Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 12 Introdução à Fotônica Prof. Daniel Papoti daniel.Papoti@ufabc.edu.br Universidade Federal do ABC BC 1519 - Circuitos elétricos e fotônica Estudos Continuados Emergenciais 1o Quadrimestre - 2021 1. Fundamentos de óptica e Fotônica Conteúdo da aula 2. Principio de Fermat, Reflexão, Refração 1. Fundamentos de óptica e Fotônica Conteúdo da aula 2. Principio de Fermat, Reflexão, Refração Analogia entre Fotônica e Eletrônica ElétronEletrônica FótonFotônica O Que é Fotônica? Fóton: ➢ É um pacote elementar (partícula) de energia associada à radiação eletromagnetica. ➢ Possui massa de repouso = 0. ➢ Quantum de Energia Eletromagnética (Quantização do Campo Eletromagnético) Definição Genérica Fotônica: é a área da ciência relacionada às aplicações técnicas da Luz ➢ Aplicações concentradas principalmente em regiões que cobrem a faixa espectral do UV, visível e IR. ➢ Fundamental o conhecimento das propriedades da Luz Óptica: é o ramo da Física que estuda a Luz, ou mais amplamente, a radiação eletromagnética, visiel ou não. Eletrônica e Fotônica ➢ Combinação ótima para processamento de sinais, transmissão e armazenamento de dados Eletrônica Ótica e Fotônica ➢ Processamento de Sinais ➢ Transmissão (Fibras ópticas ➔ Banda Larga e Baixa atenuação ) ➢ Armazenamento (CD e DVD grande quantidade de dados em espaço reduzido ) Óptica: Modelos Teóricos Óptica Clássica: Óptica geométrica (“Óptica de raios”) Trata a luz como raios (segmentos retilíneos), sem considerar o caráter ondulatório da luz. Óptica Ondulatória Aproximação escalar da óptica eletromagnética. Não considera o caráter vetorial do campo eletromagnético. Considera o caráter ondulatório da luz. Óptica Eletromagnética Descrição da Luz a partir das equações de Maxwell. Não considera a quantização do campo eletromagnético. Óptica Quântica: Descrição da luz a partir da Eletrodinâmica Quântica. Explica a interação entre fótons e átomos e permitiu o desenvolvimento do laser e de diversos dispositivos fotônicos utilizados atualmente. Dualidade Onda - Partícula Ondas e partículas têm características clássicas contraditórias. Por ex., duas ondas podem se cruzar (ocupar o mesmo lugar no espaço). O mesmo não ocorre para dois corpos clássicos. A Luz é uma onda ou partícula? ➢ Depende do experimento! ➢ A natureza corpuscular e ondulatória são ambas detectáveis separadamente, dependendo do experimento realizado. Dualidade Onda - Partícula Base central da Mecânica Quântica De Broglie (1923) e Niels Bohr (1928) ➢ A natureza da matéria e da energia é dual e os aspectos ondulatórios e corpusculares são contraditórios, mas complementares. ➢ Fóton, assim como o elétron, pode se comportar como onda ou partícula, dependendo do experimento Exemplos: ➢ Experimento de interferência e difração da Luz (Comportamento ondulatório) ➢ Efeito Compton e efeito fotoelétrico (Comportamento corpuscular) Dualidade Onda - Partícula “Dr Quantum demonstra o exp de dupla fenda (dual. Onda/particula )”. ( Retirado do youtube em 13/07/2016) Dualidade Onda - Partícula “Dr Quantum demonstra o exp de dupla fenda (dual. Onda/particula )”. ( Retirado do youtube em 13/07/2016) https://www.youtube.com/watch?v=lytd7B0WRM8 https://www.youtube.com/watch?v=lytd7B0WRM8 Sugestão de leitura “Física em 6 lições” – Richard Feynman Características de Fótons e Elétrons Propriedades ondulatórias ➢ Frequência (f ou ν) e comprimento de onda (λ). ➢ Frequência: número de oscilações por segundo: [s-1] ou Hz (Hertz) (SI) ➢ Comprimento de onda: distância entre dois máximos (ou mínimos) sucessivos da onda. [m] (SI) c= 2.998´108m/ s (no vácuo) c= l f Características de Fótons e Elétrons Propriedades corpusculares: momento ( ) e energia (E) ➢ Energia de um fóton (equação