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SISTEMA DE ENSINO
CÓDIGO DE DEFESA 
DO CONSUMIDOR
CDC – Arts. 55 ao 60 e 61 ao 80
Livro Eletrônico
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CDC – Arts. 55 ao 60 e 61 ao 80
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Cristiano Sobral
Sumário
CDC – Arts. 55 ao 60 e 61 ao 80 .................................................................................................... 4
Introdução ........................................................................................................................................ 4
Das Sanções Administrativas ....................................................................................................... 5
Artigo 55 ............................................................................................................................................ 5
Artigo 56 ............................................................................................................................................ 6
Artigo 57 ............................................................................................................................................ 9
Artigo 58...........................................................................................................................................12
Artigo 59 ...........................................................................................................................................12
Artigo 60 .......................................................................................................................................... 17
Das Infrações Penais .................................................................................................................... 23
Artigo 61 .......................................................................................................................................... 23
Artigo 62 ..........................................................................................................................................24
Artigo 63 ..........................................................................................................................................24
Artigo 64 .........................................................................................................................................24
Artigo 65 ..........................................................................................................................................24
Artigo 66.......................................................................................................................................... 25
Artigo 67 .......................................................................................................................................... 25
Artigo 68 ......................................................................................................................................... 25
Artigo 69.......................................................................................................................................... 25
Artigo 70 .......................................................................................................................................... 25
Artigo 71 .......................................................................................................................................... 25
Artigo 72 .......................................................................................................................................... 26
Artigo 73 .......................................................................................................................................... 26
Artigo 74 .......................................................................................................................................... 26
Artigo 75 .......................................................................................................................................... 32
Artigo 76 ..........................................................................................................................................34
Artigo 77 .......................................................................................................................................... 36
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Artigo 78 .......................................................................................................................................... 36
Artigo 79 ..........................................................................................................................................38
Artigo 80 .........................................................................................................................................38
Questões de Concurso ................................................................................................................. 41
Gabarito ........................................................................................................................................... 70
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CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Cristiano Sobral
CDC – ARTS. 55 AO 60 E 61 AO 80
Introdução
Na nossa última aula tivemos a oportunidade de estudar o “CAPÍTULO V – Da Proteção 
Contratual” e suas Seções “I – Disposições Gerais”, “II – Das Cláusulas Abusivas” e “III – Dos 
Contratos de Adesão”.
A lei consumerista prevê diversas normas especiais sobre o tema e tal disposição, assim 
como em todo o CDC, tem como base fundamental o consumidor, considerado como a parte 
mais fraca da relação de consumo.
Na “Seção I – Disposições Gerais” analisamos: o artigo 46, que alude ao princípio da transpa-
rência máxima com os consumidores; o art. 47, que retrata o importante princípio da interpreta-
ção mais favorável ao consumidor; o artigo 48 que trata das declarações de vontade constantes 
de escritos particulares, recibos e pré-contratos relativos às relações de consumo vinculam o for-
necedor; o direito de arrependimento, estampado no artigo 49 e trata-se de um direito potestativo 
do consumidor; o artigo 50 que prevê a garantia contratual que é complementar à legal.
Já na “Seção II – Das Cláusulas Abusivas” estudamos o rol do artigo 51 do CDC que é 
exemplificativo, ou seja, numerus apertus, sendo declaradas nulas de pleno direito as cláusulas 
que contrariem as normas estabelecidas na lei de proteção ao consumidor. O artigo 52, que 
traz disposição sobre os contratos de concessão de crédito, financiamento e consórcio e o art. 
53, que trata da compra e venda de imóveis e móveis.
E, finalmente, vimos a “Seção III – Dos Contratos de Adesão”, que em seu art. 54 que apre-
senta o conceito de contrato de adesão, contrato este que merece especial atenção, tendo em 
vista que é comumente realizado em nosso cotidiano.
A partir de agora, os próximos temas que serão objetos de nossos estudos serão: o Capí-
tulo VII, do CDC, “Das Sanções Administrativas”, compreendidos os arts. 55 ao 60 e o Título II, 
que prevê as “Infrações Penais” em seus arts. 61 ao 80.
Dispõe o art. 4º, inc. III do CDC que é objetivo da Política Nacional das Relações de Consu-
mo atender às necessidades dos consumidores, fazendocom que sejam observados o respei-
to à sua dignidade, à sua saúde e à sua segurança, à proteção de seus interesses econômicos, 
à melhoria da sua qualidade de vida, bem como à transparência e à harmonia das relações de 
consumo, atendidos os princípios ali previsto, dentre os quais destacamos aquele que visa 
harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização 
da proteção do consumidor.
Dentro dessa perspectiva, o Capítulo VII, do CDC, trata das sanções administrativas, com 
base no preceito constitucional do artigo 170, inc III, cabendo aos entes federativos atribuir, de 
acordo com suas respectivas competências, a quaisquer entidades ou órgãos da Administra-
ção Pública, no âmbito federal, estadual e municipal, destinado à defesa dos interesses e direi-
tos do consumidor a apuração e punição de infrações à legislação das relações de consumo.
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Sobre o tema, convém mencionarmos o Decreto n. 2.181/1997 que dispõe sobre a organi-
zação do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor - SNDC, e estabelece as normas gerais 
de aplicação das sanções administrativas previstas no CDC. Integram o SNDC, a Secretaria 
Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça e os demais órgãos federais, estaduais, do 
Distrito Federal, municipais e as entidades civis de defesa do consumidor.
das sanções admInIstratIvas
artIgo 55
Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter concorrente e nas suas respectivas áre-
as de atuação administrativa, baixarão normas relativas à produção, industrialização, distribuição e 
consumo de produtos e serviços.
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios fiscalizarão e controlarão a produção, 
industrialização, distribuição, a publicidade de produtos e serviços e o mercado de consumo, no 
interesse da preservação da vida, da saúde, da segurança, da informação e do bem-estar do consu-
midor, baixando as normas que se fizerem necessárias.
§ 2º (Vetado).
§ 3º Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais com atribuições para fiscalizar 
e controlar o mercado de consumo manterão comissões permanentes para elaboração, revisão e 
atualização das normas referidas no § 1º, sendo obrigatória a participação dos consumidores e 
fornecedores.
§ 4º Os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos fornecedores para que, sob pena de deso-
bediência, prestem informações sobre questões de interesse do consumidor, resguardado o segre-
do industrial.
O dispositivo, em seu caput, determina que compete à União, aos Estados e ao Distrito 
Federal, concorrentemente, legislarem sobre a produção, industrialização, distribuição e con-
sumo de produtos e serviços. Trata-se de disposição constitucional presente no art. 24, incs. V 
e VIII. Já a competência dos municípios e seus órgãos passam a figurar nos §§ 1º, na fiscali-
zação e controle da produção, da industrialização, da distribuição, da publicidade de produtos 
e serviços e o mercado de consumo, em prol da defesa e proteção dos consumidores.
O § 2º consta como vetado e tinha a seguinte redação: “As normas referidas no parágrafo 
anterior deverão ser uniformizadas, revistas e atualizadas, a cada dois anos.” Tal veto foi mo-
tivado pelo fato de que a União não possui competência para impor aos Estados e Municípios 
obrigação genérica de legislar (arts. 18, 25 e 29, da CF/88).
O § 3º dispõe que os órgãos dos entes federais responsáveis pela fiscalização e o controle 
do mercado de consumo, devem manter de forma permanente comitês aos quais serão atribuí-
das a elaboração, revisão e atualização das normas que visem à proteção do consumidor, sendo 
obrigatória a participação da sociedade civil, compreendidos os fornecedores e consumidores.
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O § 4º faculta aos órgãos oficiais que noticiem aos fornecedores a necessidade de que 
prestem informações que sejam de interesse dos consumidores, e sua inobservância será con-
siderada como desobediência, conforme previsão do art. 330, do Código Penal.1 Mantêm-se 
resguardadas as informações que digam respeito aos segredos industriais.
