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RECURSO ORDINÁRIO Recurso ordinário é a medida recursal cabível em face da sentença de primeiro grau, proferida pela Vara do Trabalho, seja de mérito ou não. Quando a sentença é de mérito, ela é definitiva, e quando não aprecia o mérito, recebe a denominação terminativa. · Cabimento do Recurso Ordinário As hipóteses de cabimento do recurso ordinário trabalhista estão dispostas no art. 895 da CLT. São elas: “Artigo 895, CLT – Cabe recurso ordinário para a instância superior: I – das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 dias; II – das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de 8 dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos.” · Requisitos intrínsecos e extrínsecos do Recurso Ordinário Os pressupostos recursais também denominados como requisitos de admissibilidade dos recursos, pois constituem requisitos prévios que o recorrente deve preencher para que seu recurso seja conhecido e julgado pelo Tribunal. Segundo a classificação, os pressupostos processuais se dividem em intrínsecos e extrínsecos. Os pressupostos intrínsecos são aqueles que dizem respeito à decisão recorrida em si mesma considerada. Para serem aferidos, leva-se em consideração o conteúdo e a forma da decisão impugnada. Os pressupostos intrínsecos são: a) Cabimento – Os recursos devem ser cabíveis à decisão a ser impugnada. Primeiramente, o ato judicial deve ser recorrível, ou seja, ser passível de impugnação por medida recursal. O recurso deve ser adequado a impugnar a decisão. Se a parte interpuser o recurso incorreto, ele não será conhecido, salvo as hipóteses de aplicação do princípio da fungibilidade. b) Legitimidade – É a pertinência subjetiva para recorrer, ou seja, quais pessoas podem interpor recurso no processo. Podem recorrer no Processo do Trabalho as partes do processo, o Ministério Público quando atuou como parte ou oficiou como fiscal da ordem jurídica e o terceiro juridicamente interessado. c) Interesse recursal – Interesse de recorrer é a relação necessária entre o bem jurídico indeferido e o benefício em tese que o recorrente teria como deferimento. Os pressupostos extrínsecos são: a) Preparo – O preparo significa o pagamento das taxas e despesas processuais para o recurso poder ser conhecido. b) Depósito recursal – O depósito recursal consiste em valor pecuniário a ser depositado na conta judicial, devido quando há condenação em pecúnia como condição para conhecimento do recurso interposto pelo reclamado. c) Regularidade formal – Quanto ao aspecto formal de interposição do Recurso Ordinário, diz o caput do art. 899, CLT: “Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora.” d) Tempestividade – O requisito da tempestividade está preenchido quando o recurso é interposto dentro do prazo previsto pela lei processual. · Juízo de admissibilidade e juízo de mérito O juízo de admissibilidade consiste na análise da presença ou ausência dos pressupostos de admissibilidade recursais, isto é, dos requisitos que deve, estar presentes para que o recurso seja admitido, recebido, aceito pelo Poder Judiciário para julgamento do mérito. O Poder Judiciário, ao receber um recurso, primeiro analisa se os requisitos para sua interposição estão presentes ou ausentes, para somente após verificar se as alegações do recorrente sobre a ocorrência de erros são verídicas ou não. O juízo de mérito apura a procedência ou não daquilo que se postula. · Preliminares Recursais As preliminares ou objeções processuais são as matérias nas quais, se acolhidas, implicarão em extinção dos pedidos sem resolução do mérito. São defesas contra o processo ou contra a ação. As hipóteses estão no artigo 301 do CPC. Compete a reclamada arguir em preliminar: (art. 301 CPC) 1 – Inexistência ou nulidade da citação – no processo do trabalho a citação deve ocorrer até 5 dias antes da audiência (art. 841CLT). 2 – Incompetência absoluta – trata-se de incompetência em razão da matéria. (art. 114 da CF); 3 – Inépcia da petição inicial – o parágrafo único do artigo 295 do CPC indica as hipóteses de inépcia da inicial; 4 – Litispendência - Há litispendência quando se repete a ação, que está em curso, com as mesmas partes, mesma causa de pedir e o mesmo objeto; 5 – Coisa julgada - Quando se repete em uma ação os mesmos pedidos já decididos por sentença de mérito. 6 –Conexão – quando uma ação tem o mesmo objeto ou a mesma causa de pedir (art. 103CPC); 7 – Continência – quando entre duas ou mais ações haja identidade de partes e de causa de pedir, sendo que o objeto de uma abrange as demais (art. 104CPC); 8 – Incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; 9 – Convenção ou arbitragem; 10 – Carência de ação – é a forma técnica de dizer que o autor não preenche as condições da ação, que são: legitimidade de parte, interesse processual e possibilidade jurídica do pedido (art. 267, VI CPC); O acolhimento da preliminar implica em extinção dos pedidos sem resolução do mérito. (art. 267 do CPC). · Prejudiciais de mérito As prejudiciais de mérito são as matérias nas quais, se acolhidas, implicarão em extinção dos pedidos com resolução do mérito. É a hipótese de prescrição ou decadência. Prescrição não se alega em preliminar, eis que se conhecida, será julgado extinto o feito, COM julgamento do mérito (art. 269, IVCPC). Também é certo inserir a prescrição como MÉRITO, mas NUNCA como preliminar. Em que pese o disposto no art. 219, § 5º do CPC, a prescrição DEVE ser alegada na defesa. Havendo ou não preliminar, a reclamada deverá se manifestar sobre todos os fatos narrados na petição inicial, sob pena de presumir-se verdadeiros os fatos não impugnados (art. 302CPC). Depois da contestação só será lícito deduzir novas alegações quando: (I) relativas a fatos supervenientes; (II) competir ao juiz conhecer delas de ofício; (III) por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e juízo. (art. 303 CPC). · Objetivos do Recurso Ordinário Recurso “é um meio de impugnação dos atos do juiz, classificados como sentenças judiciais, por meio do qual a parte, que sucumbiu em determinada pretensão deduzida em juízo [...] dispõe para alterar ou anular, total ou parcialmente, o seu conteúdo”. (CAIRO JUNIOR, 2012, p. 612). Para o ilustre doutrinador Sérgio Pinto Martins (2011, p. 393) “recurso é o meio processual estabelecido para provocar o reexame de determinada decisão jurídica, visando à obtenção de sua reforma ou modificação”.
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