreira gastrointestinal, em que criam espaço para que essas bactérias
presentes no lúmen intestinal alcancem a circulação sanguínea e linfática 
• SHU (Síndrome Hemolítico-Urêmica): danos ao endotélio glomerular por S. dysenteriae tipo 1 à toxina 
Shiga - Artrite crônica derivada da ação dessa toxina em outros sítios orgânicos 
• Disfunção do cólon → ↓ absorção de agua, ↑ da secreção de K+, ↓ íons Cl- (ação de enterotoxinas)
• Colonização assintomática dos micro-organismos do cólon em um pequeno numero de pacientes =
reservatório da infecção
6. Diagnóstico
• Espécimes: amostras de fezes recolhidas, (investigação laboratorial) ou swabs retais (isolamento de
Shigella) em fases iniciais da doença, em que é mais fácil de achar a bactéria devido a multiplicação
ativa
• Identificação:
- Cultura das amostras meios seletivos e diferencias: ágar MacConkey, Hektoen, Salmonella-Shigella
(SS) à incubação por 16 a 18 h (37oC)
- Inóculo de colônias incolores e não-fermentadoras de lactose em meio Kliger e TSI (Triple Iron Sugar)
- Testes de aglutinação com anticorpos contra sorogrupos e sorotipos de Shigella
• Testes moleculares: identificação dos genes plasmidiais de virulência (menos aplicadosna rotina)
7. Tratamento
• Doença autolimitada → recuperação em 5 a 7 dias
• Mortalidade geralmente ↓
- Exceção: crianças mal nutridas, idosos, imunocomprometidos
• Reidratação oral em casos não severos e reposição de fluidos intravenosa em casos severos
• Evitar anti-diarreicos! (podem piorar o quadro) 
• Antibioticoterapia apenas em casos diarreicos severos
- Aquisição de resistência a sulfametoxazol-trimetropim
- Ciprofloxacina (adultos) e ceftriaxona (crianças)
- Azitromicina em estirpes resistentes aos antimicrobianos (adultos e crianças)
8. Epidemiologia, Prevenção e Controle
• Global (CDC, EUA): 80-50 milhões de casos por ano à 600.000 mortes
- Maioria à transmissão fecal-oral (alimentos contaminados, contato direto)
• Endêmica em países temperados, tropicais e subtropicais
- ↑ precariedade em condições higiênicas à ↑ incidência de shigelose
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/shu
- Países desenvolvidos: surtos esporádicos em creches
• Principais medidas de controle:
- Controle sanitário de alimentos, água e leite
- Descarte de esgoto e dejetos adequado; controle de moscas
- Detecção de casos subclínicos e carreadores (principalmente, manipuladores de alimentos)
- Antibioticoterapia de pacientes infectados
- Higienização prévia às atividades sexuais e uso de preservativos, principalmente no sexo anal
SALMONELLA 
→ Gênero com classificação taxonômica problemática: antigamente cada sorotipo era escrito como se fosse uma
espécie do gênero (ex., Salmonella typhi) - Classificação de Kauffman-White: sorovares (antígenos O, H e Vi)
→ Classificação sorológica com base na estrutura antigênica diversa de superfície: antígenos somáticos O e
antígenos flagelares H → S. enterica (doenças em animais e humanos) e S. bongori 
→ S. enterica tem 6 subespécies, com destaque para a S. enterica subesp. enterica)→ tifoide – Typhy e Paratyphi
A e B (causadores de febre tifoide) e não tifoide – Typhimurium e Enteriditis (gastroenterite, doenças invasivas e
outras) 
→ Ex da escrita: Salmonella enterica sorovar. Typhimurium ou Salmonella Typhimurium 
1. Características gerais 
• Morfologia: bacilos gram-negativos (0,7-1,5 μm X 2 a 5 μm de diâmetro), móveis com flagelos
peritríquios, não-formadores de esporos
• Fisiologia: anaeróbios facultativos, oxidase-negativos, fermentadores de glicose e manose com produção
ocasional de gás (visível quando o meio de cultura se rompe), não-fermentadores da lactose (ou sacarose),
produtores de H2S (em que as colônias ficam escurecidas) 
• Crescimento: sobrevivência ao congelamento prolongado na água e resistência à agentes químicos que
inibem outras bactérias (verde brilhante, tetrationato de sódio, desoxicolato de sódio)
