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universidade norte do paraná Sistema de Ensino A DISTÂNCIA PEDAGOGIA - LICENCIATURA Vânia Alves de Azevedo Silva PROJETO DE ENSINO “LITERATURA INFANTIL: MENINA BONITA DE LAÇO E DE FITA – Ana Maria Machado Cidade Goiânia/ Goiás 2021 Vânia Alves de Azevedo Silva PROJETO DE ENSINO “LITERATURA INFANTIL: MENINA BONITA DE LAÇO E DE FITA – Ana Maria Machado Projeto de Ensino apresentado à Faculdade Pitágoras, como requisito parcial à conclusão do Curso de Licenciatura em Pedagogia. Docente supervisor: Patricia Cindy Milleo Christofoli de Oliveira Goiânia/ Goiás 2021 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 3 OBJETIVOS 4 PROBLEMATIZAÇÃO 5 REFERENCIAL TEÓRICO 7 METODO 14 CRONOGRAMA 16 RECURSOS 20 AVALIAÇÃO 21 REFERÊNCIAS 22 INTRODUÇÃO O principal objetivo desse projeto é de trabalhar a diversidade nas turmas da Educação Infantil e Ensino Fundamental I e II, para auxiliar escolhi a história: Menina Bonita de Ana Maria Machado. Partindo da teoria bakhtiniana e dos pressupostos da psicologia Histórico-Cultural, considera-se que a literatura medeia a relação da criança com a cultura de seu tempo e, do movimento de apropriação que emerge no contato desta criança com a obra, surge um diálogo com a literatura, visto que a criança leitora atende à característica de incompletude dos enunciados, posicionando-se como o outro diante do texto e atribuindo sentidos a este. Assim, é importante que o professor ensine as formas como o pequeno leitor em formação deve agir diante do texto (valendo-se de estratégias de leitura), de modo que este leitor mirim estabeleça com a obra relações contextuais de natureza cultural, compreendendo o que lê, construindo sentidos e dialogando com o texto. 19 Este projeto é fruto de pesquisa bibliográfica, tem como objetivo, portanto, apresentar uma proposta prática de leitura com o uso de algumas das denominadas estratégias de leitura, a partir da obra intitulada Menina bonita do laço de fita, de Ana Maria Machado e Claudius OBJETIVOS GERAL: · Levar ao aluno à valorização do ser humano, ajudando-os na reflexão, quanto ás semelhanças, diferenças étnicas e sociais e relações familiares. OBJETIVOS ESPECÍFICOS · Apropriar de valores como o respeito a si próprio e ao outro; · Elevar a auto estima das crianças negras; · Promover discussão sobre os valores humanos, da beleza negra e da diversidade; · Levar a criança a perceber, que suas heranças, desde do seu cabelo até a cor de sua pele muitas vezes são herdadas de seus familiares; · Respeitar as diferenças. PROBLEMATIZAÇÃO Nesse projeto iremos tentar entender o Por que as crianças reproduzem o racismo? E tentar conscientiza las de que somos todos iguais independentemente de cor, raça, religião e até mesmo de região. Diante de tantos casos de bullying com fins trágicos noticiados frequentemente nos jornais, trabalhar a diversidade na sala de aula é uma necessidade urgente para construir uma sociedade mais humana e empática, baseada no respeito ao próximo. É responsabilidade dos educadores lidar com a diversidade na escola e ensinar aos seus alunos a respeitar as diferenças. Afinal, a heterogeneidade não é desordem e caos — é unir diferentes pensamentos, ideais e manifestações que sejam capazes de fortalecer e enriquecer o ser humano. Diversidade não é o desigual, esquisito e deslocado: é promover o resgate da verdadeira raiz da pluralidade de línguas, raças e condutas que não podem ser prejulgadas. Para trabalhar a diversidade no ambiente escolar, o educador pode começar a buscar por nossas próprias origens, como etnia, modo de falar, descendência e ascendência, discutindo-as por meio de uma globalidade de definições e conceitos que esclareçam e fortaleçam as relações humanas e sociais. É fundamental desenvolver nos alunos valores morais e resgatar a sua história e cultura para despertar uma visão crítica, possibilitando a readequação das suas atitudes sociais. Dessa forma, a escola forma participantes justos e solidários em sua própria comunidade. Ao conhecer os fatos e compreender a pluralidade que os cercam, os alunos tendem a se sentirem responsáveis pela transformação do seu ambiente e de sua história. A base para lidar com a diversidade em sala de aula é apresentar e esclarecer os seguintes termos: · Preconceito: a ideia ou julgamento preconcebido, sobre um povo ou uma