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Slides de Aula - Unidade I

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Prof. Me. Vinícius Albuquerque
UNIDADE I
Patrimônio, Memória
e Museus
O que vamos estudar nesta disciplina?
Unidade I – 1. Introdução: qual é a importância dos estudos sobre patrimônio, memória e 
museus?
1.1 Patrimônio – usos e definições
1.2 Cultura é patrimônio
1.3 Educação patrimonial: introdução
2. SPHAN / IPHAN
Patrimônio, Memória e Museus – Conteúdo Unidade I
3. Cartas patrimoniais
3.1 Origens das cartas patrimoniais
3.2 Cartas patrimoniais: alguns documentos
3.3 Icomos/Unesco
4. Dicionário temático do patrimônio: usos e 
temas fundamentais
4.1 Diferentes expressões do patrimônio
4.2 Debates contemporâneos sobre o patrimônio 
material e imaterial
Unidade II 
5. Memória – definições
5.1 Como diferenciar história e memória?
5.2 Usos da memória e esquecimentos
6. Celebrações e efemérides: festas cívicas e a 
construção de memórias sociais
6.1 Os 500 anos do “Descobrimento”: Exposição 
Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento
Patrimônio, Memória e Museus – Conteúdo Unidade II
6.2 O caso das derrubadas das estátuas: 
problemas, debates e significados
7. Museus – importância e funções
7.1 Conhecer as instituições – museus e 
possibilidades de ensino de História
7.2 O mundo digital contribuindo para 
o conhecimento
7.3 Alguns museus digitais ou virtuais 
do Brasil e do mundo que podem 
ser conhecidos
8. Destruição de museus e patrimônio: 
tragédias anunciadas?
Por que trabalhar com patrimônio, memória e museus? 
 Importância na construção da consciência social, da cidadania e da compreensão 
da formação dos sujeitos sociais:
 as memórias são produzidas socialmente;
 o patrimônio material e imaterial em diversas sociedades;
 visão crítica nas abordagens para a formação do pensamento científico.
 Pensando no patrimônio, podemos mobilizar aspectos da 
geografia, da arquitetura, da arte e, é claro, da história. 
 Sobre a memória, vamos problematizar seus usos e também 
os esquecimentos, como as memórias sociais surgem, como 
são elaboradas.
 O Brasil tem mais de 3.800 museus: são todos iguais? 
Qual é a importância deles para a educação? Como visitá-los? 
Patrimônio, Memória e Museus
 Apresentação da importância que os significados dos termos patrimônio, memória e museus 
tem ganhado destaque nos últimos anos. 
 Crescente interesse do público em geral e reconhecimento de sua relevância pela 
comunidade acadêmica. 
 Reportagens e notícias nas mais diversas plataformas que envolvem o domínio de 
seus sentidos; no âmbito escolar, também, publicações que relacionam os temas à 
educação e ao trabalho de professores têm se tornado cada vez mais numerosas e 
expressivas.
 Inserir os debates na educação básica, desde o Ensino Fundamental até o Ensino Médio.
 O tratamento do patrimônio nos leva a debates 
contemporâneos que problematizam a paisagem cultural; o 
patrimônio arqueológico; o patrimônio arquitetônico; os centros 
históricos; o problema do patrimônio na Constituição de 1988; 
a educação patrimonial e, também, de questões relacionadas 
ao patrimônio material e imaterial.
Patrimônio, Memória e Museus
 Dicionários: patrimônio – conjunto de bens de família transmitidos por herança; conjunto dos 
bens de uma pessoa, instituição ou empresa, herdados ou adquiridos; conjunto dos bens 
materiais e imateriais de uma nação, estado, cidade, que constituem herança coletiva e são 
transmitidos de geração a geração: o patrimônio cultural brasileiro (PATRIMÔNIO, [s.d.]).
 Herança familiar; conjunto dos bens familiares; grande abundância; riqueza, profusão; bem 
ou conjunto de bens naturais ou culturais de importância reconhecida para determinado 
lugar, região, país ou mesmo para a humanidade, que passa(m) por um processo de 
tombamento para que seja(m) protegido(s) e preservado(s):
 cidades históricas brasileiras; 
 o samba; 
 diversas manifestações;
 polêmicas, debates e discussões nacionais e internacionais. 
Porque estudar o Patrimônio, Memória e Museus?
 Parthenon: Mármores de Elgin – diversas peças que estavam nos frisos; a guarda das 
esculturas é do Museu Britânico (British Museum) em Londres. As peças estão na Inglaterra 
desde 1832 e a disputa aumentou quando, em 2021, o governo grego formalizou um pedido 
de devolução.
 Em 4 de janeiro de 2023 o museu anunciou na imprensa que realizava “discussões” 
construtivas com o governo grego a respeito da devolução das peças à Atenas. Foi noticiado 
na imprensa britânica que o presidente da instituição inglesa, George Osborne, ex-ministro 
de finanças, assinou um acordo para a devolução.
Devolução de fato ou empréstimo? 
Debates na cultura pop contemporânea:
 Pantera Negra (Marvel).
Disputas sobre “tesouros” arqueológicos
Parthenon e o debate do patrimônio: a quem pertence? 
Patrimônio, Memória e Museus
Fonte: 
https://upload.wi
kimedia.org/wikip
edia/commons/a/
ad/Parthenon_fro
m_west.jpg
Fonte: acervo pessoal.
Fonte: acervo pessoal.
 Quando falamos em patrimônio, duas ideias diferentes, mas relacionadas, vêm à nossa 
mente. Em primeiro lugar, pensamos nos bens que transmitimos aos nossos herdeiros [...] 
