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Teoria da Arquitetura I (4)

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HARVEY, David. Condição Pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. 6ed. São Paulo: Loyola, 1996.
GABRIEL LUCAS MENDES/ Teoria da Arquitetura e do Urbanismo 1.
No livro “condição pós-moderna” do geógrafo britânico David Harvey, é feito uma análise sobre as principais mudanças econômicas e culturais ocorridas no mundo, desde o surgimento do modernismo até a era pós-moderna na qual predomina um globalizado e flexível sistema capitalista. Harvey disserta também sobre como foi a relação entre sociedade, arte e política na Europa, até a consequente produção desse sistema econômico, evidenciando as necessidades e reflexões que foram surgindo ao longo dos anos da humanidade em razão das dinâmicas mudanças urbanas corridas no planeta.
O modernismo foi um movimento pautado pela mudança na ideologia cultural presente no século xx, englobando temáticas como política, arte, e economia. Ele defendia a ideia de que era possível produzir uma sociedade plenamente evoluída, através da projeção de um plano de atuação pautado pela linearidade e total padronização, para ser aplicado a qualquer circunstancia. Porém ao passar dos anos essa ideia mostrou-se ineficaz, caracterizando ele como um movimento elitista, visto que as suas práticas não conseguiam acessar as camadas mais pobres da sociedade. Desse modo, a partir de uma série de reflexões, e discussões de novos grupos políticos e artísticos, surgiu o movimento pós-modernista, que era pautado pela crença na heterogeneidade social, valorizando a individualidade como fator fundamental para uma nova construção cultural.
Harvey fala também do surgimento de alguns modelos econômicos, como o fordismo que teve influências na formação do modernismo. Esse modelo teve o seu inicio em 1914, quando Henry Ford determinou em sua empresa um sistema com 8 horas de trabalho diário, onde os seus funcionários atuariam de forma uniforme, sendo cada um deles especialista em uma única atividade, produzindo em larga escala. O sucesso na época foi tão grande que resultou no seu uso em diversas fábricas ao redor da Europa, gerando um grande lucro até um determinado momento aos donos das indústrias.
Porém ao longo do tempo ficou notório a sua defasagem frente ás novas necessidades do seu contexto. Todas essas dificuldades deram espaço ao modelo econômico da acumulação flexível, que apresentava uma série de inovações como a produção condicionada a quantidade de demanda existente na região, maior variedade de tipos de produtos e mudança nas relações entre empregado e empregador, surgindo assim funcionários com mais atribuições em um regime de horário mais flexível, em alguns casos até temporários, além de hora extra para os fixos. Dessa forma os lucros aumentaram nas indústrias e demais ramos de serviços, e houve facilitação no ato de contratação e demissão, pois o funcionários temporários trabalhavam em regime de contrato, prevendo demissões sem multas.
Ao analisar todas essas questões Harvey cita em seu texto afirmações de Karl marx, um crítico do capitalismo que classificou esse sistema como explorador, inconstante e disseminador da desigualdade entre as pessoas. Ele lista três das suas características principais que comprovam a sua teoria. A primeira indica que a sua orientação é através lucro, de modo que toda produção capitalista deve ser baseada na busca constante por capital, mesmo que ela traga algumas consequências negativas as pessoas. A segunda é a importância da exploração do trabalho vivo na produção, fazendo com que os funcionários recebam uma remuneração que não condiz com o real valor da sua atividade. Por último ele cita o seu dinamismo que o mantém constantemente em condições de mudanças organizacionais e tecnológicas.
Apesar de ser uma evolução do modernismo, o pós-modernismo também recebeu críticas por acreditar que os espaços devem ser moldados segundo objetivos e princípios estéticos, sem se preocupar com a resolução de questões sociais, assim como a acumulação flexível que trouxe aumento na margem de lucro, mas não trouxe melhorias suficientes para os trabalhadores em geral. De qualquer forma todos esses movimentos culturais e econômicos trouxeram alguns benefícios e disseminaram conceitos que até hoje são utilizado.

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