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CULTURAS DE LÍNGUA INGLESA Profa. Palma Rigolon Objetivos: gerais e específicos O objetivo geral da disciplina é ampliar o conhecimento do aluno no que tange às culturas de países, em que a língua inglesa, sendo oficial ou não, exerceu influência na formação da nação, bem como aprofundar o significado dessas culturas no âmbito da globalização. Objetivos: específicos 1.Pretende-se que o aluno adquira conhecimento de concepções diversas da cultura de alguns países onde se fala a língua inglesa. 2.Levar o aluno a relativizar e refletir acerca das culturas em questão, a fim de que se evite preconcepções e generalizações etnocêntricas. 3.Apresentar melhor compreensão das manifestações das culturas de língua inglesa. 4.Desenvolver a competência crítica do aluno e visar à complementação da formação profissional de ensino de língua inglesa. Conteúdos Introdução: conceito de cultura e identidade nacional. Vozes do centro da Grã-Bretanha: aspectos históricos e culturais. A Escócia. Os EUA. Cultura A palavra cultura vem do latim colere que significa cultivar. Pensadores romanos ampliaram esse significado e o usaram para se referir ao refinamento pessoal. Será que é por isso que dizemos: Aquela pessoa não tem cultura? Com base nos pensadores iluministas, Tylor (1817), que foi o primeiro autor a definir cultura, define-a como: “todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade”. Ainda segundo Tylor, “é todo o processo aprendido, tudo aquilo que independe de uma transmissão genética”. Cultura: A diversidade é explicada como o resultado da desigualdade de estágios no processo de evolução (Tylor, apud Laraia, 2001) http://www.netmundi.org/cibercultura/wp-content/uploads/2011/08/cultura.jpg Cultura: século XVIII Jacques Turgot (1727-1781): o cerne da composição de uma sociedade é a passagem de valores de geração em geração, o que constituía e preservava, portanto, a cultura de um povo. “O homem é capaz de assegurar a retenção de suas ideias eruditas, comunicá-las para outros homens e transmiti-las para seus descendentes como uma herança crescente”. (TYLOR apudLARAIA, 2001) Cultura: século XIX –concepção geral Evolucionismo –principal característica: os fenômenos do comportamento humano eram explicados de acordo com essa perspectiva. Devido ao processo de colonização, o conceito de cultura passou a se fundamentar na dicotomia: cultural e selvagem (povo dominador x povo dominado). Nicolau Coll (2003) define cultura como “o conjunto de valores, crenças, instituições e práticas que uma sociedade ou grupo humano desenvolve em um certo momento do tempo e do espaço, em diferentes campos da realidade, a fim de assegurar sua sobrevivência material e a plenitude espiritual, tanto individualmente como coletivamente”. De acordo com Chauí, cultura é um conjunto de criações humanas. Identidade cultural Vivemos hoje uma hibridez cultural por causa da invasão tecnológica em nossas vidas, a rapidez das informações e a facilidade em obtê-las que contribui para que novas identidades culturais sejam constituídas e/ou modificadas. Identidade cultural: três concepções (HALL, 1987) 1.Sujeito do iluminismo: baseado na concepção humana do indivíduo totalmente centrado. Concepção individualista. 2.Sujeito sociológico: refletia a complexidade do mundo moderno. Era formado na relação com o outro. Concepção interativa. 3.Sujeito pós-moderno: identidade torna-se uma “celebração móvel”, formada e transformada continuamente em relação às formas pelas quais somos representados ou interpelados nos sistemas culturais que nos rodeiam. Identidade cultural Identidade é algo formado ao longo do tempo através de processos inconscientes. Permanece sempre incompleta, está sempre em processo, sempre sendo formada. Interatividade Escolha a alternativa que apresenta apenas afirmações corretas com relação ao conceito de cultura. I. A palavra cultura vem do latim colere que significa cultivar. II. É correto afirmar que uma pessoa não tem cultura. III. Cultura é todo o processo aprendido. IV. Cultura é inata. Está correta a alternativa: a)I e II b)I e III c)Apenas II A Grã-Bretanha (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte) Os britânicos foram constituídos pela composição de vários outros povos indo-europeus, resultado de fluxos migratórios constantes, bem como invasões, desde a era do Homem de Neanderthal até os dias de hoje. Grã-Bretanha Estudar a cultura e a literatura do povo britânico implica considerar o longo processo de relações violentas entre romanos, celtas, saxões, vikings e normandos. Por volta de 1000 a.C., depois de muitas migrações, vários dialetos das línguas indo-europeias tornam-se grupos de línguas distintos, sendo um desses grupos: os celtas. Os celtas se originaram, presumivelmente, de populações que já habitavam a Europa na Idade do Bronze. Durante cerca de 8 séculos, de 700 a.C. a 100 d.C., o povo celta habitou as regiões hoje conhecidas como Espanha, França, Alemanha e Inglaterra. Os celtas chegaram a ser o principal grupo de línguas na Europa, mas foram dominados pelo Império Romano durante longos séculos e, consequentemente, a língua celta foi se acabando. A partir de então, o latim foi sendo utilizado pelo povo celta-bretão. Em 449, Roma se desintegra e retira as legiões da Bretanha (sua colônia mais distante). A ilha foi então invadida, no século V, pelos povos bárbaros, assim chamados pelo fato de não serem cristãos. Quando as legiões romanas abandonaram a ilha, os anglo-saxões chegaram do noroeste da Europa, cruzaram o mar e se estabeleceram na ilha. Sua invasão terminou no século VII. Aos poucos, os anglo-saxões foram convertidos ao cristianismo pelos monges vindos da Irlanda. A ilha ficou, então, organizada em pequenos reinos de celtas, ao norte e oeste, e germânicos, no sul e leste, todos eles cristãos. Essa ordem foi alterada com a chegada dos vikings, no século IX. Após essa nova luta pelo poder, estabeleceram-se dois importantes reinos: o da Escócia, no norte da ilha, e o da Inglaterra, no sul. A Inglaterra se fortaleceu quando, no século IX, o reino anglo-saxão de Wessex conquistou os territórios vikings. Dessa maneira, o fato de haver uma casa real, a de Wessex; uma igreja, a católica, e uma língua, o inglês, ajudou a estabelecer a hegemonia da cultura “inglesa”, localizada no sul da ilha. Foram os monges cristãos que recolheram as narrativas orais dos saxões, transmitidas de geração em geração e registravam as histórias em seus mosteiros. O primeiro poema inglês é o chamado “Beowulf”. The language Anglo-Saxã, ou Inglês arcaico ou OldEnglish. Old English: hoje apenas estudiosos conseguem ler os textos em old english. As palavras tinham muitas consoantes. No inglês moderno, temos várias palavras que ficaram do old english: strength(força), breath(respiração), quell(subjugar), drench(ensopar), crash(estrondo). Depois disso, temos o Middle English que é a língua de Shakespeare eentão o Modern English. A Idade Média (1066-1485) Os normandos trouxeram a cultura e a língua francesa, dando fim ao período saxão (House of Wessex), que unia a Inglaterra com o continente. Introduziram a língua francesa. A nova nobreza não falava inglês, nem se interessou por aprendê-lo. Os franceses foram para a Inglaterra para enriquecer. Consideravam sua cultura muito mais sofisticada. O inglês continuou a ser falado pelo povo. O francês era a língua da cultura. O inglês era a linguagem dos considerados incultos. Cultura estava associada à cultura do colonizador francês. A Inglaterra estava dividida em duas línguas: a francesa, falada pelas classes dominantes, e a inglesa, falada pelas pessoas comuns. Embora a literatura para a nobreza fosse escrita em francês, alíngua perdeu sua “pureza”, pelo fato de estar longe da França. Então, o latim vai se tornar a linguagem da cultura. Nos séculos XII e XIII, aparecem músicas e livros de história escritos em latim. Por outro lado, a língua inglesa (middle english) se enriqueceu com os muitos vocábulos importados da língua francesa. Grã-Bretanha O Reino da Inglaterra, que depois de 1284 incluiu Gales, era um Estado soberano até 1ode maio de 1707, quando os atos