Legamos, também, bens materiais de pouco valor comercial, mas de grande significado 
emocional, como uma foto, um livro autografado ou uma imagem religiosa do nosso altar 
doméstico. [...] A esse sentido legal do termo, devemos acrescentar outro, não menos 
importante: o patrimônio espiritual. Quando pensamos no que recebemos de nossos 
antepassados, lembramo-nos não apenas dos bens materiais, mas também da infinidade de 
ensinamentos e lições de vida que eles nos deixaram. A maneira de fazer nhoques – que 
não se resume à receita, guardada com cuidado no caderno com a letra da nossa querida 
mãe ou avó –, o modo como sambamos (algo que nunca estará em um caderninho!), 
os ditados e provérbios que sabemos de cor e que nos guiam 
por toda a vida são exemplos de um patrimônio imaterial 
inestimável (FUNARI; PELEGRINI, 2006, p. 8).
Patrimônio – Patrimônio histórico e cultural – Funari e Pelegrini (2006)
Patrimônio e Coletividade
 As coletividades são constituídas por grupos diversos, em constante mutação, com 
interesses distintos e, não raro, conflitantes. Uma mesma pessoa pode pertencer a diversos 
grupos e, no decorrer do tempo, mudar para outros. Passamos, assim, por grupos de faixa 
etária: crianças, adolescentes, adultos, idosos. Passamos ainda de estudantes a 
profissionais, e, em seguida, a aposentados. São, portanto, inúmeras as coletividades que 
convivem em constante interação e mudança (FUNARI; PELEGRINI, 2006, p. 8).
 “Brasileiro não tem memória?”
Será correto afirmar isso? De que memória se está tratando? 
 Estereótipo é observar ou entender uma pessoa ou algo de 
modo muito generalizado, não respeitando características 
específicas, próprias. Dessa maneira, formam-se padrões 
equivocados que podem originar incompreensões, 
preconceitos e distorções, levando ao lugar-comum.
Patrimônio – Patrimônio histórico e cultural – Funari e Pelegrini (2006)
 Segundo o sociólogo que se dedicou a compreender as nuances por trás da ideia de 
memória coletiva, Maurice Halbwachs, “cada memória individual é um ponto de vista sobre 
a memória coletiva” (2013, p. 30), pois considera a importância de rememorar, mas não a 
separa de forma absoluta do coletivo, ao contrário, lembranças permanecem coletivas e 
nos são lembradas por outros, ainda que trate de eventos em que somente nós estivemos 
envolvidos e objetos que somente nós vimos. Isso acontece porque jamais estamos sós 
(HALBWACHS, 2013, p. 30).
 Rememorar, portanto, pode ser pensado como uma ou mais 
pessoas juntando suas lembranças conseguem descrever com 
muita exatidão fatos ou objetos que vimos ao mesmo tempo 
em que elas, e conseguem até reconstituir toda a sequência 
de nossos atos e nossas palavras em circunstâncias definidas, 
sem que nos lembremos de nada de tudo isso (HALBWACHS, 
2013, p. 31).
Memória Coletiva– Halbwachs – Importância do Rememorar
 O conceito de memória é crucial. Embora o presente ensaio seja exclusivamente dedicado à 
memória tal como ela surge nas ciências humanas (fundamentalmente na história e na 
antropologia), e se ocupe mais da memória coletiva que das memórias individuais, é 
importante descrever sumariamente a nebulosa memória no campo científico global. A 
memória, como propriedade de conservar certas informações, remete-nos em primeiro lugar 
a um conjunto de funções psíquicas, graças às quais o homem pode atualizar impressões ou 
informações passadas, ou que ele representa como passadas. Desse ponto de vista, o 
estudo da memória abarca a psicologia, a psicofisiologia, a neurofisiologia, a biologia e, 
quanto às perturbações da memória, das quais a amnésia é a principal, a psiquiatria […]. 
 Certos aspectos do estudo da memória, no interior de qualquer 
uma dessas ciências, podem evocar, de forma metafórica ou 
concreta, traços e problemas da memória histórica e da 
memória social (LE GOFF, 2013, p. 387).
História e memória, de Jacques Le Goff
 “O processo da memória no homem faz intervir não só a ordenação de vestígios, mas 
também a releitura desses vestígios” e “Os processos de releitura podem fazer intervir 
centros nervosos muito complexos e uma grande parte do córtex”, mas existe “um certo 
número de centros cerebrais especializados na fixação do percurso mnésico” (CHANGEUX 
apud LE GOFF, 2013, p. 388).
 Existem concepções diversas de memória, que põem a tônica nos aspectos de 
estruturação, nas atividades de auto-organização. Os fenômenos da memória, tanto nos 
seus aspectos biológicos como nos psicológicos, não são mais do que os resultados de 
sistemas dinâmicos de organização e apenas existem “na medida em que a organização 
os mantém ou os reconstitui”.
 Alguns cientistas foram, assim, levados a aproximar a 
memória de fenômenos diretamente ligados à esfera das 
ciências humanas e sociais.
 Isso significa que, antes de ser falada ou escrita, existe uma 
certa linguagem sob a forma de armazenamento de 
informações na nossa memória (LE GOFF, 2013, p. 388-389).
História e memória, de Jacques Le Goff
Em nossa abordagem inicial à questão da memória, esta pode ser considerada como:
a) Um problema individual de lembrar.
b) Uma questão biológica.
c) A capacidade que alguns têm de recordar todos os detalhes da vida e outros não.
d) Uma questão histórica, social e coletiva.
e) Um problema a ser estudado apenas por médicos e psicólogos.
Interatividade
Em nossa abordagem inicial à questão da memória, esta pode ser considerada como:
a) Um problema individual de lembrar.
b) Uma questão biológica.
c) A capacidade que alguns têm de recordar todos os detalhes da vida e outros não.
d) Uma questão histórica, social e coletiva.
e) Um problema a ser estudado apenas por médicos e psicólogos.
