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Intoxicação por domissanitários Produto de uso doméstico ou peridomiciliar, aplicado em superfícies para manter condições sanitárias. Intoxicação: · Fácil acesso; · Reaproveitamento de embalagens (comedouros, bebedouros, estoque de alimento); · Mistura de vários compostos – identificar qual o principal agente responsável pelo quadro clínico; · Levar a embalagem do produto contendo (nome comercial, ingredientes da sua formulação); · Quantidade que o animal foi exposto; · Via de exposição; · Progressão dos sinais clínicos; · Eventuais tratamentos; Principais agentes: · Sabões e detergentes; · Desinfetantes e antissépticos; · Etilenoglicol; Sabões e Sabonetes Sal de ácido graxo (alcalino), reduz tensão superficial da água (surfactante, molhar mais); Sabonetes · Substâncias corretoras de pH (neutro); · Fragrância (vontade de comer); · Baixa toxicidade; · Exposição via oral (lamber espuma não prejudica muito); · Sinais clínicos > vômito e diarreia branda; Tratamento sabonetes: · Protetores de mucosa (sucralfato); · Água ou leite (diluir concentração – não corroer mucosa); · Hidratação; Sabões em pedra · Dependente da composição (caseiros e comercias); · Muito alcalino – corrosão tecidual; · Exposição oral; · Sinais clínicos: vômito e diarreia; Caseiros (soda caustica – altamente corrosível) possuem cheiro de comida Tratamento sabões em pedra: · Não impedir a diarreia completamente – eliminação; · Impedir principalmente vômito (acentua a lesão da mucosa); · Administrar água ou leite; · Lavagem gástrica (avaliar); · Não utilizar compostos a base de carbonatos (formação de CO2) – distensão com risco de perfuração; · Hidratação parenteral; · Protetor de mucosa; · Antimicrobianos (perfuração gástrica – bactérias oportunistas); Detergentes Surfactantes obtidos do petróleo ou outros materiais Detergentes aniônicos Carga negativa em meio hidrofílico polar. Ex: alquil sulfato de sódio, alquil sódio sulfonado, etc. Encontrado em máquinas de lavar louças, shampoo · Risco toxicológico leve a moderado; · Via de exposição dérmica (animais resistentes), via oral (bem absorvidos); · Sinais clínicos: vômito e diarreia; · Elevada alcalinidade como sabão para máquina de lavar louças (pH pode chegar a 11,5) – sinais clínicos mais severos; · Tratamento semelhante ao realizado nas intoxicações por sabões em pedra; Detergentes catiônicos · Alta toxicidade; · Via de exposição dérmica (pele lesada), oral, ocular; · Rápida absorção; · Sinais clínicos > sialorreia, êmese evoluindo para hematêmese, fraqueza muscular ou fasciculação, depressão e convulsões (alterações neurológicas); · Diagnóstico diferencial: intoxicação por organofosforados e carbamatos (praguicidas); · Na exposição dérmica: perda de pelo, ulceração, processos inflamatórios locais. Exposição ocular: úlcera de córnea; Tratamento: · Não indicado induzir êmese (ação corrosiva); · Lavagem gástrica – risco de ruptura de órgãos fragilizados pela corrosão (concentração 7,5%); · Clara de ovo (proteção de mucosas), carvão ativado, após 30 min uso de catártico (acelerar eliminação); · Em caso de convulsão administrar benzodiazepínicos; · Banho com água e sabão neutro (toxicose tópica); · Ocular – lavar com solução salina isotônica por 20 a 30 minutos (sentido mediolateral), tratamento de úlcera posteriormente (teste de fluoresceína); Incorporadores Produtos presentes em alguns detergentes para facilitar sua ação em água com elevada concentração de cálcio. · Agentes tripolifosfatos; · Ação irritante para mucosa gástrica, quela cálcio; · Sinais clínicos – distúrbios gastrointestinais, tetania e hipocalcemia; Tratamento: · TGI – demulcentes, antiespasmódicos e corticoides; · Tetania – gluconato de cálcio a 10%; Desinfetantes e antissépticos Fenol e Cresol · Ácido fênico ou carbólico, álcool aromático derivado do carvão, creolina; · Absorção oral, dérmica ou inalatória (volátil); · Biotransformação hepática e excretado como glicuronídeos ou conjugados com sulfato (gatos caso clínico + severo); · Toxicose emergencial; · Exposição dérmica – necrose e dor intensa seguida de insensibilidade (destrói inervação); · Exposição ocular: lesão em córnea · TGI – corrosão; · Sinais clínicos – vômito, ptialismo (secreção de saliva abundante), ataxia, fraqueza, tremores, arritmias cardíacas, metahemoglobina (hipóxia), convulsão e coma; · Estimulante do centro respiratório (hiperventilar) – alcalose metabólica seguido de acidose metabólica; Tratamento fenol e cresol: · Dérmica – lavagem com água e sabão neutro; · Oral – demulcentes (leite, clara de ovo) pode ser feito em casa antes de levar na clínica – animal deve estar alerta; · Contraindicado indução de êmese; · Lavagem gástrica (depende da lesão tecidual); · Uso de carvão ativado e catártico osmótico; Formaldeído · Formol, formalina – solução comercial 40%; · Volatização; · Exposição inalatória, dérmica e oral; Sinais clínicos: · Vapores irritantes para olhos e trato respiratório – edema, espasmo de laringe, bronquite obstrutiva, edema pulmonar; · Pele – dermatite e lesão por hipersensibilidade; · Oral – corrosão de mucosa levando a necrose