Sobre esse tema, observe o seguinte julgado do STJ:
“Cadastro. Inadimplentes. Informação. Órgão. Defesa. Consumidor.
A Turma reafirmou que o impetrante, empresa de cadastro de inadimplentes, não pode re-
cusar-se a prestar informações requeridas por órgão público de defesa do consumidor, diante 
do que dispõe o art. 55, § 4º, do CDC, que só resguarda o segredo industrial. Não se trata de 
dados protegidos por sigilo bancário ou profissional e, mesmo se disso se tratasse, o STJ vem 
abrandando tal garantia em casos de defesa do consumidor. Note-se que, na hipótese de as 
informações serem utilizadas indevidamente pelo Estado, cabe ao prejudicado pleitear a inde-
nização por eventuais danos.” (EDcl no RMS 16.897-RJ, Rel. Min. Castro Meira, julgados em 
26/10/2004). (Inf. n. 224).
artIgo 56
Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às 
seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em 
normas específicas:
I – multa;
II – apreensão do produto;
III – inutilização do produto;
IV – cassação do registro do produto junto ao órgão competente;
V – proibição de fabricação do produto;
VI – suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;
VII – suspensão temporária de atividade;
VIII – revogação de concessão ou permissão de uso;
IX – cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
X – interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade;
XI – intervenção administrativa;
XII – imposição de contrapropaganda.
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela autoridade administrativa, 
no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplicadas cumulativamente, inclusive por medida cautelar, 
antecedente ou incidente de procedimento administrativo.
1 Desobediência: Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público: Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, 
e multa.
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O artigo 56 do CDC nos apresenta várias hipóteses de aplicação de sanções administrati-
vas de natureza vária e que são classificadas pela doutrina como reais, pessoais e pecuniárias:
As primeiras (sanções reais) refletem-se única e exclusivamente na imposição de sanções 
que gravam o patrimônio ou bem de propriedade do infrator, incidem sobre o objeto ou 
coisa causadora do ilícito. Consignem-se as seguintes hipóteses: a) apreensãodo produto; 
b) inutilização do produto; c) cassação do registro do produto junto ao órgão competente; 
d) proibição de fabricação do produto; e) suspensão do fornecimento de produto ou ser-
viço; f) imposição de contrapropaganda; disciplinadas no artigo 56, incisos, II, III, IV, V, VI, XII.
Já as sanções pessoais atingem o sujeito passivo da sanção, limitando a sua própria 
liberdade de permanecer no mercado ou entabular novos negócios. São exemplos: a) 
suspensão temporária da atividade; b) revogação de concessão ou permissão de uso; c) 
cassação de licença do estabelecimento ou de atividade; d) interdição, total ou parcial, de 
estabelecimento, de obra ou de atividade; e) Intervenção administrativa; disciplinadas no 
artigo 56, incisos VII, VIII, IX, X, XI.
[...] Por fim, registrem-se as sanções pecuniárias (multas), que, como tratadas nos artigos 
56 e 57 do Código de Defesa do Consumidor, obrigam os fornecedores a desembolso de 
determinada quantia em dinheiro (aproximadamente R$ 400,00 a R$ 6.000.000,00), de 
acordo com determinados critérios de dosimetria de pena.2 (grifos nossos).
Importa mencionar que há autores3 que apresentam classificação diversa das espécies de 
sanções administrativas, quais sejam:
a) pecuniárias - relativas às multas (inc. I);
b) objetivas - apreensão do produto, inutilização do produto; cassação do registro do pro-
duto junto ao órgão competente; proibição de fabricação do produto; suspensão de forneci-
mento de produtos ou serviço (incs. II ao VI); e
c) subjetivas - suspensão temporária de atividade; revogação de concessão ou permissão 
de uso; cassação de licença do estabelecimento ou de atividade; interdição, total ou parcial, de 
estabelecimento, de obra ou de atividade; intervenção administrativa; imposição de contrapro-
paganda (incs. VII a XII).
Com exceção da pena de multa, apreensão de produto e de imposição de contrapropaganda, 
as demais penalidades deverão posteriormente ser confirmadas pelo órgão normativo ou re-
gulador da atividade, nos limites de sua competência, de acordo com o disposto no art. 18, § 
3º do Decreto n. 2.181/97.
2 BESSA, Leonardo Roscoe; MOURA, Walter José Faiad de. Manual de direito do consumidor. Coord. de Juliana Pereira da 
Silva. 4. ed. Brasília: Escola Nacional de Defesa do Consumidor, 2014. p. 66.
3 GARCIA, Leonardo de Medeiros. Código de Defesa do Consumidor Comentado: artigo por artigo. 13. ed. rev. ampl. e atual. 
Salvador: JusPODIVM, 2016. p. 455.
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De acordo com o parágrafo único do artigo 56 do CDC, as sanções ali previstas serão 
aplicadas pela autoridade administrativa competente, sendo possível que sua aplicação seja 
realizada de forma cumulativa.
Para a aplicação de quaisquer das sanções administrativas previstas no artigo 56, do CDC, é 
necessário que sejam demonstrados os seguintes pontos: i) indicação do dispositivo da lei 
consumerista que foi objeto de violação e a justificativa; ii) indicação dos responsáveis; iii) os 
requisitos que determinaram a opção da espécie de sanção a ser aplicada; iv) na aplicação da 
sanção, devem ser observados a razoabilidade, a proporcionalidade, o devido processo legal, o 
contraditório e a inexistência do bis in idem.
Sobre o tema, seguem os julgados do STJ:
Direito do consumidor. Fixação de multa por infração das normas de defesa do consumi-
dor. A pena de multa aplicável às hipóteses de infração das normas de defesa do consumidor 
(art. 56, I, do CDC) pode ser fixada em reais, não sendo obrigatória a sua estipulação em Uni-
dade Fiscal de Referência (Ufir). O art. 57 do CDC, ao estabelecer que a “multa será em mon-
tante não inferior a duzentas e não superior a três milhões de vezes o valor da Unidade Fiscal 
de Referência (Ufir), ou índice equivalente que venha a substituí-lo”, apenas define os limites 
para a fixação da multa. Precedente citado: AgRg no REsp 1.385.625-PE, Primeira Turma, DJe 
11/9/2013. (AgRg no REsp 1.466.104-PE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 6/8/2015, 
DJe 17/8/2015). (Inf. n. 567)
Inscrição indevida. SPC. Prescrição. Na espécie, discute-se o direito de o autor ser indeni-
zado em razão da indevida inscrição de seu nome em órgãos de restrição ao crédito, decorren-
te de um vício de adequação do serviço realizado pelos bancos. Alega o autor que, em 1994, 
pagou parte da fatura do cartão de crédito no valor de R$ 200. Após o pagamento, foi informa-
do pelo banco de que houvera equívoco na operação, tendo sido creditado o valor integral da 
fatura R$ 379,18, razão pela qual o autor teve de efetuar o pagamento complementar do valor. 
