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Aula 4 Farmacodinâmica - Interação fármaco-receptor Prof.ª Dra. Paula de Freitas de Moraes Sumário • Farmacodinâmica; • Interações envolvidas no reconhecimento fármaco - receptor; Forças eletrostáticas Forças de dispersão Interações hidrofóbicas Ligação de Hidrogênio Ligação covalente • Fatores estereoquímicos e conformacionais envolvidos no reconhecimento fármaco – receptor Da Administração Oral ao Efeito Terapêutico • Etapa Farmacêutica: Medicamento Administração Desintegração Desagregação Dissolução Fármaco em solução Absorção Distribuição Eliminação Fármaco na biofase Interação Fármaco - Receptor Etapa Farmacêutica Farmacocinética Farmacodinâmica Farmacodinâmica • É o que o fármaco faz com o organismo; • Estudo dos efeitos bioquímicos e fisiológicos do fármaco com seu receptor ou outros sítios de primários de ação (mecanismo de ação). Fármacos estruturalmente inespecíficos • Sua ação depende única e exclusivamente de suas propriedades físico- químicas. Ex: Log P e pKa. • Anestésicos gerais presentam interações inespecíficas com a matriz lipídica da membrana nervosa, provocando perda da consciência. MAC = concentração alveolar mínima necessária para provocar imobilidade em 50% dos pacientes. Fármacos estruturalmente específicos As respostas desencadeadas pelos órgãos podem ser rápidas ou lentas Alteram o potencial ou a composição iônica da membrana celular; Ex: receptor nicotínico; GABAa; receptores de glutamato; aspartato e glicina. Escala de tempo: milisegundos Receptores metabotrópicos: acoplados à ptn G que é transdutora de sinais (propaga a informação) para uma ou mais proteína efetora Escala de efeito: segundos! Proteinocinases com atividade catalítica fosforilação de proteínas Escala de tempo: horas! Receptores que regulam a transcrição de genes específicos. Escala de tempo: horas! Fármacos estruturalmente específicos: Modelo Chave-Fechadura 1894: Emil Fischer: hipótese da chave-fechadura; “A especificidade de uma enzima (a fechadura) por um substrato (a chave) provém de suas formas geométricas complementares.” Princípios da Farmacodinâmica Modelo Chave-Fechadura O reconhecimento molecular do fármaco (micromolécula) pela macromolécula é dependente do arranjo espacial dos grupamentos funcionais e das propriedades estruturais da micromolécula, que devem ser complementares ao sítio de ligação localizado na macromolécula, ou seja, o sítio receptor. receptor e gerar capazes de ativar o resposta (tem eficácia) ANTAGONISTAS - Se ligam aos receptores e não geram resposta (eficácia zero). Sua ligação impede o acoplamento do agonista endógeno. • Interações com receptores celulares O ligante (agente tóxico) deve se ligar a um constituinte celular (receptor) para produzir uma resposta farmacológica Ligantes podem ser: AGONISTAS - Ao se ligarem são Efeito celular Bloqueio da atividade celular Agonista Antagonista • Obedece à LEI DE AÇÃO DAS MASSAS: R L + R F “O efeito do fármaco é diretamente proporcional à fração de receptores ocupados” Interação Ligante-Receptor AFINIDADE EFICÁCIA Capacidade do fármaco se ligar ao receptor Capacidade do fármaco, uma vez ligado, ativar o receptor Efeito EFICÁCIA INTRÍNSECA Classificação de xenobióticos acordo com o tipo de interação droga-receptor Agonistas: • Apresentam afinidade pelo receptor • Possuem eficácia intrínseca (ε ≠ 0) • Agonista total (pleno ou integral): ao ligar-se ao receptor induz a resposta máxima (eficácia máxima). • Agonista parcial: ao ligar-se ao receptor induz uma resposta mais fraca do que o agonista total (submáxima), mesmo ocupando 100% dos receptores. • Agonista inverso: estabiliza o receptor em sua conformação inativa. Inativa o receptor constitutivamente ativo. Antagonistas afinidade pelo • Apresentam receptor • Não apresentam eficácia intrínseca (ε = 0) • Se ligam ao receptor, mas não produzem nenhuma alteração celular, impedem a ligação de agonistas. • O efeito de um fármaco é diminuido ou abolido pela presença do antagonista ε = 1 0 < ε < 1 ε = 0 Antagonista ε < 0 Agonistas X Antagonistas Eficácia intrinseca Interações envolvidas no reconhecimento molecular fármaco-receptor Forças Eletrostáticas; Forças de Dispersão de London; Interações Hidrofóbicas; Ligação de Hidrogênio; Ligação Covalente. Forças Eletrostáticas • Forças de atração entre íons e/ou dipolos de cargas opostas; • Em pH fisiológico: aminoácidos dos biorreceptores se encontram ionizados, podendo interagir com fármacos carregados positiva ou negativamente; • Exemplo: fármaco flurbiprofeno – AINE que atua inibindo a COX Forças Eletrostáticas As forças de atração eletrostáticas podem incluir 3 tipos de interações: a) íon-dipolo interação entre um íon e uma espécie neutra polarizável com carga oposta ao do íon; b) Dipolo-dipolo interação entre dois grupamentos com polarizações de cargas entre um heteroátomo e um carbono; c) Íon-íon (iônica) interação que envolve duas espécies opostamente carregadas. Forças Eletrostáticas Um fármaco pode interagir com o seu receptor alvo por meio de interações eletrostáticas do tipo dipolo-dipolo conhecidas como empilhamento-p, empilhamento-T ou alternativamente interações íon-dipolo denominadas de cátion-p. Forças de Dispersão de London Também conhecida como interação de Van Der Waals; Aproximação de moléculas apolares com dipolos induzidos; Ocorrem em função da polarização transiente de ligações (10-6s) C-H ou C-C; Interações fracas (0,5-1,0 Kcal/mol): importantes no processo de reconhecimento molecular por serem múltiplas. Interações Hidrofóbicas • Individualmente fraca (1 Kcal/mol), no entanto são importantes tendo em vista o grande número de subunidades hidrofóbicas presentes nas estruturas dos peptídeos e dos fármacos. • Exemplo: interação do fator de ativação plaquetária (PAF) com o seu biorreceptor. Ligação de Hidrogênio • Mais importante interação não covalente existente nos sistemas biológicos, sendo responsável pela manutenção das conformações bioativas de macromoléculas nobres, essenciais à vida: a-hélices e folhas b das proteínas e das bases purinas-pirimidinas dos ácidos nucléicos. Ligação de Hidrogênio Ex: Saquinavir Ligação Covalente • Interação de elevada energia (77 – 88 Kcal/mol) raramente desfeita, culminando em inibição enzimática irreversível ou inativação do sítio receptor. Acúmulo de acetilcolina nas fendas sinápticas e maior estimulação dos receptores nicotínicos e muscarínicos Inibição irreversível Explique a afinidade relativa dos análogos 1-3 pelo receptor AT1. Analise os casos abaixo e diga qual a força relevante para o reconhecimento molecular R NH3 + O R´ R´´ R R´ O R R´ O H R H R1 H R - H R - H R1 - - R1 H interação de van der Waals Porque o trans-dietilestilbestrol (12) apresenta atividade estrogênica 14 vezes maior que o isômero cis correspondente (14). CH3 OH H H HO CH3 H3C OH HO 12,1 A o 10,8 A o estradiol (13) trans-dietilestilbestrol (12) CH3 CH3 HO OH 7,7 A o cis-dietilestilbestrol (14)
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