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Vias Aéreas Superiores

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MORFOFISIOLOGIA DOS SISTEMAS ORGÂNICOS
Apostila 4 – Vias Aéreas Superiores
Enf. Msc. Filipe Gabriel Reis Monteiro
Enfermeiro (UNIGRANRIO)
Mestre e Doutorando em Biologia Humana Experimental (UERJ)
filipe.monteiro@unigranrio.edu.br
INTRODUÇÃO
O sistema respiratório é assim denominado porque sua principal função é a respiração 
(processo de troca gasosa); apesar disso, as estruturas que o compõe este sistema são muito 
mais versáteis do que parecem.
Também são funções do sistema 
respiratório participar:
Equilíbrio térmico
Manutenção do pH plasmático
Defesa contra agentes agressores
Fonação
Metabolismo de vasoativos
Perda de H2OVentilação
Eliminação de Ácido Carbônico
Endotélio Vascular + Enzimas
ATENÇÃO!
Respiração interna:
Também chamada de respiração celular. Se
refere ao uso de oxigênio no interior das
mitocôndrias para gerar ATP por fosforilação
oxidativa e a eliminação de dióxido de
carbono pelo metabolismo celular.
Respiração externa:
Se refere a troca de oxigênio e dióxido de
carbono entre atmosfera e os tecidos do
corpo através do processo de difusão, o que
envolve os sistemas respiratório e
circulatório.
Ventilação Pulmonar:
Se refere ao fluxo de ar para dentro e para
fora dos pulmões.
Respiração e Ventilação 
são processos distintos
Uma vez que respiração é um fenômeno
muito mais fisiológico do que anatômico
alguns revisionistas acreditam que o sistema
respiratório anatomicamente deveria receber
o nome de sistema ventilatório
REVISÃO DO TERMO
DIVISÃO ANATÔMICA, HISTOLÓGICA E FUNCIONAL
C
o
n
d
u
to
ra
R
e
sp
ir
at
ó
ri
a
Vias Aéreas Inferiores
DIVISÃO ANATÔMICA
Vias Aéreas Superiores
Nariz
Cavidade Nasal
Faringe
Laringe
Bronquíolos Respiratório
Ductos Alveolares
Sacos Alveolares
Alvéolos
Traquéia
Brônquios
Bronquíolos
Bronquíolos Terminais
Pulmões
D
IV
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Epitélio Pseudoestratificado Colunar
Epitélio Simples Pavimentoso
EPITÉLIO PREVALENTE
Zona responsável pela respiração 
externa – troca gasosa entre zona 
respiratória e sangue.
Zona responsável pela ventilação -
condução do ar inspirado e expirado 
ao longo das vias aéreas superiores e 
inferiores.
possuem cílios moveis que permitem o
deslocamento de muco e partículas.
produzem gotículas de muco rico em
glicoproteínas.
Apresentam microvilos que aumentam a
superfície de contato e receptores
sensitivos em sua base.
responsáveis pela renovação do epitélio
respiratório.
!
EPITÉLIO CARACTERÍSTICO DA ZONA CONDUTORA
A maior parte da zona condutora é revestida por um epitélio pseudoestratificado com 
células colunares ciliadas e caliciformes que recebe o nome de epitélio respiratório.
Atenção: Apesar de sua denominação, este epitélio não 
participa de trocas gasosas.
CÉLULAS MAIS COMUNS NO EPITÉLIO RESPIRATÓRIO:
.Cc
.Cm
.Cb
Nos tabagistas ocorre aumento no número das células caliciformes e
redução da quantidade de células ciliadas. O aumento da produção
de muco nos fumantes facilita a retenção mais eficiente de poluentes;
porém, a redução das células ciliadas devido ao excesso de CO2
produzido pelos cigarros resulta na diminuição do movimento da
camada de muco, o que frequentemente leva à obstrução parcial dos
ramos mais finos da porção condutora do sistema respiratório.
TABAGISMO
Células ciliadas (Cc)
Células caliciformes (Cm)
Células em escova
Células basais (Cb)
Em locais da zona condutora que sofrem estresse mecânico o epitélio respiratório é 
substituído por epitélio estratificado pavimentoso.
PREGAS VOCAIS EPIGLOTE LINGUAL
ZONA DE CONDUÇÃO SOBRE ESTRESSE“ANALYSIS PARALYSIS”
EEPEEP
Atenção: fumantes crônicos, ao qual já tiveram modificação epitelial na tentativa de impedir a agressão do CO2, podem 
apresentar uma nova modificação chamada de metaplasia do epitélio respiratório; neste caso o epitélio cúbico é substituído 
por um epitélio estratificado pavimentoso (epitélio escamoso). 
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).
