Buscar

Infecções Bacterianas do Sistema Gastrointestinal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Infecções Bacterianas do Sistema 
Gastrointestinal 
Referencia Bibligrafica:Imunologia celular e 
molecular Abul K.Abbas MBBS 9ed Capítulo 
14:Imunidade especializada nas 
barreiras.Imunidade no Sistema 
Gastrointestinal. 
MURRAY, Patrick R. ; ROSENTHAL, Ken S. ; 
PFALLER, Michael A.-Microbiologia Médica7. 
ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2017. Cap. 27 
Imunidade no sistema 
Gastrintestinal 
O sistema gastrintestinal, assim como outros 
tecidos de mucosa, é composto por uma 
estrutura semelhante a um tubo revestida 
com uma camada contínua de células 
epiteliais assentadas sobre uma membrana 
basal que serve de barreira física ao ambiente 
externo. Subjacente ao epitélio, há uma 
camada de tecido conectivo frouxo chamada 
lâmina própria, que contém vasos sanguíneos, 
vasos linfáticos e MALTs. A submucosa é uma 
densa camada de tecido conectivo que 
conecta a mucosa às camadas de músculo 
liso. 
MALTs-Tecidos linfóides da mucosa 
gastrointestinal. 
 
Da perspectiva do imunologista, o trato 
gastrintestinal tem duas propriedades 
notáveis. Primeiro, a mucosa combinada do 
intestino delgado e do intestino grosso tem 
uma área de superfície total maior que 200 
m2 (o tamanho de uma quadra de tênis), cuja 
maior parte consiste em microvilos e vilos do 
intestino delgado. Em segundo lugar, o lúmen 
intestinal é repleto de microrganismos, 
muitos dos quais são ingeridos com a comida 
e a maioria dos quais está em crescimento 
contínuo no lúmen de indivíduos sadios, 
como comensais. Estima-se que mais de 500- 
1.000 espécies diferentes de bactéria, 
somando aproximadamente 1014 células, 
vivam no intestino de um mamífero — quase 
igual ao número total de todas as células 
humanas existentes no corpo, ou cerca de 10 
vezes maior que o número de células 
nucleadas humanas existentes no corpo 
(cerca de 90% das células humanas são 
hemácias anucleadas). Existem cerca de 600 
mil genes no microbioma intestinal humano, 
equivalente a 30 vezes mais do que o número 
total de genes no genoma humano. 
 
Evoluímos para depender desses comensais 
em diversas funções, incluindo a degradação 
de componentes da nossa dieta que as nossas 
próprias células não conseguem digerir. Esses 
comensais também competem com 
microrganismos potencialmente patogênicos 
no intestino e previnem infecções perigosas. 
Embora os organismos comensais seja 
benéficos quando ficam contidos no lado 
externo da barreira da mucosa intestinal, 
tornam-se potencialmente lesivos quando 
atravessam essa barreira e entram na 
circulação ou atravessam a parede intestinal, 
sobretudo em indivíduos 
imunocomprometidos. Além disso, a qualquer 
momento, os organismos patogênicos não 
comensais podem se tornar parte da 
diversificada mistura de organismos que 
constituem a flora intestinal, se forem 
ingeridos em alimentos ou água 
contaminados. 
O intestino previne infecções de três modos 
principais: 
1)Presença de uma espessa camada de muco 
no epitelio intestinal que afasta a maior parte 
dos microorganismos presentes no lúmen. 
2)Peptideos antibióticos produzidos pelas 
células epiteliais intestinais,os quais matam 
patógenos presentes no lúmen ou diminuem 
sua entrada no epitelio 
3)IgA produzida por plasmócitos na lamina 
própria,a qual é transportada para dentro do 
lúmen e neutraliza os patógenos antes que 
possam entrar através do epitélio. 
 