- Válidos de incorporação no meio de cultura para identificação laboratorial da Salmonella 
• Comensais e patógenos de humanos e muitos animais (mamíferos, répteis, aves e insetos)
- Existência de um reservatório animal (viés de caráter zoonótico)
• Sorotipos Typhi e Parathyhi altamente adaptados a seres humanos = capazes de sobrevivência na vesícula
biliar e estabelecimento de estado portador crônico (reservatório carregador da infecção)
• Transmissão via água e alimentos contaminados e fecal-oral (crianças)
- Aves domésticas, ovos, laticínios e alimentos preparados em superfícies contaminadas ou contato com
animais 
- Dose infecciosa de Salmonella Typhi ↓: transmissão pessoa-pessoa comum
- Dose infecciosa de outros sorotipos ↑: multiplicação bacteriana até atingir inóculo necessário para
causar infecção em alimentos estocados de modo inadequado (temperatura ambiente por tempo
prolongado)
• Incidência de doenças ↑ em crianças e idosos > 60 anos
- Fatores de risco para desenvolvimento de doença: imunossupressão, idade, doença subjacentes ou
acidez gástrica reduzida
- Fatores “protetores” do hospedeiro: acidez gástrica, microbiota intestinal normal e imunidade intestinal
local
• Ciclo de transmissão: Na primeira etapa ocorre a reciclagem da Salmonella. Com exceção da
Salmonella Typhi, as demais Salmonella são amplamente distribuídas em animais, propiciando uma fonte
de infecção constante para os humanos, com um caráter zoonótico, permitindo uma infecção constante
dos humanos. A excreção de grandes quantidades de salmonela por indivíduos infectados e portadores
permite que o microrganismo seja reciclado e infecte novos animais e humanos
→ Ingestão da Salmonella enteritidis 
→Absorvida pelas células epiteliais na porção terminal do intestino delgado
→ Bactéria penetra nas células e migra para a camada da lâmina própria da região ileocecal 
→ Multiplicação nos folículos linfóides, causando hiperplasia reticuloendotelial 
→Leucócitos polimorfonucleares são recrutados e atuando retendo a infecção do trato
gastrointestinal
→ Resposta inflamatória média à liberação de prostaglandina 
→ CAMP estimula e ativa a secreção de fluídos → DIARREIA 
2. Patogênese
• Salmonella se adere à célula do epitélio no intestino delgado após a chegada no lúmen intestinal por meio
da ingestão de água e alimentos contaminados 
• Salmonella
• Salmonella ativa a endocitose pelo mecanismo de gatilho e invade as células do epitélio do intestino
delgado 
• Salmonella se multiplica no interior da vesícula endocítica ativamente 
• Salmonella sai do vacúolo enodocítico, migra para o citoplasma e causa a morte da célula hospedeira,
induzindo febre, cólica e diarreia 
• Eventualmente, ela migra da célula epitelial intestinal, passa pela lâmina própria, adentra os folículos
linfoides e, em último caso, podem chegar a corrente sanguínea e gerar bacteremia 
3. Fatores de virulência
• Fímbrias: adesão em diferentes células epiteliais e possivelmente matriz extracelular (distribuição
variável)
• Proteínas efetoras: translocação para o interior das células hospedeiras por 2 T3SS – sistemas de
secreção- (codificados por PAI – ilhas de patogenicidade - diferentes)
• Antígeno Vi: antígeno capsular polissacarídico encontrado principalmente em cepas tifoides – anti
fagocítico 
- Impede a opsonização mediada por anticorpos e aumento da resistência ao sistema complemento (em
que inibe a ligação do complemento e de anticorpos, bloqueando a resposta imune humoral e celular)
• Ilhas de patogenicidade PAI do cromossomo bacteriano: elas apresentam os genes que atuam na
regulação da aderência, engolfamento pela membrana e multiplicação bacteriana no interior dos vacúolos
endocíticos. 
- PAI I: tem os genes codificadores das proteínas de invasão secretadas por Salmonella (Ssps) e T3SS
(primeiro sistema de secreção) que é responsável pela entrega de proteínas efetoras nas células
hospedeiras, levando a invasão pelo mecanismo de gatilho no epitélio intestinal. 
