Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
COCOS GRAM-POSITIVOS O grupo dos cocos Os cocos são um grupo heterogêneo Estruturas esféricas Possuem cápsula Não formam esporos Cocos gram positivos mais importantes: Staphylococcus spp Streptococcus spp Enterococcus spp O grupo dos cocos gram - positivos Apresentam como similaridade o corpo esférico, coloração de Gram e a ausência de endósporos (não ficam em estágio de hibernação, sempre estão em forma ativa, nem sempre causando doença) **memorizar quadro do murray (microbiota comensal) Gênero Staphylococcus: Cocos gram-positivos em formato de tétrades ou cachos Catalase positivos (catabolizam H2O2 em H2O e O2) Imóveis Anaeróbios facultativos (crescem em aerobiose e anaerobiose) Podem se multiplicar em meios com altas [NaCl] Crescem em temperaturas entre 18 e 40ºC 40 espécies e 24 subespécies Algumas espécies são constituintes comuns da microbiota de pele e de mucosas Resistem a 50ºC Dissemina de forma hematogênica Frequente em infecções cutâneas - locais Podem causar doenças pela bactéria em si e mediada por toxinas (intoxicação alimentar, doença da pele escaldada, síndrome do choque tóxico) Outros sítios de doença: Pneumonia, endocardite, osteomielite, artrite, meningite, abscesso cerebral, abscesso esplênico, abscesso hepático, sepse Favorecidos pela disseminação hematogênica Possuem cápsula, glicocálice (confere adesividade), peptideoglicanos (reconhecidos como PAMPs), coagulase (se liga ao fibrinogênio→ fibrina insolúvel →“êmbolos de bactérias” - facilita a disseminação hematogênica), ácido teicóico (regula a concentração na parede celular) Constituem fatores de virulência Staphylococcus aureus Mediadas por toxinas: intoxicação alimentar, síndrome da pele escaldada, síndrome do choque tóxico Cutânea: foliculite, impetigo, furúnculo, abcessos Outros sítios: Pneumonia, endocardite, osteomielite, artrite séptica, meningite, abscesso cerebral, abscesso esplênico, abscesso hepático, sepse… Causa comum de bacteremia - comumente a partir de uma infecção de pele Mais de 50% dos casos adquiridos em hospitais A disseminação hematogênica favorece a implantação e doença nos outros sítios acima. - Dermatite esfoliativa: Devido à toxina esfoliativa - inativa desmossomos epidérmicos - Síndrome da Pele Escaldada: Eritema perioral que se dissemina por todo o corpo → formação de bolhas e descamação da epiderme - comum em neonatos - Síndrome do choque tóxico: relacionado ao uso de absorventes internos - toxina 1 (TSST-1). surto de febre,erupção macular eritematosa e hipotensão - Impetigo bolhoso: Semelhante à Síndrome da pele escaldada, porém é causada pela invasão bacteriana dos tecidos - Intoxicações alimentares: Mediadas por toxinas. Aquecimento do alimento não impede o adoecimento (toxinas termoestáveis) - Enterocolite estafilocócica: Por proliferação da S. aureus - associada a febre e de maior duração comparada à intoxicação. Staphylococcus epidermidis (cateter, habitam a pele) Microbiota habitual da pele e mucosas Muito ligada a doenças associadas a próteses, cateteres, enxertos e corpos estranhos Formam um película adesiva que impede que saia do local de colonização de forma fácil Associado a endocardite subaguda em válvulas protéticas Coagulase negativo Pode haver glomerulonefrites agudas por produção de complexos imunes Staphylococcus saprophyticus (trato urinário baixo, sobretudo de mulheres) Microbiota do trato genital e urinário feminino Coagulase negativo Causa infecções do trato urinário baixo, geralmente em mulheres com vida sexual ativa Geralmente o tratamento é efetivo e não há reinfecção. Gênero Streptococcus Geralmente causa infecções de pele leves Causa a infecção com myofasciitis - “ bactéria comedora de carne” Relacionada com faringotonsilite São anaeróbios facultativos ou estritos São nutricionalmente exigentes - cultura com sangue ou soro Não formam esporos Não possuem catalase - catalase negativos São imóveis Precisam de ambiente rico em CO2 para crescer - capnofílicas Fatores de virulência: Hemolíticos, fibrinolíticos, antifagocitários… Divididos em padrões de hemólise - α-hemolíticas (geram hemólise parcial), β-hemolíticas (geram hemólise completa) e γ-hemolíticas (não geram hemólise). S. pyogenes: Microbiota da pele e vias respiratórias Pertencem ao Grupo A Beta-hemolíticos - causam hemólise completa Causa mais comum de: - Faringotonsilite bacteriana: odinofagia, febre, mal-estar geral, hiperemia e edema de orofaringe e das tonsilas palatinas, depósitos exsudativos nas tonsilas e regiões adjacentes (placas) e linfonodomegalia cervical - Escarlatina: Erupções eritematosas em todo o corpo (polpa região perioral, palmas e plantas) que descamam após alguns dias. Língua com aspecto eritematoso e edemaciado. - Infecções cutâneas: Erisipela (inflamação aguda da pele, febre e dor local, com eritemas principalmente nos membros inferiores e face), celulite (principalmente por S. aureus), impetigo (forma crostosa) - Fasciite necrotizantes: Infecção do plano das fáscias musculares, envolvendo músculos e tecido subcutâneo adjacente - há febre e indícios de falência múltipla de órgãos Pode gerar Febre reumática - por ativação imune! → Pode gerar miocardite, endocardite, lesão valvar, pericardite, eritema marginado, poliartrite migratória, coreia e nódulos subcutâneos - Glomerulonefrite nefrítica difusa aguda (GNDA) - complicação da faringotonsilite e de algumas infecções cutâneas - Gera hematúria, proteinúria, edema e hipertensão. Também há síndrome do choque