de União puseram em prática as condições estabelecidas no Tratado da União do ano anterior, resultando em uma união política com o Reino da Escócia para criar o Reino Unido da Grã-Bretanha. Em 1800, a Grã-Bretanha uniu-se com a Irlanda através de outra lei da União para se tornar o Reino Unido da Grã- Bretanha e da Irlanda. Em 1922, o Estado Livre Irlandês foi estabelecido como um domínio separado; posteriormente, a Irlanda do Norte foi incorporada ao Reino Unido, criando o Reino Unido e da Irlanda do Norte. A Dinastia Tudor Os Tudors assumiram a Coroa inglesa em 1485. Henrique VII deu início à linhagem que teve como sucessores Henrique VIII, Eduardo VI, Mary I e Elizabeth I. Durante a dinastia, houve o rompimento com a Igreja Católica e a fundação da Igreja Anglicana. A Inglaterra atingiu alto nível de desenvolvimento político, econômico e cultural. Henrique VIII foi sucedido, primeiramente, por seu filho Eduardo VI (1547-1553) e logo por Mary I (1553-1558). Foi um período muito breve e nefasto para a Inglaterra, até o longo reinado de Elizabeth I (1558-1603), que é tido como o final da época medieval e o começo da Renascença. Henrique VIII queria se divorciar de sua esposa Catharina de Aragão para se casar com Anna Bolena. O Papa recusou-se a dar-lhe permissão, daí o nascimento da Igreja Anglicana (movimento da Reforma). Os calvinistas também eram chamados de puritanos. Igreja passa a ser subordinada ao Estado. Rei é a autoridade máxima. Três momentos importantes: 1º) rompimento de Roma, o que implicou na cessão das grandes rendas pagas ao Papa. 2º) propriedades da Igreja da Inglaterra foram confiscadas e distribuídas entre a nova nobreza inglesa (os cavaleiros), tornando-os parceiros do rei. 3º) imposição do Protestantismo. Interatividade Aponte a alternativa que apresenta afirmações corretas acerca do Old English. I. Também chamado de língua Anglo-Saxã, ou Inglês arcaico. II. Hoje, apenas estudiosos conseguem ler os textos. III. As palavras tinham muitas consoantes. a) Apenas I está correta. b) Apenas II está correta. c) Apenas III está correta. d) Apenas II e III estão corretas. e) Todas estão corretas. A Dinastia Stuart Como Elizabeth era a rainha virgem e, consequentemente, não tinha deixado herdeiros para a Coroa; pelas leis de sucessão, a Coroa foi para o seu primo, James VI, coroado rei da Escócia desde 1578, quando tinha apenas doze anos. Com James VI, agora James I da Inglaterra, a Dinastia Stuart se iniciou. James I morreu em 1625, passando a Coroa para o seu filho Charles I. Foi com este que a relação entre rei e Parlamento desandou de vez. Charles invocou seu “direito divino” para justificar suas ações arbitrárias, como a dissolução do Parlamento. Toda vez que precisava de dinheiro para suas campanhas militares, convocava o Parlamento e descumpria as promessas feitas aos seus membros em troca de dinheiro. Rumo à República Em agosto de 1642, o Parlamento decidiu recusar a liberação de fundos para o rei. Em represália, Charles tentou prender cinco parlamentares. A Guerra Civil foi declarada, dividindo a Inglaterra entre as tropas reais, os cavaliers, e aquelas do Parlamento, os roundheads. O poder do Parlamento começou a ficar cada vez mais forte e influente, o que era sinal de que a forma de governo estava abalada. Ninguém estava satisfeito com rei algum. O povo queria um representante. Surgia então Oliver Cromwell, um simples fidalgo do campo com inclinações religiosas puritanas que participava do Parlamento e pensara em emigrar para a América. Então, decidiu-se pela morte do Rei Charles I que foi decapitado. Em seguida, a República foi instaurada pela primeira vez na Grã-Bretanha, regime que durou de 1649 a 1660, sendo Oliver Cromwell seu representante. Foi declarado “lorde protetor” da Inglaterra. A Restauração O governo de Cromwell foi um desastre, pois seguia a linha puritana: fechou teatros, casas de jogos, tudo o que desviasse a atenção da Igreja. Com sua morte, a Inglaterra nunca mais foi uma República. Deu-se início, então, à Restauração. Charles II vai ao poder (1660). A Revolução Industrial: século XVIII (1760-1860) A chamada primeira Revolução Industrial aconteceu, basicamente, na Inglaterra com o desenvolvimento de máquinas na área têxtil. Surgiram as primeiras indústrias têxteis. Revolução Industrial (1860-1900): outros Envolveu outros países da Europa e os EUA. Aspectos importantes: 1.A utilização de novas fontes de energia, como o petróleo e, principalmente, a eletricidade. 2.A produção do aço em larga escala, substituindo em grande parte o uso do ferro. 3. A implementação de diversas inovações técnicas: o telégrafo (1837), o telefone (1876), a locomotiva elétrica (1879), o motor à gasolina (1884) e o motor a diesel (1886). Revolução Industrial Por causa do desenvolvimento das indústrias, as pessoas do campo partem para as cidades (1750-1850). Classe dos artesãos transforma-se em proletariado urbano. A região norte torna-se grande área industrial (ao contrário de antes que era a região despovoada). Pobreza, cidades insalubres. Dois movimentos tentam melhorar essas condições: metodismo e os sindicatos. O Império Britânico e a rainha Vitória Estabilidade econômica e política devido aos investimentos nas companhias de exploração e às colônias. Inglaterra torna-se uma grande potência. Modelo moralista de sociedade. Homossexuais eram punidos com prisão. Mulher: frágil, submissa e fútil. The colonial Period: 1607-1763 1620-1635: Inglaterra sofreu muitos problemas econômicos, havia muita gente sem emprego por causa dos cercados para a produção de matéria-prima para a indústria têxtil. Com isso, muitos agricultores ficaram sem terra e viram na América uma oportunidade de recomeço. Indentured Servants: camponeses ofereciam trabalho em troca das despesas da viagem. Jamestown (1607): homenagem ao rei James da Inglaterra, no território da Virgínia. (o nome Virgínia foi dado por Raleight em homenagem à rainha Elizabeth –a rainha virgem). Foi fundada por uma Companhia. Essas Companhias foram organizadas por comerciantes e tinham todas as características de empresas capitalistas. Jamestown: em menos de 6 meses, muitos tinham morrido em virtude de doenças e outros capturados pelos índios. Capitão John Smith também foi capturado pelos índios, mas foi salvo por Pocahontas, a filha do chefe (10 a 12 anos). Visitava o acampamento dos ingleses levando comida e, muitas vezes, contava sobre futuros ataques indígenas ao acampamento. John volta para Inglaterra. Pocahontas (1614) aceita a fé cristã, passa a se chamar Rebeca e casa-se com John Rolfe, um plantador de tabaco. Em 1620, um grupo de puritanos que tinha imigrado para a Holanda conseguiu uma cédula da Companhia da Virgínia e partiu no navio Mayflower. Os puritanos chegaram ao porto de Plymouth, na costa da Nova Inglaterra, e escreveram um documento chamado de “MayflowerCompact”, em que prometiam estabelecer leis justas e iguais para todos os emigrantes do Mayflower. No inverno de 1621, celebraram a primeira colheita de milho com uma festa de agradecimento, o Dia de Ação de Graças (Thanksgiving), reafirmando a ideia de que seriam o povo escolhido por Deus. Ficaram conhecidos como WASP: White, Anglo Saxon and Protestant; i.e., brancos, anglo-saxões e protestantes, eram considerados como os Pais Fundadores ou Pais Peregrinos(pilgrim fathers) dos EUA. As treze colônias fundadoras Nome Fundada por Ano Virginia Companhia de Londres 1607 New Hampshire Companhia de Londres 1623 Massachusetts (Plymouth) Puritanos 1620 Maryland Lord Baltimore 1634 Connecticut Emig. de Massachusetts 1635 Rhode Island Roger Williams 1636 Carolina do Norte Emigrantes da Virginia 1653 Nova Iorque Holandeses 1613 Nova Jersey Barkeley Carteret 1664 Carolina do Sul Nobres Ingleses 1670 Pensilvânia William Penn 1681 Delaware Suecos 1638 Geórgia George Oglethorpe 1733 Interatividade Assinale a alternativa que apresenta afirmações corretas acerca da Revolução Industrial. I. A primeira Revolução Industrial aconteceu na Inglaterra. II. Houve o desenvolvimento de máquinas na área têxtil e, então, o surgimento das fábricas. III. Havia muita pobreza e insalubridade na época. a) Apenas I está