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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA SEÇÃO JUCIÁRIA DO ESTADO ... Maria Souza, brasileira, estado civil, professora, portadora da identidade de n°, inscrita no CPF sob N°, residente e domiciliada na Rua, Bairro, Cidade, e-mail, representada nesse ato pelo seu advogado regularmente constituído, inscrito na OAB sob o n° .., endereço profissional, email eletrônico, com base no art 5°, da lei LXXI, da Constituição Federal e Lei 12.016/2009, para propor o presente MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR Em face da Universidade Federal do Estado “...”, Com endereço na Rua, pelos fatos e fundamentos que se expõe a seguir I. GRATUIDADE DE JUSTIÇA Afirma a parte que a autora sendo pessoa hipossuficiente, não podendo custear as despesas referentes ao presente processo sem por em risco a subsistência sua e de sua família, razão pela qual requer o deferimento da gratuidade de justiça, conforme o art 98 e seguintes do CPC. II. DOS FATOS Marcos Silva, aluno de uma Universidade Federal, autarquia federal, inconformado com a nota que lhe fora atribuída em uma disciplina do curso de graduação, abordou a professora Maria Souza, servidora pública federal, com um canivete em punho e, em meio a ameaças, exigiu que ela modificasse sua nota. Nesse instante, a professora, com o propósito de repelir a iminente agressão, conseguiu desarmar e derrubar o aluno, que, na queda, quebrou um braço. Diante do ocorrido, foi instaurado Processo Administrativo Disciplinar (PAD), para apurar eventual responsabilidade da professora. Ao mesmo tempo, a professora foi denunciada pelo crime de lesão corporal. Na esfera criminal, a professora foi absolvida, uma vez que restou provado ter agido em legítima defesa, em decisão que transitou em julgado. O processo administrativo, entretanto, prosseguiu, sem a citação da servidora, pois a Comissão nomeada entendeu que a professora já tomara ciência da instauração do procedimento por meio da imprensa e de outros servidores. Ao final, a Comissão apresentou relatório pugnando pela condenação da servidora à pena de demissão. O PAD foi encaminhado ao reitor da universidade para a decisão final, que, sob o fundamento de vinculação ao parecer emitido pela Comissão, aplicou a pena de demissão à servidora, afirmando, ainda, que a esfera administrativa é autônoma em relação à criminal. Em 11/01/2017, a servidora foi cientificada de sua demissão, por meio de publicação em Diário Oficial, ocasião em que foi afastada de suas funções, e, em 22/02/2017, procurou seu escritório para tomar as medidas judiciais cabíveis, informando, ainda, que, desde o afastamento, está com sérias dificuldades financeiras. Como advogado(a), elabore a peça processual adequada para amparar a pretensão de sua cliente, analisando todos os aspectos jurídicos apresentados. III. DA CONCESSÃO DA LIMINAR Como é de conhecimento, para concessão do que ora se requer faz-se necessário a presença de dois elementos, quais sejam, o fumus boni turis e o periculum in mora. O fumus boni iuris se caracteriza pela ilegalidade prática pela Autoridade coatora quando não notificou a autora acerca do PAD, descumprindo assim o preceito do artigo 50, LV da Constituição Federal e art. 22 da lei 8.112/1990. Ademais, não pode ser afastado do cerne da discussão o fato da autora já ter sido absolvida na esfera criminal por não existir licitude da sua conduta em razão da legitima defesa. Frise-se que tal fato AFASTA a demissão ora aplicada, por força de aplicação do art. 132. VII da lei 8.112/1990. De outro giro, a periculum in mora reside na precariedade financeira a qual a autora se submete atualmente e permanecerá assim caso não seja desfeito o ato de demissão, visto que o labor como professora na refenda universidade consistia na sua única fonte de renda. Em sendo assim, estando presentes ambos os requisitos, é irrefutável a necessidade de concessão da liminar ora requerida. IV. FUNDAMENTAÇÃO Conforme assinala o art. 59. LXIX da Constituição Federal e o art 10 da lei 12.016/2009, 0 mandado de segurança se presta a resguarda direito líquido e certo contra abuso de poder ou ato legal praticado por autoridade. Conforme esta narrado, a situação tática se adequa aos moldes da ação devendo ser concedida a segurança. V. DO MÉRITO É inegável que o art. 5º, incisos LIV e LV da Constituição Federal garantem ao individuo o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa. LIV- ninguém será privado da liberdade ou de bens sem o devido processo legal; LV- -aos litigantes em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com meios e recursos à ela inerentes; Ademais, ainda corroborando o direito da autora, o artigo 143 c/c o artigo 161, 5 10 da lei 8.112/90 preceitua que o PAD ou sindicância que se preste a averiguar conduta ilícita de servidor público deve garantir ao mesmo o devido processo legal. No entanto, como resta muito claro e delineado na tratativa dada a parte autora, a mesma somente veio tomar ciência de que estava sendo submetida à uma PAD quando da publicação da decisão do mesmo em diário oficial, após o ato de sua demissão. Em adição ao argumento exposto acima, o art. 65 do Código de Processo Penal bem como os arts. 125 e 126 de leis 6.112/90 são claros em definir que decisão penal vincula o conteúdo de decisão em seara administrativa. Aplicando o texto ao caso concreto e sabendo que a decisão penal absolveu a parte autora.do que lhe for imputado, outra decisão não poderia se esperar, na luz da legalidade que não o arquivamento do PAD eles que, como já dito, a seara penal vincula a seara administrativa. Mas se viu que o PAD prosseguiu e aplicou sanção de demissão da parte autora ao arrepio da lei. Ante o exposto, presentes todas as ilegalidades acima expostas, não há outra alternativa senão a anulação do ato demissional bem como que se determine a reintegração da parte autora ao cargo público que ocupava bem como que se apure e pague o valor não pago quando da sua suspenção, na forma do artigo 25 de lei 112/90. VI. DOS PEDIDOS Diante do exposto requer: a) A concessão da gratuidade de justiça, na forma do art. 98 e seguintes do CPC; b) a concessão da medida liminar para garantir a reintegração da parte autora ao quadro de servidores ativos da autarquia federal até que se prolate decisão definitiva, na forma do art. 90 c/c art. 701 do CPC c) A citação do Réu para apresentar defesa, no prazo legal; d) a confirmação da tutela de urgência, com a anulação do ato que demitiu a parte autora, condenando-se a parte Ré a reintegrar a parte autora ao quadro de servidores ativos da autarquia federal bem como ao pagamento dos valores e vantagens que faria jus caso estivesse no cargo; e) a produção de provas admitidas em direito e especialmente as que ora se anexa ao processo; f) a condenação do Réu ao ônus de sucumbencia; VII. VALOR DA CAUSA Dá-se o valor da causa de R$1.320 (mil trezentos e vinte reais) Nestes termos, pede deferimento. Local e data Advogado OAB/UF
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