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Surfactantes sintéticos e biossurfactantes
228
Vol. 39, N° 3, p. 228-236, AGOSTO 2017Quím. nova esc. – São Paulo-SP, BR.
Química e Sociedade
A seção “Química e sociedade” apresenta artigos que focalizam diferentes inter-relações 
entre Ciência e sociedade, procurando analisar o potencial e as limitações da Ciência 
na tentativa de compreender e solucionar problemas sociais.
Recebido em 26/04/2016, aceito em 11/12/2016
Lorena de Oliveira Felipe e Sandra de Cássia Dias
O objetivo deste artigo é apresentar as principais vantagens e desvantagens dos surfactantes sintéticos 
e dos biossurfactantes. Tensoativos ou surfactantes são compostos orgânicos anfipáticos que apresentam 
em sua molécula uma parte polar e outra apolar. Os surfactantes são amplamente utilizados no nosso dia a 
dia, estando presentes em produtos de higiene pessoal, detergentes domésticos ou industriais, cosméticos e 
em alguns alimentos industrializados. Os surfactantes podem ser sintetizados por rota química a partir de 
derivados do petróleo ou pela via biotecnológica utilizando micro-organismos e matéria-prima renovável. Os 
surfactantes sintéticos são economicamente mais viáveis. Entretanto, quando comparados aos biossurfactantes, 
provocam maior impacto ambiental. Dessa forma, os biossurfactantes são uma alternativa promissora e seu 
consumo tem crescido cada dia mais. 
 tensoativos, processos biotecnológicos, impactos ambientais 
Surfactantes sintéticos e biossurfactantes: 
vantagens e desvantagens
http://dx.doi.org/10.21577/0104-8899.20160079
AN
O
S
Surfactantes: uma visão geral
Tensoativos ou surfactantes (contração do termo surface 
active agent) são compostos orgânicos anfipáticos que apre-
sentam em sua molécula uma porção polar e outra apolar. A 
porção apolar, também denominada de cauda, é constituída 
por uma ou duas cadeias carbônicas, ou fluorocarbônicas, 
ou siloxânicas. Enquanto a porção polar, ou cabeça, pode 
apresentar grupos iônicos (cátions ou ânions), não iônicos 
ou anfóteros, que se comportam como ácido ou base de-
pendendo do pH do meio (Daltin, 2011). Os surfactantes 
são classificados em aniônicos, catiônicos, não iônicos ou 
anfotéricos, de acordo com o grupo presente na parte polar 
(Figura 1 e Tabela 1).
Os surfactantes, devido ao seu caráter anfifílico, quando 
adicionados a um solvente polar, como água, se acumulam 
na superfície do solvente, ou seja, na interface solvente/ar. A 
presença das moléculas de surfactantes na superfície diminui 
a força de coesão entre as moléculas do solvente, localizadas 
na superfície, reduzindo a tensão superficial (Figura 2). A 
adição de mais moléculas de surfactante após a saturação da 
superfície entre as duas fases (polar/apolar) não diminuirá a 
tensão superficial. As moléculas de surfactante adicionadas 
após a saturação interagirão entre si formando agregados 
moleculares, denominados de micelas, no interior da fase 
polar (Figura 3A) e ou no interior da fase apolar (Figura 3B). 
A concentração na qual se inicia o processo de formação de 
micelas é denominada de concentração micelar crítica (cmc). 
A cmc é uma propriedade intrínseca e característica de cada 
surfactante. A natureza química do grupo hidrofóbico, do 
Figura 1: Representação esquemática dos surfactantes catiôni-
cos (A), aniônicos (B), anfóteros (C) e não iônicos (D). A cauda 
corresponde à porção apolar e a cabeça à porção polar.
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Tabela 1: Classificação dos surfactantes de acordo com o grupo polar. Adaptado de: Daltin (2011), Myers (2006).
Classes de 
surfactantes
Nomenclatura Fórmula química
Aniônicos Sulfonato de alquilbenzeno
 
Dodecil sulfato de sódio (SDS)
 
N-lauroilsarcosinato de sódio (Gardol®)
 
Catiônicos Cloreto de cetilpiridínio
 
Cloreto de dodecil trimetilamônio
 
Cloreto de hexadecilbenzildimetilamônio
 
Não-iônico
Éter hexadecil (20)-Polioxietilênico 
(Brij 58®)
 
Figura 2: Representação esquemática. A – Gota de água em uma superfície hidrofóbica. B – Gota de água em uma superfície 
hidrofóbica, contendo moléculas de surfactante. A redução da tensão superficial na gota de água, após a adição do surfactante, 
aumentou a área de contato da água com a superfície hidrofóbica.