Imunidade Inata no Trato 
gastrintestinal 
As células epiteliais intestinais que revestem 
os intestinos delgado e grosso são parte 
integral do sistema imune inato 
gastrintestinal, envolvidas nas respostas aos 
patógenos e amostragem de antígeno para 
distribuição ao sistema imune adaptativo no 
intestino. 
A imunoproteção inata no intestino é 
mediada em parte pelas barreiras físico-
químicas fornecidas pelas células epiteliais 
mucosas e suas secreções de muco. As células 
epiteliais intestinais adjacentes são unidas por 
proteínas que formam as tight junctions (ou 
zonas de oclusão), as quais bloqueiam o 
movimento dos microrganismos entre as 
células para dentro da lâmina própria. 
Vários tipos de células localizadas na mucosa, 
incluindo as células epiteliais, DCs, 
macrófagos e ILCs, são capazes de montar 
respostas inflamatórias e antivirais. A maioria 
dessas respostas é induzida pelo engajamento 
do receptor de reconhecimento de padrão 
aos ligantes microbianos. 
Imunidade Adaptativa no Trato 
Gastrintestinal 
• A principal forma de imunidade adaptativa 
no intestino é a imunidade humoral dirigida 
aos microrganismos no lúmen. Essa função é 
mediada principalmente por anticorpos IgA 
diméricos secretados no lúmen intestinal ou, 
no caso dos bebês em fase de amamentação, 
a IgA secretada no colostro e no leite materno 
e ingerida pelo bebê. O anticorpo no lúmen 
impede que os comensais e patógenos 
colonizem e invadam cruzando a barreira 
epitelial mucosa. 
• A dominância da IgA nas secreções 
mucosas, especialmente no intestino, é em 
virtude do fato de as células B ativadas nesses 
sítios tenderem a sofrer troca de classe para 
IgA, e as células B produtoras de IgA 
tenderem a residir no intestino. 
• As respostas imunes celulares protetoras 
contra microrganismos no intestino são 
mediadas por células T auxiliares. As células 
Th17 constituem a subpopulação de células T 
efetoras mais numerosa na mucosa intestinal, 
porém as células Th1 e Th2 também estão 
presentes. 
• Um dos principais mecanismos para 
controlar as reações inflamatórias no 
intestino é a ativação das células T 
reguladoras (Tregs). Em nenhum outro lugar 
no corpo há um comprometimento tão 
extensivo do sistema imune com a 
manutenção da tolerância a antígenos 
estranhos, incluindo os antígenos alimentares 
e os antígenos microbianos comensais. As 
subpopulações de Treg produtoras de IL-10 
são mais abundantes no MALT do que nos 
demais órgãos linfoides. 
Enterobacteriaceae 
(enterobacterias) 
A família Enterobacteriaceae é o maior e mais 
heterogêneo grupo de bacilos Gram-
negativos de importância médica. Cinquenta 
gêneros e centenas de espécies e subespécies 
foram descritos. Esses gêneros foram 
classificados com base nas propriedades 
bioquímicas, estrutura antigênica, 
hibridização DNA-DNA e 
sequenciamento do RNAr 16S. Apesar da 
complexidade dessa família, a maioria das 
infecções em humanos é causada por 
relativamente poucas espécies. 
As bactérias da família Enterobacteriaceae 
são microrganismos ubiquitários, encontrados 
em todo o mundo no solo, na água e na 
vegetação. Esses microrganismos fazem parte 
da microbiota normal da maioria dos animais, 
incluindo o homem. Essas bactérias causam 
uma variedade de doenças em humanos, 
incluindo um terço de todas as bacteremias, 
mais de 70% das infecções do trato urinário 
(ITU) e muitas infecções intestinais. 
Alguns microrganismos (p. ex., Salmonella 
sorótipo Typhi, espécies de Shigella e Yersinia 
pestis) estão sempre associados a doenças 
humanas, enquanto outros (p. ex., Escherichia 
coli, Klebsiella pneumoniae e Proteus 
mirabilis) são comensais, membros da 
microbiota normal, que podem causar 
infecções oportunistas. Existe um terceiro 
grupo, que compreende microrganismos que 
normalmente são comensais e se tornam 
patogênicos quando adquirem genes de 
virulência localizados em plasmídeos, 
bacteriófagos ou ilhas de patogenicidade. 
Infecções causadas por Enterobacteriaceae 
podem se originar de um reservatório animal 
(p. ex., a maioria das espécies de Salmonella, 
espécies de Yersinia), de um carreador 
humano (p. ex., espécies de Shigella e 
Salmonella sorotipo Typhi) ou por meio de 
transmissão endógena de microrganismos (p. 
ex., transmissão de E. coli do intestino para a 
cavidade peritoneal, após perfuração do 
intestino). 
 
 
*Sitios de infecções com membros comuns da 
família das enterobacterias listados em ordem 
de prevalência. 
 
Fisiologiae Estrutura das 
enterobacterias 
-Gram-negativos(ROSA) 
-Móveis ou imóveis 
-Endotoxinas nas paredes celulares 
-Anaeróbios facultativos 
-Fermentam glicose e lactose 
-catalase positiva(apresentam enzima 
catalase que decompõe peróxido de 
hidrogênio ou agua oxigenada) 
-Secretam exotoxinas 
-Apresentam cápsula bacteriana 
-Tem LPS 
-Resistencia a sais biliares 
 
 
Patogenia e Imunidade 
relacionadas a infecções 
Bacterianas 
 
Numerosos fatores de virulência foram 
identificados nos membros da família das 
enterobacterias.Alguns são comuns para 
todos os gêneros e outros são únicos de cepas 
virulentas especificas. 
 
 
Endotoxina 
A endotoxina é um fator de virulência 
encontrado em bactérias Gram-negativas 
aeróbias e algumas anaeróbias. A atividade 
dessa toxina depende do lipídio A, 
componente do LPS, que é liberado na lise 
celular. Muitas manifestações sistêmicas das 
infecções por bactérias Gram-negativas são 
iniciadas pela endotoxina que ativa o 
complemento, causa liberação de citocinas, 
leucocitose, trombocitopenia, coagulação 
intravascular disseminada, febre, diminuição 
da circulação periférica, choque e morte. 
Cápsula 
As enterobactérias encapsuladas são 
protegidas da fagocitose pelos antígenos 
capsulares hidrofílicos, que repelem a 
superfície hidrofóbica da célula fagocítica. 
Esses antígenos interferem na ligação dos 
anticorpos à bactéria, são pouco 
imunogênicos e incapazes de ativar o 
complemento. O papel protetor da cápsula 
diminui se o paciente desenvolve anticorpos 
específicos contra a cápsula. 
Variação de Fase antigênica 
As expressões dos antígenos somático O, 
capsular K e flagelar H estão sob controle 
genético do microrganismo. Cada um desses 
antígenos pode ser alternadamente expresso 
ou não (variação de fase), uma característica 
que protege a bactéria da morte mediada por 
anticorpo. 
 