de Planck - Einstein) Eph = hn h= 6.626 ´10-34 J ×s [SI] (Constante de Planck) h= 4.136 ´10-15eV ×s [SI] 1eV =1.6´10-19 J( ) ➢ Momento de um fóton: mesma direção de propagação da Luz. p= h l = hn c ➢ Relação entre energia e momento de um fóton. E = hn = hc l = pc Max Planck (1858 - 1947) Exemplos Exemplo-1: Qual é a energia (em eV) de um fóton cujo comprimento de onda no vácuo é 0.8 μm? Exemplos Exemplo-1: Qual é a energia (em eV) de um fóton cujo comprimento de onda no vácuo é 0.8 μm? Solução: c= ln Þ v = c l = 3´108 0,8´10-6 = 3, 75´1014 Hz Eph = hn = 4,14´10 -15eV ×s´3, 75´1014 s-1 Eph =1,56eV Faixa visível do espectro eletromagnético • Cor: Definida pela frequência da radiação • Espectro visível: de ν≈750 THz (violeta) até ν≈430 THz (vermelho) • 400 nm < λ < 700 nm 1. Fundamentos de óptica e Fotônica Conteúdo da aula 2. Principio de Fermat, Reflexão, Refração 1. Fundamentos de óptica e Fotônica Conteúdo da aula 2. Principio de Fermat, Reflexão, Refração Ótica geométrica ➢ Vale para sistemas físicos com dimensões >> λ (λ≈0) ➢ Permite o cálculo da localização e da direção de raios de luz. ➢ Uso da geometria e da trigonometria. Aplicações ➢ Formação de imagens ➢ Propagação da luz através de meios homogêneos ou não - homogêneos (Ex. Fibra óptica). ➢ Uso da geometria e da trigonometria ➢ Cálculo da energia óptica que atravessa uma certa área. ➢ Componentes ópticos: espelhos, lentes, microscópios, etc Postulados da óptica geométrica ① A luz se propaga na forma de raios que são gerados por fontes de luz e observados quando atingem um detector ótico. 2 q2 1 q1 3 q3 n'nAr Vidro ② Em um meio homogêneo, a luz se propaga em caminhos retilíneos. ③ Quando um raio (raio-1) atinge a interface que separa dois meios distintos (por exemplo, ar e vidro), tem-se uma fração refletida (raio- 2) e outra refratada (raio-3). Postulados da óptica geométrica ⑤ Índice de refração é definido como a razão entre a velocidade da luz no vácuo (c0) e a velocidade da luz no meio (c). n = c0 c c0 » 3´10 8m/ s ⑥ O intervalo de tempo t que a luz leva para percorrer uma distância d é proporcional ao produto conhecido como caminho óptico = n.d Dt = d c = d c0 / n = nd c0 ④ Cada meio é caracterizado por um parâmetro chamado índice de refração, n ≥ 1, que determina a velocidade com que o raio se propaga naquele meio Princípio de Fermat Princípio de Fermat Principio de Fermat diz que você deve ir por este caminho Princípio de Fermat Raios de luz viajando entre dois pontos (A e B) seguem o percurso de menor caminho ótico (mínimo tempo de viagem, e não menor distância). Princípio do tempo mínimo vale para a maioria dos casos. ➢Em um meio homogêneo, a luz se propaga em um caminho retilíneo. Dt = d cmeio ➢Tempo mínimo corresponde ao percurso de menor distância entre dois pontos ➔linha reta. Meio homogêneo n é constante cmeio é constante Propagação em meio homogêneo ➢ Experimentos simples ilustrando o princípio de propagação retilínea da luz: Sombras • Utiliza o princípio de propagação retilínea da luz • É essencialmente uma caixa fechada (light-proof) com um pequeno orifício Não utiliza lentes. Um filme fotográfico pode ser utilizada para registro. • Existe compromisso entre luminosidade e resolução Propagação em meio homogêneo Pinhole Camera (Câmara de Furo) Propagação em meio homogêneo Reflexão e Refração ➢ Quando um raio (raio 1) atinge a interface que separa dois meios distintos (por exemplo, ar e vidro), tem-se uma fração refletida (raio 2) e outra refratada (raio 3) ➢ Os raios incidente, refletido e refratado (ou transmitido) estão todos contido no mesmo plano, chamado de plano de incidência. ➢ O plano de incidência está definido pelo raio incidente e pela normal à superfície. Reflexão e Refração A partir do principio de Fermat, é