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LER E DORTS LETÍCIA FAGUNDES 
 
OBJETIVOS 
▪ Definir DORTs e LER, identificando seus fatores de 
risco e epidemiologia; 
▪ Compreender como se dá a avalição e seguimento 
do paciente com LER ou DORTs, entendendo o 
papel do CAT e da necessidade de notificações; 
▪ Identificar as principais LER e DORTs (Sd. Do túnel 
do carpo, epicondilites, bursites, síndrome do canal 
de Guyon, tenossinovite de DeQuervain, síndrome 
de Dupuytren e dedo em gatilho), descrevendo suas 
respectivas fisiopatologias e manifestações clínicas; 
▪ Descrever o diagnóstico, identificando a 
necessidade de exames complementares; 
▪ Entender o tratamento farmacológico e não 
farmacológico, enfatizando suas indicações 
cirúrgicas e medidas preventivas 
LESÕES POR ESFORÇO REPETITIVOS 
(LER)/DISTURBIOS OSTEOMUSCULARES 
RELACIONADOS AO TRABALHO (DORT) 
São termos abrangentes que se referem a um grupo 
heterogêneo de distúrbios funcionais e/ou orgânicos, que 
afetam o sistema musculoesquelético, principalmente, 
pescoço e membros superiores, relacionados, 
comprovadamente ou não, ao trabalho → Por definição, são 
ocupacionais 
Apresentam as seguintes características: 
▪ Indução por fadiga neuromuscular causada por: 
trabalho realizado em posição fixa ou com 
movimentos repetitivos, principalmente de 
membros superiores; falta de tempo de 
recuperação pós-contração e fadiga (falta de 
flexibilidade de tempo, ritmo elevado de trabalho) 
▪ Quadro clínico variado incluindo: dor, 
formigamento, dormência, choque, peso e fadiga 
precoce 
▪ Presença de entidades ortopédicas definidas tais 
como: tendinite, tenossinovite, sinovite, 
peritendinite, tenossinovite estenosante 
(DeQuervain), dedo em gatilho, entre outras 
▪ Presença de quadros em que as repercussões são 
mais extensas ou generalizadas: síndrome 
miofascial, mialgia, síndrome da tensão do pescoço, 
distrofia simpático-reflexa/síndrome complexa de 
dor regional 
EPIDEMIOLOGIA: representam o principal grupo de 
agravos à saúde entre as doenças ocupacionais no Brasil, 
além de ser uma afecção de importância crescente em vários 
países do mundo, com dimensões epidêmicas em diversas 
categorias profissionais, tais como trabalhadores industriais 
expostos a atividades com alta repetitividade e força, 
empacotadoras, cortadores de carne, trabalho com 
manufatura, costureiras, teleatendimento, caixa e 
cozinheira. 
Essas doenças começaram a ganhar destaque no período da 
revolução industrial, principalmente a partir da segunda 
metade deste século. 
Os fatores relacionados ao aumento do número de casos de 
LER/DORT são: inflexibilidade e alta intensidade do ritmo de 
trabalho, execução de grande quantidade de movimentos 
repetitivos em grande velocidade, sobrecarga de 
determinados grupos musculares, ausência de controle 
sobre o modo e ritmo de trabalho, ausência de pausas, 
exigência de produtividade, uso de mobiliário e 
equipamentos desconfortáveis 
Pela OMS, os distúrbios de saúde ou doenças relacionadas a 
trabalho dividem-se em duas categorias: 
Doenças profissionais: doenças inerentes às atividades laborais 
pois, necessariamente, haveria exposição a esses agentes 
Doenças do trabalho ou relacionadas ao trabalho: afecções nas 
quais não se identifica apenas um agente causal, mas vários, 
entre os quais os laborais 
 