Contudo, apesar de quitado integralmente o débito, o banco continuou cobrando do autor a 
mesma importância. Embora tenha apresentado os documentos comprobatórios da quitação, 
teve seu crédito cancelado e foi incluído no cadastro dos inadimplentes. Para o Min. Relator, o 
caso presente não se coaduna com a aplicação do art. 27 do CDC, restrito aos casos em que 
se configura fato do produto ou do serviço, conforme o art. 14 do CDC. Assim, o defeito do ser-
viço que deu causa à negativação indevida do nome do consumidor, ato ilícito que caracteriza, 
também, infração administrativa (art. 56 do CDC c/c o art. 13, XIII, do Dec. n. 2.181/1997) e 
ilícito penal (arts. 72 e 73 do CDC), gerando direito à indenização por danos morais, não se con-
funde com o fato do serviço, que pressupõe um risco à segurança do consumidor, cujo prazo 
prescricional é definido no art. 27 do CDC. Diante disso, embora aplicável o CDC às relações 
entre clientes/consumidores e bancos, a pretensão, no caso, de caráter personalíssimo, foi 
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acertadamente formulada com base no direito civil; pois, inexistindo norma específica quanto 
ao prazo prescricional aplicável ao caso, é de rigor a incidência da norma relativa à prescrição 
insculpida no Código Civil, qual seja, o art. 177 do CC/1916. Destacou o Min. Relator que a ins-
crição indevida do nome do autor em cadastros de inadimplência deu-se em 1997. Portanto, 
ainda que fosse aplicável o art. 27 do CDC, o prazo prescricional não estaria consumado, visto 
que a ação indenizatória foi ajuizada em 2001. Diante disso, a Turma não conheceu do recurso. 
(REsp 740.061-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 2/3/2010). (Inf. n. 425)
Multa. Procon. Acordo judicial. Trata-se de REsp em que se discute a validade da multa im-
posta por órgão de defesa do consumidor (Procon) à instituição de ensino que descumpriu o 
previsto na alínea k do art. 11 da Lei Delegada n. 4/1962, sendo que, no caso, houve composição 
civil em juízo entre as partes. A Turma entendeu que a composição civil entre o consumidor e 
o fornecedor e/ou prestador de serviços, ainda que realizada em juízo, não afasta aimposição 
de penalidade de multa aplicada por órgão de proteção e defesa do consumidor no exercício 
do poder sancionatório do Estado. Isso porque a multa prevista no art. 56 do CDC não visa à 
reparação do dano sofrido pelo consumidor, mas sim à punição pela infração às normas que 
tutelam as relações de consumo. Observou-se que o poder sancionatório do Estado pressupõe 
obediência ao princípio da legalidade e a sua ratio essendi é desestimular a prática daquelas 
condutas censuradas ou ilícitas, ou ainda forçar o cumprimento das obrigações. Por fim, ar-
gumentou-se, obter dictum, que a conduta imputada à instituição de ensino configura infração 
tipificada no art. 6º da Lei n. 9.870/1999. Precedentes citados: RMS 21.520-RN, DJ 17/8/2006; 
RMS 21.518-RN, DJ 19/10/2006, e RMS 22.241-RN, DJ 20/11/2006. (REsp 1.164.146-SP, Rel. 
Min. Luiz Fux, julgado em 2/3/2010). (Inf. n. 425).
artIgo 57
Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da infração, a vantagem auferida e a 
condição econômica do fornecedor, será aplicada mediante procedimento administrativo, reverten-
do para o Fundo de que trata a Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985, os valores cabíveis à União, ou 
para os Fundos estaduais ou municipais de proteção ao consumidor nos demais casos.
Parágrafo único. A multa será em montante não inferior a duzentas e não superior a três milhões de 
vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou índice equivalente que venha a substituí-lo.
A sanção administrativa relativa à multa é a mais comumente aplicada aos infratores da 
norma consumerista, levando em consideração como critério para sua gradação a gravidade 
da conduta lesiva, inclusive tendo por objetivo o seu caráter pedagógico e preventivo funcio-
nando como um desestímulo à infração.
De acordo como o dispositivo legal, os valores cabíveis à União serão destinados ao Fundo 
de Direitos Difusos previsto na Lei n. 7.347/1985, e nos demais casos os valores serão desti-
nados aos Fundos estaduais ou municipais de proteção ao consumidor.
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Sobre a matéria, observe os artigos 29 ao 31 do Decreto n. 2.181/1997:
Art. 29. A multa de que trata o inciso I do art. 56 e caput do art. 57 da Lei n. 8.078, de 1990, rever-
terá para o Fundo pertinente à pessoa jurídica de direito público que impuser a sanção, gerido pelo 
respectivo Conselho Gestor.
Parágrafo único. As multas arrecadadas pela União e órgãos federais reverterão para o Fundo de 
Direitos Difusos de que tratam a Lei n. 7.347, de 1985, e Lei n. 9.008, de 21 de março de 1995, gerido 
pelo Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos - CFDD.
Art. 30. As multas arrecadadas serão destinadas ao financiamento de projetos relacionados com 
os objetivos da Política Nacional de Relações de Consumo, com a defesa dos direitos básicos do 
consumidor e com a modernização administrativa dos órgãos públicos de defesa do consumidor, 
após aprovação pelo respectivo Conselho Gestor, em cada unidade federativa.
Art. 31. Na ausência de Fundos municipais, os recursos serão depositados no Fundo do respectivo 
Estado e, faltando este, no Fundo federal.
Parágrafo único. O Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa dos Direitos, Difusos poderá apre-
ciar e autorizar recursos para projetos especiais de órgãos e entidades federais, estaduais e muni-
cipais de defesa do consumidor.
O parágrafo único do artigo 57 impõe um limite mínimo e máximo ao valor da multa a ser aplicada: 
“não inferior a duzentas e não superior a três milhões de vezes o valor da Unidade Fiscal de Referên-
cia (Ufir), ou índice equivalente que venha a substituí-lo”.
Decreto n. 2.181/1997
Art. 55. Não sendo recolhido o valor da multa em trinta dias, será o débito inscrito em dívida ativa do 
órgão que houver aplicado a sanção, para subsequente cobrança executiva.
Observe os julgados do STJ sobre a matéria:
O Programa de Proteção e Defesa do Consumidor - PROCON detém poder de polícia para 
impor sanções administrativas relacionadas à transgressão dos preceitos ditados pelo Código 
de Defesa do Consumidor - art. 57 da Lei n. 8.078/90. Jurisprudência em Teses - EDIÇÃO N. 82, 
publicado em 31 de maio de 2017.
Direito do consumidor. Fixação de multa por infração das normas de defesa do consumi-
dor. A pena de multa aplicável às hipóteses de infração das normas de defesa do consumidor 
(art. 56, I, do CDC) pode ser fixada em reais, não sendo obrigatória a sua estipulação em Uni-
dade Fiscal de Referência (Ufir). O art. 57 do CDC, ao estabelecer que a “multa será em mon-
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8078.htm#art56
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7347consol.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9008.htm
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tante não inferior a duzentas e não superior a três milhões de vezes o valor da Unidade Fiscal 
de Referência (Ufir), ou índice equivalente que venha a substituí-lo”, apenas define os limites 
para a fixação da multa. Precedente citado: AgRg no REsp 1.385.625-PE, Primeira Turma, DJe 
11/9/2013. (AgRg no REsp 1.466.104-PE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 6/8/2015, 
DJe 17/8/2015). (Inf. n. 567).