Resposta 
 O portal do Iphan nos traz importantes definições sobre patrimônio cultural: 
 A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 216, ampliou o conceito de patrimônio 
estabelecido pelo Decreto-lei n. 25, de 30 de novembro de 1937, substituindo a nominação 
Patrimônio Histórico e Artístico, por Patrimônio Cultural Brasileiro. Essa alteração incorporou 
o conceito de referência cultural e a definição dos bens passíveis de reconhecimento, 
sobretudo os de caráter imaterial. A Constituição estabelece ainda a parceria entre o poder 
público e as comunidades para a promoção e proteção do Patrimônio Cultural Brasileiro, no 
entanto mantém a gestão do patrimônio e da documentação relativa aos bens sob 
responsabilidade da administração pública (PATRIMÔNIO CULTURAL, [s.d.]).
Patrimônio – Usos e definições
 Decreto de 1937 estabelece como patrimônio “o conjunto de bens móveis e imóveis 
existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação 
a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou 
etnográfico, bibliográfico ou artístico”, o artigo 216 da Constituição conceitua patrimônio 
cultural como sendo os bens.
 “De natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores 
de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da 
sociedade brasileira”.
 Formas de expressão; os modos de criar, fazer e viver; as 
criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, 
objetos, documentos, edificações e demais espaços 
destinados às manifestações artístico-culturais; os conjuntos 
urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, 
arqueológico, paleontológico, ecológico e científico 
(PATRIMÔNIO CULTURAL, [s.d.]).
Patrimônio – Definições e questões
Patrimônio material é:
 O patrimônio material protegido pelo Iphan é composto por um conjunto de bens culturais 
classificados segundo sua natureza, conforme os quatro Livros do Tombo: arqueológico, 
paisagístico e etnográfico; histórico; belas artes; e das artes aplicadas. A Constituição Federal 
de 1988, em seus artigos 215 e 216, ampliou a noção de patrimônio cultural ao reconhecer a 
existência de bens culturais de natureza material e imaterial e, também, ao estabelecer outras 
formas de preservação – como o Registro e o Inventário – além do Tombamento, instituído 
pelo Decreto-Lei n. 25, de 30 de novembro de 1937, que é adequado, principalmente, à 
proteção de edificações, paisagens e conjuntos históricos urbanos.
 Os bens tombados de natureza material podem ser imóveis, 
como as cidades históricas, sítios arqueológicos e 
paisagísticos e bens individuais; ou móveis, como coleções 
arqueológicas, acervos museológicos, documentais, 
bibliográficos, arquivísticos, videográficos, fotográficos e 
cinematográficos (PATRIMÔNIO MATERIAL, [s.d.]).
Patrimônio – Definições e questões – Patrimônio material
Patrimônio mundial:
 A Convenção do Patrimônio Mundial Cultural e Natural, adotada em 1972 pela Organização 
das Nações Unidas para a Ciência e a Cultura (Unesco), tem como objetivo incentivar a 
preservação de bens culturais e naturais considerados significativos para a humanidade. 
Trata-se de um esforço internacional de valorização de bens que, por sua importância como 
referência e identidade das nações, possam ser considerados patrimônio de todos os povos. 
[...] o Patrimônio Cultural é composto por monumentos, grupos de edifícios ou sítios que 
tenham valor universal excepcional do ponto de vista histórico, estético, arqueológico, 
científico, etnológico ou antropológico. Incluem obras de arquitetura, escultura e pintura 
monumentais ou de caráter arqueológico, e, ainda, obras 
isoladas ou conjugadas do homem e da natureza. São 
denominadas Patrimônio Natural as formações físicas, 
biológicas e geológicas excepcionais, habitats de espécies 
animais e vegetais ameaçadas e áreas que tenham valor 
científico, de conservação ou estético excepcional e universal 
(PATRIMÔNIO MATERIAL, [s.d.]).
Patrimônio – Definições e questões – Patrimônio mundial
Patrimônio imaterial:
 Contempla os saberes, práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas –
com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados – que as 
comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte 
integrante de seu patrimônio cultural. 
 Uma das formas de proteção dessa porção imaterial da herança 
cultural é a Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio 
Cultural Imaterial, adotada pela Unesco em 2003. Para 
estimular governos, organizações não governamentais (ONGs) 
e comunidades locais a reconhecer, valorizar, identificar e 
preservar o seu patrimônio intangível, a Unesco criou um título 
internacional que destaca espaços e manifestações da cultura 
imaterial, a chamada Lista Representativa do Patrimônio 
Cultural Imaterial da Humanidade, prevista pela respectiva 
Convenção (PATRIMÔNIO MUNDIAL, [s.d.]).
Patrimônio – Definições e questões –Patrimônio imaterial
Patrimônio arqueológico:
 Reconhecidos como parte integrante do Patrimônio Cultural 
Brasileiro pela Constituição Federal de 1988, em seu artigo 216, 
os bens de natureza material de valor arqueológico são 
definidos e protegidos pela Lei n. 3.924, de 26 de julho de 1961, 
sendo considerados bens patrimoniais da União. Também são 
considerados sítios arqueológicos os locais onde se encontram 
vestígios positivos de ocupação humana, os sítios identificados 
como cemitérios, sepulturas ou locais de pouso prolongado ou 
de aldeamento, “estações” e “cerâmicos”, grutas, lapas e 
abrigos sob rocha. Além das inscrições rupestres ou locais com 
sulcos de polimento, sambaquis e outros vestígios de atividade 
humana (PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO, [s.d.]).