 DIAGNOSTICO 
A. História das queixas atuais 
As queixas mais comuns são dor localizada, irradiada ou 
generalizada, desconforto, fadiga e sensação de peso. 
Muitos relatam ainda formigamento, dormência, sensação 
de diminuição de força, edema e enrijecimento muscular, 
choque e falta de firmeza nas mãos. 
Nos casos mais graves e crônicos, o paciente pode queixar-
se ainda de sudorese excessiva nas mãos e alodínia. 
Geralmente os sintomas são de evolução insidiosa até que 
sejam claramente percebidos. Com frequência, são 
LER E DORTS LETÍCIA FAGUNDES 
 
desencadeados ou agravados após períodos de maior 
quantidade de trabalho ou jornadas prolongadas. 
Devem ser investigados o tempo de duração, a localização, a 
intensidade, o tipo ou o padrão, os momentos e as formas 
de instalação, os fatores de melhora e piora, bem como as 
variações no tempo 
B. Indagação sobre os diversos aparelhos e 
antecedentes pessoais 
Deve-se indagar sobre outros sintomas associados e outras 
doenças já diagnosticadas → Atenção para traumas, 
esforços musculares agudos, doenças do tecido conjuntivo, 
artrites, diabetes mellitus, hipotireoidismo, anemia 
megaloblástica, algumas neoplasias, artrite reumatoide, 
gravidez, menopausa, espondilite anquilosantes, esclerose 
sistêmica e polimiosite. 
Se o médico achar qualquer uma dessas doenças, deve-se 
indagar se sua existência explica o quadro clinico (lembrar 
que a identificação de uma dessas doenças, não exclui 
LER/Dort) 
C. Antecedentes familiares 
A existência de diabetes, outros distúrbios hormonais e 
“reumatismos” deve ser considerada, como em qualquer 
outro caso 
D. Comportamentos e hábitos relevantes 
Atividades extralaborais devem ser identificadas, mas, para 
terem significado como causa, devem ter intensidade e 
frequência similares às dos fatores ocupacionais conhecidos, 
o que raramente acontece. 
E. Anamnese ocupacional 
Devem chamar a atenção as atividades operacionais que 
envolvam movimentos repetitivos, jornadas prolongadas, 
ausência de pausas periódicas, exigência de posturas 
desconfortáveis por tempo prolongado, exigência de 
produtividade, exigência de força muscular, identificação de 
segmentos do corpo com sobrecarga e maior grau de 
exigência, ritmo intenso de trabalho, ambiente estressante 
de cobranças de metas e falta de reconhecimento 
profissional, além da constatação da existência de 
equipamentos e instrumentos de trabalho inadequados. 
Postos de trabalho ocupados anteriormente também devem 
ser considerados. 
F. Exame físico geral e especifico 
Primeira etapa: inspeção → Pode-se avaliar as formas de 
caminhar do paciente (uniformidade, simetria e postura dos 
membros superiores), de se sentar e posicionar diante do 
médico com o objetivo de identificar posturas anormais, 
assimetrias, edemas, alterações da cor de pele, 
deformidades, características de anexos (unha e pelos) 
Segunda etapa: palpação → permite identificar alterações 
de consistência da pele e dos demais tecidos moles, em 
particular dos músculos. Podem ser encontradas nodulações 
(císticas ou não), zonas de contraturas em grupos 
musculares afetados, e o paciente pode referir sensibilidade 
dolorosa excessiva ao simples toque 
Terceira etapa: manobras clinicas que vão ser especificas 
para cada hipótese diagnostica 
G. Exames complementares e/ou avaliação 
especializada, se necessário 
Devem ser feitos de acordo com a suspeita diagnostica: 
Categoria Exame 
 