Figura 3: Esquema ilustrativo mostrando a organização molecular de um surfactante em uma micela direta (A) e uma micela inversa (B).
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grupo hidrofílico, força iônica, temperatura e a presença de 
eletrólitos são fatores que afetam a cmc.
Os surfactantes são utilizados em diferentes processos 
industriais, domésticos e biológicos, exercendo funções 
como, emulsificante, agente molhante ou de suspensão, 
dispersão de fases e lubrificantes. Logo, apresentam impor-
tância significativa no cotidiano das pessoas (Tabelas 2 e 3) 
(Behring, 2004; Daltin, 2011). 
A Figura 4 apresenta as fórmulas estruturais de alguns 
surfactantes descritos na Tabela 3. 
Surfactante sintético: histórico, produção e impacto ambiental
O sabão é um tensoativo natural utilizado desde 79 a.C. 
Ele é produzido a partir da reação química entre gordura de 
origem animal ou óleos de origem vegetal com uma solu-
ção de hidróxido de sódio ou potássio, ou outras soluções 
alcalinas. Essa reação química é conhecida como reação de 
saponificação (Barbosa e Silva, 1995). 
Detergentes são surfactantes sintéticos produzidos 
por rotas químicas. Eles são obtidos a partir de diferentes 
matérias-primas, principalmente dos derivados do petróleo 
(Figura 5) (Penteado et al., 2006). A produção dos deter-
gentes iniciou-se na Alemanha durante a Primeira Guerra 
Mundial. Na ocasião, a escassez de matérias-primas naturais, 
gordura animal e óleos vegetais estimulou a obtenção de uma 
nova rota de produção utilizando os derivados petroquímicos 
(Baker et al., 2004). 
O sulfonato de alquilbenzeno (ABS) é um detergente 
sintético produzido a partir do benzeno e do propileno. Suas 
propriedades superiores às do sabão e dos detergentes sintéti-
cos existentes na época contribuíram para seu grande consumo 
e comercialização (Penteado et al., 2006). O ABS quando 
comparado aos sabões apresenta maior poder de limpeza e 
solubilidade em água contendo os íons Ca2+, Fe3+ e Mg2+, co-
nhecida como água dura (Barbosa e Silva, 1995). Entretanto, 
o alto potencial poluidor e a refratariedade à degradação bio-
lógica são duas desvantagens do ABS (Penteado et al., 2006). 
O potencial poluidor do ABS está relacionado à sua 
capacidade de formar uma densa camada de espuma, de 
coloração branca, em corpos d’água conhecida como “cisne-
-de-detergente”. Essa densa camada de espuma é responsável 
pelo carreamento de diferentes tipos de poluentes por longas 
distâncias, diminuição da taxa de fotossíntese e mortalidade 
de seres aquáticos (Chimello et al., 2012). Os carbonos qua-
ternários da porção hidrofóbica da molécula do ABS não são 
passíveis de degradação biológica, causando sua persistência 
no ambiente por longos períodos (Figura 6A) (Penteado et 
Tabela 2: Algumas aplicações dos surfactantes em processos 
industriais.
Aplicação Referência
Construção civil Anghinetti (2012)
Cosméticos Chou (2015)
Agroquímica Sachdev e Cameotra (2013)
Indústria de alimentos Nitschke e Costa (2007)
Indústria do petróleo Myers (2006)
Indústria têxtil Myers (2006)
Mineração Myers (2006)
Saúde Gugliotti (2002); Freddi et al. (2003)
Tabela 3: Informações mercadológicas referentes às diferentes classes de surfactantes. Adaptado de: Bain e Company, 2014.
Classe de surfactante
Informações mercadológicas
Comercialização nacional Principais surfactantes Principais produtos
Aniônicos
Primeiro subsegmento mais 
representativo em volume e 
venda.
Sulfonato de alquilbenzeno 
linear (LAS)
Lauril éter sulfato de sódio 
(LESS)
Sabão em pó para roupas, 
detergentes para louça e 
xampus.
Não Iônicos
Segundo subsegmentomais 
representativo em volume e 
venda.
Polietilenoglicóis, álcoois, al-
quilfenóis e aminas etoxiladas
Produtos de limpeza industrial, 
emolientes e umectantes para 
cosméticos.