Patrimônio – Definições e questões – Patrimônio arqueológico
 Devemos considerar que as discussões relacionadas ao patrimônio, à cultura, à preservação 
– e a como estes são tratados pelas sociedades – têm sua historicidade, ou seja, não 
devemos naturalizar a constituição dos patrimônios como algo dado pela essência dos 
objetos ou monumentos.
 São sociedades históricas que fazem escolhas e, por isso, variam no tempo e nos lugares.
Cultura é patrimônio
 Organização do patrimônio: construção de mitologias nacionais, de projeções relativas ao 
passado, mas que partem de questões do presente, como contar a “verdadeira” história da 
nação. Ortiz (2006) defende que não existe uma identidade nacional autêntica e verdadeira; 
ela é sempre um discurso de segunda ordem, cujo objeto de seleção e interpretação é a 
cultura popular, múltipla e particularizada. Ou seja, a construção de uma identidade nacional 
única requer a reunião, seleção e interpretação de memórias e culturas populares diversas e 
particularizadas espalhadas por vários grupos sociais; a identidade nacional não é apenas 
um conjunto dessas culturas populares, mas uma construção que as une e as transcende 
como ideologia de Estado.
 A construção da identidade nacional requer um trabalho de 
mediação – daí a importância dos intelectuais nesse processo 
–, que impõe definições, fronteiras e discursos para os 
diversos grupos sociais que formam a sociedade, e que 
permite que políticas públicas patrimoniais se apresentem 
como hegemônicas e legítimas. 
Funções do Patrimônio Cultural 
O patrimônio cultural cumpre quatro funções principais, a saber:
a) reforçar a noção de cidadania, dado que o acervo salvaguardado é de propriedade de 
todos, e exige, por isso, o envolvimento da sociedade em sua preservação.
b) o acervo salvaguardado materializa a nação, demarcando-a no tempo e no espaço.
c) os bens patrimoniais marcam a presença da nação em um território, servindo como provas 
materiais da história oficial e de seus mitos de origem.
d) o patrimônio cultural é um instrumento pedagógico, a serviço da educação dos cidadãos 
(ANDRADE; CHOAY; FONSECA apud KÖHLER, 2019, p. 143).
Funções do Patrimônio Cultural 
 Para Pelegrini e Funari (2008), a cultura consiste, pois, em transmitir valores adquiridos pela 
experiência de determinado grupo humano. Difere, portanto, de um grupo a outro. Ruth Benedict 
(1887-1948) lembrou que a cultura é como uma lente através da qual o ser humano vê o mundo e 
sem a qual nada enxergamos. O sociólogo precursor brasileiro Gilberto Freyre (1900-1987), na 
esteira de suas leituras antropológicas, formularia com precisão: “Quase se pode dizer que o 
hábito ou o costume é que é, no homem, a natureza humana” (PELEGRINI; FUNARI, 2008, p. 18).
 Uma definição mais recente, de Christoph Brumann, parece ser bastante abrangente: a cultura é o 
conjunto de padrões adquiridos socialmente a partir dos quais as pessoas pensam, sentem e 
fazem. Uma cultura não requer proximidade física ou um tipo específico de sociabilidade direta, 
apenas interação social, mesmo que mediada por meios de comunicação e que seja casual. 
Mesmo ver, ouvir ou ler uns aos outros pode ser o suficiente (1999, 
p. 23). O veterano antropólogo norte-americano, Marshall Sahlins, 
em entrevista na segunda metade da década dos anos 2000, chegou 
a afirmar que “a cultura é tudo”, no sentido de que não existe 
natureza que não se expresse de forma simbólica, em determinada 
sociedade (apud PELEGRINI; FUNARI, 2008, p. 19).
Cultura – Transmissão de valores 
 Princípios e diretrizes da educação patrimonial; macroprocessos institucionais.
 Rodrigo Melo Franco de Andrade, dirigente do Iphan desde sua criação até 1967 […] 
apontou, em alguns artigos e discursos, para a importância da educação na preservação 
do Patrimônio Cultural. Em depoimentos prestados nos últimos anos de sua gestão, ele 
declarava: “Em verdade, só há um meio eficaz de assegurar a defesa permanente do 
patrimônio de arte e de história do país: é o da educação popular”.
 A natureza processual das ações educativas marca um ponto 
de inflexão na qual as ações isoladas e não articuladas 
precisam ser superadas, pois Educação Patrimonial consiste 
em um “processo permanente e sistemático”, centrado no 
“Patrimônio Cultural como fonte primária de conhecimento e 
enriquecimento individual e coletivo”.
Importância da Educação Patrimonial
Na discussão sobre patrimônio, a preocupação com a cultura justifica-se porque:
a) Alguns povos têm cultura e outros não.
b) A ideia de cultura é polêmica e não pode ser trabalhada em sala de aula. 
c) A ideia de cultura pertence exclusivamente ao campo da antropologia.
d) A ideia de cultura esconde os verdadeiros valores sociais.
e) A ideia de cultura deve ser situada no âmbito da transmissão de valores e por isso é um 
importante elemento constitutivo dos seres humanos e das sociedades.
Interatividade
Na discussão sobre patrimônio, a preocupação com a cultura justifica-se porque:
a) Alguns povos têm cultura e outros não.
b) A ideia de cultura é polêmica e não pode ser trabalhada em sala de aula. 
c) A ideia de cultura pertence exclusivamente ao campo da antropologia.
d) A ideia de cultura esconde os verdadeiros valores sociais.
e) A ideia de cultura deve ser situada no âmbito da transmissão de valores e por isso é um 
importante elemento constitutivo dos seres humanos e das sociedades.