Tendinopatias 
Radiografia → Avaliar calcificação, estenose, 
fraturas 
USG → Avalair ruptra parcial, cronicidade da 
lesão 
RM → Avaliar ruptura parcial, cronicidade da 
lesão, afastar fratura por estresse 
Bursites Ultrassonografia/RM → Afastar quadro 
infeccioso 
Alterações 
estruturais 
Radiografia → avaliar grau de curvatura e 
alinhamento articular 
CONDUTA: 
1. Notificação como LER/Dort ao Sistema de 
Informações de Agravos de Notificação (Sinan) e à 
Previdência Social, por meio da emissão da 
comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) 
a. Paciente apresentar quadro clinico 
característico 
b. Anamnese ocupacional evidenciar/deixar 
dúvidas quanto aos fatores de risco para a 
ocorrência de LER/Dort 
c. e se o ramo de atividade ou a função forem 
conhecidos como de risco para a 
ocorrência de LER/Dort (pois há evidência 
epidemiológica 
2. Notificar como LER/Dort ao Sinan + previdência 
social + notificação aos órgãos de vigilância 
sanitária para analise das condições de trabalho 
a. Paciente apresentar quadro clinico 
característico 
LER E DORTS LETÍCIA FAGUNDES 
 
b. Anamneseocupacional evidenciar quanto 
aos fatores de risco para a ocorrência de 
LER/Dort 
c. o ramo de atividade ou a função não forem 
conhecidos como de risco para a 
ocorrência de LER/Dort 
d. Essa situação é considerada como evento 
sentinela → serve como um alerta para 
possibilidade de outras pessoas 
desenvolverem LER/DORT nessas 
condições 
e. Deve-se notificar ainda casos em que: 
paciente apresenta quadro clinico 
característico + anamnese ocupacional 
não permite identificar fatores de risco 
para a ocorrência de LER/Dort + se o ramo 
de atividade ou a função forem conhecidos 
pela existência de fatores de risco para a 
ocorrência de LER/ Dort (pois há evidência 
epidemiológica), 
3. Encaminhar apenas para tratamento clinico e 
acompanhamento 
a. o paciente apresentar quadro clínico 
característico 
b. a anamnese ocupacional não permitir 
identificar fatores de risco para a 
ocorrência de LER/Dort, 
c. e se o ramo de atividade ou a função do 
paciente não forem conhecidos pela 
existência de fatores de risco para a 
ocorrência de LER/Dort 
4. Encaminhar o caso para o Centro de Referência em 
Saúde do Trabalhador, para a elucidação da relação 
do quadro clínico com o trabalho nos casos em que: 
a. O paciente apresentar quadro clínico 
característico 
b. Se a anamnese deixar dúvidas quanto à 
existência ou não de fatores de risco para 
a ocorrência de LER/Dort 
c. Não se tem informação sobre o ramo de 
atividade ou a função do paciente, 
Se o paciente não apresentar quadro característico ou se 
houver dúvidas e necessidade de avaliação clínica 
especializada (reumatologista, neurologista, ortopedista) 
e/ou exames complementares (radiografia, 
ultrassonografia, ressonância magnética), − deve-se 
encaminhar o paciente para as referências de especialidades 
clínicas necessárias e/ou exames complementares, 
conforme o Plano Diretor Regional (PDR) e a Pactuação 
Programada Integrada (PPI). 
Os casos de LER/DORT é de NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA, 
segundo portaria do Ministério da Saúde. 
SÍNDROMES ESPECIFICAS 
SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO 
É uma síndrome que ocorre pela compressão do nervo 
mediano quando passa pelo túnel do carpo (via de passagem 
para estruturas que vão da região anterior do antebraço até 
a mão. Por ele passam o nervo mediano e os tendões dos 
músculos flexor longo do polegar, flexor superficial dos 
dedos e flexor profundo dos dedos). 
 