pessoa; · Discriminação: quando os preconceitos são externados com ações ou atitudes que ferem os direitos das pessoas, utilizando para isso critérios injustos, como religião, idade, raça, gênero etc; · Racismo: trata-se da superioridade de uma raça humana em relação às demais, características morais ou intelectuais pelo fato de se considerar superior a alguém. Todo educador tem que estar consciente da importância de oferecer ao seu aluno um ambiente escolar que dê prioridade e estimule o respeito à diversidade, atuando na formação de cidadãos mais bem-educados, empáticos e respeitosos a ponto de se preocuparem com outros, tendo espírito de coletividade. REFERENCIAL TEÓRICO 1.1 CONTEXTUALIZANDO LITERATURA INFANTIL Os primeiros livros direcionados ao público infantil, surgiram no século XVIII. Autores como La Fontaine e Charles Perrault escreviam suas obras, enfocando principalmente os contos de fadas. De lá pra cá, a literatura infantil foi ocupando seu espaço e apresentando sua relevância. Com isto, muitos autores foram surgindo, como Hans Christian Andersen, os irmãos Grimm e Monteiro Lobato, imortalizados pela grandiosidade de suas obras. Nesta época, a literatura infantil era tida como mercadoria, principalmente para a sociedade aristocrática. Com o passar do tempo, a sociedade cresceu e modernizou-se por meio da industrialização, expandindo assim, a produção de livros. A partir daí os laços entre a escola e literatura começam a se estreitar, pois para adquirir livros era preciso que as crianças dominassem a língua escrita e cabia a escola desenvolver esta capacidade. De acordo com Lajolo & Zilbermann, “a escola passa a habilitar as crianças para o consumo das obras impressas, servindo como intermediária entre a criança e a sociedade de consumo”. (2002, p.25). Assim, surge outro enfoque relevante para a literatura infantil, que se tratava na verdade de uma literatura produzida para adultos e aproveitada para a criança. Seu aspecto didático-pedagógico de grande importância baseava-se numa linha moralista, paternalista, centrada numa representação de poder. Era, portanto, uma literatura para estimular a obediência, segundo a igreja, o governo ou ao senhor. Uma literatura intencional, cujas histórias acabavam sempre premiando o bom e castigando o que é considerado mau. Segue à risca os preceitos religiosos e considera a criança um ser a se moldar de acordo com o desejo dos que a educam, podando-lhe aptidões e expectativas. Até as duas primeiras décadas do século XX, as obras didáticas produzidas para a infância, apresentavam um caráter ético-didático, ou seja, o livro tinha a finalidade única de educar, apresentar modelos, moldar a criança de acordo com as expectativas dos adultos. A obra dificilmente tinha o objetivo de tornar a leitura como fonte de prazer, retratando a aventura pela aventura. Havia poucas histórias que falavam da vida de forma lúdica, ou que faziam pequenas viagens em torno do cotidiano, ou a afirmação da amizade centrada no companheirismo, no amigo da vizinhança, da escola, da vida. Essa visão de mundo maniqueísta, calçada no interesse do sistema, passa a ser substituída por volta dos anos 70 e a literatura infantil passa por uma revalorização, contribuída em grande parte pelas obras de Monteiro Lobato, no que se refere ao Brasil. Ela então, se ramifica por todos os caminhos da atividade humana, valorizando a aventura, o cotidiano, a família, a escola, o esporte, as brincadeiras, as minorias raciais, penetrando até no campo da política e suas implicações. Hoje a dimensão de literatura infantil é muito mais ampla e importante.Ela proporciona à criança um desenvolvimento emocional, social e cognitivo indiscutível. Segundo Abramovich (1997) quando as crianças ouvem histórias, passam a visualizar de forma mais clara, sentimentos que têm em relação ao mundo. As histórias trabalham problemas existenciais típicos da infância, como medos, sentimentos de inveja e de carinho, curiosidade, dor, perda, além de ensinarem infinitos assuntos. É através de uma história que se pode descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, outras regras, outra ética, outra ótica...