Catiônicos
Subsegmento com maior pro-
jeção de crescimento até 2018.
Sais quaternários de amônio
Limpeza industrial, amaciantes 
e detergentes.
Anfóteros
Subsegmento menos repre-
sentativo
Betaínas
Xampu infantil, detergente para 
louça.
Figura 4: Fórmulas estruturais dos principais representantes das 
classes de surfactantes apresentados na Tabela 3: (A) betaína 
(surfactante anfotérico); (B) cloreto de cetil trimetil amônio (sur-
factante catiônico); (C) nonilfenol (surfactante não-iônico); (D) 
lauril éter sulfato de sódio (surfactante aniônico).
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al., 2006). A utilização do ABS foi proibida na Europa e nos 
EUA em 1965, devido aos impactos ambientais causados 
pelo seu uso. Entretanto, inúmeros países emergentes man-
tiveram sua utilização em diferentes aplicações industriais 
graças ao seu baixo custo. No Brasil, a utilização do ABS 
foi institucionalizada em 1976 e seu uso foi descontinuado 
obrigatoriamente em 1981 (Neto e Del Pino, 2001). 
O ABS foi substituído pelo sulfonato de alquilbenzeno 
linear (LAS). A cadeia de hidrocarboneto do LAS é linear 
sendo mais suscetível à degradação biológica, o que diminui 
sua persistência no meio ambiente (Figura 6 B) (Penteado 
et al., 2006). 
O uso dos surfactantes sintéticos, em diversos proces-
sos industriais e domésticos, provoca danos ambientais 
associados à sua produção e ao seu descarte. A presença de 
surfactantes nos corpos hídricos reduz a tensão superficial 
da água diminuindo sua taxa de evaporação, aumenta a 
solubilidade de compostos orgânicos presentes nos corpos 
hídricos. A espuma formada sobre a superfície da água di-
minui a penetração dos raiso solares, reduz a solubilidade do 
oxigênio provocando a morte de micro-organismos, peixes 
e plantas aquáticas.. Alguns detergentes apresentam em sua 
formulação sais contendo o grupo fosfato, como o tripoli-
fosfato de sódio. Este grupo complexa com os íons Ca2+ e 
Mg2+ presentes na água denominada dura, favorecendo a 
ação do detergente. O fosfato, presente no efluente devido 
ao uso desses detergentes, é utilizado como nutriente pela 
vegetação aquática superficial favorecendo o seu cresci-
mento excessivo, fenômeno conhecido como eutrofização. 
A eutrofização leva a menores concentrações de oxigênio 
no meio aquático provocando a morte dos outros seres 
vivos. Alguns compostos formados a partir da degradação 
dos surfactantes provocam distúrbios no sistema endócrino 
de organismos aquáticos e terrestres (Costa et al, 2007; 
Olkowska et al., 2014). 
Outra questão ambiental a considerar é o uso de maté-
rias-primas não renováveis, principalmente os derivados 
do petróleo. Diante do exposto, novas alternativas têm sido 
investigadas com o intuito de substituir os surfactantes sin-
téticos por surfactantes mais “amigos do ambiente”. Nesse 
contexto, os biossurfactantes, tensoativos produzidos pela 
via biotecnológica, são promissores (Brumano et al., 2016). 
Biossurfactante: vantagens, desvantagens e modo de 
produção
Na década de 80, foi criado o conceito de desenvolvi-
mento sustentável. Esse conceito visa conciliar atividades 
industriais com a preservação do meio ambiente atrelado 
ao desenvolvimento econômico e social (Veiga, 2008). A 
preocupação dos consumidores em adquirir produtos am-
bientalmente corretos estimulou o mercado de produtos com 
menor impacto ambiental e uma nova maneira de “re-pensar 
a química” (Brumano et al., 2016). Em se tratando do último 
Figura 5: Esquema representativo das rotas de obtenção química dos surfactantes sintéticos. Adaptado de: Bain & Company, 2014.
Figura 6: Representação da fórmula estrutural dos surfactantes 
sintéticos: (A) Sulfonato de alquilbenzeno (ABS); (B) Alquilben-
zeno linear (LAS).
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conceito, surgiu a Química Verde (Lenardão et al., 2003). 