 
 
Sistemas de Secreção tipo III 
Uma variedade de bactérias (p. ex., Yersinia, 
Salmonella, Shigella, Escherichia 
enteropatogênica, Pseudomonas e 
Chlamydia) tem um sistema efetor comum 
para levar seus fatores de virulência às células 
eucarióticas-alvo. O sistema secretório tipo III 
pode ser imaginado como uma seringa 
molecular com aproximadamente 20 
proteínas que facilitam a transferência de 
fatores de virulência bacterianos para as 
células-alvo do hospedeiro. 
Embora os fatores de virulência e seus efeitos 
sejam diferentes entre os vários bacilos 
Gram-negativos, o mecanismo pelo qual os 
fatores de virulência são introduzidos é o 
mesmo. Na ausência do sistema secretório 
tipo III, a bactéria tem sua virulência 
diminuída. 
Sequestro de fatores de Crescimento 
O meio de cultura enriquecido fornece 
nutrientes ao microrganismo, mas quando a 
bactéria cresce in vivo deve se tornar um 
predador para obter nutrientes. O ferro é um 
importante fator de crescimento, necessário 
para a bactéria, mas está ligado às proteínas 
heme (p. ex., hemoglobina, mioglobina) ou às 
proteínas quelantes de ferro (p. ex., 
transferrina, lactoferrina). A bactéria contra-
ataca produzindo seus próprios sideróforos 
ou compostos quelantes de ferro (p. ex., 
enterobactina, aerobactina). O ferro também 
pode ser liberado das células hospedeiras por 
hemolisinas produzidas pelas bactérias. 
 
 
Resistência ao efeito bactericida do 
Soro 
Enquanto muitas bactérias podem ser 
rapidamente eliminadas do sangue, 
microrganismos virulentos são capazes de 
produzir infecções sistêmicas e 
frequentemente resistem à morte mediada 
pelo soro. Além de a cápsula bacteriana 
proteger o microrganismo da morte pelo 
soro, outros fatores impedem a ligação do 
complemento à bactéria e a subsequente 
eliminação da bactéria mediada pelo 
complemento. 
Resistência aos Antimicrobianos 
Tão rapidamente quanto novos antibióticos 
são introduzidos, os microrganismos podem 
desenvolver resistência a eles. Essa 
resistência pode ser codificada por 
plasmídeos transferíveis e trocada entre as 
espécies, gêneros e mesmo famílias de 
bactérias. 
Infecções do trato gastrointestinal 
-Transmissão:fecal-oral 
-Infecções: ingestão de bactérias que se 
multiplicam e colonizam o intestino,causando 
danos ao hospedeiro 
-Intoxicações:Ingestao de toxinas pré 
formadas produzidas por bactérias no 
alimento 
 
 
Diagnóstico de infecções: 
 
Escherichia coli 
E. coli é o mais comum e mais importante 
membro do gênero Escherichia. Este 
microrganismo está associado a uma 
variedade de doenças, incluindo gastrenterite 
e infecções extraintestinais como ITU, 
meningites e sepses. 
Uma variedade de cepas pode causar 
doenças, sendo alguns sorótipos associados à 
maior virulência (p. ex., E. coli O157 é a causa 
mais comum de colite hemorrágica e 
síndrome hemolítico-urêmica). 
Biologia virulência e Doença: 
Bacilos Gram-negativos, anaeróbios 
facultativos 
Fermentadores; oxidase-negativos 
Lipopolissacarídeo consiste no polissacarídeo 
externo do antígeno somático O, 
polissacarídeo central (antígeno comum) e 
lipídio A (endotoxina) 
-Apresentam fimbrias para adesão 
-Capsula 
-Endotoxinas(LPS-LPO) 
-Exotoxinas(enterotoxinas)-diarreia 
Pelo menos cinco grupos patogênicos 
diferentes causam gastrenterite (EPEC, ETEC, 
EHEC, EIEC, EAEC); a maioria causa doenças 
em países em desenvolvimento, embora EHEC 
seja uma causa importante de colite 
hemorrágica (CH) e síndrome hemolítico-
urêmica (SHU) nos Estados Unidos. 
Sindromes que a bactéria 
causa:Gastroenterites,disenteria,septicemia,
pneumonia,meningite 
Patotipos-Escherichia coli: 
-E.coli enterotoxigenica(ETEC) 
-E.coli enteropatogenica(EPEC) 
-E.coli enteroinvasiva(EIEC) 
-E.coli enterohemorragica(EHEC) 
-E.coli enteroagregativa(EAEC) 
Doenças clinicas: 
Gastroenterite: 
As cepas de E. coli que causam gastrenterite 
são subdivididas em cinco grupos principais: 
enterotoxigênica, enteropatogênica, 
enteroagregativa, enterohemorrágica e. Os 
três primeiros grupos causam uma diarreia 
secretora envolvendo o intestino delgado, 
enquanto nos dois últimos grupos a infecção 
geralmente envolve o intestino grosso. 
 