É ficar sabendo história, filosofia, direito, política, sociologia, antropologia, etc. sem precisar saber o nome disso tudo e muito menos achar que tem cara de aula (ABRAMOVICH, 1997, p.17) Neste sentido, quanto mais cedo a criança tiver contato com os livros e perceber o prazer que a leitura produz, maior será a probabilidade dela tornar-se um adulto leitor. Da mesma forma através da leitura a criança adquire uma postura crítico-reflexiva, extremamente relevante à sua formação cognitiva. Quando a criança ouve ou lê uma história e é capaz de comentar, indagar, duvidar ou discutir sobre ela, realiza uma interação verbal, que neste caso, vem ao encontro das noções de linguagem de Bakhtin (1992). Para ele, o confrontamento de ideias, de pensamentos em relação aos textos, tem sempre um caráter coletivo, social. O conhecimento é adquirido na interlocução, o qual evolui por meio do confronto, da contrariedade. Assim, a linguagem segundo Bakthin (1992) é constitutiva, isto é, o sujeito constrói o seu pensamento, a partir do pensamento do outro, portanto, uma linguagem dialógica. A vida é dialógica por natureza. Viver significa participar de um diálogo: interrogar, escutar, responder, concordar, etc. Neste diálogo, o homem participa todo e com toda a sua vida: com os olhos, os lábios, as mãos, a alma, o espírito, com o corpo todo, com as suas ações. Ele se põe todo na palavra e esta palavra entra no tecido dialógico da existência humana, no simpósio universal. (BAKHTIN, 1992, p112) E é partindo desta visão da interação social e do diálogo, que se pretende compreender a relevância da literatura infantil, que segundo afirma Coelho (2001, p.17), “é um fenômeno de linguagem resultante de uma experiência existencial, social e cultural.” A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto. Segundo Coelho (2002) a leitura, no sentido de compreensão do mundo é condição básica do ser humano. A compreensão e sentido daquilo que o cerca inicia-se quando bebê, nos primeiros contatos com o mundo. Os sons, os odores, o toque, o paladar, de acordo com Martins (1994) são os primeiros passos para aprender a ler.Ler, no entanto é uma atividade que implica não somente a decodificação de símbolos, ela envolve uma série de estratégias que permite o indivíduo compreender o que lê. Neste sentido, relata os PCN’s (2001, p.54.): Um leitor competente é alguém que, por iniciativa própria, é capaz de selecionar, dentre os trechos que circulam socialmente, aqueles que podem atender a uma necessidade sua. Que consegue utilizar estratégias de leitura adequada para abordá-los de forma a atender a essa necessidade. Assim, pode-se observar que a capacidade para aprender está ligada ao contexto pessoal do indivíduo. Desta forma, Lajolo (2002) afirma que cada leitor, entrelaça o significado pessoal de suas leituras de mundo, com os vários significados que ele encontrou ao longo da história de um livro, por exemplo. O ato de ler então, não representa apenas a decodificação, já que esta não está imediatamente ligada a uma experiência, fantasia ou necessidade do indivíduo. De acordo com os PCN’s (2001) a decodificação é apenas uma, das várias etapas de desenvolvimento da leitura. A compreensão das ideias percebidas, a interpretação e a avaliação são as outras etapas que segundo Bamberguerd (2003, p.23) “fundem-se no ato da leitura”. Desta forma, trabalhar com a diversidade textual, segundo os PCN’s (2001), fazendo com que o indivíduo desenvolva significativamente as etapas de leitura é contribuir para a formação de leitores competentes. 1.2 LITERATURA INFANTIL NA EDUCAÇÃO INFANTIL O contato das crianças com os livros e as histórias são essências. As crianças experimentam a escrita, por si, observando o mundo a sua volta. O aprendizado da linguagem também faz parte do mesmo processo de compreensão dos símbolos as palavras representam todas as coisas do mundo real, e podem servir para traduzir o mundo imaginário. Na criação da fala e da linguagem, brincando com essa maravilhosa capacidade de designar é como se o espírito estivesse constantemente saltando entre a matéria a e as coisas pensadas. Por de traz de toda expressão abstrata se oculta uma metáfora, e toda metáfora são jogos de palavras. Assim ao dar expressão à vida o homem cria um outro mundo poético, ao lado da natureza. (HUIZINGA, 1988, p. 7) A vida da criança é uma sucessão de experiências de aprendizagem adquirida por ela mesma. Ao chegar à instituição, ela traz consigo infinitas experiências e conhecimento acumulados, conquistados por meio da exploração visual, auditiva, jogos, brincadeiras, conversas, passeios, contatos, brinquedos, histórias