De acordo com o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos 
(CGEE, 2010a), a “química verde, química ambiental ou 
química para o desenvolvimento sustentável é um campo 
emergente que tem como objetivo conduzir ações científicas 
e/ou processos industriais ecologicamente corretos”. Assim, 
a produção de inúmeros produtos através do desenvolvimen-
to de bioprocessos foi estimulada, tornando-se uma opção 
para os produtos tradicionalmente comercializados (CGEE, 
2010b). Portanto, a produção e a utilização de surfactantes 
naturais, também conhecidos como biossurfactantes, são 
alternativas aos surfactantes sintéticos (Myers, 2006).
Na natureza, diferentes organismos vivos produzem surfac-
tantes que apresentam diversas funções. Dentre os exemplos 
mais importantes pode-se citar: (i) sais biliares – sintetizados 
pela vesícula biliar, são fundamentais para a digestão da 
gordura a partir da emulsificação das mesmas, ou seja, so-
lubilizam a gordura (Maldonado-Valderrama et al., 2011); 
(ii) surfactante pulmonar - evita que os alvéolos pulmonares 
colabem, as paredes dos alvéolos se toquem, durante a expi-
ração, além de permitir maior permeabilidade às moléculas 
de oxigênio (Zasadzinski et al., 2001; Gugliotti, 2002); (iii) 
saponinas – produto resultante do metabolismo secundário de 
alguns vegetais, atuam como defesa contra agentes externos 
(Cibulski, 2015; Silva et al., 2015); e (iv) surfactantes de 
origem microbiana – produtos do metabolismo de diferentes 
bactérias, fungos e leveduras. A função biológica dos sur-
factantes microbianos está associada ao acesso a substratos 
hidrofóbicos, aumentando a disponibilidade de nutrientes 
para os micro-organismos produtores. Apresentam atividade 
antibiótica, sendo capazes de emulsificar a parede celular de 
outros micro-organismos, estimulando a competitividade e 
a sobrevivência das populações microbianas produtoras de 
biossurfactante (Mulligan et al., 2014). 
Os biossurfactantes, semelhante aos surfactantes sinté-
ticos, apresentam em sua molécula uma porção hidrofóbica 
e uma porção hidrofílica. A maioria dos biossurfactantes 
é neutro ou aniônico. Além disso, apresentam tamanhos 
diferentes desde pequenos ácidos graxos até cadeias polimé-
ricas. Os biossurfactantes são classificados de acordo com 
a composição química da molécula (Tabela 4). Os glicolí-
pideos apresentam em sua estrutura carboidratos (glicose, 
galactose, manose ou ramnose) combinados com ácidos 
graxos de cadeia longa (Felix, 2012). Os lipopeptídeos e 
lipoproteínas são compostos caracterizados por peptídeos 
ou proteínas ligados a ácidos graxos. Seus aminoácidos 
estão dispostos em forma cíclica e a porção proteica pode 
ser aniônica ou neutra (Barros et al., 2007). Os fosfolipídios 
são constituídos por ácidos graxos ou lipídeos neutros e 
grupos fosfatos. Esta classe de biossurfactante é produzida 
por leveduras e bactérias que utilizam alcanos como fonte 
de carbono e energia para o crescimento (Silva et al.; 2014). 
Já os surfactantes poliméricos ou lipopolissacarídeos são 
caracterizados por ácidos graxos e polissacarídeos ligados 
covalentemente. O emulsan é um dos biossurfactantes poli-
méricos mais conhecidos. Ele foi o primeiro biossurfactante 
produzido e comercializado em larga escala (Felix, 2012). 
Os surfactantes particulados são vesículas extracelulares 
produzidas por algumas bactérias. Essas vesículas apresen-
tam elevada atividade tensoativa, transportando alcanos para 
o interior das células.
Os biossurfactantes são utilizados em diversas aplicações, 
apresentando especificidade para cada situação em particular 
(Figura 7). Por exemplo, no setor farmacêutico a iturina A 
é um antifúngico eficiente contra micoses; a surfactina, por 
sua vez, apresenta ação antiviral, antibacteriana e inibe a 
formação de coágulos.No setor agrícola, os ramnolípidios 
são utilizados como biofungicida para prevenir o crescimento 
de fungos patogênicos em frutas e vegetais e, atualmente, são 
comercializados pela JeneilBiotech e Ecover, localizadas nos 
Estados Unidos e na Bélgica, respectivamente (Winterburn 
e Martin, 2012). A Figura 8 apresenta a estrutura química 
de alguns biossurfactantes. 
Tabela 4: Classificação dos biosurfactantes de acordo com a 
estrutura molecular. Adaptado de: Winterburn e Martin (2012).