Direito administrativo e do consumidor. Interpretação de cláusulas contratuais e aplicação 
de sanções pelo Procon. O Procon pode, por meio da interpretação de cláusulas contratuais 
consumeristas, aferir sua abusividade, aplicando eventual sanção administrativa. A alínea 
“c” do inciso II do art. 4º do CDC legitima a presença plural do Estado no mercado, tanto por 
meio de órgãos da Administração Pública voltados à defesa do consumidor (tais como o De-
partamento de Proteção e Defesa do Consumidor, os Procons estaduais e municipais), quanto 
por meio de órgãos clássicos (Defensorias Públicas do Estado e da União, Ministério Público 
estadual e federal, delegacias de polícia especializada, agências e autarquias fiscalizadoras, 
entre outros). Nesse contexto, o Decreto 2.181/1997 dispõe sobre a organização do Sistema 
Nacional de Defesa do Consumidor - SNDC e estabelece as normas gerais de aplicação das 
sanções administrativas previstas no CDC. Posto isso, o art. 4º, IV, do referido Decreto enuncia 
que: “[...] caberá ao órgão estadual, do Distrito Federal e municipal de proteção e defesa do 
consumidor, criado, na forma da lei, especificamente para este fim, [...] funcionar, no proces-
so administrativo,como instância de instrução e julgamento, no âmbito de sua competência, 
dentro das regras fixadas pela Lei n. 8.078, de 1990, pela legislação complementar e por este 
Decreto”. O caput do art. 22, por sua vez, elucida que: “Será aplicada multa ao fornecedor de 
produtos ou serviços que, direta ou indiretamente, inserir, fizer circular ou utilizar-se de cláu-
sula abusiva, qualquer que seja a modalidade do contrato de consumo [...]”. Assim, se não pu-
desse o Procon perquirir cláusulas contratuais para identificar as abusivas ou desrespeitosas 
ao consumidor, como seria possível a tal órgão aplicar a sanção administrativa pertinente? O 
Procon, embora não detenha jurisdição, está apto a interpretar cláusulas contratuais, porquan-
to a Administração Pública, por meio de órgãos de julgamento administrativo, pratica controle 
de legalidade, o que não se confunde com a função jurisdicional propriamente dita pertencente 
ao Judiciário. Isso sem dizer que o princípio da inafastabilidade da jurisdição faz com que a 
sanção administrativa oriunda desse órgão da Administração Pública voltado à defesa do con-
sumidor seja passível de ser contestada por ação judicial. Salienta-se, por fim, que a sanção 
administrativa prevista no art. 57 do CDC é legitimada pelo poder de polícia (atividade admi-
nistrativa de ordenação) que o Procon detém para cominar multas relacionadas à transgres-
são dos preceitos da Lei 8.078/1990. Precedente citado:REsp 1.256.998-GO, Primeira Turma, 
DJe 6/5/2014. (REsp 1.279.622-MG, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 6/8/2015, DJe 
17/8/2015). (Inf. n. 566)
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https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%28RESP.clas.+e+%40num%3D%221256998%22%29+ou+%28RESP+adj+%221256998%22%29.suce.
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artIgo 58
Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de produtos, de proibição de fabricação de produtos, 
de suspensão do fornecimento de produto ou serviço, de cassação do registro do produto e revoga-
ção da concessão ou permissão de uso serão aplicadas pela administração, mediante procedimen-
to administrativo, assegurada ampla defesa, quando forem constatados vícios de quantidade ou de 
qualidade por inadequação ou insegurança do produto ou serviço.
O artigo prevê sanções aplicadas aos casos de vícios de quantidade ou qualidade por ina-
dequação de produtos ou serviços, matéria tratada nos artigos 18 ao 21, do CDC, ou por in-
segurança do produto ou serviço, que encontram dispostos nos artigos 12 e 14, do CDC. Tais 
sanções são tidas como mais brandas do que aquelas previstas no art. 59, do CDC.
Ressalte-se que, para aplicação das sanções será necessária a apuração das infrações por 
meio de procedimento administrativo, tendo que ser observada a proporcionalidade, ampla 
defesa e o devido processo legal.
Em conformidade com o disposto no parágrafo único do art. 56, do CDC, não se faz ne-
cessário o término do processo administrativo para que as penas sejam instauradas, já que 
podem ser aplicadas por medida cautelar, antecedente ou incidentemente ao processo.
artIgo 59
Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de interdição e de suspensão temporária da 
atividade, bem como a de intervenção administrativa, serão aplicadas mediante procedimento ad-
ministrativo, assegurada ampla defesa, quando o fornecedor reincidir na prática das infrações de 
maior gravidade previstas neste código e na legislação de consumo.
§ 1º A pena de cassação da concessão será aplicada à concessionária de serviço público, quando 
violar obrigação legal ou contratual.
§ 2º A pena de intervenção administrativa será aplicada sempre que as circunstâncias de fato desa-
conselharem a cassação de licença, a interdição ou suspensão da atividade.
§ 3º Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de penalidade administrativa, não have-
rá reincidência até o trânsito em julgado da sentença.
As penalidades previstas no dispositivo sob comento relativas à cassação de alvará de 
licença, de interdição e de suspensão temporária da atividade, e intervenção administrativa 
são tidas por mais gravosas tendo em vista que atingem diretamente o funcionamento da ati-
vidade do fornecedor e, por isso, só serão aplicadas, na hipótese de reincidência do fornecedor 
na prática de infrações de maior gravidade previstas no CDC ou em outras normas correlatas.
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O Decreto n. 2.181/1997, em seu art. 26, inc. I, considera como circunstância agravante a rein-
cidência do infrator. E em seu artigo 27 nos apresenta o conceito de reincidência, vejamos:
Art. 27. Considera-se reincidência a repetição de prática infrativa, de qualquer natureza, às normas 
de defesa do consumidor, punida por decisão administrativa irrecorrível.
Parágrafo único. Para efeito de reincidência, não prevalece a sanção anterior, se entre a data da 
decisão administrativa definitiva e aquela da prática posterior houver decorrido período de tempo 
superior a cinco anos.
De acordo com o disposto no art. 6º, inc. I, do CDC, sobre a prestação de serviço público 
pelas concessionárias em geral, constitui direito do consumidor que este seja realizado de 
forma adequada e eficaz.
Por sua vez, conforme versa o art. 22, da lei consumerista, cabe aos órgãos públicos, por 
si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de em-
preendimento, a obrigação de fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos 
essenciais, contínuos.
O seu descumprimento, total ou parcial, gera responsabilização das pessoas jurídicas que 
serão compelidas à execução dos serviços e a reparação dos danos causados. Assim, quando 
houver violação de obrigação legal ou contratual, aplica-se à concessionária de serviço públi-
co, a cassação da concessão.
Sobre a penalidade relativa à cassação da concessão, vejamos o que diz o artigo 38 da Lei 
n. 8.987/1995:
Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do poder concedente, a decla-
ração de caducidade da concessão ou a aplicação das sanções contratuais, respeitadas as disposi-
ções deste artigo, do art. 27, e as normas convencionadas entre as partes.
§ 1º A caducidade da concessão poderá ser declarada pelo poder concedente quando: I - o serviço 
estiver sendo prestado de forma inadequada ou deficiente, tendo por base as normas, critérios, 
indicadores e parâmetros definidores da qualidade do serviço; II - a concessionária descumprir cláu-
sulas contratuais ou disposições legais ou regulamentares concernentes à concessão; III - a conces-
sionária paralisar o serviço ou concorrer para tanto, ressalvadasas hipóteses decorrentes de caso 
fortuito ou força maior; IV - a concessionária perder as condições econômicas, técnicas ou opera-
cionais para manter a adequada prestação do serviço concedido; V - a concessionária não cumprir 
as penalidades impostas por infrações, nos devidos prazos; VI - a concessionária não atender a 
intimação do poder concedente no sentido de regularizar a prestação do serviço; e VII - a concessio-
nária não atender a intimação do poder concedente para, em 180 (cento e oitenta) dias, apresentar 
a documentação relativa a regularidade fiscal, no curso da concessão, na forma do art. 29 da Lei n. 
8.666, de 21 de junho de 1993.
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§ 2º A declaração da caducidade da concessão deverá ser precedida da verificação da inadimplên-
cia da concessionária em processo administrativo, assegurado o direito de ampla defesa.
§ 3º Não será instaurado processo administrativo de inadimplência antes de comunicados à concessioná-
ria, detalhadamente, os descumprimentos contratuais referidos no § 1º deste artigo, dando-lhe um prazo 
para corrigir as falhas e transgressões apontadas e para o enquadramento, nos termos contratuais.
§ 4º Instaurado o processo administrativo e comprovada a inadimplência, a caducidade será de-
clarada por decreto do poder concedente, independentemente de indenização prévia, calculada no 
decurso do processo.
§ 5º A indenização de que trata o parágrafo anterior, será devida na forma do art. 36 desta Lei e do 
contrato, descontado o valor das multas contratuais e dos danos causados pela concessionária.
