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Prof. Bruno Gomes Direito Tributário Aplicado >>Prof Bruno Explica Prof. Bruno Gomes O Sistema Tributário Nacional e seus detalhes Prof. Bruno Gomes Consiste no conjunto de regras e princípios que regem o Direito Tributário no Brasil. Ou seja, é o conjunto de instituições dotadas do poder de tributar (competências tributárias),organizado através de uma racionalidade econômica e estruturado na Constituição Federal de 1988 (CF/88) e demais regras tributárias. O STN, estabelecido pela CF/88, com vigência a partir de 01/03/89, assegura a aplicação da legislação anterior que não seja incompatível com as normas constitucionais, enquanto não forem editadas as leis complementares previstas no texto constitucional. Sistema Tributário Nacional (STN) Prof. Bruno Gomes Portanto, enquanto não for editada lei complementar (prevista no art. 146 da CF/88) dispondo sobre normas de direito tributário, permanece em vigor o Código Tributário Nacional (CTN) – Lei n° 5.172/66 - naquilo que não seja incompatível com as normas constitucionais vigentes(respeitando-se, portanto, o princípio constitucional da recepção). O STN funciona com várias permissões (poder para instituir tributos) e proibições(limitações ao poder de tributar). Discrimina as espécies tributárias e os entes federativos titulares de competência, ou seja as pessoas de direito público que poderão criar e cobrar tributos, de que forma poderão fazê-lo e os requisitos exigidos para que possam exercer mencionado poder. Sistema Tributário Nacional (STN) Prof. Bruno Gomes Entendendo os TRIBUTOS Prof. Bruno Gomes A palavra "tributo" provém do latim tributum, que significa "dividir, repartir, entre a tribo". Tributar será distribuir a carga pública entre os integrantes do grupo social. O CTN, em interpretação legal ou autêntica, apresenta o conceito de tributo: é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou em cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Dessa definição, destacamos quatro características principais: 1. Compulsoriedade: ou seja, o contribuinte é obrigado a pagar; 2. Sanção de ato ilícito: a União, os Estados e os Municípios não podem criar adicional de tributo como punição por falta de pagamento. Desta forma, aplicam-se as multas e juros, porém, não existirá a figura de novo tributo; 3. Legalidade: nenhum tributo pode ser cobrado sem exigência legal; 4. Atividade administrativa plenamente vinculada: o Fisco tem o poder e o dever de cobrar. Tributo – Conceitos Gerais Prof. Bruno Gomes Classificação quanto a finalidade Prof. Bruno Gomes Os tributos podem ser classificados quanto a sua finalidade, da seguinte forma: ➢ Tributos fiscais - São aqueles cuja finalidade primária é arrecadar recursos para oscofres públicos (ex: Imposto de Renda). Ou seja, sua função precípua é a arrecadação(natureza arrecadatória); ➢ Tributos extrafiscais - São aqueles que têm outros objetivos que não o de simplesmente arrecadar. Ou seja, são aqueles que têm como missão fundamental a deservir como instrumento de política econômica para induzir comportamentos dos agentes econômicos almejados pelo governo (ex: IOF, I.I. e I.E.). Ou seja, sua função precipua é a intervenção (natureza regulatória); ➢ Tributos parafiscais - São aqueles em que o sujeito ativo não é o Estado e sim outraentidade pública ou privada. Sua finalidade básica é a manutenção dessas entidades(ex: as contribuições para financiamento da seguridade social - PIS, COFINS, INSS,têm um objetivo marcadamente arrecadatório, especificadamente direcionadas paracustear as atividades da seguridade social). Ou seja, sua função precipua é aarrecadação para financiamento de atividade paraestatal; Classificação quanto a finalidade Prof. Bruno Gomes ➢ Diferença entre preços públicos ou tarifas e tributos - Preços públicos ou tarifas são receitas originárias (originam-se da exploração econômica do patrimônio do Estado)obtidas mediante acordo de vontades (contrato). São, portanto, receitas de direito privado e, na atividade financeira do Estado para obtê-las, predomina o interesse privado. Ou seja, o Estado está "ganhando dinheiro" como qualquer pessoa poderia fazer (exemplos: quando o estado da Bahia aluga um imóvel de sua propriedade; quando o