E.coli enterotoxigênica(ETEC) 
-Diarréia do viajante 
-As bactérias vão aderir aos enterocitos do 
intestino delgado e induzem a diarréia pela 
secreção de enterotoxinas: 
-LT1 ELTL2-Termolabeis(sensíveis) 
-Sta e STb-Termo estáveis(resistentes) 
A doença causada pela E. coli 
enterotoxigênica (ETEC) é encontrada 
principalmente em países em 
desenvolvimento (estimada em 650 milhões 
de casos por ano), entretanto acredita-se que 
aproximadamente 80 mil casos ocorram 
anualmente em viajantes dos Estados Unidos, 
e a doença seja endêmica em populações 
nativas americanas. 
As infecções são frequentemente observadas 
em crianças pequenas de países em 
desenvolvimento ou viajantes que vão para 
essas áreas 
-As infeccçoes são basicamente adquiridas 
pelo consumo de água e alimentos 
contaminados com fezes 
-A transmissão de pessoa para pessoa não 
ocorre. 
Diarréia: 
A diarreia secretora causada pela ETEC ocorre 
após um ou dois dias de incubação e persiste 
em média por três a cinco dias. Os sintomas 
(diarreia aquosa e cólica abdominal; menos 
comuns, náusea e vômito) são similares 
àqueles observados nos casos de cólera, mas 
geralmente são mais brandos, principalmente 
em adultos. Não é observada alteração 
histológica ou inflamação da mucosa 
intestinal. 
As cepas de ETEC produzem duas classes de 
enterotoxinas: toxinas termolábeis (LT-I, LT-II) 
e toxinas termoestáveis (STa e STb). LT-I é 
funcional e estruturalmente similar à toxina 
colérica e está relacionada a doenças em 
humanos, enquanto LT-II não está 
relacionada. A toxina consiste em uma 
subunidade A e cinco subunidades B 
idênticas. As subunidades B se ligam ao 
mesmo receptor da toxina colérica 
(gangliosídeos GM1), bem como a outras 
glicoproteínas de superfície dascélulas do 
epitélio no intestino delgado. 
Após endocitose, a subunidade A de LT-I sofre 
translocação através da membrana do 
vacúolo. A subunidade A tem atividade 
difosfato de adenosina (ADP)-
ribosiltransferase e interage com uma 
proteína de membrana (Gs) que regula a 
adenilato ciclase. O resultado final dessa 
interação é um aumento dos níveis de 
monofosfato de adenosina cíclico (AMPc), 
com aumento da secreção de cloro e 
diminuição da absorção de sódio e cloro. 
Essas alterações são manifestadas na diarreia 
aquosa. A exposição da toxina também 
estimula a secreção de prostaglandina e 
produção de citocinas inflamatórias, 
resultando em perda de fluido. 
 
E.coli Enteropatogênica(EPEC) 
-Alimentos e água contaminados 
-Possuem plasmídeos com genes que 
codificam um fator de aderência que permite 
a bactéria aderir na mucosa intestinal 
-As bactérias se aderem ao epitelio do 
intestino e destroem as microvilosidades 
-Gatroenterite-diarreia geralmente em 
crianças 
-A bactéria ainda não destrói e nem invade as 
celulas epiteliais apenas degradam suas 
microvilosidades,então o risco delas inadirem 
e caírem na cirulação gerando uma sepse é 
baixo. 
-Ocorre a trnasmissão de pessoa para pessoa 
E. coli enteropatogênica (EPEC) foi a primeira 
E. coli associada à doença diarreica e 
permanece a principal causa de diarreia 
infantil em países pobres. A doença é rara em 
países desenvolvidos, exceto em creches, 
onde ocorrem raros surtos. Essa doença 
também é rara em crianças mais velhas e em 
adultos, provavelmente porque 
nestes grupos etários os indivíduos já 
desenvolveram imunidade protetora. Em 
contraste com a doença causada por ETEC, a 
transmissão pessoa a pessoa ocorre na 
doença causada por EPEC. Assim, é provável 
que a dose infectante necessária seja mais 
baixa. A doença é caracterizada pela diarreia 
aquosa, que pode ser grave e prolongada. 
Também podem ocorrer febre e vômito. 
Mecanismo de infecção: 
A infecção começa com a ligação da bactéria 
às células do epitélio do intestino delgado, 
com subseqüente supressão (destruição) das 
microvilosidades (histopatologia A/E ou 
attachment-effacement). A agregação inicial 
da bactéria, que leva à formação de 
microcolônias na superfície da célula epitelial, 
é mediada pelos pili formadores de feixe (PFF) 
codificados por plasmídeo. As etapas que 
ocorrem após a ligação da bactéria são 
reguladas pelos genes codificados pela ilha de 
patogenicidade locus of enterocyte 
effacement (LEE). Essa ilha possui mais de 40 
genes responsáveis pela ligação da bactéria e 
destruição da superfície da célula hospedeira. 
Após a aderência frouxa, mediada pelos pili 
PFF, ocorre secreção ativa de proteínas 
bacterianas para dentro da célula epitelial 
hospedeira por meio do sistema secretório do 
tipo III. Uma proteína, receptor de 
translocação da intimina (Tir), é inserida na 
membrana da célula epitelial e atua como 
receptor para a adesina de membrana 
externa, a intimina. A ligação da intimina à 
proteína Tir resulta na polimerização da 
actina e no acúmulo de elementos do 
citoesqueleto logo abaixo da bactéria aderida 
 