§ 6º Declarada a caducidade, não resultará para o poder concedente qualquer espécie de respon-
sabilidade em relação aos encargos, ônus, obrigações ou compromissos com terceiros ou com 
empregados da concessionária.
No que tange à pena de intervenção administrativa, esta será aplicada quando não couber 
a cassação de licença, a interdição ou suspensão da atividade, tendo em vista que essas san-
ções acarretariam na paralisação da atividade do fornecedor.
Sobre o tema, convém mencionar os art. 32 ao 34 da Lei n. 8.987/1995 que tratam da 
intervenção:
Art. 32. O poder concedente poderá intervir na concessão, com o fim de assegurar a adequação 
na prestação do serviço, bem como o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares e 
legais pertinentes.
Parágrafo único. A intervenção far-se-á por decreto do poder concedente, que conterá a designação 
do interventor, o prazo da intervenção e os objetivos e limites da medida.
Art. 33. Declarada a intervenção, o poder concedente deverá, no prazo de trinta dias, instaurar pro-
cedimento administrativo para comprovar as causas determinantes da medida e apurar responsabi-
lidades, assegurado o direito de ampla defesa.
§ 1º Se ficar comprovado que a intervenção não observou os pressupostos legais e regulamentares 
será declarada sua nulidade, devendo o serviço ser imediatamente devolvido à concessionária, sem 
prejuízo de seu direito à indenização.
§ 2º O procedimento administrativo a que se refere o caput deste artigo deverá ser concluído no 
prazo de até cento e oitenta dias, sob pena de considerar-se inválida a intervenção.
Art. 34. Cessada a intervenção, se não for extinta a concessão, a administração do serviço será de-
volvida à concessionária, precedida de prestação de contas pelo interventor, que responderá pelos 
atos praticados durante a sua gestão.
Dispõe o § 3º, do art. 59 do CDC para existir reincidência é necessário que ocorra o trânsito 
em julgado da sentença. Assim, havendo pendência de ação judicial que tenha por objeto a 
imposição de penalidade administrativa, não há que se falar em infrator reincidente, em nome 
da presunção de inocência e do devido processo legal.4
4 GARCIA, Leonardo de Medeiros. Código de Defesa do Consumidor Comentado: artigo por artigo. 13. ed. rev. ampl. e atuaL- 
Salvador: JusPODIVM, 2016.
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Sobre a matéria, veja os seguintes julgados:
Direito Administrativo e Processual Civil. Agravo de Instrumento e Agravo Regimental. 
Mandado de Segurança. Apreensão de produtos sem que à agravante tenha sido oportu-
nizado o contraditório e a ampla defesa. Possibilidade. Medida de Apreensão de natureza 
cautelar. Poder de Polícia do Estado. Autoexecutoriedade. Proteção à saúde e ao direito 
dos consumidores. Preliminar de Incompetência da Justiça Estadual. Fixa o art.55, § 1º 
do CDC, a competência concorrente entre a União, Estados, Municípios e Distrito Federal. 
Preliminar rejeitada. Decisão unânime. Preliminar de extinção do feito por ausência de 
indicação de litisconsorte passivo necessário - a União Federal e a empresa PROTESTE 
- Associação Brasileira de Defesa do Consumidor. O remédio constitucional impetrado 
busca anular o ato realizado pelo PROCON/PE de apreensão dos produtos comercializa-
dos pela agravada, e não o teste realizado pela PROTESTE. Desnecessária a indicação de 
litisconsorte passivo. Preliminar rejeitada. Decisão unânime. Preliminar de inviabilidade 
da ação mandamental face a necessidade de dilação probatória. O que se discute é a 
forma como se deu a apreensão dos azeites comercializados pela agravada, e não os 
testes laboratoriais. Presentes nos autos todas as provas referente ao ato impugnado. 
Preliminar rejeitada. Decisão por maioria. Mérito. Apreensão de Produtos. Poder de Polí-
cia. Medida Cautelar a fim de evitar que os produtos fossem comercializados em ofensa 
aos dispositivos do Código de Defesa do Consumidor, tais como: proibição de propa-
ganda enganosa, direito à informação, etc., não se confundindo com uma possível pena 
que só poderá ser aplicada após a instauração do processo administrativo, onde deve ser 
assegurada a ampla defesa e o contraditório, nos termos do art. 58 do CDC. A medida 
adotada pelo Poder Público está prevista no § único do art. 56 do CDC, assim como no 
art. 18, inciso II e art.21 do Decreto Federal n. 2181/97, que dispõe sobre a organização 
do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor - SNDC e estabelece as normas gerais de 
aplicação das sanções administrativas previstas na Lei n. 8.078, de 11 de setembro de 
1990. Agravo provido. Decisão unânime. Prejudicado o Agravo Regimental. (TJPE, Agravo 
Regimental Cível 326411-90001188-92.2014.8.17.0000, Rel. André Oliveira da Silva Gui-
marães, 4ª Câmara de Direito Público, julgado em 06/06/2014, DJe 07/07/2014)
Administrativo e processual civil. Agravo interno no agravo em recurso especial. Ação 
anulatória. Multa aplicada pelo Procon. Configuração de propaganda enganosa. Alegada 
ofensa ao art. 489 do CPC/2015. Inexistência. Alegada violação aos arts. 22 E 63, V, d, da 
lei estadual 10.177/98. Impossibilidade de análise, na via eleita. Súmula 280/STF. infrin-
gência aos arts. 58 e 59 do CDC. Tese recursal não prequestionada. Súmula 211 do STJ. 
Controvérsia resolvida, pelo tribunal de origem, à luz das provas dos autos. Impossibili-
dade de revisão, na via especial. Súmula 7/STJ. Controvérsia que exige análise de porta-
ria. Ato normativo não inserido no conceito de lei federal. Agravo improvido.
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[...] II. Na origem, Saint-Gobain Distribuição Brasil Ltda. ajuizou ação em face da Fundação 
de Proteção e Defesa do Consumidor - PROCON, objetivando a anulação do procedimento 
administrativo 3411/12-AI, ou, subsidiariamente, a redução da multa aplicada. Segundo 
consta dos autos, a autora fora autuada e multada, por veicular propaganda enganosa, 
capaz de induzir o consumidor a erro, quanto à forma de pagamento parcelado, qualifi-
cada a infração como coletiva, tendo sido levado em consideração que a autora é rein-
cidente no cometimento de infrações ao CDC. O Juízo de 1º Grau julgou parcialmente 
procedente o pedido, apenas para reduzir a multa aplicada, pela metade, em atendimento 
aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade. O Tribunal de origem, por sua vez, 
deu parcial provimento ao recurso da ré, para restabelecer a multa fixada administrativa-
mente, e negou provimento ao recurso da autora.
[...] IV. Por simples cotejo das razões recursais e dos fundamentos do acórdão recorrido, 
percebe-se que a tese recursal de necessidade de prévio procedimento administrativo, 
antes da fixação da multa aplicada administrativamente, vinculada aos dispositivos tidos 
como violados - arts. 58 e 59 do CDC -, não foi apreciada, no voto condutor, não tendo 
servido de fundamento à conclusão adotada pelo Tribunal de origem, incidindo o óbice 
da Súmula 211/STJ.
