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Teoria da Arquitetura I (5)

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ARGAN, Carlo. “O Tratado de re aedificatoria”. In: Argan, Carlo. Historia da Arte como História da Cidade. Martins Fontes: São Paulo, 2005.
BUENO. Beatriz P. Siqueira. “Desenhar (Projetar) em Portugal e Brasil nos Séculos XVI-XVIII”. Cadernos de Pesquisa do LAP 36, São Paulo: FAU/USP.
MOREIRA, Rafael. “A Arte da Ruação e a Cidade Luso-brasileira”. Cadernos de pesquisa do LAP 37, São Paulo: FAU/USP.
Gabriel Lucas Mendes/Teoria da Arquitetura e Urbanismo I
Os textos se interligam através da arquitetura clássica e renascentista, tendo grande influencia Albertiana e Vitruviana. Eles se desenvolvem no processo da arte de fazer cidades, e demonstram características evolutivas, expressas em caráter moderno.
No texto “tratado de Re Aedificatoria “,é expresso por Leon Battista Alberti sua natureza singular e artística, indicando o urbanismo como disciplina ou ciência das cidades e produto do meio social, sendo assim, o mesmo propõe fundar uma nova arquitetura, retomando a coerência da história e opondo-se a irremediável sequencia de eventos. Com uma visão mais filosófica, Alberti baseia-se na distinção ente o útil e o belo, levando em conta as estruturas e ornamentos, a construção do espaço e sua comunicação visual.
Seguindo um pensamento mais técnico, Vitruvio, arquiteto romano e autor do “De Architetura”, preocupasse essencialmente com o edifício a ser construído, negligenciando o meio social. Ele enquadra a arquitetura em um momento estético de uma construção civil e militar, com uma metodologia definida, diferente de Alberti, que recusa uma morfologia que imita e emula, buscando a multiplicidade e a mutabilidade das formas e estruturas.
 O texto “Desenhar (projetar) em Portugal e Brasil nos séculos XVI-XVIII”, expõe o conceito de desenho como um aprimorado utensílio de raciocínio aos engenheiros militares, proporcionando a eles adaptação, criação e factual domínio dos territórios conquistados. Ele apresenta também uma visão de desenho como uma ciência constituída pelo domínio da aritmética, geometria e do sistema de proporções, constituindo um excelente recurso de criação e delineamento técnico, e também como uma via de expressão individual artística. 
O texto indica também a definição que Portugal deu a imagem do arquiteto. Apresentando-o como preceptor intelectivo das obras, em oposição aos mestres de oficio, envolvidos apenas com a execução mecânica das mesmas. O desenho do arquiteto teria de ser atribuído com maior precisão possível, tendo que expor diretamente as relações de proporções matemáticas implícitas nas obras, para que pudessem raciocinar e adaptarem-se aos mais variados eventos construtivos. 
Referente ao texto “A arte da ruação e a cidade luso-brasileira” observa-se que é posto em destaque a pratica urbanística portuguesa de desenho como um processo evolutivo que desenvolve as relações entre hipóteses, perspicácias e realizações, e concede um modelo pragmático que caracteriza o “saber fazer cidade” de modo empírico como arte ou ciência da ruação. O autor também ressalta a importância do conceito do retilíneo no desenvolvimento das cidades, agregando a ela um grande valor estético, por meio de uma aparência moderna, que configura o mérito de bem arruado.
O projeto do arquiteto Miguel de Arruda de fundação da capital Salvador, seguiu um processo mais amplo de livrar-se da fase pré-urbana prosseguindo o projeto social de converter a Terra do Brasil em Estado, e consequentemente a uma cultura renascentista vitruviana, dotando-se de um significado ideal próprio e fundamentalmente cristão. Porém Miguel teve também grande influência teórica de Alberti no âmbito social, preocupando-se com o impacto social gerados pela disposição espacial dos elementos urbanos, como bairros, lotes ruas, e no aspecto estético, procurando manter sempre a regularidade e simetria dos elementos da cidade, como ruas, praças.
Conclui-se portanto que, em virtude das influencias impostas tanto por Alberti quanto Vitruvio no contexto do urbanismo, estabelece-se uma coesão no desenvolvimento empírico e evolutivo na arte de fazer cidades, dando um valor mais racional, intuitivo e dinâmico no exercício concebido ao arquiteto. Caracterizando assim, num processo que nos leva a ter uma visão mais ampla das interferências das artes medievais e modernas no contexto da construção civil e militar

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