de coagulação; · Vômitos e diarreia; · Insuficiência respiratória; · Colapso – coma – morte; Tratamento: · Oral – demulcentes, carvão ativado, água de amônia; · Evitar êmese e lavagem gástrica; · Uso de catárticos; · Pele – lavar com água e sabão neutro; · Inalatória – oxigenoterapia; Hipocloritos Produtos de limpeza e antissépticos. · Exposição dérmica, oral; · Corrosão de pele e mucosas – efeito duplo oxidação do cloro e corrosão dos agentes; · Soluções ácidas – liberam clor0o e ácido hipocloroso (ioniza e penetra profundamente na mucosa) · Sinais clínicos – disfagia, sialorreia, êmese, hematoêmese, distúrbios circulatórios, hipotensão e choque; Tratamento: · Oral – administrar água ou leite; · Sucralfato; · Não induzir êmese e avaliar possibilidade de lavagem gástrica; · Tiossulfato de sódio – inativa o cloro; Ácido bórico Antisséptico caseiro (água boricada), inseticida (formiga, barata, fungo). Não é corrosível. · Exposição dérmica (pele lesada), oral; · Distribuição por todos os tecidos, principalmente SN central, fígado e rins; · Excreção renal, sem metabolização; · Efeito citotóxico (capacidade que uma substância possui de inibir a proliferação celular ou causar danos e lesões às células, que as levam a morte celular); Sinais clínicos: · Maior sensibilidade dos animais jovens e idosos; · Exposição única e aguda – ptialismo, êmese, hematêmese, diarreia, letargia. Concentrações elevadas – ataxia, tremores, convulsões, oligúria, anuria. Pode evoluir para convulsões, acidose metabólica, coma e morte; · Exposição crônica – redução do crescimento e degeneração testicular (subfertil, infértil; · Galinhas – teratogênese (má formação de órgãos); Tratamento em caso agudo: · Indução de êmese; · Lavagem gástrica; · Não indicado carvão ativado – baixa absorção do boro; · Controle da êmese (quando excessiva); · Protetor de mucosa; · Fluidoterapia – lesão renal; · Bicarbonato de sódio (base) – quadro acidose; · Exposição dérmica – lavagem abundante; Iodo Existem 3 tipos de soluções de iodo · Tintura de iodo 1 – solução de álcool a 50%, 2%iodo e 2%iodeto de sódio; · Tintura de iodo 2 - solução aquosa, 5% iodo e 10% iodeto de potássio; · Iodóforos (iodopovidona): iodo + detergente + umectantes + solubilizantes; · Ação – precipitação de proteínas; · Exposição oral ou dérmica; · Sinais clínicos oral – ação corrosiva, vômitos, pneumonia aspirativa, diarreia, sede e anuria; Graves – SNC (delírio e torpor), morte por anuria; · Sinais clínicos pele – vesículas e crostas em elevada concentração; Tratamento: · Oral – solução de amido (15g de amido de milho ou farinha de trigo + ½ litro de água) torna o iodo indisponível para absorção; · Catárticos (30g sulfato de sódio + 15g amido de milho + 250mL de água); · Demulcentes (sucralfato); · Corrigir desequilíbrio eletrolítico; Etilenoglicol Líquido sem cor ou odor, de sabor adocicado. Seu uso é comum como anticongelante(carro), também encontrado em shampoo, cosméticos, tintas e soluções de criopreservação de embriões. · Dose letal mínima, cães 6,6 ml/kg, gatos – 1,5 ml/kg; · Exposição oral; · Rápida absorção, biotransformação hepática (2 a 4 horas – totalmente metabolizado entre 24 e 48 horas); Metabolização maior perigo Gatos possuem menos néfrons, portanto filtram menos Sinais clínicos: · Irritação de mucosa gástrica – êmese, hematêmese, dor abdominal; · Estágio I: 1 a 3 horas após ingestão – depressão, poliúria, polidipsia, ataxia, andar cambaleante (aparência de embriagues), comportamento agressivo em cães; · Estágio II: 12 a 24 horas após ingestão – taquipneia, hipotermia, miose e depressão profunda, pode apresentar êmese; · Estágio III: falência renal, uremia (letargia, vômitos, ulcerações orais, convulsões, coma e morte). Normalmente 3 dias após ingestão; Tratamento: Objetivo é diminuir absorção, evitar biotransformação e aumentar excreção. · Indução de êmese; · Carvão ativado (pouco eficiente); · Lavagem gástrica (ingestão recente); · Etanol (álcool etílico) compete pela enzima álcool desidrogenase (maior afinidade) – até 12 horas da ingestão. “Embebedar” o animal (contraindicado em hipotermia, desidratação e anuria); · Cães e gatos – 5,5 ml/kg etanol a 20% IV, a cada 4 horas (5 repetições), depois a cada 6 horas (4 repetições); · Diuréticos – manitol (restabelecer taxa de filtração glomerular); · Correção da acidose metabólica – bicarbonato de sódio; · Corticosteroides – edema pulmonar; · Borogluconato de cálcio – hipocalcemia; · Convulsões – benzodiazepínicos ou barbitúricos; · Vitaminas do complexo B; · Antitóxico (mix de vitaminas e aminoácidos, “fortalece” o fígado); Destilados de petróleo Misturas químicas como gasolina, solventes e tintas. · Voláteis – maior toxicidade · Exposição oral e dérmica; · Pneumonia por aspiração – maior problema; · Sinais clínicos – tosse, dispneia, cianose, febre, vômito, diarreia, ataxia, sonolência, edema pulmonar, coma e morte por falência respiratória; Tratamento: · Dérmica – lavar local com água e detergente neutro; · Sistêmica – não usar carvão ativado (aumenta êmese e aspiração); · Corticoides; · Benzodiazepínicos;
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