que influenciam no processo de aprendizagem. No processo de aprendizagem da leitura e da escrita, a criança defronta-se com um mundo cheio de atrações (letras, palavras, frases, textos, histórias) e se engajam neste universo muito mais facilmente se puder participar integralmente dele, e se o processo for transformado num grande ato lúdico (participativo, prazeroso) esta é a proposta, que a criança aprende brincando e usando o vocabulário do seu dia a dia de forma a tornarem o aprendizado afetivo e agradável. Entretanto, a atividade lúdica, na busca de novos conhecimentos, exigem do educando uma ação ativa, investigativa, reflexiva, desveladora, socializadora e criativa em total oposição e passividade, submissão, alienação e reflexão, condicionamento tão frequentes nas práticas que utilizam abordagens de ensino e aprendizagem tradicionais e comportamentalista. O desejo pela leitura admite-se a gosto por alguma coisa a partir da experimentação, do contato e da relação, assim é com a leitura, com o livro e aprender a gostar a ler, ou seja, a criança necessita deste encontro para realmente sentir-se despertada primeiramente a ouvir para enfim ler. O adulto é o primeiro mediador desse encontro. A leitura infantil é extremamente prodigiosa em suscitar a imaginação ao mundo das aventuras. Durante o período de desenvolvimento, a criança deve ser estimulada a sentir-se motivada em busca do interesse no conteúdo do livro e pelo treino da linguagem. O estímulo precoce é muito eficaz, tendo em vista que levam as crianças a foliar os livros, despertar o desejo de ler a praticar com maior assiduidade à narrativa de histórias e a leitura oral. O prazer proporcionado pelas novas habilidades deve combinar-se com o interesse e necessidades das crianças. A criança através da literatura é desafiada como ser humano a expressar seus pensamentos e opiniões, através da linguagem. A literatura é um subsidio no qual o leitor realiza trabalho de construção de conceitos a partir de objetivos e conhecimentos. Cada criança procura se assemelhar com os personagens dos contos encontrando possibilidades de descobrir o mundo imerso dos conflitos. A literatura infantil é constituída em sua essência, por pressupostos lúdicos, ou seja, relativo ao mundo dos sonhos que na maioria são mágicos, levando a criança ao mundo fantástico. Os brinquedos possuem outras características, de modo especial a de ser objeto portador de significados rapidamente identificados ele remete o elemento legíveis do real ou do imaginário das crianças. Neste sentido, o brinquedo é dotado de um forte valor cultural, se definirmos a cultura, como um conjunto de significações que permitem compreender determinada sociedade e cultura. (BROUGERE, 1997, p.8) No enfoque, os brinquedose as atividades lúdicas, muitas vezes foram os responsáveis pela transmissão da cultura de um povo, de uma geração para outra. Essas atividades lúdicas tem objetivos diversos usados para se divertir, outras vezes para socializar, para promover a união de grupos e, num enfoque pedagógico como um instrumento para transmitir conhecimento. Faz-se necessário que os educadores repensem sua prática pedagógica por meio de novas lógicas mais abertas e humanas. A educação necessita instrumentalizar as crianças de forma a tornar possível a construção de sua autonomia, responsabilidade e cooperação. Partindo de pressupostos de que a capacidade humana à individual é relevante em determinadas situações, e nem todas as crianças respondem igualmente conforme os estímulos oferecidos. Acredita-se que o desenvolvimento cognitivo e lúdico juntamente com a literatura pode ser trabalhada de forma concisa, podendo superar vários bloqueios já existentes, ou que aparecerão no percurso da vida escolar da criança. A literatura é um dos aspectos mais importantes para a criança como ponto de partida para aquisição de conhecimentos, meio de comunicação e socialização. 