A maior parte da zona respiratória é revestida por um alternância de epitélio simples 
cúbico e simples pavimentoso repouso sobre uma camada muscular bem desenvolvida.
Atenção: A zona respiratória vai apresentar células que melhoram a difusão de gases, e produzem uma substância 
tensoativa que mantém a integridade dos alvéolos.
EPITÉLIO CARACTERÍSTICO DA ZONA RESPIRATÓRIA
FENÔMENO DE CONDICIONAMENTO DO AR
DESACELERAÇÃO
As vias aéreas superiores e os brônquios desempenham importante papel no 
condicionamento do ar inspirado; desacelerando-o, aquecendo-o, umidificando-o e 
filtrando-o.
Processo de perda de velocidade por parte do ar. Esse processo irá
acontecer que o ar inspirado seja obrigado a mudar de direção ou
se dividir ao longo das vias aéreas.
AQUECIMENTO E UMIDIFICAÇÃO
O contato prolongado com a mucosa respiratória fará com que o ar
troque temperatura e umidade se aproximando do que é ideal para
o organismo; isso impede por exemplo que os alvéolos sofram lesão
pelo frio.
FILTRAÇÃO
É um fato que o ar que inspiramos está contaminado por partículas
de tamanhos e toxicidade variadas, por isso as vias aéreas
apresentam um intenso mecanismo de defesa para a captação e
expulsão destes agentes.
EVENTOS QUE LEVAM AO CONDICIONAMENTO DO AR
Importante: O ar que entra pela mucosa até uma temperatura de ±
37°C, de modo que a temperatura central do corpo não mude.
O nariz e a cavidade nasal exemplificam os eventos que irão 
ocorrer ao longo das vias aéreas quando se fala de 
condicionamento do ar.
AQUECIMENTO, UMIDIFICAÇÃO E FILTRAÇÃO DO AR
CIRCULAÇÃO DO AR PELAS CONCHAS NASAIS 
DESACELERAÇÃO DO AR PELO NARIZ EXTERNO
CARACTERÍSTIAS 
MORFOLÓGICAS
(NARIZ)
Raiz
Dorso
Ápice .Asa
Septo
ANATOMIA SUPERFICIAL REVESTIMENTO MUSCULAR OSSOS E CARTILAGENS
A pele espessa do nariz contém muitas glândulas sebáceas
As vibrissas (pelos no vestíbulo nasal) geralmente se encontram úmidos; essa característica ajuda na
filtração do ar, uma vez que as partículas de poeira ficam fixadas neste local.
Lesões e alterações na cor da pele do nariz possuem importância
clínica, e podem indicar: hanseníase, lesões tumorais fixação
prolongada de sondas e cateteres.
INTEGRIDADE DO NARIZ
PALPAÇÃO DO NARIZ 
Hipersensibilidade na ponta do nariz ou nas asas nasais são
sugestivos de inflamação nos seios paranasais.
Tec. Conjuntivo Denso e 
Adiposo
Parede Óssea:
Ossos Nasais, Maxilares e 
Frontal
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DO NARIZ
Músculos
M. nasal, M. levantador da 
asa do nariz e do lábio 
superior e M. prócero
Parede Cartilaginosa:
Cartilagem Hialina:
Cartilagem do septo
Cartilagem Elástica:
Cartilagem alar maior e 
cartilagem alar menor
A parte interna do nariz, chamada
de cavidade nasal, se abre
anteriormente nos vestíbulos
nasais direito e esquerdo,
separados pelo septo nasal; e
termina posteriormente no
coano, uma região que receberá
a convergência do ar, ao qual liga
a cavidade nasal à faringe.
ABERTURAS DA CAVIDADE
CARACTERÍSTICAS 
MORFOLÍGICAS
(CAVIDADE NASAL)
CARACTERÍSTICAS 
MORFOLÍGICAS
(SEPTO NASAL)
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DA CAVIDADE NASAL
Túnica Mucosa
Área olfatória e área 
respiratória
Parede Óssea
Ossos etmóide, esfenóide, 
vômer, maxilares, palatinos, 
nasais, conchas nasais e 
lacrimais
Parede Cartilaginosa
Cartilagem Hialina
Cartilagem do Septo
Parede Óssea
Lâmina perpendicular do 
osso etmóide e vômer
FIGURA 1 FIGURA 2
1.
2.
*
Atenção! A túnica mucosa está firmemente unida ao periósteo e pericôndrio dos ossos e 
cartilagens que sustentam o nariz. 
A túnica mucosa respiratória é contínua com o revestimento de todas as câmaras 
com as quais as cavidades nasais se comunicam. São elas:
Nasofaringe
Seios paranasais Mucosa ocular
PalatoTuba auditiva
Essa íntima comunicação permite a disseminação de afecções.