estado de São Paulo recebe dividendos decorrente de participação societária em um banco); Tributos são receitas derivadas (derivam do patrimônio de particulares) obtidas mediante prestação compulsória. São receitas de direito público, sendo que, na atividade financeira do Estado para arrecadar, predomina o interesse público (exemplo: quando o município do Rio de Janeiro cobra IPTU dos proprietários de imóveis); ➢ Pedágio - Há controvérsia a respeito de ser ou não espécie tributária. A posição minoritária entende ser espécie de tributo, tendo natureza de taxa. A corrente majoritária, mais técnica sustenta ter o pedágio a mesma natureza dos preços públicos. Classificação quanto a finalidade Prof. Bruno Gomes Espécies Tributárias Passamos a comentar a respeito das espécies existentes do gênero tributo Espécies Tributárias ESPÉCIE CARACTERÍSTICA Impostos - (CF/88-art. 145 a 162 - sistema tributário nacional) Independem de qualquer atividade estatal específica aocontribuinte. Ou seja, o contribuinte paga o imposto sem esperarou exigir uma contraprestação específica do Estado. O imposto édestinado ao fundo comum do tesouro público e será aplicado deacordo com as destinações dadas a ele pela lei orçamentáriaanual - ex: Imposto de Renda, ICMS. Taxas - (CF/88-art. 145 a 162 - sistema tributário nacional) Têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia(poder que tem o Estado de limitar o direito individual, a fim depromover o bem público) ou a utilização efetiva ou potencial deserviço público, específico e divisível, prestado ou colocado àdisposição do contribuinte - ex: Taxa de licença de instalação efuncionamento, taxa de coleta de lixo, taxa judiciária (a ser paga,quando da proposição de ação judicial). Contribuições de melhoria - (CF/88 -art. 145 a 162 -sistema tributário nacional) Entendidas como as receitas cobradas pelo Estado toda vez queuma obra pública enriquece o patrimônio do contribuinte. Sãoseus elementos: a atividade estatal praticada no interesse dedeterminado grupo e a vantagem individual auferida.Em face das exigências de publicação prévia do memorialdescritivo do projeto, orçamento do custo da obra, determinaçãoda parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuiçãoetc e, pela possibilidade de impugnação pelos interessados, dequalquer dos elementos previamente publicados, talcontribuição, na prática, raramente é cobrada. Contribuições parafiscais ou especiais - (CF/88 - art. 149 - sistema tributário nacional e art.195 - seguridade social) São admitidas, pela doutrina majoritária, três espécies: (a)parafiscais ou sociais, (b) de intervenção no domínio público e (c) de interesseespeciais das categorias profissionais (ex: OAB, CREA, CRA) ou(CF/88 - art.econômicas (ex: SESI, SESC).149 - sistema As sociais são dotadas de capítulo constitucional proprio, estandotributário inclusas no sistema de seguridade social (que compreende anacional e previdência social, a saúde e a assistência social). Podem serart.195 - criadas, originalmente, pela União, e também pelos Estados,seguridade Distrito Federal e Municípios, caso possuam sistema próprio desocial)seguridade social. Dividem-se em três: (a.1) dos empregadores,(a.2) dos trabalhadores e (a.3) sobre a receita de concursos deprognósticos. A dos empregadores, por seu turno, incidemsobre: (a.1.1) a folha de salários - ex.: INSS, (a.1.2) ofaturamento - ex.: COFINS e (a.1.3) o lucro - CSLL. As de intervenção do dominio público são criadas geralmentecom o objetivo de reduzir desigualdades sociais. Ex: 1)"CIDERoyalties" (a partir de 01/01/02) - Lei nº 10.168/00 - parafinanciar um fundo estatal comrecursos de quem importa, porexemplo, tecnologia; 2)"CIDE Combustíveis" (a partir de01/01/01) - Lei nº 10.336/01(com as alterações trazidas pelaLei nº 10.636/02) para tributar a importação ecomercialização de combustíveis, no mercado interno. Empréstimoscompulsórios - (CF/88-art.145 a 162 -sistema tributário nacional) Reconhecido o seu caráter tributário pelo Supremo TribunalFederal (STF), apenas podem ser cobrados mediante leicomplementar. Há duas hipóteses para sua instituição: (a)despesas extraordinárias oriundas de guerra externa, ou a suaiminência ou calamidade pública e (b) investimento público, decaráter urgente e relevante interesse