Classe de 
biossurfactante
Tipo
Micro-organismo 
produtor
Glicolípidios
Ramnolípidios
Pseudomonas 
aeruginosa
Soforolípidios Candida bombicola
Trehalolípidios
Rhodococcus 
erythropolis,
Lipopeptídios
Viscosina
Pseudomonas 
fluorescens
Surfactina Bacillus subtilis
Polimixina Bacillus polymyxa
Fosfolípideos, 
ácidos graxos e 
lipídeos neutros
Ácidos graxos
Corynebacterium 
lepus
Lipídios neutros Nocardia erythropolis
Fosfolipídios
Thiobacillus 
thiooxidans
Surfactantes 
poliméricos
Emulsan
Acinetobacter 
calcoaceticus
Biodispersan
Acinetobacter 
calcoaceticus
Liposan Candida lipolytica
Surfactantes 
particulados
Vesículas
Acinetobacter 
calcoaceticus
Células Cianobacteria
Figura 7: Diferentes aplicações comerciais dos biossurfactantes.
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Figura 8: Representação da fórmula estrutural dos biossurfactantes: (A) ramnolípideo; (B) soforolípideos, (C) trehalolípideos, (D) 
Emulsan, (E) polimixina e (F) surfactina. Os biossurfactantes A, B e C pertencem à classe dos glicolípideos, o biossurfactante D é da 
classe dos poliméricos, e os biossurfactantes E e F são exemplos de moléculas da classe dos lipopeptídeos.
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Os biossurfactantes, produzidos por diferentes micro-
-organismos, são opção tecnológica para a substituição dos 
surfactantes sintéticos, pois apresentam algumas vantagens 
(Nitschke e Pastore, 2002; Mulligan et al., 2014):
i. Maior atividade superficial e interfacial. Menores 
concentrações de biossurfactantes provocam uma maior 
diminuição da tensão superficial devido a menor cmc 
dos biossurfactante. Por exemplo, a cmc do ramnolipi-
deo é 0,07 g.L-1 e a do surfactante sintético rokanol NL 
6TM (surfactante aniônico) 0,12 g.L-1. 
ii. Baixa toxicidade. Menor probabilidade de provocar 
reações alérgicas torna os biossurfactantes mais segu-
ros para serem utilizados em cosméticos, alimentos e 
produtos farmacêuticos.
iii. Biodegradabilidade. Os micro-organismos utilizam 
mais facilmente os biossurfactantes como substrato para 
obtenção de energia do que os surfactantes sintéticos. 
iv. Estabilidade em força iônica alta. Surfactantes sin-
téticos são estáveis entre 2 a 3% (m/v) de sais, já os 
biossurfactantes são estáveis até concentrações salinas 
de 10% (m/v).
v. Utilização de substratos alternativos na produção 
por via fermentativa. Os biossurfactantes podem ser 
produzidos a partir de substratos renováveis e resíduos 
agroindustriais (soro de leite, água de maceração de mi-
lho, manipueira). A utilização 
dessas matérias-primas como 
alternativa a meio de cultura 
sintético encorajam ações de 
gerenciamento ambiental.
Por outro lado, a produção 
de biossurfactante é uma área 
de estudo em desenvolvimento. 
Alguns desafios associados à 
produção precisam ser supera-
dos para viabilizar a produção 
e comercialização dos biossur-
factantes em escala comercial 
(Saharan, 2011; Winterburn e 
Martin, 2012): 
i. Preço. Principal desvantagem dos biossurfactantes 
sintéticos. Nesse caso, a diferença de preço chega a 
ser 50 vezes maior para os biossurfactantes quando 
comparados aos surfactantes sintéticos. 
ii. Baixa produtividade. Micro-organismos capazes de 
produzir biossurfactantes em concentrações economi-
camente viáveis ainda não foram identificados.
iii. Produção de espuma durante o processo. Durante o 
cultivo dos micro-organismos, a agitação e o processo 
de aerar o biorreator produzem espuma, mistura coloidal 
formada pela dispersão de um gás em um líquido. A 
espuma arrasta o meio de cultivo para fora do biorreator, 
local onde está ocorrendo o cultivo, causando perdas e 
favorecendo a contaminação durante o processo.
iv. Purificação do biossurfactante. A recuperação e puri-
ficação dos biossurfactantes é um desafio. Para obter o 
biossurfactante puro são necessárias várias etapas o que 
diminui a recuperação e gera maiores quantidades de 
efluentes, inviabilizando economicamente a purificação 
do biossurfactante.