Resposta
 Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan) foi a primeira denominação do 
órgão federal de proteção ao patrimônio cultural brasileiro, hoje Instituto do Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O Sphan começou a funcionar em 1936, a partir de 
determinação presidencial dirigida ao ministro da Educação e Saúde Pública, Gustavo 
Capanema, conforme mencionado no relatório de atividades desse ano apresentado por 
Rodrigo Melo Franco de Andrade “fica criado o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico 
Nacional, com a finalidade de promover, em todo o País e de modo permanente, o 
tombamento, a conservação, o enriquecimento e o conhecimento do patrimônio histórico e 
artístico nacional” (BRASIL, 1937, art. 46).
 A instituição do Sphan, depois transformado em Iphan, 
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, é a 
designação atual da instituição brasileira de preservação do 
patrimônio cultural criada em 1937 como Serviço do 
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. 
SPHAN / IPHAN
 As cartas patrimoniais são documentos cuja finalidade é orientar e fundamentar teoricamente 
as ações relacionadas ao patrimônio cultural. Suas origens estão em resoluções 
estabelecidas ao final de encontros que debatem normas, produção de documentação, 
preservação de patrimônio bem como manutenção e restauro desse patrimônio. As primeiras 
manifestações da preocupação com o patrimônio surgiram no século 20 como resultado da 
análise da destruição ocasionada pela Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Nos conflitos, 
os ataques contra edifícios ameaçaram a manutenção de determinadas características 
culturais e históricas dos monumentos.
 Nas primeiras cartas, ficaclara a preocupação em definir a 
própria noção de monumento e de seu entorno; mais tarde, 
observa-se que a proteção é estendida aos conjuntos 
arquitetônicos; numa etapa ainda posterior, dá-se ênfase aos 
aspectos ligados ao urbanismo, ao uso, à integração com outras 
áreas e à inserção da preservação em todos os planos de 
desenvolvimento. Foram também produzidos documentos 
especificamente voltados para a arqueologia, o comércio de 
bens e a restauração (CURY, 2004, p. 10).
Cartas patrimoniais
 Podemos considerar que as cartas têm origens em épocas e lugares diferentes espalhados 
pelo mundo.
 As cartas patrimoniais são fruto da discussão de um determinado momento. Antes de tudo, 
não têm a pretensão de ser um sistema teórico desenvolvido de maneira extensa e com 
absoluto rigor, nem de expor toda a fundamentação teórica do período. As cartas são 
documentos concisos e sintetizam os pontos a respeito dos quais foi possível obter 
consenso, oferecendo indicações de caráter geral. Seu caráter, portanto, é indicativo ou, 
no máximo, prescritivo. 
 São documentos de referência. 
 Carta de Atenas de 1933 surge tratando de generalidades, 
diagnósticos e conclusões sobre problemas urbanísticos de 
grandes cidades pelo mundo, consideradas importantes na 
ocasião, elaboradas pelo Congresso Internacional de 
Arquitetura Moderna (Ciam), realizado em Atenas.
Cartas patrimoniais – Origens
Como matriz das cartas, temos a chamada Carta de Atenas, de 1931, já mencionada:
 Carta de Atenas. Escritório Internacional dos Museus. Sociedade das Nações. Atenas 
(Grécia), 1931. 
 A Carta de Atenas (1931) é a carta patrimonial precursora. 
 Segundo ela, o patrimônio cultural consiste em grandes obras arquitetônicas, que adquirem 
o status de monumentos. Ela não se ocupa da utilização desses monumentos; não há, por 
exemplo, nenhuma menção ao lazer nem sequer ao turismo. Para a proteção dos 
monumentos, a carta patrimonial recomenda que a infância e a juventude sejam educadas 
para se absterem de os danificar. 
 Pela leitura, é possível ver que se recomenda que o povo seja 
educado, mas não há nenhuma outra indicação de como ele 
poderia envolver-se mais profundamente com o patrimônio 
cultural, a não ser se abstendo de vandalizá-lo e destruí-lo 
(KÖHLER, 2019, p. 144).
Cartas patrimoniais – A Carta de Atenas
 Sobre as cartas patrimoniais, podemos recordar que as cartas patrimoniais são documentos 
de referência, de caráter prescritivo ou indicativo, relacionadas a questões preservacionistas, 
sejam elas ligadas ao monumento em si, a conjuntos arquitetônicos e paisagísticos, ao 
aproveitamento econômico do patrimônio cultural, ao comércio de bens culturais e à 
restauração arquitetônica, dentre vários outros temas e objetos de análise e preocupação 
(KÖHLER, 2019, p. 139).
 Listas extensas: Carta dos jardins históricos brasileiros, dita Carta de Juiz de Fora 
(2010); Carta de Brasília (2010); I Fórum Nacional do Patrimônio Cultural (2009).
 Recomendação Paris (2003); Cartagena de Índias, 
Colômbia (1999); Carta de Mar del Plata (1997); Carta 
Brasília (1995); Conferência de Nara (1994); Carta do Rio 
(1992); Atenas, Veneza etc.
 Temas: os mais variados.
Cartas patrimoniais – Outros documentos
 Icomos significa Conselho Internacional de Monumentos e Sítios, uma organização não 
governamental global associada à Unesco também presente no Brasil.
 Trabalha para a conservação e proteção dos sítios de patrimônio cultural. É a única 
organização não governamental global deste gênero, dedicada à promoção da aplicação 
da teoria, metodologia e técnicas científicas para a conservação do patrimônio arquitetônico 
e arqueológico.
 O seu trabalho é baseado nos princípios consagrados na “Carta Internacional para a 
Conservação e Restauro de Monumentos e Sítios” (Carta de Veneza, 1964).
 Sua missão é promover a conservação, a proteção, o uso e 
a valorização de monumentos, centros urbanos e sítios. 
Participa no desenvolvimento da doutrina, evolução e 
divulgação de ideias, e realiza ações de sensibilização e 
defesa. O Icomos é o organismo consultor do Comitê do 
Patrimônio Mundial para a implementação da Convenção do 
Patrimônio Mundial da Unesco. 