nacional. Hoje em dia nãohá empréstimos compulsórios em vigor no Brasil. Já existiramalguns, como aquele que incidia sobre a compra de veículos ecombustíveis. Prof. Bruno Gomes Obrigaçãotributária Prof. Bruno Gomes É o vínculo jurídico que une duas pessoas, uma sujeito ativo (Fisco), e a outra sujeito passivo(Contribuinte). A obrigação nasce da ocorrência de fato gerador tributário. A obrigação jurídico-tributária surge quando o fato gerador é concretizado. É a obrigação de se pagar o tributo sobre as operações. O sujeito ativo (Estado, Município ou União) irá cobrar o tributo do sujeito passivo. Obrigaçãotributária Prof. Bruno Gomes Fato Gerador Prof. Bruno Gomes É o fato econômico que gera a obrigação tributária. Vale notar que, para fins de definição do fato gerador, é irrelevante se o ato praticado pelo contribuinte é nulo ou mesmo se é ilícito. Assim, a renda auferida por intermédio de furto está sujeita ao imposto de renda, e independe o fato de aquela atividade constituir-se em ilícito penal. Também os atos praticados por pessoas absolutamente incapazes, apesar de nulos, podem configurar fato gerador de tributos. O fato gerador pode ser: 1. Instantâneo – aquele que ocorre em um dado momento de tempo e que, cada vez que surge, dá origem a uma obrigação tributária autônoma. 2. Complexivo – aquele cujo ciclo de formação se completa em um período de tempo determinado e que consiste em um conjunto de fatos considerados globalmente. Fato gerador Prof. Bruno Gomes Conceitos Tributários Prof. Bruno Gomes Base de Calculo: É a expressão monetária, definida por lei, sobre a qual incidirá a alíquota. Alíquota: É uma percentagem que incide sobre a base de cálculo para determinação do montante do tributo. Sujeito ativo da obrigação tributária É a pessoa jurídica de direito público titular da competência para exigir o seu cumprimento(União, Estados, Distrito Federal e Municípios). Tal pessoa jurídica pode delegar algumas atribuições, como a arrecadação, a fiscalização etc., a outras pessoas como autarquias, ou outros órgãos paraestatais ou profissionais. Base de cálculo, alíquota, sujeito ativo e passivo Prof. Bruno Gomes Sujeito passivo da obrigação tributária É a pessoa jurídica obrigada ao pagamento de tributo ou de penalidade pecuniária. Diz-se Contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador. Diz-se Responsável, quando sem revestir a condição de Contribuinte, sua obrigação decorra de disposição de leis. A pessoa apontada como responsável deve estar vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. Entende-se por tal vinculação, a exigência de relação de cunho econômico entre o contribuinte e o responsável No caso, por exemplo, do IRRF sobre salários, o Contribuinte é o empregado, enquanto que o Responsável é a empresa em que trabalha. Contribuinte de fato e contribuinte de direito Do ponto de vista econômico, Contribuinte de Fato é aquele que suporta efetivamente o ônus financeiro do tributo. Contribuinte de Direito é aquele que, juridicamente, deve o tributo, por definição legal. No caso, por exemplo, do ICMS e do IPI (tributos indiretos), o Contribuinte de Fato é o consumidor final, enquanto que o Contribuinte de Direito é o produtor, o comerciante ou o industrial. Base de cálculo, alíquota, sujeito ativo e passivo Prof. Bruno Gomes Categorias especiais da técnica de tributação Prof. Bruno Gomes Os institutos da não-incidência, isenção e imunidade desperta interesse porque, do ponto de vista do efeito financeiro para o contribuinte, todas essas figuras tributárias se equivalem. Ou seja, o contribuinte nada deve pagar a título de tributo. Entretanto, do ponto de vista técnico-jurídico-tributário, as consequências de cada uma delas são diferentes tanto para o contribuinte como para a entidade tributante. Não-incidência Há situações ou hipóteses não previstas pelo legislador como "necessárias e suficientes à ocorrência do fato gerador" estando, desta forma, fora do campo de incidência. Em outras palavras, o legislador não quis que elas fossem objeto de imposição tributária (apesar da CF/88 não proibir). O fato e o sujeito passivo não são alcançados pela regra jurídica. Exemplo: O art. 4º, I do RICMS/AM dispõe que o ICMS não incide sobre operações com livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão, inclusive as publicações em formato eletro informático, exceto o suporte material que as contenha. Categorias especiais da técnica de tributação Prof. Bruno Gomes Isenção É a dispensa do pagamento do tributo devido. Uma vez que ocorre o fato gerador, dá-se a incidência tributária e surge a obrigação tributária, sem, no entanto, ser constituído o crédito tributário, uma vez que o lançamento não se efetiva, por vontade do legislador ordinário. A isenção é uma forma de exclusão do crédito tributário. Exemplo: Isenção subjetiva (caracteriza-se por visar favorecer ou atingir determinada pessoa): O art. 42 do Anexo I (mencionado pelo art. 8º dos RICMS/SP) dispõe que ficam isentas do ICMS as saídas de mercadorias com destino a Itaipu Binacional, desde que haja comprovação da efetiva entrega da mercadoria. Isenção objetiva (visa favorecer ou atingir coisa tributada: O art. 28 do Anexo I (mencionado pelo art. 8º dos RICMS/SP) dispõe que ficam isentas do ICMS as saídas internas e interestaduais de sêmen congelado ou resfriado de bovinos, ovinos, de caprinos ou de suínos Isenção mista (quando visa tanto a pessoa quanto a coisa): O art. 54, inc. X, do RIPI/10 dispõe que ficam isentas do IPI as saídas de chapéus, roupas e proteção de couro, próprios para tropeiros. Categorias especiais da técnica de tributação Prof. Bruno Gomes Imunidade É uma limitação constitucional do poder de tributar, prevista na CF/88. Ou seja, não há incidência tributária sobre situações ou pessoas referidas, pelo que não chega nem a ocorrer o fato gerador e, consequentemente, não se instaura a obrigação tributária. As imunidades dividem-se: Em relação aos impostos: Recíproca - Veda instituir impostos sobre patrimônio, renda e serviços uns dos outros. Alcança a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, as autarquias e fundações, instituídas e mantidas pelo Poder Público, estando vinculadas às suas finalidades essenciais, desde que sem fins lucrativos. Não abrange os impostos sobreo comércio exterior; Religiosa - É a proteção aos locais de culto e suas liturgias, preservando a liberdade de consciência e de crença, garantindo o livre exercício dos cultos religiosos. Atingetão-somente os impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços relacionados comas finalidades essenciais das entidades, desde que sem fins lucrativos. Não abrangeos impostos sobre o comércio exterior; Categorias especiais da técnica de tributação Partidária, sindical, educacional e assistencial - Destaca-se a necessidade de observação às suas finalidades essenciais, desde que sem fins lucrativos, não se estendendo também aos impostos sobre o comércio exterior. O CTN prevê os requisitos para o reconhecimento do benefício constitucional: (1) aplicação da receita no território nacional; (2) não distribuição de lucros ou dividendose (3) manutenção de escrita capaz de assegurar a exatidão de suas contas. Esta imunidade é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao seu patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados às suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes, não se aplicando ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário; Cultural - Visa proteger a liberdade de expressão. Abrange todos os impostos, inclusive os sobre o comércio exterior, sendo que a jurisprudência do STF entende que a imunidade deverá estar vinculada ao meio de produção do veículo de informação ou cultura (o livro, o jornal e os periódicos, assim como o papel destinado à sua impressão). Em relação às taxas: A partir da CF/88, o legislador fixou hipóteses de imunidade para as taxas, vedando sua cobrança para os serviços contidos em seu art. 5, inc. XXXIV. Senão. Categorias especiais da técnica de tributação Prof. Bruno Gomes Em relação às contribuições sociais: A partir da CF/88, o legislador hipóteses de imunidade para as contribuições à seguridade social, às entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei, nos termos do § 7º do art. 195. Senão, vejamos: "Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: § 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.