Cavidade nasal
DIVISÃO FUNCIONAL DA 
TÚNICA MUCOSA NASAL
1/3 Superior
2/3 Inferior
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DA CAVIDADENASAL
Área Olfatória
Corresponde ao 1/3 
superior da cavidade nasal. 
É o órgão periférico do 
olfato, sensível aos 
odorantes. Apresentará o 
bulbo olfatório e seus 
nervos.
Área Respiratória
Corresponde aos 2/3 
inferiores da cavidade nasal. 
Auxilia no condicionamento 
do ar. Não é sensível à 
odores.
Principais Tipos Celulares da Mucosa Olfatória:
Principais Tipos Celulares da Mucosa Respiratória:
Células em escova Células de sustentação
Células basais Neurônios Olfatórios Sensitivos
Células em escova Células caliciformes
Células basais Células ciliadas
Glândulas olfatórias
NOS = Neurônios Sensoriais Olfatórios OBP = Proteína de Ligação a Odorante
A herpes simples é um vírus responsável por diversas afecções
em seres humanos. Talvez a mais curiosa delas surge quando o
microorganismo se aloja nos NOS’s, e de tempos em tempos
subitamente desperta causando odores fantasmas através da
estimulação destes gânglios. É comum a queixa de odores
onipresentes adocicados “como vinho” ou até mesmo de odores
nauseantes como o de “papelão molhado”. Esses sintomas
desaparecem conforme o tempo, acredita-se que uma das razões
para o seu desaparecimento está na sobrevida desses NSO’s.
HERPES SIMPLES X NOS’S
!
OSSO ETMÓIDE E INERVAÇÃO NASAL“ANALYSIS PARALYSIS”
O osso etmóide, formador de parte do teto da cavidade nasal, apresenta uma
região cribiforme por onde nós vemos a passagem de filamentos olfatório,
esses filamentos estabelecerão contato com os neurônios olfatório.
A cavidade nasal e o septo nasal recebem
ramos do nervo maxilar surgido do nervo
trigêmeo.
Lesões etmoidais podem levar a
perda do sentido do olfato condição
denominada anosmia.
Fraturas em osso etmóide, além de terem grande probabilidade de lesionar o bulbo olfatório, podem lacerar parte da meninge e levar ao
extravasamento de líquido encéfalo raquidiano pelo vestíbulo nasal. Esse achado, apesar de extremamente importante, muitas das vezes
é subestimado e confundido com coriza de resfriado.
Fantosmia é o termo técnico
para se referir a alucinações
olfatórias.
FANTOSMIA
“ANALYSIS PARALYSIS” Os ductos das glândulas olfatórias levam a secreção para a superfície epitelial, criando uma corrente líquida 
contínua que limpa os cílios das células olfatórias, 
facilitando o acesso de novas substâncias odoríferas.
Os cílios das NSOs possuem receptores 
de odorantes em sua superfície apical.
Um NOS é um neurônio bipolar, possuidor de duas
partes: um dendrito apical em forma de botão e um
axônio basal formado por feixes que passam pela placa
cribiforme do osso etmoide.
Os NOS se originam do bulbo olfatório; sua sobrevida
média é de 30 a 60 dias. São auxiliados pela glândula
olfatória de Bowman ao qual secretam OBP.
VASCULARIZAÇÃO DA CAVIDADE NASAL“ANALYSIS PARALYSIS”
ARTÉRIAS DA CAVIDADE 
NASAL E SEPTO, E SUAS 
ORIGENS
CARÓTIDA INTERNA
CARÓTIDA EXTERNA
ARTÉRIA OFTÁLMICA
ARTÉRIA ETMOIDAL 
POSTERIOR
ARTÉRIA ETMOIDAL 
ANTERIOR
ARTÉRIA MAXILAR
ARTÉRIA 
ESFENOPALATINA
ARTÉRIA FACIAL
ARTÉRIA PALATINA 
MAIOR
RAMO SEPTAL DA 
ARTÉRIA LABIAL 
SUPERIOR
As artérias citadas aqui formam uma intensa anastomose na parte anterior do septo
nasal, essa área hipervascularizada ganha o nome de área de Kiesselbach.
Habitualmente, devido a sua intensa vascularização, a área de Kiesselbach é o local de origem das
crises de epistaxes. Dependendo da regularidade pode ser preciso fazer a ligadura de artérias
como a esfenopalatina ou etmoidais.
!
DRENAGEM VENOSA DA CAVIDADE NASAL“ANALYSIS PARALYSIS”
DRENAGEM VENOSA DA 
CAVIDADE NASAL E SEPTO
VEIA FACIAL
PLEXO PTERIGÓIDEO
SEIO CAVERNOSO
DRENAGEM 
MAJORITARIAMENTE 
ANTEROSUPERIOR
DRENAGEM 
MAJORITARIAMENTE 
POSTERIOR
DRENAGEM 
MAJORITARIAMENTE 
ANTEROINFERIORMENTE
Alguns plexos venosos da cavidade nasal são drenados 
pelo seio cavernoso na cavidade craniana, essa intima 
conexão torna cirurgias nasais e epistaxes mais perigosas 
do que parecem ser.