Icomos/Unesco
Icomos/Unesco
Fonte: 
https://www.univille.edu.br/noticias/2017.5/me
strado-tem-chancela-da-unesco/879676
Fonte: https://drummond.com.br/wp-content/webp-express/webp-images/uploads/2019/11/unesco-1024x683.png.webp
 A Unesco também tem contribuído para a realização dos Objetivos de Desenvolvimento 
Sustentável definidos na Agenda 2030, adotada pela Assembleia Geral da ONU em 2015. 
O patrimônio cultural vai ser tratado pelo Setor de Cultura da Unesco, que lida tanto com o 
patrimônio tangível (lugares, museus, bibliotecas e arquivos) quanto com o intangível (língua, 
história oral, música, dança, propriedade intelectual).
 O ano de 1959 foi um marco para o início das ações efetivas de proteção a bens 
considerados de relevância universal com a construção da Represa de Assuã, no Egito, 
para não danificar ou perder por completo os templos de Abu, Simbel e Philae.
 1972: Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, 
Cultural e Natural – ao assinar, cada país compromete-se não 
apenas a conservar os sítios do patrimônio mundial situados em 
seu território, mas também a proteger seu patrimônio nacional 
(CASTRIOTA apud CARVALHO; MENEGUELLO, 2020, p. 102).
A discussão extrapola os recortes espaciais nacionais e 
torna-se evidentemente mundial, sendo necessária uma 
articulação supranacional das questões.
Icomos/Unesco
Abu Simbel
Icomos/Unesco
Fonte: 
https://study.com/cimages/multimages/16/450px
_entrance_to_the_great_temple_of_ramses_ii_a
t_abu_simbel_egypt6105645552796551178.jpg
A respeito das cartas patrimoniais, é correto afirmar que:
a) Não respeitam a diversidade dos tipos de patrimônios, pois tentam estabelecer padrões 
muito gerais e amplos de patrimônio. 
b) São impostas pela ONU a todos os seus membros. 
c) São discussões presentes em poucos países e por isso um conhecimento restrito. São leis 
estabelecidas em cada país.
d) São documentos cuja finalidade é orientar e fundamentar teoricamente as ações 
relacionadas ao patrimônio cultural. 
e) Na atualidade perderam importância como referência nos 
debates científicos. 
Interatividade
A respeito das cartas patrimoniais, é correto afirmar que:
a) Não respeitam a diversidade dos tipos de patrimônios, pois tentam estabelecer padrões 
muito gerais e amplos de patrimônio. 
b) São impostas pela ONU a todos os seus membros. 
c) São discussões presentes em poucos países e por isso um conhecimento restrito. São leis 
estabelecidas em cada país.
d) São documentos cuja finalidade é orientar e fundamentar teoricamente as ações 
relacionadas ao patrimônio cultural. 
e) Na atualidade perderam importância como referência nos 
debates científicos. 
Resposta
 Aline Carvalho e Cristina Meneguello (2020).
 Referência, pois enumera e problematiza temas e visões tradicionais acerca do patrimônio; 
além disso, traz a sessão relacionada a debates atualizados, abordando, inclusive, 
temas polêmicos.
 “Dedicamos esta obra àqueles que encontram no patrimônio uma forma de resistência”.
 Epígrafe: citação de Milan Kundera: “Imprimir forma a uma 
duração é uma exigência da beleza, mas é também uma 
exigência da memória. Pois aquilo que não tem forma é 
inalcançável, imemorável”.
Dicionário temático do patrimônio – Usos e temas fundamentais
 Temas: patrimônio cultural; paisagem cultural; patrimônio arqueológico, arquitetônico; a 
relação com a Constituição de 1988; acervos; centros históricos; cidades; direito e educação 
patrimonial; restauração; patrimônio imaterial; natural; religioso; rural e as políticas públicas –
além do tratamento do Sphan/Iphan, turismo e do Icomos (Conselho Internacional de 
Monumentos e Sítios) e Unesco (Organização das Nações Unidaspara a Educação, a 
Ciência e a Cultura).
 No tópico relativo a novos patrimônios e novas questões, são 
abordados: antropoceno e patrimônio; arquivos; cultura visual; 
itinerários; rotas e roteiros; o litoral e o patrimônio; o 
audiovisual; mulheres e patrimônio; ciência e tecnologia; 
patrimônio cultural funerário; LGBTQIAP+; ditadura; migração 
e imigração; memória na internet; patrimônio moderno; 
parques e jardins; cultura popular; festas religiosas; objetos do 
cotidiano; ofícios; patrimônio e relações internacionais; turismo 
religioso; vandalismo; patrimônio educativo; ferroviário; 
genético; geológico; hospitalar; indígena; industrial; prisional; 
patrimônios afro-brasileiros e patrimônios difíceis (sombrios).
Dicionário temático do patrimônio – Usos e temas fundamentais
 O patrimônio é a medida dos entrelaçamentos entre memória e história, poderoso dispositivo 
de reflexão sobre o passado, o presente e o futuro. Inegavelmente, fundamental instrumento 
do fazer político – no sentido de que serve àqueles que compartilham a vida na pólis. Nesse 
contexto, a proposta desta obra é organizar, na forma de verbetes, diferentes vetores pelos 
quais o patrimônio atua e os variados caminhos trilhados pelas pesquisas recentes na 
temática […]. Outros esforços recentes criaram dicionários que descrevem aspectos dos 
processos de patrimonialização, como o dicionário do Iphan (Dicionário Iphan do patrimônio 
cultural) ou o glossário do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, 
Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Glossário de termos Conpresp).