Apesar dos desafios técnicos, a estimativa é que o 
mercado de biossurfactantes apresente um faturamento 
de cerca de US$ 2,7 bilhões de dólares e um volume de 
comercialização de aproximadamente 524 mil toneladas 
de surfactantes em 2023. As empresas líderes na produção 
desses compostos são a Ecover (Bélgica), a Urumqui Unite 
(China), a BASF-Cognis (Alemanhã), a Saraya (Japão) e a 
MG Intobio (Coreia do Sul). 
Dentre os biossurfactantes, os soforolípideos apresen-
tam maior volume de venda sendo utilizados em produtos 
de cuidados pessoais e na biorremediação. Embora os bios-
surfactantes provoquem menor impacto ambiental quando 
comparado aos surfactantes sintéticos, o seu descarte deve 
ser feito de forma adequada, pois eles não são inócuos ao 
meio ambiente (GlobeNewswire, 2016). 
Considerações finais
Conforme descrito no texto, os surfactantes são utiliza-
dos em diversos processos e produtos como xampu, pasta 
de dente, hidratantes corporais, 
fármacos e detergentes. Novos 
hábitos de consumo que valo-
rizam produtos ecologicamente 
corretos estão alavancando a 
produção e comercialização dos 
biossurfactantes, tensoativos 
produzidos por micro-organis-
mos a partir de matérias-primas 
renováveis com menor impacto 
ambiental durante o processo 
de produção e de descarte. Os 
biossurfactantes semelhante 
aos surfactantes sintéticos são 
moléculas anfipáticas redutoras 
da tensão superficial, agentes molhantes e umectantes. 
Eles podem ser utilizados na agricultura, na indústria de 
alimentos, tinta, recuperação de minérios, biorremediação 
de solos e água contaminados por óleos e como medica-
mentos. O grande desafio dos biossurfactantes é o elevado 
custo de produção comparado aos surfactantes sintéticos. 
Lorena de Oliveira Felipe (lorenaob@gmail.com). Bacharel em Engenharia de 
Bioprocessos e Mestre em Ciências, com área de concentração em Tecnologias 
para o Desenvolvimento Sustentável. Ambas as formações pela Universidade 
Federal de São João del-Rei/Campus Alto Paraopeba. Ouro Branco, MG – BRl. 
Sandra de Cássia Dias (andra@ufsj.edu.br). Bacharel em Farmácia (Universidade 
Federal de Ouro Preto). Doutora em Biotecnologia pela Universidade de São 
Paulo. Atualmente é professora do Departamento de Química, Biotecnologia e 
Engenharia de Bioprocessos da Universidade Federal de São João del-Rei/Campus 
Alto Paraopeba. Ouro Branco, MG – BRl
Os biossurfactantes semelhante aos 
surfactantes sintéticos são moléculas 
anfipáticas redutoras da tensão superficial, 
agentes molhantes e umectantes. Eles 
podem ser utilizados na agricultura, na 
indústria de alimentos, tinta, recuperação 
de minérios, biorremediação de solos 
e água contaminados por óleos e como 
medicamentos. O grande desafio dos 
biossurfactantes é o elevado custo de 
produção comparado aos surfactantes 
sintéticos.
Surfactantes sintéticos e biossurfactantes
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Referências
ANGHINETTI, I.C.B. Tintas, suas propriedades e aplicações 
imobiliárias. 2012. Monografia (Curso de Especialização em 
Construção Civil) - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo 
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http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi
http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi
Surfactantes sintéticos e biossurfactantes
236
Vol. 39, N° 3, p. 228-236, AGOSTO 2017Quím. nova esc. – São Paulo-SP, BR.
Abstract: Advantages and disadvantages of surfactants chemically synthesized and biosurfactants. This paper aims to address the main advantages and dis-
advantages of chemically synthesized surfactants and biosurfactants. Surfactants are organic and amphipathic compounds which have in their molecule both 
polar and nonpolar portion. Surfactants are highly used in our daily activities, being present in personal care products, household and industrial detergents, 
and cosmetics and in some food. Surfactants can be synthesized by chemical route from petroleum or by biotechnological route using microorganisms and 
renewable raw material. Chemical surfactants are more economically feasible. However, when compared to biosurfactants, surfactants provoke a worst impact 
in the environment. Therefore, biosurfactants are a promising alternative and its consumptionhas increasingly been growing.
Keywords: Surfactants. Biosurfactants. Environmental impacts.
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