Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Dieta e seus efeitos no comportamento alimentar de mulheres. RESUMO Acadêmicos: Adriana Ines Erckmann Elaine da Silva Luiza Cristina Xavier Vanderson Ruan Goulart Tutora: Gleice Bolfe Rubert O resumo em questão consiste na apresentação concisa do conteúdo de um trabalho cientifico, com a finalidade de passar aos nossos leitores uma idéia completa do estudo realizado, que teve como tema, Dietas e seus efeitos no comportamento alimentar de mulheres. Através de artigos científicos e das teses de seus pesquisadores, podemos observar que ainda é alarmante o número de mulheres que não aceitam seus próprios corpos e vivem querendo seguir padrões impostos pela mídia, sendo influenciadas a todo tempo pela buscar da “perfeição”, e assim sendo vulneráveis a desenvolverem diversos distúrbios alimentares e até mesmo, problemas psicológicos, como ansiedade e depressão.Ao final desse estudo, pôde-se concluir que nossa sociedade sofre constantemente com esses modelos a serem reproduzidos, tornando mentes francas e corpos “artificias”, tirando a beleza do diferente e o encanto que cada uma trás. 2 1. INTRODUÇÃO O comportamento alimentar é um conjunto de ações relacionadas ao alimento que envolve desde a ingestão bem como a tudo a que ele se relaciona, uma vez que é esse sistema que conduz as escolhas é embasado no que a pessoa conhece e acredita sobre alimentação e nutrição (ALVARENGA et al, 2015; VAZ e BENNEMANN, 2014). Uma grande influenciadora do comportamento alimentar é a mídia que vem trazendo conteúdos inadequados sendo disseminados quando o tema é alimentação, nutrição e emagrecimento. Tais conteúdos encorajam aos chamados “Modismos Alimentares” (CHAUD e MARCHIONI, 2004). De acordo com estudos feitos na Universidade Vale do Rio dos Sinos, em São Paulo, publicados pela Revista de Nutrição, hodiernamente, a sociedade apresenta uma relação de amor e ódio com os alimentos, os classificam em bons ou ruins, que engordam ou emagrecem, associa-se o prazer de comer com a culpa, e, infelizmente, a mentalidade de pró-emagrecimento é, ainda, reforçada por alguns veículos de mídia que, muitas vezes, exaltam pessoas de forma corporal esquelética, divulgam receitas e medicamento com finalidade de perda de peso e gordura localizada, além disso, publicam informações sobre nutrição e saúde, algumas antes mesmo da comprovação científica. As redes sociais são uma dessas mídias, pois atingiram proporções grandiosas, alcançando inclusive pessoas mais velhas e que possuíam pouca intimidade com a internet e o mundo virtual, isso tem gerado uma grande preocupação as instituições de ensino e as classes profissionais da área da saúde, já que as informações disseminadas não obedecem ao rigor crítico e científico dos dados, mas os significados a eles atribuídos por aqueles que o compartilham (RIGONI, NUNES e FONSECA, 2017) Essas dietas milagrosas sejam com privação parcial ou total de alimentos e/ou nutrientes esta intimamente ligada ao atual conceito sociocultural de beleza. As dietas impostas não funcionam, pois do ponto de vista científico elas não promovem perda de peso a longo prazo, elas podem trazer consequências clínicas, físicas, emocionais e psicológicas promovendo a obsessão por comida e o “terrorismo nutricional” além de poder levar a transtornos alimentares (ALVARENGAet al., 2015). Diante do exposto, este trabalho tem, portanto, o objetivo de verificar através de uma revisão sistemática de literatura os efeitos de dietas e a influência das mídias e das redes sociais no comportamento alimentar de mulheres, os quais podem levar ao desenvolvimento de transtornos alimentares devido a esteriótipos de beleza e de alimentação impostos por uma sociedade midiatizada e socialmente impulsiva. 