 “[…] buscamos embasar e inspirar as pesquisas de 
estudantes, profissionais e demais interessados no tema, nas 
áreas de história e história da arte, arquitetura, turismo, direito, 
museologia, ciências sociais, entre outros, e de forma 
acessível disponibilizar debates a um público mais amplo.” 
(CARVALHO; MENEGUELLO, 2020, p. 25)
Dicionário temático do patrimônio – Usos e temas fundamentais
 É fundamental afirmar que nossa perspectiva precisa respeitar a historicidade dos processos 
e os aspectos sociais que envolvem questões locais, nacionais e também internacionais. 
 A coletividade não é uma simples soma de indivíduos, assim como o todo não é uma mera 
junção das partes, como afirmou, há 2.500 anos, o filósofo grego Platão. Podemos lembrar 
também o que diz outro pensador antigo, Aristóteles, ao assinalar que as palavras não são 
apenas a junção de letras, como um animal não é a soma de órgãos. As coletividades são 
constituídas por grupos diversos, em constante mutação, com interesses distintos e, não 
raro, conflitantes. 
 Uma mesma pessoa pode pertencer a diversos grupos e, no 
decorrer do tempo, mudar para outros.
 São, portanto, inúmeras as coletividades que convivem em 
constante interação e mudança. 
Diferentes expressões do patrimônio
Em nossa disciplina estudamos o patrimônio com diversos olhares, preocupações e 
questionamentos. Segundo essa convenção, subscrita por mais de 150 países, o patrimônio 
da humanidade compõe-se de: 
 Monumentos: obras arquitetônicas, esculturas, pinturas, vestígios arqueológicos, inscrições, 
cavernas. Conjuntos: grupos de construções. Sítios: obras humanas e naturais de valor 
histórico, estético, etnológico ou científico. Monumentos naturais: formações físicas e 
biológicas. Formações geológicas ou fisiográficas: habitat de espécies animais e vegetais 
ameaçadas de extinção. Sítios naturais: áreas de valor científico ou de beleza natural. 
 Década de 1980: acepção ampliada do conceito de patrimônio, 
compreendido não só por produções de artistas ou intelectuais 
reconhecidos, foi estendido às criações anônimas, oriundas da 
alma popular […], importância da preservação de bens 
materiais e não materiais que expressassem a criatividade de 
seus povos, reconhecidos na singularidade da língua, dos 
ritos, das crenças, dos lugares, dos monumento históricos e 
das produções artísticas e científicas.
Diferentes expressões do patrimônio
 Brasil: ampliação do conceito de patrimônio no artigo 216 da Constituição Federal Brasileira 
impulsionou o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial, Decreto n. 3.551/2000. 
 Multiplicação das frentes de tombamento do patrimônio histórico nacional, apresentada no 
registro de “bens imateriais notáveis”, novas formas de acautelamento por parte do Iphan e a 
necessidade da criação do Livro de Registro dos Saberes e do Livro de Registro das Formas 
de Expressão, nos quais são inscritos os “conhecimentos e modos de fazer enraizados no 
cotidiano das comunidades” e compiladas “as manifestações literárias, musicais, plásticas, 
cênicas e lúdicas” (FUNARI; PELEGRINI, 2006, p. 28).
 Vivências e experiências são contempladas nesse esforço de 
ampliação, originando o Livro das Celebrações e o Livro dos 
Lugares, que tratam, respectivamente, dos “rituais e festas que 
marcam a vivência coletiva do trabalho, da religiosidade, do 
entretenimento e de outras práticas da vida social” e dos 
espaços onde se “concentram e reproduzem práticas culturais 
coletivas”, como mercados, feiras, santuários e praças.
Diferentes expressões do patrimônio
Conceitos essenciais relacionados ao patrimônio cultural
Fonte: Pelegrini (2009, p. 28).
Patrimônio cultural
Bens intangíveis
Ideias, costumes, crenças, 
tradição oral, danças, 
rituais, saberes etc.
Bens tangíveis
Bens móveis.
Bens imóveis.
Bens móveis
Objetivos de arte.
Objetivos litúrgicos.
Livros e documentos.
Fósseis.
Coleções arqueológicas.
Acervos museológicos, 
documentais e arquivísticos.
Bens imóveis
Monumentos.
Núcleos urbanos e edifícios.
Templos.
Bens individuais.
Sítios arqueológicos.
Sítios paisagísticos.
Identificação; documentação; restauração; conservação; preservação; fiscalização e difusão 
dos bens culturais considerados representativos de diversos segmentos do patrimônio cultural 
da humanidade. No caso do Brasil, ainda de acordo com Pelegrini (2009), o uso dos conceitos 
orienta as ações do Iphan, que procura classificar a natureza dos bens culturais materiais, 
registrados em quatro livros do tombo:
 Livro do tombo arqueológico, etnográfico e paisagístico.
 Livro do tombo histórico.
 Livro do tombo das belas-artes.
 Livro das artes aplicadas.
Diferentes expressões do patrimônio e o tombamento
Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial, implementado pelo Decreto n. 3.551/2000, 
ampliou as possibilidades de tombamento do patrimônio histórico nacional com o registro de 
“bens imateriais notáveis”, levando à criação de outras formas de acautelamento:
 Livro de Registro dos Saberes.
 Livro das Formas de Expressão.
 Livro das Celebrações.
 Livro dos Lugares.
Diferentes expressões do patrimônio e o tombamento
Até 2008 haviam sido reconhecidos 
nacionalmente os seguintes bens imateriais 
(exemplos):
 Ofício das Paneleiras de Goiabeiras 
(dez./2002).
 Arte Kusiwa dos Índios Wajäpi (dez./2002).
 Samba de roda no Recôncavo Baiano 
(out./2004).
Alguns bens imateriais 
 Modo de fazer de viola-de-cocho 
(jan./2005).