Causas: Essa compressão ocorre ou pelo aumento das 
estruturas que passam pelo túnel do carpo ou pela 
diminuição do túnel. O aumento pode ser causado por 
diversos motivos, tais como: trabalho manual com 
movimentos repetidos (uso de tablet e celular, por 
exemplo), pessoas que não fazem trabalhos manuais, além 
de também tem associação com alteração hormonal como 
gravidez, SOP e menopausa (geralmente, desaparece no fim 
da gravidez). Outras doenças associadas são diabetes 
mellitus, artrite reumatoide, doenças da tireoide e causas 
desconhecidas. 
Epidemiologia: Estima-se que a incidência na população em 
geral varia entre 3 e10%, sendo mais comum em mulheres 
com idade entre 40 e 60 anos. Porém, com a disseminação 
do uso dos computadores passou a ser encontrado em 
adultos jovens de ambos os sexos. 
Quadro clinico: a dor é variável, podendo irradiar dos dedos 
até o ombro, acompanhada de sensação de peso ou cansaço 
no antebraço além de formigamento noturno (paciente 
acorda no meio da noite com a mão formigando). Alguns 
pacientes relatam ainda choque quando toca o punho, 
próximo a entrada do túnel, refletindo o nervo em 
sofrimento. 
Com o passar do tempo o paciente apresenta falta de 
sensibilidade na ponta dos dedos (exceto o dedo mínimo) e, 
LER E DORTS LETÍCIA FAGUNDES 
 
em casos mais graves, atrofia da musculatura da base do 
polegar, ocasionando fraqueza da pinça digital e queda dos 
objetos da mão. Em cerca de 50% dos casos pode acometer 
os dois lados. 
Diagnostico: pode-se realizar testes no exame clinico que 
indicam a presença da síndrome, tais como o teste de Phalen 
e manobra de Tinel 
 
Manobra de Tinel: a percussão do ligamento volar provoca 
dor e parestesia na área do nervo mediano (do primeiro à 
face radial do quarto quirodáctilo) 
 
Pode ainda ser pedido exames complementares como a 
eletroneuromiografia, que pode confirmar e localizar os 
danos ao nervo mediano no túnel do carpo e pode 
categorizar a gravidade do dano ao nervo que ajuda a 
conduzir o manejo. 
As radiografias do punho (face, perfil, incidência do túnel do 
carpo) são úteis para confirmar o diagnóstico. O USG pode 
ajudar no diagnóstico etiológico. A RM é raramente indicada, 
mas pode ser útil no diagnóstico etiológico. 
Tratamento: varia de acordo com o grau de acometimento. 
1. Órtese/ tala de punho: primeira linha de 
tratamento, sugerindo-se a órtese rígida em 
posição neutra para uso noturno, prevenindo a 
extensão ou flexão de punho e posições que 
agravem os sintomas. 
2. Corticoide oral: é indicado a prednisona 10 mg, 
12/12 horas, por 14 dias, com melhora esperada da 
função e dos sintomas em até 8 semanas. 
3. Fisioterapia 
4. Injeção local de corticoide: sugerido 
principalmente quando houver falha de resposta ao 
uso de órtese, surgindo efeito em 
aproximadamente um mês até um ano. 
a. Metilprednisolona 20-40 mg 
b. Triancinolona 10 mg até 40 mg 
c. Para pacientes com boa resposta a injeção 
pode-se tentar uma nova após 3-6 meses 
d. Riscos: lesão do nervo mediano, ruptura 
de tendão e desenvolvimento de fibrose 
5. Outros tratamentos: yoga e acupuntura 
6. Cirurgia → Esta indicada em casos de: 
a. STC com déficit de força objetivo na mão 
e/ou atrofia tenar 
b. STC com déficit sensitivo continuo por 3 
meses (persistente, que não apresenta 
períodos de melhora dos sintomas 
sensitivos) 
c. STC há mais de 6 meses sem resposta ao 
tratamento clinico otimizado. 
TENDINOPATIAS 
Engloba um conjunto diverso de achados histopatológicos 
que podem induzir a sintomas de dor e perda de função do 
tendão acometido de forma aguda e crônica. Em geral, 
encontra degeneração tecidual (tendinose), com ou sem 
neovascularização 
Relembrar que tendões são formados por fibras de tecido 
conjuntivo de colágeno e são responsáveis por ligar as 
extremidades dos músculos aos ossos 
Tendinite é a inflamação de um tendão, que 
frequentemente se desenvolve após degeneração 
(tendinopatia). O termo tendinite deverá ser reservado para 
situações em que haja inflamação com edema e infiltrado de 
células inflamatórias 
Tenossinovite é a tendinite com inflamação do revestimento 
da bainha do tendão. 
1. Epicondilite 
LER E DORTS LETÍCIA FAGUNDES 
 
