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1 Desmame Ventilatório Prof Msc. Alexandre do Nascimento Justiniano Pós Graduado em Terapia Intensiva(UNESA) Pós Graduado em Análises Clínicas (UNIRIO) Especialista em Fisioterapia Respiratória(ASSOBRAFIR/COFFITO) Mestre em Clínica Médica(HUCFF/UFRJ) Professor do Curso de Graduação em Fisioterapia da UNESA Professor do Curso de Pós Graduação em Fisioterapia Intensiva e Fisioterapia Cardiorespiratória da ISECENSA/INTERFISIO/ FABA UNESA/ UNIVERSO/IEES/IDOR/ Coordenador Adjunto da Câmara Técnica de Terapia Intensiva do CREFITO-2 Fisioterapeuta Rotina do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla e do Hospital Estadual Ricardo Cruz Desmame Ventilatório: É a interrupção da ventilação mecânica, baseada em critérios objetivos pré determinados e acompanhada por monitorização fisiológica apropriada(Irwin e cols). Desmame Ventilatório: É o processo de transição, gradual ou abrupto, da ventilação mecânica para espontânea. (Consensus Conference Mechanical Ventilation. CHEST 1993) Importante: A aplicação de critérios fisiológicos objetivos em prever e monitorar a interrupção bem sucedida do ventilador é importante para melhorar assistência respiratória. Desmame Ventilatório 2 A retirada da ventilação mecânica é uma medida importante na terapia intensiva. A utilização de diversos termos para definir esse processo pode dificultar a avaliação de sua duração, dos diferentes modos e protocolos e do prognóstico. O termo “desmame” refere se ao processo de transição da ventilação artificial para a espontânea nos pacientes que permanecem em ventilação mecânica invasiva por tempo superior a 24h. Desmame Ventilatório “O desmame ventilatório inicia-se no momento em que institui-se a ventilação mecânica.(ESTEBAN 2002)”. Desmame Ventilatório 3 1.0 Determinantes da Evolução do Desmame Ventilatório Capacidade Ventilatória X Carga Ventilatória > Energia deprimida > Energ central aumentada > Transmissão prejudicada: > Cargas de resistência > Dç neuromusculares > Ventilação aumentada > Lesão nervo frênico do espaço morto > Fraqueza muscular > Cargas elásticas pulmonares STOCK(2001) 4 A grande maioria dos pacientes submetidos a ventilação artificial não apresentam dificuldade de serem retirados do ventilador artificial, quando a causa da doença que levou a depender da prótese ventilatória for revertida ou estabilizada, Sendo desmamados de forma rápida e fácil, sem necessidade de modos ventilatórios específicos. (Consensus Conference Mechanical Ventilation.CHEST 1993) Desmame Ventilatório 2.0 Protocolo Tradicional para Desmame Ventilatório 2.1- Reversibilidade parcial ou total da causa primária 2.2 - Estabilidade hemodinâmica 2.3 - Eliminar ou minimizar a sedação “nível de consciência” 2.4 - Recuperação da função muscular 2.5 - Drive respiratório ajustado 2.6 - Possibilidade de manutenção VNI II Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica (2000) 5 2.0 Protocolo Tradicional para Desmame Ventilatório 2.7 - Oxigenação: 2.7.1 - FiO2 < 40% 2.7.2 - PO2 > 60 mmHg c/ FiO2 < 40% 2.7.3 - Relação PO2/FiO2 > 200 mmHg% 2.7.4 - PEEP < 08 cmH2O 2.7.5 - Gasometria arterial satisfatória 2.7.6 - Hgb > 9.0 g/dl II Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica (2000) 2.0 Protocolo Tradicional para Desmame Ventilatório 2.8 - Padrão Respiratório: 2.8.1 - Fr < 30 Irpm 2.8.2 - Vc > 05 ml/Kg 2.8.3 - Vm < 10 L/Min 2.8.4 - CV > 10 ml/Kg 2.9 - Capacidade/ Energia Neuromuscular: 2.9.1 - Pi max < - 20 cmH2O 2.9.2 - P0.1 < 5.5 cmH2O II Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica (2000) 6 2.0 Protocolo Tradicional para Desmame Ventilatório 3.0 – Índices de integração: 3.1 – Fr/Vc < 105 (IRRS) 3.2 – C. Dyn > 25 ml/cmH2O 3.3 – C. Est > 25 ml/cmH2O 3.4 – VEF 1 > 10 ml/kg II Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica (2000) O teste de respiração espontânea (método de interrupção da ventilação mecânica) é a técnica mais simples, estando entre as mais eficazes para o desmame. É realizado permitindo-se que o paciente ventile espontaneamente através do tubo endotraqueal, conectado a uma peça em forma de “T”, com uma fonte enriquecida de oxigênio, ou recebendo pressão positiva contínua em vias aéreas (CPAP) de 5cm/H2O, ou com ventilação com pressão de suporte (PSV) de até 7cm/H2O Teste de Respiração Espontânea(TRE) 7 Identificar pacientes elegíveis para o teste de respiração espontânea: • Devem-se estabelecer estratégias para identificar sistematicamente os pacientes elegíveis para o