correta. b) Apenas II está correta. c) Apenas I e II estão corretas. d) Apenas III está correta. Os Estados Unidos No dia 2 de julho de 1776, o Congresso de Filadélfia acaba decidindo-se pela separação total da Inglaterra e forma uma comissão para redigir a Declaração da Independência, a qual foi conhecida no dia 4 de julho de 1776. Como explica Karnal (2008, p. 85), esse documento revela o “pensamento ilustrado” do Iluminismo, presente nas colônias norte-americanas. Seu maior representante foi Thomas Jefferson e a importância desse documento se deve ao fato de romper os laços políticos com o mundo europeu, fundando a primeira democracia da era moderna, que alcançou o respeito das outras nações do mundo. A independência e a primeira democracia moderna No dia 3 de setembro de 1783 foi assinado em Paris um tratado que reconhecia a liberdade, a independência e a soberania das 13 colônias. Os Estados Unidos se estendiam até o Canadá no Norte, o rio Mississipi no Oeste e no Sul até a Flórida que foi devolvida pela Espanha. Benjamin Franklin havia proposto os artigos de uma confederação e união perpétua ainda antes da Independência de fato. Com base nesse texto, uma comissão passou a elaborar uma Constituição. George Washington foi o primeiro presidente dos EUA, John Adams foi o vice. A Revolução Americana colaborou para enfraquecer o poder real e desencadear a Revolução Francesa. A liberdade de expressão e a de imprensa são declaradas fundamentais e o povo tem o direito de reunir-se pacificamente e fazer petições contra um ato governamental que não lhe agrade. O símbolo dos EUA é a águia careca. A Renascença na Inglaterra (1485-1603): o teatro em cena The Renaissance coincide com a chamada Era Elizabetana. Renaissance= rebirth= renascimento. Renascimento da aprendizagem pela descoberta de centenas de manuscritos em grego e latim que estavam perdidos. A visão grega é que a vida tem um fim aqui na Terra e, portanto, deve ser vivida. O foco estava no homem e não mais em Deus (Leonardo da Vinci, Michelangelo, os quadros eram pintados de forma mais realista). Colombo e Cabral descobriram a América. Os Estados Unidos Os estados do norte foram se desenvolvendo com a Revolução Industrial, enquanto o Sul ainda trabalhava com a mão de obra escrava, o que deu início a conflitos que desencadearam uma grande guerra civil, A Guerra de Secessão, ocorrida entre 1861 e 1865. Os estados no Norte eram chamados de estados da União, enquanto os do Sul eram conhecidos como Confederados, eram os seguintes: Alabama, Carolina do Sul, Flórida, Geórgia, Mississipi, Kentucky, Missouri, Arkansas, Virgínia, Carolina do Norte, Louisiana e Texas. Após o conflito, os Estados Unidos ainda participaram das duas grandes Guerras Mundiais, iniciadas em 1914 e 1939. Esse fator foi decisivo para a história e a política internacional norte-americana, assim como para o desenvolvimento do país, que produz armamentos e os vende para o mundo. Os EUA tiveram um período de grande crescimento econômico após a recessão da Primeira Guerra Mundial. Nesse momento, a produção industrial cresceu, a renda per capita aumentou e o desemprego caiu. Como explicam Karnal et al. (2008, p. 198), os avanços tecnológicos, como a linha de montagem e a mecanização, os eletrônicos e os plásticos criaram produtos inovadores a preços acessíveis. Da mesma maneira, começou a produção massiva de produtos antes reservados para os ricos, como carros, luz elétrica, gramofone, rádio, cinema, aspirador de pó, geladeira e telefone. Todos esses produtos foram associados com The American Way of Life (“o modo americano de viver” –a era do fordismo, empresa automobilística). Assim, o conceito de liberdade, central à ideologia norte-americana, foi associado com a possibilidade de consumo e não com a ideia de liberdade ligada ao direito de culto no século dezessete ou a liberdade de trabalho no século dezenove (como direitos iguais e plenos às mulheres, aos negros e às minorias étnicas). O sonho americano mais e mais tornou-se um sonho de consumo. A década de 1920: The Jazz Age Nas grandes cidades, a classe média, relativamente rica, produto do boom econômico desfrutava a Era do Jazz, das melindrosas, do bar clandestino (por causa da Lei Seca). Os citadinos de classe média tinham acesso à bebida alcoólica através dos bootleggers ou contrabandistas, um de seus mais famosos expoentes foi Al Capone. Essa época significava um grande momento de liberação pessoal, liberdade sexual para as mulheres. Foi um momento de opulência, que se refletia nos carros Ford que andavam pelas ruas das grandes cidades e no boom do cinema. O sucesso era medido em termos materiais. O sonho americano era um sonho de dinheiro e opulência. As Melindrosas Os Estados Unidos Uma das características dessa época que levou ao colapso financeiro de 1929, conhecido como o Wall Street Crash, foi a especulação nos mercados financeiros, que se tornou muito lucrativa. A crise de 1929 foi muito séria e deixou vários cidadãos norte-americanos desempregados. Outra característica dessa época foi a discriminação contra mulheres, negros e imigrantes, em especial os mexicanos; que, na década de 1920, imigraram para trabalhar nos campos das cidades de Califórnia e do sudoeste dos Estados Unidos. “Eles representavam mão de obra barata e se estabeleceram em Los Angeles, El Paso, San Antonio e Denver, tornando-se uma forte influência na cultura da região.” (Karnal et al., 2007) Frente a essa realidade, uma das amostras de movimento conservador foi a Ku Klux Klan (KKK); que, na década de 1920, chegou a ter 4.000.000 de membros. O objetivo de tal organização era –e ainda é, pois, tal organização clandestina continua existindo –pregar o ódio contra judeus, não brancos, mexicanos, porto-riquenhos, negros e asiáticos, bem como a outras religiões que não sejam a cristã. Eles pregam o extermínio das etnias não brancas tendo como justificativa a ameaça à própria raça branca e ao cristianismo. Seu líder foi Hiram Wesley Evans. Os Estados Unidos e o mundo globalizado Na década de 1980, o principal objetivo da nação, com a liderança do presidente Reagan foi garantir oportunidades de investimento às grandes corporações. Com isso, utilizaram seu poder econômico e militar para controlar outros países e conter a ameaça daquele que consideravam seu inimigo: União Soviética, no período da Guerra Fria. Entre 1970 e 2000, após a Guerra do Vietnã, com a liderança dos Bush e Clinton, surgiram outras lutas contra qualquer sistema que, na opinião dos EUA, colocassem em risco o sistema democrático. O declínio da taxa de fecundidade e o aumento da expectativa de vida fizeram com que a população ficasse relativamente velha e, consequentemente, houve falta de trabalhadores jovens, o que forçou os EUA a aumentarem a quota de imigração no final do século XX. Houve avanços com relação às conquistas da população afro-americana: um número maior passou a ocupar profissões qualificadas e teveacesso ao ensino superior. No sul dos EUA, o Congresso aprovou um novo Right to Vote Act que procurava o equilíbrio racial dentro dos distritos. Porém esse ato foi revogado durante o governo Bush e, em 2000, Al Gore perdeu as eleições por causa de fraudes que negavam o direito ao voto a milhares de eleitores negros. Durante as décadas de 1980 e 1990, pioraram as condições de vida dos afro-americanos em relação as dos brancos. O racismo, ainda existente, as poucas oportunidades econômicas e a violência policial desencadearam vários motins urbanos em Miami, Nova Iorque e outras cidades. Mas a conquista mais importante do povo afro-americano foi a eleição do primeiro presidente negro, Barack Obama, nas eleições de 2008. Prática como componente curricular Tema: Questões da colonização. Esse tema, além de ser abordado durante as aulas e no livro-texto, também será discutido em nosso fórum. Interatividade Como foi designada a década de 1920? a) A Era do Ouro. b) A Grande Depressão. c) A Era do Jazz. d) Fordismo. e) A Lei Seca. Indicações de filmes Além dos filmes indicados no livro-texto, vale a pena assistir: “Elizabeth: A Era do Ouro” “Lincoln” “Histórias Cruzadas” UNIDADE II Conteúdos Escócia Canadá Austrália Escócia