!TRÍGONO PERIGOSO DA FACE
Se estendendo da raiz do nariz até o lábio
superior, o trígono perigoso da face é uma
região que irá apresentar veias que
possuem uma estreita comunicação com a
drenagem encefálica. Coagulos nessa
região podem levar a obstrução da
drenagem encefálica levando ao aumento
da pressão intracraniana e a morte.
CONCHAS NASAIS“ANALYSIS PARALYSIS”
FLUXO DE AR 
INTEGRAL
LESÃO EPITELIAL
INFLAMAÇÃO
FLUXO DE AR 
REDUZIDO
REGENEÇÃO DO 
EPITÉLIO
INFLAMAÇÃO
AUMENTO DO FLUXO 
SANGUÍNEO
FLUXO DE AR 
REDUZIDO
REGENEÇÃO DO 
EPITÉLIO
INFLAMAÇÃO
AUMENTO DO FLUXO 
SANGUÍNEO
O fluxo de ar constante leva a lesão da mucosa nasal que resulta em turgidez da região devido ao aumento da chegada de sangue no local. Essa
turgidez é responsável pela diminuição de fluxo de ar na região o que faz com que a cavidade lesionada tenha tempo para se regenerar.
Enquanto uma cavidade está turgida o maior fluxo de ar é captado pela narina pérvia, ao qual vai se lesionando aos poucos. O resultado é que
constantemente essas cavidades trocam seu tipo de exposição (alto fluxo ou baixo fluxo) ao ar inspirado.
O fluxo de ar que entra em cada uma das narinas é diferente em diferentes partes do dia, isso porque a mucosa das conchas
nasais, presente nessas cavidades, estão constantemente sendo lesionadas pelo ar.
!
Seio Esfenoidal
Células Etmoidais
Seios Frontais
A pneumatização dos seios maxilar e frontal vai 
ocorrer com o crescimento do crânio. Antes do 
nascimento, apenas as células etmoidais já se 
apresentam pneumatizadas.
Seios Maxilares
SEIOS PARANASAIS:
SEIOS PARANASAIS
Os seios paranasais são cavidades preenchidas com ar, para redução de peso do crânio, que 
se comunicam com as cavidades nasais. São revestidos por epitélio respiratório.
Alguns ossos do viscerocrânio são pneumáticos, isto é, apresentam
cavidades preenchidas com ar, o que reduz seu peso. Essas
cavidades são chamadas seios paranasais. Elas possuem vias de
comunicação com a cavidade nasal e, da mesma maneira, são
revestidas do epitélio respiratório.
OSSOS PNEUMÁTICOS
PNEUMATIZAÇÃO DOS SEIOS MAXILAR E FRONTAL
SEIOS PARANASAIS
Seio Esfenoidal
Suas secreções fluem para o 
meato nasal superior
Células Etmoidais
Suas secreções fluem para o 
meato nasal superior e 
médio
Seios Frontais
Suas secreções fluem para o 
meato nasal médio
Seios Maxilares
Suas secreções fluem para o 
meato nasal médio e inferior
FLUXO NORMAL DAS SECREÇÕES
O batimento ciliar direciona o fluxo do fluido sobre os cílios para fora dos seios paranasais 
em direção a cavidade nasal e futuramente em direção a faringe. 
*
*
RINITE, SINUSITE E EXAME FÍSICO
As doenças inflamatórias, conhecidas como resfriados, são, entre as desordens que 
acometem o nariz, as mais prevalentes. 
A rinite, mais conhecida como “resfriado comum”, é a
inflamação da mucosa nasal, na maior parte das vezes é
causada por vírus. Os agentes mais comuns são os
adenovírus, os ecovírus e os rinovírus. Eles provocam
descarga catarral e os 4 sinais típicos da inflamação por
toda mucosa nasal. Se tratada, a rinite dura pouco
menos de 1 semana.
RINITE
A rinossinusite, ou sinusite, é a inflamação primária ou
secundária dos seios paranasais. O edema da mucosa
nasal causada pela rinite, por muitas vezes, pode causar
a obstrução completa do óstio de comunicação com os
seios paranasais. Essa condição leva ao aprisionamento
de microorganismos que causarão a inflamação e
infecção deste ambiente; por isso, apesar de muito se
ouvir o nome “sinusite”, diversos patologistas acreditam
que o termo “rinossinusite” é mais preciso para
descrever a doença.