- PAI II: genes que codificam vários fatores que vão mediar evasão do sistema imune do hospedeiro e
segundo T3SS envolvido no escape da responta imune 
• ShdA: proteína de superfície que se liga a fibronectina da matriz extracelular tecidual do hospedeiro e
potencialmente envolvida na colonização ativa do ceco e excreção bacteriana prolongada nas fezes
• Rck: proteína de membrana externa que interfere com a formação do complexo de ataque a membrana do
sistema complemento (MAC), conferindo resistência a ação do sistema complemento
• LPS: proteção da ação de defensinas e do sistema complemento (devido a longas cadeias laterais do
antígeno O)
• Superóxido dismutase: codificada por um fago lisogênico (Gipsy-2); sendo uma enzima detoxificante
periplasmática com a função de interceptar formas reativas do oxigênio (ROS) produzidas pelo sistema
imune do hospedeiro
- Formação de peróxido de hidrogênio a partir de superóxido
• Variação (perda de antígenos): essa bactéria tem a capacidade de perder os antígenos → potencializa o
escape do SI
- Antígenos H: imóveis
- Antígeno O: mudança da forma de colônia lisa para rugosa
- Antígeno Vi: pode ser perdido parcial ou completamente
• Variaçãode fase antigênica:
- Ocorre porque a bactéria possui diferentes genes codificadores de formas antigenicamente ≠ de flagelinas
(variadas) 
- Inversão do gene promotor envolvido na produção do gene da flagelina B (FljB) e inibidor da flagelina C
(FljC)
- Ocorre em 2 fases: fase 1 (mais especifica e compartilhada por poucas espécies) e fase 2 (não específica, em
vários sorotipos/espécies)
- Evasão do sistema imune (não desenvolve uma resposta imune estável, porque na 1 infecção ocorre produção
de anticorpos para uma flagelina e na outras infecção, já é outro tipo, então essas resposta é muito baixa ou não
atua 
4. Ciclo infeccioso
• Adesão da Salmonella às células do intestino delgado e M via adesinas (fímbrias) de superfície celular
• Translocação de proteínas efetoras da Salmonella para o interior dos enterócitos via o sistema de
secreção, principalmente o 1. E essas proteínas efetoras injetadas no interior das células, causam
modificações do citoesqueleto, formação de projeções na superfície (“ruffles”) na membrana apical 
• Captura direta da Salmonella pelas células dendríticas da submucosa (confere o caráter invasivo) 
• Multiplicação da Salmonella no interior dos vacúolos endocíticos no interior da célula hospedeira
• Transcitose dos vacúolos com Salmonella para a membrana basolateral do epitélio intestinal e liberação
na submucosa, onde vai ser captura e internalização da Salmonella por fagócitos → formação de novos
vacúolos e dispersão da bactéria via corrente sanguínea ou linfática
5. Manifestações clínicas
→ Gastroenterites (enterocolites) 
• Forma mais comum de salmonelose 
• Sintomas iniciais de 6 a 48h após o consumo de alimentos ou água contaminados: náuseas, vômito e
diarreia sem sangue 
• Febre, cólica abdominal, mialgia e dor de cabeça
• Envolvimento do cólon e evolução para enterocolite no quadro agudo da doença, não ficando restrito
apenas ao final do intestino delgado 
• Sintomas persistentes de 1 a 2 dias até resolução espontânea
• Duração de estado portador depois da resolução: 4 a 5 semanas (culturas de fezes ainda positiva para
Salmonella, mesmo após a resolução do quadro) – antibioticoterapia pode prolongar estado portador
(se a bactéria conseguiu chegar na corrente sanguínea via invasão dos fagócitos locais da submucosa, eles
migram por toda corpo via circulação sanguínea ou linfática e podem chegam em outros sítios, como na
vesícula biliar, causando esse estado de portador. 