possível demonstrar que: ➢ Lei da reflexão Os raios refletidos permanecem no plano de incidência e o angulo de reflexão é igual ao angulo de incidência. q1 =q3 ➢ Lei da refração (Lei de Snell-Descartes) Os raios incidente e refratado permanecem no plano de incidênciae os ângulos de incidência e refração obedecem a seguinte relação: n1sen(q1) = n2sen(q2 ) Efeitos da Refração Raios de luz provenientes do objeto submerso desviam-se devido à refração, dando uma impressão falsa de sua localização para o observador (o cérebro humano interpreta o raio de luz como vindo sempre em linha reta) Exemplos Exemplo-2: Calcule a direção do raio de luz que atravessa uma interface dielétrica, sabendo-se que n1 = 1; n2 = 1,5; e θ1 = 30 o. θ1 = 30 o n1 sin q1( ) = n2 sin q2( ) Þ sin q2( ) = 1,0 ×sin 30o( ) 1,5 = 0, 5 1,5 Þq2 = sin -1 0,333( ) =19, 5o n1 = 1 n2 = 1,5 Exemplos Exemplo-3: Repita o procedimento para n1 = 1,5; n2 = 1. O que se pode conlcuir sobre os reulstados? θ1 = 30 o n1 sin q1( ) = n2 sin q2( ) Þ sin q2( ) = 1, 5 ×sin 30o( ) 1, 0 = 0, 75 1, 0 Þq2 = sin -1 0, 75( ) = 48,6o n1 = 1,5 n2 = 1,0 Conclui-se que o ângulo θ é maior onde n for menor Visualização da Lei de Snell l = c u A frequência não muda quando a onda passa de um meio para o outro ➔ A cor da radiação não muda! A velocidade de propagação muda Alteração no comprimento de onda l1 l2 = c1 c2 = c0 n1 c0 n2 = n2 n1 Exemplos Um raio de luz de 500 nm propagando no ar incide na interface com um meio transparente de índice de refração 1.6, tendo como resultado um raio refletido com um ângulo de 60o com a reta normal ao plano de incidência e um raio refratado. Calcule: a) o ângulo de refração b) o comprimento de onda no meio transparente n1 n2 θ1 θ2 Efeitos da refração – decomposição da radiação Luminosa ➢ O Índice de refração n encontrado pela luz ao atravessar qualquer meio (exceto vácuo) depende de λ. ➢ Isso implica que luz proveniente de fontes luminosas consistindo de diferentes λ’s, os raios serão refratados com diferentes ângulos na superfície ➢ Ou seja, Luz é separada por refração ➔ Dispersão cromática Reflexão Total Ângulo Crítico: ângulo sob o qual o raio incidente é refratado com ângulo igual a 90o n1senq1 = n2senq2 Þ n1senqc = n2sen90 o qc = arcsen n2 n1 Reflexão Total - Exemplos Reflexão Total - Exemplos ➢ Reflexão total interna e formação de arco-íris Reflexão Total - Exemplos Fibra óptica: núcleo de vidro ou de plástico, com casca de material de índice de refração menor que do núcleo ➔ reflexão total e guiamento do raio de luz ➢ Ao redor da casca há uma capa feita de material plástico necessária para proteger o interior de danos mecânicos. Propagação em meios Não-Homogêneo ➢ Em um meio não homogêneo, o índice de refração n(r) é função da posição r ➢ O caminho optico (L) entre dois pontos A e B de certo percurso é então calculado como: L = n(r )ds A B ò n(y) ×senq(y) = constan te (Lei de Snell generalizada) Exemplo: mistura não homogênea de água (n=1.333) e álcool (n=1.361) Propagação em meios Não-Homogêneo ➢ Em um meio não homogêneo a luz se propaga em caminhos curvilíneos ➢ Aplicações: comunicações ópticas, turbulências atmosféricas, efeito miragem. Propagação em meios Não-Homogêneo ➢ “Agua falsa” sobre as rodovias em dias quentes: um exemplo comum de miragem. • Índice de refração do ar acima do piso quente é mais baixo que o das camadas superiores • Raio de luz que vem do objeto refrata e passa de descendente a ascendente. • Cérebro interpreta o raio projetado em linha reta, como se fosse refletido na superfície. Exemplos Exemplo-4: Determine o ângulo crítico de incidência de um raio de luz na interface entre vidro (n1 = 1,5) e ar? n1 sin q1( ) = n2 sin q2( ) sin q1( ) = 1×sin 90o( ) 1,5 Þq1 = 41,8 o Obrigado Pela Atenção
Compartilhar