Retomaremos a Escócia para discutir algumas questões do pós-colonialismo, mas antes disso abordaremos alguns aspectos culturais importantes. Governo: devolução, monarquia constitucional. Capital: Edimburgo. Flor nacional: cardo. Escócia: bandeira A cruz branca representa Santo André Apóstolo, patrono da Escócia. A cor azul representa o céu. A bandeira foi criada na metade do século XVI. Já no começo do século XVIII, a bandeira da Escócia foi incorporada à bandeira do Reino Unido. Bandeira: Union Jack A bandeira do Reino Unido é chamada de Union Jack. Jack,em inglês, é o nome da bandeira que antigamente se colocava num mastro, na proa do um navio. A Union Jack atual simboliza a união dos países que administram o Reino (Inglaterra, Escócia e Irlanda do Norte). Union Jack Escócia A Escócia foi habitada principalmente pelos pictos. O domínio romano nunca conseguiu se impor completamente na maior parte da Escócia, apesar dos intensos conflitos. Guerras entre a Inglaterra e a Escócia eram frequentes na Idade Média. Havia, no entanto, fortes laços entre os dois reinos: vários reis escoceses possuíam terras e títulos na Inglaterra e muitos casamentos entre as famílias reais inglesa e escocesa foram realizados. Apesar de muitos fracassos, foi a vitória de Robert theBruce sobre Edward II da Inglaterra, no ano de 1314, que assegurou a sobrevivência do Reino da Escócia independente. As duas coroas finalmente se uniram quando Elizabeth I da Inglaterra foi sucedida, em 1603, por James VI da Escócia (James I da Inglaterra), seu herdeiro mais próximo. Mesmo assim, a Inglaterra e a Escócia mantiveram organizações políticas independentes durante o século XVII, com exceção de um curto período de unificação imposto durante o reinado de Oliver Cromwell, na década de 1650. Em 1707, optando por uma união política e econômica mais sólida, os Parlamentos Inglês e Escocês decidiram por um parlamento único para a Grã-Bretanha. A devolução de poderes para a Escócia (e para o País de Gales) é uma importante parte do programa de reforma constitucional do governo. Propostas para a criação do novo parlamento e do gabinete executivo escoceses foram reunidas em um White Paper(documento correspondente a um projeto de lei) denominado “O Parlamento Escocês”, o qual foi referendado em setembro de 1997. Em 12 de maio de 1999, o Parlamento Escocês abriu os trabalhos da sua primeira sessão desde 1707. No dia 17 de maio, Donald Dewar foi nomeado primeiro-ministro e seu gabinete foi empossado. No dia 1º de julho, os poderes foram transferidos para a administração escocesa. Inclusive os relacionados ao desenvolvimento econômico, da saúde e da educação. Outras questões, como as relações exteriores, permanecem sob a responsabilidade do Governo do Reino Unido. Um ponto importante a ressaltar é que a relação entre Escócia e Inglaterra nunca foi pacífica. A Escócia foi colônia da Inglaterra, mas, se voltarmos um pouco e lembrarmos o fim do reinado de Elizabeth I (a rainha virgem que, portanto, não tinha herdeiros), quem herdou o poder foi James (rei escocês), rei James I na Inglaterra. As duas nações ficaram unidas por um mesmo rei, porém a Escócia permaneceu como um Estado separado, com seu próprio parlamento e governo. A velha rivalidade entre Escócia e Inglaterra terminou formalmente em 1707, quando os parlamentos das duas nações concordaram com o ActofUnion,que uniu os dois parlamentos e estabeleceu o Reino Unido. O final do século XVIII foi considerado como o período escocês mais criativo: David Hume ganhou fama mundial em filosofia e história, Adam Smith em políticas econômicas, Robert Burns na poesia. Nesse período, os escoceses também estabeleciam colônias na América, Canadá e Austrália. Depois disso, a história da Escócia se mistura ao restante do Reino Unido, porém os escoceses continuam se destacando em várias áreas mundialmente. Os sistemas legal e de educação continuaram separados e, na segunda metade do século XX, um novo Parlamento Escocês, que prevalece até hoje, foi estabelecido em Edimburgo. Escócia: símbolos Tartan: tipo de tecido quadriculado, utilizado para fazer o kilt escocês. Embora hoje esteja relacionado à Escócia, de acordo com o historiador têxtil E. J. W. Barber, essas estampas remontam aos antigos celtas. Como símbolos dos clãs escoceses, os tartans começaram a ser usados apenas no século XVIII. Interatividade O que é Union Jack? a) Um tratado escocês. b) A união dos países que formaram o Reino Unido. c) União de bandeiras. d) União de grandes nações. e) A bandeira do País de Gales. Escócia: símbolo The thistle (cardo) Na verdade, ninguém sabe ao certo, mas diz a lenda que os escoceses foram salvos de uma emboscada quando um dos inimigos (descalço) pisou em uma flor. Seu grito chamou a atenção dos escoceses, que acabaram vencendo a batalha (não já comprovação histórica sobre esse fato). Burns Night: em homenagem ao poeta escocês Robert Burns, é celebrada no dia 25 de janeiro, que nasceu nesse dia, em 1759. Canadá O Canadá é o maior país da América do Norte e tem como línguas oficiais o inglês e o francês. Capital: Ottawa (província de Ontário). Tipo de governo: monarquia constitucional, federação e democracia parlamentar. Os primeiros habitantes do Canadá foram os índios aborígenes que migraram da Ásia há milhares de anos por meio de uma ponte terrestre entre a Sibéria e o Alasca. A partir do contato com os europeus, muitos grupos diminuíram ou abandonaram a região atlântica. Os primeiros europeus a chegarem ao Canadá foram os vikings, entre 800 e 1000 d.C. Após colonizarem a Islândia e a Groenlândia, muitos chegaram ao Canadá, mas, após guerras com os nativos, um grande número de pessoas abandonou a região. Um legado viking no Canadá é a região de Vinland, que fica em L’anse aux Meadows. Cristovão Colombo embarcou na América do Norte por volta de 1492. Com base no Tratado de Tordesilhas –em que uma parte do continente americano pertencia a Portugal e a outra pertencia à Espanha –, o explorador português João Fernandes Lavrador conquistou a Península de Labrador, ao extremo nordeste do país que levou o seu nome. Como a Inglaterra não validava o Tratado de Tordesilhas, ela praticava a pirataria, roubando mercadorias dos exploradores espanhóis e portugueses. Mediante tais incertezas, o Rei Henrique VI entrega uma carta ao explorador italiano John Cabot concedendo-lhe quaisquer ilhas, quaisquer nativos e quaisquer castelos que o navegante encontrasse entre 1497 e 1498. Os francesesforam os primeiros a colonizar o território canadense, em meados de 1600. Os britânicos, então, iniciaram uma série de batalhas para conquistar territórios. Territórios, colônias e províncias que seriam parte do Canadá moderno estiveram sob o controle dos ingleses e do Império Inglês. Ingleses e franceses lutaram no Canadá por quase 80 anos. Em 1759, as tropas inglesas conquistam Quebec. Contudo, um tratado de paz assinado em 1763 reconhece o controle britânico sobre o Canadá. Mesmo derrotados, os colonos franceses conseguem preservar seus direitos sob a tutela britânica. Em 1774, a Lei de Quebec permite que a população de origem francesa preserve sua língua, seus costumes e leis civis. Em 1841, o Reino Unido unifica as colônias de Ontário e Quebec como províncias do Canadá. E os demais territórios vão sendo incorporados gradativamente. O marco da independência é o British North America Act, de 1867, que cria o Poder Legislativo nos moldes do Parlamento Britânico, ainda subordinado ao Reino Unido. Mas, após a participação militar do Canadá na I Guerra Mundial, o país é aceito em 1919 como membro autônomo da Liga das Nações. A independência completa-se em 1931, com o Estatuto de Westminster. Enquanto isso, na província do Quebec, as reivindicações por autonomia da província crescem depois da II Guerra Mundial. Como forma de apaziguar os ânimos dos separatistas, em 1969, o francês é adotado como uma das línguas oficiais do país, ao lado do inglês. Em 1980, um projeto de independência é derrotado no plebiscito popular. E em 1982, uma proposta do Governo Federal de conceder maior grau de autonomia à província é considerada insuficiente e rejeitada pelos eleitores de Quebec. Datas importantes 1959: o Canadá adota a bandeira atual, com as duas bordas vermelhas e uma folha de bordo com 11 pontas. 