RINOSSINUSITE
Caso o paciente venha a se queixar
de hipersensibilidade durante a
palpação dos seios paranasais, e
esse sinal estiver acompanhado de
febre e secreção nasal, o
profissional pode empregar a
técnica de transiluminação para
verificar se eles estão cheios de
secreções.
PALPAÇÃO
Para realizar o exame de
transiluminação dos seios
paranasais, o paciente deverá estar
em um ambiente escuro. O
profissional deve utilizar uma
lanterna e projetá-la em superfíciesespecíficas observando se surgirá
um círculo de luz na superfície
oposta.
TRANSILUMINAÇÃO
“ANALYSIS PARALYSIS” COMPLICAÇÕES DA RINOSSINUSITE
A inflamação dos seios paranasais em crianças vai acontecer
predominantemente nas células etmoidais com perigo de
infiltração nas órbitas podendo levar à cegueira.
PERFURAÇÃO DAS ÓRBITAS EM CRIANÇAS
hiperemia e edema 
periorbital.
Infiltração de muco nas 
órbitas com deslocamento 
do globo ocular
!
!
Devido a aproximação do seio frontal com o cérebro, também pode
haver disseminação da infecção para os espaços intracranianos.
Abscesso peridural
COMPLICAÇÕES ENCEFÁLICAS
Meningite bacteriana
O empiema em seio frontal pode invadir a dura-máter 
causando meningite bacteriana.
O abscesso peridural pode ser 
causado pela rinossinusite não 
tratada e também pode levar a 
meningite bacteriana.
A invasão de conteúdo contaminada no seio sagital pode levar a 
trombose venosa sinusal. Quadro extremamente debilitante.
MORFO DAILY
“O SHOW DE HOJE VAI PEGAR FOGO!”
NEW YORK ♦ 28 DE DEZEMBRO 1870
Declarou Philip Carlyle, sócio de P.T. Barnum, na
manhã do incidente. Se foi uma premonição ou apenas
uma figura de linguagem nunca saberemos. Testemunhas
do incidente disseram que o teatro, onde acontecia o
maior show da terra ,foi incendiado por um grupo de
militantes políticos que são contra a decisão de
Barnum de contratar cada vez mais imigrantes para
seu show.
Philip Carlyle se encontra internado após entrar no
teatro em chamas para salvar sua noiva. Os médicos
afirmam ter havido intoxicação por fumaça e não dão
certeza da melhora do rapaz.
“A CULPA FORA TODA MINHA! FAREI DE TUDO PARA QUE 
CARLYLE SE RECUPERE E O SHOW TAMBÉM”
Declarou P.T. Barnum, que voltou de uma turnê pelos Estados Unidos com a cantora Lírica
Jenny Lind após saber do ocorrido.
“A SITUAÇÃO DE CARLYLE É 
DELICADA”
Afirma um dos médicos que cuidam do seu caso. Além
da afirmação que inicia a reportagem, quais outras o
médico faria? Risque as menos prováveis e deixe as
corretas:
“A exposição prolongada a fumaça por Carlyle pode
ter causado adaptações histológicas ao epitélio
respiratório.”
“A intoxicação por fumaça é um problema
ventilatório.”
“Philip Carlyle tem risco de pneumonia associado a
broncoaspiração.’
“O constante fenômeno de tosse em Carlyle é causado
pelo contato do muco com a carina.”
“FAREMOS DE TUDO PARA QUE CARLYLE SE RECUPERE, AFINAL O 
SHOW NÃO PODE PARAR!”
pg.1
FARINGE
A faringe liga a cavidade nasal e oral a laringe. É uma estrutura compartilhada entre o 
sistema respiratório e o sistema digestório ao qual é segmentada em 3 regiões.
1. Nasofaringe (Parte Nasal)
2. Orofaringe (Parte Oral)
3. Laringofaringe (Parte Laringea)
3 REGIÕES DA FARINGECARACTERÍSTICAS DA FARINGE
Tubo de passagem comum entre ar e alimento
Funciona como câmara para ressonância dos 
sons produzidos durante a fala
Aloja as tonsilas 1, 2 (tecido linfóide)
PAREDE MUSCULAR DA FARINGE
Os músculos da faringe estão organizados em dois
grupos, com base na orientação das fibras
musculares, sendo eles: os músculos constritores
(orientação circular) e longitudinais (orientação
transversal).
Constritor Superior
Constritor Médio
Constritor Inferior
Músculos
Constritores da 
Faringe
Estilofaríngeo
Salpingofaríngeo
Palatofaríngeo
Músculos
Levantadores da 
Faringe
A FARINGE É COMUM?
Diferente dos humanos adultos,
outros mamíferos não apresentam
um tubo de comunicação entre
sistemas digestório e respiratório.