“ Categorias especiais da técnica de tributação Prof. Bruno Gomes Hierarquia da legislação tributária Prof. Bruno Gomes Apenas a lei pode regular a obrigação tributária. A legislação tributária, contudo, é complexa, subdividindo-se em vários níveis (de normatização), que se sobrepõem. É princípio fundamental o preceito segundo o qual a norma de nível inferior não pode extrapolar os limites fixados pela norma superior. Cada um dos níveis hierárquicos tem natureza própria e distinta, de acordo com a fonte de que se origina e com a respectiva competência. O conhecimento dessa hierarquia é necessário para se entender a validade ou invalidade dos atos que compõem a legislação tributária. A seguir, uma rápida explanação a respeito dos diploma legais em tela. Hierarquia da legislação tributária Prof. Bruno Gomes 01 • Constituição Federal e Emenda Constitucional 02 • Lei Complementar 03 • Lei Ordinária, Códigos, Lei Delegada, DL, MP, Acordo ou Tratado Internacional 04 • Decreto Legislativo, Resolução, Decreto 05 • Portaria Ministerial, IN, AD, PN, Decisões Administrativas, Práticas Reiteradas das Autoridades Adm., Convênios Lembramos que há juristas que não seguem criteriosamente a ordem hierárquica por entenderem que alguns destes diplomas, embora com nomenclaturas diferentes, possuiriam a mesma natureza. Hierarquia da legislação tributária Constituição federal de 1988 (CF/88) É a Lei máxima de um país. A Constituição atualmente em vigor, no Brasil, é a quinta desde a época do Império, e foi promulgada em 05/10/88. As principais normas tributárias são estabelecidas na CF/88. Esta fornece todo o arcabouço jurídico sobre o qual se ergue o Direito Tributário.. Emenda constitucional (EC) A Emenda à Constituição, chamada também de emenda constitucional, é um instituto previsto na própria CF/88, mais precisamente em seu art. 60, ficando no mesmo nível uma vez aprovada. Para ser aprovada, a EC necessita de maioria absoluta (3/5 dos votos), em dois turnos em cada uma das casas do Congresso Nacional. Lei complementar (LC) Tem o objetivo de disciplinar os preceitos constitucionais não autoaplicáveis. Observe-se que a CF/88 indica os casos carentes de normatização, ora via LC, ora via LO. A LC é o elemento de integração entre os princípios da CF/88 e a lei infraconstitucional. É como se fosse uma escala de funções entre as normas, com três níveis: (1) a CF/88,criadora das normas permissivas do Direito Tributário; (2) a LC, estabelecendo a uniformidade de tratamento ao contribuinte pelos entes tributantes; e (3) as demais leis, que instituem o tributo (em regra, a lei será ordinária, porém, excepcionalmente, deverá ser LC quando houver menção constitucional expressa). Hierarquia da legislação tributária Prof. Bruno Gomes O Código Tributário Nacional (CTN) nasceu como lei ordinária(Lei 5.172/66), uma vez que naquele momento, não havia qualquer exigência de que as matérias nele contidas fossem tratadas por LC ou com quorum especial. Entretanto, as Constituições posterior e passaram a exigir que tais matérias constassem em diploma legal de maioria absoluta(metade mais um dos membros de cada casa do Congresso), quando então o CTN, recepcionado pelos ordenamentos constitucionais, passou a ter status de LC, apenas podendo ser alterado por nova LC, que precisa de quorum qualificado (maioria absoluta)para ser aprovada. O CTN exerce função tríplice: (a) dispõe sobre conflitos de competência; (b) regula as limitações constitucionais ao poder de tributar; e (3) estabelece normas gerais sobre Direito Tributário. Lei ordinária (LO) As Leis Ordinárias podem ser editadas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, no campo de suas competências, delimitado pela CF/88. Devem ser sempre resultado de trabalho legislativo, ou seja, independentemente do autor da proposta, precisa ser aprovada pelo Poder Legislativo, por maioria simples, e sancionada pelo Poder Executivo. Em matéria tributária, em geral, é a Lo que institui o tributo, define o seu fato gerador, a base de cálculo, as alíquotas, os contribuintes e responsáveis, bem como prescreve as penalidades aplicáveis às infrações previstas. Código É a sistematização de assuntos correlatos, sujeitos ao disciplinamento de Lo e seus equivalentes.. Hierarquia da legislação tributária Prof. Bruno Gomes Lei delegada (LD) As Leis Delegadas estão previstas na CF/88, em seu art. 68, sendo uma delegação