tóxico - Uma infecção localizada em um tecido mole pode progredir para todo o corpo por distribuição hematogênica e produzir a síndrome do choque tóxico estreptocócica. S. agalactiae: Também são beta-hemolíticos e do Grupo B Microbiota do intestino grosso e vaginal - causa doenças na mãe (endometrite) ou no neonato Importante causador de doença neonatal - necessidade de profilaxia antibiótica (impedir a infecção pela criança) no acompanhamento neonatal Doença neonatal é caracterizada por bacteremia, pneumonia e meningite Relaciona-se com a colonização das vias respiratórias superiores do recém-nascido durante o parto As penicilinas podem ser utilizadas no tratamento dessas infecções. No entanto, frequentemente atuam como agentes bacteriostáticos e não bactericidas. Pode haver necessidade de associação com aminoglicosídeos. Grupo viridans: Várias espécies distintas - alfa hemolíticas ou gama-hemolíticas Microbiota da boca, orofaringe, trato gastrointestinal e genitourinário Correlacionados a cáries, infecções odontogênicas e infecções intra-abdominais supurativas. Podem ter disseminação hematogênica e causar doença valvar e endocardite de evolução subaguda S. pneumoniae ou Pneumococos Pertence ao grupo alfa-hemolítico Encapsulado - A cápsula protege a bactéria da fagocitose por células do hospedeiro na ausência de anticorpo tipo-específico e, sem dúvida, constitui o determinante mais importante da virulência dos pneumococos. As variantes não encapsuladas não tendem a causar doença invasiva. Fatores de virulência: Pneumolisina: Citotoxina → Citólise de células e tecidos Pili - importante na adesão às células Patógeno oportunista - residentes intermitentes da nasofaringe de humanos sadios A doença pneumocócica em um paciente colonizado geralmente ocorre após a perturbação da mucosa nasofaríngea por infecções virais. Principais quadros clínicos: - Doença Pneumocócica invasiva: O S. pneumoniae invade a corrente sanguínea (bacteremia) e dissemina-se para outros órgãos ou alcança diretamente o LCS - Pneumonias: Não estão associadas, geralmente, à bacteremia Geralmente são causadas por disseminação através da mucosa Adquiridas na comunidade O quadro clínico das pneumonias tem início agudo e evolução rápida, sendo composto por tosse (geralmente produtiva), febre alta, expectoração purulenta, dor torácica, calafrios e dispneia. Apresentação semelhante a pneumonias de outras etiologias - geralmente é reconhecida no início como associada a uma infecção respiratória superior viral - Meningites: Geralmente indistinguívelclinicamente das meningites causadas por outras etiologias bacterianas O diagnóstico definitivo de meningite pneumocócica depende da análise do Líquor, com inspeção visual (analisa presença de turvação), medidas quantitativas de leucócitos, proteínas e glicose, e cultura com coloração de Gram. Hemocultura positiva para S. pneumoniae + manifestações clínicas de meningite também é prova confirmatória. - Otite média: Afeta principalmente crianças pequenas As manifestações da otite média consistem em início agudo de dor intensa, febre, surdez e zumbido, em geral no contexto de uma infecção recente das vias respiratórias superiores - Rinossinusite: Complicação de infecções do trato respiratório superior e manifesta-se na forma de dor facial, congestão, febre e, em muitos casos, tosse noturna persistente Pode causar também osteomielite, artrite séptica, endocardite, pericardite e peritonite O tratamento para infecções pelo S.pneumoniae geralmente consiste no uso de penicilinas, outros beta-lactâmicos ou fármacos semelhantes Porém, muitas cepas dessa bactéria são resistentes a esses fármacos por alterações da PBP - Penicillin binding protein. Gênero Enterococcus Relacionado a infecção do trato urinário Catalase-Negativo Crescem em meios inóspitos Microbiota do intestino grosso e trato genitourinário Não possuem mecanismos de virulência muito efetivos, porém são resistentes a diversas classes de antimicrobianos Frequentemente causam infecções nosocomiais (hospitalares) Causam Endocardite infecciosa: Infecção das valvas cardíacas, shunts, cordas tendíneas e endocárdio mural A vegetação das valvas cardíacas (aglomerado de plaquetas, fibrina e microrganismos) é a lesão característica dessa doença. Cronologicamente, a EI pode ser dividida em aguda (de 2 a 6 semanas de evolução) e subaguda (mais de 6 semanas de evolução) A embolização séptica e os depósitos de imunocomplexos geram lesões vasculares (vasculites) que produzem alguns sinais clínicos encontrados na EI: Hemorragias subungueais Manchas de Janeway (etiologia embólica e acometimento de palmas e plantas) Nódulos de Osler (lesões dolorosas nas polpas dos dígitos) Manchas de Roth (lesões hemorrágicas na retina, mais comuns em pacientes anêmicos) Obs: Para as EIs subagudas em valvas nativas, o agente mais comum são os Streptococcus do grupo viridans (Streptococcus bovis e Enterococcus spp. também podem estar envolvidos). Para as EIs agudas em valvas nativas, o agente mais comum é o Staphylococcus aureus (Enterococcus spp. pode estar envolvido). A instalação de valvas protéticas nos últimos 12 meses favorece a EI por Staphylococcus epidermidis. Os usuários de drogas injetáveis e os pacientes hospitalizados estão mais propensos à EI por S. aureus. Pseudomonas aeruginosa é a principal bactéria gram-negativa causadora de EI e se relaciona com as infecções nosocomiais. O fungo Candida albicans é o principal agente não bacteriano envolvido. E. faecalis E. faecium
Compartilhar