[...] VII. O Tribunal de origem, com base no exame dos elementos fáticos dos autos, refor-
mou parcialmente a sentença de parcial procedência da ação, consignando que “a pro-
paganda veiculada constitui prática capaz de iludir o consumidor”; que “o anúncio gera a 
expectativa de que o pagamento do produto poderia ser em 5 parcelas, porém, conforme 
indicado na nota de rodapé, tais parcelas estão disponíveis apenas aos consumidores que 
possuem o cartão Telhanorte, sendo necessário, ainda, a observância do valor mínimo 
da parcela R$ 50, 00”; que “restou constatada menção aos fatos ensejadores do ilícito 
consumerista, que inclusive foi discutido amplamente na seara administrativa, na qual 
se respeitaram os princípios do contraditório e da ampla defesa. (...) foram observadas 
as diretrizes procedimentais, houve a instauração e processo administrativo registrado 
sob o número 3411/12, foi confeccionado relatório analítico parecer técnico - fundamen-
tando a aplicação e a dosimetria da pena (fls. 121/131), foi oportunizada a apresentação 
de recurso (fls. 204) tendo sido mantida a sanção consoante decisão de fls. 205, o que 
afasta a alegação de qualquer vício na formação do ato sancionatório”; que “a autora não 
se desincumbiu do seu ônus probatório quanto ao fato constitutivo do alegado direito, 
haja vista que não trouxe aos autos documentação bastante a justificar a anulação da 
multa ou seu excesso, tendo deixado de apresentar, inclusive, comprovante de seus rendi-
mentos para atestar a desproporcionalidade da multa incidida”. Acerca da razoabilidade 
e proporcionalidade da multa aplicada, registrou o aresto recorrido que, “no que tange ao 
valor da multa, considerando o correto enquadramento da conduta em questão no Grupo 
III (propaganda enganosa), escorreita, assim, a pena-base de R$ 383.240,00”. No seu 
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entendimento, “a respeito do dano coletivo, vale consignar que a proteção do consumidor 
contra a publicidade enganosa leva em conta somente sua capacidade de indução em 
erro, sendo inexigível que o consumidor tenha, de fato e concretamente, sido enganado”. 
Desse modo, consignou-se que “a pena-base de R$ 383.240,00 já é bastante expressiva 
e, em reverência aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade, revela-se suficiente 
para punir a conduta em questão”.
VIII – O entendimento firmado pelo Tribunal a quo - no sentido da configuração da pro-
paganda enganosa, da regularidade do procedimento administrativo, bem como da razo-
abilidade e da proporcionalidade do valor da multa aplicada pelo PROCON - não pode 
ser revisto, pelo Superior Tribunal de Justiça, em sede de Recurso Especial, sob pena de 
ofensa ao comando inscrito na Súmula 7 desta Corte. Precedentes do STJ.
IX – Quanto à gradação da sanção aplicada, a questão foi decidida, pela Corte a quo, 
mediante a análise da Portaria do PROCON 26/2006. Entretanto, na forma da jurisprudên-
cia, “o apelo nobre não constitui via adequada para análise de ofensa a resoluções, porta-
rias ou instruções normativas, por não estarem tais atos normativos compreendidos na 
expressão ‘lei federal’, constante da alínea ‘a’ do inciso III do artigo 105 da Constituição 
Federal” (STJ, REsp 1.613.147/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, 
DJe de 13/09/2016).
X – Agravo interno improvido. (AgInt no AREsp 1506392/SP, Rel. Ministra ASSUSETE 
MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, julgado em 21/11/2019, DJe 29/11/2019)
artIgo 60
Art. 60. A imposição de contrapropaganda será cominada quando o fornecedor incorrer na prática de pu-
blicidade enganosa ou abusiva, nos termos do art. 36 e seus parágrafos, sempre às expensas do infrator.
§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsável da mesma forma, frequência e dimensão 
e, preferencialmente no mesmo veículo, local, espaço e horário, de forma capaz de desfazer o male-
fício da publicidade enganosa ou abusiva.
§ 2º (Vetado)
§ 3º (Vetado).
Conforme se depreende da leitura do dispositivo mencionado, a prática de publicidade enga-
nosa ou abusiva enseja a aplicação da sanção administrativa relativa à contrapropaganda, que 
deverá ser custeada pelo fornecedor que infringiu a norma. Esta será difundida pelo infrator da 
mesma forma, frequência e dimensão, com predileção de que seja no mesmo meio, local, espa-
ço e horário em que fora feita a propaganda enganosa ou abusiva, com o fim de corrigir o feito.
Mas o que seria a contrapropaganda?
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Contrapropaganda, na relação de consumo, corresponde ao oposto da divulgação publi-
citária, pois destinada a desfazer efeitos perniciosos detectados e apenados na forma do 
CDC [...] punição imponível ao fornecedor de bens ou serviços, consistente na divulgação 
publicitária esclarecedora do engano ou do abuso cometidos em publicidade precedente 
do mesmo fornecedor [...] a imposição de contrapropaganda, custeada pelo infrator, será 
cominada (art. 62) quando incorrer na prática de publicidade enganosa ou abusiva [...] 
Quer a divulgação do anúncio, capaz de satisfazer a finalidade indicada seja feita em 
jornais e revistas, quer seja pela mídia eletrônica, seu custeio estará sempre a cargo do 
fornecedor (o fabricante, mesmo não destinando o produto ao destinatário final, pode ser 
sujeito passivo da obrigação).5
Lembre-se da diferença entre publicidade enganosa e publicidade abusiva, estabelecida nos 
§§ 1º e 2º do art. 37, do CDC:Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
§ 1º É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira 
ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro 
o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, 
preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.
§ 2º É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à vio-
lência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da 
criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar 
de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.
Veja recente julgado do STJ sobre a contrapropaganda:
Recurso especial. Direito do consumidor. Ação civil pública. Propaganda enganosa. Veí-
culo automotor. Introdução no mercado nacional. Difusão de informações equivocadas. 
Itens de série. Modelo básico. Lançamento futuro. Dano moral difuso. Configuração. Ree-
xame da matéria. Revolvimento de provas e fatos. Impossibilidade. Súmula n. 7/STJ.
1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do Código de Pro-
cesso Civil de 1973 (Enunciados Administrativos n.s 2 e 3/STJ).
5 CENEVIVA, Walter. Publicidade e o Direito do Consumidor. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1991. Citado em CARVALHO, 
Antonio Carlos Alencar. A disciplina civil da publicidade no Código de Defesa do Consumidor. Revista Jus Navigandi, ISSN 
1518-4862, Teresina, ano 4, n. 36, 1 nov. 1999. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/703>. Acesso em: 28 jun. 2021.
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2. Na origem, trata-se de ação Ação Civil Pública promovida em desfavor da empresa 
fabricante de veículos com o propósito de reprimir ações publicitárias enganosas do 
automóvel modelo i30, que trariam indicações falsas a respeito das características e dos 
chamados itens de série de sua versão mais básica. Inicial que contém pedido indeniza-
tório (por danos morais difusos) e cominatório (obrigação de realizar contrapropaganda).
3. Acórdão recorrido que, mantendo hígida a sentença condenatória no tocante ao reco-
nhecimento da prática publicitária ilícita, majora a indenização fixada a título de compen-
sação por danos morais difusos para o patamar de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais).
4. Recurso especial interposto pelo empresa ré, objetivando desconstituir o julgado sob a 
alegação de que os fatos ocorridos não configurariam propaganda enganosa e também 
não dariam azo a ocorrência de danos morais difusos.
5. O sistema de tutela da publicidade trazido pelo Código de Defesa do Consumidor encon-
tra-se assentado em uma série de princípios norteadores que se propõem a direcionar e 
limitar o uso das técnicas de publicidade, evitando, assim, a exposição do público con-
sumidor a eventos potencialmente lesivos aos direitos tutelados pelo referido diploma 
legal. Dentre estes princípios, merecem destaque, os da identificação obrigatória, da 
publicidade veraz, da vinculação contratual e da correção do desvio publicitário.
6. O acervo probatório carreado nos autos (que não pode ser objeto de reexame na via espe-
cial por força do que dispõe a Súmula n. 7/STJ) apontou para a existência de ação delibe-
rada da fabricante com o propósito de levar a erro a imprensa especializada e, consequen-
temente, o público consumidor, ao repassar a veículos de comunicação especializados a 
respeito da indústria automotiva, a falsa informação de que a versão mais básica do auto-
móvel Hyundai i30, seria comercializado no país contendo determinados itens de série que, 
mais tarde, se fizeram presentes apenas em versões mais luxuosas do referido veículo.