extraordinária do exercício de legislar pelo Congresso Nacional ao Chefe do Executivo, por solicitação deste. Esse exercício é expressamente delimitado pelo Congresso, podendo este reservar-se ao direito de apreciação. Tais leis são reservadas aos casos em que a urgência e o sigilo sejam reclamados em função do assunto em questão, e estão no mesmo nível das LO’s. Decreto-lei (DL) Trata-se de espécie inexistente na CF/88, o que não afasta a vigência dos que foram recepcionados pela nova ordem jurídica. É norma geral com a mesma força de LO. Medida provisória (MP) - Após a edição da EC n° 32/01 A MP foi instituída pela CF/88, em seu art. 62. É ato editado pelo Chefe do Executivo, com força de lei, em caso de relevância e urgência. Deve ser submetida ao Congresso Nacional(inicialmente, será remetida a uma comissão mista de deputados e senadores; em seguida, Hierarquia da legislação tributária Prof. Bruno Gomes segue para a Câmara dos Deputados que fará a deliberação principal; depois, segue para o Senado que fará a deliberação revisional). Perde a eficácia desde a edição se não for convertida em lei no prazo de 60 (sessenta) dias da publicação, ou reeditada (o que só pode ocorrer apenas uma única vez) pelo Chefe do Executivo). Se a MP não for convertida em lei no prazo de 45 dias, a contar de sua publicação, entrará em regime de urgência sobrestando todas as demais deliberações da Casa em que esteja tramitando. Passados os 120 (cento e vinte) dias sem deliberação do Congresso ou rejeitada expressamente, a MP sai do ordenamento jurídico como se nunca estivesse existido, não podendo ser reeditada na mesma sessão legislativa. O Congresso Nacional, em caso de rejeição expressa ou tácita, terá o ônus de - viadecreto legislativo - regular as relações jurídicas da MP. O prazo é de 60 (sessenta) dias a contar da rejeição expressa ou da perda da eficácia por decurso de prazo. Assim não procedendo é a MP que regulará as relações jurídicas decorrentes de atos praticados durante a sua vigência. Importante notar que a EC trouxe algumas matérias que não poderão ser objeto de MP. Por outro lado, veio a possibilitar a edição de MP para regulamentar art. da CF/88cuja redação tenha sido modificada por EC. Em matéria de ordem tributária, a EC está prevendo o já pacificado entendimento do STF que permitia a instituição ou majoração de impostos via MP. Por outro lado, também, trouxe uma tranquilidade para os contribuintes, tendo em vista que o imposto só poderá ser cobrado ou majorado se a MP for convertida em lei no exercício financeiro anterior ao da cobrança ou majoração (em respeito aos princípios da legalidade e da anterioridade). Hierarquia da legislação tributária Prof. Bruno Gomes Acordo ou tratado internacional Revoga ou modifica a legislação tributária interna, devendo ser observado pela legislação editada posteriormente a sua vigência. Passa por várias fases: a negociação e a assinatura(Poder Executivo), a aprovação (Congresso Nacional, mediante decreto legislativo), a promulgação e a publicação (Poder Executivo, através de decreto presidencial) e a aplicação. Decreto legislativo Ato do Congresso Nacional editado no uso de sua competência privativa. Não se submete à sanção do Presidente da República. Resolução Diploma normativo do Congresso Nacional (Senado ou Câmara dos Deputados) de terminologia imprecisa, pois compreende não apenas atos timbrados com a feição de legislação ordinária, como designa também atos administrativos. Em matéria tributária, compete ao Senado, por exemplo, fixar as alíquotas do ICMS aplicáveis a operações interestaduais e de exportação. Hierarquia da legislação tributária Prof. Bruno Gomes Decreto Diploma de competência privativa dos Chefes do Executivo Federal, Estadual, Distrital e Municipal, que representa instrumento introdutório secundário de normas jurídicas, de grande utilização na seara tributária, a exemplo dos Decretos que aprovam os Regulamentos do Imposto de Renda, do ICMS, do iss etc. o Decreto está, hierarquicamente, logo abaixo das LO's, tendo por finalidade detalhar regras existentes as leis, de maneira a viabilizar sua aplicação. Portaria ministerial (PM) A Portaria, consoante a doutrina administrativa, é uma produtora de efeitos interna corporis, na medida