É um tipo especial de tendinite, em que ocorre um processo 
inflamatórios dos tendões que saem do epicôndilo do 
cotovelo (proeminências ósseas), sendo mais comum no 
membro dominante. Sua prevalência é igual entre homens e 
mulheres, com incidência maior entre 35-50 anos 
Característica da dor: bem localizada nos epicôndilos, sendo 
desencadeada pela palpação do local ou pela ativação da 
musculatura correspondente contra a resistência do 
examinador 
 
Tipos de epicondilite: 
1. Lateral (“cotovelo de tenista”) 
A dor origina-se no local ou próximo do local de inserção dos 
músculos extensores comuns do epicôndilo lateral, 
podendo irradiar para o antebraço e o dorso do punho e, 
geralmente aparece após atividades ocupacionais ou 
recreativas que envolvem movimentos repetidos de 
extensão e supinação do punho contra uma resistência. A 
maioria dos pacientes com esse distúrbio se lesiona em 
atividades como carregar malas de viagem ou pastas ou usar 
uma chave de fenda, e não durante o tênis. Apertar mãos e 
abrir portas podem reproduzir a dor. A colisão da parte 
lateral do cotovelo contra um objeto sólido também pode 
induzir a dor. 
Manobra especifica: teste de cozen → solicitar que o 
paciente faça extensão dorsal do punhocontra resistência 
do examinador, enquanto o cotovelo permanece em flexão 
de 90 graus. A manobra é positiva quando produz dor no 
epicondilo lateral 
 
Tratamento: normalmente, é repouso e administração de 
um AINE. O ultrassom, a aplicação de gelo e a massagem por 
fricção também podem ajudar a aliviar a dor. Quando a dor 
é intensa, o cotovelo é colocado em uma tipoia ou 
imobilizado em 90° de flexão. Quando a dor é aguda e bem 
localizada, a injeção de glicocorticoide utilizando uma agulha 
de pequeno calibre pode ser efetiva. Após a injeção, o 
paciente deve ser aconselhado a repousar o braço durante 
pelo menos 1 mês e evitar atividades que possam agravar a 
dor no cotovelo. Após a resolução dos sintomas, o paciente 
deve iniciar uma reabilitação para fortalecer e aumentar a 
flexibilidade dos músculos extensores antes de reiniciar as 
atividades físicas envolvendo os braços. O paciente deve ser 
aconselhado a restringir as atividades que exigem extensão 
e supinação forçadas do punho. Podem ser necessários 
vários meses para se obter uma melhora. 
Em certas ocasiões, pode ser necessária a liberação cirúrgica 
da aponeurose extensora 
2. Medial (“cotovelo de golfista”)→ afeta os músculos 
flexores 
A epicondilite medial é uma síndrome de uso excessivo que 
resulta em dor no lado medial do cotovelo, com irradiação 
para o antebraço, sendo muito menos comum do que a 
lateral 
Manobra especifica: cotovelo fletido em 90º com a mão 
posicionada em supinação. A flexão do punho contra 
resistência provoca dor no epicôndilo medial. 
 