7. Impossível negar o intuito de ludibriar o consumidor, no comportamento adotado por 
empresa revendedora de automóveis que, meses antes do lançamento de determinado 
modelo no mercado nacional, inunda a imprensa especializada com informações falsas a 
respeito do mesmo, de modo a criar no imaginário popular a falsa impressão de que seria 
infinitamente superior aos veículos de mesma categoria oferecidos por suas concorrentes.
8. O dano moral difuso, compreendido como o resultado de uma lesão a bens e valo-
res jurídicos extrapatrimoniais inerentes a toda a coletividade, de forma indivisível, se dá 
quando a conduta lesiva agride, de modo injusto e intolerável, o ordenamento jurídico e os 
valores éticos fundamentais da sociedade em si considerada, a provocar repulsa e indig-
nação na própria consciência coletiva. A obrigação de promover a reparação desse tipo 
de dano encontra respaldo nos arts. 1º da Lei n. 7.347/1985 e 6º, VI, do CDC, bem como 
no art. 944 do CC.
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9. A hipótese em apreço revela nível de reprovabilidade que justifica a imposição da con-
denação tal e qual já determinada pelas instâncias de origem. Além disso, a revisão das 
conclusões do acórdão ora hostilizado encontra, também nesse ponto específico, intrans-
ponível óbice na inteligência da Súmula n. 7/STJ.
10. Recurso especial não provido. (REsp 1546170/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS 
BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 18/02/2020, DJe 05/03/2020).
Recurso especial. Processual civil. Ação civil pública. Propaganda enganosa. Posto de 
gasolina. Combustível. Marca comercial. Comercialização. Bandeira diversa. Matriz e 
filial. Estabelecimentos. Autonomia jurídica. Inocorrência. Condenação. Publicidade 
enganosa. Redirecionamento. Possibilidade. Contrapropaganda. Arts. 56, inciso XII, e 60 
do Código de Defesa do Consumidor. Direito à informação.
1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do Código de Pro-
cesso Civil de 2015 (Enunciados Administrativos n.s 2 e 3/STJ).
2. Ainda que possuam CNPJ diversos e autonomia administrativa e operacional, as filiais 
são um desdobramento da matriz por integrar a pessoa jurídica como um todo.
3. Eventual decisão contrária à matriz por atos prejudiciais a consumidores é extensível 
às filiais.
4. A contrapropaganda visa evitar a nocividade da prática comercial de propaganda enga-
nosa ou abusiva.
5. A existência de dívida ilíquida excepciona o princípio da universalidade do juízo recu-
peracional.
6. Recurso especial não provido. (REsp 1655796/MT, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS 
CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 11/02/2020, DJe 20/02/2020)
Trecho do inteiro teor: “Sob a ótica consumerista é indiferente qual a empresa infratora, 
incidindo à hipótese a teoria da aparência. O consumidor ao buscar os produtos oferta-
dos, desconhece os meandros empresariais, que não lhe dizem respeito. Como é sabido, 
‘os integrantes da cadeia de consumo, em ação indenizatória consumerista, também são 
responsáveis pelos danos gerados ao consumidor, não cabendo a alegação de que o 
dano foi gerado por culpa exclusiva de um dos seus integrantes’ [...]”.
Recurso especial - Ação civil pública - Dano moral coletivo - Divulgação de publicidade 
ilícita - Indenização - Sentença que acolheu o pedido inicial do mpdft fixando a reparação 
em R$ 14.000.000,00 (quatorze milhões de reais)e determinou a elaboração de contra-
propaganda, sob pena de multa diária - Inconformismos das rés - Apelação parcialmente 
provida para reduzir o quantum indenizatório e excluir da condenação obrigação de fazer 
contrapropaganda, bem como a multa monitória para a hipótese de descumprimento. 
Irresignação das rés - Ogilvy Brasil Comunicação Ltda. E da Souza Cruz S/A - e do Minis-
tério Público do Distrito Federal e Territórios.
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1. Do recurso especial da Ogilvy Brasil Comunicação Ltda.
1.1. Violação ao artigo 535 do Código de Processo Civil.
Inocorrência. Acórdão de origem clara e suficientemente fundamentado, tendo a Corte 
local analisado todas as questões essenciais ao deslinde da controvérsia, ainda que de 
forma contrária aos interesses das partes.
1.2. Julgamento antecipado da lide. Possibilidade. Inexistência de cerceamento do direito 
de defesa. Produção de prova documental suficiente. Impossibilidade de revisão. Incidên-
cia da Súmula 7/STJ.
Livre convencimento motivado na apreciação das provas. Regra basilar do processo civil 
brasileiro. Precedentes do STJ.
1.3. Irrefutável a legitimidade do Ministério Público para promover a presente demanda. A 
veiculação, em caráter nacional, de propaganda/publicidade atinge número infindável de 
pessoas, de forma indistinta, nos mais diversos pontos deste país de projeção continental, 
sobretudo quando divulgada por meio da televisão - dos mais populares meios de comuni-
cação de massa - gera, portanto, indiscutivelmente, interesse de natureza difusa, e não indi-
vidual e disponível. Precedentes do STJ: AgRg no AREsp 681111/MS, Rel. Min. Maria Isabel 
Gallotti, Dje de 13/08/2013; AgRg no REsp 1038389/MS, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira.
1.4. Os fatos que ensejaram a presente demanda ocorreram anteriormente à edição e 
vigência da Lei n. 10.167/2000 que proibiu, de forma definitiva, propaganda de cigarro 
por rádio e televisão.
Com efeito, quando da veiculação da propaganda vigorava a Lei n. 9.294/96, cuja redação 
original restringia entre 21h00 e 06h00 a publicidade do produto. O texto legal prescrevia, 
ainda, que a publicidade deveria ser ajustada a princípios básicos, não podendo, portanto, 
ser dirigida a crianças ou adolescentes nem conter a informação ou sugestão de que o 
produto pudesse trazer bem-estar ou benefício à saúde dos seus consumidores. Isso 
consta dos incisos II e VI do § 1º, art. 3º da referida lei.
1.5. O direito de informação está fundamentado em outros dois direitos, um de natureza 
fundamental, qual seja, a dignidade da pessoa humana, e outro, de cunho consumerista, 
que é o direito de escolha consciente. Dessa forma, a teor dos artigos 9º e 31 do CDC, 
todo consumidor deve ser informado de forma “ostensiva e adequadamente a respeito da 
nocividade ou periculosidade do produto”.
1.5.1. A teor dos artigos 36 e 37, do CDC, nítida a ilicitude da propaganda veiculada. A uma, 
porque feriu o princípio da identificação da publicidade. A duas, porque revelou-se enga-
nosa, induzindo o consumidor a erro porquanto se adotasse a conduta indicada pela publi-
cidade, independente das consequências, teria condições de obter sucesso em sua vida.
1.5.2. Além disso, a modificação do entendimento lançado no v.
acórdão recorrido, o qual concluiu, após realização de contundente laudo pericial, pela 
caracterização de publicidade enganosa e, por conseguinte, identificou a responsabilidade 
da ora recorrente pelos danos suportados pela coletividade, sem dúvida demandaria a exe-
gese do acervo fático-probatório dos autos, o que é vedado pelas Súmulas 5 e 7 do STJ.
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1.5.3. Em razão da inexistência de uma mensagem clara, direta que pudesse conferir 
ao consumidor a sua identificação imediata (no momento da exposição) e fácil (sem 
esforço ou capacitação técnica), reputa-se que a publicidade ora em debate, de fato, mal-
feriu a redação do art 36, do CDC e, portanto, cabível e devida a reparação dos danos 
morais coletivos.