 
Enterite:inflamação da mucosa do intestino 
delgadp 
Endotoxemia:presença de endotoxinas no 
sangue(São toxinas encontradas na parede 
celular bacteriana, que são liberadas quando 
a célula desintegra-se. Não são encontradas 
em filtrados livres de células de bactéria. ) 
Septicemia: A septicemia, também conhecida 
como sepse, é uma condição de resposta 
exagerada a uma infecção no corpo, seja por 
bactérias, fungos ou vírus, que acaba 
causando disfunção orgânica, ou seja, que 
dificulta o normal funcionamento do corpo 
E.coli enteroagregativa(EAEC) 
-Bacterias caracterizam-se por 
aglutinação,tipo arranjo de parede de tijolo 
-Formação de biofilme sobre as células 
epiteliais;Citotoxinas e enterotoxias 
-Lesão da mucosa,secreção de muco 
-A diarréia-geralmente em crianças e é 
persistente(+ de 14 dias) 
As cepas de E. coli enteroagregativa (EAEC) 
estão envolvidas nos casos de diarreia aquosa 
persistente com desidratação, em crianças de 
países em desenvolvimento e em viajantes 
que visitam esses países. Surtos de 
gastrenterite causados pela EAEC foram 
descritos nos Estados Unidos, Europa e Japão. 
O microrganismo é provavelmente uma causa 
importante de diarreia infantil em países 
desenvolvidos. Esta é uma das poucas 
bactérias associadas a diarreia crônica e 
retardo do crescimento em crianças. 
As bactérias são caracterizadas pela 
autoaglutinação, como em um arranjo de 
“tijolos empilhados”. Este processo é 
mediado pela fímbria de aderência agregativa 
I (AAF/I), adesinas semelhantes ao PFF 
responsável pela formação de microcolônias 
de EPEC. Também foram descritas outras 
fímbrias de aderência agregativa (AAF/II, 
AAF/III). 
Após aderência de EAEC à superfície do 
intestino, a secreção de muco é estimulada, 
levando à formação de um biofilme espesso. 
Esse processo protege as bactérias agregadas 
dos antibióticos e de células fagocíticas. Além 
disso, dois grupos de toxinas estão associados 
a EAEC: a toxina enteroagregativa 
termoestável, que é antigenicamente 
relacionada à toxina termoestável de ETEC, e 
a toxina codificada por plasmídeo (Pet). 
Ambas as toxinas induzem secreção de 
fluidos. 
E.coli Enterohemorragica(EHEC) 
ou(STEC) 
-Contagio por alimentos contaminados 
-Necessita de uma dose infecciosa baixa para 
infectar uma pessoa já com sintomas 
-Causa desde diarréias leves até colites 
hemorrágicas(diarréia sanguinolenta) 
-Pode produzir síndrome urêmica hemolítica-
dano renal 
-Toxinas-inibe síntese protéica 
-Fator de virulência:toxina shiga.Absorção 
sistêmica que pode levar a complicações 
fatais. 
As cepas de E. coli enterohemorrágica (EHEC) 
frequentemente causam doenças em países 
desenvolvidos. A estimativa é de que essa 
bactéria cause 73 mil infecções e 60 mortes 
por ano nos Estados Unidos. A doença 
causada por EHEC ocorre com mais 
frequência nos meses quentes e apresenta 
maior incidência em crianças com menos de 
cinco anos de idade. A maioria das infecções é 
atribuída ao consumo de carne moída 
malcozida ou outros produtos derivados da 
carne, água, leite não pasteurizado, suco de 
frutas (p. ex., cidra feita com maçãs 
contaminadas com fezes de bovinos), vegetais 
malcozidos como espinafre, e frutas. A 
ingestão de menos de 100 bactérias pode 
causar a doença, e a transmissão cruzada 
entre as pessoas também ocorre. 
A doença causada por EHEC pode variar de 
uma diarreia branda sem complicações até 
uma colite hemorrágica, com dores 
abdominais e diarreia com sangue. 
Inicialmente, a diarreia com dor abdominal se 
desenvolve em pacientes após três a quatro 
dias de incubação. Em aproximadamente 
metade dos pacientes se observa vômito, mas 
geralmente não ocorre febre alta. Após um 
período de dois dias de latência, a doença 
progride para uma diarreia sanguinolenta 
com dores abdominais intensas em 30% a 
65% dos pacientes. Na maioria dos pacientes 
não tratados, os sintomas desaparecem 
completamente entre quatro e 10 dias. 
Sindrome hemolítico-uremica(SHU): 
A síndrome hemolítico-urêmica (SHU), uma 
desordem caracterizada por falha renal 
aguda, trombocitopenia e anemia hemolítica 
microangiopática, é uma complicação que 
ocorre em 5% a 10% das crianças com menos 
de 10 anos infectadas por EHEC. Na maioria 
dos pacientes não tratados os sintomas 
desaparecem entre quatro e 10 dias. Porém, 
óbito pode ocorrer em 3% a 5% dos pacientes 
com SHU, e sequelas graves (p. ex., 
insuficiência renal, hipertensão, 
manifestações do sistema nervoso central) 
podem ocorrer em até 30% dos pacientes 
com SHU. 
As cepas EHEC que produzem as duas toxinas 
Shiga e lesão A/E são mais patogênicas que as 
cepas que produzem apenas uma toxina 
Shiga. SHU tem sido associada à produção de 
Stx-2, queé capaz de destruir as células 
endoteliais do glomérulo. Os danos às células 
endoteliais levam à ativação de plaquetas e à 
deposição de trombina, que por sua vez 
resultam na diminuição da filtração 
glomerular e falha renal aguda. As toxinas 
Shiga também estimulam a expressão de 
citocinas inflamatórias (p. ex., fator de 
necrose tumoral-γ [TNF]-γ, interleucina-6 [IL]- 
6) que, entre outros efeitos, aumentam a 
expressão de Gb3. 
E.coli Enteroinvasora(EIEC) 
-Contaminação por ingestão de água e 
alimentos contaminados. 
-A bactéria se adere,invade e destrói as 
células epiteliais do cólon e se espalha 
lateralmente.A bactéria destrói os enterócitos 
-Causa diarréia aquosa com sangue e 
leucócitos(disenteria) 
-Acomete crianças e adultos 
-Causa febre 
As cepas patogênicas são primariamente 
associadas a poucos sorótipos O: O124, O143 
e O164. As cepas são relacionadas à Shigella 
por suas propriedades fenotípicas e 
patogênicas. As bactérias são capazes de 
invadir e destruir o epitélio do cólon, 
produzindo uma doença caracterizada 
inicialmente por diarreia aquosa. Em uma 
minoria de pacientes, a doença progride para 
uma forma de disenteria, consistindo em 
febre, dores abdominais, sangue e leucócitos 
nos espécimes fecais. 
Vários genes plasmidiais (genes pInv) estão 
envolvidos na invasão da bactéria no epitélio 
do cólon. As bactérias lisam os vacúolos 
fagocíticos e se multiplicam no citoplasma da 
célula. O movimento no citoplasma e em 
direção às células epiteliais adjacentes é 
regulado pela formação de filamentos de 
actina (similares àqueles observados em 
Listeria). Esse processo de destruição de 
células epiteliais com infiltração inflamatória 
pode avançar, causando ulceração do cólon. 
 