1.3 A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL NA FORMAÇÃO DE UMA SOCIEDADE DE LEITORES A infância é o período mais adequado para haver maior concentração e preocupação no desenvolvimento da leitura, pois é necessário que se mostre à criança o que precisa ser construído por ela no âmbito do aprendizado da leitura, no qual o adulto leitor experiente tem a função de tornar possível a aprendizagem desta atividade. Para facilitar a entrada da criança no mundo da leitura e da escrita, o adulto deve ler para ela. Abramovich (1997, p. 23) nos diz que “[...] o escutar pode ser o início da aprendizagem para se tornar leitor”. Ouvir muitas e muitas histórias é importante para se integrar num universo de descobertas e de compreensão do mundo. Ouvindo histórias pode-se também sentir emoções importantes, como a raiva, a tristeza, a irritação, o bem-estar, o medo, a alegria, o pavor, a insegurança, a tranquilidade. Enfim, ouvir narrativas é uma provocação para mergulhar profundamente em sentimentos, memórias e imaginações. As histórias podem fazer a criança ver o que antes não via, sentir o que não sentia e criar o que antes não criava. O mundo pode se tornar outro, como mais significados e mais compreensões. É de responsabilidade do leitor adulto, mostrar à criança como os escritos que circulam no cotidiano podem ser utilizados a fim de que a mesma compreenda seus sentidos. A criança só é capaz de compartilhar deste mundo quando compreende o seu significado. Ela descobri a diferença entre a fala e a escrita, ambos necessários a aprendizagem inicial da leitura. Como diz Morais, (1991, p. 98), é nesse sentido que o espaço concretiza a história do grupo na medida em que ele agiliza muitas formas de conhecimento refletido. Ler sempre representou uma das ligações mais significativas do ser humano com o mundo. Lendo reflete-se e presentifica-se na história. O homem, permanentemente, realizou uma leitura do mundo. Em paredes de cavernas ou reconhecendo-se capaz de representação. Certamente, ler é engajamento existencial. Quando dizemos ler, nos referimos a todas as formas de leitura. “Lendo, nos tornamos mais humanos e sensíveis.” (CAVALCANTI, 2002, p. 13) Para que a escola venha contribuir na formação de pessoas ativas, faz-se necessário que seja aplicada uma pedagogia que valorize a formação humana, propondo às crianças situações de aprendizagem nas quais elas possam se envolver de forma dinâmica e prazerosa. O educador deve procurar estratégias para promover uma aprendizagem que se encontre intimamente à tomada de consciência da situação atual real vivida pelo educando, proporcionando-lhes momentos de sistematização e associação, fazendo com que os recursos utilizados pelos alunos sejam próprios de suas vivências, dessa forma, a leitura e a escrita, que anteriormente, não lhes faziam sentido, passam a ter significado. Freire (1983), nos diz que: “[...]é fundamental partir de que o homem é um ser de relações e não só de contatos, que está com o mundo e não apenas no mundo.” Dizer que a literatura é catarse, ou elemento de purificação apenas, é reduzi-la a conceitos demais limitados. Segundo MEC (2012): O Brasil tem atualmente cerca de 16 milhões de analfabetos e metade deste número está concentrada em menos de 10% dos municípios do país. Para o MEC, apesar de não serem inéditos, os dados do "Mapa do Analfabetismo" são "alarmantes". No Brasil existem 16,295 milhões de pessoas incapazes de ler e escrever pelo menos um bilhete simples. Levando-se em conta o conceito de "analfabeto funcional", que inclui as pessoas com menos de quatro séries de estudo concluídas, o número salta para 33 milhões. Freire (1979, p. 58) nos lembra que “[...] para ocorrer uma mudança de postura é necessário que haja compromisso em querer mudar.” Não se pode permitir que a neutralidade continue permeando diante às situações que são impostas, perpetuando comportamentos manipuláveis pelo sistema educacional que castra qualquer possibilidade de desenvolvimento reflexivo, sendo o homem sujeito de sua educação e não objeto dela. A criança está imersa, desde o nascimento, em um contexto social que a identifica enquanto ser histórico e que pode por esta ser modificado é importante superar as teses biológicas e etológicas da brincadeira que idealizam a criança e suas possibilidades educacionais. Toda a aprendizagem é o processo sistemático da aquisição do conhecimento do ser humano se dá socialmente, com as interações que estabelece com o outro e os significados que isso lhe faz sentir. Portanto, a recuperação ou o nascimento do ato da leitura nas escolas será possível se o educador demonstra boa relação com os textos. Se o educador não for um bom leitor e o aluno não perceber o prazer na leitura por parte desse adulto, serão grandes as chances de ele não ser um bom