1969: o inglês e o francês são reconhecidos como línguas oficiais do país. 1988: a Lei do Multiculturalismo é criada, reconhecendo o compromisso do Canadá com a preservação da cultura e do estilo de vida das comunidades étnicas que lá estão. Canadá hoje No cenário mundial, a reputação e a influência do Canadá acompanham o seu desenvolvimento. Membro das Nações Unidas, desde a sua criação, sempre participa das mais importantes operações da ONU em prol da paz mundial. É também membro da Comunidade Britânica, da la Francophonie, do G7, da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e da Defesa Aeroespacial da América do Norte (Norad). Interatividade Leia as afirmações a seguir, sobreo Canadá. I. O francês e o inglês são línguas oficiais. II. É o menor país da América do Norte. III. Sua capital é Quebec. IV. Seus primeiros habitantes foram os índios. Está correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) III, apenas. d) I e IV. e) I, II, III e IV. Canadá hoje Nos últimos 35 anos, o Canadá tem se perguntado sobre a sua identidade nacional. Muitos descendentes de franceses, especialmente em Quebec, levaram a província, em 1980, a um plebiscito pela independência da província do Canadá. A maioria decidiu manter a atual situação. Colonizado por dois povos rivais, enriquecido pela cultura de vários povos imigrantes, com línguas e religiões diferentes, e marcado por uma geografia altamente diversificada, o Canadá é uma terra de concessões. O espírito de modernização e tolerância caracterizam o Canadá e asseguram a sua sobrevivência. Canadá: alguns símbolos Maple tree (bordo) Maple é o nome em inglês de aproximadamente 150 espécies de árvores e arbustos pertencentes ao gênero ácer (acer), da família acerácea. Entretanto, somente 15 espécies são encontradas na América do Norte e 10 no Canadá. Tem folhas pequenas, em pendão, nas cores vermelha, laranja e esverdeadas, que se renovam a cada primavera. É uma das árvores mais altas, alcançando até 40 metros, crescendo em florestas ou misturadas a outras espécies. É muito utilizada no país, desde sua madeira, que está entre as mais valiosas para uso na marcenaria, até as suas folhas, que produzem açúcar. No Canadá, ela é encontrada em grandes quantidades ao sul de Ontário, na região dos Grandes Lagos, em Terra Nova, Novo Brunswick, Nova Escócia e Quebec. Castor (beaver): ampla procura por sua pele, fator de grande importância no desenvolvimento do interior desse país, pois levou os exploradores ao continente. No final de 1600 e começo dos anos 1700, a moda demandava chapéus que precisavam de peles de castor. Com isso, os exploradores desbravaram o interior da América do Norte em busca do comércio com os nativos. O Rei Henry IV, da França, viu o comércio como uma oportunidade para adquirir mais investimentos e estabelecer o seu império norte-americano. Ambos, comerciantes ingleses e franceses, vendiam peles de castor na Europa por 20 vezes mais do que o seu preço de custo. Austrália Capital: Camberra. Moeda: dólar australiano. Nome oficial: Comunidade da Austrália (Commonwealth of Australia). Principais cidades: Sydney, Melbourne, Perth, Adelaide, Newcastle, Camberra, Brisbane. Composição da população: europeus meridionais e setentrionais (95%), asiáticos (3,5%), grupos étnicos autóctones –aborígenes (1,5%) –censo de 1996. Idioma: inglês (oficial). Religião: cristianismo (74,4%) –católicos: 25,8%; anglicanos, protestantes: 10,6%; outros: 8,2%. Bandeira Foi adotada em 3 de setembro de 1901. Possui três cores: vermelho, branco e azul. Na parte superior esquerda (pegando um quarto da bandeira), apresenta a bandeira em tamanho pequeno do Reino Unido, que representa a colonização britânica do país. No canto direito, traz quatro estrelas brancas de sete pontas (conhecidas como estrelas da Federação) –cada extremidade representa os territórios e estados do país –e uma de cinco pontas, formando o Cruzeiro do Sul. Já no canto esquerdo, abaixo da bandeira do Reino Unido, apresenta uma estrela de sete pontas branca, em tamanho maior. Os aborígenes nômades habitaram a Austrália durante milênios antes da colonização pelos europeus. Alguns exploradores europeus navegaram pela costa da Austrália, então conhecida como Nova Holanda, no século XVII. 1770: o capitão James Cook mapeou a costa oeste e a reivindicou para os britânicos. O novo posto avançado foi usado como colônia penal e, em 26 de janeiro de 1788, a primeira frota de 11 navios que levavam 1.500 pessoas – metade delas condenados –chegou ao porto de Sydney. Até a extinção do transporte penal em 1868, 160.000 homens e mulheres foram para a Austrália como condenados. Colonizadores livres começaram a chegar a partir do início dos anos 1790. A vida para os prisioneiros era difícil. Havia cinco vezes mais homens do que mulheres, que viviam sob a ameaça de exploração sexual. Homens que voltavam a transgredir a lei eram brutalmente açoitados ou podiam ser enforcados por crimes tão pequenos como o furto. Interatividade Leia as afirmações a seguir, sobre a Austrália. I. A capital da Austrália é Sydney. II. Seus primeiros habitantes foram os índios. III. No século XVII, a Austrália era conhecida como Nova Holanda. IV. A Austrália abrigou presos do Reino Unido no século XVIII e por isso ficou conhecida como terra de prisioneiros. Está correto o que se afirma em: a) I e II. b) II e III. c) III e IV. d) I, apenas. e) II, III e IV. Austrália O povo aborígine, deslocado pela nova colonização, sofreu ainda mais. A desapropriação da terra e a doença e morte decorrentes das moléstias introduzidas prejudicaram os estilos de vida e as práticas tradicionais. Até 1820, muitos soldados, oficiais e condenados emancipados haviam transformado as terras que receberam do governo em prósperas fazendas. Notícias sobre as terras baratas e o trabalho abundante na Austrália traziam mais e mais barcos cheios de migrantes aventureiros da Grã-Bretanha. Colonizadores, ou squatters,começaram a adentrar cada vez mais os territórios aborígines –com frequência armados –em busca de pastos e água para seus animais. O ouro foi descoberto em Nova Gales do Sul (New South Wales) e na região central de Victoria, em 1851, atraindo milhares de homens jovens e algumas mulheres aventureiras, também jovens, das colônias. A eles se juntaram muitos barcos repletos de exploradores vindos da China, taberneiros, vendedores de bebidas ilegais, prostitutas e charlatões de todas as partes do mundo. Em Victoria, o governador britânico tenta impor a ordem –uma licença mensal e soldados de cavalaria de mão pesada –em resposta à sangrenta luta antiautoritarismo da barreira de defesa de Eureka, em 1854. Apesar da violência nos garimpos, a riqueza advinda do ouro e da lã trouxe investimentos enormes a Melbourne e Sydney que, nos anos 1880, tornaram-se cidades modernas e cheias de estilo. A Primeira Guerra Mundial teve um efeito devastador na Austrália. Havia menos de 3 milhões de homens em 1914, mas quase 400.000 deles se ofereceram para lutar na guerra. Estima-se que 60.000 tenham morrido e dezenas de milhares tenham ficado feridos. Nos anos 1920, houve um turbilhão de novos carros, cinemas, jazz, filmes americanos e entusiasmo pelo Império Britânico. Quando a Grande Depressão chegou, em 1929, as divisões sociais e econômicas se ampliaram e muitas instituições financeiras australianas faliram. Durante a Segunda Guerra Mundial, as forças australianas fizeram uma contribuição significativa para a vitória dos aliados na Europa, Ásia e no Pacífico. Após o término da guerra, em 1945, centenas de milhares de imigrantes de toda a Europa e do Oriente Médio chegaram à Austrália, muitos deles encontrando empregos no crescente setor manufatureiro. Muitas das mulheres que assumiram empregos nas fábricas enquanto os homens estavam na guerra continuaram a trabalhar durante o tempo de paz. A economia da Austrália cresceu durante toda a década de 1950, com grandes projetos de construção da nação, como o esquema de hidroelétricas nas Snowy Mountains, montanhas próximas a Camberra. A demanda internacional