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Recurso Extraordinário em Ação Popular

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C o nfor me d ispo sto na S úmula V inc ula nte 46, a de finição dos cr imes de 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO ALFA
PROCESSO N° ____
	CARLOS SANTOS, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, através de seu advogado infra-assinado, com endereço na rua ___, vem nos autos da Ação Popular que postula em face do MUNICÍPIO X interpor o presente RECURSO EXTRAORDINÁRIO com fundamento no art. 102, CF/88, com base nas seguintes razões em anexo.
Outrossim requer após as formalidades de estilo, a remessa dos autos ao Egrégio Supremo Tribunal Federal.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Local/Data
Advogado
OAB/UF
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Recorrente: CARLOS SANTOS
Recorrido: MUNICÍPIO ALFA
Processo n° ___
	Nobres julgadores, não merece prosperar o venerando acórdão que negou provimento ao recurso de apelação, uma vez que a decisão viola princípios constitucionais.
I – BREVE RESUMO
O Recorrente ingressou com uma Ação de Obrigação de Fazer contra o Município Alfa, ora Recorrido, alegando ser portador de moléstia degenerativa em seu fígado associada à doença sistemática que atinge o sistema neurológico, causando a imobilidade total, conforme vasta prova documental em anexo.
O Recorrente teve conhecimento que em Cuba tem o referido tratamento e requereu na ação em curso o custeio de seu tratamento em clínica no exterior onde existe especialista no assunto.
A sentença, entretanto, julgou improcedente o pedido formulado na petição inicial, afirmando que não há comprovação de 100% de eficácia do tratamento. Carlos interpõe recurso de apelação, no qual houve decisão favorável, baseado no direito à vida previsto na Constituição Federal. Entretanto, o acórdão proferido em 2ª instância negou provimento ao recurso do Apelante. Os Embargos de Declaração também teve seu provimento negado.
I. DA TEMPESTIVIDADE
O presente recurso é tempestivo, uma vez que foi interposto no prazo de quinze dias estabelecido pelo art. 1003, §5º do CPC/15.
É imprescindível trazer à baila a norma contida no art.1026 da Lei 13105/2015, o qual determina expressamente que: “Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso.”
	Assim, considerando a interrupção de prazo mediante a oposição dos embargos de declaração, não há dúvidas de que a contagem para o presente recurso teve seu início da publicação do acórdão que julgou os embargos de declaração.
II. DA REPERCUSSÃO GERAL
O caso em tela versa sobre o Direito à Vida.
Conforme dispõe o art.102, § 3°, CF/88, o Recorrente vem demonstrar que a questão discutida nos autos possui repercussão geral apta a ensejar a admissibilidade do apelo extraordinário por este colendo Superior Tribunal Federal.
De acordo com o §1° do art. 1035, CPC/15: “Para efeito da repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos do processo.”
O uso desse filtro recursal resulta numa diminuição de processos encaminhados à Suprema Corte. Uma vez constatada a existência de repercussão geral, o STF analisa o mérito da questão e a decisão proveniente dessa análise será aplicada posteriormente por instâncias inferiores, em casos idênticos.
In casu, existem questões relevantes do ponto de vista social que ultrapassam os interesses subjetivos da causa.
III. DO PREQUESTIONAMENTO
Verifica-se que o venerando acórdão se manifestou expressamente sobre a questão constitucional debatida no recurso de apelação, diante do que se conclui que se encontra preenchido requisito legal do prequestionamento.
IV. DO CABIMENTO
É cabível o presente recurso, haja vista que houve esgotamento prévio das vias ordinárias e que a decisão recorrida contrariou dispositivos da Constituição Federal, nos termos do art.102,III, alínea a, CF/88. 
“Art. 102 – Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
III – julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) Contrariar dispositivo desta Constituição.”
Verifica-se que o Egrégio Tribunal de Justiça ao manter em última instância a decisão proferida pelo D. Magistrado de primeiro grau em descompasso com a Constituição, abriu precedente que autoriza a interpretação do presente recurso extraordinário na forma da lei.
No caso em questão, é nítida a violação do artigo 5°, caput, CF/88.
VII - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
O Recurso Extraordinário tem por finalidade manter a guarda e a proteção da Constituição da República Federativa do Brasil.
O Recurso Extraordinário é cabível com fundamento no art. 102, III, alíneas a e d da Constituição. 