→ Febre Tifoide 
• Doença febril causada por Salmonella Typhi
- Febre paratifoide: forma branda causada por Salmonella Paratyphi, Salmonella Schottmuelleri e
Salmonella Hirschfeldii e outros sorotipos
• A patogênese tem como base a passagem da Salmonella pelas células de revestimento intestinal para
chegar na corrente vascular, em que sofrem com o engolfamento por macrófagos locais→ transporte para
fígado, baço e medula óssea 
• Capacidade de multiplicação do organismo no tecido linfoide intestinal e excreção ativa nas fezes
• Geralmente ocorre de 10 a 14 dias depois da ingestão da dose bacteriana infecciosa (10 3-106) →
desenvolvimento de febre crescente com complicações não-especificas (febre, mialgias, mal-estar e
anorexia)
• Se houver persistência dos sintomas por 1 semana até sintomas de gastroenterite, seguidos de fase inicial
de bacteremia acompanhada de colonização da vesícula biliar (resistência de Salmonella aos sais biliares)
e reinfecção dos intestinos quando ocorre o despejo dos sais biliares durante o processo de digestão e a
bactéria sai junto com eles, voltando a atingir o intestino, retroalimentando a infecção de caráter sistêmico
• Lesões principais: hiperplasia e necrose do tecido linfóide (por exemplo, manchas de Peyer); hepatite
(multiplicação efetiva no interior dos hepatócitos); necrose focal do fígado (dependendo da distensão da
multiplicação e morte dos hepatócitos e células do cerne hepático); e inflamação da vesícula biliar,
periósteo, pulmões…
→ Bacteremia → septicemia
• Sorotipos Typhi, Paratyphi e Cholerasius como mais envolvidos em casos de bacteremia
• Risco ↑ em pacientes pediátricos, idosos e imunocomprometidos
• Apresentação clínica da bacteremia similar à causada por outros bacilos gram- negativos: quadros
supurativos em até 10% dos casos
• Tendência de causar infecções de locais vasculares ou bacteremia persistente de alto nível: 
- Inicia com infecção endovascular que complica para bacteremia por Salmonella geralmente envolve a
aorta, frequentemente associada a placas ateroscleróticas ou aneurismas – aneurismas infecciosos -
(pessoas com mais de 50 anos têm maior risco de desenvolver tais complicações)
- ↓ mortalidade e geralmente associada com a evolução ou resolução da bacteremia
6. Diagnóstico
• Espécimes:
- Sorotipos não-tifoides: fezes (frescas, de preferência na fase aguda da doença)
- Sorotipos tifoides: sangue, medula óssea, outros locais estéreis, urina ou secreções intestinais
(necessidade de isolamento em cultura)
- Cultura positiva para drenado duodenal: diagnóstico do estado de portador (sinaliza a presença da
bactéria na vesícula biliar e sua liberação durante o processo de digestão no duodeno) 
• Identificação:
- Cultura das amostras meios seletivos e diferencias: ágar MacConkey, Hektoen, SalmonellaShigella
(SS), ágar xilose-lisina desoxicolato (XLD) ou ágar desoxicolato-citrato à favorecimento do crescimento
de Salmonella e Shigella dentro das enterobactérias
- Culturas de enriquecimento: cultivo da amostra de fezes em caldo selenito ou tetraionato, ambos com
inibição do crescimento de outras bactérias entéricas, permitindo o isolamento de Salmonella à semeio da
cultura após 1 a 2 dias de incubação em meio seletivo e diferencial
- Final: perfil bioquímico + testes de aglutinação específicos
• Testes sorológicos: detecção dos ≠ sorotipos em ensaios de aglutinação
• Testes moleculares: detecção rápida e direta de Salmonella em amostras de fezes em casos de diarreia
aguda
7. Tratamento
• Adoção imediata de antibioticoterapia reduz em menos de 1% as chances de mortalidade por febre tifoide
e bacteremia por Salmonella
• Febre tifoide
- Sem complicações: azitromicina oral
- Com complicações: hospitalização seguido de administração parenteral por 10 dias de cefalosporina de
3º geração ou fluorquinolona
• Bacteremia não-tifoide: tratamento empírico com cefalosporina de 3a geração ou fluorquinolona até
TSA estar disponível
• Gastroenterite não-tifoide: autolimitada, sem necessidade de antibioticoterapia (preocupação apenas em
neonatos, imunocomprometidos e idosos)
• Organismos suscetíveis: terapia oral com amoxicilina, sulfametoxazol-trimetoprima ou uma
fluoroquinolona; para pacientes imunocomprometidos, o tratamento pode durar de 7 a 14 dias
• Carreadores crônicos: ampicilina
8. Epidemiologia, Prevenção e Controle
• CDC (EUA):1,35 milhões de casos à 26.500 hospitalizações à 420 mortes
• Carne de frango como um dos principais reservatórios de Salmonella
- 1 a cada 25 de frango comercializado contaminados com Salmonella
• Vacinas disponíveis: oral atenuada (Ty21a) e parenteral do polissacárido Vi (ViCPS)
- 50-80% eficácia
- Viajantes para áreas endêmicas (uso bem restrito)
• Principais medidas de controle:
- Medidas sanitárias para prevenção de contaminação de águas e alimentos por roedores e animais
- Cozimento adequado de ovos crus e carnes mal cozidas
- Detecção de carreadores com atividade laboral como manipuladores de alimentos
- Precauções higiênicas essenciais em todas as etapas de processamento de alimentos (potenciais
veiculadores de Salmonella)