pelos principais produtos de exportação australianos –metais, lã, carne e trigo –cresceu consideravelmente. Austrália: símbolos Escudo O canguru vermelho e o emu são os animais representantes do país e estão entre os únicos que são nativos da Austrália. Junto a isso, nenhum dos dois anda para trás, simbolizando que o país só progredirá. O bumerangue é considerado uma das armas mais antigas do mundo, feito com um formato que permite seu retorno à mão do arremessador caso não acerte o alvo. Existem estudos que provam que muitos outros países utilizavam o bumerangue como instrumento de caça, mas foi a Austrália que ficou conhecida como o país do bumerangue. Cores nacionais: verde e dourado. O verde representa as florestas, eucaliptos e as pastagens do país. O amarelo (dourado) representa as riquezas minerais e os grãos. Essas cores também representam o emblema floral da Austrália. A planta desse arranjo chama-se golden wattle. O Golden Wattle Dayé celebrado no dia 1ode setembro. As cores da bandeira australiana não representam o povo australiano, são uma homenagem aos colonizadores ingleses. Interatividade Quais são as cores que representam os australianos? a) Verde e amarelo. b) Azul e branco. c) Vermelho e branco. d) Azul, branco e vermelho. e) Vermelho e amarelo. UNIDADE III Conteúdos As culturas diaspóricas: Índia; Nigéria; Jamaica (representando o Caribe) a partir da perspectivado pós-colonialismo. Diáspora É importante explicar o significado desse verbete: Diáspora: a evasão de migrantes oriundos de países de uma determinada ex-colônia para a antiga metrópole e outros lugares. Na perspectiva de Stuart Hall (2008, p. 32-3), dentro dos estudos culturais, o termo se presta a dar conta especialmente dos fenômenos relativos a migrações humanas dos ex-países coloniais para as antigas metrópoles. Para o teórico, “o conceito fechado de diáspora se apoia sobre uma concepção binária de diferença. Está fundado sobre a construção de uma fronteira de exclusão e depende da construção de um ‘outro’ e de uma oposição rígida entre o de dentro e o de fora. Porém, as configurações sincretizadas da identidade cultural requerem a noção derridianade différance, uma diferença que não funciona através dos binarismos, fronteiras veladas que separam finalmente, mas são também places de passage e significados que são posicionais e relacionais, sempre em deslize ao longo de um espectro sem começo nem fim.” Pós-colonialismo O termo “[...] ‘pós-colonial’ está ainda bem empregado, como esteve na nossa primeira edição, para se referir à pós- colonização. Esse é um processo no qual sociedades participam sob um longo período de tempo, através de diferentes fases e modos de engajamento com o poder colonizador, durante e após o período real do controle colonial direto” (ASCROFT apud HALL, 2009, p. 195). Índia Capital: Nova Delhi Moeda: Rúpia indiana Principais cidades: Mumbai, Calcutá, Nova Delhi, Madras, Bangalore Colonização britânica na Índia Em 31 de dezembro de 1600, a Rainha Elizabeth I da Inglaterra outorgou uma carta real à Companhia Inglesa das Índias Orientais para comerciar com o oriente. Os primeiros navios da companhia chegaram à Índia em 1608, aportando em Surat (atualmente, Guzarate). Quatro anos mais tarde, comerciantes ingleses derrotaram os portugueses numa batalha naval e com isso ganharam a simpatia do Imperador mongol Jahangir. Em 1615, o Rei James I enviou um embaixador à corte mongol, negociando-se então um tratado de comércio pelo qual a companhia poderia erguer postos comerciais na Índia em troca de bens europeus. A companhia comerciava itens como algodão, seda, salitre, índigo (planta) e chá. Em meados do século XVII, a companhia havia estabelecido postos comerciais nas principais cidades indianas, como Bombaim, Calcutá e Madras, além da primeira feitoria em Surat, erguida em 1612. Em 1670, o Rei Charles II outorgou à companhia o direito de adquirir território, formar um exército, cunhar moeda e exercer jurisdição em áreas sob seu controle. No final do século XVII, a companhia se havia tornado um “país” no subcontinente indiano, com considerável poder militar, e administrava três “presidências” (administrações coloniais regionais). Os britânicos estabeleceram uma base territorial no subcontinente pela primeira vez quando tropas financiadas pela companhia derrotaram o Nababo bengalês Siraj Ud Daulah na batalha de Plassey, em 1757. As riquezas bengalesas foram expropriadas, o comércio local foi monopolizado pela companhia e a Bengala tornou-se um protetorado sob controle direto britânico. A fome de 1769 a 1773, causada pela exigência de que os fazendeiros e artesãos bengaleses trabalhassem por remuneração irrisória, matou dez milhões de pessoas. Catástrofe semelhante ocorreu quase um século depois, quando o Reino Unido estendeu o seu controle sobre o subcontinente: 40 milhões de indianos morreram de fome em meio ao colapso da indústria local. A importante contribuição da Índia aos esforços do Império Britânico durante a Primeira Guerra Mundial estimulou os indianos a exigir maior voz no governo. O Partido do Congresso Nacional Indiano e a Liga Muçulmana acordaram propor uma reforma constitucional que incluía o conceito de eleitorados separados e a exigência de autogoverno. Em 1919, o governo britânico ampliou a autoridade dos Conselhos Legislativos central e provinciais, mas o governador- geral continuou a ser responsável perante Londres, apenas. Em 1935, uma revisão da situação constitucional indiana manteve a separação dos eleitorados e estabeleceu a autonomia das províncias, transformando os Conselhos Legislativos em Assembleias Legislativas eleitas (apenas alguns poucos assentoscontinuaram a ser preenchidos mediante indicação), perante as quais eram responsáveis todos os ministros. Índia: a independência Na primeira metade do século XX, o nacionalismo indiano passou por um processo de amadurecimento que se personificou na figura do “Mahatma” (“grande alma”) Gandhi. Este, baseando-se nos princípios da “não violência” e da “resistência passiva”, mobilizou milhões de seguidores e causou grandes transtornos aos dominadores ingleses. Gandhi era hinduísta, mas seu sonho nacionalista visava à criação de uma Índia independente, onde todas as etnias e religiões convivessem pacificamente. Contudo, seu ideal não era compartilhado pelos radicais hinduístas (que o assassinariam em 1948) e menos ainda pelos muçulmanos. Hinduísmo e islamismo, para os indianos, eram muito mais que duas religiões antagônicas. Hinduísmo: nascido no próprio país há milhares de anos, possuía uma espantosa multidão de deuses e criara uma sociedade de castas, baseada na desigualdade absoluta entre os indivíduos. Islamismo: de origem árabe e introduzido na Índia por conquistadores vindos da Ásia Central, é monoteísta e considera todos os homens iguais perante Deus. A diversidade entre as duas crenças produziu diferenças de comportamento e de organização social, bem como visões de mundo conflitantes. Interatividade Assinale a alternativa que apresenta a definição de diáspora. a) Evasão de migrantes oriundos de países de uma determinada ex-colônia para a antiga metrópole e outros lugares. b) O mesmo que pós-colonização. c) União de países que administram o Reino Unido. d) Um processo aprendido que acontece na interação com os membros da comunidade. e) Imposição de algumas formas culturais em detrimento de outras. Índia: a independência O Congresso Nacional foi fundado por Gandhi e passou a ganhar força. Em 15 de agosto de 1947, dentro do processo de descolonização que se seguiu à II Guerra Mundial, surgiram dois Estados independentes:a Índia e o Paquistão (“país dos puros”). Este último, implantado nas áreas majoritariamente muçulmanas, compreendia duas porções distintas, separadas por 1600 km de território indiano: o Paquistão Ocidental e o Paquistão Oriental (situado no Golfo de Bengala). Mas as diferenças entre os dois (geográficas, econômicas, étnicas e culturais) eram insuperáveis; em 1971, apoiado pela Índia, o Paquistão Oriental proclamou sua independência e se transformou em Bangladesh (“Estado de Bengala”, em língua bengali). Cultura indiana O cinema indiano