professor, refletindo nos pequenos leitores. A criança se desenvolve com a experiência sócio-histórica dos adultos e do mundo por eles criado. METODO Desenvolvimento do projeto: Literatura Infantil: Menina Bonita será através da metodologia ativa devido a muitas crianças estarem estudando em casa através da internet. A sugestão é que as atividades sejam desenvolvidas durante um período mínimo de cinco dias, (lembrando que essa sugestão de aulas não poderá ocorrer num dia só) no decorrer dos quais o professor irá: 1. Momento: Apresentar a história à turma, contando-a, sem mostrar o livro, durante uma aula pelo Google MEET, em seguida fazer uma interpretação oral com as crianças sobre a história. 2. Momento: Contar que quem escreveu a história foi Ana Maria Machado, uma escritora brasileira que escreve livros para crianças, principalmente. Se o(a) professor(a) já tiver lido para a classe outros livros da autora, relembrar o fato aos alunos, se possível, mostrando-os. 3. Momento: Dizer o título do livro: “Menina bonita do laço de fita” e comparar com os nomes apresentados pelos alunos na atividade 2, perguntando a eles se gostaram mais do nome escolhido por eles próprios ou o escolhido pela autora; mostrar às crianças que nem sempre temos a mesma opinião sobre um mesmo fato ou situação e que o importante é que aprendamos a respeitar todas as opiniões; comentar os nomes escolhidos pelos alunos, na medida em que se afastam ou se aproximam do nome original da história. 4. Momento: Mostrar a capa do livro aos alunos. “Ler” a imagem da capa com eles, fazendo perguntas sobre a ilustração: a cor da pele da menina, do coelho, o cabelo da menina (quem usa cabelo assim? é difícil fazer um penteado como esse? leva muito tempo?). Destacar o olhar apaixonado, pensativo-sonhador do coelho. Pedir aos alunos que mostrem o que mais na ilustração indica que o coelho está apaixonado. Dizer o nome do ilustrador e falar sobre a importância da ilustração na leitura. 5. Momento: Ler o livro para os alunos, agora parando em cada página, mostrando as imagense destacando as palavras e expressões que valorizam a menina, que a retratam como bela: “Era uma vez uma menina linda, linda. Os olhos dela pareciam duas azeitonas, daquelas bem brilhantes. Os cabelos eram enroladinhos e bem negros, feitos fiapos da noite. 6. Momento: Aproveitar a descoberta do coelho (“a gente se parece sempre é com os pais, os tios, os avós e até com os parentes tortos”) e perguntar aos alunos com quem eles acham que se parecem. Essa atividade pode desdobrar-se em outras, por exemplo: a) as crianças podem entrevistar os pais para saberem com quem se parecem e apresentar os resultados da pesquisa oralmente (Por exemplo, dizendo frases como: Minha mãe diz que meus olhos são parecidos com os dela, mas que meus cabelos e minha boca se parecem com os da minha avó.); b) os alunos podem levar fotografias de parentes (pais, avós, tios, irmãos, por exemplo); atrás de cada foto deve constar o nome da criança que a trouxe; os alunos dividem-se em grupos de quatro. As fotos de cada grupo são empilhadas, com a frente para cima; os alunos tiram a sorte para ver quem começa jogando; o primeiro pega a primeira foto e tenta adivinhar quem a trouxe, observando as semelhanças entre as fotos e os colegas de grupo; se foi ele mesmo quem trouxe a foto, deve embaralhar a pilha, para que a fotografia saia do primeiro lugar; enquanto for acertando, o jogador continuará jogando. Ganhará o jogo quem tiver acertado mais. Ao final, as crianças devem contar aos colegas de grupo quem são as pessoas que estão nas fotos. Terminada a brincadeira, o (a) professor(a) colocará para a turma a seguinte questão: somos parecidos com as pessoas da nossa família? O coelho branco estava certo em suas conclusões? 8. Momento: Pedir às crianças que desenhem: a. A menina do laço de fita e a mãe; b. O coelho e sua nova família; c. Suas famílias. 9. Momento: Organizar uma roda de conversas. Reler o trecho: “O coelho achava a menina a pessoa mais linda que ele tinha visto em toda a vida. E pensava: – Ah, quando eu casar quero ter uma filhinha pretinha e linda que nem ela.” Questionar: O que é ser bonito? Como uma pessoa deve ser para ser bonita? Provavelmente surgirão respostas diferentes umas das outras. Retomar o que foi dito na atividade nº 4 e mostrar às crianças que nem sempre temos a mesma opinião sobre um assunto e que isso é muito bom, pois o mundo seria muito aborrecido se todos pensassem do mesmo jeito e se, por exemplo, só existisse um único modelo de beleza. Destacar que o importante é respeitar as diferenças. Conversar com a classe sobre os padrões de beleza existentes em “Menina bonita”. 