Nesses outros animais, podemos
ver que a epiglote e a úvula estão
muito próximas, impedindo por
exemplo fenômenos como o
engasgamento com alimentos.
“ANALYSIS PARALYSIS”
Em humanos adultos a parte inferior da faringe é formada por dois tubos parcialmente separados:
um anterior para passagem de ar (laringe), e um posterior para passagem de alimento (entrada do
esôfago).
Diferente dos seres humanos, ar e alimento tomam caminhos diferentes já na garganta,
o que impede por exemplo que alimentos por muitas vezes fiquem preso em um
ambiente compartilhado pelos sistemas respiratório e digestória.
Note que a epiglote e a úvula palatina estão
muito próximas nesses animais.
FARINGE DE OUTROS MAMÍFEROS
LARINGE ESÔFAGO
ANTERIOR POSTERIOR
OROFARINGE
NASOFARINGE
Essa organização facilita a distribuição de
conteúdo respiratório e digestório.
“ANALYSIS PARALYSIS”
Recém nascidos apresentam uma
organização muito similar aos outros
mamíferos não humanos, com a
epiglote e úvula muito próximas.
Isso diminui quase que totalmente a
probabilidade de crianças engasgarem
durante a amamentação.
A laringe do humano vai descendo acompanhando o crescimento do pescoço e coluna cervical.
FARINGE EM RECÉM NASCIDO
A descida da língua obriga a
epiglote a deitar sobre a entrada da
laringe durante a deglutição.
Note que cada mamada é seguida de uma parada para ventilação, isso porque durante a deglutição o recém nascido experimenta um período
de apneia que é sustentado o máximo possível. Enquanto houver alimento entrando a laringe é obrigatoriamente fechada para não haver
aspiração de conteúdo. Esse sistema é muito útil para preservar a saúde da criança. Neste período de vida é praticamente impossível haver
sufocamento por conteúdo vindo da cavidade oral.
!
LARINGE
A laringe une as vias aéreas superiores às vias aéreas inferiores e disponibiliza uma região 
para fixação e movimentação das pregas vocais auxiliando na mecânica da fala e proteção 
do sistema respiratório.
É formada por cartilagens irregulares (9 no total – sendo 
3 ímpares [tireóidea, cricóidea e epiglótica] e 3 pares 
[aritenóidea, corniculada e cuneiforme]) unidas por 
tecido conjuntivo fibroelástico.
As cartilagens mantém a laringe aberta, garantindo a 
passagem livre do ar.
FUNÇÕES DA LARINGE
Esfincteriana: protege a via respiratória inferior principalmente no
momento da deglutição.
Regulação do ar: além de ter seu papel bem estabelecido na condução
do ar, também regula o fluxo inspiratório e expiratório.
Fonatória: produção de som glótico pela vibração das pregas vocais,
seguida pela ressonância e articulação deste som.
DIVISÃO CLÍNICA
Espaço Supraglótico
Espaço Transglótico
Espaço Subglótico
Atenção: A proeminência laríngea em homens é mais acentuada devido ao 
ângulo de envergadura das lâminas direita e esquerda (cerca de 120°). Nas 
mulheres o ângulo é cerca de 90°.
Proeminência laríngea vista sobre a 
superfície do pescoço.
“ANALYSIS PARALYSIS” CARTILAGEM TIREÓIDE E EXAME FÍSICO
O termo “tireoide” faz referência aos escudos de guerreiros medievais. Cartilagem tireóidea e
Glândula tireoide ganham esse nome por serem estruturas formadas por duas lâminas que se ligam
anteriormente mas não se fecham posteriormente como um escudo.
A cartilagem tireóidea é a maior das cartilagens da
laringe. Ela interagem superiormente com o osso hioide
e inferiormente com a cartilagem cricóidea.
Cart. Tireóidea
A lâminas laterais, que formam essa cartilagem, se unem
anteriormente formando uma projeção que pode ser vista
na superfície do pescoço e palpada ao exame físico. Essa
projeção é denominada proeminência laríngea.
“ANALYSIS PARALYSIS”
A membrana tireo-hióidea é um ligamento
resistente, fibroelástico, que liga a
cartilagem tireóidea ao osso hióide.
A membrana tireo-hiódea se espessa nas laterais e medialmente
formando os ligamentos laterais1 e o ligamento tireohióideo
mediano2.
Uma abertura na parte lateral da membrana tireo-hióidea
de cada lado serve de passagem para artérias laríngeas
superiores, nervos e vasos linfáticos laríngeos superiores.
1
2
O ligamento cricotraqueal se estende da borda
inferior da cartilagem cricóidea à borda superior
adjacente da primeira cartilagem traqueal.
Os tubérculos da cartilagem são
utilizados para fixação dos músculos
extrínsecos da laringe.
CARTILAGEM TIREÓIDE
!