é muito popular. Atores como Amitabh Bachchan são verdadeiros ídolos para o povo e de fato, vários atores, entre eles, Bachchan, Ramachandran ou Rama Rao, têm passado ao mundo da política com bastante sucesso. Os temas dos filmes costumam ser moralistas, ou então o bem sempre vence, como se pode comprovar nos filmes dirigidos por Manmohan Desai, um dos diretores preferidos pelo público. Símbolos da Índia Deepak(a lamparina): é tradicionalmente feita de cerâmica e representa o corpo humano: assim como o barro, também viemos da terra. O óleo é queimado nela como um símbolo do poder da vida. Uma simples lamparina, quando imbuída desta simbologia, chama-se deepak e nos dá a mensagem de que toda e qualquer pessoa no mundo deve remover a escuridão da ignorância fazendo o seu próprio trabalho. Nos templos, sempre se oferece uma chama, significando que tudo que fizermos é para agradar a Deus. Deepak Om: representa o poder de Deus, pois é o som da criação, o princípio universal, entoado no começo de todos os mantras. Diz-se que os primeiros iogues o ouviram em meditação, e esse som permeia o cosmos. É o número um do alfabeto, é o zero que dá valor aos números, é o som da meditação. Flor de lótus: presente em muitas imagens porque o fato de crescer na água pantanosa e não ser afetada por ela representa que devemos ficar acima do mundo material apesar de viver nele. As centenas de pétalas do lótus representam a cultura da “unidade na diversidade”. Flor de lótus As divindades, com seus muitos braços, cada um deles carregando objetos ou armas, símbolos em si, como o lótus e o livro, indicam as direções; a maioria representa os quatro pontos cardeais: norte, sul, leste e oeste. Qualquer poder do espírito supremo é chamado deus ou deusa, apesar de Deus ser Uno e Absoluto. Por isso são tantos, pois são muitas as manifestações de Deus. Ganesha significa “senhor de todos os seres”. É filho de Shiva e Parvati. É o mestre do conhecimento, da inteligência e da sapiência. É aquele que proporciona a potência espiritual e a inteligência suprema. É o grande removedor dos obstáculos, guardião da riqueza, da beleza, da saúde, do sucesso, da prosperidade, da graça, da compaixão, da força e do equilíbrio. Ganesha Contribuições da Inglaterra A contribuição da Inglaterra foi principalmente a introdução da língua inglesa, que permite que haja uma língua comum falada em todos os estados, cada qual com sua língua nativa. Introduziram o sistema de trens, que cobre todo o país, o telégrafo e toda a modernização nas comunicações. Após a independência pacífica, graças a Mahatma Gandhi, o líder mobilizou a população a produzir os próprios tecidos, para mostrar que não precisavam depender da Inglaterra; por isso vemos sempre seu retrato com uma roca. Isso tornou-se um símbolo e hoje a produção e tecidos é um dos setores mais prósperos. A marcha do sal tinha a mesma intenção: provar que a Índia podia ser autossuficiente. Ciência e tecnologia A matemática do modo como entendemos hoje em dia deve à Índia todo o seu fundamento, pois todo o sistema de numeração é indo-arábico, ou seja, os árabes buscaram na Índia e difundiram os algarismos que usamos até hoje. A fórmula de Bhaskara, que foi criada na Índia, é usada para resolver todas as equações de segundo grau. A grande contribuição para o mundo além da filosofia, que faz parte da vida de todos os indianos, são os avanços na tecnologia da informação, pois a Índia hoje tem exportado PhDs na área de softwares,principalmente para a Europa e EUA. Aqui no Brasil, o Departamento de Microeletrônica da Universidade de São Paulo (USP), o nosso Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Instituto de Pesquisas Nucleares (IPEN) contam com profissionais indianos em cargos importantes. No campo da pesquisa espacial, o telescópio Chandra, da NASA, que leva o nome do físico indiano, é superior em tecnologia ao Hubble, mais conhecido por ser responsável por telecomunicações. Outra área importante é a biotecnologia, campo que a Índia domina em muitos países. Nigéria Moeda: Naira Língua oficial:inglês Governo: Federação,Presidencialismo,República Federal Capital: Abuja Interatividade Assinale a alternativa que apresenta contribuições da Inglaterra para a Índia. a) Matemática, filosofia, softwares em geral e biotecnologia. b) Língua inglesa como língua comum, biotecnologia e telégrafo. c) Sistema de trens, telégrafo e matemática. d) Filosofia, sistema de trens e telégrafo. e) Língua inglesa como língua comum, sistema de trens, telégrafo e todo o sistema de telecomunicações. Nigéria O nome “Nigéria” foi criado a partir de uma fusão das palavras niger (termo inglês para “negro”) e área (termo inglês para “área”), que se referiam ao Rio Níger, nas proximidades da Nigéria. Esse nome foi criado por Flora Shaw, administradora colonial britânica, no final do século XIX. A Companhia Real do Níger foi criada pelo governo britânico em 1886. Em 1900, foram criados os protetora dos britânicos do norte e do sul. Estes protetorados foram fundidos em 1914 para formar a colônia da Nigéria. Em resposta ao crescimento do nacionalismo nigeriano ao final da Segunda Guerra Mundial, o governo britânico iniciou um processo de transição da colônia para um governo próprio com base federal, concedendo a independência totalem 1960, tornando-se a Nigéria uma federação de três regiões, cada uma contendo uma parcela de autonomia. Nigéria: colonização britânica Em 1966, dois golpes sucessivos por diferentes grupos militares deixaram o país sob uma ditadura militar. Os líderes do segundo golpe tentaram aumentar o poder do governo federal e substituíram os governos regionais por doze governos estaduais. Os igbos, grupo dominante etnicamente na região leste, declararam independência como a República de Biafra em 1967, iniciando uma sangrenta guerra civil que terminou com sua derrota. 1975: um golpe pacífico levou Murtala Ramat Mohammed ao poder, que prometeu um retorno ao estado civil. Entretanto, ele foi morto em seguida, tendo como sucessor Olusegun Obasanjo. Uma nova constituição foi promulgada em 1977 e as eleições foram realizadas em 1979, tendo como vencedor Shehu Shagari. A Nigéria retornou ao governo militar em 1983, através de um golpe que estabeleceu o Supremo Conselho Militar como o novo órgão regulamentador do país. Nigéria Depois das eleições de 1993, que foram canceladas pelo governo militar, o general Sani Abacha subiu ao poder. Quando ele morreu subitamente em 1998, Abdulsalami Abubakar tornou-se o líder do Conselho, agora conhecido como o Conselho Provisório de Regulamentação. Anulou a suspensão da Constituição de 1979 e, em 1999, a Nigéria elegeu Olusegun Obasanjo como presidente nas suas primeiras eleições em dezesseis anos. Obasanjo e seu partido também ganharam as turbulentas eleições de 2003. Nollywood O cinema da Nigéria tem crescido nos últimos anos e, embora seja um mercado extremamente informal, teve uma grande explosão de produção nos últimos anos que tem chamado a atenção mundial por suas características únicas. Todas as produções são realizadas em vídeo. Sua produção é tamanha que já lhe rendeu o apelido de “Nollywood’, pode ser considerada a terceira maior indústria de produção de cinema do mundo, atrás apenas de Hollywood e Bollywood. O sucesso desta indústria reside principalmente no fato de a temática dos filmes ter um apelo direto ao público local, por tratar de preocupações, conflitos e realidades que frequentam o noticiário e o imaginário da população local. Os temas mais frequentes são: AIDS, corrupção, prostituição, religião e ocultismo. Jamaica: a maior ilha do Caribe Capital: Kingston Língua oficial: inglês Governo: Monarquia Constitucional Moeda: Dólar jamaicano O nome Jamaica deriva do termo “xamayca”, cujo significado é “terra de madeira e água”. A ilha foi batizada assim pelos nativos arawak, que viviam no atual território da Jamaica desde o ano 1000. Jamaica Foi descoberta por Cristóvão Colombo em 1494. Até então, a ilha era habitada pelo povo arauaque (arawak). Em 1509, com a chegada dos colonos espanhóis, os índios acabaram desaparecendo devido à doença trazida pelos homens brancos. A partir de 1655, a ilha passou