 Ofício das baianas de Acarajé (jan./2005).
 Círio de Nossa Senhora de Nazaré 
(out./2005).
 Jongo no Sudeste (dez./2005).
 Frevo (dez./2006).
 Tambor de crioula do Maranhão (jun./2007).
 Samba do Rio de Janeiro (out./2007).
 Modo artesanal de fazer queijo “Minas” 
(2008).
 Capoeira (jul./2008).
 O modo de fazer renda irlandesa produzida 
em Divina Pastora (nov./2008) 
(PELEGRINI, 2009, p. 30).
 Forró é um exemplo de patrimônio. 
Considerado bem imaterial por ser uma 
expressão musical, foi inscrito no Livro de 
Registro das Formas de Expressão. O 
nome bastante popularizado no Brasil teria 
a origem na abreviação de forróbodó, que 
aparece como indicativo de bailes, festas 
dançantes. Surgido no atual Nordeste 
brasileiro na década de 1930, pouco a 
pouco tornou-se mais conhecido e, a partir 
dos anos 1950,se popularizou com as 
músicas de Luiz Gonzaga.
Alguns bens imateriais – Forró
O forró é reconhecido como 
Patrimônio Cultural Imaterial 
pelo IPHAN, 2021.
Fonte: 
https://www.flickr.com/photos/pala
ciodoplanalto/51745979370/in/pho
tostream/lightbox/
 A questão da proteção ao patrimônio cultural envolve as paisagens e os bens culturais 
(móveis ou imóveis, materiais ou imateriais) e está diretamente vinculada à melhoria da 
qualidade de vida da população, pois a preservação das memórias e das identidades é 
uma demanda social tão importante quanto qualquer outra atendida pelo serviço público.
Conceitos essenciais à defesa do nosso patrimônio, tais como:
 Aquecimento global; Conservação integrada; Desenvolvimento sustentável.
Identidade: 
 Inventário; Memória; Reabilitação urbana; 
Restauração; Revitalização. 
 Salvaguarda ou acautelamento; Tombamento.
Debates contemporâneos 
Ao discutir a natureza dos bens, surge a questão do patrimônio ou do bem imaterial, que pode 
ser relacionada:
a) À ampliação das noções de patrimônio incorporando práticas e vivências antes ignoradas 
por serem populares. 
b) À restrição dos conceitos de patrimônio material.
c) Ao abandono da noção de arte popular. 
d) À destruição de estátuas de colonizadores.
e) Ao saber científico dominando as técnicas de culinária popular, 
aprendendo as receitas para saber reproduzir seus passos em 
laboratório.
Interatividade
Ao discutir a natureza dos bens, surge a questão do patrimônio ou do bem imaterial, que pode 
ser relacionada:
a) À ampliação das noções de patrimônio incorporando práticas e vivências antes ignoradas 
por serem populares. 
b) À restrição dos conceitos de patrimônio material.
c) Ao abandono da noção de arte popular. 
d) À destruição de estátuas de colonizadores.
e) Ao saber científico dominando as técnicas de culinária popular, 
aprendendo as receitas para saber reproduzir seus passos em 
laboratório.
Resposta
 BRASIL. Lei n. 378, de 13 de janeiro de 1937. Rio de Janeiro, 1937. Disponível em: 
https://bit.ly/43B98A5. Acesso em: 3 abr. 2023.
 CARVALHO, A.; MENEGUELLO, C. Dicionário temático de patrimônio: debates 
contemporâneos. Campinas: Unicamp, 2020.
 CURY, I. Cartas patrimoniais. 3. ed. Rio de Janeiro: Iphan, 2004.
 FUNARI, P. P.; PELEGRINI, S. C. A. Patrimônio histórico e cultural. Rio de Janeiro: Jorge 
Zahar, 2006.
 HALBWACHS, M. A memória coletiva. Tradução de Beatriz Sidou. 2. ed. São Paulo: 
Centauro, 2013.
 KÖHLER, A. F. As cartas patrimoniais e sua relação com o 
turismo cultural: teorias, práticas e seus desdobramentos no 
caso brasileiro. Ritur-Revista Iberoamericana de Turismo, 
Penedo, v. 9, n. 2, p. 138-163, dez. 2019. Disponível em: 
https://bit.ly/40hiVcl. Acesso em: 27 mar. 2023.
Referências
 KÜHL, B. M. Notas sobre a Carta de Veneza. Anais do Museu Paulista, São Paulo, v. 18. 
n. 2, p. 287-320, jul./dez. 2010.
 LE GOFF, J. História e memória. 7. ed. Campinas: Unicamp, 2013.
 ORTIZ, R. Cultura brasileira e identidade nacional. 5. ed. São Paulo: Brasiliense, 2006.
 PATRIMÔNIO arqueológico. Iphan, [s.d.]. Disponível em: https://bit.ly/3mZqvdh. Acesso em: 
16 mar. 2023.
 PATRIMÔNIO cultural. Iphan, [s.d.]. Disponível em: https://bit.ly/2HbDulC. Acesso em: 16 
mar. 2023.
 PATRIMÔNIO material. Iphan, [s.d.]. Disponível em: 
https://bit.ly/3JeOWL6. Acesso em: 16 mar. 2023
 PATRIMÔNIO mundial. Iphan, [s.d.]. Disponível em: 
https://bit.ly/40b0tBP. Acesso em: 16 mar. 2023.
 PELEGRINI, S. C. A. Patrimônio cultural: consciência e 
preservação. São Paulo: Brasiliense, 2009.
Referências
 PELEGRINI, S. C. A.; FUNARI, P. P. O que é patrimônio cultural imaterial. São Paulo: 
Brasiliense, 2008. (Coleção Primeiros Passos, n. 331).
Referências
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