O ligamento cricotireóideo mediano, que liga as cartilagens tireóidea
e cricóidea, será importante na abertura de via aérea alternativa em
situações pré hospitalares.
“ANALYSISPARALYSIS” CARTILAGEM CRICÓIDEA E CLÍNICA
Localizada inferiormente a cartilagem tireóidea; a cartilagem cricóidea é a única cartilagem hialina das
vias aéreas que possui um anel completo, ou seja, se fecha tanto anteriormente como posteriormente.
A cartilagem cricóidea se liga superiormente a
cartilagem tireóidea, e inferiormente a primeira
cartilagem traqueal.
Cart. Tireóidea
Uma característica interessante desta cartilagem é o
fato de seu corpo anterior ter uma altura menor
que seu corpo posterior, o que se assemelha muito
com um anel com pedra.
!
A cricotireoidostomia também pode ser
feita com técnica percutânea, diminuindo
ainda mais os riscos pro paciente. Neste
caso é utilizado uma agulha de grande
calibre em ângulo de 45°.
Em situações de emergência hospitalar e pré hospitalar, quando a via aérea é bloqueada
acima do nível das pregas vocais, a maneira mais rápida e segura de se estabelecer uma via
alternativa é perfurando o ligamento cricotireóideo mediano.
Apesar de ser um procedimento mais seguro, quando comparado com a
traqueostomia, a cricotireoidostomia deve ser feita por pessoas capacitadas.
“ANALYSIS PARALYSIS” CRICOTIREOIDOSTOMIA
45°
A há poucas estruturas próximas ao ligamento cricotireóideo que possa levar o paciente a
riscos, como a presença ocasional de um lobo piramidal da glândula tireoide.
Pode se optar pela utilização de lidocaína local para aliviar o
desconforto e impedir possível expectoração de aerossóis na ferida.
“ANALYSIS PARALYSIS” CRICOTIREOIDOSTOMIA
“ANALYSIS PARALYSIS” EPIGLOTE DURANTE A DEGLUTIÇÃO
Perceba que inicialmente conseguimos ver com
clareza a epiglote, que se encontra superior
quando em comparação ao osso hióideo.
Durante a deglutição a epiglote deixa
de ser nítida ao mesmo tempo que a
laringe se torna mais densa.
A cartilagem epiglótica é uma cartilagem em formato de folha que se projeta posterosuperiormente
funcionando como uma válvula. Ela é estabilizada pelo ligamento tireoepiglótico e o ligamento
hioepiglótico.
Como parte de um exercício de fixação,
tente encontrar essas duas fases no
vídeo apresentado aqui.
Cartilagem Epiglótica
“ANALYSIS PARALYSIS” HISTOLOGIA DA CARTILAGEM EPIGLÓTICA
Lí
n
gu
a
La
ri
n
ge
Corpo Cartilaginoso
Superfície LaringeaSuperfície Lingual
Superfície Epitelial
ESQUEMATIZAÇÃO
Cartilagem Elástica
Epitélio estratificado pavimentoso (ou 
apenas epitélio escamoso)
Epitélio pseudoestraficado colunar (ou 
apenas epitélio respiratório)
Cartilagem Epiglótica
Quero que notem que a superfície aqui precisa ter
um epitélio que suporte a tensão mecânica
constante da língua em descida principalmente
durante a deglutição; esse epitélio é o epitélio
estratificado pavimentoso.
Na superfície voltada para a laringe, onde a tensão
mecânica não é uma constante, o epitélio epiglótico
é livre para apresentar uma característica comum ao
da maior parte das estruturas das vias aéreas; esse
epitélio vai ser o pseudoestratificado colunar.
“ANALYSIS PARALYSIS” HISTOLOGIA DA CARTILAGEM EPIGLÓTICA
A cartilagem epiglótica é uma cartilagem elástica que apresenta boa flexibilidade dando a
estrutura uma característica valvular. Na imagem aumentada conseguimos ver que
grandes quantidades de fibras elásticas* (marcadas com uma cor escura e evidenciadas
pela seta amarela) em meio a matriz cartilaginosa.
Em meio a lâmina própria de tecido conjuntivo nós conseguiremos
observar diversas glândulas seromucosas que ajudam a umidificar o ar
e a proteger o sistema contra agentes agressores.
“ANALYSIS PARALYSIS”
O ligamento tireoepiglótico fixa a parte
inferior da cartilagem epiglote ao corpo da
cartilagem tireóidea.
Uma membrana se estende entre as laterais da cartilagem epiglote e as
cartilagem aritenóideas, esta se chama membrana quadrangular, ela
formará a prega ariepiglótica quando envolvida pela mucosa da região.