a ser governada pelos espanhóis. A ausência de ouro na região levou os espanhóis a dedicarem pouca atenção à ilha, utilizando-a sobretudo como base de abastecimento para colonos de outras áreas americanas. Os nativos da ilha foram exterminados, o que deu início à importação de escravos negros da África. Devido à localização da ilha nas rotas de comércio, os ingleses ficaram bastante interessados e, em 1655,a Jamaica foi dominada pelo almirante William Penn e pelo general Robert Venables. Cinco anos depois, todos os espanhóis tinham sido expulsos pelos ingleses. Porém, a Inglaterra teve de lidar com a oposição dos antigos escravos dos colonos espanhóis, que se refugiaram nas montanhas do interior e aos quais se juntaram, posteriormente, os escravos que fugiam da dominação inglesa, conseguindo resistir às tropas invasoras durante 150 anos. De 1661 a 1670, a ilha foi ocupada por bucaneiros (piratas que infestavam as Antilhas) com o consentimento da Inglaterra, já que durante esse período aqueles prestaram uma preciosa ajuda na defesa da ilha perante os sucessivos ataques de navios espanhóis. Com a assinatura do Tratado de Madri, em que a Espanha reconhecia a soberania da Inglaterra sobre a Jamaica, os piratas passaram a ser perseguidos até sua extinção. A colônia tornou-se muito valiosa por causa da produção de açúcar e cacau. Em 1672, a Jamaica se converteu em um dos maiores centros de tráfico negreiro para a América do Sul e foi considerada a maior produtora de açúcar do século XVIII. Em 1807, devido à supressão do tráfico negreiro e da escravidão na década de 1830, todas as explorações agrícolas existentes na ilha entraram em crise, já que a escassez de mão de obra implicou um aumento brutal dos custos de produção, que não eram cobertos pelos baixos preços do açúcar e do cacau. O processo de decadência econômica, iniciado com a crise da produção de açúcar, se transformou em crise aguda quando a revogação dos privilégios aduaneiros (1846) causou a derrocada dos preços dos produtos das colônias britânicas. Interatividade O cinema na Nigéria tem se tornado mais conhecido. Qual a sua denominação? a) Hollywood Nigeriano. b) Bollywood. c) Nollywood. d) Cinema da Nigéria. e) Nigéria movies. Jamaica Em 1866, o Parlamento Britânico estabeleceu no país o governo de poder único, Executivo e Legislativo. O novo governador, Sir John Peter Grant, iniciou um projeto de reestruturação política, administrativa e econômica que colocou a ilha em vias de desenvolvimento, salientando-se a introdução da cultura da banana (1870) que rapidamente tornou-se o principal produto de exportação. As reformas políticas e administrativas tinham como objetivo a constituição gradual de um governo representativo que atuaria soba égide da Coroa Britânica. Por volta de 1930, época da Grande Depressão, houve um sentimento de desagrado generalizado perante o domínio inglês, o que levou à formação, em 1938, de um movimento pela independência da ilha. Este movimento foi importante para as modificações constitucionais de 1944 e 1953 que, primeiro, instituíram uma assembleia de representantes eleitos por sufrágio universal, e, mais tarde, deram responsabilidades departamentais aos ministros eleitos, embora salvaguardassem a existência de um Conselho Legislativo e de um Conselho Executivo (neste estavam presentes também os ministros eleitos), ambos nomeados pela Inglaterra. A independência aconteceu em 6 de agosto de 1962. O país combina diversas nacionalidades: a maioria negra, uma minoria europeia e uma crescente população mestiça, além de imigrantes da Índia e da China. A antiga comunidade judaica expandiu-se e comerciantes árabes chegaram à ilha. Esta fusão de diversas nações formou a base do lema nacional da Jamaica: “Out of many, one people” (“Resultado de muitos, um só povo”). Jamaica: aspectos culturais Rastafári é uma palavra do aramaico, que foi a primeira língua da Etiópia. Rassignifica príncipe e tafariquer dizer paz. Portanto, rastafári significa “príncipe da paz”. Há quem confunda essa cultura com religião por ter forte ligação com a espiritualidade. Os rastasnão frequentam cultos em templos ou igrejas. São seguidores de Rastafari Makonnen, nome de batismo do Imperador etíope Haile Selassie I, que pregava a paz e a unidade entre os povos africanos e de todas as outras nações. A cultura rastafári tem uma ligação muito forte com a natureza; por essa razão, os rastas são naturalistas e vegetarianos. Reggae: primeiramente, foi somente tocada por tambores e cantada, nas montanhas, chamando-se nyabinghy– palavra que significa liberdade. Com o passar dos tempos, foram surgindo outros ritmos e variações do reggae. O mais conhecido é o reggae roots ou reggae de raiz, em que o mais importante é o sentimento. Não há regras, cada um compõe como quiser, dependendo unicamente da inspiração individual. Os temas das músicas, na sua grande maioria, são a paz, união e amor.O reggae deu origem a grandes artistas, sendo o maior deles Robert Nesta Marley, ou apenas Bob Marley, como é mundialmente conhecido. Sua música é conhecida mundialmente até mesmo depois de sua morte precoce, em 1981. A Jamaica ainda apresenta outros artistas famosos como: Jimmy Cliff, Beenie Man, Bounty Killa. A folk music também é importante na Jamaica. Dizem que sua origem é o oeste da África, sendo então considerada africana e jamaicana. Jamaica: vestimenta A vestimenta também é um reflexo da diversidade cultural entre as pessoas. A vestimenta jamaicana é uma fusão do vestuário ocidental com a vestimenta tradicional. Os jamaicanos usam cores vibrantes e turbantes. As mulheres tradicionalmente usam saia, um top leve e turbante, feitos de algodão local (calico). A identidade caribenha Hall afirma que “a migração tem sido um tema constante na história do Caribe” e, devido ao processo da diáspora, a ela relacionado, as “identidades tornam-se múltiplas”. Davies (2010) afirma que “os processos migratórios globais têm introduzido novas identidades à medida que têm criado histórias paralelas. Existe ainda uma série de outras identidades –sexual, religiosa, étnica, de classe, de gênero –que opera de forma tectônica”. O pós-colonialismo proporciona o encontro com várias culturas diferentes introduzidas pelo processo migratório, que geram novas identidades. O que se percebe então, segundo Davies (2010), é que há muitas identidades híbridas no espaço caribenho. Davies aponta que, nos Estados Unidos, uma identidade caribenho-americana foi formalmente reconhecida em 1996, tendo sua oficialização sido celebrada com a designação do mês caribenho-americano em junho. Ainda segundo a autora, no Reino Unido, uma identidade afro-caribenha foi aceita formalmente dentro de –e às vezes em oposição a –uma formação identitária britânica negra mais abrangente. Hall afirma que as identidades tidas como fixas e estáveis estão se desmantelando em virtude de uma diferenciação que se reproduz continuamente. Em todo o mundo, os processos das chamadas migrações livres e das forçadas estão mudando a composição e diversificando as culturas, bem como pluralizando as identidades culturais das antigas nações hegemônicas, dos antigos centros imperiais, e, na verdade do próprio globo. Os fluxos não regulados de povos e culturas são tão vastos e irrefreáveis quanto os fluxos de capital e tecnologia promovidos pelos mercados mundiais. Terminamos aqui com a afirmação de Hall (2003) acerca do que o autor chama de pertencimento cultural: “A alternativa não é apegar-se a modelos fechados, unitários e homogêneos de pertencimento cultural, mas abarcar os processos mais amplos –o jogo da semelhança e da diferença que estão transformando a cultura no mundo inteiro. Esse é o caminho da diáspora, que é a trajetória de um povo moderno e de uma cultura moderna. Interatividade Leia as afirmações a seguir, sobre a Jamaica, e assinale a alternativa verdadeira. I. Sua capital é Kingston. II. As cores de sua bandeira são verde, amarelo e preto. III. É a maior ilha caribenha. IV. Foi descoberta por Cristóvão Colombo em 1494. a) Apenas a I está correta. b) Apenas a II está correta. c) Apenas a III está correta. d) A IV está incorreta. e) Todas estão corretas.