3 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA MODISMOS E A SOCIEDADE LÍQUIDA NA INDÚSTRIA DOS REGIMES A nutrição tem se transformado no imaginário popular em um sinônimo de “dietas milagrosas” ou simplesmente para a promoção de novos produtos. O fato de nutrição e mídia continuarem a trabalhar sobre o peso da desconfiança pouco avanço pode-se esperar na multiplicação de informações sérias e adequadas (AQUINO, VAZ e FIDELIX, 2013). É nesse contexto que, cada vez mais, mulheres têm buscado, de forma impulsiva, esperlhar-se nitidamente a padrões estereotipados pelas mídias sociais. Diante do exposto, a sociedade líquida, no qual é uma teoria defendida por Zygmund Bauman, fala sobre a sociedade atual que, graças a um ritmo incessante de trasformações, vive com angustias e incertezas. Diniz (2017), seguindo a linha de pensamento de Bauman, diz que antes do século XX viveu-se uma modernidade sólida a qual podia ser entendida como um período que era possível planejar e criar metas a longo prazo, nos dias de hoje isso já não é possível, pois na sociedade líquida é preciso ser rápido, planejar a curto prazo, o que torna tudo inseguro e passível a mudanças. De acordo com às informações acima citadas, considera-se que o individuo é um ser integral no que diz a biologia, psiquíco e social, e é nessa integralidade que os profissionais devem se voltar para entender estes anseios e objetivos ao que o paciente quer chegar, desmistificando modismos e descontruindo representações e crenças em relação à padrões alimentares e corporais inatingíveis. Essa postura e conduta do profissional pode ser crucial para, além de práticar a beneficência, não causar danos ao paciente e garantindo sua saúde. COMO AS DIETAS DA MODA AFETAM PSICOLOGICAMENTE O PÚBLICO FEMININO? A grosso modo, no domínio da Psicologia geral, entende-se que o ser realiza uma ação e, por repetição, constitui seus hábitos cotidianos, vinculando agir e hábito numa série observável (JUNIOR E MELO, 2006). Na perspectiva da construção social dos hábitos, é a repetição de uma forma prática e eficiente que produz o hábito, pois, devido à 4 sua efetividade, ele tende a se manter e reproduzir, perpetuando determinadas práticas em uma tradição que passa através de gerações. Essa transmissão da tradição e do hábito se faz presente nas famílias, na educação e nas instituições de modo geral e tem uma função de manutenção de ideias dominantes (BOCK, FURTADO E TEIXEIRA, 2001). Uma terceira chave de leitura proposta, busca compreender a diferenciação entre comportamento e hábito alimentar a partir dos conceitos advindos da Psicologia. Na presente pesquisa, foram encontrados textos que relacionam o campo da Psicologia com a Nutrição para demonstrar as contribuições que uma área traz à outra no estudo dos comportamentos alimentares (VIANA, 2002; MOTTA, MOTTA E CAMPOS, 2012), sobretudo, no manejo dos comportamentos patológicos e na promoção de hábitos alimentares saudáveis (TORAL E SLATER, 2007; FRANÇA et al, 2012; DIAS E COSTA, 2005). CAVALCANTI, Nesse sentido, a ideia de hábito é pouco problematizada e é utilizada como a mera repetição de um comportamento aprendido. O interesse volta-se prioritariamente para o comportamento alimentar em sua forma mais ampla, mas, na maioria das vezes, o comportamento é pensado a partir de seus aspectos patológicos, como aqueles que são observados nos transtornos alimentares (ALVARENGA; LARINO, 2002; GONÇALVES et al., 2013; LATTERZA et al., 2004; MARTINS et al., 2011; SILVA E PAPELBAUM, 2009; VILELA et al., 2004) e na obesidade (ADES E KERBAUY, 2002). É sabido que, especialmente, mulheres adultas são influenciadas pela indústria dos regimes porque há um esterótipo de corpo a ser seguido e nessa perspectiva, as mídias sociais estão, diretamente correlacionadas ao nutricionismo, este, por sua vez, deu origem aos superalimentos e vários modismosrelacionados a eles, segundo especialista, essa foi uma categoria criada mais pelo marketing e as redes sociais do que pela comunidade científica, é frequente ver na internet supostas propriedades benéficas com efeitos miraculosos para a saúde, entretanto, a Organização de Consumidores e Usuários (OCU) alertou não haver alimento milagroso ou curativo, essa ideia costuma ser fruto de estratégias de marketing (RODELLA, 2018). Hodiernamente, as mídias sociais com suas página, publicações e comentários, podem influenciar de forma negativa o comportamento alimentar de milhões de seguidores, principalmente o público feminino. Obseva-se que os estereótipos alimentares em relação ao emagrecimento e culto ao corpo imposto pelas mídias aqui analisadas de maneira rasa, pode-se caracterizar como uma limitação do estudo, geram, 5 claramente, sentimentos de insatisfação corporal, o que resulta a baixa autoestima. A sociedade atual é imediatista e midiatizada e, isso, impõe padrões, muitas das vezes, inalcançáveis, dessa forma, prejudicando o indivíduo de maneira integral, ou seja, não só o físico, mas amplamente no contexto social em que está inserido. 