A saúde é direito constitucionalmente assegurado, encontrando-se disciplinado no artigo 196 e seguintes da Constituição Federal. Compete ao Estado a garantia da saúde mediante execução política de prevenção e assistência à saúde, com a disponibilização dos serviços públicos de atendimento à população. 
Existe expressa disposição constitucional sobre o dever de participação da União no financiamento da saúde, nos termos do art. 198, CF/88.
“RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. DIREITO À SAÚDE. TRATAMENTO MÉDICO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DOS ENTES FEDERADOS. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. REAFIRMAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. O tratamento médico adequado aos necessitados se insere no rol dos deveres do Estado, porquanto responsabilidade solidária dos entes federados. O polo passivo pode ser composto por qualquer um deles, isoladamente, ou conjuntamente.” O tratamento médico adequado aos necessitados se insere no rol dos deveres do Estado, porquanto responsabilidade solidária dos entes federados. O polo passivo pode ser composto por qualquer um deles, isoladamente, ou conjuntamente.” Sustenta o embargante, em síntese “Na hipótese dos autos, a despeito de se ter reafirmado a jurisprudência supostamente dominante sobre a matéria, restaram vencidos os Ministros Teori Zavascki, Roberto Barroso e Marco Aurélio, não tendo se manifestado a Ministra Cármen Lúcia. “Na hipótese dos autos, a despeito de se ter reafirmado a jurisprudência supostamente dominante sobre a matéria, restaram vencidos os Ministros Teori Zavascki, Roberto Barroso e Marco Aurélio, não tendo se manifestado a Ministra Cármen Lúcia. Ou seja, a clara existência de duas correntes distintas – uma pela reafirmação da jurisprudência dominante e outra se limitando a reconhecer a repercussão geral – por si só justificaria o uso da Ou seja, a clara existência de duas correntes distintas – uma pela reafirmação da jurisprudência dominante e outra se limitando a reconhecer a repercussão geral – por si só justificaria o uso da Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 9186471. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 9186471.Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Relatório Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 166 RE 855178 ED / SE RE 855178 ED / SE faculdade de se discutir o tema em reunião presencial do Plenário, o que também possibilitará um maior debate acerca das diversas nuances e peculiaridades do tema. faculdade de se discutir o tema em reunião presencial do Plenário, o que também possibilitará um maior debate acerca das diversas nuances e peculiaridades do tema. Nesse cenário, considerando a existência de divergência de entendimento no âmbito desta Corte sobre o tema dos autos e, ainda, a sua relevância e complexidade, a análise pelo Plenáriopresencial revela-se indispensável. Conforme será demonstrado nos tópicos seguintes, há diversas nuances do tema da responsabilidade solidária que não foram debatidas por essa Corte nos precedentes que deram origem à jurisprudência ora reafirmada.” (fl. 5 do doc. 8). Nesse cenário, considerando a existência de divergência de entendimento no âmbito desta Corte sobre o tema dos autos e, ainda, a sua relevância e complexidade, a análise pelo Plenário presencial revela-se indispensável. Conforme será demonstrado nos tópicos seguintes, há diversas nuances do tema da responsabilidade solidária que não foram debatidas por essa Corte nos precedentes que deram origem à jurisprudência ora reafirmada.” (fl. 5 do doc. 8). Argumenta, ainda, que o presente recurso foi vinculado à Controvérsia nº 50, que versa sobre a responsabilidade da União de fornecer medicamentos diretamente à população, em face da norma constitucional que garante a descentralização dos serviços públicos de saúde. Argumenta, ainda, que o presente recurso foi vinculado à Controvérsia nº 50, que versa sobre a responsabilidade da União de fornecer medicamentos diretamente à população, em face da norma constitucional que garante a descentralização dos serviços públicos de saúde. Por fim, aduz que “a questão ora discutida também se relaciona com outras questões pendentes de apreciação definitiva por essa Suprema Corte” (fl. 10 – doc. 8). Por fim, aduz que “a questão ora discutida também se relaciona com outras questões pendentes de apreciação definitiva por essa Suprema Corte” (fl. 10 – doc. 8). É o relatório.
Não obstante ainda há a violação do princípio da dignidade humana previsto no art.1º,III, CF/88, onde o mesmo se refere à garantia das necessidades vitais de cada indivíduo e que no caso em tele está sendo totalmente violado.
VIII. DO PEDIDO
Diante do exposto requer aos nobres julgadores que seja conhecido e provido o recurso para reformar o venerando e custear o referido tratamento médico.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Local/Data
Advogado
OAB/UF

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