Salmonella 
-Bacilos Gram-negativos 
-Não produtores de esporos 
-Não fermentadores 
-Anaeróbios facultativos 
-Intracelular facultativo 
-pH ótimo de crescimento: 7,0 sendo que 
algumas estirpes são resistentes ao acido 
-Temperatura ótima de crescimento:35 a 37 
graus Celsius 
-Reservatório 
animal;aves,répteis,roedores,pássaros,animai
s domésticos 
-Transmissão por ingestão de água e 
alimentos contaminados, via fecal-oral 
 
 
Fatores de virulência 
Antigeno de virulência Vi: polissacarídeos 
capsulares-antifagocitarios. 
Invasina:Proteínas de invasão-Ssps(Invasão 
de enterocitos e células M-Vesículas)-acesso a 
lamina prórpia 
Sobrevivencia e o crescimento dos 
organismos no interior dos fagossomos de 
células fagocitárias. 
Preferencia pela invasão da vesícula 
biliar:Estado de portador com excreção das 
bactérias pelas fezes durante longos períodos. 
Doenças causadas pelo gênero 
enterite (febre, náusea, vômito, diarreia com 
ou sem sangue, cólicas abdominais) febre 
entérica (febre tifoide, febre paratifoide); 
bacteremia (geralmente causada por 
Salmonella Typhi, Salmonella Paratyphi, 
Salmonella Cholerasuis); colonização 
assintomática (principalmente por Salmonella 
Typhi e Salmonella Paratyphi) 
1)Febre tifóide(S.typhi)-Transmitida pela 
água e alimentos contaminados com material 
fecal humano. 
Sintomas mais graves: Febre 
alta,diarréia,vômitos e septicemia 
2)Febre entérica(S.paratyphi)-Semelhante á 
tifóide mas com sintomas mais brandos 
3)Salmoneloses(S.enteridis e typhimurium)-
Sintomas como diarréia,febre,dores 
abdominais e vômitos. 
 
 
Patogênese e Imunidade 
Após a ingestão e passagem pelo estômago, a 
Salmonella adere à mucosa do intestino 
delgado e invade as células M 
(microvilosidades) localizadas nas placas de 
Peyer, bem como os enterócitos. As bactérias 
permanecem em um vacúolo endocítico, 
onde se multiplicam e podem ser 
transportadas através do citoplasma, sendo 
liberadas na circulação sanguínea ou linfática. 
A regulação da aderência, engolfamento pela 
membrana e multiplicação são controlados 
basicamente por dois grandes grupos de 
genes (ilhas de patogenicidade I e II) no 
cromossomo bacteriano. A ilha de 
patogenicidade I codifica as proteínas de 
invasão secretadas por Salmonella (Ssps) e 
um sistema de secreção tipo III que injeta as 
proteínas na célula hospedeira. A ilha de 
patogenicidade II contém os genes que 
permitem que a bactéria escape da resposta 
imune do hospedeiro e um segundo sistema 
de secreção tipo III para esta função. A 
resposta inflamatória restringe a infecção ao 
trato gastrointestinal, medeia a liberação de 
prostaglandinas, estimula o AMPc e ativa a 
secreção de fluidos. 
 