teste de respiração espontânea • As diversas estratégias de desmame empregadas refletem julgamentos clínicos e estilos individualizados • É prioritário implementar estratégias para identificar sistematicamente os pacientes elegíveis para o teste de respiração espontânea. Isso reduz o tempo de ventilação mecânica e suas complicações. Teste de Respiração Espontânea(TRE) Teste de Respiração Espontânea(TRE) 8 O teste de respiração espontânea (método de interrupção da ventilação mecânica) é a técnica mais simples, estando entre as mais eficazes para o desmame. É realizado permitindo-se que o paciente ventile espontaneamente através do tubo endotraqueal, conectado a uma peça em forma de “T”, com uma fonte enriquecida de oxigênio, ou recebendo pressão positiva contínua em vias aéreas (CPAP) de 5cm/H2O, ou com ventilação com pressão de suporte (PSV) de até 7cm/H2O Teste de Respiração Espontânea(TRE) Os principais modos de desmame utilizados são: Tubo T PSV SIMV+ PSV SIMV CPAP II Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica (2000) Desmame Ventilatório 9 Tubo T/Peça T Vantagens: - Serve para verificar a eficiência de possível extubação - Possibilita desmame gradual Desvantagens: - Aumenta o espaço morto anatômico - Aumento da resistência das Vas - Aumento do trabalho da musculatura cardíaca - Pode ocasionar colapso alveolar II Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica (2000) PSV Vantagens: - Minimiza a resistência das Vas - Utilização de alarmes de segurança - Fr totalmente espontânea - O paciente controla o ritmo e o tempo inspiratório - Sem grandes repercussões hemodinâmicas - Minimiza o tempo de desmame Desvantagens: - O paciente deve ser capaz de respirar exclusivamente em modo espontâneo II Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica (2000) 10 Fatores Complicativos do Desmame Ventilatório Desmame difícil Insucesso no desmame Desmame Prolongado Desmame Difícil Refere-se aos casos em que são necessários até 3 TRE ou tempo de VMI de até 7 dias após o primeiro TRE. Presente em cerca de 05% a 30% dos pacientes. Weaning from mechanical ventilation(2011) 11 Desmame Difícil Causas prováveis Aumento do WOB Drive ventilatório inadequado Falência respiratória Insuficiência ventricular esquerda Grandes cirurgias DAVID (2001) Desmame Difícil Com relação ao WOB • Vm aumentado • Hiperventilação • Dor e/ou ansiedade • Agitação • Hipermetabolismo(sepse) • TOT com diâmetro reduzido • Secreção e/ou obstrução de VA • Aumento do espaço morto fisiológico DAVID (2001) 12 Desmame Difícil Com relação ao Drive Respiratório • Efeito residual dos sedativos • Lesão do SNC • Alcalose metabólica grave DAVID (2001) Desmame Difícil Com relação à Falência Respiratória • Deformidades torácica • Lesão do nervo frênico • TRM • Polineuropatia • Síndrome de Guillian Barré • Disfunção muscular • Desnutrição e consumo muscular • Distúrbio eletrolítico e/ou metabólico • Efeito prolongado de BNM DAVID (2001) 13 Desmame Difícil Com relação à Insuficiência Ventricular Esquerda • Disfunção do VE • Coronariopatia importante DAVID (2001) Insucesso no Desmame Nem sempre logramos sucesso no desmame, necessitando rever os fatores clínicos responsáveis pelo insucesso do desmame, bem como rever as estratégias e técnica de desmameutilizada. Desta forma caracteriza-se o insucesso do desmame ventilatório, quando o paciente retorna à prótese ventilatória em menos de 48 h após o desmame inicial. DAVID (2001) 14 Insucesso no Desmame Alguns critérios indicativos de insucesso no desmame serão determinantes para retorno à ventilação mecânica, são eles: Sinais clínicos de aumento WOB Sat O2 < 90% PaO2 < 60 mmHg PaCO2 > 50 mmHg DAVID (2001) Insucesso no Desmame pH < 7.30 Fr > 35 Irpm Fc > 140 Bpm PAS > 180 ou < 90 mmHg DAVID (2001) 15 Desmame Prolongado Refere-se aqueles que falham em mais de 3 TRE ou permanecem em VMI por mais de 7 dias após o primeiro TRE Extubação e Descanulação Diferentemente do desmame do ventilador, não existem parâmetros objetivamente definido que preveja a extubação ou descanulação bem sucedida. Nenhum trabalho, até o momento constatou um método eficaz para prevenir a re-intubação. DAVID (2001) 16 Extubação e Descanulação Previsores de Sucesso: Extubação Descanulação • Possibilidade de • Ausência de indicação de manutenção de VNI VM e VNI • Bom nível de • Tosse eficaz consciência • Ausência de indícios de • Índice de estridor restrição de VAS • Desmame criterioso DAVID (2001) 17
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