O ligamento hioepiglótico se estende do osso hióide até o
tubérculo da epiglote. Esse ligamento é revestido por uma
mucosa que ampliará essa extensão até a lingua
anatomicamente será chamada de prega glossoepiglótica.
Repare que a cartilagem cuneiforme
é uma cartilagem suspensa dentro da
membrana quadrangular.
Superficialmente ela formará o
tubérculo cuneiforme.
!
O movimento de abdução e adução das cartilagens aritenóideas,
que modificam a resistência que o ar sofre ao passar, tornam a
fonação possível.
“ANALYSIS PARALYSIS” CARTILAGEM ARITENÓIDEA E CORNICULADA
A cartilagem aritenóidea é uma cartilagem com formato piramidal que se encontra entre
outras duas cartilagem da laringe. Sua base se articula com a parte superior da cartilagem
cricóidea, e eu ápice com a minúscula cartilagem corniculada.
Cartilagem Corniculada
Cartilagem Aritenóide
Seu corpo apresenta duas depressões
que serão utilizadas para fixação das
duas pregas laríngeas.
Aqui daremos um foco especial na cartilagem aritenóidea, uma
vez que a cartilagem corniculada é minúscula e auxilia a anterior.
PREGA VOCAL
PREGA VESTIBULAR
2ª Depressão
1ª Depressão
Cartilagem Corniculada
Cartilagem Cricóidea
PREGAS LARINGEAS E SUAS FUNÇÕES
Existem dois pares de pregas localizadas na laringe, um par é 
responsável pela proteção das vias áreas inferiores e o outro é pela 
fonação.
VISTA LARINGOSCÓPICA 
DA LARINGE
PREGAS VESTIBULARES
Função: Sua principal função é proteger as vias aéreas inferiores contra
possíveis entradas de objetos estranhos. Desempenha pouco ou
nenhum papel na fonação.
Histologia: Epitélio pseudoestratificado colunar + Tecido conjuntivo
frouxo contendo numerosas glândulas + Escassos feixes de músculo
ventricular.
PREGAS VOCAIS
Função: Elas são a origem dos sons que provêm da laringe. A vibração
das pregas vocais é a responsável pelo inicio da fonação.
Histologia: Epitélio estratificado pavimentoso + tecido conjuntivo frouxo
+ Ligamento vocal + Músculo vocal.
Para saber mais sobre como a voz muda com o passar dos anos assista:
https://www.youtube.com/watch?v=rjibeBSnpJ0
Para saber como as pregas vocais se comportam em tenores assista:
https://www.youtube.com/watch?v=PKengo7y28U
Nervo laríngeo superior
Nervo laríngeo recorrente
“ANALYSIS PARALYSIS” MÚSCULOS DA LARINGE E INERVAÇÃO
Quase todos os músculos intrínsecos da laringe são inervados pelo nervo 
laríngeo recorrente (roxo), ramo do nervo vago (laranja).
O único músculo intrínseco inervado pelo nervo laríngeo superior (verde) é o músculo cricotireóideo.
Músculo cricotireóideo
Músculo cricoaritenóideo posterior
Músculo cricoaritenóideo lateral
Músculo aritenóideo transverso
Músculo aritenóideo oblíquo
Músculo tireoaritenóideo
Músculo vocal
“ANALYSIS PARALYSIS” MÚSCULOS DA LARINGE
VISTA POSTERIOR DA LARINGE O músculo cricotireóideo rotaciona a cartilagem tireóidea anteroinferiormente
sobre a cartilagem cricóidea.
Os músculos da laringe desempenham diversas e complexas funções que vão 
desde controlar a tensão das pregas vocais até modular o diâmetro do ádito da 
laringe.
Os músculos aritenóideo oblíquo e tireoaritenóideo funcionam como esfincteres da laringe. VISTA ANTERIOR DA LARINGE
“ANALYSIS PARALYSIS” MÚSCULOS QUE AUXILIAM NA FONAÇÃO
O músculo cricoaritenóideo posterior faz
abdução e rotação externa da cartilagem
aritenóidea o que resulta na abdução das
pregas vocais e abertura da glote.
O músculo cricoaritenóideo lateral faz
rotação interna da cartilagem aritenóidea
o que resulta na adução das pregas vocais.
O músculo aritenóideo transverso faz
adução das cartilagens aritenóideas.
O músculo vocal ajusta a tensão
das pregas vocais.
Alguns músculos da laringe auxiliam as pregas vocais no fenômeno de fonação e também na proteção das vias aéreas inferiores.
Pode-se avaliar a laringe utilizando o espelho de Garcia. Este equipamento permite a 
avaliação do fenômeno de fonação e respiração, além de permitir observar o posicionamento 
e a simetria das pregas vocais.
“ANALYSIS PARALYSIS” LARINGOSCOPIA DE BEATBOXER’S

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