Tratamento: inicialmente, consiste em repouso, uso de 
AINE, massagem por fricção, ultrassom e aplicação de gelo. 
Alguns pacientes podem necessitar de imobilização. As 
injeções de glicocorticoides no local dolorido também 
podem ser efetivas. Os pacientes devem ser instruídos a 
manter repouso durante pelo menos 1 mês. Além disso, os 
pacientes devem iniciar a fisioterapia após a regressão da 
dor. Nos pacientes com epicondilite medial crônica 
debilitante que não responde depois de pelo menos 1 ano 
de tratamento, a liberação cirúrgica dos músculos flexores 
em sua origem pode ser necessária e é frequentemente 
bem-sucedida 
 
LER E DORTS LETÍCIA FAGUNDES 
 
2. Tendinopatia de De Quervain 
É a patologia por lesão repetitiva mais comum no punho e se 
caracteriza por ser um quadro inflamatório na bainha 
sinovial dos tendões dos músculos abdutor longo e extensor 
curto do polegar 
 
Durante a gravidez ou em situações sistêmicas, como 
hipotireoidismo, condrocalcinose e artrite reumatoide, essa 
tendinopatia pode se manifestar de forma uni ou bilateral. 
Quadro clínico: dor na região radial do punho e dificuldade 
progressiva para executar os movimentos de pinça. 
Diagnóstico: confirmado pelo exame físico, com a palpação 
dolorosa das estruturas mencionadas e a abdução resistida 
dolorosa do polegar → Teste de Finkelstein: a mão deve ser 
fechada com os dedos envolvendo o polegar. A flexão radial 
do carpo provoca dor intensa na base do polegar, na altura 
do processo estiloide radial. 
 
Tratamento: imobilização do punho e uso de AINE. Em caso 
de dor intensa ou refrataria ao tratamento, as injeções de 
glicocorticoides podem ser muito efetivas 
3. Tenossinovite estenosante (“dedo em gatilho”) 
Ocorre nos tendões flexores superficiais dos dedos, 
geralmente na região da cabeça do metacarpo, que contém 
uma polia contensora. Sendo mais frequente nas mulheres 
(menopausa, puerpério e gravidez) 
 
Sintomas: inicialmente, o paciente pode sentir um 
desconforto na base dos dedos, palma da mão e/ou no 
polegar (os dedos mais acometidos são os polegares, dedos 
médio e anular). Essa área é dolorosa a palpação e pode ser 
sentindo um nodulo 
O dedo acometido pode apresentar aumento de volume 
(edema), com limitação da movimentação e dor no trajeto 
dos tendões flexores. 
À medida que a doença progride, o travamento do dedo na 
posição de flexão piora, a ponto de gerar incapacidade 
funcional para preensão de objetos. 
A estenose e os sintomas são mais pronunciados pela 
manhã, devido à piora do edema e inatividade manual 
durante a noite. 
Diagnostico: essencialmente clinico → o destravamento do 
dedo ocorre com um esforço ativo ou passivo, produzindo 
um movimento súbito e um estalido acompanhado de dor 
 
Em caso de dúvida, a ecografia (ou ultrassonografia) de 
partes moles ou ressonância magnética podem ser úteis 
para o diagnóstico. A radiografia apenas está indicada para 
o diagnóstico diferencial no caso de suspeita de outras 
patologias. 
Tratamento: 
▪ Casos leves 
o Repouso evitando atividades manuais que 
exijam esforço ou movimentos de 
repetição; 
o Uso de órtese extensora mantendo o dedo 
em posição de extensão de forma 
intermitente; 
o exercícios leves e suaves para manter a 
mobilidade e promover a drenagem 
linfática e combater o edema; 
o uso de gelo local; 
o massagem pode aliviar a dor e reduzir o 
edema. 
▪ Casos mais graves → travamento constante e 
limitação da movimentação dos dedos acometidos 
o Antiinflamatorios 
o Esteroides oral ou injeção 
o Procedimento médico para a liberação 
percutânea do túnel osteofibroso a partir 
de agulha hipodérmica e anestesia local 
LER E DORTS LETÍCIA FAGUNDES 
 
BURSITES 
Inflamação ou degenereação das estruturas saculares que 
protegem os tecidos moles das proeminências ósseas 
adjacentes. 
 