1.6. Quanto ao montante da indenização arbitrada pelas instâncias ordinárias a título de 
dano moral, não obstante o grau de subjetivismo que envolve o tema, uma vez que não exis-
tem critérios predeterminados para a quantificação do dano moral, firmou-se jurisprudência 
na Corte no sentido de que a intervenção deste STJ ficaria limitada aos casos em que o valor 
da indenização fosse arbitrado em patamar irrisório ou excessivo. Precedentes do STJ.
1.6.1. Atentando-se para as peculiaridades do caso concreto, deve-se tanto quanto possí-
vel, procurar recompor o dano efetivo provocado pela ação ilícita, sem desprezar a capa-
cidade econômica do pagador e as necessidades do seu destinatário, que, no caso, é 
toda sociedade, faz-se mister, portanto, a redução da indenização por danos morais cole-
tivos ao valor de R$ 1.000.000,00 (hum milhão de reais), devidamente corrigidos.
2. Do Recurso Especial da Souza Cruz S/A:
2.1. O conteúdo normativo dos dispositivos legais tidos por violados - artigos 282, 283, 
284, caput, 295, I, 400 e 515, do CPC, 8º da Lei de Ação Civil Pública - não foram objeto 
de exame pelo v. acórdão recorrido, a despeito da oposição dos embargos de declaração, 
razão pela qual incide, no ponto específico, o enunciado da Súmula 211 desta Corte, de 
seguinte teor: “Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposi-
ção de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo Tribunal a quo”.
2.1.2. Do dano moral coletivo. Cabimento. Jurisprudência do STJ. Inegável a incidên-
cia da tese concernente à possibilidade de condenação por dano moral coletivo, mor-
mente tratando-se, como se trata, de ação civil pública. Precedentes: EDcl no AgRg no 
REsp 1526946/RN, Rel. Min. Humberto Martins, DJe de 13/11/2015; Rel. Min. Ricardo 
Villas Bôas Cueva, DJe de 16/03/2015; REsp 1291213/SC, Rel. Min. Sidnei Beneti, DJe 
de 25/09/2012; REsp 1221756/RJ, Rel. Ministro MASSAMI UYEDA, TERCEIRA TURMA, 
julgado em 02/02/2012, DJe 10/02/2012.
2.1.3. Ação Civil Pública. Inquérito civil. Peça facultativa. Precedentes do STJ. O inqué-
rito civil, promovido para apurar indícios que passam dar sustentação a uma eventual 
ação civil pública, funciona como espécie de produção antecipada de prova, a fim de que 
não ingresse o autor da ação civil em demanda por denúncia infundada, o que levaria 
ao manejo de lides com caráter temerário. Assim tem ele por escopo viabilizar o ajuiza-
mento da ação civil pública. Escólio jurisprudencial: REsp 448023/SP, Rel. Min.
Eliana Calmon, DJe de 09/06/2003; REsp 644994/MG, Rel. Min. João Otávio de Noronha, 
DJe de 21/03/2005.
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3. Do Recurso Especial do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios:
3.1. A contrapropaganda constitui-sesanção prevista nos arts. 56, inciso XII e 60 do CDC e 
aplicável quando caracterizada a prática de publicidade enganosa ou abusiva, e o seu obje-
tivo é desfazer os malefícios sociais por ela causados ao mercado consumidor.
3.1.2. A razão hermenêutica dessa penalidade decorre, sem dúvida, para conferir proteção 
aos consumidores, tendo em conta que o substrato motivador do CDC, inegavelmente, é 
dar ampla tutela para a garantia de seus direitos, porquanto o art. 83, por exemplo, deter-
mina: “(...) Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este Código são admissí-
veis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela.”
3.1.3. A divulgação da contrapropaganda se tornaria ilógica em razão do advento da Lei 
10.167/00, a qual proibiu propaganda sobre o produto em questão. Sendo assim, é impor-
tante destacar que a suspensão da contrapropaganda - confirmando-se a compreensão 
do v. acórdão recorrido - decorre das circunstâncias do caso concreto, em virtude do 
decurso do tempo e da mudança do marco legal a incidir sobre a matéria, revelando-se 
inoportuna a veiculação da contrapropaganda nesse momento processual.
4. Recurso especial da Ogilvy Brasil Comunicação Ltda e da Souza Cruz S/A parcialmente 
providos e desprovido o recurso especial do Ministério Público do Distrito Federal e Ter-
ritórios. (REsp 1101949/DF, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 
10/05/2016, DJe 30/05/2016) (grifos nossos).
Após termos discorrido sobre as sanções administrativas aplicadas às infrações dos for-
necedores à norma de proteção ao consumidor, passamos a tratar das infrações penais, dis-
postas nos artigos 61 ao 80, do CDC.
das Infrações PenaIs
artIgo 61
Constituem crimes contra as relações de consumo previstas neste código, sem prejuízo do disposto 
no Código Penal e leis especiais, as condutas tipificadas nos artigos seguintes.
As infrações penais são crimes previstos na lei consumerista que atentam contra as rela-
ções de consumo, podendo além das ali previstas, incidirem aquelas tratadas no Código Penal 
e legislação especial que tratem do tema, entre as quais a Lei n. 1.521/1951, que trata dos os 
crimes e as contravenções contra a economia popular e a Lei n. 8.137/1990, que define crimes 
contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo, e dá outras providências.
Os crimes previstos no CDC têm como sujeito ativo, o fornecedor, e o sujeito passivo da 
conduta ilícita, o consumidor e tendo por objeto um produto ou um serviço. Tal previsão não 
visa só punir o infrator, mas também coibir e prevenir o cometimento de crimes na esfera de 
consumo que, juntamente com a responsabilidade penal, o fornecedor de produtos e serviços 
poderá responder civil e administrativamente por seus atos.
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artIgo 62
(Vetado) - O dispositivo sofreu veto e tinha a seguinte redação:
Art. 62 - Colocar no mercado, fornecer ou expor para fornecimento produtos ou serviços impróprios.
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa.
§ 1º - Se o crime é culposo:
Pena – Detenção de três meses a um ano ou multa.
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à lesão corporal e à morte.
O motivo apresentado para o veto é que, tratando-se de norma penal, é necessário que a 
descrição da conduta vedada seja precisa e determinada. Desta forma, o dispositivo foi consi-
derado como afronta a garantia estabelecida no art. 5º, XXXIX, da Constituição.
As condutas comissivas, que dizem respeito à prática, ou omissivas, quando o agente dei-
xa de fazer algo que deveria, tratadas no CDC, assim como as respectivas penas, que podem 
ser detenção e/ou multa, estão previstas nos artigos 63 ao 74.
Vejamos:
artIgo 63
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas 
embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante recomendações escritas osten-
sivas, sobre a periculosidade do serviço a ser prestado.
§ 2º Se o crime é culposo:
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
artIgo 64
Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a nocividade ou pericu-
losidade de produtos cujo conhecimento seja posterior à sua colocação no mercado:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa.
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de retirar do mercado, imediatamente 
quando determinado pela autoridade competente, os produtos nocivos ou perigosos, na forma des-
te artigo.
artIgo 65
Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de autoridade 
competente:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa.
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§ 1º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à lesão corporal e à 
morte. (Redação dada pela Lei n. 13.425, de 2017)
§ 2º A prática do disposto no inciso XIV do art. 39 desta Lei também caracteriza o crime previsto no 
caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.425, de 2017)
artIgo 66
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, carac-
terística, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produ-
tos ou serviços:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.
§ 2º Se o crime é culposo;
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
artIgo 67
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
Parágrafo único. (Vetado).
artIgo 68
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o consumidor 
a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa:
Parágrafo único. (Vetado).
artIgo 69
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que dão base à publicidade:
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
artIgo 70
Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição usados, sem au-
torização do consumidor:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
artIgo 71
Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constrangimento físico ou moral, afir-
mações falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consu-
midor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
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artIgo 72
Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso

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