6 3. METODOLOGIA A presente pesquisa trata-se de uma revisão de literatura na qual, segundo Azevedo (2012), a possibilita ao autor avançar em relação ao seu tema e criticar o tratamento dado ao assunto pelos autores pesquisadores, sendo a revisão associada a análise de mídias e redes sociais. A busca dos artigos utilizados foi realizada em bases de dados como Google Acadêmico e Scielo. Os termos empregados para a busca foram identificados nos Descritores em Ciências da Saúde (DECS), sendo escolhido como palavras-chave: comportamento alimentar, mídias sociais e transtornos alimentares. Dessa forma, foram inclusos artigos disponíveis na versão completa e que tiveram relação com a temática pesquisada, foram excluídos artigos em outros idiomas que não o português, e aqueles que não tiveram relação com o tema proposto. Nesse sentido, foi possível analisar, veementemente, dados já pesquisados à ideias de autores relacionadas ao tema, bem como elaborar a correlação à teoria do filósofo Zygmunt Bauman no que concerne a associação do imediatismo das mídias e redes sociais à dietas da moda em decorrência a saúde psíquica da mulher. 7 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Compreende-se que é essencial que a alimentação seja equilibrada e variada para que o organismo possa receber todos os nutrientes necessários ao seu devido funcionamento e desenvolvimento. Segundo Valle e Euclydes (2007), é indiscutível que hábitos alimentares errôneos estão associados com o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como, por exemplo, a obesidade e diabetes, que têm aumentado cada vez mais os seus índices. Diante do estudo analítico feito, muitas mulheres, especialmente, estão preocupadas somente com a perda de peso, e nesse sentido, esquecem que há necessidade de realmente ter uma dieta equilibrada, que não afete a saúde e passe a ter uma qualidade de vida melhor, e não apenas estética. Esses planos alimentares disponíveis em redes sociais não respeitam a individualidade de cada organismo, no qual o fracasso e a frustação serão inevitáveis, dessa forma, gerando um sentimento de desmotivação e a não aceitação do seu próprio corpo, procurando sempre a magreza como o único objetivo. Frente a essa realidade questiona-se: Quais são os efeitos e/ou distúrbios que dietas da moda causam nas mulheres em específico? Nesse contexto, se inclui a formulação de dietas prontas, conhecidas de forma popular como dietas da moda, a mídia auxilia para o surgimento de conceitos inadequados a respeito de saúde e na busca de um corpo ideal. Tal apelo tem aumentado à disseminação de dietas impróprias e inadequadas do ponto de vista nutricional (D’AVILA, 1999; GRACIA 1992) Dietas ofertadas para perda de peso, atualmente, são, em suma, desequilibradas nutricionalmente, o que pode acarretar um descompasso que é inevitável para um plano alimentar adequado, podendo, dessa forma, ser prejudicial às funções fisiológicas do organismo sendo capaz de desenvolver algum tipo de transtorno alimentar. Nesse sentido, associa-se as dietas e outras práticas prejudiciais como uso de medicamentos, tabagismo, indução de vômitos, comprometendo a vida e o estado nutricional (SOUTO, FERRO - BUCHER, 2006). É indiscutível que a mídia, particularmente, é voltada para o público feminino, principalmente, apoia de maneira negativa para a compreensão e desvio a respeito da busca pelo padrão de beleza ideal, imposto pelos próprios meios midiáticos. Esses conceitos impróprios acabam aumentando a procura de dietas desequilibradas nutricionalmente que podem ser extremamente prejudiciais a homeostase do organismo (LIMA et al., 2010). De acordo com essas informações, é imprescindível que uma boa dieta tenha todos os nutrientes necessários para a manutenção do organismo e nisso, quem age de forma educadora é o profissional de Nutrição. 