Epidemiologia 
A maioria das infecções é adquirida pelo 
consumo de alimentos contaminados (aves, 
ovos e laticínios são as fontes mais comuns de 
infecção) Transmissão direta orofecal em 
crianças Salmonella Typhi e Salmonella 
Paratyphi são patógenos humanos estritos 
(nenhum outro reservatório); estas infecções 
são transmitidas de pessoa a pessoa; 
colonização assintomática prolongada ocorre 
com freqüência Indivíduos com risco de 
infecção são aqueles que consomem aves ou 
ovos malcozidos, pacientes com níveis 
reduzidos de acido gástrico e os 
imunocomprometidos As infecções ocorrem 
no mundo inteiro, particularmente nos meses 
quentes do ano. 
Salmonella pode colonizar praticamente 
todos os animais, incluindo aves, répteis, 
gado, roedores, animais domésticos, pássaros 
e humanos. A transmissão de um animal para 
o outro e o uso de rações contaminadas com 
Salmonella mantêm o reservatório animal. Os 
sorótipos como Salmonella Typhi e 
Salmonella Paratyphi são altamente 
adaptados aos seres humanos e não causam 
doença em outros hospedeiros. Outros 
sorótipos de 
Salmonella (p. ex., Salmonella Choleraesuis) 
são adaptados aos animais e podem causar 
doença grave quando infectam humanos. 
Além disso, em contraste com outros 
sorótipos de Salmonella, as cepas que são 
altamente adaptadas ao homem (p. ex., 
Salmonella Typhi e Salmonella Paratyphi) 
podem sobreviver na vesícula biliar e 
estabelecer o estado de portador crônico. 
Muitas cepas de Salmonella não têm 
especificidade de hospedeiro e causam 
doenças tanto em hospedeiros humanos com 
em não humanos. 
A maioria das infecções resulta da ingestão de 
produtos alimentares contaminados e, em 
crianças, se deve à transmissão orofecal. A 
incidência da doença é maior em crianças 
com menos de cinco anos e em adultos acima 
de 60 anos, que são comumente infectados 
durante os meses de verão e outono, quando 
os alimentos contaminados são consumidos 
em eventos ao ar livre. As fontes mais comuns 
de infecções humanas são aves domésticas, 
ovos, laticínios e alimentos preparados em 
superfícies contaminadas (tábuas de corte 
onde aves domésticas cruas foram 
preparadas). Mais de 50 mil casos de 
infecções por Salmonella não tifoide foram 
descritos nos Estados Unidos em 2010, 
entretanto foi estimado que ocorram mais de 
1,4 milhão de infecções e 600 mortes a cada 
ano. As infecções por Salmonella Typhi 
ocorrem quando são ingeridos alimentos ou 
água pelas mãos de pessoas contaminadas 
que manuseiam alimentos. Não há 
reservatório animal. Em média, 400 a 500 
infecções por Salmonella Typhi são descritas 
anualmente nos Estados Unidos, a maioria 
adquirida durante viagens ao exterior. 
 Em contraste, foi estimado que 21 milhões 
de infecções por Salmonella Typhi e 200 mil 
mortes ocorrem a cada ano em todo o 
mundo. O risco da doença é alto em crianças 
que vivem na pobreza em países em 
desenvolvimento. 
A dose infectante para infecções por 
Salmonella Typhi é baixa, assim a transmissão 
pessoa a pessoa é comum. Em contraste, é 
necessário um grande inóculo (p. ex., 106 a 
108 bactérias) para o desenvolvimento de 
doença sintomática com a maioria dos outros 
sorótipos de Salmonella. Esses 
microrganismos podem se multiplicar 
intensamente, se produtos de alimentos 
contaminados forem inadequadamente 
estocados (p. ex., deixados à temperatura 
ambiente). A dose infectante é baixa para 
pessoascom alto risco de adquirir doenças 
relacionadas à idade, imunossupressão, 
doença subjacente (leucemia, linfoma, 
doença da célula falciforme) ou acidez 
gástrica reduzida. 
Tratamento,Prevenção e Controle 
Terapia com antimicrobianos não é 
recomendada para enterite, pois pode 
prolongar a duração da doença Infecções por 
Salmonella Typhi e Salmonella Paratyphi ou 
infecções disseminadas causadas por outros 
microrganismos devem ser tratadas com um 
antibiótico efetivo (selecionado em testes de 
suscetibilidade in vitro); fluoroquinolonas (p. 
ex., ciprofloxacina), cloranfenicol, 
sulfametoxazol-trimetoprim ou uma 
cefalosporina de amplo espectro podem ser 
usados 
A maioria das infecções pode ser controlada 
pela preparação adequada de aves e ovos 
(completamente cozidos), evitando a 
contaminação de outros alimentos com 
produtos avícolas não cozidos. 
Portadores de Salmonella Typhi e Salmonella 
Paratyphi devem ser identificados e tratados 
Vacinação contra Salmonella Typhi pode 
reduzir o risco de doença em viajantes nas 
áreas endêmicas. 
 
 
Doenças Clinicas 
Existem quatro formas de infecção por 
Salmonella:Gastrenterite,septicemia,febre 
entérica e colonização assintomática. 
Gastrenterite 
A gastrenterite é a forma mais comum de 
salmonelose nos Estados Unidos. Os sintomas 
geralmente aparecem de seis a 48 horas após 
o consumo de alimento ou água 
contaminados. A apresentação inicial consiste 
em náusea, vômito e diarreia sem sangue. 
Também são comuns febre, cólica abdominal, 
mialgia e dor de cabeça. O envolvimento do 
cólon pode ser demonstrado na forma aguda 
da doença. Os sintomas podem persistir por 
dois a sete dias antes da resolução 
espontânea. 
Septicemia ou Sepse 
Todas as espécies de Salmonella podem 
causar bacteremia, entretanto infecções 
causadas por Salmonella Typhi, Salmonella 
Paratyphi e Salmonella Choleraesuis 
geralmente levam a uma fase de bacteremia. 
O risco de bacteremia por Salmonella é 
elevado em pacientes pediátricos, geriátricos 
e em imunocomprometidos (infecções 
causadas por HIV, doença falciforme, 
imunodeficiências congênitas). A 
apresentação clínica da bacteremia causada 
por Salmonella é parecida com as 
bacteremias causadas por outras bactérias 
Gram- negativas; entretanto, infecções 
supurativas localizadas (p. ex., osteomielite, 
endocardite, artrite) podem ocorrer em até 
10% dos pacientes. 
 
Febre Entérica ou Tifóide 
Salmonella Typhi produz uma doença febril 
chamada febre tifoide. Uma forma mais 
branda da doença, referida como febre 
paratifoide, é causada pela Salmonella 
Paratyphi A, Salmonella Schottmuelleri 
(antiga Salmonella Paratyphi B) e Salmonella 
Hirschfeldii (antiga Salmonella Paratyphi C). 
Outros sorótipos de Salmonella raramente 
produzem uma síndrome similar. As bactérias 
responsáveis pela febre entérica atravessam 
as células que revestem o intestino e são 
engolfadas pelos macrófagos. Elas se 
multiplicam depois de transportadas para o 
fígado, baço e para a medula óssea. Dez a 14 
dias após a ingestão das bactérias, os 
pacientes gradualmente experimentam febre 
crescente com complicações não específicas 
de dores de cabeça, mialgias, mal-estar e 
anorexia. 
 Esses sintomas persistem por uma semana 
ou mais e são acompanhados de sintomas de 
gastrenterite. Este ciclo corresponde a uma 
fase inicial de bacteremia que é acompanhada 
pela colonização da vesícula biliar e 
reinfecção dos intestinos. A febre entérica é 
uma doença clínica séria e deve ser 
suspeitada em pacientes febris que viajaram 
recentemente para países em 
desenvolvimento onde a doença é endêmica. 
 
