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A desnutrição pode ser definida como o desequilíbrio produzido pela ingestão insuficiente ou a excessiva perda de substratos pelo organismo. São considerados fatores de risco para a instalação: ingestão inadequada de nutrientes, alteração na absorção e/ou utilização de nutrientes, hipermetabolismo ou catabolismo, fármacos que interferem no processo de nutrição, demora na implementação de terapia nutricional e condição clínica do paciente. Pode ser classificada, segundo sua intensidade, em leve, quando ocorre comprometimento antropométrico (peso para estatura); moderada, que afeta sistemas imunológico e neurológico; e grave, denominada marasmo e kwashiorkor, de acordo com as manifestações clínicas. O marasmo acomete principalmente crianças menores de 1 ano, quando elas apresentam aspecto emagrecido, com gordura subcutânea ausente, atrofia muscular e cutânea (costelas proeminentes, pele frouxa e envelhecida), cabelos secos e finos. Observam-se redução na velocidade de crescimento, irritabilidade, apetite variável e infecções constantes. Está associado a amamentação ou diluição de fórmulas infantis inadequadas. No kwashiorkor, há a presença de edema e/ou ascite e hepatomegalia com esteatose hepática. Atinge crianças menores de 2 ou 3 anos levando a comprometimento da estatura, alteração da pele dos membros inferiores e também nos cabelos. A criança fica apática, chorosa, sonolenta e sem apetite. Geralmente é relacionado com amamentação precocemente interrompida e introdução de mingaus ricos em carboidratos e pobres em proteínas, em grande quantidade. A terapia nutricional consiste inicialmente em identificar e corrigir a causa da perda de peso; seus objetivos são: aumentar o peso corporal e o apetite, atender as necessidades nutricionais, promover educação nutricional e corrigir deficiências de macro e micronutrientes. A alimentação deve ser estimulada considerando alimentos preferidos e uma variedade deles, sempre respeitando alergias e aversões alimentares. Em alguns casos, pode ser necessária a prescrição de suplementos industrializados ou caseiros. Os cálculos de necessidade energética devem ser baseados no peso atual para não superalimentar o paciente, utilizando 50% a 60% de carboidratos, 10% a 15% de proteínas e 25% a 35% de lipídios. A ingestão calórica deve ser aumentada gradativamente e iniciada com as calorias consumidas na avaliação nutricional, evitando assim desconforto gástrico e síndrome do roubo celular (síndrome da realimentação).
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