8 Resende, Murta e Marchado (2011) afirmam que a posição do nutricionista como educador deve contribuir para que o indivíduo obtenha condições de uma vida mais digna, com qualidade de vida, considerando-se a realidade como uma integralidade. A construção da Educação Alimentar Nutricional (EAN) se dá em uma relação entre indivíduos, considerando sua história e a cultura dos envolvidos. 9 5. CONCLUSÃO Dado o exposto neste estudo, pôde-se verificar que a nutrição, através do marketing, tem sido influenciado primordialmente pelas mídias sociais, voltando-se para as famosas dietas milagrosas que sobressaem-se por meio de produtos que prometem uma renovação corporal, entretanto, sem o aporte das comunidades cientificas, portanto, nada confiáveis. Assim, as mulheres, numa sociedade estigmatizada, mediatista e superficial da imagem corporal feminina, aludem a esse comportamento alimentar do consumo de certos produtos, marcas e alimentos, que tem como defensores os influenciadores digitais ou líderes de opinião digitais. As consequências podem ser catastróficas, tanto a nível biológico, quanto psíquico, haja vista, a falta de comprovação cientifica do que é proposto nas mídias sociais. Cada pessoa responde de maneira diferente a um tratamento alimentar e corporal, portanto, essa situação produz risco à saúde de um grande número de mulheres que se orientam por meios de comunicação. Ressalta-se a necessidade das mulheres de se buscar referências de profissionais e conteúdos que traduzam a realidade de um comportamento alimentar em sua integralidade, isto é, físico-psíquica, não somatizando informações e imagens que afetem sua auto estima, ao contrário, tentar enxergar-se como um ser contextual, ou seja , mente e corpo, trabalhando suas capacidades e limitações que favoreçam hábitos alimentares saudáveis e comprovados cientificamente. 10 REFERÊNCIAS ADES, L.; KERBAUY, R. R. Obesidade: realidades e indagações. Revista de Psicologia USP São Paulo, v. 13, n. 1, p. 197-216, 2002. Adriano J, Werneck G, Santos M, Souza R. A construção de cidades saudáveis: uma estratégia viável para a melhoria da qualidade de vida? Cien Saude Colet. 2000;5(1):53- 62. ALVARENGA, M.; LARINO, M. A. Terapia nutricional na anorexia e bulimia nervosas. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 24, supl. 3, p. 39-43, 2002. BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Rio de janeiro: Jorge Zahar, 2001. BERGAMO, Karoline. Por que as mulheres são mais vulneráveis a distúrbiosalimentares. Veja Saúde, 2016. BOCK, A. M. B.; FURTADO, O; TEIXEIRA, M. L. T. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2001. D’ÁVILA, E. M. M. Estudo epidemiológico de alguns problemas nutricionais. In: GOUVEIA, E. L.C. Nutrição, saúde & comunidade. Rio de Janeiro: Revinter, 1999, p. 1 – 10. JUNIOR, A. M.; MELO, D. A. S. A fundação do subjetivo: o hábito para além da Psicologia. Revista do Departamento de Psicologia - UFF , v. 18, n. 2, p. 69-82, 2006. MOTTA, D.; MOTTA, C.; CAMPOS, R. Teorias psicológicas da fundamentação do aconselhamento nutricional. In: DIEZ-GARCIA, R. W; CERVATO-MANCUSO, A. M. Mudanças alimentares e educação nutricional . Rio de Janeiro: Guanabara Koogan , 2012. p. 53-65. PREVIATO, Helena. Transtornos Alimentares X Saúde da Mulher. Unicamp, 2019. RESENDE. G. E, MURTA. G. M. N. MARCHADO, C. V. Educação nutricional e a cultura como questão. 2011. SOUTO, S; FERRO-BUCHER, J S. N. Práticas indiscriminadas de dietas de emagrecimento e o desenvolvimento de transtornos alimentares. Rev. Nutr., v. 19, n. 6, p. 693-704, 2006. TORAL, N.; SLATER, B. Abordagem do modelo transteórico no comportamento alimentar. Ciência e Saúde Coletiva, v. 12, n. 6, p. 1641-1650, 2007. VIANA, V. Psicologia, saúde e nutrição: contributo para o estudo do comportamento alimentar. Análise Psicológica, v. 20, n. 4, p. 611-624, 2002. 11
Compartilhar