10. Momento: Conversar com as crianças sobre as “famílias” (povos) que formam o Brasil: os índios, o negro, o colonizador europeu, os imigrantes italianos, japoneses, árabes, judeus etc. Explicar que esses povos foram se cruzando, para formar a grande família brasileira, que tem as características de suas origens. Lembrar aqui as contribuições desses povos nas festas, na música, na culinária, nas histórias etc. 11. Momento: Retomar a atividade 10 e complementá-la, destacando a importância do respeito à diversidade étnico-cultural que compõe o Brasil. CRONOGRAMA Atividades 2ª Feira 3ª Feira 4ª Feira 5ª Feira 1º Momento: Apresentar a história à turma, contando-a, sem mostrar o livro. X 2º Momento: Pedir às crianças que deem um título (um nome) à história ouvida, escrevendo na lousa as sugestões apresentadas. X 3º Momento: Contar que quem escreveu a história foi Ana Maria Machado, uma escritora brasileira que escreve livros para crianças, principalmente. Se o(a) professor(a) já tiver lido para a classe outros livros da autora, relembrar o fato aos alunos, se possível, mostrando-os. 4. Momento: Conversa informal sobre o título do livro: “Menina bonita do laço de fita”. x x 5. Momento: Mostrar a capa do livro aos alunos. “Ler” a imagem da capa com eles, fazendo perguntas sobre a ilustração x 6. Momento: Ler o livro para os alunos, agora parando em cada página, mostrando as imagens e destacando as palavras e expressões que valorizam a menina, que a retratam como bela: “Era uma vez uma menina linda, linda. x 7. Momento: Aproveitar a descoberta do coelho (“a gente se parece sempre é com os pais, os tios, os avós e até com os parentes tortos”) e perguntar aos alunos com quem eles acham que se parecem x 8. Momento: Pedir às crianças que ilustrem a história: Menina bonita x 9. Momento: Organizar uma roda de conversas. Reler o trecho: “O coelho achava a menina a pessoa mais linda que ele tinha visto em toda a vida. x 10. Momento: Conversar com as crianças sobre as “famílias” (povos) que formam o Brasil: os índios, o negro, o colonizador europeu, os imigrantes italianos, japoneses, árabes, judeus etc. x 11. Momento: Retomar a atividade 10 e complementá-la, destacando a importância do respeito à diversidade étnico-cultural que compõe o Brasil RECURSOS RECURSOS HUMANOS · Professoras/monitoras, pais e alunos. RECURSOS MATERIAIS · Televisão; · DVD; · Intenet; · Celular; · Papel chamex · Livro: Machado. Ana Maria: Menina bonita do laço de fita. 7º edição. São Paulo. Ártica, 2005 AVALIAÇÃO O momento de avaliação implica numa reflexão do professor sobre o processo de aprendizagem e sobre as condições oferecidas por ele para que ele possa ocorrer. Assim caberá ao professor investigar a adequação dos conteúdos, sobre a adequação das propostas lançadas, sobre o tempo e o ritmo imposto ao trabalho. Por ser a avaliação um processo permanente, e não somente o momento final do trabalho, ele é um instrumento indispensável à construção de uma prática pedagógica e educacional verdadeiramente comprometida com o desenvolvimento das crianças. Todo o processo será avaliado continuamente através de: · Registro coletivo em cartazes. · Desenhos feitos pelos alunos, sobre o que aprenderam sobre o assunto mencionado. · Participação das atividades. · Comunicação oral, dança, textos orais. REFERÊNCIAS ABRAMOVICH, Fani. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1997. BROUGÈRE, Gilles. Brinquedo e cultura. São Paulo: Cortez. 1997. CAVALCANTI, Joana. Caminhos da literatura infantil e juvenil: dinâmicas e vivências na ação. São Paulo: Paulus, 2002. FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. FREIRE, Paulo. Educação e mudança. São Paulo: Paz e Terra, 1979. HUIZINGA, Johan. Homo ludens. São Paulo : Perspectiva, 1988. MORAIS, Regis de. Sala de aula, que espaço é esse? São Paulo: Papirus, 1991. PENNAC, Daniel. Como um romance. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. RODRIGUES, S. Neidson. Lições do príncipe e outras lições. São Paulo: Cortez, 1987. VYGOTSKY, Lev S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 1987.