A forma mais comum é a bursite subacromial (bursite 
subdeltóidea) → Os sintomas mais comuns são: fraqueza 
muscular no ombro afetado, inchaço e dificuldade de 
movimentar o braço acima da cabeça. Frequentemente 
acompanha a tendinite do manguito rotador. 
Em geral, a bursite é diagnosticada pela anamnese e pelo 
exame físico, porém a visualização por USG pode ser útil em 
casos selecionados, para o estabelecimento do diagnóstico e 
a orientação sobre injeções de glicocorticoides. 
O tratamento da bursite consiste em prevenção da situação 
agravante, repouso da parte afetada, administração de um 
anti-inflamatório não esteroide (AINE), quando apropriado 
para determinado paciente, ou injeção local de 
glicocorticoides. 
SÍNDROME DO CANAL DE GUYON 
Definição: É uma condição em que o nervo ulnar é 
comprimido à medida que passa pelo canal de Guyton no 
pulso 
Quadro clínico: disestesias, fraqueza e hipotrofia muscular, 
sensação de frio e intolerância ao calor na região cubital da 
mão, alteração de sensibilidade no 4º e 5º dedo com ou sem 
presença marcante de dor e hipoestesia, alterações de força 
e dificuldades de mobilidade da mão (intrínsecos) e força de 
preensão diminuída. Além disso, os pacientes podem 
apresentar a mão em garra (lesão do N. ulnar). 
Diagnostico: pode ser feita pela 
compressão/percussão(tinel) da região → A compressão ou 
da região provoca dor e parestesias na área inervada pelo 
ulnar, ou seja, o 5º e a face ulnar do 4º quirodáctilo. 
 
A ENMG permite localizar com mais precisão a lesão na mão, 
se proximal ou distal e por último qual a sua gravidade. 
Embora a síndrome seja na maioria dos casos relacionada a 
compressão externa, exames de RX, ultrassom e ressonância 
magnética, permitem evidenciar lesões secundárias tais, 
como fraturas remotas, artrite, anomalia congênita, cistos 
etc. 
Tratamento: = ao tunel do carpo 
SÍNDROME DE DUPUYTREN 
Definição: É uma doença que se caracteriza por um 
progressivo espessamento e encurtamento da fáscia palmar 
e digital da mão, conduzindo a contraturas particularmente 
incapacitantes nos dedos, ao nível das suas articulações 
(metacarpofalângicas e/ou interfalângicas). 
Epidemiologia: surge mais frequentemente entre a 5ª e a 7ª 
década de vida e a incidência é maior em homens. Em 45% 
dos casos, afeta simultaneamente as duas mãos (bilateral). 
Nos casos unilaterais, o lado direito é mais frequentemente 
envolvido. O 4º dedo (ou dedo anelar) é o mais comumente 
afetado,seguido do 5º dedo (ou dedo mínimo). 
Fisiopatologia: é desconhecida. Sabe-se que existe um 
distúrbio no turnover do colagéno e uma proliferação dos 
miofibroblastos que vão dar origem a nódulos palmares pré-
tendinosos e, posteriormente, a cordas espessas que estão 
na origem das contraturas dos dedos. 
Fatores de risco: genética, trabalho manual com exposição a 
vibração, o alcoolismo que também está muitas vezes 
associado a doença do fígado (ex: cirrose), o tabagismo, a 
diabetes, o trauma prévio da mão, a dislipidemia, o 
tratamento com anti-epiléliticos e a doença de Peyronie. 
Tratamento: A maioria dos nódulos não cresce a ponto de 
fazer a contratura dos dedos e por serem indolores, o 
tratamento conservador é o mais comumente aplicado. 
Consiste em infiltração de corticoides (antes da instalação da 
contratura) e de colagenase clostridial para certas 
contraturas (podem reverter algumas contraturas). 
Normalmente indica-se cirurgia se não for possível colocar a 
mão espalmada sobre uma mesa ou, especialmente, quando 
contraturas significativas se desenvolvem nas articulações 
interfalângicas proximais (IFP).