 
 
 
 
Colonização Assintomática 
As cepas de Salmonella responsáveis pela 
febre tifoide e paratifoide são mantidas por 
colonização em humanos. A colonização 
crônica por mais de um ano após a doença 
sintomática ocorre em 1% a 5% dos pacientes 
e a vesícula biliar é o principal reservatório na 
maioria dos pacientes. A colonização crônica 
com outras espécies de Salmonella ocorre em 
menos de 1% dos pacientes e não representa 
uma fonte importante de infecção humana. 
Shigella 
Biologia,Virulência e Doença 
-Bacilos gram-negativos 
-Anaerobios facultativos 
-Fermentadores,oxidase-negativos 
Lipopolissacarídeo consiste no polissacarídeo 
externo do antígeno somático O, 
polissacarídeo central (antígeno comum) e 
lipídio A (endotoxina) 
Quatro espécies reconhecidas: S. sonnei 
responsável pela maioria das infecções em 
países desenvolvidos; S. flexneri responsável 
pelas infecções em países em 
desenvolvimento; S. dysenteriae responsável 
pelas infecções mais graves; e S. boydii, que 
raramente é isolada. 
Doenças: 
A forma mais comum da doença é a 
gastrenterite (shigelose), uma diarreia aquosa 
inicial que progride em um a dois dias para 
dores abdominais e tenesmo (fezes com ou 
sem sangue); a forma grave da doença é 
causada por S. dysenteriae (disenteria 
bacteriana); um pequeno número de 
pacientes se torna portador assintomático 
(reservatório para futuras infecções). 
Tratamento, prevenção e Controle: 
Terapia com antimicrobianos diminui o curso 
da doença sintomática e a eliminação nas 
fezes.O tratamento deve ser orientado pelos 
testes de suscetibilidade in vitro.Terapia 
empírica pode ser iniciada com uma 
fluoroquinolona ou sulfametoxazol-
trimetoprim .Controle apropriado da infecção 
deve ser instituído para prevenir 
disseminação do microrganismo, incluindo 
lavagem das mãos e descarte adequado da 
roupa suja. 
Patogênese e Imunidade 
Shigella causa doença invadindo e se 
multiplicando nas células que revestem o 
cólon. Os genes estruturais codificam 
proteínas envolvidas na aderência dos 
microrganismos às células hospedeiras, bem 
como na invasão, multiplicação intracelular e 
transmissão célula a célula. Esses genes são 
encontrados em um grande plasmídeo de 
virulência, mas são regulados por genes 
cromossômicos. Assim, a presença do 
plasmídeo não assegura atividade do gene 
funcional. 
As espécies de Shigella parecem incapazes de 
se ligar às células diferenciadas da mucosa; 
em vez disso, elas inicialmente aderem e 
invadem as células M localizadas nas placas 
de Peyer. O sistema secretório tipo III secreta 
quatro proteínas (IpaA, IpaB, IpaC e IpaD) 
dentro das células epiteliais e dos 
macrófagos. Essas proteínas induzem 
ondulações da membrana das células-alvo, 
levando ao engolfamento da bactéria. Shigella 
lisa o vacúolo do fagócito e se multiplica no 
citoplasma da célula hospedeira (diferindo de 
Salmonella, que se multiplica no vacúolo). 
Com o rearranjo dos filamentos de actina na 
célula hospedeira, as bactérias são 
impulsionadas do citoplasma para as células 
adjacentes, ocorrendo a passagem de uma 
célula para outra. Deste modo, Shigella é 
protegida da remoção mediada pelo sistema 
imune. Shigella sobrevive à fagocitose pela 
indução de morte programada da célula 
(apoptose). Esse processo também leva à 
liberação da IL-1β, resultando na atração dos 
leucócitos polimorfonucleares pelos tecidos 
infectados. Esse processo desestabiliza a 
integridade da parede intestinal e permite 
que a bactéria alcance as células epiteliais 
mais profundas. 
Epidemiologia 
-Os seres humanos são o único reservatório 
para Shigella. 
-A shigelose é basicamente uma doença 
pediátrica, representando 60% de todas as 
infecções em crianças menores de 10 anos. A 
doença endêmica em adulto é comum em 
homossexuais do sexo masculino e em 
contatos domésticos de crianças infectadas. 
Os surtos epidêmicos da doença ocorrem em 
creches e instituições de custódia. A shigelose 
é transmitida de pessoa a pessoa pela via 
orofecal, geralmente por pessoas com mãos 
contaminadas e menos comumente em água 
ou alimento. Devido ao fato de que apenas 
100 a 200 bactérias podem estabelecer a 
doença, a shigelose é transmitida 
rapidamente emcomunidades onde as 
condições sanitárias e os níveis de higiene 
pessoal são baixos. 
Doenças Clinicas 
A shigelose é caracterizada por dores 
abdominais, diarreia, febre e fezes 
sanguinolentas. Os sinais clínicos e os 
sintomas da doença aparecem entre um e 
três dias após ingestão da bactéria. Shigella 
inicialmente coloniza o intestino delgado e 
começa a se multiplicar dentro das primeiras 
12 horas. O primeiro sinal da infecção 
(diarreia aquosa profusa, sem evidência 
histológica de invasão da mucosa) é mediado 
por uma enterotoxina. Contudo, uma 
característica importante da shigelose é a 
cólica abdominal baixa e o tenesmo (esforço 
para defecar), com pus e sangue em 
abundância nas fezes, como resultado da 
invasão da mucosa do cólon pela bactéria. 
Grande quantidade de neutrófilos, eritrócitos 
e muco é encontrada nas fezes. A infecção 
geralmente é autolimitada, embora o 
tratamento com antibiótico seja 
recomendado para reduzir o risco de 
transmissão secundária aos membros da 
família e outros contatos. A colonização 
assintomática dos microrganismos no cólon, 
que ocorre em um pequeno número de 
pacientes, representa um reservatório 
persistente para a infecção.

Continue navegando