em que representa a fórmula pela qual as autoridades subordinada são Chefe do Executivo se dirigem aos seus subalternos, transmitindo decisões internas acerca das atividades que lhes são afetas. A PM é um ato de Ministro de Estado que, em matéria tributária, normalmente disciplina a aplicação de lei ou decreto. Instrução normativa (IN) Ato do Secretário da Secretaria da Receita Federal (SRF) que, em matéria tributária, normatiza ou disciplina a aplicação de lei, decreto ou portaria ministerial. Hierarquia da legislação tributária Prof. Bruno Gomes Ato declaratório (AD) Ato do Secretário da SRF ou de coordenadores da SRF que, em matéria tributária, disciplina ou orienta a aplicação da legislação tributária. Parecer normativo (PN) Ato dos coordenadores da SRF que, em matéria tributária, orienta a aplicação da legislação tributária. Decisões administrativas São aquelas tomadas no âmbito do processo administrativo fiscal pelas autoridades fiscais(delegados, inspetores, etc.) e pelos órgãos colegiados (Conselhos de Contribuintes), face aos casos concretos levados para seu conhecimento e apreciação. Não fazem coisa julgada, ou seja, não representam uma sentença definitiva e absoluta, podendo o contribuinte recorrer ao Judiciário. Práticas reiteradas das autoridades administrativas Não pode haver punição ao contribuinte, caso o seu procedimento esteja de acordo com práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas. Hierarquia da legislação tributária Prof. Bruno Gomes Convênios entre a União, Estados e Municípios São atos administrativos predestinados ao intercâmbio de informações entre as pessoas constitucionais, além de prestarem-se a uniformizar a tributação em um dado espaço geo-econômico ou região metropolitana. Por vezes, os Estados celebram Convênios que versam sobre matéria privativa de lei, razão pela qual sua validade estaria condicionada à ratificação pela assembleia Estadual, mercê de sua natureza de ato administrativo. O Convênio é o sistema de integração entre a Secretaria da Receita Federal e as Secretarias Estaduais de Fazenda, de maneira que possam prestar-se mutuamente assistência para fiscalização dos tributos respectivos e trocas de informações. No caso específico do ICMS, temos os Convênios elaborados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária - CONFAZ, com intuito de regular e harmonizar as práticas de tributação por este imposto entre os Estados. Hierarquia da legislação tributária Prof. Bruno Gomes Entendendo a cumulatividade e não cumulatividade Prof. Bruno Gomes Cumulativo: Um imposto ou tributo cumulativo é aquele que incide em todas as etapas intermediárias dos processos produtivo e/ou de comercialização de determinado bem, inclusive sobre o próprio imposto/tributo anteriormente pago, da origem até o consumidor final, influindo na composição de seu custo e, em consequência, na fixação de seu preço de venda. Isso significa que a empresa não terá direito a crédito do tributo pago no momento da aquisição de uma mercadoria. Exemplo: 1. PIS (Programa de Integração Social) – Alíquota 0,65% 2. Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) – Alíquota 3,00% Não Cumulativo: Já o imposto ou tributo não cumulativo é aquele que, na etapa subsequente dos processos produtivos e/ou de comercialização, não incide sobre o mesmo imposto pago ou recolhido na etapa anterior. São eles: 1. ICMS; 2. IPI; 3. PIS para empresas do Lucro Real – Alíquota - 1,65% 4. Cofins para empresas do Lucro Real – Alíquota – 7,60% Entendendo a cumulatividade e não cumulatividade Prof. Bruno Gomes Entendendo o conceito de tributos diretos e indiretos Prof. Bruno Gomes Impostos diretos São os pagos diretamente ao governo pelo contribuinte, não dependem de intermediação de consumidores e incidem sobre um rendimento apurado, lucro ou propriedade. Como por exemplo o IRPF, IRPJ, IPTU etc. Impostos indiretos Incidem sobre as transações de mercadorias e serviços e são repassados ao consumidor inserindo a quantia no valor da mercadoria ou serviço. Pode-se dizer que eles incidem sobre as mercadorias de consumo, como comida, roupas etc. Como por exemplo o PIS/Cofins, ICMS, IPI, ISS etc. Entendendo o conceito de tributos diretos e indiretos
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